Você está na página 1de 16

REVISTA DE GEOGRAFIA ESPACIOS

Rev. Geogr. Espacios 2(3): 91-106 Universidad Academia de Humanismo Cristiano

Ensayo

Academia e escola e o ensino de geografía


           

ADRIANA MARIA ANDREIS1 & ADAIR ADAMS2


1
Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul, Brasil.
e-mail: adrianandreis@hotmail.com
2
Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul, Brasil.
e-mail: adair3001@yahoo.com.br

RESUMO

                


      !       "   
para fornecer indícios da relevância desse debate. Fomentamos a discussão na perspectiva
     !      #$ %    
                   
             !         -
  '      #$ *    +     -
     /   4          5   
      !7   8   +      
#      $          
      /  '         "
    #  $ ;    !   
<'   +      =>  +              
 "   4  4    $       
         8  ? ? 
<          !     +    $
;  ?J K  ?   K $

91
ANDREIS & ADAMS

RESUMEN

   #     # !       


       #  # !        
             #$ >    
 !    #  #       $ >    
   5    !      #     -
   5             #   ! 
                  #$ K 
 #   +    # 8   4       
      +    5    !7  8  
+      # 4     $ >    
   5            
      "<5     !7 #   $
;    !     <     +     !7 -
      4       "<5    4   
LLP$ Q               # 8
reconociendo la fundamentalidad de la escuela y la academia, ambas desde la perspectiva
     $
; !  J K #   5  $

INTRODUÇÃO aritmética, é de fato sempre vanta-


joso para o homem e constitui uma
lei para toda a humanidade? Mas,
“[...] Quereis, por exemplo, des- por enquanto, isso é apenas uma
acostumar uma pessoa dos seus ve- suposição vossa. Admitamos que
lhos hábitos e corrigir lhe a vonta- seja uma lei lógica, mas talvez não
de, de acordo com as exigências da o seja, de modo algum, da humani-
ciência e do bom senso. Mas como dade. Talvez penseis, senhores, que
sabeis que o homem não apenas estou louco? Permiti-me emendar o
pode, mas deve ser assim transfor- que disse. [...]” (Dostoievski 2000,
mado? De onde concluís que à von- p. 45-46, grifo nosso).
tade humana é tão indispensavel-
mente ‘necessário’ corrigir-se?    ? +   
Numa palavra, como sabeis que tal do subsolo do mundo interpreta (Dos-
correção realmente trará vantagem  V WXXXY 4  8<$ ;
ao homem? E, se é para dizer tudo
    #  <Z
por que estais tão ‘certamente’ con-
victos de que não ir contra as van-  +   <    +  4  -
tagens reais, normais, asseguradas sível na arte. A literatura permite esse
pelas conclusões da razão e pela <    !  -
92
RELACIÓN ACADEMIA, ESCUELA Y EDUCACIÓN GEOGRÁFICA
   ? +   -     +    
  $  <'[    -  8       + 
nagem interroga e interroga-se acerca são, pela academia, teorizadas.
    ' !   
com o convite para pensar sobre a re- ^  4  !' + 
          - ! +         -
zando como elemento para fomentar o sam e podem sentar para conversar. Na
!   +   !           8   4
   "$ <  +   7   -
te compreender o processo educativo.
         ^      "  -
7   !        /   8   + 
 +      7 '     4     
de ingressar no mundo comum, para,     !4  
   #     #[! $   
           
seu desenvolvimento, especialmente  !      
   $ \    ! entre a escola e a academia, tomando
     ?         
   +     como referenciais. Enfoco o cotidiano
última instância, visa melhorar a vida como conceito e categoria, vinculador
  $ ]  4        # 
<+    ! -       ! 
!  +                   
      -   +    $
do pensada teoricamente e realizada,
    +          +    <-
melhorar a vida, o cotidiano de cada recer indicativos das possibilidades e
sujeito. !4       $
*        -
Ao encontro da relevância da to, utilizamos alguns dados de uma pes-
  !    < - +       /!  =
       4 +  "  > _`  +  <  
propomos este diálogo envolvendo a          
         $       "$ K  -
Utilizamos as categorias e os conceitos   5  -
#     "     5   
 <   !   -   +   !    
   +    - conhecimentos conceituais no ensino
são do fazer na escola e na vida diária.  "    
P  +       dos sujeitos aprendentes.
93
ANDREIS & ADAMS

