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PRINCÍPIOS DO PROCESSO DO TRABALHO

• Princípio DISPOSITIVO – Regra – Inércia. Magistrado apenas vai agir


quando provocado.
• Magistrado sai da inércia quando exercido o direito de ação. Apresentação
da
petição inicial.
CPC. Art. 2
O processo começa por iniciativa da parte e se desenvolve por impulso
oficial, salvo as
exceções previstas em lei.
• Exceções:
- Superintendência Regional do Trabalho e Emprego remeta cópia do
processo administrativo para a Justiça do Trabalho dando para início a
processo trabalhista contra a falta de anotação da CTPS e
reconhecimento de vínculo empregatício (CLT, Art. 39).
- Execução de ofício para partes não representadas por advogados.
CLT. Art. 878. A execução será promovida pelas partes, permitida a
execução de ofício
pelo juiz ou pelo Presidente do Tribunal apenas nos casos em que as partes
não estiverem
representadas por advogado.
• Princípio INQUISITIVO – Uma vez exercido o direito de ação, tem o Juiz
o dever de realizar os atos processuais de ofício, evitando que o
processo já instaurado permaneça sem a prática de atos processuais.
CLT. Art. 765 - Os Juízos e Tribunais do Trabalho terão ampla liberdade na
direção do
processo e velarão pelo andamento rápido das causas, podendo determinar
qualquer
diligência necessária ao esclarecimento delas.
- Possibilidade do Magistrado conhecer de ofício das matérias de
ordem pública.
Ex. Art. 795 - As nulidades não serão declaradas senão mediante provocação
das partes, as quais deverão argui-las à primeira vez em que tiverem de falar
em audiência ou nos autos.
§ 1o - Deverá, entretanto, ser declarada ex officio a nulidade fundada em
incompetência de foro. Nesse caso, serão considerados nulos os atos
decisórios.
• Princípio da INAFASTABILIDADE DA JURISDIÇÃO
CF. Art. 5, XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou
ameaça
a direito;
- Regra - inexistência de instância administrativa obrigatória.
Art. 625-D. Qualquer demanda de natureza trabalhista será submetida à
Comissão de Conciliação Prévia se, na localidade da prestação de serviços,
houver sido
instituída a Comissão no âmbito da empresa ou do sindicato da
categoria. (Incluído pela Lei no 9.958, de 12.1.2000)
STF – Decisão liminar – ADINs no 2139 e 2160 – Não é obrigatório ao
trabalhador
submeter-se à Comissão de Conciliação Prévia antes do ajuizamento da ação
trabalhista.
• Princípio da CONCILIAÇÃO.
CLT, Art. 764 - Os dissídios individuais ou coletivos submetidos à apreciação
da Justiça
do Trabalho serão sempre sujeitos à conciliação.
- Obrigatoriamente, sob pena de nulidade, a conciliação será
TENTADA pelo juiz do trabalho em dois momentos: na audiência,
antes da apresentação da resposta pela reclamada e após a eventual
apresentação de razões finais
- Também pode haver conciliação em outros momentos. CLT, Art. 764,
§ 3o - É lícito às partes celebrar acordo que ponha termo ao processo, ainda
mesmo depois de encerrado o juízo conciliatório.
Súmula no 418 do TST - A homologação de acordo constitui faculdade do juiz,
inexistindo direito líquido e certo tutelável pela via do mandado de segurança.
- Homologação de acordo → extinção do processo com resolução do
mérito.
Celebrado o acordo, será lavrado o termo de conciliação, que é
considerado título executivo judicial.
Art. 831 - A decisão será proferida depois de rejeitada pelas partes a proposta
de conciliação.
Parágrafo único. No caso de conciliação, o termo que for lavrado valerá como
decisão irrecorrível,
salvo para a Previdência Social quanto às contribuições que lhe forem devidas.
Súmula no 259 do TST - Só por ação rescisória é impugnável o termo de
conciliação
previsto no parágrafo único do art. 831 da CLT.
• Princípio do PROTECIONISMO TEMPERADO.
Objetiva proteger o trabalhador assegurando prerrogativas processuais
devido à hipossuficiência que possui.
Ex. Depósito recursal exigido apenas do empregador.
Ex2. Recursos sem efeito suspensivo, possibilitando a liquidação ou execução
provisória de imediato.
Ex.: a ausência do reclamante na audiência inaugural provoca o arquivamento
da
reclamação, enquanto a ausência do reclamado implica a revelia e a
consequente
confissão ficta.
- O princípio da proteção (direito do trabalho) pode ser aplicado ao processo do
trabalho? Sim. O processo do trabalho é um instrumento de realização do
direito material. Influência principalmente informadora.
- NÃO poderá ser utilizado no campo probatório.
• Princípio do JUS POSTULANDI.
Direito de postular em juízo sem a necessidade de advogado.
Art. 791 - Os empregados e os empregadores poderão reclamar pessoalmente
perante
a Justiça do Trabalho e acompanhar as suas reclamações até o final.
