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Centro Universitário das Faculdades Metropolitanas

Unidas

Isabela Rodrigues Lopes-RA: 5959866(3º semestre-

vespertino- Turma: 003302A02)

Atividade Prática Supervisionada de Direito Constitucional

São Paulo

2021
Perante o exposto no caso concreto, de acordo com as regras constitucionais
sobre as imunidades parlamentares e a posição do Supremo Tribunal Federal
acerca deste tema, é possível analisar que, assim como dispõe o artigo 53,
caput, da Carta Magna, os deputados e senadores são invioláveis civil e
penalmente, e estas imunidades parlamentares decorrem do princípio da
separação dos poderes, consagrado no artigo 2º, da Constituição Federal, para
mais, as imunidades foram criadas para proteger a função e o parlamento,
surgindo desse modo, o freedom of speech, o qual concede aos deputados e
senadores, o direito de se expressar livremente através de opiniões, palavras e
votos, sem quaisquer penalizações, se estes forem proferidos no exercício da
respectiva função. Em consonância, se têm que, segundo a jurisprudência do
Supremo Tribunal Federal, os deputados e senadores, ou seja, os
parlamentares, somente terão imunidade material absoluta, se os atos ou
pronunciamentos forem feitos no Congresso Nacional, dado que, apenas neste
recinto, estes poderão ter liberdade plena para se manifestar. Aliado a isso, as
declarações dos parlamentares devem ter nexo de funcionalidade, posto que,
as manifestações precisam ter relação integral com o cargo que eles exercem,
pois, em caso contrário, eles não estarão protegidos pela inviolabilidade penal.

Outrossim, os deputados e senadores também possuem imunidade processual,


a qual está albergada no artigo 53, do parágrafo terceiro ao quinto, da Lei
Maior, todavia, esta apenas deve ser aplicada em casos de crimes praticados
após a diplomação dos respectivos parlamentares, além disso, o andamento da
ação pode ser sustado, caso haja voto da maioria dos membros da Casa para
isto. Neste mesmo viés, há a imunidade prisional, estando esta inserta no artigo
53, parágrafo segundo, da Carta Política, contudo, assim como a imunidade
processual, a prisional somente é extensível à crimes cometidos após a
diplomação dos parlamentares, para culminar, a partir do momento em que se
tornam membros do Congresso Nacional, apenas poderão ser presos se forem
pegos em flagrante por crime inafiançável. Por conseguinte, é relevante
ressaltar que os deputados estaduais são detentores das mesmas
inviolabilidades e imunidades asseguradas aos deputados federais, e isto é
visto no artigo 27, parágrafo primeiro, da
Constituição Federal. No entanto, essas imunidades possuem limites, os quais
estão expostos nos artigos 54 e 55 e em seus devidos incisos, os quais
albergam atos que podem fazer os deputados e senadores perderem os
mandatos, sendo um deles, o disposto no inciso II, do artigo 55, que retrata a
possibilidade de cassação do mandato em casos que houver procedimentos
considerados como incompatíveis com o decoro parlamentar, mostrando assim,
que a imunidade dos parlamentares não é absoluta.

Ademais, há a imunidade dos vereadores, a qual está garantida no artigo no


artigo 29, inciso VIII, da Magna Carta, no entanto, diferente dos deputados e
senadores, eles apenas terão a imunidade absoluta referente aos votos,
opiniões e palavras proferidas, se estas forem feitas no exercício da função,
com nexo funcional e no limite do município em que estes detêm o mandato.
Somado a isso, se têm que os vereadores não possuem imunidade formal,
portanto, estes podem ser processados e presos normalmente, se os atos
forem comprovadamente típicos, além disso, na maioria dos estados
brasileiros, os vereadores também não possuem foro especial por prerrogativa
de função.

Destarte, pode-se concluir que em relação ao deputado federal e ao deputado


estadual, o juiz irá indeferir o pedido do Ministério Público de afastá-los de seus
mandatos, dado que estes estão protegidos pela imunidade material e formal,
no entanto, é evidente que se for comprovado que estes cometeram abuso de
poder ou quaisquer outros atos tipificados no artigo 55 da Constituição Federal,
eles poderão ser processados e até exonerados do cargo. Do outro lado se têm
o vereador, o qual poderá ser afastado cautelarmente, se assim o juiz da Casa
decidir, já que este não possui imunidade processual, nem prisional, ou seja,
apenas está tutelado pela imunidade material, sendo esta insuficiente nesta
situação factual, podendo o vereador ser investigado, julgado e penalizado,
normalmente.
Isabela Rodrigues Lopes, Acadêmica do curso de Direito do

Centro Universitário das Faculdades Metropolitanas Unidas.

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