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29/11/2023, 14:37 UA6 - A usucapião constitucional rural e os contratos agrários

UA6 - A usucapião constitucional rural e os contratos agrários

Site: Ambiente Virtual de Aprendizagem Impresso por: Mohab Victor Cruz Januário
Curso: Direito Agrário Data: quarta, 29 nov 2023, 14:37
Livro: UA6 - A usucapião constitucional rural e os contratos agrários

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Descrição

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Índice

1. A usucapião constitucional rural e os contratos agrários

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1. A usucapião constitucional rural e os contratos agrários

Apresentação

Este material didático faz parte da disciplina de Direito Agrário. O material tem o intuito de facilitar sua aprendizagem de forma autônoma, e foi
elaborado de forma dinâmica a fim de tornar seu estudo ainda mais eficaz, abordando conteúdos selecionados para o enriquecimento de seu
conhecimento.

Sendo assim, essa Unidade de Aprendizagem 6 tem como objetivo:

Analisar A USUCAPIÃO CONSTITUCIONAL RURAL E OS CONTRATOS AGRÁRIOS e outras peculiaridades do tema proposto.

Conheça a conteudista

Prezados Alunos(as),

Sou a Profa. Juliana Aroeira Braga Duarte Ferreira possuo graduação em Direito pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais
(2000). Mestre em Direito Empresarial pela Faculdade Milton Campos.

Atualmente sou professora da Universidade Santa Úrsula-RJ onde atuo como coordenadora do NEAD, professora do curso de Direito,
Engenharia de Produção e Administração.

Com experiência acadêmica em docência superior por mais de 17 anos.

Leciono as disciplinas Tópicos em Direito e Processo do trabalho, Direito Civil, Direito do Trabalho, Direito Empresarial, Direito Constitucional,
Tópicos em Direito Público , Direito do trabalho e Previdenciário, Direito tributário e Tópicos especiais do direito, Direito Agrário e Análise
Econômica do direito.

E-mail para contato: juliana.braga@usu.edu.br

Abs.

Unidade de aprendizagem 6

CONTEÚDO DA UNIDADE

O objeto da Unidade de aprendizagem 6 é analisar A USUCAPIÃO CONSTITUCIONAL RURAL E OS CONTRATOS AGRÁRIOS e outras
peculiaridades do tema proposto.

A USUCAPIÃO CONSTITUCIONAL RURAL

CONCEITO

A usucapião é uma forma originária de aquisição da propriedade pelo exercício da posse com animus domini durante tempo mínimo,
associado ao cumprimento de outros requisitos.

Segundo Michel Havrenne, a usucapião consiste na aquisição da propriedade imóvel pelo decurso do tempo. Trata-se de modo originário de
obtenção da propriedade, sem a existência de vínculos com o antigo dono. Ela vincula-se sobremaneira à reforma agrária, já que é uma das
formas de democratização do acesso à terra, além de conferir o cumprimento da função social da posse.

Conforme o art. 191 da CF/88, tem-se:

Art. 191. Aquele que, não sendo proprietário de imóvel rural ou urbano, possua como seu, por cinco anos ininterruptos, sem oposição, área de
terra, em zona rural, não superior a cinquenta hectares, tornando-a produtiva por seu trabalho ou de sua família, tendo nela sua moradia,
adquirir-lhe-á a propriedade. Parágrafo único. Os imóveis públicos não serão adquiridos por usucapião.

Obs.: as terras devolutas, por serem terras públicas, não podem ser usucapidas.

Em redação idêntica à Carta Magna, o art. 1239 do Código Civil também prevê que:

Art. 1.239. Aquele que, não sendo proprietário de imóvel rural ou urbano, possua como sua, por cinco anos ininterruptos, sem oposição, área
de terra em zona rural não superior a cinquenta hectares, tornando-a produtiva por seu trabalho ou de sua família, tendo nela sua moradia,
adquirir-lhe-á a propriedade.

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CUIDADO: Haja vista os dispositivos normativos acima expostos, sobretudo o trecho “área de terra em zona rural”, de acordo com o
posicionamento do prof. André Lopes, pode-se inferir que NÃO é possível a usucapião de imóvel rural localizado em zona urbana.

CUIDADO: Neste caso, não se adota o critério da destinação do imóvel rural, mas sim da localização do imóvel.

CUIDADO: É mister salientar, por fim, que segundo a doutrina majoritária, as posses anteriores ao advento da CF/88 podem ser utilizadas
para o reconhecimento da usucapião rural.

REQUISITOS

Posse mansa e pacífica por 5 anos;

CUIDADO : a posse justa ou mesmo injusta também é apta a gerar a usucapião. Assim, basta que não haja resistência, de modo que a posse
não precisa ser, necessariamente, justa, mas sim pacífica.

