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Sumário
1. Resumo
2. Abstract
3. Introdução
4. Evolução histórica do direito à saúde no Brasil.
4.1. Brasil Império - Constituição de 1824
4.2. Brasil República - Constituição de 1891
4.3. Segunda República - Estado Novo e Redemocratização
Constituições de 1934 - 1937 e 1946
4.4. Regime Militar - Constituição de 1967
5. Constituição Cidadã - Constituição de 1988
5.1. Inspiração e criação Sistema Único de Saúde - SUS
5.2. Gestão e funcionamento do Sistema Único de Saúde - SUS
5.3. Judicialização do Direito de Saúde
5.4. Criação, Gestão e Funcionamento da Agência Nacional de Saúde
Suplementar - ANS
6. Conclusão
1
Graduando do Curso de Bacharel em Direito da UNIGRANRIO, orientado pelo Prof. Ivano Hermann
Scheidt de Menezes Reis
1. Resumo
A proposta do capítulo será encontrar a perspectiva do tema do direito à saúde
como um “direito constitucional”, observando todo o contexto histórico, social e
contemporâneo vigente à época, ao longo do processo de desenvolvimento e
progressão dos textos constitucionais brasileiros. Diante desta proposta, será
possível constatar, ao final do presente estudo, que a análise da evolução do direito
constitucional à saúde não é uma tarefa tão simples de ser realizada
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2. Abstract
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3. Introdução
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A garantia aos Socorros Públicos foi prevista pelo Artigo 179, XXXI da Constituição Política do
Império do Brasil, acesso em 03.05.2021, através do link -
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao24.htm
3
Artigo Acadêmico “Os ‘Socorros Públicos’ no Império do Brasil (1822-1834)” de Simone Elias de
Souza, publicado pela UNESP, acesso em 12.05.2021, através do Link -
https://repositorio.unesp.br/bitstream/handle/11449/93420/souza_se_me_assis.pdf?s
especial recomendação da Coroa e pela política metropolitana de
acentuação do absolutismo e centralização do poder. Nessa época a
hospitalização buscava tão somente o fim caritativo de acolhimento dos
infelizes, sendo o “curar os enfermos” mais uma de suas obras. Durante o
período colonial, principalmente após a expulsão dos jesuítas das terras
brasileiras pela política pombalina em 1757, a assistência nas áreas
urbanas ficou praticamente restrita a essa instituição, chegando ao ponto de
até meados do século XVII quase todas as capitanias possuírem ao menos
uma Santa Casa de Misericórdia, algumas muito simples oferecendo
pouquíssimos serviços, obrigadas a fechar as suas portas nos períodos de
carência. Nessa época eram grandes os vínculos entre os hospitais e a
ação caritativa, mantidas por esmolas e doações, em luta perene contra a
falta de recursos, acolhendo aqueles que não tinham condições de realizar
seu tratamento em casa. Essa relação entre o atendimento hospitalar e a
caridade se mantém do período colonial para o imperial e esteve ligada à
sua tradição religiosa de forte influência do catolicismo, somada ao tom
paternalista dado pela sociedade escravista. A intimidade da medicina com
a assistência aos miseráveis, associando ao hospital seu sentido primitivo
de albergaria para os materialmente degradados, ou seja, sua função de
hospital/asilo, só será dissociada no início do Sec. XX, com a redefinição de
seu perfil institucional e especificação de suas atribuições terapêuticas” .
4
Artigo Acadêmico “Os ‘Socorros Públicos’ no Império do Brasil (1822-1834)” de Simone Elias de
Souza, publicado pela UNESP, acesso em 12.05.2021, através do Link -
https://repositorio.unesp.br/bitstream/handle/11449/93420/souza_se_me_assis.pdf?s
5
Art. 632 da Consolidação das leis das Alfandegas e Mesas de Rendas do Império, vigente no Ano
de 1885 - acesso em 03.05.2021, através do link
https://bd.camara.gov.br/bd/bitstream/handle/bdcamara/18661/colleccao_leis_1885_parte3.pdf?
sequence=3
embarcações e sobre o quantitativo de bebidas alcoólicas despachadas pelas
embarcações. Destaca-se, também, o Decreto do Governo do Império do Brasil de
Nº 3.382 de 20 de Outubro de 1888 6 que promoveu considerável redução da carga
tributária sobre bens imóveis que constituíam o patrimônio dos Hospitais ligados à
entidades religiosas e das Santas Casas de Misericórdia.
6
Decreto do Governo do Império do Brasil de Nº 3382 de 20 de Outubro de 1888 - acesso em
03.05.2021, através do link
https://bd.camara.gov.br/bd/bitstream/handle/bdcamara/18664/colleccao_leis_1888_parte1.pdf?
sequence=1
7
Constituição da República dos Estados Unidos do Brasil de 1891 - acesso em 12.05.2021, através
do link - http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao91.htm
8
“História da Saúde Pública no Brasil”, Claudio Bertolli Filho, editora Ática, página 16.
na verdade, de definir estratégias para melhorar as condições sanitárias das
áreas vitais para a economia nacional - as cidades e os portos.”