Exceções – Mandado de Segurança, Rescisória, Cautelar (típicas do
processo civil); e TST.
Súmula no 425 do TST - O jus postulandi das partes, estabelecido no art. 791
da
CLT, limita-se às Varas do Trabalho e aos Tribunais Regionais do Trabalho,
não
alcançando a ação rescisória, a ação cautelar, o mandado de segurança e os
recursos de competência do Tribunal Superior do Trabalho.
- Reforma – nova exceção - Acordo de homologação extrajudicial.
• Princípio da LEALDADE PROCESSUAL.
CPC, Art. 5
o Aquele que de qualquer forma participa do processo deve comportar-se de
acordo com a boa-fé.
- Reforma trabalhista insere na CLT a Seção IV-A - Da Responsabilidade por
Dano
Processual.
Art. 793-A. Responde por perdas e danos aquele que litigar de má-fé como
reclamante,
reclamado ou interveniente.
Art. 793-B. Considera-se litigante de má-fé aquele que:
I - deduzir pretensão ou defesa contra texto expresso de lei ou fato
incontroverso;
II - alterar a verdade dos fatos;
III - usar do processo para conseguir objetivo ilegal;
IV - opuser resistência injustificada ao andamento do processo;
V - proceder de modo temerário em qualquer incidente ou ato do processo;
VI - provocar incidente manifestamente infundado;
VII - interpuser recurso com intuito manifestamente protelatório.
Art. 793-C. De ofício ou a requerimento, o juízo condenará o litigante de má-fé
a
pagar multa, que deverá ser superior a 1% (um por cento) e inferior a 10% (dez
por
cento) do valor corrigido da causa, a indenizar a parte contrária pelos prejuízos
que
esta sofreu e a arcar com os honorários advocatícios e com todas as despesas
que
efetuou. (...)
Art. 793-D. Aplica-se a multa prevista no art. 793-C desta Consolidação à
testemunha
que intencionalmente alterar a verdade dos fatos ou omitir fatos essenciais ao
julgamento da causa.
Parágrafo único. A execução da multa prevista neste artigo dar-se-á nos
mesmos
autos.
• Princípio da CELERIDADE.
Acentuado no processo do trabalho.
• Princípio da INFORMALIDADE.
O procedimento a ser seguido na Justiça do Trabalho é, em regra, informal.
- Petição inicial e contestação verbais (arts. 840 e 846 da CLT);
- Comparecimento das testemunhas independentemente de intimação (art. 825
da
CLT);
- Ausência de despacho de recebimento da inicial, sendo a notificação inicial
ato
próprio da Secretaria (art. 841 da CLT);
- Recurso por simples petição (art. 791 da CLT);
- Jus postulandi (art. 791 da CLT);
- Imediatidade entre o juiz e a parte na audiência;
- Linguagem mais simplificada no processo do trabalho.
• Princípio da ORALIDADE.
A palavra falada no processo do trabalho tem grande prevalência.
Art. 840 - A reclamação poderá ser escrita ou verbal.
Art. 847 - Não havendo acordo, o reclamado terá vinte minutos para aduzir sua
defesa, após a leitura
da reclamação, quando esta não for dispensada por ambas as partes.
Parágrafo único. A parte poderá apresentar defesa escrita pelo sistema de
processo judicial eletrônico
até a audiência.
Art. 850 - Terminada a instrução, poderão as partes aduzir razões finais, em
prazo não excedente de 10
(dez) minutos para cada uma. Em seguida, o juiz ou presidente renovará a
proposta de conciliação, e
não se realizando esta, será proferida a decisão.
Art. 831 - A decisão será proferida depois de rejeitada pelas partes a proposta
de conciliação.
Art. 851 - Os tramites de instrução e julgamento da reclamação serão
resumidos em ata, de que
constará, na íntegra, a decisão.
Art. 795 - As nulidades não serão declaradas senão mediante provocação das
partes, as quais deverão
argui-las à primeira vez em que tiverem de falar em audiência ou nos autos.
• Princípio da IRRECORRIBILIDADE IMEDIATA DAS DECISÕES
INTERLOCUTÓRIAS.
- Decisões interlocutórias não são recorríveis de imediato, somente permitindo-
se a
apreciação do seu merecimento em recurso de decisão definitiva.
- Busca a celeridade.
CLT, art. 893, §1o. Os incidentes do processo são resolvidos pelo próprio Juízo
ou
Tribunal, admitindo-se a apreciação do merecimento das decisões
interlocutórias
somente em recursos da decisão definitiva.
• Princípio da CONCENTRAÇÃO DOS ATOS PROCESSUAIS.
Processo civil – atos processuais separados.
Processo do trabalho – atos concentrados → + celeridade.
Atos concentrados na audiência.
Processo do trabalho pensado pelo legislador.
Apresentada petição inicial → Notificação do reclamado para comparecimento
em
audiência (não se fala em citação no processo do trabalho).
Art. 849 - A audiência de julgamento será contínua; mas, se não for possível,
por
motivo de força maior, concluí-la no mesmo dia, o juiz ou presidente marcará a
sua
continuação para a primeira desimpedida, independentemente de nova
notificação.
Regra: Audiência UNA

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