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O poeta é um fingidor

Finge tão completamente


Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.

E os que leem o que escreve,


Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.

E assim nas calhas de roda


Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração.
A) V
B) V
C) F
D) V
E- F)

Na página 23 depois de ler o poema temos algumas questões de verdadeiro e falso


referentes ao poema. o poema "Autopsicografia" de Fernando Pessoa pode ser
dividido em três partes distintas. Na primeira estrofe do poema, Fernando Pessoa
apresenta a ideia central do fingimento artístico. Ele descreve o poeta como alguém
que finge tão completamente que chega a fingir que está sentindo a dor que ele
realmente sente. É uma reflexão sobre a capacidade do poeta de expressar emoções
de forma autêntica através da arte da escrita. Na segunda estrofe, o autor expressa a
ideia de que o leitor só terá acesso à dor interpretada pelo poeta. Mesmo que o leitor
não tenha vivenciado as mesmas experiências, ele ainda pode se identificar e se
conectar com a dor expressa pelo poeta. É como se a arte permitisse que o leitor
experimentasse emoções e compreendesse diferentes perspetivas, mesmo que não
tenha vivido as mesmas situações. No poema o coração é usado como uma metáfora
para representar a razão. Fernando Pessoa descreve o coração como um "comboio
de corda" que entretém a razão, sugerindo que as emoções e os sentimentos podem
influenciar o pensamento racional. É uma metáfora interessante que mostra como a
poesia pode ser uma forma de expressão que vai além da lógica e da razão. A criação
artística não resulta exclusivamente do uso da razão. A arte é uma expressão que vai
além da lógica e da razão. Ela envolve emoções, intuição e criatividade. A razão pode
desempenhar um papel na estruturação e na organização da criação artística, mas a
verdadeira essência da arte está na liberdade de expressão e na capacidade de
transmitir emoções e significados profundos.

O poema é composto por três estrofes, com 4 versos (quartetos). Autopsicografia é um


poema construído em heptassílabos rimados, portanto, é um poema que utiliza
metrificação e rima. Todas as estrofes utilizam rimas que chamamos de rima cruzadas,
alternadas ou entrelaçadas, isto é, são rimas que se alternam, apresentando-se
conforme o esquema abab.

Métrica do 1º verso da 1º estrofe:


O |PO| |E| |TA| |É| |UM| |FIN| |GI| |DOR|
De acordo com o número de silabas métricas os versos chamam-se Eneassílabos ou
seja contém nove silabas métricas.

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