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CENTRO UNIVERSITÁRIO SALESIANO

RAYLAN SANTOS DE CARVALHO


VICTÓRIA SCHADE ALEXANDRINO

O TRABALHO DO ASSISTENTE SOCIAL COM FAMÍLIAS:


ASSISTÊNCIA SOCIAL

Resumo apresentado ao Centro Universitário


Salesiano, como requisito obrigatório para
conclusão do Desafio Oficia do Trabalho
Profissional II – Trabalho Social com Famílias do
Curso de Serviço Social.

Orientador(a): Prof.ª Virgínia Pertence Couto.

VITÓRIA
2021
CONTEXTO HISTÓRICO

O conceito sócio-histórico familiar vem trazendo como definição de família um


conjunto de pessoas cujo laços vinculativos são formados por parentesco,
consanguíneo e afetivo. A família monogâmica tem sua origem de forma patriarcal
que decorre de propriedade privada, na Roma antiga, tinham o homem como centro,
que tinha sob seu comando a sua mulher, seus filhos e seus escravos.

De acordo com Engels (2006), "família" em sua origem vem do latim do termo
“famulus”, que significa escravo doméstico, família era o conjunto de escravos
pertencentes ao mesmo homem. A princípio entre os romanos não era aplicada a
sua esposa e muito menos aos seus filhos, mas somente aos seus escravos.

A "família tradicional” foi nomeada nos tempos passados por um estilo familiar
completamente patriarcal, com aquele estilo de família que era considerado aceito
em uma determinada comunidade, sendo ela a então sociedade burguesa, cuja
família era composta sempre por homem (pai), uma mulher (mulher) e seus filhos,
este era o único tipo familiar aceito na sociedade e, que tudo que viria a ser diferente
deste modelo não seria considerado como uma família, esta que tinha um pai como
figura maioral dentro de sua casa, sendo o provedor da casa aqueles que colocava o
sustento e com isso era chefe da família, aquele que tinha o poder sobre todos
aquele grupo de morava dentro de sua casa, a mãe que era completamente
submissa ao seu marido, que o seu papel como uma mulher casada era de ser mãe
e cuidar de seus filhos e ser a responsável pela casa, ou seja, tendo a figura
masculino sempre como o centro de tudo em meio daquela sociedade elitizada,
burguesa, patriarcal e capitalista.

FAMÍLIA NA CONTEMPORANEIDADE

Com o passar do tempo, a família foi ganhando novas nomenclaturas e novos


componentes, devido a despadronização do conceito capitalista e patriarcal de
família, identificando também diversas em outras tipificações de famílias. Fatos
históricos que foram acontecendo pelo mundo fizeram com que a sociedade passe a
enxergar de uma nova forma, os diferente novos tipos de família mesmo que não
fosse do modelo tradicional capitalista patriarcal, e muitas dessas tipificações de
família que ao longo da história veio surgindo e mostrando a mulher em um lugar de
destaque em meio sua família, não só como uma cuidadora do lugar, mas também
fazendo parte daquele conjunto, com suas responsabilidades na parte de prover o
lar. Com a industrialização e a chegada dos camponeses na cidade, somente o
homem sendo o provedor não era o suficiente para o sustento do lar e por isto a
mulher e em alguns casos até os filhos tiveram que assumir a responsabilidade para
prover o lar. Desta forma, não só a sociedade, mas as próprias mulheres se virão
como independentes e não tão mais submissa ao homem, porém mesmo com este
lugar na família tomado pela mulher a sociedade ainda cobrava dela todas as outras
“obrigações” para manter o lar “saudável”, ou seja, além de trabalhar como o homem
(marido), a mulher ainda tinha que cuidar do lar e seus filhos.

No Brasil, com as mulheres ganhando seus espaços e direitos com muita luta,
através dos movimentos feministas e LGBT+, as novas formas de viver e
consequentemente novos conceitos para se pensar família vieram, acompanhados
de conquistas, como o poder do voto, a sua emancipação foi deixando de ser vista
apenas como uma cuidadora do lar e provedora de filhos e que ainda de forma
pequena, ela passou a ser responsável pelas suas próprias escolhas.