11
Lei 3.353, de Maio de 1888, popularmente conhecida como Lei Áurea, acesso em 14.05.2021,
através do link http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lim/lim3353.htm
12
Políticas de Saúde: Organização e operacionalização do Sistema Único de Saúde ”, organizado e
publicado pela Fundação Oswaldo Cruz, acesso em 14.05.2021, através do link -
https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/26570/2/Livro%20EPSJV%20007739.pdf
“ A lavoura do café e toda a base para armazenamento e exportação do
produto, dependentes do trabalho assalariado, necessitava cada vez mais
de mão de obra, e as epidemias que se alastravam entre os trabalhadores,
devido às péssimas condições de saneamento, prejudicavam o crescimento
da economia. Começava a busca por conhecimento e ações na área da
saúde pública, com a criação, em 1897, da Diretoria Geral de Saúde Pública
(DGSP), o incentivo às pesquisas nas faculdades de medicina e no exterior
(no Instituto Pasteur) e a criação de institutos específicos de pesquisa, como
o Instituto Soroterápico Federal, criado em 1900, renomeado Instituto
Oswaldo Cruz (IOC) um ano depois. A partir de 1902, com a entrada de
Rodrigues Alves na presidência da República, ocorreu um conjunto de
mudanças significativas na condução das políticas de saúde pública.
(...) As ações de saneamento e urbanização foram seguidas de ações
específicas na saúde, especialmente no combate a algumas doenças
epidêmicas, como a febre amarela, a peste bubônica e a varíola. A reforma
na saúde foi implementada a partir de 1903, sob a coordenação de Oswaldo
Cruz, que assume a diretoria geral de saúde pública. Em 1904, Oswaldo
Cruz propõe um código sanitário que institui a desinfecção, inclusive
domiciliar, o arrasamento de edificações consideradas nocivas à saúde
pública, a notificação permanente dos casos de febre amarela, varíola e
peste bubônica e a atuação da polícia sanitária. Ele também implementa
sua primeira grande estratégia no combate às doenças: a campanha de
vacinação obrigatória” .
17
Constituição da República dos Estados Unidos do Brasil de 1934, acesso em 25.05.2021, através
do Link - http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Constituicao34.htm
18
“História da Saúde Pública no Brasil”, Claudio Bertolli Filho, editora Ática, página 30.
justificar diante da sociedade o sistema autoritário, atenuado pela ‘bondade’
do presidente”.
22
Decreto que instituiu o Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio, acesso em 27.05.2021, através
do Link - https://www2.camara.leg.br/legin/fed/decret/1930-1939/decreto-19433-26-novembro-1930-
517354-publicacaooriginal-1-pe.html
23
Artigo Acadêmico ”Evolução Histórica das Políticas de Saúde no Brasil”, de Maria Rita Bertolozzi e
Rosangela Maria Greco publicado pela Universidade de São Paulo - USP, acesso em 26.05.2021,
através do Link - https://repositorio.usp.br/directbitstream/7560503b-3b91-472c-9302-
420c1aa56780/BERTOLOZZI%2C%20M%20R%20doc%2085.pdf
salário mínimo, que se limitava aos gastos para a sobrevivência. Isso, ao
lado da intensa inflação da época, acentuou a piora das condições de vida,
fenômeno que se refletiu nas demandas por saúde e assistência médica. Os
Institutos de Assistência Previdenciária (IAPs) que, a princípio, não se
dispunham a fornecer esse tipo de cobertura, começaram a diferenciar-se
em suas estruturas, prestando serviços no âmbito da assistência médica. O
crescimento das desigualdades sociais entre as diversas categorias de
trabalhadores, no que diz respeito à legislação, recursos financeiros e
condições de trabalho, refletia o perfil da estratificação social que
caracterizava a sociedade. A aceleração do crescimento industrial
aumentava a preocupação com a manutenção da força de trabalho em
condições de produção, bem como na sua reintegração rápida ao processo
de produção. Para responder a essas demandas, várias instituições de
trabalho passaram a criar serviços de atendimento ambulatorial, de caráter
terapêutico e, alguns, em nível de reabilitação.”
24
Constituição da República Federativa do Brasil, promulgada em 24 de Janeiro de 1967, acesso em
30.05.2021, através do Link - http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao67.htm
“A história do Constitucionalismo Brasileiro sob a ótica do Direito à Saúde:
Frustrações e Conquistas” 25. Assim Vejamos:
25
Artigo Acadêmico “A história do Constitucionalismo Brasileiro sob a ótica do Direito à Saúde:
Frustrações e Conquistas” de Janaína Machado Sturza e Claudine Rodembusch Rocha, publicado
pelo portal Publica Direito, acesso em 13.05.2021, através do Link -
http://www.publicadireito.com.br/artigos/?cod=67e103b0761e6068
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“História da Saúde Pública no Brasil”, Claudio Bertolli Filho, editora Ática, páginas 51 e 52.
elementos vitais para a prevenção de muitas enfermidades. Embora o
Ministério da Saúde retomasse o compromisso de realizar programas de
saúde e saneamento, conforme estabelecido no II Plano Nacional de
Desenvolvimento (TIPND), de 1975, isso não alterou significativamente a
situação de abandono em que se encontrava a saúde pública. O resultado
foi trágico, com o aumento de enfermidades como a dengue, a meningite e
a malária. E quando tais doenças se tornavam epidêmicas, as autoridades
da ditadura recorriam à censura impedindo que os meios de comunicação
alertassem o povo sobre a ameaça.”
28
Emenda Constitucional de Nº 26 de 27 de Novembro de 1985, acesso em 31.05.2021, através do
Link - http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/emendas/emc_anterior1988/emc26-85.htm
convocando Assembleia Nacional Constituinte, para elaboração e aprovação de um
novo texto constitucional. Posteriormente, em 05 de outubro de 1988 foi promulgada
a Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 29. A partir de então o
direito a saúde foi positivado como um direito universal, reconhecido também como
um dever do Estado. Elevando o direito à saúde ao patamar de princípio
constitucional. Assim vejamos:
29
Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, acesso em 31.05.2021, através do Link -
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm