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THIAGO CANTÍDIO MACHADO DE SOUZA

APLICABILIDADE NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA


DOS PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS

RIO DE
JANEIRO
2019
THIAGO CANTÍDIO MACHADO DE SOUZA

APLICABILIDADE NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA


DOS PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS

Artigo científico apresentado à


disciplina de Metodologia da
Pesquisa Científica como
requisito parcial para a
conclusão do Curso de Pós-
Graduação Latu Sensu –
Especialização em Gestão
Pública na Universidade
Cruzeiro do Sul

Orientador: Cristiano Ferreira.

RIO DE
JANEIRO
2019
RESUMO

O presente artigo busca analisar a aplicabilidade dos princípios da administração


pública. O estudo trás uma abordagem sobre os princípios: legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência estes expressos na
Constituição Federal no caput. do art.37, visando mostrar a importância e relevância
dos mesmos. Através de exemplos práticos buscou-se analisar e visualizar a
aplicabilidade de cada um dos princípios da administração pública e assim concluir
como se aplica estes princípios e onde se encontra o maior ponto crítico.

Palavras-chaves: Princípios. Administração Pública. Prática


SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO......................................................................................................................6
2 REVISÃO DA LITERATURA.................................................................................................7
2.1 PRINCÍPIO DA LEGALIDADE............................................................................................7
2.2 PRINCÍPIO DA IMPESSOALIDADE...................................................................................7
2.3 PRINCÍPIO DA MORALIDADE...........................................................................................8
2.4 PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE...........................................................................................8
2.5 PRINCÍPIO DA EFICIÊNCIA..............................................................................................9
3 METODOLOGIA..................................................................................................................10
4 DESENVOLVIMENTO.........................................................................................................11
5 CONCLUSÃO......................................................................................................................14
REFERÊNCIAS......................................................................................................................15
6

UMA ANÁLISE SOBRE A APLICABILIDADE DOS PRINCÍPIOS DA


ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Wilson Vanderlei Bueno da Silva1

Jorge Sebastião Filho2

1. INTRODUÇÃO
Tendo em vista que princípio é o momento inicial da existência de algo ou de
uma ação; é o seu começo; o ponto de partida, ou melhor, é a proposição elementar
e fundamental que serve de base a uma ordem de conhecimentos (MAFRA, 2005).
Os princípios da administração pública regem as atitudes dos agentes da
administração pública, ou seja, são os pilares da conduta de quem trabalha na
administração pública direta ou indireta.

Toda ação do agente público deve estar pautada nos princípios da


administração pública, são eles: Legalidade, impessoalidade, moralidade,
publicidade e eficiência. Estes princípios buscam fundamentar e assim auxiliar a
administração pública a atingir o seu objetivo maior que é o bem comum. Meirelles
(1999, p.81) afirma que os princípios são “os sustentáculos da atividade pública”.

Buscando visualizar na prática a observância do administrador público aos


princípios no exercício de suas atividades, este trabalho tem como objetivo analisar
a aplicabilidade dos princípios da administração pública.

Objetivo geral da pesquisa:

Analisar a aplicabilidade dos princípios da administração pública.

Objetivos específicos:

I. Conceituar os princípios da administração pública;


II. Descrever exemplos práticos de sua aplicabilidade;
III. Relacionar pontos críticos.
1
WILSON VANDERLEI BUENO DA SILVA - Tecnólogo em Gestão Pública pela Faculdade de Tecnologia Internacional – FATEC. Pós
graduando em Direito Administrativo Disciplinar pela Universidade Tuiuti do Paraná. Email: sgtwbueno@yahoo.com.br
2
JORGE SEBASTIÃO FILHO - Bacharel em Direito pela Universidade Estadual de Ponta Grossa. Especialista em Ciências Penais e
Direito Processual Penal pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná. Mestre em Direito Empresarial e Cidadania pelo Centro
Universitário Curitiba - UNICURITIBA. Professor das Faculdades União de Ponta Grossa/PR na disciplina de Direito Processual Penal.
Professor da Faculdade Secal de Ponta Grossa na disciplina de Direito Processual Penal. Professor Coordenador do Curso de
Extensão Universitária em Investigação Criminal. Professor em cursos de atualização em Processo Penal promovidos pela Escola
Superior de Advocacia do Paraná (ESA). Professor convidado da Escola Superior de Polícia Civil do Paraná. Professor Coordenador
Regional do Núcleo de Pesquisa em Segurança Pública e Privada (NPSPP) da Universidade Tuiuti do Paraná. Advogado militante na
área criminal. Email: jorgesfylho@hotmail.com
7

