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ÉTICA E DIREITO DA COMUNICAÇÃO................................................1
1. Ética.....................................................................1
O que é a ética?.........................................................1
1.1. Diferentes abordagens éticas.............................................1
O dilema do comboio:.....................................................1
1.2. Ética aplicada...........................................................1
2. Comunicação...............................................................2
2.1. O que é a boa comunicação?..............................................2
Boa comunicação:.........................................................2
2.1.1. A necessidade de regulamentação........................................2
2.2. Modelos de Comunicação...................................................3
Modelo de Código:........................................................3
Modelo clássico da comunicação – Shannon....................................3
> Modelo de Código: Limitações..............................................4
Modelo Inferencial:......................................................4
2.2.1. O Princípio da Cooperatividade de Grice:...............................4
Descodificação da tese de Grice:.........................................5
> Máximas Griceanas.........................................................5
2.3. Comunicação Cooperativa..................................................5
Contribuições Cooperativas:..............................................5
> Comunicação Cooperativa:..................................................5
> Comunicação Não Cooperativa:..............................................6
2.4 Comunicação em Contexto...................................................6
Leitura da mente VS Criação de mensagens.................................6
2.5. Atos de Fala.............................................................6
Características Gerais...................................................6
Condições de Felicidade..................................................7
O que é uma força ilocucionária?.........................................7
2.6. Ideais Comunicativos.....................................................7
Apontar para a verdade...................................................7
Apontar para a verdade: sempre?..........................................8
Apontar para a verdade: escolhas de enquadramento........................8
2.6.1. Verdade VS Rigor.......................................................8
Verdade, rigor e objetivos comunicativos.................................8
A verdade e o rigor ao serviço da informação.............................8
Informação verdadeira e rigorosa.........................................9
Informação verdadeira e rigorosa: quem decide?...........................9
Implementar os padrões de verdade e rigor: tão fácil como parece?........9
2.7. Interpretação...........................................................10
O ideal jornalístico da imparcialidade..................................10
2.7.1. Paradigma da Imparcialidade como Equilíbrio...........................11
Deve ser-se imparcial, exceto quando:...................................11
Reportar a verdade ou reportar imparcialmente?..........................11
2.7.2. Audiências............................................................11
Expectativas da audiência...............................................11
2.7.3. Mentir VS Enganar.....................................................12
Inferências Perigosas...................................................12
Como enganar com as palavras............................................12
Aferir a responsabilidade..................................................13
2.8. Padrões Comunicativos na Era Digital....................................13
Quando falsidades se tornam virais......................................13
Padrões epistémicos.....................................................13
Padrões Epistémicos: importância do testemunho..........................13
A importância do testemunho.............................................14
Ambientes de Informação Poluída.........................................14
Aferir a responsabilidade..................................................14
2.8. Padrões Éticos da Comunicação...........................................14
Discurso Livre..........................................................14
São precisos dois para dançar o tango...................................15
Não podes sempre ter aquilo que queres..................................15
O discurso pode causar dano.............................................15
1.Ética
O que é a ética?
A ética diz respeito às reflexões sobre os valores, aos princípios, e aos
padrões da nossa conduta (humana).
Como devemos agir? Exemplos: nunca matar (dever negativo), ajudar aqueles
que necessitam (dever positivo).
Ética deontológica (Kant).
Qual a coisa virtuosa a fazer?
2. Comunicação
O que se quer dizer com “bom”? A escolha da abordagem ética faz uma
grande diferença.
Quem decide? Subjetivo e idiossincrático (ver definição), objetivo e
universal, convencional e relativo à cultura…
O que conta como comunicação?
E a boa comunicação pode significar coisas diferentes, dependendo de:
Boa comunicação:
Depende dos valores ou padrões que adotamos, e como os classificamos a
nível da importância.
Exemplo: maximamente eficiente VS instrumentalmente útil VS virtuoso VS
minimamente prejudicial…
A boa comunicação inclui um leque variado, amplo e distintivo de atividades que
ligam os originadores aos recipientes. Como outras atividades complexas, devem
atender tanto aos padrões técnicos quanto às normas éticas e epistémicas.
Toda a comunicação deve atender a três requisitos técnicos e genéricos para ter
sucesso. O que os originadores procuram comunicar deve ser acessível ao(s)
destinatário(s), deve ser inteligível para eles de forma a apoiar a compreensão
e a interpretação e permitir formas de verificação e contestação.
Modelo de Código:
Modelo clássico da comunicação – Shannon
Modelo Inferencial:
A premissa mais importante do modelo de código diz que: o que queremos dizer é
igual ao que dizemos. Mas isto é falso em muitos (talvez todos) os casos.