Imóvel localizado em área rural;

Conforme apontado anteriormente, no caso da usucapião rural, adota-se o critério de imóvel rural em razão da localização, e não da
destinação/finalidade.

Imóvel cuja área não seja superior a 50 hectares;

CUIDADO : Imperioso salientar que também é possível que haja a usucapião em áreas inferiores ao módulo rural. Sobre o tema, destaca-se o
seguinte julgado:

Determinada pessoa preencheu os requisitos para obter o direito à usucapião especial rural, prevista no art. 191 da CF/88. Ocorre que o juiz
negou o pedido alegando que a área usucapienda era muito inferior ao mínimo legal permitido para desmembramento ou divisão de gleba
rural. Em outras palavras, o magistrado argumentou, que apesar de o autor preencher os requisitos constitucionais, a legislação não permite
que uma área tão pequena seja desmembrada e se torne um imóvel com matrícula própria. A decisão do magistrado está correta? O fato de
haver essa limitação na legislação infraconstitucional impede que a pessoa tenha direito à usucapião especial rural? NÃO. Presentes os
requisitos exigidos no art. 191 da CF/88, o imóvel rural cuja área seja inferior ao "módulo rural" estabelecido para a região poderá ser
adquirido por meio de usucapião especial rural. A CF/88, ao instituir a usucapião rural, prescreveu um limite máximo de área a ser usucapida,
sem impor um tamanho mínimo. Assim, estando presentes todos os requisitos exigidos pelo texto constitucional, não se pode negar a
usucapião alegando que o imóvel é inferior ao módulo rural previsto para a região. STJ 4ª Turma REsp 1040296-ES, Rel originário Min Marco
Buzzi, Rel para acórdão Min Luis Felipe Salomão, julgado em 2/6/2015(Info 566).

O beneficiário não pode ter outro imóvel (nem urbano nem rural);

O beneficiário da usucapião deve tornar a área produtiva por seu trabalho ou do trabalho de sua família;

O beneficiário deve residir no imóvel.

CUIDADO : a doutrina majoritária admite a contagem de tempo de posse anterior à Constituição de 1988.

ÁREAS PROIBIDAS DE USUCAPIÃO

Áreas públicas (art. 191 da CF/88);

Art. 191, Parágrafo único. Os imóveis públicos não serão adquiridos por usucapião.

Segundo Michel Havrenne, pouco interessa a destinação destes bens públicos, se de uso comum do povo, de uso especial ou dominicais. Em
outras palavras, sendo bens públicos, não é possível a usucapião.

Áreas de interesse ecológico (art. 3º da Lei 6.969/81);

Áreas indispensáveis à segurança nacional (art. 3º da Lei 6.969/81);

Áreas habitadas por silvícolas (art. 3º da Lei 6.969/81).

Art. 3º - A usucapião especial não ocorrerá nas áreas indispensáveis à segurança nacional, nas terras habitadas por silvícolas, nem nas áreas
de interesse ecológico, consideradas como tais as reservas biológicas ou florestais e os parques nacionais, estaduais ou municipais, assim
declarados pelo Poder Executivo, assegurada aos atuais ocupantes a preferência para assentamento em outras regiões, pelo órgão
competente.

AÇÃO JUDICIAL DE USUCAPIÃO

A regra é que a ação de usucapião rural deverá ser ajuizada na Justiça Comum estadual, no foro da situação do imóvel.

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CUIDADO : Excepcionalmente, caso haja interesse da União e no foro da situação do imóvel tiver vara da Justiça Federal, será nesta justiça
que o feito tramitará. Caso não exista vara da Justiça Federal, a ação tramitará na Justiça Estadual.

Nesse caso, o recurso de apelação será dirigido ao Tribunal Regional Federal, nos termos do art. 109 da CF/88 c/c art. 4º, caput e § 1º da Lei
6.969/81.

Importante frisar que a usucapião pode ser provocada em sede de contestação como matéria de defesa, de acordo com a Súmula 237 do
STF. Além disso, a sentença que reconhecer a aquisição do imóvel pela usucapião tem natureza jurídica declaratória.

CONTRATOS AGRÁRIOS

CONCEITO

São manifestações de vontade firmadas com a finalidade de adquirir, resguardar, modificar ou extinguir direitos e obrigações relativos à
produtividade da terra ou ao imóvel rural.

O objeto do contrato agrário será sempre o imóvel rural, com a finalidade de implementar a atividade agrícola.

Frisa-se que os contratos agrários podem ser divididos em típicos e atípicos.

CUIDADO : Os contratos típicos são aqueles que possuem uma regulação agrária específica e detalhada, e são 2: o arrendamento e as
parcerias.

Os atípicos, por sua vez, são o comodato rural, o pastoreio ou invernagem, o leasing agrário, dentre outros. Os arts. 92 a 96 do Estatuto da
Terra bem como o art. 13 da Lei 4.947/66 e o Decreto 59.566/66 tratam dos contratos agrários.

CUIDADO : O Código Civil possui aplicação subsidiária, conforme art. 92, § 9º da Lei 4.504/64.

Ressalta-se, ainda, que para qualquer modalidade contratual diversa dos contratos de arrendamento e parceria, que disciplinem o uso ou
posse temporária da terra, serão observadas pelo proprietário do imóvel as regras aplicáveis ao arrendamento e à parceria (art. 39 do Decreto
59.566/66.

CARACTERÍSTICAS

Dentre as características dos contratos agrários, é possível destacar que eles são:

1) Consensuais: direitos e obrigações surgem com o simples consentimento das partes.

2) De trato sucessivo: obrigações continuadas, que não se encerram em uma única transação.

3) Bilaterais: obrigações recíprocas das partes.

4) Informais (não solenes): é comum que sejam de forma escrita e devem ser registrados, mas a lei não exige de maneira clara forma
específica.

5) Onerosos: as partes envolvidas visam lucros, havendo responsabilidade para ambas as partes (com exceção do contrato de comodato).

6) Limitação à liberdade de contratar: a lei impõe diversas garantias ao hipossuficiente na relação (dirigismo estatal), limitando a autonomia da
vontade. Há, portanto, indisponibilidade do interesse público, pois há que se respeitar certas cláusulas obrigatórias.

7) Comutativos: possuem benefícios mútuos.

PARTES CONTRATANTES

As partes nos contratos são, de um lado, o proprietário ou possuidor e, de outro, aquele que vai exercer a atividade agrária (agrícola,
pecuária, extrativa, etc.).

Ambos podem ser pessoas jurídicas ou físicas.

CLÁUSULAS OBRIGATÓRIAS

As cláusulas obrigatórias estão elencadas no art.13 do Decreto 59.566/66 c/c arts. 93 a 96 do Estatuto da Terra e art. 13 da Lei 4.947/66,
sendo elas:

1) Conservação dos recursos naturais;

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2) Estipulação dos prazos mínimos de acordo com o objeto da contratação;

3) Observância de disposições do Código Florestal;

4) Exigência de práticas agrícolas;

5) Fixação do preço do arrendamento;

6) Fixação das condições de partilha dos frutos, produtos ou lucros havidos na parceria;

7) Observância de normas dirigidas à renovação ou prorrogação dos contratos;

8) Observância de normas condizentes às causas de extinção ou rescisão contratual;

9) Observância de normas determinantes do direito e das formas de indenização quanto às benfeitorias realizadas e quanto aos danos
substanciais causados pelo parceiro outorgante;

10) Observância de normas de proteção social e econômica dos arrendatários e dos parceiros-outorgados;

11) Observância de normas pertinentes ao direito e oportunidade de dispor dos frutos ou produtos repartidos na forma indicada pelo art. 96, v,
f, do Estatuto da Terra.

CONTRATOS TÍPICOS

ARRENDAMENTO RURAL

O arrendamento rural é uma espécie de contrato agrário típico que está previsto no Estatuto da Terra e no Decreto 59.566/66.

De acordo com o art. 3º do Decreto 59.566/66, o arrendamento rural é o contrato agrário pelo qual uma pessoa (física ou jurídica, denominada
arrendante) se obriga a ceder à outra (arrendatário), por tempo determinado ou não, o uso e gozo de imóvel rural, parte ou partes do mesmo,
incluindo, ou não, outros bens, benfeitorias e/ou facilidades, com o objetivo de nele ser exercida atividade de exploração agrícola, pecuária,
agroindustrial, extrativa ou mista, mediante certa retribuição ou aluguel, observados os limites percentuais da lei.

Nesse contrato, o arrendatário paga ao arrendador um preço (uma espécie de “aluguel”) para poder explorar a terra. Assim, assemelha-se o
arrendamento a uma locação de imóvel rural, para fins de exploração agrária, desde logo firmando-se a obrigação certa de retribuição.

Diante dessa característica, realça-se o caráter de comutatividade do arrendamento rural, ou seja, a remuneração do arrendador não depende
do resultado obtido pelo arrendatário, conforme defende Scaff.

As normas relativas ao arrendamento rural devem ser concebidas como normas subsidiárias em relação aos demais contratos agrários (art.
96, VII do Estatuto da Terra e art. 39 do Decreto 59.566/66).

Dentre os principais aspectos do contrato de arrendamento rural, pode-se evidenciar:

1) Partes contratantes: os arrendatários serão vistos, sempre, como cultivadores diretos, ou seja, deverão suportar os riscos da exploração da
terra, custeando as despesas necessárias (art. 7º do Decreto 59.566/66).

2) Objeto do contrato: a cessão do uso e do gozo do imóvel rural.

3) Ônus e bônus: as vantagens e os riscos do negócio ficam por conta do arrendatário.

CUIDADO :O que o arrendante deseja, por sua vez, é o recebimento do valor estipulado, que se assemelha ao aluguel.

4) Forma escrita ou verbal: o contrato de arrendamento rural poderá ser realizado de forma escrita ou verbal, de forma tácita ou não.

5) Prazo mínimo: está estipulado no art. 13 do Decreto 59.566/66 c/c artigo 95, II do Estatuto da Terra:

a) Arrendamento em que ocorra atividade de exploração de lavoura temporária e ou de pecuária de pequeno e médio porte: 03 anos.

b) Arrendamento em que ocorra atividade de exploração de lavoura permanente e ou de pecuária de grande porte para cria, recria, engorda
ou extração de matérias primas de origem animal: 05 anos.

c) Arrendamento em que ocorre atividade de exploração florestal: 07 anos.

d) Arrendamento feito por prazo indeterminado: 03 anos.

CUIDADO : O contrato de arrendamento não necessita ser registrado para ter validade, visto que não é solene. Entretanto, caso as partes
queiram se beneficiar das linhas de crédito oficiais, devem registrar o contrato perante o INCRA, pois o financiamento público requer o
Certificado de Uso Temporário da Terra, documento que é expedido após o registro do contrato no ente em questão (INCRA), razão pela qual,
nessa hipótese, o contrato deve ser formal e solene.

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CUIDADO : Ademais, a alienação ou oneração do imóvel objeto do arrendamento não gera a interrupção do contrato, ficando o
adquirente/beneficiário sub-rogado nos direitos e obrigações do alienante/instituidor do ônus.

CUIDADO : Acrescente-se, por fim, que o arrendatário tem o direito de preferência na aquisição do imóvel rural arrendado. Caso o proprietário
tenha a intenção de alienar o imóvel, deverá notificar o arrendatário, para, no prazo de 30 dias, exercer o seu direito (art. 45 do Decreto
59.566/66).

PARCERIA RURAL

Contrato agrário pelo qual uma pessoa (parceiro-outorgante) se obriga a ceder à outra (parceiro-outorgado), por tempo determinado ou não, o
uso específico de imóvel rural, de parte ou partes dele, incluindo, ou não, benfeitorias, outros bens e/ou facilidades, com o objetivo de nele ser
exercida atividade de exploração agrícola, pecuária, agroindustrial, extrativa vegetal ou mista; e/ou lhe entrega animais para cria, recria,
invernagem, engorda ou extração de matérias-primas de origem animal, mediante partilha, isolada ou cumulativamente, dos seguintes riscos
divididos:

1) Caso fortuito e de força maior do empreendimento rural;

2) Dos frutos, produtos ou lucros havidos nas proporções que estipularem, observados os limites percentuais estabelecidos em lei; 3)
Variações de preço dos frutos obtidos na exploração do empreendimento rural.

CUIDADO : Aqui, de forma diversa do arrendamento rural, não há a transferência total dos riscos do empreendimento para o arrendatário.

CUIDADO : Em razão disso, a parceria rural assemelha-se a um contrato de sociedade.

Com efeito, deve-se ter em mente que a parceria rural gera uma sociedade entre as partes contratantes. No que tange às características da
parceria rural, evidencia-se que:

1) Objeto: recai sobre o uso específico de imóvel rural, de parte ou partes do mesmo, incluindo, ou não, benfeitorias, outros bens e/ou
facilidades.

2) Ônus e bônus: há o compartilhamento, isolada ou cumulativamente, dos riscos relativos ao caso fortuito, a força maior, aos frutos, aos
produtos aos lucros ou à variação de preço dos frutos decorrentes do empreendimento.

3) Prazo mínimo: se as partes não tiverem convencionado de forma diversa, o prazo mínimo será de 3 anos, assegurado ao parceiro o direito
à conclusão da colheita.

CUIDADO : Tal prazo não se aplica à parceria agroindustrial, de aves e suínos, que serão regulados por lei própria.

O contrato deverá garantir a proteção social e econômica do parceiro outorgado e, para isso deverá observar as seguintes disposições (artigo
13, VII do Decreto 59.566/66):

1)Concordância do parceiro-outorgante à solicitação de crédito rural feita pelos parceiros outorgados;

CUIDADO : Ressalta-se, todavia, que independe da concordância da outra parte, nos contratos escritos, a realização de empréstimo sob
penhor agrícola da parte dos frutos que cabe ao tomador do empréstimo.

CUIDADO : Para que o penhor abranja a cota de frutos da outra parte, deverá haver consentimento deste outro contratante, a não ser que
conste tal autorização no contrato registrado em Registro Público (arts. 55 e 56 do Decreto).

2) Proibição de prestação do serviço gratuito pelo parceiro-outorgado;

3) Proibição de exclusividade da venda dos frutos ou produtos ao parceiro-outorgante;

4) Proibição de obrigatoriedade do beneficiamento da produção em estabelecimento determinado pelo parceiro-outorgante;

5) Proibição de obrigatoriedade da aquisição de gêneros e utilidades em armazéns ou barracões determinados pelo parceiro-outorgante;

6) Proibição de aceitação pelo parceiro-outorgado do pagamento de sua parte em ordens, vales, borós, ou qualquer outra forma regional
substitutiva da moeda.

As partes podem convencionar o adiantamento do montante prefixado (que, inclusive, pode ser feito em quantidade ou volume, desde que, ao
final do contrato, seja realizado o reajustamento do percentual fixado), o que não descaracteriza o contrato de parceria, conforme determina
os parágrafos 2º e 3º do art. 96 do Estatuto da Terra.

CUIDADO : Além disso, o parceiro-outorgante deve assegurar ao parceiro-outorgado que residir no imóvel rural, e para atender ao uso
exclusivo da família deste, casa de moradia higiênica e área suficiente para horta e criação de animais de pequeno porte (art. 48, § 1º do do
Decreto 59.566/66).

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Dica da Professora

LEITURA DA LEI Nº 8.629, DE 25 DE FEVEREIRO DE 1993: Dispõe sobre a regulamentação dos dispositivos constitucionais relativos à
reforma agrária, previstos no Capítulo III, Título VII, da Constituição Federal.

LEITURA DO ESTATUTO DA TERRA : LEI Nº 4.504, DE 30 DE NOVEMBRO DE 1964: A lei regula os direitos e obrigações concernentes aos
bens imóveis rurais, para os fins de execução da Reforma Agrária e promoção da Política Agrícola.

LEITURA DA Lei n. 6.969, de 10.12.1981 que previu seus aspectos materiais e processuais do Usucapião agrário

Exercícios de Fixação

QUESTÃO Nº 1 - Francisco Augusto ajuizou ação de usucapião agrário. Ele não é proprietário de imóvel rural ou urbano, e possuiu como sua,
por cinco anos ininterruptos, sem oposição, área de terra em zona rural, tornando-a produtiva por seu trabalho ou de sua família, tendo nela
sua moradia. Durante a instrução, verificou-se, contudo, que a posse agrária é exercida sobre uma área de noventa hectares. A ação deverá
ser julgada

A) parcialmente procedente para constituir a propriedade apenas em relação a cinquenta hectares.

B) extinta, sem resolução de mérito, por falta de interesse de agir.

C) procedente.

D) parcialmente procedente para declarar a propriedade apenas em relação a cinquenta hectares.

E) improcedente.

QUESTÃO Nº 2 - Nos termos da Lei nº 6.969/1981 e da Constituição Federal, assinale a alternativa correta.

A) A usucapião especial referida por essa Lei abrange as terras públicas e particulares, em geral, sem prejuízo de outros direitos conferidos ao
posseiro, pelo Estatuto da Terra ou pelas leis que dispõem sobre processo discriminatório de terras devolutas.

B) A aquisição do domínio da área rural, por meio da usucapião especial, preenchidas as condições estabelecidas na Lei e na Constituição
Federal, independem de justo título e boa fé do adquirente.

C) Todo aquele que, mesmo sendo proprietário urbano, possuir como sua, por cinco anos ininterruptos, área rural contínua, tornando-a
produtiva por seu trabalho, tendo nela sua moradia, adquirir-lhe-á a propriedade.

D) O benefício da assistência judiciária gratuita na ação de usucapião especial não abrange as custas do cartório de Registro de Imóveis.

E) A usucapião especial de terras devolutas não pode ser reconhecida administrativamente, devendo ser reconhecida judicialmente, na
comarca da situação do imóvel.

QUESTÃO Nº 3 - Determinado indivíduo, não sendo proprietário rural nem urbano, possui como sua, por mais de cinco anos ininterruptos,
sem oposição, área rural contínua de vinte hectares. Tal indivíduo tornou a área produtiva com seu trabalho e nela fez sua morada.Nessa
situação, o referido indivíduo poderá adquirir o domínio da referida área rural mediante o instituto denominado

A) enfiteuse.

B) anticrese.

C) averbação rural.

D) procedimento sumário.

E) usucapião especial.

QUESTÃO Nº 4 - Analise as assertivas abaixo e assinale a alternativa CORRETA:

A) A aquisição da propriedade mediante usucapião de imóvel rural, não superior a cinquenta hectares, além da posse por cinco anos
ininterruptos, sem oposição, depende da existência de justo título e da destinação do bem à moradia familiar.