LEGISLAÇÕES E POLITICA PÚBLICAS

Família que atualmente tem um significado muito afetivo, antigamente tinha como
princípio o patriarcado, um sistema machista e opressor, que advém de uma
centralização da “família tradicional”, composta por um homem e uma mulher (pai e
mãe) e seus filhos. Por muitos anos essa formação foi idealizada, onde o homem
era detentor de poder, conhecido como “chefe da casa e/ou família” – sendo o
responsável por manter financeiramente o lar. E a mulher, além de ser um objeto
sexual e reprodutora, era responsável pela casa, com todo o trabalho doméstico e
com os cuidados com o(s) filho(s).
A partir da Constituição Federal de 1988 (BRASIL, 1988), a família não se dá
apenas pelo casamento, inovando na instituição da união estável, na relação
igualitária entre homens e mulheres na sociedade conjugal e na perspectiva de
atuação de políticas sociais para o bem-estar familiar. E pensando no contexto das
legislações, há de se considerar a importância da CF-88, pois foi a partir de sua
promulgação que a Assistência Social passou a ser reconhecida como política
pública social, formando o tripé da Seguridade Social (Saúde, Previdência Social e
Assistência Social) com a finalidade de garantir direito de cidadania e igualdade de
condições de vida a todos os brasileiros.

A Lei Orgânica de Assistência Social (LOAS), o Sistema Único de Assistência Social


(SUAS) e a Norma Operacional Básica (NOB), aprovados pelo CNAS por meio da
Resolução n° 130, de 15 de julho de 2005, são importantes marcos para a
consolidação da Política Nacional de Assistência Social (PNAS) e expressam
grandes mudanças no que diz respeito à Assistência Social, sendo, além disso,
responsáveis pelos direitos até hoje garantidos.
Intitulada a Política de Assistência Social como política de Estado, constitui-se
“como estratégia fundamental no combate à pobreza, à discriminação, às
vulnerabilidades e à subalternidade econômica, cultura e política em que vive grande
parte da população brasileira” (YAZBEC, 2008, p. 20-21), ampliando historicamente
seu campo de intervenção e incluindo a família como objeto, instrumento, parceira e
sujeito de direitos relacionados às políticas públicas, pois ela é uma unidade de
apoio, ao mesmo em que sofre com vulnerabilidades como pobreza, violência, e
outras formas de insegurança social torna-se elemento essencial para o
desenvolvimento social.

REFERENCIAS

BRASIL, Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil.


Brasília, DF: Senado, 1988.

______. Lei n. 8.742, de 7 de dezembro de 1993 – Lei Orgânica da Assistência


Social. Dispõe sobre a organização da Assistência Social e dá outras providências.
Diário Oficial da União, Brasília, 1993.

______. Ministério de Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Política


Nacional de Assistência Social (PNAS). Brasília: MDS, 2004.
CARDOSO, Julietty Nunes; TEIXEIRA, Solange Maria. Política de assistência
social e trabalho social com famílias: autonomia ou maternagem? Disponível
em:
https://www.researchgate.net/publication/293021251_Politica_de_assistencia_social
_e_trabalho_social_com_familia_autonomia_ou_maternagem. Acesso em: 01 nov.
2021.

OROZIMBO, Elizete Matias Barbosa; AFONSO, Maria Lucia Miranda. Sentidos de


família e o desafio intersetorialidade na proteção social. Disponível em:
https://www.scielo.br/j/sssoc/a/QGNnfsGCP5cJq8cqtq4mXTQ/?lang=pt. Acesso em:
11 nov. 2021.
SOUZA, Patricia de Lourdes P. de Souza; SILVA, Iliane Medeiros Santos da.
FAMÍLIA E ASSISTÊNCIA SOCIAL: Desafios e Reflexões. Disponível em:
https://docplayer.com.br/24632895-Familia-e-assistencia-social-desafios-e-reflexoes-
1.html. Acesso em: 01 nov. 2021.

YAZBEK, Maria Carmelita. Questão Social: Desigualdade, pobreza e


vulnerabilidade social. São Paulo: IEE, 2008.

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