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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE – UFRN

CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS - CCSA


DEPARTAMENTO DE SERVIÇO SOCIAL – DESSO
BACHARELADO EM SERVIÇO SOCIAL
FUNDAMENTOS HISTÓRICOS, TEÓRICO-METODOLÓGICOS DO SERVIÇO SOCIAL I
DOCENTE: DALINE MARIA DE SOUZA
DISCENTES: ELIDIANE BARBOSA BEZERRA E RHANIA BEATRIZ COSME DE LIMA

“Racionalização da prática da assistência” – Maria Lúcia Martinelli.


(RESUMO)

Inicialmente o serviço social estava do lado da burguesia, e ligado à caridade. Mas logo,
por influência do cristianismo, o serviço social passou a defender também a justiça social. Com
a reforma religiosa, que dividiu a igreja entre catolicismo e protestantismo, tiveram algumas
alterações no que se refere a assistência. Uma dessas alterações foi tirar as bases cristãs e passar
a seguir as bases laicas.
Já no final do século XIX a burguesia juntos ao Estado e a igreja criaram uma nova
organização, a Sociedade de Organização da Caridade (SOC), onde os assistentes sociais eram
usados para controlar a classe trabalhadora, suas greves, manifestações da "questão social"
existentes, dessa forma percebemos o quanto o serviço social virava as costas para o
proletariado, e ainda buscava impor que os trabalhadores se conformassem, aceitassem e não
questionassem o Estado e a burguesia.
O movimento organizado pelos trabalhadores foi se tornando maior, por outro lado a
pobreza também aumentou, dessa forma os burgueses tiveram que criar outra estratégia, junto
a SOC, para resolver essa "questão social" que já afetava grande parte do mundo.
Com o passar dos anos, ainda no século XVIII, se começou a considerar a saúde e a
educação como atividades complementares da assistência, por compreender que a saúde tinha
uma relação direta com as condições de vida no qual a classe trabalhadora era submetida. A
partir de estudos realizados na época e publicado em 1844, no Manchester Guardian, pode-se
concluir que quanto piores eram as condições de vida a quais eram submetidos, maior era a taxa
de morte entre os trabalhadores. O jornal Inglês, concluiu sua publicação com uma colocação
burguesa “são mortos (destroyed) todos os anos por falta das mais elementares precauções.” No
entanto, é sabido por todos nós, que essas mortes estavam ligadas as condições de vida do
proletariado, que não tinham acesso a saúde, moradia digna, saneamento básico, dentre outros,
que constituíam o básico para que suas vidas não forem retiradas tão prematuramente.
Diante das preocupações com as questões de saúde da classe trabalhadora, já em meados
dos anos 80 do século XIX, se cria um Centro de Ação Social, em Londres. Tal centro tinha por
objetivo ser um local destinado para o atendimento da família trabalhadora e dos pobres em
geral, sem que fosse negado a relevância da visita domiciliar, ato que era muito valorizado no
período, pois era uma forma de fiscalizar o trabalhador, dado que, para a burguesia e para a
SOC, as questões da classe trabalhadora estavam relacionada com problemas de caráter, e a
visita consistia em um meio para inspecionar, e posteriormente as instituições de beneficência
(prevista na Lei dos Pobres) para educar o trabalhador para que se tornasse dócil e contribuísse
para a manutenção do sistema de produção capitalista.
No início do século XX, a SOC era instituição de maior porte no que dizia respeito a
assistência social, mas “sua principal bandeira de luta era a organização cientifica da assistência,
o que levava a uma posição basicamente alienada do agravamento da ‘questão social’
propriamente dita”, dessa maneira os profissionais atendiam mais os interesses da burguesia,
do que as necessidades do proletariado, de forma que, ia de caminho contrário as necessidades
da classe trabalhadora e a luta de classes. No final do século XIX, havia uma preocupação com
a capacitação dos profissionais para o enfrentamento da “questão social” que era cada mais
agravada pela “esclerosa ordem social burguesa” que como passar do tempo oprimia cada vez
mais os trabalhadores.

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