^ <     4  - A ACADEMIA E A ESCOLA


           -
    $ k!4     wP [   + -
dedicaremos às análises do processo de sadores vinculados ou não as universi-
    ?-  #  '   #
  <   q    +      ! 
produzido pela academia e o conteúdo      7-
trabalhado pela escola. Nesse sentido,   5Y      w=[
4    8         +    -
wWXxxY +         retamente como professores e gesto-
    q     Y +    -
  $ *  $ ;
ma coisa. Estão interessadas ambas
   !     + 
em melhorar o processo de ensinar e
acontece entre academia e escola, e para
$ ; 4 +   
      +   !  -
enunciarem sobre o mesmo objeto, a
no no processo de ensino de Geogra-
     <
  $ =<[ [
     +   -
        + 
   [ $ P-
 +   +    -
    q    
+         
    +    
   "$
 <   !7 #  
;      - distantes entre si. Mas há um movi-
 +        "-  +    <    <
               
academia e a escola, apoio-mo-nos em pensar sobre esses ruídos. A academia
 +    "  {- vem se dedicando a discutir não apenas
lena Copetti Callai e Doreen Massey, a vida na escola, mas com a escola. A
 Q    |V? `V?           <-
da Sociologia como Michael Young.       +  
Esses interlocutores estão presentes no academia tenta dizer, mas para, tam-
     - !4     $   
dos e, especialmente, como diálogo em  <     +  
! w$$ "'    ? +   8     -
construído habitualmente em forma de trado difícil. São instâncias diferentes
diálogo com um interlocutor ausente) e +  '  <    5-
  #+  w$$ k[    8   +     <  
consigo mesmo, ver Bakhtin 2005). muito menos afastados. Atravessam-se
mútua, dinâmica e dialeticamente, por-
+  '     + 

94
RELACIÓN ACADEMIA, ESCUELA Y EDUCACIÓN GEOGRÁFICA
são elementos da vida, as ferramentas nado campo do conhecimento, funda-
do pensar, do educar. das nessa generalidade.

K   ?  4 +  Como acabamentos sempre pro-


pela primeira vez notado, muito menos  #    !
4    +  4 $  -   +     -
trário, muito se diz (especialmente pela   +   +  7 -
  Y  < +    tendidos pela sociedade como um todo.
         São apreendidos de modo singular por
    !4     -    +  4  -
ve (especialmente na academia). No    +    -
  #   -  +       
5 ?8 <   mais elaborada teoricamente. Uma ca-
             + 
 $        apreende uma generalidade, mas con-
4   +    +    - 4   $ >   
   ? 4  # reside na sua capacidade de provocar
      +      +       -
      8   +  7 jeito.
 8  4       -
dar. E o diálogo envolve os conceitos Embora sempre se constituindo,
  +        4    +  ?-
!7  '     -  4 +  4 +    _
     $ *     8    +  ?  -
  $ $  4   ! 
 8     +   $ ]
   !       +   
8    [   realizar uma análise. Uma instância de
!7          +      -
ferramentas da academia e da escola.   < +     -
K     '  5     -
 ' # +   ?  ?$ ;   
escala de análise e por isso permitem      +  4  
o entendimento entre interlocutores em uma análise, tomando alguns pressu-
 5   !'$ K!-   +       +  4
ra cada sujeito compreenda de modo  5  8$ ]   
    !' !       8      
  /   "  8     $ * 
diferentes, novos. Categorias e concei-   ? '[  -
         # 
  5   - paisagem e lugar, entre outras.
95
ANDREIS & ADAMS

K  +  4         +   


conceito e categoria para pensar sobre os conhecimentos e, devido aos con-
      € ;+      ? 4 +     $ K  ?8
   +       -       +    
cativo seu objeto, tratam da dimensão     !    
   #$  ? $ ^ +   ? 
“As escolas são lugares onde o conhecimento fora da escola se trata de
mundo é tratado como um “obje-    $ k[   < -
to de pensamento” e não como um        + 
“lugar de experiência”. Discipli- <'   $ K   
   -   Z    ?-
sica são as ferramentas que os pro-       Z
fessores têm para ajudar os alunos
a passarem da experiência ao que as palavras abandono e sufocamento.
o psicólogo russo, Vygotsky, se re- * 4  ? +  +  
feriu como “formas mais elevadas  ? +    -
de pensamento”” (Young 2011, p. clusão, o ingresso do sujeito no mundo
615). comum (Young 2007). Diferentemente
P  +   <     ?      4
'        ?   +  “refere-
escola, alerta Young (2011). Se for para se ao que o conhecimento pode fazer,
a academia se restringir a sistematizar como, por exemplo, fornecer expli-
  +      <  -        
   $ ;     se pensar a respeito do mundo” (Young
 #  q '   2007, p. 1294).
   4   < q $  -
]  ? #
bas, com objetos de pensamento, com
   8 <  4
conceitos sistematicamente relacio-
   
   !  +   
  $ |  +    -
no “conhecimento poderoso”, como
7      4 -
denomina Young (2007), o conteúdo
 8 +     #   
#[  +  4    -
relacionado com o mundo da vida do
 $ K    # ! -
7$ P  + J
?   ?  
ao aprendente. Os processos de cons- “Todas as tentativas teóricas
          de alcançar a existência-evento real
 5   +  '    a partir do interior do mundo teórico
4  ! ?   q #[ são sem esperança; não é possível do
abstrato. interior da cognição em si no mundo
conhecido teoricamente para alcançar

96
RELACIÓN ACADEMIA, ESCUELA Y EDUCACIÓN GEOGRÁFICA
o mundo real em sua singularidade e Partindo da ação-ato e não da sua
irrepetibilidade” (Bakhtin 2010, p. transcrição teórica, há uma abertura
58). voltada para seu conteúdo sentido, que
é inteiramente admitido e incluído des-
P  4 8     +   de o interior de tal ato, já que o ato
  +       - se desenvolve realmente no existir”
         w`V? WXxX $ †‡Y$ ^   4 -
4 8  !4      -  +      
fessor e aluno, para compreenderem ˆ! 7  ‰   | 
conceitos e categorias, precisam ser wWXX‡Y ? +  “o global é
       #- tão concreto quanto o é o lugar local”
ricas. (p. 260).
* +   <  - ]     +   -
gem de conhecimentos na escola, esse diano interessa nesta discussão. Coti-
    4     4     
construído pelo aprendente. Mas no   !4 '$ % 
 #     <  +      /-
deve contemplar, de modo consciente e  4      Q   >-
     +   { #  !4  "
    7 $ ;- !     
 4       +  campo do conhecimento. É apreendi-
o sujeito se autoconvoca e “implica    " +   
interrogar e ouvir, experimentar posi-       +  
cionamentos, combinando uns e des-        '
mascarando outros” (Bakhtin 2005, do humano e do não humano (Massey
$ †Y$ K    - 2008).
  4     + 
são provocadas intencionadamente por As fronteiras do vivido e do con-
cada envolvido nesse diálogo. E essas cebido são totalmente dependentes da
      +  espacialidade. Desconsiderá-la pode
“compreender um signo consiste em       +  
aproximar o signo aprendido de outros ?8       -
signos já conhecidos; em outros ter-  $ ^     
mos, a compreensão é uma resposta a referenciais concretos e abstratos, fun-
um signo por meio de signos” (Bakhtin damentais para viver a vida.
2004, p. 33-34).
K  "  
^  4    -   wWXxxY 4   !  
      “desenvolver modos de pensar que en-
     $ “[...] volvam a dimensão espacial”$ ;  
97
ANDREIS & ADAMS

“formar pensamento espacial pode ser    4  5   78
um argumento para estudar os conteú- separar a vida escolar da academia. Seu
dos. Estes, por seu lado, podem ser os   4     -
argumentos para desenvolver o pensa-   +        -
mento espacial.” (p.16). /    !' $

 4    q A vida e o ensino escolar são vi-


 "    +   ' +     -
 4    $ %  - $ K<[       -
  +  ?    '     #
         <    #
|  wWXX‡Y$ ]   +      ' +  
    +    - +  +   $ *  -
na com o dia a dia do sujeito indepen-  4 +     /
         !   +    /!-
$ K    +      +    
!   8   +       #
 7        +   <     -
    ! $ ] -   "$ ;    -
!4   +  !   !       
   8     +         +    
relaciona com a compreensão do sujei- Š +    ?   /
       +  $ ] dos conhecimentos conceituais e das
por isso, categoria e conceito, caro ao  Š      
   "$ do cotidiano dos sujeitos da escola nas
    $
*    4 < -
   +     - K        -
    !  ?-     $ K  " 
   !   +   +  reconhecer a espacialidade vivida e
   <    - conceitual. Ao discutir o ensinar Geo-
8   +      4  +   
     "$ tenha presente esse pressuposto da vida
como espacializada, ou seja, do coti-
     ! 
   !4   ! -
O COTIDIANO NO ENSINO DE GEO-
  8        #-

rico na perspectiva da espacialidade.

* 4  5   78 ;   !  


separar o cotidiano do ensino escolar,   +   +       
98
RELACIÓN ACADEMIA, ESCUELA Y EDUCACIÓN GEOGRÁFICA
vida, o mundo vivido ou o cotidia- obras catalogadas apresentam dados
   +     !  informacionais como autoria, título e
   "     ! ? <'  
<'   +    $ ^!-      [?   + 
    +   ' -      <   -
 $  4       ?  < '   
  +     -   $ K  q   <
      buscados no curriculum lattes disponi-
!4     +  [ bilizado on line, embora alguns não
  +      7 - tenham sido localizados.
  $   
  +   +    <'   +   < -
serve como indicativo para desenca- lizada uma análise do conteúdo dos
  8         !    +  
 8  !   +          !  <
      "  de títulos e subtítulos, para depreender
   +    !       +    
       - análise por eles proposta.
zadas no âmbito da academia.
* 5  +   
  +    +   WXXx  WXxX     8
elementos para esta discussão (ver    "  => <  -
 Y     blicadas no total em torno de dezoito
          +   obras na forma de livros. O grupo en-
!     "  =>      +     
 4  4    $ em número de seis os livros publicados
Nesse sentido, foram realizadas catalo- individualmente. Doze livros são pu-
      #- !      
      w -    ! +  ! -
  # [   K      +     <
"Y   5    $  5    $ K   
sob a forma de capítulos computam
;        -       $ ! -
       +     !   -
livros e capítulos de livros, enfocan-       
    8   !  na forma de artigos como capítulos de
impressas em editoras no RS. Cabe $ %    4   
  +   <           + 
8     q   - assim sendo, em duas obras estão con-
  ?   -    + 
   !  $  ?      !   
99
ANDREIS & ADAMS