2 REVISÃO DA LITERATURA
Segundo o Professor Antônio Henrique Lindenberg:

Determina o art. 37, caput, da Constituição Federal que a Administração


Pública direta e indireta, de qualquer dos Poderes da União, dos Estados,
do Distrito Federal e dos Municípios, obedecerá aos princípios da
legalidade, moralidade, impessoalidade, publicidade e eficiência.
(LINDENBERG, p.1)

2.1 PRINCÍPIO DA LEGALIDADE


De acordo com Hely Lopes Meirelles (1999, p.67 apud LINDENBREG):

A legalidade, como princípio de administração, significa que o administrador


público está, em toda sua atividade funcional, sujeito aos mandamentos da
lei, e às exigências do bem comum, e deles não se pode afastar ou desviar,
sob pena de praticar ato inválido e expor-se à responsabilidade disciplinar,
civil e criminal, conforme o caso. (MEIRELLES, 1999 p.67)
Toda atividade exercida dentro da administração pública está subordinada ao
que a lei determina. Conforme Odete Medauar:

Na Administração Pública não pode prevalecer a vontade pessoal.


Enquanto os particulares podem fazer tudo aquilo que a lei não proíbe, na
Administração Pública só se é permitido fazer o que a lei autoriza. A lei para
o particular significa “pode fazer assim”; para o administrador público
significa “deve fazer assim”. (MEDAUAR, 2001, p. 82-83)
O princípio da legalidade tem como objetivo primordial a submissão da
administração pública à lei, ou seja, não há liberdade nem vontade pessoal, a
administração pública não pode atuar contra a lei ou além da lei, somente pode agir
segundo a lei.

2.2 PRINCÍPIO DA IMPESSOALIDADE


O administrador público esta impedido de buscar outro objetivo ou finalidade
que não o interesse público.

Francisco Mafra afirma que:

O intuito essencial do princípio da impessoalidade seria impedir que razões


pessoais prevaleçam e sejam praticadas no âmbito da Administração
Pública. O principio da impessoalidade visaria impedir situações geradas
por antipatias, simpatias, vinganças, represálias, nepotismo e
favorecimentos diversos, tão comuns em todos os setores da vida social e
especificamente na Administração Pública. (MAFRA, 2010)
O princípio da impessoalidade é tratado sob duas vertentes dentro da doutrina
a primeira como determinante da finalidade da administração pública, o interesse
8

público, a segunda evitar que o administrador público promova-se através das


realizações da administração pública.

Conforme o § 1º do art. 37 da Constituição,

A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos


órgãos deverá ter caráter educativo, informativo ou orientação social, dela
não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem
promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos. (APOSTILA PM –
RR 2012, p.16)

2.3 PRINCÍPIO DA MORALIDADE


Miranda (2005) diz que, a partir da Constituição de 1988, a moralidade
passou a ser elemento integrante do conceito de legalidade administrativa. Assim
ato administrativo imoral é sinônimo de ato administrativo ilegal, e como tal, deverá
ser anulado pela administração ou pelo poder público.