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B) A pequena e média propriedade rural é insuscetível de desapropriação para os fins de reforma agrária, ainda que o seu proprietário seja
possuidor de outra.

C) Sendo o imóvel rural possuído superior a cinquenta hectares, poderá o possuidor adquirir a propriedade via usucapião especial somente
sobre a parte do bem que atender aos parâmetros constitucionais.

D) São isentas de impostos federais, estaduais e municipais as operações de transferência de imóveis desapropriados para os fins de
reforma agrária.

E) A implementação de atividade produtiva em imóvel rural, por si só, assegura o cumprimento da função social da propriedade.

QUESTÃO Nº 5 - De acordo com o Superior Tribunal de Justiça (STJ), em um contrato de arrendamento rural, a cláusula que ajuste como
preço do arrendamento uma quantidade fixa de frutos ou produtos, ou o seu equivalente em dinheiro, será considerada

A) válida.

B) não escrita.

C) ineficaz.

D) nula.

E) anulável.

Saiba Mais

Contratos agrários

- Vide ET, arts. 92 a 96. - Vide Decreto n. 59.566/1966, arts. 1º a 48.

- Código Civil: subsidiariamente.

- Classificação: nominados e inominados, típicos e atípicos.

- São nominados os contratos agrários aos quais o ordenamento jurídico confere um nomen juris, o que não ocorre com os inominados.

E por contratos agrários típicos entende-se aqueles que possuem disciplinamento jurídico próprio, o que não se verifica com os atípicos (ver
art. 39, do Decreto n. 59.566/1966).

- Arrendamento e parceria rural: negócios jurídicos que têm por objeto o exercício da posse ou do uso temporário de imóveis rurais (ver art.
1º, do Decreto n. 59.566/1966).

- Conceito: arts. 3º e 4º, do Decreto n. 59.566/1966. - Ainda quanto à classificação, os contratos agrários em geral são: bilaterais, porque
ambas as partes assumem obrigações recíprocas; onerosos, porque as partes também suportam redução patrimonial; consensuais, porque a
perfeição dos contratos não depende da entrega efetiva da coisa, bastando o acordo de vontades das partes; e não-solenes, porque não se
exige forma especial para a sua celebração.

- Dirigismo estatal: os contratos agrários refletem de forma ainda mais acentuada a presença do poder normativo estatal, visando a proteção
do economicamente mais débil, valendo-se para tanto das cláusulas obrigatórias e das cláusulas proibidas, que devem conter ou das quais
estão adstritos a se abster os contratos agrários.

- Cláusulas obrigatórias > art. 13, do Decreto n. 59.566/1966: preceitua as cláusulas que obrigatoriamente devem constar dos contratos
agrários escritos, sendo presumidas nos contratos agrários verbais (art. 11, caput, deste mesmo Regulamento).

O estabelecido nesse dispositivo vale tanto para os contratos agrários típicos quanto atípicos, ocasionando sua inobservância a nulidade dos
pactos celebrados pelos contratantes.

As cláusulas obrigatórias têm caráter irrenunciável

– não podendo as partes dispor relativamente a seu conteúdo

– e imperativo – não se admitindo omissão explícita nos contratos agrários. Tudo isso objetivando a conservação dos recursos naturais e a
proteção social e econômica do arrendatário e do parceiro-outorgado.

- Cláusulas proibidas de contratar: proibições legais que tornam nulos os contratos agrários em que estejam estabelecidas (art. 93, ET, e art.
13, VII, b, do Decreto n. 59.566/1966).

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Constituem um limite à liberdade contratual das partes, com a finalidade de evitar a dependência de uma em relação à outra, oportunizando o
progresso econômico e social daquele que realiza a atividade agrária.

- Aplicação por analogia: art. 96, VII, ET.

- Partes > no arrendamento: arrendador e arrendatário; na parceria: parceiro-outorgante e parceiro outorgado.

- Objeto > no arrendamento: uso e gozo do imóvel mediante aluguel; na parceria: uso específico do imóvel mediante partilha dos frutos.

- Prazos (mínimos): art. 13, II, a, do Decreto n. 59.566/1966, e art. 95, I a III,

ET: fundamento na proteção do débil econômico na relação contratual e na prevenção contra o mau uso da terra, objetivando o cumprimento
da função social do contrato e da propriedade, respectivamente.

Obs.: Prazos mínimos a serem respeitados em caso de arrendamento rural firmado por tempo indeterminado:

Cuidado : O art. 21, caput, do Decreto n. 59.566/1966 c/c o art. 95, II, do Estatuto da Terra, preveem que, neste caso, o prazo mínimo seria de
3 (três) anos. Entendemos tratar-se de um equívoco do legislador, que conduz à impossibilidade de se invocar tais dispositivos, devendo
prevalecer os prazos mínimos estipulados pelo art. 13, II, a, do Decreto n. 59.566/1966, ou seja, levando em consideração a natureza do
conteúdo da convenção.

