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Soluções de Conflitos
Material Teórico
A Mediação
Revisão Textual:
Prof. Me. Luciano Vieira Francisco
A Mediação
• A Mediação;
• O Mediador e as Técnicas de Mediação;
• Tipos de Mediação.
OBJETIVO DE APRENDIZADO
• Entender o que vem a ser a mediação como meio alternativo de solução de conflitos.
• Conhecer o conceito e os princípios fundamentais da mediação para a sua aplicação,
bem como a sua importância na pacificação dos conflitos.
• Conhecer as principais técnicas utilizadas para a solução dos conflitos por intermé-
dio da mediação.
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
algumas recomendações básicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.
Mantenha o foco!
Evite se distrair com
as redes sociais.
Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.
Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e de se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como seu “momento do estudo”;
No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos e
sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam-
bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão
sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e
de aprendizagem.
UNIDADE A Mediação
A Mediação
Mediação é um instrumento há muito utilizado pela Psicologia como forma de
solução de conflitos individuais e sociais.
O seu sucesso como forma de minimização de conflitos sociais tem sido ressal-
tado em inúmeras situações, por exemplo, nas escolas com relação a eventuais
conflitos entre alunos; em associações de bairro quando do conflito entre morado-
res; além de inúmeras outras oportunidades em que a mediação é recorrida como
técnica de harmonização e solução de conflitos.
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Uma empresa comumente envolve pessoas que convivem diariamente em boa parte de seu
dia. Assim, é fato que as pessoas, embora venham ao local de trabalho para efetivar uma “rela-
ção laboral”, percebam-se inseridas em um contexto comunitário, ou seja, em um ambiente so-
cial, logo, sujeito a conflitos. Assim, não restam dúvidas de que atritos constantes no ambiente
de trabalho podem, com o decorrer do tempo, potencializarem-se, provocando extremos pre-
juízos à produtividade e, consequentemente, à própria organização como um todo.
Pode ser que a causa de os conflitos existirem e se ampliarem – espiral do conflito – seja a
ausência de diálogo entre os colaboradores, daí a importância da intervenção de um terceiro
para justamente abrir tal canal, possibilitando aos profissionais resolverem os seus conflitos.
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UNIDADE A Mediação
Objetivos da Mediação
O objetivo principal da mediação é a aproximação das partes por intermédio
do diálogo conduzido por uma terceira pessoa alheia ao conflito, o mediador,
quem faz com que as partes conflitantes compreendam a necessidade de promo-
verem a autocomposição do conflito, por intermédio de uma das formas que a
mencionada autocomposição pode ser realizada, ou seja, pela desistência, sub-
missão e transação.
Neste caso, a conciliação será empregada na hipótese de não existir uma rela-
ção anterior entre as partes, devendo seguir princípios próprios e que serão refe-
renciados mais adiante.
Importante! Importante!
Por exemplo, o conflito que surge em razão de uma colisão entre dois veículos: as partes
estão em conflito tendo por objetivo responsabilizar o reparo aos danos em seus respec-
tivos automóveis, desejando indenização, pois um imputa ao outro a culpa pelo aciden-
te – note-se, portanto, que não possuíam nenhum vínculo até o momento da colisão.
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Explor
Outro exemplo, um casal decide, por um motivo ou outro, colocar fim à relação conjugal,
ao casamento: dessa ruptura matrimonial alguns conflitos surgem, tais como a divisão do
patrimônio, guarda e pensão alimentícia com relação aos filhos menores etc. Logo, solucio-
nada pela mediação o tocante ao patrimônio, sendo esta condição perene ao casal, pois tais
descendentes corresponderão a uma questão permanente e que reaproximará ambas as
partes em muitos momentos.
Princípios da Mediação
Com relação aos princípios da mediação, serão os mesmos com relação à con-
ciliação, até porque os institutos são muito próximos – trataremos de modo simpli-
ficado, somente para contextualização do estudo da mediação.
Tais princípios são ressaltados pelo Artigo 166 do Código de Processo Civil:
Art. 166 – A conciliação e a mediação são informadas pelos princípios da
independência, da imparcialidade, da autonomia da vontade, da confiden-
cialidade, da oralidade, da informalidade e da decisão informada.
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UNIDADE A Mediação
Figura 1
Fonte: Pixabay
Espera-se que o mediador seja uma pessoa que esteja efetivamente preparada
para conduzir todo o processo de forma eficaz.
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Assim, para uma pessoa atuar como mediador, torna-se necessário observar os
requisitos da Lei n.º 13.140, publicada em 26 de junho de 2015, a qual regula a
atividade de mediador, estabelecendo os seguintes requisitos:
a) O mediador deve ter capacidade civil plena.
b) Ter concluído curso de Graduação, reconhecido oficialmente pelo
Ministério da Educação, a pelo menos dois anos.
c) Ter curso de capacitação para mediador, nos termos do que o Conselho
Nacional de Justiça estabelece, em unidade de ensino reconhecida.
Existem vários métodos que podem ser empregados na mediação para solução
de um conflito, entre os quais tem se destacado uma abordagem de negociação
denominada método de Harvard, desenvolvido por um professor da Universidade
de Harvard, nos Estados Unidos, e difundido pelo livro Como chegar ao sim, de
Roger Fisher, William Ury e Bruce Patton. Tal método é baseado no emprego da
comunicação como ferramenta eficaz na solução de conflitos.
Nessa abordagem é inserida a figura de um “método linear”, o qual procura
aproximar as partes pelo processo de diálogo conduzido pelo mediador. Assim, ob-
jetiva identificar os interesses das partes, criando opções para que possam perceber
pontos que convirjam a um entendimento.
O método de Harvard segue quatro estágios distintos que se somam para a
solução do conflito, a saber:
1. Separar as pessoas e os problemas: o importante no conflito é ver os
interesses envolvidos e não efetivamente quem são as pessoas. Assim,
o mediador, enxergando o problema em si, conduzirá o diálogo entre as
partes com a perspectiva de êxito na solução do conflito;
2. Concentração nos interesses: segundo o mediador, as partes devem estar
envolvidas em demonstrar os seus interesses – e não as suas posições
particulares. Deixar as posições pessoais se sobressaírem frente aos interesses
tornará a solução pela autocomposição mais difícil de acontecer. Por vezes,
visualizar as posições será importante para delimitar quais interesses estão
por trás das quais – daí o uso do questionamento por quê? Mas, assim que
se reconhecer um interesse, a habilidade do mediador será extraí-lo para,
em seguida, bloquear o diálogo pelas posições das partes frente ao conflito;
3. Leque de opções: o uso da criatividade deve ser uma constante ao
mediador, afinal, deve ter a sensibilidade de reconhecer as diversas opções
ávidas em solucionar o conflito. Vejamos como podemos criar tais opções:
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Neste caso, se a mãe tivesse agido como uma mediadora, deveria conhecer o
conflito, verificar e buscar as soluções possíveis, deixando de lado as posições a
respeito do qual.
Outro padrão que pode ser empregado na solução de conflitos pela mediação
é conhecido como modelo transformativo, no qual não existe a construção de
soluções, tratando-se da solução do conflito como um todo, ou seja, buscando que
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a solução se encontre na mudança de concepções das partes envolvidas – vale lem-
brar que na mediação as partes possuem algum tipo de relação anterior.
Buscar a transformação das partes para a solução dos conflitos repercute não
apenas no conflito em debate, mais amplia os laços afetivos, sendo uma boa técni-
ca a ser utilizada na resolução de conflitos familiares.
Um exemplo desse método seria a situação de um casal que pretende se separar, praticar o
Explor
divórcio, sendo que a causa apontada por um dos cônjuges é a total incompatibilidade de
coabitação entre os quais, apontando ser difícil conviver com o outro. Assim, o papel do me-
diador aqui seria visualizar o conflito como um todo, identificando o que pode ser resolvido
por meio de um bom diálogo.
Fazer com que as partes se aproximem e percebam que existem pontos comuns de con-
vivência – e que isto seria um argumento para manter a união – pode servir para estabilizar,
com a mudança de comportamento de uma parte em relação a outra, a transformação de-
sejada, que tende a ampliar a afetividade entre as partes envolvidas. Nesse cenário, pode ser
que o divórcio venha até a ocorrer, mas a relação entre as partes se tornará menos agressiva.
Dito de outra forma, por intermédio da reflexão, o acordo deixa de ser o objeti-
vo principal, sendo a consequência do processo como um todo.
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UNIDADE A Mediação
utilize – ou que esteja mais alinhado –, deverá empregar sempre métodos de uma
comunicação construtiva.
A escuta ativa permite que cada parte escute a outra, ou seja, propicia oportunidade
de falar, pois as pessoas que escutam possibilitam que também possam ser escutadas.
Uma escuta ativa não se resume em ouvir simplesmente; permite que o media-
dor formule hipóteses de como solucionar o conflito, mediante o emprego de uma
das técnicas já vistas.
Por fim, perguntar sem julgamentos nos parece a mais difícil das atitudes, até
porque tratamos aqui de seres humanos – que têm dificuldade em não julgar outrem.
Outra questão importante na mediação é que cada uma das partes terá opor-
tunidade de se comunicar, devendo, assim, respeitar a palavra da outra, a fim de
que não ocorram sobreposições de diálogos, o que prejudicaria a tomada de um
acordo, afinal, tais atitudes provocam desgastes desnecessários, tornando a oportu-
nidade cansativa e potencialmente colocando fim a todo o processo de mediação,
portanto, inviabilizando o acordo.
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Tipos de Mediação
Como já mencionamos, o mediador não deve promover julgamentos, mas pos-
sibilitar o debate entre as pessoas em conflito, ressaltando que a divergência pode
ser solucionada em relações que envolvem mais de duas pessoas.
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Quando firmado o acordo, as partes assumem o compromisso de lhe dar fiel cum-
primento.
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Por sua vez, se o acordo firmado na mediação extrajudicial for encaminhado ao
juiz competente para que seja homologado, salvo a existência de alguma ilegalida-
de, tornar-se-á título executivo-judicial.
Ademais, a mediação judicial ocorre quando uma das partes ou ambas procuram
o Poder Judiciário para a solução do conflito – desse modo, existe um juiz compe-
tente para julgar a ação, quem, por imposição da Lei, determinará a realização de
uma sessão de mediação, a qual somente deixará de ocorrer mediante manifesta-
ção expressa de qualquer das partes.
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UNIDADE A Mediação
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Sites
Portal do Conselho Nacional de Justiça (CNJ)
Conciliação e mediação
https://goo.gl/PPn19e
Vídeos
Juiz da Califórnia, Estados Unidos, explica o uso da mediação judicial
https://youtu.be/u582HoxIChk
Advogada discorre sobre a mediação judicial em casos de divórcio
https://goo.gl/a5iHP7
Leitura
Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015
Código de Processo Civil brasileiro
https://goo.gl/jBJQ4V
Mediadores obtêm acordos em 90% das sessões em Centro de Referência
https://goo.gl/qVYEyu
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Referências
ANDRÉ NETO, A. et al. Negociação e administração de conflitos. 3. ed. São
Paulo, FGV, 2012.
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