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10/10/2023, 21:20 Unicesumar - Ensino a Distância

ATIVIDADE 1 - LHIST - HISTÓRIA DO BRASIL: COLÔNIA - 54/2023


Período:09/10/2023 08:00 a 27/10/2023 23:59 (Horário de Brasília)
Status:ABERTO
Nota máxima:1,00
Gabarito:Gabarito não está liberado!
Nota obtida:

1ª QUESTÃO

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Leia a reportagem a seguir, realizada pelo jornalista Lucas Mendes, da CNN Brasil em 18/09/2023.

STF retoma na quarta-feira (20) julgamento do marco temporal

O Supremo Tribunal Federal (STF) retomará na quarta-feira (20) o julgamento do marco temporal para
demarcação de terras indígenas, com a possibilidade de o Congresso Nacional avançar sobre a proposta no
mesmo dia.

O tema opõe interesses dos povos originários e de ruralistas em torn

No Legislativo, o projeto que institui o marco para demarcação já foi aprovado na Câmara e avança no
Senado. O relator da proposta, senador Marcos Rogério (PL-RO), quer pautar a votação do texto na
Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) no mesmo dia em que o STF retomar o julgamento.

O governo de Mato Grosso já pediu formalmente ao STF que os ministros esperem uma definição dos
congressistas sobre o marco temporal para, só depois, julgar o assunto.

A exceção é quando houver um conflito efetivo sobre a posse da terra em discussão, com circunstâncias de
fato ou “controvérsia possessória judicializada”, no passado e que persistisse até 5 de outubro de 1988.

Há diferenças nos votos contrários ao marco temporal. A proposta de Alexandre de Moraes, por exemplo, é
vista com preocupação por entidades indígenas pela possibilidade de inviabilizar novas demarcações. O
magistrado propôs que haja uma indenização prévia a fazendeiros que tenham ocupado de boa-fé
territórios de povos originários, o que vincularia o procedimento demarcatório ao pagamento pela União
aos ocupantes do local.

Diferentemente de como é hoje, em que os ocupantes da terra têm direito a indenização por eventuais
benfeitorias feitas no território, Moraes propôs que eles sejam indenizados também pelo valor da terra em
si.

Outros ministros contrários ao marco, como Zanin e Barroso, também concordam que deve haver uma
indenização, mas que ela não pode impedir o procedimento de demarcação. O caso em discussão no STF
tem relevância porque será com este processo que os ministros vão definir se a tese do marco temporal é
válida ou não. O que for decidido valerá para todos os casos de demarcação de terras indígenas que
estejam sendo discutidos na Justiça.

Ponto de virada Advogado e coordenador jurídico da Apib (Articulação dos Povos Indígenas do Brasil),
Mauricio Terena considera a proposta de Moraes como um “ponto de virada” no julgamento, a partir do
qual o debate enveredou para elementos que não estavam bem delimitados no escopo do caso, como a
questão da indenização a ruralistas e fazendeiros.

“Se a gente tiver um olhar político para o julgamento, é o ministro Moraes querendo fazer um acordo, uma
conciliação, entre interesses dos povos indígenas e o interesse do agronegócio, dos fazendeiros, que são
uma força política que constitui as relações de poder no país”, disse à CNN.

“Essa conciliação proposta, em nossa leitura, inviabilizaria a demarcação de terras indígenas a partir do
momento em que se cria a figura da indenização prévia”, afirmou, classificando a proposta como “muito
ruim”.

Além da indenização prévia, há outro ponto do voto de Moraes que a organização vê com preocupação: a
possibilidade de “compensação” para o caso de terras em que houver uma ocupação “consolidada” por não
indígenas, em que a demarcação seria contrária ao “interesse público”.

Nessas situações, seria concedido aos indígenas um território equivalente ao de tradicional ocupação. Fora

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as disputas travadas pelos posicionamentos dentro do Supremo, a Apib também tem focalizado sua atenção
no avanço da discussão sobre o marco temporal no Congresso, e a possibilidade de votações no mesmo dia
sobre o assunto. “Votar no mesmo dia no STF e na CCJ seria uma situação de extremo estresse entre os
Poderes”, disse Terena.

“Está claro que as relações que operam no Congresso são do agronegócio e do poder econômico e a
bancada do agro está infeliz de ver que o Supremo está declarando inconstitucional o marco, as esse PL que
tramita no Senado beira o escândalo”.

