Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Parte 1/3
DIREITO À EDUCAÇÃO
O fundamento legal, a começar pela Constituição Federal, nos artigos 205, 206.
Esses dispositivos estão reafirmados no Estatuto da Criança e do Adolescente, mais
precisamente entre os artigos 56 e 59.
1
Material elaborado por Annie Karine Feijó Costa
Essa base e regras do direito à educação é o que aponta para a proteção e
efetividade desse direito, tanto para crianças quanto para adolescentes.
ABRANGÊNCIA DO DIREITO
Tanto o texto constitucional, quanto o Estatuto, temos que lançar o olhar para os
artigos 205,206,207, 208 da Constituição Federal e dos artigos 53 e seguintes do Estatuto da
Criança e do Adolescente. A perspectiva é de universalidade, inclusão na aplicação até
mesmo das medidas socioeducativas de privação de liberdade.
Significa que a política pública em torno da educação tem que ter uma perspectiva
de universalidade. Todos têm direito à educação. Quando se diz todos, são todos. Inclusive
para os adolescentes que estão privados de liberdade, adolescentes que estão em
cumprimento de medida socioeducativa, ainda que seja mais drástica, ele tem que receber,
o gestor dessa unidade tem que assegurar o exercício desse direito para os adolescentes que
estão em constrição da liberdade.
2
Material elaborado por Annie Karine Feijó Costa
Portanto, não há possibilidade nem de suspensão, aquilo que acontecia antes, por
exemplo, de um aluno indisciplinado ficará sem vir à escola por 5 ou 6 dias. Não há essa
possibilidade. Não há como se pensar em uma aplicação de penalidade que impeça o exercício
do direito fundamental à educação.
OBJETIVOS
3
Material elaborado por Annie Karine Feijó Costa
Um conteúdo não pode ser lançado de forma solta, esse conteúdo tem que fazer
parte da vida da criança, da vida do adolescente, Portanto, esse é um item que há de ser
considerado na elaboração de uma proposta pedagógica, especialmente na capacitação dos
professores em elegerem suas metodologias a serem trabalhadas em sala de aula.
IGUALDADE
4
Material elaborado por Annie Karine Feijó Costa
É um direito de todos. Além da perspectiva de universalidade, analisamos
também a igualdade. É buscando assegurar essa igualdade, é que se tem no artigo 213, § 1º,
da CRFB/88, não só bolsa em rede privada, se a rede pública não tiver vaga, também para o
atendimento aos portadores de deficiência, temos que pensar nesse viés de inclusão.
Se for possível que seja atendido na rede pública, que os professores estejam
preparados para atender essas necessidades. Podendo também ter escolas especiais. O
importante é que tanto um modelo quanto o outro sejam assegurados em termos de políticas
públicas a fim de efetivamente assegurar a inclusão do portador de deficiência no que toca
ao exercício do direito à educação.
A relação consumerista tem que ser tratada de outra forma. Muitos os casos que
chegam ao portal da justiça com essa questão.
Essas vertentes estão atreladas aos objetivos. Para se alcanças àqueles objetivos
referentes à educação, pontuados no caput do artigo 53 e seus incisos, temos o que
chamamos de vertentes.
5
Material elaborado por Annie Karine Feijó Costa
1. Respeito por seus educadores: Sempre essa vertente, é uma vertente de mão
dupla. Assim como os alunos têm o direito de ser respeitados por seus educadores, os alunos
também têm o dever de respeitar os seus educadores. Comumente se tem notícias de
professor agredindo aluno, aluno agredindo professor, é professor que acha que pode fazer
uso de prática de violência contra seus alunos, especialmente em relação às crianças de tenra
idade, de praticar agressão, de praticar castigos físicos, de, às vezes, praticar tortura, práticas
de crueldade em relação às crianças de tenra idade.
Que esse plano de ensino seja publicizado, seja se tenha um contato com os pais,
com a comunidade escolar a fim de que esse plano de plano de ensino seja construído
conjuntamente. Essa é uma forma de envolver a família nas atividades escolares.