Bibliografia

Tartuce, Flávio Manual de Direito Civil: volume único / Flávio Tartuce. – 12. ed. – Rio de Janeiro, Forense; METODO, 2022.

Marques, Benedito Ferreira Direito agrário brasileiro / Benedito Ferreira Marques. – 11. ed. rev. e ampl. – São Paulo: Atlas, 2015.

O direito agrário nos trinta anos da constituição de 1988: estudos em homenagemao professor Dr. Darcy Walmor Zibetti/ coordenadores
Albenir Querubini …[et al.]. –Londrina, PR: Thoth, 2018.

Opitz, Silvia C. B.Curso completo de direito agrário / Silvia C. B. Opitz, Oswaldo Opitz. – 11. ed. rev. e atual. – São Paulo : Saraiva,2017.

Gabarito

Questão 1: GABARITO : LETRA E

JUSTIFICATIVA DO GABARITO: Atentar para o fato de que a ação é de USUCAPIÃO AGRÁRIO. Todos os requisitos estão preenchidos,
menos o do tamanho do imóvel. Ou seja, a razão da ação ser julgada improcedente é em razão de o imóvel possuir mais de 50ha.

Caso a pessoa pretenda usucapir área maior do 50 hectares a usucapião terá que ser a ordinária ou a extraordinária (a depender se tem justo
título e boa fé, conforme o art 1238 e 1242 do CC), pois, nelas, é indiferente o tamanho do imóvel.

Assim, é possível que áreas superiores sejam usucapidas. Mas a ação não poderá ser da usucapião rural, mas sim de outra espécie.

Questão 2: GABARITO : LETRA B

JUSTIFICATIVA DO GABARITO: Lei nº 6.969/81.

a) A usucapião especial referida por essa Lei abrange as terras públicas e particulares, em geral, sem prejuízo de outros direitos conferidos ao
posseiro, pelo Estatuto da Terra ou pelas leis que dispõem sobre processo discriminatório de terras devolutas. (ERRADO).

Art. 2º - A usucapião especial, a que se refere esta Lei, abrange as terras particulares e as terras devolutas, em geral, sem prejuízo de outros
direitos conferidos ao posseiro, pelo Estatuto da Terra ou pelas leis que dispõem sobre processo discriminatório de terras devolutas.

b) A aquisição do domínio da área rural, por meio da usucapião especial, preenchidas as condições estabelecidas na Lei e na Constituição
Federal, independem de justo título e boa fé do adquirente. (CORRETO)

Art. 1º - Todo aquele que, não sendo proprietário rural nem urbano, possuir como sua, por 5 (cinco) anos ininterruptos, sem oposição, área
rural contínua, não excedente de 25 (vinte e cinco) hectares, e a houver tornado produtiva com seu trabalho e nela tiver sua morada, adquirir-
lhe-á o domínio, independentemente de justo título e boa-fé, podendo requerer ao juiz que assim o declare por sentença, a qual servirá de
título para transcrição no Registro de Imóveis.

c) Todo aquele que, mesmo sendo proprietário urbano, possuir como sua, por cinco anos ininterruptos, área rural contínua, tornando-a
produtiva por seu trabalho, tendo nela sua moradia, adquirir-lhe-á a propriedade. (ERRADO)

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29/11/2023, 14:37 UA6 - A usucapião constitucional rural e os contratos agrários
Art. 1º - Todo aquele que, não sendo proprietário rural nem urbano, possuir como sua, por 5 (cinco) anos ininterruptos, sem oposição, área
rural contínua, não excedente de 25 (vinte e cinco) hectares, e a houver tornado produtiva com seu trabalho e nela tiver sua morada, adquirir-
lhe-á o domínio, independentemente de justo título e boa-fé, podendo requerer ao juiz que assim o declare por sentença, a qual servirá de
título para transcrição no Registro de Imóveis.

d) O benefício da assistência judiciária gratuita na ação de usucapião especial não abrange as custas do cartório de Registro de Imóveis.
(ERRADO)

Art. 6º - O autor da ação de usucapião especial terá, se o pedir, o benefício da assistência judiciária gratuita, inclusive para o Registro de
Imóveis.

e) A usucapião especial de terras devolutas não pode ser reconhecida administrativamente, devendo ser reconhecida judicialmente, na
comarca da situação do imóvel. (ERRADO)

§ 2º - No caso de terras devolutas, em geral, a usucapião especial poderá ser reconhecida administrativamente, com a conseqüente
expedição do título definitivo de domínio, para transcrição no Registro de Imóveis.