Além da tese do marco temporal, o projeto de lei prevê a permissão para plantar transgênicos em terras
exploradas pelos povos indígenas; a proibição de ampliar terras indígenas já demarcadas; a adequação dos
processos administrativos de demarcação ainda não concluídos às novas regras e a nulidade da demarcação
que não atenda a essas regras.

Conforme o coordenador jurídico da Apib, as terras indígenas no país ocupam papel central para proteção
ambiental. “Defendemos que esse litígio é um litígio climático. O STF está diante de um litígio que vai
resolver a questão dos povos indígenas, mas também a continuidade da existência humana numa Terra em
que o clima está em colapso”, declarou.

Fonte: https://www.cnnbrasil.com.br/politica/stf-retoma-na-quarta-feira-20-julgamento-do-marco-
temporal/. Acesso em: 19 set. 2023.

Afinal, o que significa o Marco Temporal das terras Indígenas?

Marco temporal é uma tese jurídica segundo a qual os povos indígenas têm direito de ocupar apenas as
terras que ocupavam ou já disputavam em 5 de outubro de 1988, data de promulgação da Constituição.

A tese surgiu em 2009, em parecer da Advocacia-Geral da União sobre a demarcação da reserva Raposa-
Serra do Sol, em Roraima, quando esse critério foi usado.

Em 2003, foi criada a Terra Indígena Ibirama-Laklãnõ, mas uma parte dela, ocupada pelos indígenas Xokleng
e disputada por agricultores, está sendo requerida pelo governo de Santa Catarina no Supremo Tribunal
Federal (STF).

O argumento é que essa área, de aproximadamente 80 mil m², não estava ocupada em 5 de outubro de
1988. Os Xokleng, por sua vez, argumentam que a terra estava desocupada na ocasião porque eles haviam
sido expulsos de lá.

A decisão sobre o caso de Santa Catarina firmará o entendimento do STF para a validade ou não do marco
temporal em todo o País, afetando mais de 80 casos semelhantes e mais de 300 processos de demarcação
de terras indígenas que estão pendentes.

Fonte: https://www.camara.leg.br/noticias/966618-o-que-e-marco-temporal-e-quais-os-argumentos-
favoraveis-e-contrarios/. Acesso em: 19 set. 2023.

A Constituição Brasileira de 1988 assegura aos povos indígenas pela primeira vez o direito de serem índios.
Em linhas gerais, significa que estas populações devem ser protegidas, respeitadas culturalmente,
compreendendo seu modo de vida, sua organização social, seus costumes, suas línguas, crenças e tradições.
Neste documento, também observamos os direitos dos índios sobre suas terras que são considerados como
“direitos originários”, que considera o processo de dominação destes povos no período de colonização de
seu território. Em linhas gerais, cabe a União proporcionar e garantir a segurança das terras indígenas
brasileiras, juntamente com o amparo e fiscalização da Funai.

Contudo, mesmo tendo seus direitos assegurados pela Constituição de 1988, os povos indígenas sempre
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sofreram quanto ao direito de ocupação de suas terras. Esta discussão, que divide opiniões, ganhou força
em 2009 quando a tese do Marco Temporal das Terras Indígenas começou a ser discutida. De lá para cá,
assistimos muitos conflitos, invasões e ataques ao território indígena em diversas partes do país.

Entretanto, foi apenas neste ano que a votação sobre o Marco Temporal das Terras Indígenas será votada
pelo Senado que irá definir o futuro da ocupação das terras de nossos povos originários. Tendo por
referência esta discussão e as opiniões contrárias e a favor deste documento, disserte em uma lauda acerca
dos pontos abaixo:

a) estabeleça uma análise comparando a ocupação das terras indígenas promovida pelos portugueses no
âmbito do processo de colonização e a sua situação atual no Brasil.
b) finalize seu texto se posicionando contra ou a favor do Marco Temporal das Terras Indígenas, justificando
com dados estatísticos e/ou bibliográficos sua opinião.

Orientações:
- Leia as unidades II e III do livro da disciplina.
- Elabore, de forma dissertativa argumentativa, seu posicionamento frente às questões levantadas.
- Seu texto deverá conter no mínimo 15 linhas e no máximo 30 linhas.
- Utilize argumentos convincentes, que expressem sua criticidade.
- Leia novamente o que escreveu, amplie as ideias e conclua sua atividade.
- Realize uma cuidadosa correção ortográfica em seu texto antes de enviá-lo.

ALTERNATIVAS

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