6
Material elaborado por Annie Karine Feijó Costa
4. Acesso à escola pública perto de sua residência: não basta tão somente
assegurar o ingresso de criança e adolescente numa escola. É necessário que se assegure essa
proximidade da escola de sua residência, até para que não se tenha dificuldades para a criança
e o adolescente se desloque para a escola.
Aqui poderíamos colocar todos. Não só a família, mas também a sociedade, mas
também o Estado.
DEVERES DO ESTADO
Talvez o que o Estatuto quis fazer foi dar maior visibilidade ao que a nossa
7
Material elaborado por Annie Karine Feijó Costa
Quando esses alunos estavam fora da faixa etária, eram inseridos num
atendimento especial, cada escola tinha o seu grupo de alunos que estavam fora da faixa e
eram alunos que eram discriminados. E o pior, na seleção de professores para prestar
atendimento a esses alunos, sempre escolhiam os piores professores ou professores com
dificuldade no campo disciplinar e colocavam para estar atendendo a esses alunos.
8
Material elaborado por Annie Karine Feijó Costa
Os pais que não possuem condições de buscar atendimento em creche na rede
particular, necessitam de um atendimento na rede pública. Portanto é um dever do Estado
assegurar creche ou escola para atender crianças nessa faixa etária. Cada vez mais tem que
se ir buscado, aqui no Brasil, avançar o número de vagas em creche e pré- escola.
Art. 53. A criança e o adolescente têm direito à educação, visando ao pleno desenvolvimento de
sua pessoa, preparo para o exercício da cidadania e qualificação para o trabalho, assegurando-se-
lhes:
III - direito de contestar critérios avaliativos, podendo recorrer às instâncias escolares superiores;
V - acesso à escola pública e gratuita, próxima de sua residência, garantindo-se vagas no mesmo
estabelecimento a irmãos que frequentem a mesma etapa ou ciclo de ensino da educação básica.
(Redação dada pela Lei nº 13.845, de 2019)
Parágrafo único. É direito dos pais ou responsáveis ter ciência do processo pedagógico, bem como
participar da definição das propostas educacionais.
I - ensino fundamental, obrigatório e gratuito, inclusive para os que a ele não tiveram acesso na
idade própria;
IV – atendimento em creche e pré-escola às crianças de zero a cinco anos de idade; (Redação dada
pela Lei nº 13.306, de 2016)
V - acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação artística, segundo a
capacidade de cada um;
VI - oferta de ensino noturno regular, adequado às condições do adolescente trabalhador;
9
Material elaborado por Annie Karine Feijó Costa
VII - atendimento no ensino fundamental, através de programas suplementares de material
didático-escolar, transporte, alimentação e assistência à saúde.
§ 2º O não oferecimento do ensino obrigatório pelo poder público ou sua oferta irregular importa
responsabilidade da autoridade competente.
Art. 55. Os pais ou responsável têm a obrigação de matricular seus filhos ou pupilos na rede regular
de ensino.
Art. 57. O poder público estimulará pesquisas, experiências e novas propostas relativas a
calendário, seriação, currículo, metodologia, didática e avaliação, com vistas à inserção de crianças
e adolescentes excluídos do ensino fundamental obrigatório.
Art. 59. Os municípios, com apoio dos estados e da União, estimularão e facilitarão a destinação
de recursos e espaços para programações culturais, esportivas e de lazer voltadas para a infância
e a juventude.
Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada
com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para
o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.
Art. 206. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:
I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;
II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber;
III - pluralismo de idéias e de concepções pedagógicas, e coexistência de instituições públicas e
privadas de ensino;
IV - gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais;
V - valorização dos profissionais da educação escolar, garantidos, na forma da lei, planos de
carreira, com ingresso exclusivamente por concurso público de provas e títulos, aos das redes
públicas;
VI - gestão democrática do ensino público, na forma da lei;
VII - garantia de padrão de qualidade.
10
Material elaborado por Annie Karine Feijó Costa
VIII - piso salarial profissional nacional para os profissionais da educação escolar pública, nos
termos de lei federal. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006)
IX - garantia do direito à educação e à aprendizagem ao longo da vida. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 108, de 2020)
Parágrafo único. A lei disporá sobre as categorias de trabalhadores considerados profissionais da
educação básica e sobre a fixação de prazo para a elaboração ou adequação de seus planos de
carreira, no âmbito da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.
Art. 208. O dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de:
I - educação básica obrigatória e gratuita dos 4 (quatro) aos 17 (dezessete) anos de idade,
assegurada inclusive sua oferta gratuita para todos os que a ela não tiveram acesso na idade
própria; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 59, de 2009) (Vide Emenda
Constitucional nº 59, de 2009)
V - acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação artística, segundo a
capacidade de cada um;
11
Material elaborado por Annie Karine Feijó Costa
Parte 2/3
Para os adolescentes que trabalham a partir dos 16 anos e para aqueles que
exercem a aprendizagem a partir de 14 anos, será possível que ele estude a noite, mas não
no sistema EJA, mas, sim, que se tenha um ensino regular noturno para atender o adolescente
trabalhador. Daria para atender não só o adolescente que tem uma relação de emprego,
como também um adolescente que está na aprendizagem a partir dos 14 anos.
Quando vimos uma das vertentes, que é do acesso ao ensino obrigatório, escola
gratuita e perto de casa, pode ser que a escola não seja tão perto de casa que exista a
necessidade da criança ou adolescente de fazer um deslocamento por meio de uma
condução. Portanto, se não tem a possibilidade de garantir uma vaga para a criança ou
adolescente em uma escola perto da sua casa, cabe ao Estado, e é um dever do Estado,
assegurar programa suplementar de transporte escolar.
12
Material elaborado por Annie Karine Feijó Costa
DEVERES DOS PAIS
Caso não se observe essa obrigação, poderá haver responsabilização cível, criminal e
administrativa.
Art. 1.634. Compete a ambos os pais, qualquer que seja a sua situação conjugal, o pleno
exercício do poder familiar, que consiste em, quanto aos filhos: (Redação dada pela Lei nº 13.058,
de 2014)
II - exercer a guarda unilateral ou compartilhada nos termos do art. 1.584; (Redação dada
pela Lei nº 13.058, de 2014)
III - conceder-lhes ou negar-lhes consentimento para casarem; (Redação dada pela Lei nº
13.058, de 2014)
VI - nomear-lhes tutor por testamento ou documento autêntico, se o outro dos pais não lhe
sobreviver, ou o sobrevivo não puder exercer o poder familiar; (Redação dada pela Lei nº 13.058,
de 2014)
VII - representá-los judicial e extrajudicialmente até os 16 (dezesseis) anos, nos atos da vida
civil, e assisti-los, após essa idade, nos atos em que forem partes, suprindo-lhes o
consentimento; (Redação dada pela Lei nº 13.058, de 2014)
VIII - reclamá-los de quem ilegalmente os detenha; (Incluído pela Lei nº 13.058, de 2014)
IX - exigir que lhes prestem obediência, respeito e os serviços próprios de sua idade e
condição. 13
Material elaborado por Annie Karine Feijó Costa
Uma dessas prerrogativas é acompanhar o filho na educação escolar. Portanto, o
descumprimento dessa prerrogativa parental é possível que se chegue a uma suspensão ou
para os casos mais graves, a destituição do poder familiar.
Na área criminal, temos o artigo 246, do CP, que traz o abandono de intelectual, nos
casos mais complexos. Tem que ser examinado com muito cuidado, pois chamamos o Código
Penal, como ultima ratio, será a última coisa a se buscar.
Abandono intelectual
Art. 246 - Deixar, sem justa causa, de prover à instrução primária de filho em idade escolar:
Na esfera administrativa, temos o artigo 129, V, ECA, com diversas medidas aos pais e
responsáveis Uma das medidas é a obrigação de matricular o filho e acompanhar o
aproveitamento escolar, sob pena de, na esfera administrativa, que sejam penalizados de
acordo com o artigo 429, CP.
Art. 249. Descumprir, dolosa ou culposamente, os deveres inerentes ao pátrio poder poder
familiar ou decorrente de tutela ou guarda, bem assim determinação da autoridade judiciária ou
Conselho Tutelar: (Expressão substituída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Pena - multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se o dobro em caso de
reincidência.