como capítulos de livros no RS no pe- dos sujeitos envolvidos no processos


5  +  $ de aprender. “O movimento hip hop no
! = J  8  
{8      +    -    < #‰ w
     $ {  - WXXY ˆ    w  -
   4          $$$YJ   8
outros doze capítulos de livros. An-    !   
Z      *  atlântica” (Schirmer & Baldauf 2003),
4 ‹?  [    ˆ  4      ‰ w‹-
      5   cher 2003a), “separatismo: autonomia
    4        4  <  
        -    +      -
  $  ‰ w‹? WXX!Y ˆ  
   "‰ w>?<< WXXY
Nos títulos gerais das dezoito ˆ8 8    
!  ?8 <'    - mundo, converentendersar com o outro
vras mundo da vida, mundo vivido ou   !    ‰ w‹-
 !   4  5 - cher 2007) e “da cotidianidade do
  +   ! ?   #   
a pretensão de discutir o cotidiano no    # ‰ w= 
     "$ * - ‘ \ >  WXX’Y$ >    
  <    + -  +  4  5   < 
   ! +  ' +  apresentada no título, depreender a
    '   -       ?
?  +     - o cotidiano, a vida do sujeito como
       4  +   - fundamental no ensinar e no aprender.
tiva inicialmente (Callai 2011a, 2011b, K   [  +  < 
Π WXxXY$ ]  5   +         # ! 
o conteúdo de pelo menos alguns dos      "$ k-
 +     !     !   +  4  5
Š  +             
tema sob forma de título ou subtítulo–,      "  -
devam ter contemplado o cotidiano    5   '
dos envolvidos no processo educativo, obras.
como pressuposto para oportunizar o
ensino e para acontecer a aprendiza-  ! +    -
gem.     +      '
 <'     "-
]  5  +        
capítulos de livros aparece evidenciada compreensão do processo educativo
a pretensão do autor de se referir à vida como relacionado ao cotidiano dos
100
RELACIÓN ACADEMIA, ESCUELA Y EDUCACIÓN GEOGRÁFICA
7  $ = +       !  
+        +       -
enunciam diretamente a pretensão do     +  
         $ > 4 -
     7  -    +    $
  "    5 - ]   ? + 
los. Mas como não foi realizada uma   +       
análise do conteúdo dos escritos, essas são fundamentais para intencionalmen-
              $
indicativo geral. *   4  5   + 
  +      
^     +    da escola, para se fazer entender pela
 4  <  +        !4   4  -
como capítulos de livros, e mesmo nos vidar, ensinar a escola a se pronunciar.
        -
    < #  +   4 +  8 +   
 +  8  
 +       $
esse processo interrogativo num movi-
;         
 +   ?   
foi possível localizar seu nome e outras
    +  +   + 
<       -
   $ P  +       
      
       
!  +   <  
 / !     4[
academia.
estabelecido (horas-aula, salas, disci-
Esses elementos, por sua repre- plinas, turmas em diferentes escolas
sentatividade como generalidade e por   +   <   
   ! ?Y$ * '-
serem apenas indiciais, não devem ser-
         
vir para concluir, pois isso conduziria
    ?
     $  
  $
    +     -
  !! 8   +   |    
em um estado do Brasil, servem para        +  -
fomentar o debate. Sua importância re- ! +       -
side no fato de potencializar a discus-  $        4
 !      _- [ #[< 
'_<   _ _ <[#[ 
conceitos/pensar e entre a academia/   < +  !  
 +       _   -    $ ^     + 
rando o cotidiano no ensino de Geo- cabe a academia atentar diz respeito as
$ palavras utilizadas. O nível conceitual,
101
ANDREIS & ADAMS

