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SUPRIMENTOS
Não só estamos falando de um financiamento do sócio à sociedade. É uma
prática muito corrente, e é muito antiga.
O suprimento tem uma função próxima das entradas, o que não acontece no
contrato de mútuo, porque nestes últimos não há interesse e nos primeiros há.
Se não houver prazo para o reembolso, vai haver fixação judicial – 777/2 do CC;
1456º e 1457º do CPC. Se não houver prazo para o reembolso, vai-se a tribunal e este
vai atender às circunstâncias da sociedade e do impacto deste para a sociedade. Há um
condicionamento do reembolso em função da sociedade.
RESPOSTAS DA DOUTRINA:
COUTINHO DE ABREU – vai aplicar o regime do suprimento nas SA
independente da posição do sócio na sociedade. O que faz é dizer que o art.243º
e ss. são aplicados por analogia às SA até porque podem ser prestações
acessórias e se estiverem previstas no contrato, estas são possíveis.
Distingue em função da posição do sócio na sociedade.
RAUL VENTURA – Temos de distinguir consoante o tipo de acionista:
empresário (está envolvido com a vida societária) ou investidor (alguém que tem
participação nas sociedades como forma de participação financeira, não está
propriamente interessado com nada, apenas com o dinheiro).
O professor diz que para distinguir é em função das percentagens:
investidor = -10% do capital; empresário = +10%. É uma percentagem
puramente arbitrária, a ideia é boa porque provavelmente não faz sentido
aplicar a presunção a alguém que não se comporta como acionista.
O critério seria, segundo o MENEZES CORDEIRO: haverá um
suprimento quando corresponda ao financiamento de uma sociedade em
que um acionista ordenado faria à sociedade. Não se aplica a presunção
de suprimento, mas pode haver e quem tem de provar é que está
interessado nisso.