ESCOLA DEMOCRATIZADA
O que se tem é uma relação dialógica entre a comunidade escolar, entre o dirigente
escolar, a equipe técnica, os professores, a comunidade, os alunos, os pais.
A CF, no artigo 206 e o artigo 3º da Lei de Diretrizes e Bases da Educação faz menção
a essa gestão compartilhada da escola com a comunidade. Hoje, quando se fala em projetos
de abrir a escola no final de semana para a comunidade, utilizar o espaço da escolar para o
oferecimento de cursos práticos ou alguns eventos direcionados à comunidade, é porque está
descrito na legislação.
14
Material elaborado por Annie Karine Feijó Costa
Art. 206. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:
I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;
II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber;
III - pluralismo de idéias e de concepções pedagógicas, e coexistência de instituições públicas e
privadas de ensino;
IV - gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais;
V - valorização dos profissionais da educação escolar, garantidos, na forma da lei, planos de carreira,
com ingresso exclusivamente por concurso público de provas e títulos, aos das redes
públicas; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006)
VI - gestão democrática do ensino público, na forma da lei;
VII - garantia de padrão de qualidade.
VIII - piso salarial profissional nacional para os profissionais da educação escolar pública, nos termos
de lei federal. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006)
IX - garantia do direito à educação e à aprendizagem ao longo da vida. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 108, de 2020)
Parágrafo único. A lei disporá sobre as categorias de trabalhadores considerados profissionais da
educação básica e sobre a fixação de prazo para a elaboração ou adequação de seus planos de
carreira, no âmbito da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.
FINANCIAMENTO
15
Material elaborado por Annie Karine Feijó Costa
Art. 212. A União aplicará, anualmente, nunca menos de dezoito, e os Estados, o Distrito
Federal e os Municípios vinte e cinco por cento, no mínimo, da receita resultante de impostos,
compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino.
Essa fiscalização será exercida pelo Ministério Público, porém o Oder Judiciário é
quem acaba exercendo essa fiscalização na medida em o Ministério Público aciona o Poder
Judiciário em decorrência dos seus atos de fiscalização.
SÚMULA N. 209. Compete à Justiça Estadual processar e julgar prefeito por desvio de verba
transferida e incorporada ao patrimônio municipal.
Artigo 53 -A: É fruto de uma alteração legislativa trazido pela Lei n. 13. 840/2019, que
é uma lei que traz um desenho de prevenção ao uso abusivo de drogas. Essa Lei cria a Semana
Nacional de Drogas. Essa semana que é desenvolvida nas escolas, no qual as escolas são
obrigadas a desenvolver atividades no campo da prevenção das drogas, sejam com palestras,
sejam com algumas atividades.
16
Material elaborado por Annie Karine Feijó Costa
Além dessa atividade, temos no artigo 56, as obrigações por parte do dirigente de
estabelecimento de ensino fundamental. A obrigatoriedade é encaminhar para o Conselho
Tutelar as situações de maus tratos, então não há necessidade da escola instaurar
procedimento administrativo para fazer qualquer investigação. Se o professor, se o dirigente
do estabelecimento identifica uma suspeita de maus tratos, cabe a ele fazer a comunicação
ao Conselho Tutelar conforme o artigo 56, I, ECA.
O Conselho Tutelar é quem irá adotar as providências adequadas, seja fazendo uma
pequena investigação quanto à questão e adotando as providências adequadas.
Uma outra situação que gera obrigatoriedade para o dirigente escolar com a
comunicação ao Conselho Tutelar, dos alunos que faltam de forma injustificada. São alunos
infrequentes, que não apresentam justificativas para suas faltas.
Outra obrigação diz respeito ao inciso III, que envolve alunos com repetência, que tem
um determinado nível de repetência e que há necessidade, depois de esgotados os recursos
escolares, verificar o que ocorre na casa do aluno, o que ocorre por meio do Conselho Tutelar.
