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3. As Modificações da Instância.
260º CPC – “Citado o réu, a instância deve manter-se a mesma quanto às pessoas, ao
pedido e à causa de pedir, salvas as possibilidades de modificação consignadas na lei.”
O objetivo é de que a instância não tenha sobressaltos e de que não haja alterações
relativa às partes, ao pedido e à causa do pedido
O efeito é o de manter a relação processual inalterada quanto ao réu, pedido, causa de
pedir
Não há dúvidas nem na doutrina, nem na jurisprudência nem na própria lei que este seja
um princípio processual
Mas no DPC não há princípios absolutos, como tal, este consente vicissitudes, alterações,
modificações e exceções
Este princípio inicia-se com a citação do réu, a partir daí a instância estabiliza-se
3. As Modificações da Instância.
Intervenção principal
O terceiro pode aparecer ao lado do autor, numa posição paritária em relação ao
autor
O terceiro intervém como parte principal
311º
O terceiro pode aparecer do lado do autor ou do lado do réu
Intervenção espontânea
O terceiro aparece de mote próprio
Só há na intervenção principal
Pode ser:
Ativa: Do lado ativo
Passiva: Do lado passivo
Intervenção Adesiva/Por Mera Adesão (quer do lado passivo quer do lado
ativo)
312º “aderindo aos apresentados pela parte com quem se associa”
Tem um regime próprio – 313º - “é admissível a todo o tempo”
A adesão pode acontecer num período mais amplo
Porém “não é admissível quando a parte contrária alegar fundadamente
que o estado do processo já não lhe permite fazer valer defesa pessoal que
tenha contra o interveniente.” 313º/4
Intervenção Autónoma (quer do lado passivo quer do lado ativo)
312ª “apresentando o seu próprio articulado”
Vem prevista no 314º
“só é admissível até ao termo da fase dos articulados” (Ver Fases da
Marcha do processo de Castro Mendes)
Ao contrário da intervenção adesiva
Isso deve-se ao facto de, aqui, a parte ir apresentar novos factos e
alegações por isso vai destabilizar o processo
Intervenção provocada
O terceiro aparece porque é chamado por alguém
Pode haver na intervenção principal e na intervenção acessória
Intervenção acessória
O terceiro pode aparecer sem estar numa posição paritária em relação ao autor,
ele está numa posição secundária
O terceiro é chamado como auxiliar
321º
Aqui o terceiro apenas pode aparecer do lado do réu
Esta não é uma intervenção espontânea
Só pode ser provocada
Só pode ir para o lado do réu
Só ocorre na contestação
A partir da contestação não pode ser aceite
Intervenção de assistência
O terceiro é chamado a auxiliar
326º
O terceiro pode aparecer do lado do autor ou do lado do réu
Alguém auxilia de maneira técnica
Pode comportar um direito ou um dever
Pode ocorrer a todo o tempo – 327º
O assistente tem uma posição de tal maneira lateral que não vai trazer problemas
de maior na interposição da ação
Se fizermos uma análise da história do CPC a matéria da intervenção de terceiros tem
sido restringida e por isso pode dizer-se que o princípio da estabilidade da instância
tem sido reforçado
Concluindo, admite-se a intervenção de terceiros em determinadas condições
Se o terceiro aceita o processo no estado em que se encontra, a sua intervenção não
tem efeito retroativo
A regra é a de que as intervenções de terceiros não tenham efeitos retroativos
Objetivas
Relacionadas com o pedido e com a causa do pedido
Castro Mendes dividia a marcha do processo em fases (Regente apoia esta abordagem)
Situação de oposição
333º e ss
Também é uma intervenção de terceiros mas diferente daquelas que já vimos
Situação triangular
A -> B
C -> B
A entende que é proprietário de um terreno e quer que o tribunal o declare como
proprietário. A interpõe uma ação de reivindicação contra B e é B quem diz na vizinhança
que é dono do terreno e age como tal
A partir de determinado momento, C vem ao tribunal dizer que a titularidade é sua e não
de A nem de B
Aqui estamos perante uma situação de oposição
Há aqui um terceiro (C) que se opõe ao réu e ao autor
C é o opoente
C aparece com a titularidade de um direito em que os seus próprios interesses são
divergentes tanto do autor como do réu
Semelhanças com intervenção de terceiros
C pode intervir por iniciativa própria e por iniciativa de alguém que o chama. Há por
isso 2 modalidades diferentes
Oposição espontânea
C age de mote próprio
333º e ss
Ou A e B não estão de acordo
337º/2
Nesse caso o processo segue entre as 3 partes havendo 2 causas conexas
Ou uma das partes concorda com C
Se alguma das partes reconhecer o direito do opoente, deixa de existir
uma relação triangular porque o opoente junta-se ao autor ou ao réu
O processo segue entre a outra parte e o opoente
337º/1
Oposição provocada
A ao propor ação contra B pode chamar C
338º
O prazo é dentro do prazo da contestação
339º
Esta figura tem ganho relevância
Habilitação
G -> H
G coloca ação contra H
Mas um dia H atravessa uma passadeira e morre