De acordo com José dos Santos Carvalho Filho:

O princípio da moralidade impõe que o administrador público não dispense


os preceitos éticos que devem estar presentes em sua conduta. Deve não
só averiguar os critérios de conveniência, oportunidade e justiça em suas
ações, mas também distinguir o que é honesto do que é desonesto. (FILHO,
2010, p.23).
Segundo o Professor Antonio Henrique Lindenberg:

O administrador, ao agir, deverá decidir não só entre o legal e o ilegal, o


conveniente e o inconveniente, o oportuno e o inoportuno, mas também
entre o honesto e o desonesto. A doutrina enfatiza que a noção de moral
administrativa não está vinculada as convicções intimas do agente público,
mas sim a noção de atuação adequada e ética existente no grupo social.
(LINDENBERG, p.2)
O princípio da moralidade faz com que o agente público além de observar o
que a lei diz não use esta como favorecimento próprio, mas sempre com a finalidade
do bem comum.

2.4 PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE


Segundo Diógenes Gasparini:

A publicidade é a divulgação oficial do ato para conhecimento público e


inicio dos seus efeitos externos. O objetivo de adquirir-se validade universal
seria a razão pela qual as leis, os atos e os contratos administrativos que
produzem conseqüência jurídicas externas aos órgãos que as produzem
exigem que seja feita a sua publicação, que se lhe dê a devida publicidade.
(GASPARIN, 2008, p.87-89).
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Pelo princípio da publicidade os atos praticados pela Administração Pública


devem ser amplamente divulgados, para que, além de conferir-lhes eficácia, possa
os administrados verificar se eles se revestem dos requisitos exigidos legalmente,
reclamando sua anulação quando eivados de vícios que os tornem ilegais.

Para o Professor Antônio Henrique Lindenberg:

O princípio da publicidade vem a concretizar os postulados básicos do


princípio republicano, a saber, a possibilidade de fiscalização das atividades
administrativas pelo povo, haja vista que todo o poder emana do povo,
sendo toda a coisa pública. (LINDENBERG, p. 3)
O princípio da publicidade tem também a função de tornar o ato administrativo
eficaz.

Nesse sentido, a decisão do Supremo Tribunal Federal (2005 apud


LINDENBERG):

Constitucional. Administrativo. Concurso público. Prova física. Alteração no


edital. Princípios da razoabilidade e da publicidade. Alterações no edital do
concurso para agente penitenciário, na parte que disciplinou o exercício
abdominal, para sanar erro material, mediante uma ‘errata’ publicada dias
antes da realização da prova física no Diário Oficial do Estado.
Desnecessária a sua veiculação em jornais de grande circulação. A
divulgação no Diário Oficial é suficiente para dar publicidade a um ato
administrativo. A Administração pode, a qualquer tempo, corrigir seus atos
e, no presente caso, garantiu aos candidatos prazo razoável para
conhecimento prévio do exercício a ser realizado. (RE 390.939. Rel. Min.
Ellen Gracie, DJ 09/09/05).

2.5 PRINCÍPIO DA EFICIÊNCIA


“O princípio da eficiência requer atividade administrativa realizada com
presteza perfeição e rendimento profissional” (GARSPARIN, 2008, p.89).

A eficiência:

É um conceito econômico, que introduz, no mundo jurídico, parâmetros


relativos de aproveitamento ótimo de recursos escassos disponíveis para a
realização máxima de resultados desejados. Não se cuida apenas de exigir
que o Estado alcance resultados com os meios que lhe são colocados à
disposição pela sociedade (eficácia), mas de que os efetue o melhor
possível (eficiência), tendo, assim, uma dimensão qualitativa.
[...]
A eficiência diz respeito ao cumprimento das finalidades do serviço público,
de molde a satisfazer necessidade dos usuários, do modo menos oneroso
possível, extraindo-se dos recursos empregados a maior qualidade na sua
prestação. (GROTTI, 2003, p.298-299).
Miranda (2005) completa afirmando que a finalidade da inclusão da eficiência
como princípio constitucional expresso é permitir que a Administração ofereça ao
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cidadão mais serviços, com melhor qualidade, menor tempo. Objetiva-se, ainda, a
redução de custos, na medida em que se promove a continua revisão e
aperfeiçoamento das rotinas e processos de trabalho, simplificando procedimentos,
desburocratizando e estabelecendo metas e indicadores de desempenho e de
satisfação do cidadão.

