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LICENCIATURA EM DIREITO

ANO LECTIVO: 2022/2023


DIREITOS REAIS – 3.º ANO – TURMA B
REGÊNCIA: PROFESSORES DOUTORES ANTÓNIO MENEZES CORDEIRO E JOSÉ LUÍS RAMOS
SUBTURMA: 17

Caso Prático N.º 8

(Defesa da Posse)

Considere as seguintes hipóteses:

I
António, proprietário de um imóvel em Lisboa, celebrou com Bento, em 2005, um
contrato de arrendamento pelo período de 20 anos.
António, em 2022, precisando do imóvel para o entregar a seu filho Carlos, começa a
enviar cartas a Bento, dizendo-lhe que tem de abandonar o imóvel, sob pena de ele
arrombar a breve trecho a fechadura do imóvel e por as coisas de Bento na rua.
Bento pretende salvaguardar a sua posição jurídica.
Quid juris?
Ações possessórias podem ser intentadas nos direitos pessoais de gozo. No caso seria
locação e será um direito real ou direito pessoal de gozo? MC direito pessoal de gozo.
B teria uma posse interdital, no entanto teria direito a ação possessória.
B não era titular de um direito real de gozo
B- Era detentor nos termos de um direito real (1253º, alínea c) e era possuidor nos
termos de um direito pessoal de gozo, mas sendo um possuidor não é nos termos de
um direito real e a sua posse não é civil, é meramente interdital
1037º, nº2 permite-nos recorrer a tutela possessória (1276º e ss). A usucapião não se
verifica aqui, apenas a tutela possessória
A – Propriedade do imóvel
B podia intentar uma ação de prevenção – artigo 1276º. Esta ação destina-se a
prevenir a prática de atos de turbação ou esbulho de terceiro (o terceiro pode mesmo
ser o proprietário. Neste caso era e era o António) e destina-se também a reagir contra
atuações materiais suscetíveis de lesar a posse. Para tal, requer-se que não tenha
havido ainda perturbação na posse da coisa e o seu objetivo é unicamente evitar que
esta perturbação venha a ter lugar. Caso aconteça, dá-se a condenação judicial do
autor da ameaça (A).
B para além de demonstrar posse, terá de provar o “justo receio de ser perturbado ou
esbulhado”. Não basta, pois, o simples receio. B terá de fazer prova de indícios de que
a violação da posse se afigura como uma possibilidade real (o justo receio de que fala a
lei). As cartas que A enviou a B seriam um elemento de prova e de justificação para
esse justo receio.
II
Abel, proprietário de uma quinta, vê, diariamente, Bertolino saltar o muro da sua
quinta para furtar maças, laranjas e outras frutas do seu pomar para,
posteriormente, este as consumir em sua casa.
Abel, sempre que vê Bertolino, exige a sua retirada no terreno o qual, não obstante a
exigência do proprietário, volta sempre ao terreno todos os dias.
Abel pretende reagir contra Bertolino, pedido conselhos ao seu advogado.
Quid juris?
A proprietário do imóvel – tem legitimidade ativa para recorrer a ações possessórias
Caducidade – 1282º
Legitimidade – 1281º  A legitimidade ativa e B legitimidade passiva
A teria de propor uma ação de manutenção do artigo 1278º, nº1. Esta ação, ao
contrário da de prevenção, supõe que um terceiro já concretizou efetivamente uma
ação de violação da posse, através da prática de atos de turbação (atos materiais que
não impliquem o esbulho, isto é, o desapossamento efetivo da coisa). Não é de
esbulho porque B continua a ter o controlo material da coisa. Há sim um ato de
turbação, ou seja, B está efetivamente a dificultar o exercício possessório por parte de
A, retirando-lhe as possibilidades de fricção.
Podíamos ter uma situação de esbulho e de turbação, desde que devidamente
explicadas. Mas neste caso, seria mais de turbação, segundo o assistente
A ação direta apenas se aplica em casos muito excecionais – só recorremos a esta
quando não podemos recorrer aos meios de tutela
A podia pedir uma indemnização, se compensar pelo valor dos frutos podia ser
ressarcido pelo tribunal
O tribunal tinha de determinar que ele não podia la entrar e recorrer as consequências
Neste caso, não estamos perante uma perspetiva abstrata da violação da posse, de
uma possibilidade de isso acontecer. O 3º já praticou atos materiais sobre a coisa, que
perturbam o gozo dela.
O possuidor que, neste caso seria A, mantém a coisa consigo, não tendo sido
consumado o desapossamento, uma vez não houve perda da posse.
III
Alberto foi roubado por Bento, o qual lhe subtraiu um relógio Rolex de elevado
valor, tendo-lhe agredido com uma paulada na cabeça para perpetrar o seu esbulho.
Alberto, que era conhecido de Bento uma vez que este era ladrão profissional nas
redondezas onde este habitava, tomou conhecimento que Bento iria emigrar para o
Reino Unido e pretende reagir, desde já, para recuperar o seu relógio.

Quid juris?

A- Apossamento
B- Posse de má-fé 1260º
1281º - podia pedir uma ação possessória, tinha legitimidade para tal
Houve um esbulho violento, realizado por B, houve violência direta para furtar o
relógio
Antecipar ou proteger a minha situação em que o desfecho da ação principal podia
colocar em causa o meu direito
377º e ss CC
A ação provisoria da posse carece sempre de posteriormente que o sujeito intente no
prazo de 30 dias a ação
379º CPC- tem a desvantagem de ser menos seguro do que a ação possessória
A deveria propor uma ação de restituição, prevista no artigo 1278º, nº1 CC. A epigrafe
deste artigo fala em restituição da posse, contudo, o esbulhado não perdeu a posse
com o esbulho, mantém-na pelo prazo de um ano após aquele facto (1267º, nº1,
alínea d), o que A perdeu foi o controlo material da coisa.
Esta ação tem lugar quando o possuidor, Alberto, fica privado da coisa pelo esbulho.
Neste caso, o controlo material da coisa (corpus possessório) é destruído pela
intervenção de um terceiro, Bento, que concretiza um desapossamento da coisa,
retirando essa coisa da esfera de poder de A.
Emabrgos de terceiros – 1285  há um imovelm que e é de um proprietário e esse
celebra um contrato de arrendamento durante 20 anos e é registado e esse
proprietário entra em incumprimento e deixa de pagar e o imóvel é adquirido por um
3º e esse quer expulsar o arrendatário. Esse pode defender a sua posse mediante
embargos de terceiro.

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