ao menos inicialmente, deve ser sim- ? [   


  w    #      $
linguagem cotidiana da escola), para
ser compreendido pela escola. Isso per- A capacidade de dialogar, como
8 +    -  8    +  `V? wWXX†Y  -
 +     !  +  <     <Z  \ -
  8 $ ;   toievski, serve para pensar-se como
    4  8 pode acontecer esse movimento entre a
+     +       academia e a escola. Colocar
para daí abrir possibilidade de atraves- “[...] o homem em situações ex-
   <$ traordinárias que o revelam e
provocam, aproxima-o e põe em
Apoio-mo-nos em Bakhtin para contato com outras pessoas em cir-
  /  !   cunstâncias extraordinárias e ines-
sentido como processo singular, único   !     " -
e irrepetível a ser construído pelo sujei- dade de experimentar a ideia [...]”
(Bakhtin 2005, p. 105).
to. Apenas assim se sentirá responsável
 +  ;    4 < -
“Eu, como único eu, não posso nem mental reconhecer o outro para poder
sequer por um momento, não ser      $ *  
participante da vida real inevitável q # w  
[...] eu preciso agir a partir do meu conceitos) e metas comuns, bem como
lugar único, mesmo que se trate dos diferentes papeis da academia e da
de um agir apenas internamente”    4 +      #
(Bakhtin 2010, p. 98).
deve ser deliberadamente considerada.
k  7  5  +  
academia deva ser a responsável por
chamar, por convidar a escola ao diálo-
#$%&'*+/*&%&
   +    4  
  8$ |    8
 8    <   +  ^ #       -
    $ <        5
(Callai 1998), mas são todos imprescin-
  !  4   8- díveis. Inseparáveis e sempre em cons-
   !  +     '   
 +       < +  '   
por isso não pode ser uma conversa à   7     8
toa, mas um diálogo prospectivo. Fa-     wWXxx!Y$ >  
zendo-se entender pela escola, promo-     4 < -
  8   5 +  ?      
a escola como capaz de produzir con- e a escola para a melhoria do ensino,
102
RELACIÓN ACADEMIA, ESCUELA Y EDUCACIÓN GEOGRÁFICA
na perspectiva de contemplar a vida, ]  5  +   q -
o cotidiano dos sujeitos da escola. Ao mos anos tem sido citada pela acade-
encontro desse interesse comum, algu- mia e pela escola uma pretensão de rea-
    J     8 w 
WXxx!Y$ k!4   
Quais (outras) perguntas podem e      ! 
  < € \  +  78 -  "  +   <   + -
    +     sa acerca do seu objeto, ensino e apren-
rever? A academia pensa sobre o outro- dizagem. Evidenciam-se ainda alguns
escola ou com o outro-escola? Como     +  -
a escola interpreta a academia? Quem mia e escola precisam estar atentas. A
se pode/deve convidar/convocar-ouvir/ academia pode dar mais abertura à es-
   €    cola e esta pode comprometer-se mais
4   +    <          
entrecruzar? 8 4     #
    #$ ]  
Nessa discussão, utilizamos as implicar maior grupo de pessoas envol-
categorias e os conceitos como elos   8     "
  ! !        +    !  
      +  4  - +      8   8-
? +  ! 4   +  !        
     $        !
 4    !   +         
+       $ >   +   -
  +  '    -     +  
vimento inerente à vida em sociedade.         ?-
   4 +    +  rar o processo educativo.
de fora olhar e pensar sobre a vida. Isso       -
!         /-    +   !    
cia dos conceitos e das categorias. Seu      "  => -
   8     $ K   +    8    
4     +  4   -         
zado. Uma compreensão da dimensão          $
dinâmica dos limites, fronteiras e ho- *   +      
rizontes abstratos, dos entendimentos temerosa, espreita a academia e esta
+      #     parece ainda olhar pela fresta da por-
       +   ta, sem entrar efetivamente na escola.
   !7    *   !  +   8 
+      $ !      ?

103
ANDREIS & ADAMS

possibilidade de encontrar alternativas que, como se sabe, é a mãe de todos


           4 os vícios” (Dostoievski 2000, p. 46.
  $ \8   !- grifo nosso).
tura não para convencer o outro, mas
para juntos interrogarem-se e arguirem
em torno da melhor alternativa, ao me- AGRADECIMENTOS
nos provisoriamente.

O homem do subsolo (Dostoievs-


K   +   <   
ki 2000), ao responder a sua autoinda-
Q     ; +   
 !    ?
= "  > Š Q;K="> 
       ! 
de Cientometria. Contou com a coorde-
nos conhecimentos conceituais ou con-
  \$ {     
q      -
     +   J
  $ ;  
  `     "
depreender a fundamental importância
  %*P–%—_=> [!   ;P`P[
da academia como propositora da re-
*;+  |   -
       [ !-
            K   '  
        %*P–%P_=> !   ;K> Š;=^-
compartilhar o melhor viver. >%;_   *     
K   ' +  !
“[...] Concordo: o homem é um !  Q;K=">  WXxx   
animal criador por excelência,      |   |-
condenado a tender consciente-
mente para um objetivo e a ocupar-   |  ;   |-
se da arte da engenharia, isto é, sías.
abrir para si mesmo um caminho,
eterna e incessantemente, ‘para Os autores agradecem o apoio
onde quer que seja’. Mas talvez        
precisamente por isto lhe venha às 4      !    -
vezes uma vontade de se desviar,    ˆ;  >   ;# [
justamente por estar ‘ condenado’
"   P    K 
a abrir esse caminho, e talvez ain-
da porque, por mais estúpido que ;  ‰ w;=^>%;Y  
seja um homem direto e de ação,    * ;K> `  $ K 
ocorre-lhe às vezes que o caminho ! ? <    PP >#-
vai quase sempre ‘ para alguma  P  ; +   
parte’ e que o principal não está Didática da Geografía, organizado pela
em saber para onde se dirija, mas
=K\\"K^  %  -
simplesmente em que se dirija, e em
que a criança comportada, despre- mia de Humanismo Cristiano, em San-
zando a arte da engenharia, não se tiago, Chile, entre 16 e 18 de abril de
entregue à ociosidade destruidora, 2012.
104
RELACIÓN ACADEMIA, ESCUELA Y EDUCACIÓN GEOGRÁFICA
REFERÊNCIAS 8   w^ J  
$$   {$$ >?<< *$^$ ‘ ‹-
cher, N.A.). Editora da UFRGS e AGB
`V? |$ wWXX˜Y$ |       ;  $ ;   =
  $ K {  ™ K$ Grande do Sul, Brasil. p. 87-98.
> ;  `  $
‹? *$ wWXX’Y$ ;8 8
`V? |$ wWXX†Y$ ;!   4 para lerpensar o mundo, converentender-
 \ 4 V$ K Q  %- sar com o outro e entenderscobrir a si mes-
sitária. Rio de Janeiro, Brasil. $ KJ " ;8 ;#
  K  |4 w^ J  -
`V? |$ wWXxXY$ ;     
 $ ‹? *$ ‘ = *$Y$ K
   8 $ ;  –  $ >
=k|K\$ ;   = " 
  > ;  `  $
Sul, Brasil.
  {$$ wx ‡Y$ ^ #  -
 "$>$ wWXXY$ ^  ?
<      $ ›P
?  ! = J  8  -
8    <!
    < #$ KJ
   5$  $ K 
Um pouco do mundo cabe nas mãos. Geo-
UNIJUI. Ijuí, Rio Grande do Sul, Brasil.
         !
p. 65-70.
w^$J = *$  $  {$ ‘
  {$$ wWXxxY$    - ; $Y$ %Q="> K$ ;  
J        8$ Rio Grande do Sul, Brasil. p. 229-258.
PJ Q  <  J q 
       wK J |  \$ wWXX‡Y$ ;   $ K
| K$ ‘ | $Y$ K ›$ Bertrand Brasil. Rio de Janeiro, Brasil.
x K$ "/ `  $
Rossato, M. & Da Silva, D. (2007). Da
  {$$ wWXxx!Y$ K  8-     # 
J   8$ K  %*P–%P$      # $
Ijuí, Rio Grande do Sul, Brasil. 320 p. KJ " ;8 ;# 
 K  |4 w^ J  
\  V Q$ wWXXXY$ |#  !- $ ‹? *$ ‘ = *$Y$ K
 $ K ˜$ > ;  `  $ =k|K\$ ;   = " 
Sul, Brasil.
‹? *$$ wWXXY$   4 
    $ KJ "     Schaffer, N.O. (2003). A cidade nas aulas
 J 8   w^ J  -  $ KJ "    
vanni, A.C., Callai, H.C., Schaffer, N.O.  J 8   w^ J  -
‘ ‹? *$$Y$ K  %Q=">  vanni, A.C., Callai, H.C., Schaffer, N.O.
"`  ;  $ ;   ‘ ‹? *$$Y$ K  %Q="> 
Rio Grande do Sul, Brasil. p. 11-22. "`  ;  $ ;  
Rio Grande do Sul, Brasil. p. 111-118.
‹? *$$ wWXX!Y$ > J  -
      4  <  >? $$ ‘ `  < $ wWXXY$ ^
    +         w    $$$YJ
 $ KJ "      J   8    !

105
ANDREIS & ADAMS

no sul da mata atlântica. Em: Um pouco do


  !   $ " 
educacao o local e o global (Org.: Rego,
*$  $  {$ ‘ ; $Y$
%Q="> K$ ;   = "
do Sul, Brasil. p. 259-273.

Œ  |$Q$\$ wWXX’Y$ ; +   


   €$ K   > W‡wxXxYJ
1287-1302.

Young, M.F.D. (2011). O futuro da edu-


     ?-
to: o argumento radical em defesa de um
currículo centrado em disciplinas. Revista
`    K  x™w˜‡YJ ™X [™W$

106

Você também pode gostar