De acordo com Maria Sylvia Di Pietro (1998 apud LINDENBERG), o princípio


da eficiência apresenta:

1. Relativamente à forma de atuação do agente público, espera-se o


melhor desempenho possível de suas atribuições, afim de obter os
melhores resultados;
2. Quanto ao modo de organizar, estruturar e disciplinar a Administração
Pública exige-se que este seja o mais racional possível, no intuito de
alcançar melhores resultados na prestação dos serviços públicos. (DI
PIETRO, 1998, p.73-74).

3 METODOLOGIA
Quanto aos objetivos a pesquisa é exploratória, pois este tipo de pesquisa
tem como objetivo proporcionar maior familiaridade com o problema, com vistas a
torná-lo mais explicito ou a construir hipóteses (GIL, 2007). Tendo em vista que este
estudo visa analisar a aplicabilidade dos princípios da Administração Pública, aplica-
se a pesquisa exploratória.

Quanto aos procedimentos foiutilizada a pesquisa bibliográfica, pois esta


fornece meios para auxiliar a definição e a resolução de problemasexistentes.
Permitindo também que a coleta e a analise de dados seja ampla, possibilitando que
um mesmo tema seja analisado sobre pontos de vista diferentes e assim trazendo
novas conclusões.

Para Gil (2007, p.44) “os exemplos mais característicos desse tipo de
pesquisa são sobre investigações sobre ideologias ou aquelas que se propõem à
analise das diversas posições acerca de um problema”.

O presente trabalho utilizou-se da pesquisa bibliográfica, pois baseou-se em


exemplos práticos que constam em artigos já publicados para analisar e relacionar
os pontos críticos da aplicabilidade dos princípios da Administração Pública.
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4 DESENVOLVIMENTO
Através de artigos publicados e apostilas foi possível verificar o ponto de vista
de diferentes autores sobre como se da na prática a observância dos princípios da
Administração publica.

O princípio da legalidade é uma forma de restringir e assegurar que os atos


da administração pública estejam de acordo com a lei.

Rita de Cássia Andrade (2008), Juíza de direito na Paraíba nos diz que a:

Legalidade, igualmente, é a forma de preservação dos direitos individuais,


pois a garantia desses direitos depende de sua existência, autorizando-se
então os indivíduos à verificação do confronto entre a atividade
administrativa e a lei. Havendo dissonância entre a conduta e a lei, deverá
aquela ser corrigida para eliminar-se a ilicitude. Ainda que a lei não
represente a vontade do povo, é certamente a diretriz básica da conduta
dos agentes da administração. Significa que toda e qualquer atividade
administrativa deve ser autorizada por lei. (ANDRADE, 2008).
O princípio da impessoalidade visa que todo ato da administração pública não
tenha outra finalidade senão o bem comum e que o agente publico não venha a
promover-se através de ações na administração pública.

Carmen Lúcia Antunes Rocha (apud, LIMA, OLIVEIRA, NETO, 2014)

A grande dificuldade da garantia da impessoalidade estatal reside na


circunstância de que suas atividades são desempenhadas pelas pessoas,
cujos interesses e ambições afloram mais facilmente ali, em razão da
proximidade do Poder e, portanto da possibilidade de realizá-las, valendo-se
para tanto da coisa que é de todos e não apenas delas. (LIMA, OLIVEIRA,
NETO, 2014 p.14).
Afim de evitar que os agentes públicos venham a valer-se de seus interesses
e ambições pessoais a lei trás várias restrições para ao desempenho da atividade
dos mesmos com a finalidade de diminuir os meios em que o principio da
impessoalidade possa ser violado.

Na apostila da PM – RR (2012), podemos encontrar exemplos de como se


aplica o princípio da impessoalidade:

Alguns exemplos de como a impessoalidade se aplica na administração


pública:
Impessoalidade para ingressar na Administração Pública: O administrador
não pode contratar quem quiser, mas somente quem passar no concurso
público, respeitando a ordem de classificação. O concurso pode trazer
discriminações, mas não gratuitas, devendo assim estar relacionada à
natureza do cargo.
12

Impessoalidade na contratação de serviços ou aquisição de bens: O


administrador só poderá contratar através de licitação. O edital de licitação
pode trazer discriminações, mas não gratuitas.
Impessoalidade na liquidação de seus débitos: A Administração tem que
respeitar a ordem cronológica de apresentação dos precatórios para evitar
privilégios. Se for quebrada a ordem pode gerar seqüestro de verbas
públicas, crime de responsabilidade e intervenção federal. (APOSTILA PR –
RR – 2012, p.16).
O princípio da moralidade faz com que o administrador público além de seguir
a lei trabalhe através de princípios éticos.

Exemplo de ato imoral seria a construção de uma ponte, por um governo


municipal, por exemplo, interligando a área principal do município a uma
propriedade particular de um parente do prefeito, sem qualquer motivação válida ou
sem atendimento de verdadeira finalidade pública. O ato, que a princípio seria
válido, pois que, em hipótese, praticado sem qualquer outro vício, sendo produto de
poder discricionário conferido à autoridade legalmente constituída, poderia esconder
um desvio de finalidade (o motivo declarado não corresponde àquele efetivamente
vislumbrado pela Administração Pública), não
facilmente comprovável.(http://www.tecnolegis.com/estudo-
dirigido/tecnico-mpu- administrativa/administracao-principios-basicos.html).

A apostila da PM – RR (2012), trás alguns exemplos de imoralidade


administrativa:

Hipóteses exemplificativas de imoralidade administrativa:


 Atos de improbidade administrativa que importem em enriquecimento
ilícito (art. 9º da Lei 8429/92). Ex: Utilização em obra ou serviço
particular, de veículos, materiais ou equipamentos públicos.
 Atos de improbidade administrativa que importem em prejuízo ao
erário (art. 10 da Lei 8429/92). Ex: Aquisição, permuta ou locação
de bem ou serviço por preço superior ao do mercado.
 Atos de improbidade administrativa que atentem contra os princípios
da Administração (art. 11 da Lei 8429/92). Ex: Fraude à licitude de
concurso público.
 É crime de responsabilidade o ato do Presidente da República que
atente contra a Constituição Federal, especialmente contra
probidade administrativa (art. 85, V da CF). (APOSTILA PM – RR –
2012, p.17).
O princípio da publicidade tem por finalidade dar conhecimento e
transparência ao povo sobre os atos da administração pública.

A ampla publicidade dos atos administrativos, seja pelas formas legais,


como, por exemplo, as divulgações dos atos no diário oficial, ou de forma
excepcional, em veículos de comunicação de grande circulação, como
jornais, devem objetivar para além da difusão dos atos, cumprir uma função
pedagógica no sentido de estabelecer uma cultura do acompanhamento dos
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atos praticados, despertando o cidadão, a partir do conhecimento dos atos,


a noção de controle dos mesmos habilitando-o para uma apropriação
efetiva de direitos constitucionais, como o da possibilidade de ajuizar ação
popular, podendo esta estabelecer formas de controle dos atos de
administrativos.(COSTA, 2013).
O princípio da eficiência busca fazer com que o administrador público, tenha o
melhor desempenho possível na execução de suas atividades.