Exceção ao princípio da estabilidade da instância que são modificações que ocorrem por
substituição
Se o autor ou o réu morrerem é obrigatório que haja substituição? Não
277º e)
Com a morte de G ou H pode justificar-se que a ação não subsista
Se G reivindica o seu direito de usufruto e morrer. Como o direito de usufruto é intuitu
personae, se ele morreu há inutilidade superveniente dali e logo a ação cessa
A morte não implica sempre uma substituição, mas pode implicar uma substituição
270º diz nos que, em geral, quando alguém falece, há suspensão da instância
Depois da suspensão da instância tem de haver habilitação - 351º
Os vários herdeiros terão de habilitar (substituir) a posição de H
O instituto da habilitação tem 2
Habilitação mortis causa
A que vimos até agora
JAV diz que nestes casos a habilitação é obrigatória caso não haja inutilidade
superveniente
Habilitação inter vivos
Em determinado dia L transfere o seu débito para M
Substituição por razões de uma das partes querer ser substituída
JAV diz que nestes casos a habilitação é facultativa
Bibliografia:
Próx aula: Tramitação processual; O objeto do processo (que implica saber as fases
processuais)
Tramitação processual
MTS:
Réplica
Para o autor se defender e impugnar os factos constitutivos
Apresentada a réplica não se pode apresentar nenhum outro pedido
reconvencional
587º
Questão doutrinária
Função eventual
Em caso de pedido reconvencional, o réu também na
contestação apresentou exceções perentórias e dilatórias
O autor na réplica pode igualmente tentar contrariar os
factos?
MTS diz que sim
3º/4 CPC
Qual é o último articulado admissível?
Contestação
MTS considera haver aqui também ónus de impugnação
sob pena de violação do princípio da igualdade
Articulados supervenientes – 588º
Factos supervenientes objetivos
Ocorrem após o prazo da sua alegação
Ex: Réu cumpre em caso de ação sobre incumprimento e depois decide
introduzir um articulado superveniente objetivo
Seria também uma exceção perentória extintiva
Réu seria considerado absolvido
Exceção ao princípio da concentração da defesa
Factos supervenientes subjetivos
O facto tinha ocorrido antes do prazo determinado para contestar mas o
réu só teve conhecimento e não lhe podia ser imputado o conhecimento
antes da data do término do prazo de contestação
Desconhecimento não culposo
Até quando é que os factos são supervenientes?
Todos os factos que ocorrem até ao momento do encerramento da
discussão
Uma sentença só declara algo em termos jurídicos que é juridicamente
certo ao momento do encerramento da discussão
Final das alegações orais
Fase da Sentença
607º
O juíz tem 30 dias para lançar a sentença
Relevância da fundamentação
§ INTER VIVOS
- Paula Costa e Silva:
- Teoria da irrelevância da posição contratual: não tem relevância a
transmissão de D par F (plano do direito substantivo); aceita-se que haja a
transmissão, mas é irrelevante para o processo
- Teoria da relevância da posição contratual: há relevância para o direito
substantivo e é relevante para o processo
- Teoria da relevância mitigada: aceita-se que com determinadas
circunstâncias se dê relevância à transmissão do direito substantivo, mas só
em determinadas situações e desde que estejam reunidos alguns requisitos
Temos que ter em conta a vontade de E e F
- O DPC português adota a teoria da relevância mitigada: consideram que a
transmissão do direito substantivo nem sempre tem reflexos na ação que está
em curso, só tem efeitos em determinadas circunstâncias
Artigo 263.º: consagra os requisitos; causa autónoma de legitimidade
porque permite a uma pessoa ser parte numa ação; transmissão do direito
substantivo durante uma ação processual
Transmitente (E), apesar de transmitir, continua a ter legitimidade
Adquirente (F)
N.º 1: E tem legitimidade para levar a ação até ao fim; F só substitui se o juiz
concordar
D emprestou a E 100 mil biscas porque acredita que E lhe irá pagar no prazo
combinado
A transmissão tem que ter em conta a vontade de D
RESUMO
- O artigo 263.º ganha várias funções
Proteger a parte estranha à transmissão (D): ele é ouvido e tem uma
relevância importante na transmissão
Proteger os interesses do transmissário (F)
Proteger os interesses do tráfego jurídico
Garantir o princípio da economia processual: permite que na mesma
ação haja uma substituição (promove a verdade do direito substantivo)
263º CPC
O direito processual civil está atento relativamente a algo que é superior às normas, aos
princípios
A inércia não é aquilo que interessa ao direito processual civil
Interessa que haja uma racionalidade de meios
O que seria uma ação processual se uma das partes morresse e não houvesse mecanismos
para colmatar essa situação? Teria de se intentar outra ação
Por isso com a habilitação demonstra-se a preponderância deste princípio
Há uma atividade no processo que tenta ter sempre uma ideia de um resultado adequado
e eficiente