Art. 245. Deixar o médico, professor ou responsável por estabelecimento de atenção à saúde e de
ensino fundamental, pré-escola ou creche, de comunicar à autoridade competente os casos de que
tenha conhecimento, envolvendo suspeita ou confirmação de maus-tratos contra criança ou ado-
lescente:
Pena - multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se o dobro em caso de reincidência.
17
Material elaborado por Annie Karine Feijó Costa
É uma infração prevista também para os profissionais da área da saúde.
DIREITO À PROFISISONALIZAÇÃO
Temos uma grande articulação entre esses dois direitos fundamentais, porque quando
tratamos dos objetivos ao direito à educação, um dos objetivos é o preparo para o trabalho.
Então, vamos ver aqui, no direito à profissionalização, que também, o legislador ao trabalhar,
ao desenhar essa proteção, atrela a efetividade do direito à educação.
O artigo 60, pode-se observar que, é uma redação de 1990, com o surgimento da
primeira redação do Estatuto da Criança e do Adolescente. Porém, tivemos alteração na nossa
Constituição Federal, em relação a esses marcos etários. Não só para a relação de emprego,
mas também para a idade mínima para a aprendizagem.
A leitura será feita junto com a Constituição Federal que foi alterada pela Emenda n.
20, em 1998.
A idade mínima não é de 14 anos e sim de 16 anos, tal qual aponta nossa Constituição
Federal. A idade mínima para a aprendizagem é aos 14 anos, o que previu o inciso XXXIII, do
artigo 7º, e o artigo 227, §3º, I, da CF.
Art. 60. É proibido qualquer trabalho a menores de quatorze anos de idade, salvo na condição de
aprendiz.
Art. 7º. XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse
particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de
responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do
Estado;
Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem,
com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à
profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e
comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração,
violência, crueldade e opressão.
§ 3º O direito a proteção especial abrangerá os seguintes aspectos:
I - idade mínima de quatorze anos para admissão ao trabalho, observado o disposto no art. 7º, XXXIII;
18
Material elaborado por Annie Karine Feijó Costa
Ainda no campo da profissionalização, há que se destacar o atendimento para o deficiente. O
atendimento previsto no artigo 66 do Estatuto também decorre da CF.
VEDAÇÕES
19
Material elaborado por Annie Karine Feijó Costa
Os direitos trabalhistas são assegurados aos adolescentes como a anotação da CTPS,
férias – que deve coincidir com as férias escolares.
Art. 67. Ao adolescente empregado, aprendiz, em regime familiar de trabalho, aluno de es-
cola técnica, assistido em entidade governamental ou não-governamental, é vedado trabalho:
I - noturno, realizado entre as vinte e duas horas de um dia e as cinco horas do dia seguinte;
III - realizado em locais prejudiciais à sua formação e ao seu desenvolvimento físico, psíquico,
moral e social;
Convenções OIT: 138 e 182 – Temos que ter em mente que a nossa ordem jurídica
tem um cimento no campo dos instrumentos internacionais. No campo da proteção do
trabalho do adolescente, temos essas duas grandes convenções.
A primeira é a Convenção n. 138, que fixa a idade mínima para ter uma relação de
emprego. É uma Convenção que foi complementada pela Convenção 146, também da OIT e
que serve de base para a fixação da idade mínima no Brasil para os dois marcos etários.
A Convenção n. 182 trata das piores formas de exploração do trabalho infantil e coloca
nessas piores formas a prostituição infanto juvenil e das drogas. Portanto, ela é importante
para nós, pois é possível inserir crianças e adolescentes que estejam na prostituição ou
envolvidos em tráfico de drogas, no programa de erradicação do trabalho infantil.
Parte 3/3
MEDIDAS PROTETIVAS
20
Material elaborado por Annie Karine Feijó Costa
Conceito
Essas situações estão arroladas no artigo 98, ECA. Os teóricos costumam afirmar
que esse artigo é o coração do Estatuto, pois traz um conjunto de hipóteses de ameaça ou
violação aos direitos fundamentais que então será possível uma interferência no campo
protetivo.
Exemplo: Uma criança que perambula na rua. Essa criança precisa ser encaminhada para
uma unidade de acolhimento institucional até que se verifique o que está acontecendo com
ela, o que está acontecendo no contexto familiar. Além disso, é uma criança que está fora da
escola e tem um problema de saúde grave, um problema renal.