A apostila da PM – RR (2012) trás como se dá o princípio da eficiência dentro


da Constituição Federal

Princípio da eficiência na Constituição:


“A investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia
em concurso público de provas ou provas e títulos, de acordo com a
natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei,
ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de
livre nomeação e exoneração” (art. 37, II da CF). Também presente no
princípio da impessoalidade.
“A União, os Estados, e o Distrito Federal manterão escolas de governo
para formação e aperfeiçoamento dos servidores públicos, constituindo-se a
participação nos cursos como um dos requisitos para a promoção na
carreira, facultada, para isso, a celebração de convênios ou contratos entre
os entes federados” (art. 39, §2º da CF).
O servidor nomeado para cargo de provimento efetivo em virtude de
concurso público submete-se a um estágio probatório de 3 anos, em que o
administrador irá apurar a eficiência na prática (art. 41 da CF). Ex: O
administrador verificará a freqüência, o rendimento do trabalho, o
cumprimento de ordens emitidas pelo superior.
“Como condição à aquisição de estabilidade, o servidor está submetido à
avaliação de desempenho por uma comissão constituída para essa
finalidade” (art. 41, §4º da CF): Trata-se de uma norma de eficácia limitada,
pois esta na inteira dependência de uma lei que dirá quem vai integrar a
comissão, quais serão os critérios, quais matérias serão avaliadas e etc.
O servidor público estável poderá perder o cargo em razão de insuficiência
de desempenho, mediante procedimento de avaliação periódica de
desempenho, na forma da lei complementar, assegurada a ampla defesa e
contraditório (art. 41, III da CF): Trata-se de uma norma de eficácia limitada,
pois está na inteira dependência da lei.
“A despesa com pessoal ativo e inativo da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios não poderá exceder aos limites estabelecidos em
lei complementar” (art. 169 da CF).(APOSTILA PR – RR – 2012, p. 19 - 20).
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5 CONCLUSÃO
Os princípios da Administração Pública tem a finalidade de salvaguardar a
população, fazendo com que os agentes públicos trabalhem de uma maneira em
que o bem comum seja atendido. Os princípios devem fazer parte da cultura
organizacional de todo órgão público e também fazer parte dos valores de cada um
dos servidores públicos, façam eles parte da administração direta ou indireta.

Ao falarmos da aplicação prática dos princípios legalidade, impessoalidade,


moralidade, publicidade e eficiência percebemos que a própria Constituição Federal
trás meios de aplicarmos estes princípios, isto fica evidente quando vemos que para
ingressar em um órgão público é necessário aprovação prévia em concurso público
neste ato já aplica-se dois princípios o da eficiência e impessoalidade, utilizando o
concurso publico como exemplo temos ainda a publicação do edital, dos aprovados,
colocando em prática o princípio da publicidade sem falar que para a contratação
através de concurso público existe uma lei.

O maior ponto crítico está no princípio da moralidade, pois se o administrador


público não age com ética e através de valores morais ele acaba buscando meios de
agir dentro da lei, mas acaba violando de alguma maneira o princípio da moralidade
utilizando-se de má-fé. A Constituição Federal prevê meios de controle, mas o maior
controle que se pode ter diante das ações de qualquer servidor público são os olhos
da população, que no mínimo deve conhecer os princípios que regema
administração pública e tentar visualizar nas ações dos agentes públicos a
observância destes princípios.
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REFERÊNCIAS
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<http://www.tecnolegis.com/estudo-dirigido/tecnico-mpu-administrativa/administracao-
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<http://www.abdir.com.br/doutrina/ver.asp?art_id=1483&categoria=Liquida%E7%E3o%20Ext
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CARVALHO FILHO, J. S. Manual de direito administrativo. 23º ed. Rio de Janeiro: Lumen
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DI PIETRO, M. S. Z. Direito Administrativo. 10º ed. São Paulo: Atlas, 1998.
GASPARINI, D. Direito administrativo. 13º ed. São Paulo: Saraiva, 2008.
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GROTTI, D. A. M. O serviço público e a constituição brasileira de 1988. São Paulo:
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LIMA, E. C.; OLIVEIRA, F. E. A.; NETO, J. C. C. O princípio da impessoalidade da
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LINDEMBERG, A. H. Princípios constitucionais da administração pública. Disponível
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