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ALUNA: Laiane Gomes Rodrigues Alves – MATRICULA: N46443-7 – TURMA: DR1S28

OBRA: No Dia da Justiça e em um contexto de crise econômica e social causada pela pandemia
que assola o mundo, não há como deixar de lembrar da atuação brilhante de defensores de
direitos fundamentais, como Ruy Barbosa. Em sua famosa carta, de 26 de outubro de 1911, em
resposta à consulta do amigo e advogado Evaristo de Morais, ele traz brilhantes lições sobre a
importância da advocacia e da ética profissional.
A obra traz relato da época, em que o jurista e pensador brasileiro Evaristo de Moraes Filho foi
chamado para defender o médico José Mendes Tavares em caso de assassinato contra a
esposa. Na carta, Ruy Barbosa responde ao questionamento do colega Morais se deveria ou não
defender essa causa. “O Dever do Advogado” se deve ao título de carta publicada em 3 de
novembro de 2011 no jornal da época, Diário de Notícias, originando o livro anos depois.
Enquanto a opinião pública apoiava a vítima, com serenidade e um tom humano, Ruy Barbosa
versa sobre a importância da legalidade de um julgamento e do advogado como defensor da
justiça. Ele disserta:
“Ante essa tragédia, por tantos lados abominável, de que foi vítima o Comandante Lopes da Cruz,
o único interesse do civilismo, a única exigência do seu programa, é que se observem
rigorosamente as condições da justiça. Civilismo quer dizer ordem civil, ordem jurídica, a saber:
governo da lei, contraposto ao governo do arbítrio, ao governo da força, ao governo da espada”.
Neste contexto, para ele, o advogado trabalha na defesa dos legítimos interesses dos seus
clientes. Não importa se criminal, se acusado de um roubo de bolsa ou até de um crime horrendo,
de assassinato à esposa. “Eis por que, seja quem for o acusado, e por mais horrenda que seja a
acusação, o patrocínio do advogado, assim entendido e exercido assim, terá foros de meritório, e
se recomendará como útil à sociedade”. Sobre a advocacia criminalista, ele ainda escreve: “Esta
incumbência, a tradição jurídica das mais antigas civilizações a reservou sempre ao ministério do
advogado. A este, pois, releva honrá-lo, não só arrebatando à perseguição os inocentes, mas
reivindicando, no julgamento dos criminosos, a lealdade às garantias legais, a equidade, a
imparcialidade, a humanidade”.
“Indigno de defesa”?
Na Carta, Ruy Barbosa disserta que não se deve recusar defesa a um acusado, qualquer que
seja a natureza do seu crime. “Tratando-se de um acusado em matéria criminal, não há causa em
absoluto indigna de defesa. Ainda quando o crime seja de todos o mais nefando, resta verificar a
prova: e ainda quando a prova inicial seja decisiva, falta, não só apurá-la no cadinho dos debates
judiciais, senão também vigiar pela regularidade estrita do processo nas suas mínimas formas”. O
mais importante é trabalhar na defesa do cliente pela legalidade do debate judicial. Por vezes, a
maioria das pessoas condena, antes mesmo do judiciário, um suspeito de um crime horrendo.
Não são raros os casos em que as pessoas querem fazer justiça com as próprias mãos.
Infelizmente, a indignação pública é maior e muitos não toleram a serenidade das formas
judiciais. Neste momento, para Ruy Barbosa, a justiça passa a correr perigo, “e com ele surge
para o sacerdócio do advogado a fase melindrosa”.
Barbosa cita o jurista alemão Mittermaier de que o advogado deve prestar assistência e defender
até no caso que tenha, diretamente, recebido a confissão de criminalidade. Ele lembra aqui de
uma célebre frase do pensador inglês Blackstone: “Por mais atrozes que sejam as circunstâncias
contra um réu, ao advogado sempre incumbe o dever de atentar por que o seu cliente não seja
condenado senão de acordo com as regras e formas, cuja observância a sabedoria legislativa
estabeleceu como tutelares da liberdade e segurança individual”.
Do escrito de Ruy Barbosa até hoje se passaram 109 anos. Todavia, as palavras e histórias se
constituem e se revestem de uma atualidade intrínseca, em que a imprensa continua a ditar a
opinião pública e por vezes, suspeitos já ficam à mercê de seus direitos, sendo tratados como
criminosos. O jurista, em um contexto político e econômico longínquo, discorreu brilhantemente
palavras que precisam ser trazidas para hoje como uma lição sobre a ética profissional no
exercício da advocacia. A justiça não é apenas essencial ao bom andamento processual, mas
fundamental para o desenvolvimento de uma sociedade. O acesso à justiça é um direito de todos
os cidadãos que vivem em um Estado Democrático de Direito, como já citava Ruy Barbosa: “Não
há nada mais relevante para a vida social que a formação do sentimento da Justiça”.
ESSENCIALIDADE: Segundo Rui Barbosa, o advogado é considerado como um fiscal do
processo, devendo está sempre atento ao estrito cumprimento da ordem processual,
observando os prazos, requerendo provas, e recorrendo sempre quando houver alguma
inobservância, não se esquecendo de verificar as provas, apurando estas em debates
processuais e sempre se preocupando com a regularidade formal do processo.
CONCLUSÃO: Na obra é possível perceber uma grande preocupação com relação às
operações de sustentação e defesa. A obra em si, realmente pode ser considerada como um
exemplar tratado de ética profissional, assim como é colocada por muitos, embora seja pequena
em tamanho, não deixa ser grande em riquezas abordadas pelo nosso consagrado e saudoso
advogado.Uma ótima leitura que pode ser aproveitada ao máximo, pelos bacharéis que
começam a ingressar na carreira de advogado, assim como também para os estudantes de
direito, sendo utilizada como um renomado reforço em disciplinas como Deontologia Jurídica.

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