21
Material elaborado por Annie Karine Feijó Costa
No exemplo acima, vemos 3 medidas cumuladas.
22
Material elaborado por Annie Karine Feijó Costa
Art. 101. Verificada qualquer das hipóteses previstas no art. 98, a autoridade competente
poderá determinar, dentre outras, as seguintes medidas:
VII - acolhimento institucional; (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
VIII - inclusão em programa de acolhimento familiar; (Redação dada pela Lei nº 12.010, de
2009) Vigência
CONSELHO TUTELAR
IX - colocação em família substituta.
23
Material elaborado por Annie Karine Feijó Costa
em situação de risco e, também, medidas aplicáveis aos pais ou responsáveis, dentre aquelas
previstas no artigo 129, ECA.
Características
Atribuições
Também tem a atribuição de atender criança que cometa ato infracional. Quando
se tratar de criança, aquele indivíduo que possua menos de 12 anos de idade, quando pratica
um ato infracional, assim descrito como crime ou contravenção, o Conselho Tutelar terá a
atribuição de aplicar medidas protetivas. É o que aponta o artigo 105 e 136, ECA.
Art. 105. Ao ato infracional praticado por criança corresponderão as medidas previstas no art. 101.
Art. 136. São atribuições do Conselho Tutelar:
I - atender as crianças e adolescentes nas hipóteses previstas nos arts. 98 e 105, aplicando as medidas previstas
no art. 101, I a VII;
II - atender e aconselhar os pais ou responsável, aplicando as medidas previstas no art. 129, I a VII;
III - promover a execução de suas decisões, podendo para tanto:
a) requisitar serviços públicos nas áreas de saúde, educação, serviço social, previdência, trabalho e segurança;
b) representar junto à autoridade judiciária nos casos de descumprimento injustificado de suas deliberações.
IV - encaminhar ao Ministério Público notícia de fato que constitua infração administrativa ou penal contra os
direitos da criança ou adolescente;
V - encaminhar à autoridade judiciária os casos de sua competência;
VI - providenciar a medida estabelecida pela autoridade judiciária, dentre as previstas no art. 101, de I a VI,
para o adolescente autor de ato infracional; VII - expedir notificações;
VIII - requisitar certidões de nascimento e de óbito de criança ou adolescente quando necessário;
IX - assessorar o Poder Executivo local na elaboração da proposta orçamentária para planos e programas de
atendimento dos direitos da criança e do adolescente;
24
Material elaborado por Annie Karine Feijó Costa
X - representar, em nome da pessoa e da família, contra a violação dos direitos previstos no art. 220, § 3º,
inciso II, da Constituição Federal ;
XI - representar ao Ministério Público para efeito das ações de perda ou suspensão do poder familiar, após
esgotadas as possibilidades de manutenção da criança ou do adolescente junto à família natural. (Redação
dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
XII - promover e incentivar, na comunidade e nos grupos profissionais, ações de divulgação e treinamento
para o reconhecimento de sintomas de maus-tratos em crianças e adolescentes. (Incluído pela Lei nº 13.046,
de 2014)
Parágrafo único. Se, no exercício de suas atribuições, o Conselho Tutelar entender necessário o afastamento
do convívio familiar, comunicará incontinenti o fato ao Ministério Público, prestando-lhe informações sobre
os motivos de tal entendimento e as providências tomadas para a orientação, o apoio e a promoção social
da família.
Toda vez que pensarmos em descumprimento de obrigações por parte dos pais
ou responsáveis, vamos ter um leque mais ampliado de repercussão envolvendo a área cível
de família com a destituição do poder familiar, vamos pensar também até na destituição do
tutor, ou a modificação da guarda, por exemplo.
25
Material elaborado por Annie Karine Feijó Costa
na escola, assegurando higiene, alimentação, são todos os deveres arrolados no artigo
mencionado, que uma vez negligenciados é possível até que se tenha uma suspensão ou uma
destituição do poder familiar.
26
Material elaborado por Annie Karine Feijó Costa