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SUMÁRIO
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BOLETIM DE MARÇO DE 2023
Civil e Processo Civil
Sim. Por maioria, a Segunda Turma do STF, em ação que buscava declarar
como ocupação tradicional a “comunidade indígena kaingang de toldo boa vista”,
entendeu que tal comunidade deve ser litisconsorte passivo necessário (art. 114,
CPC), com a consequente declaração de nulidade dos atos processuais
decorrentes da ausência de citação, bem como a determinação de retorno dos
autos à origem para prosseguimento do feito, com a devida composição da lide.
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Civil e Processo Civil
O Caso
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Por maioria, a Segunda Turma do STF, em ação que buscava declarar como
ocupação tradicional a “comunidade indígena kaingang de toldo boa vista”,
entendeu que tal comunidade deve ser litisconsorte passivo necessário (art. 114,
CPC), com a consequente declaração de nulidade dos atos processuais
decorrentes da ausência de citação, bem como a determinação de retorno dos
autos à origem para prosseguimento do feito, com a devida composição da lide.
Assim, nos termos do artigo 115, I, do CPC, a maioria da Segunda Turma admitiu o
ingresso da comunidade indígena Kaingang de Toldo Boa Vista na lide, como
litisconsorte passivo necessário, com a consequente declaração de nulidade dos
atos processuais decorrentes da ausência de citação e a determinação de retorno
dos autos à origem para prosseguimento do feito, com a devida composição da lide.
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1 NOVELINO, Marcelo. Direito Constitucional. 10. ed. Salvador: Jus Podium, 2015.
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Logo, também se permite que o órgão possa realizar o bloqueio de bens, como
medida cautelar de indisponibilidade a fim de proteger o erário em caso de futura
condenação, com fundamento na teoria dos poderes implícitos, segundo a
qual a Constituição, ao conceder uma função a determinado órgão ou instituição,
também lhe confere, implicitamente, os meios necessários para a consecução
desta atividade.
O caso
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A impetrante alegou que: i) no item 9.4 do Ato Coator (que desconsiderou a sua
personalidade jurídica) o TCU não se incumbiu de indicar os dispositivos legais
que conferiram ao TCU a competência para impor tal ato e, portanto, violou o
princípio da legalidade estrita, sobretudo pela inexistência legal dessa
prerrogativa conferida ao órgão de controle; ii) foram inobservados o devido
processo legal, considerados o contraditório e a ampla defesa, os princípios da
livre iniciativa e da propriedade privada, ante a responsabilização da
controladora UTC Participações S.A.; iii) foram violados os artigos 50 do Código
civil (pressupostos do desvio da finalidade ou confusão patrimonial), e o artigo
133 do CPC (que prevê a instauração do incidente de desconsideração da
personalidade jurídica a pedido da parte ou do MP).
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Gilmar Mendes explicou que o levantamento do véu da pessoa jurídica não está
submetido à cláusula de jurisdição, ou, em outras palavras, embora seja um
direito fundamental de toda empresa à segurança jurídica e à liberdade
econômica, não são direitos fundamentais cuja restrição apenas pode ser
realizada pelo Poder Judiciário.
No caso do MS 35920, o TCU apenas conferiu uma medida cautelar, logo não
Janaína Salles Rigitano
houve desconsideração definitiva da pessoa jurídica, cabendo o exercício
janasalles01@gmail.com
exauriente do direito de defesa285.834.298-98
pelos entes integrantes da relação processual,
em procedimento sujeito a controle jurisdicional, como aconteceu em outro caso
(o MS 35506) julgado em 10.10.2022.
Ficou vencido apenas Marco Aurélio (relator), que entendeu que não cabe ao
Tribunal de Contas, na qualidade de órgão administrativo, o implemento de
medida cautelar a restringir direitos de particulares, de efeitos práticos gravosos
como a indisponibilidade de bens e a desconsideração da personalidade jurídica
em sanções patrimoniais antecipadas.
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O caso
Janaína Salles Rigitano
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Um jornal de grande circulação veiculou matéria jornalística assinada por Maria,
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com manifestações à honra, à vida privada e dignidade de Luís, motivo por que
este ajuizou uma ação de reparação de danos materiais e compensação de
danos morais.
Maria ajuizou o Recurso Extraordinário sob a alegação de violação dos arts. 5º,
IV, IX, XIII e XIV, 93, IX, e 220, §§ 1º e 2º, da Constituição Federal, porém o
Tribunal de origem inadmitiu-o, com base em precedente do STF sob o regime
da repercussão geral, razão pela qual Maria interpôs Agravo em Recurso
Extraordinário (o ARE 1388072) ao STF, para “destravar” o RE inadmitido na
origem, com fundamento no art. 1.042 do Código de Processo Civil.
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Em outras palavras, uma vez que foi sobrestado o recurso por versar sobre
controvérsia de caráter repetitivo ainda não decidida pelo Supremo Tribunal
Federal, conforme art. 1.030, § 2º, do CPC, só caberia agravo interno do art.
1.021, que é chamado no STF de agravo regimental.
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Nesse sentido, Rosa Weber citou os seguintes julgados do STF: ARE 927.835-
AgR-terceiro, 1ª Turma, DJe 11.10.2019; ARE 862.406-AgRsegundo, 2ª Turma,
DJe 1º.3.2019; ARE 1.387.266- AgR, Pleno, DJe 09.9.2022.
A ministra entendeu que, além do tema 837-RG, que ainda não se iniciou o
julgamento, esse caso também guarda semelhança com o tema 995-RG (RE
1.075.41), o qual está suspenso em razão de pedido de vista do ministro Luís
Roberto Barroso em 21.08.2020.
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Alegou que “a Ação de Revisão da Tese do Tema 1057, como proposta, com
base no § 2º, art. 1.035 do CPC, é de competência absoluta do STF, podendo
ser realizada de forma analógica, a partir dos instrumentos processuais
instituídos para Revisão da Tese de Súmula Vinculante, conforme art. 103-A,
verbis. c/c a Lei 11.417/06”.
Os ministros seguiram o voto da ministra Rosa Weber (relatora), para quem não
é competência originária do STF o processamento e julgamento de “Ação
Declaratória c/c Revisão da Tese de Repercussão Geral”, ainda que sob a forma
de singela petição.
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impede que tal enunciado seja reformulado pelo Supremo Tribunal Federal, que,
inequivocamente, não está vinculado à sua decisão anterior.
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O caso
Janaína
Para a requerente, as normas Salles
teriam Rigitanoa competência legislativa
extrapolado
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estadual, invadindo o campo do direito civil, comercial e da política de seguros,
285.834.298-98
que apenas poderiam ser objeto de lei federal (CF/1988, art. 22, I e VII).
Apontou, por fim, violação ao direito adquirido e ao ato jurídico perfeito (CF/1988,
art. 5º, XXXVI), uma vez que a lei nova atinge contratos já em curso.
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Por fim, foi fixada a seguinte tese de julgamento: “É inconstitucional, por violação
à competência da União para legislar sobre direito civil e seguros (CF/1988, art.
22, I e VII), lei estadual que estabelece obrigações contratuais para operadoras
de planos de saúde”.
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