Questão 3: GABARITO : LETRA E

JUSTIFICATIVA DO GABARITO: Item (A): Incorreto. A enfiteuse tinha previsão no CC/16, no art. 678: "Dá-se a enfiteuse, aforamento ou
emprazamento, quando por ato entre vivos, ou de última vontade, o proprietário atribui à outro o domínio útil do imóvel, pagando a pessoa,
que o adquire, e assim se constitui enfiteuta, ao senhorio direto uma pensão, ou foro, anual, certo e invariável".Acontece que, de acordo
com o art. 2.038 do CC/02, o instituto foi proibido, subordinando-se as existentes à legislação anterior;

Item (B): Incorreto. Trata-se de um direito real de garantia sobre coisa alheia, em que o credor passa a exercer a posse direta sobre um bem
imóvel, retirando dele os frutos para o pagamento da dívida. Com isso, há uma verdadeira compensação, sendo o instituto tratado no art.
1.506 e seguintes do CC;

Item (C): Incorreto. Averbar "é fazer constar na folha de um registro todas as ocorrências que, por qualquer modo o alterem" (BALBINO
FILHO, Nicolau. Registro de Imóveis: doutrina, prática e jurisprudência. São Paulo: Saraiva, 2003, p.475);

Item (D): Incorreto. O procedimento sumário era tratado no art. 275 e seguintes do antigo CPC; contudo, o Novo CPC, atualmente estabelece
um procedimento comum único, acabando com o sumário;
Item (E): Correto. Usucapião é a forma originária de aquisição da propriedade, recebendo algumas classificações. Entre elas, temos a
usucapião especial rural, tratada pela questão, cujos requisitos encontram-se previstos no art. 1.239 do CC. Tem previsão, ainda, no art. 191
da CRFB e na Lei 6.969/81).

Questão 4: GABARITO : LETRA D

JUSTIFICATIVA DO GABARITO:

a) Não precisa de justo título.

Art. 191. Aquele que, não sendo proprietário de imóvel rural ou urbano, possua como seu, por cinco anos ininterruptos, sem oposição, área de
terra, em zona rural, não superior a cinqüenta hectares, tornando-a produtiva por seu trabalho ou de sua família, tendo nela sua moradia,
adquirir-lhe-á a propriedade.

A doutrina aponta a impossibilidade de usucapião das terras :

1) tradicionalmente ocupadas pelos índios, que são inalienáveis e indisponíveis, e os direitos sobre elas considerados imprescritíveis (artigo
231, § 4°, CF). A respeito, já decidiu o STJ que "as terras tradicionalmente ocupadas por silvícolas não perdem a característica de perenidade
possessória, mesmo quando não estão demarcadas" (STJ, Resp. 116.427-2/PR, 2• T., D}e de 28/2/2011);

2) as terras devolutas ou arrecadadas pelos Estados, por ações discriminatórias. necessárias à proteção dos ecossistemas naturais (artigo
225, § so, CF);

3) as áreas indispensáveis à segurança nacional.

CF - Art. 184 - Compete à União desapropriar por interesse social, para fins de reforma agrária, o imóvel rural que não esteja cumprindo sua
função social, mediante prévia e justa indenização em títulos da dívida agrária, com cláusula de preservação do valor real, resgatáveis no
prazo de até vinte anos, a partir do segundo ano de sua emissão, e cuja utilização será definida em lei.

§ 5º - São isentas de impostos federais, estaduais e municipais as operações de transferência de imóveis desapropriados para fins de reforma
agrária.

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29/11/2023, 14:37 UA6 - A usucapião constitucional rural e os contratos agrários
Questão 5: GABARITO : LETRA D

JUSTIFICATIVA DO GABARITO:

Decreto n 59.566/1966:

Art. 2º Todos os contratos agrários reger-se-ão pelas normas do presente Regulamento, as quais serão de obrigatória aplicação em todo o
território nacional e irrenunciáveis os direitos e vantagens nelas instituídos.

Parágrafo único. Qualquer estipulação contratual que contrarie as normas estabelecidas neste artigo, será nula de pleno direito e de nenhum
efeito.

É nula cláusula contratual que fixa o preço do arrendamento rural em frutos ou produtos ou seu equivalente em dinheiro, nos termos do art.
18, parágrafo único, do Decreto nº 59.566/66.

CUIDADO : Essa nulidade não obsta que o credor proponha ação de cobrança, caso em que o valor devido deve ser apurado, por
arbitramento, em liquidação.

Além disso, o contrato de arrendamento rural que estabelece pagamento em quantidade de produtos pode ser usado como prova escrita para
se ajuizar ação monitória com a finalidade de determinar a entrega de coisa fungível, considerando que é indício da relação jurídica material
subjacente.

STJ. 3ª Turma. REsp 1266975-MG, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 10/3/2016 (Info 580).

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