Então, como nos percebemos uns aos outros?
H. P. Grice:
Porque confiamos na suposição de que aqueles com quem nos comunicamos
são cooperativos;´
E esta suposição (que é confiável, a maioria das vezes) permite-nos
reconstruir as intenções comunicativas das outras pessoas.
E este reconhecimento das intenções dos outros permite-nos inferir o
que estes querem dizer quando dizem (ou escrevem, gesticulam…) algo.
Por contribuir para a conversa com algo que aparenta ser não cooperativo,
por violar um máximo específico.
Mas fazemo-lo tão abertamente e descaradamente que, portanto, pode ser
reconhecido como uma contribuição cooperativa, afinal.
Falar de um máximo descaradamente gera uma implicação conversacional.
Contribuições Cooperativas:
Os oradores também podem cumprir o Princípio Cooperativo:
Proferir uma (ou mais) frase(s) que obviamente não viole nenhuma máxima.
E precedendo ou seguindo a sua expressão com uma expressão separada (uma
cobertura) para indicar que a expressão de facto viola um máximo
específico.
Por cooperativamente anunciar (no momento, ou depois) que a sua expressão
não deveria ser interpretada como algo literal.
Quando pensamos sobre isso, há imensas expressões em qualquer linguagem que
convencionalmente funcionam como “coberturas”.
Condições de Felicidade
Um guia útil para descobrir qual o ato de fala que está a ser executado: para
cada tipo de ato de fala, há um conjunto específico distinto de condições de
felicidade – condições que devem ser satisfeitas para que o ato de fala seja
bem-sucedido.
2.7. Interpretação
“Interpretar os factos”, num contexto jornalístico, não deve significar:
Adivinhar, inventar
Deliberadamente omitir, enganar para conseguir uma determinada agenda
Promover um ponto de vista próprio, seja abertamente (com o que é dito)
como secretamente (o que é implicado).
2.7.2. Audiências
Expectativas da audiência
As respostas para as questões dependem de quais são as nossas expectativas,
recetores de reportagens jornalísticas não são meramente ou diretamente
factuais.
Como recetores de uma reportagem que é sobre as crenças de terceiros
(individuais ou grupos) sobre um assunto X, esperamos que:
Inferências Perigosas
Uma suposta rede de notícias confiável publica o seguinte:
“A maioria dos cientistas concordam que as alterações climáticas e mostra um
grave risco para o planeta. Mas Lord Lawson, presidente do grupo de campanha do
fórum da política de aquecimento global, diz que não tem havido aumento nos
eventos climáticos extremos e as temperaturas globais têm, de facto, vindo a
descer.”
Porque é isto problemático:
Algo que fazemos com as palavras (pode ser também através de gestos ou
imagens)
Um tipo específico ou uma variedade de enganos: um ato comunicativo leva
a ouvintes ou audiências a alimentar crenças falsas.
Pode ser identificado em contraste: diferente de mentir ou bullshitting
Nós enganamos ao transmitir conteúdo implicitamente: um enunciado
enganoso convida os ouvintes a inferir algo que não está incluido no
conteúdo registado. (Dizer VC Implicar).
Um termo moralmente carregadoÇ em geral, enganar é fazer algo mau.
Mau em que sentido?
Quão mau? Melhor, pior ou igualmente mau como mentir?
Aferir a responsabilidade
O que explica a intuição widespread de que mentir é pior que enganar?
Dentro dos vários resultados: qualquer um pode operar o seu próprio canal
de notícias, sem filtro ou controlo de qualidade.
Por sua vez, isto põe pressão nos próprios canais de notícias: para reter
ou aumentar as audiências estes precisam de se adaptar ao novo ambiente.
Tipicamente a custo da qualidade epistémica das notícias que
disseminam.
E às custas da diversidade: uma grande parte das notícias de uma ampla
gama de editores podem ser rastreadas de volta às mesmas agências e
serviços de rede.
Com pouco ou nenhum controlo de qualidade, a comunicação manipulada e
maliciosa prolifera: desaparecem os padrões éticos...
Padrões epistémicos
Ser capaz de distinguir a verdades das falsidades é importante:
A importância do testemunho
A prominência de testemunho como uma fonte de conhecimento nas nossas vidas
diárias, coletivas e individuais:
Aferir a responsabilidade
Embora haja um princípio da distinção a ser feito entre o ato de disseminar
informação falsa com ou sem intenções manipulativas ou maliciosas, na prática
existe uma fina linha que separa os dois.
Discurso Livre
As preposições chave que garantem as características participatórias das
atividades comunicativas das democracias liberais: