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Marco Temporal - Q&a
Marco Temporal - Q&a
PERGUNTA 6: Caso o marco seja anulado, a FPA pretende tomar alguma atitude ou criar
algum projeto para mudar a maneira como poderão passar a ser feitas as demarcações?
RESPOSTA: Já temos em tramitação o PL 2903/2023 que tem como objetivo colocar em
Lei o Marco Temporal de 1988 e as condicionantes estabelecidas pelo STF no caso da
Terra Indígena Raposa Serra do Sol.
PERGUNTA 8: O Projeto do Marco Temporal (PL 2903/23) significa o fim das demarcações
no país?
No entanto, isso não significa que novas terras ficam inviabilizadas. Novas demarcações
podem ser realizadas a qualquer hora, desde que comprovado a ocupação na data da
promulgação da Constituição, ou que tenha ocorrido esbulho possessório. É importante
ressaltar que 14,1% do território brasileiro já está demarcado como território indígena,
enquanto essa população representa 0,41% da população brasileira (Censo/IBGE -2010)
PERGUNTA 11: O Projeto de lei do Marco Temporal (PL 2903/23) permitirá a venda de
terras brasileiras a estrangeiros?
RESPOSTA: Não há qualquer menção à venda de terras a empresas controladas por
estrangeiros na proposta.
PERGUNTA 12: O que vai acontecer, na prática, quando o marco temporal de 1988 estiver
em Lei como propõe o projeto de lei 2903/23?
RESPOSTA: Haverá a garantia da segurança jurídica nos processos demarcatórios,
equacionando a convivência pacífica entre índios e produtores rurais no campo, através
da confirmação e compatibilização de pressuposto constitucional que é o marco
temporal.
PERGUNTA 13: O Marco Temporal de 1988 define a sobrevivência dos povos indígenas
de alguma forma?
RESPOSTA: De forma alguma! A Constituição de 88 não criou nenhuma terra indígena, ela
apenas reconheceu as terras existentes. Nesse sentido, o projeto deixa muito claro que
novas demarcações são perfeitamente possíveis, desde que comprovada a ocupação por
indígenas na data da promulgação da Constituição de 1988, ou comprovação do esbulho
renitente.
PERGUNTA 15: O Projeto de lei do Marco Temporal (PL 2903/23) contribui para aumentar
o conflito já existente no campo entre indígenas e produtores rurais.
RESPOSTA: A afirmação não poderia estar mais incorreta. O PL 2903/23 visa resolver os
conflitos hoje existentes através da previsibilidade jurídica garantida pelos critérios
objetivos, que cria mecanismos de pacificação com reconhecimento da propriedade rural
alinhado aos 119,8 milhões de hectares de terras indígenas hoje estabelecidos, o que
demonstra que a consolidação do marco temporal não prejudicará os usos e costumes,
dado que já existe um amplo espaço territorial demarcado.
PERGUNTA 16: A terra é historicamente dos indígenas. Por que querem mudar isso?
RESPOSTA: Se a afirmativa é verdadeira, todo brasileiro “não indígena” (algo muito difícil
no Brasil pelo processo de miscigenação), ocupa ilegitimamente uma área indígena. São
muitos os exemplos.
No Rio de Janeiro, a área onde hoje se situam Ipanema e Leblon era ocupada por duas
aldeias da tribo dos Tamoios, que foram dizimadas para a ocupação da região.
Em São Paulo também não é diferente. Em 1500, a área do estado era ocupada por
diversas tribos indígenas. No litoral, do Norte até o centro (hoje região de Santos), eram
os Tamoios e os Tupinambás; do centro mais para o sul eram os Tupiniquins e no extremo
sul do Estado eram os Carijós. Na região do Vale do Ribeira, eram os Goianas, cujo
território abrangia até a região em que hoje se situa a grande São Paulo.
PERGUNTA 18: O Projeto de lei do Marco Temporal (PL 2903/23) acaba com o direito dos
indígenas?
RESPOSTA: A proposta não discute direitos indígenas, ela os reafirma a quem é de direito,
com base na Constituição Federal (Art. 231) e apoiado na jurisprudência do STF (PET
3388/RR, RMS 29.087/DF; RMS 29542/DF e ARE 803462/MS-AgR).