O juiz deve não se comportar como um mero árbitro passivo mas deve, no âmbito
dos poderes de gestão processual, verificar se há causa para
265º/6
A pode intentar uma ação contra B e B pode confessar uma parte
Alteração da causa de pedir por confissão do réu
Apesar de não haver acordo por parte do réu, num momento posterior à petição
inicial, o autor amplia o pedido sendo este uma consequência ou desenvolvimento do
pedido inicial
Todas estas regras têm de ser aplicadas de um modo muito rigoroso, restritivo e
limitativo
LF e Mariana Gouveia
Se o juiz tem poderes mais amplos no 265 para apreciar esta matéria do que o
que está na lei, o que está em causa é o princípio da adequação formal
Paulo Ramos Faria e Luísa Loureiro
Tudo se deve ao princípio da gestão processual
588º
Deixa que apareçam outros articulados (supervenientes)
Reconvenção
A propõe ação contra B
B pode contra atacar na contestação e pode impugnar; impugnar e excecionar e
impugnar excecionar e ainda reconvir, fazer um pedido contra o autor
Confissão – 352º e ss CC
Factos que o réu admite
Confissão judicial
354º - não pode confessar situações impossíveis
Ao lado da desistência da instância e ao lado da desistência do pedido também a
confissão tem efeitos semelhantes
Se aqui existem artigos do CC com tal importância, há que alertar também para a sua
relevância no direito processual civil
283º e 284º CPC
A confissão modifica o pedido
Revelia
A propõe ação contra B e depois de ter sido citado, B não contesta
Ausência de resposta do réu
567º - efeito da revelia
Consideram-se confessados os factos
Pode haver uma confessio ficta -> uma ficção de confissão
Alguém que é revel (não responde) pode ter uma revelia
Operante
A revelia tem os efeitos de confissão
567º
Presunção de confissão
O comportamento do réu é equivalente à confissão
Confessio ficta -> uma ficção de confissão
Inoperante
A revelia não produz os seus efeitos
568º
Absoluta
Se não existe constituição de advogado
Relativa
Existe constituição de advogado, mas não contesta
No início do século XX, a revelia era muito ampla
Tem-se restringido os efeitos da revelia
Ampliando-se várias exceções à revelia operante, ou seja aumentando os casos de
revelia inoperante
Ex: Alguém faz uma volta ao mundo de bicicleta e é citado editalmente ou através
do correio
Boni não considera que o princípio da preclusão seja um princípio processual
Ao alargar-se as causas de inoperância da revelia há situações onde não estão
nessa preclusão automática
Facto instrumental
Providências cautelares
Finalidade da composição final do litígio respeitar princípios constitucionais ao
procedimento equitativo de forma a apurar a verdade material
Este polo faz demorar a decisão final do litígio
Outro polo que pede que a decisão seja rápida para que seja eficaz
Meio de natureza sumária e urgente que salvaguarda a utilidade de uma decisão final
Regulados no 362º e ss CPC
A teleologia é a de que o processo declarativo e executivo pode demorar bastante
tempo, o que causa transtorno ao titular do interesse material da ação, é para tutelar
estes interesses que servem as providências cautelares
A lei permite que processualmente se permita salvaguardar o efeito útil da ação
Pode haver a necessidade imediata da providência desse direito
Características principais
Bastam-se com uma analise sumária da questão
O nível de prova exigido para a sua procedência é inferior
365º/1 CPC
368º/1 CPC
Necessidade de uma minimização da interferência que as providências
cautelares tenham na esfera do requerido
É sempre uma tutela provisória face à que é dada…
A duração temporal procedente de uma providência cautelar, é limitada
373º/1 al. c)
A tutela cautelar só se esgota ou caduca com o término da ação executiva e
não declarativa
Pode ter um objeto diferente do analisado na ação principal
Há autonomia face à ação principal
São conferidas presumindo-se que hipoteticamente a ação principal será
procedente
A relação entre a providência cautelar e a ação principal é a de providência
A providência cautelar é necessariamente instrumental ou dependente face à
ação principal
Só faz sentido haver quando há uma ação principal que o primeiro se associa
Modalidades
Conservatórias
visam reveir a ocorrência ou continuação da ocorrência de danos graves reparáveis
Antecipatórias
face à urgência da situação, antecipam os efeitos jurídicos da própria decisão a ser
proferida na decisão final
362º/1
Fins
Garantia do direito
Antecipação provisória de um efeito jurídico
Falta uma
Providência especificada
386º/1 ?
Arresto e arrolamento – 399º e ss, 691º CC
A decisão de proferimento é tomada antes de ouvido o requerido
O requerido apenas é ouvido após a decisão final da providência
Exceção ao princípio do contraditório
Arrolamento
403º CPC
Prova da verosimilhança do requerente sobre os bens a arrolar
Restituição provisória da posse
377º e ss CPC
Cabe ao requerente provar a posse, o esbulho e a tendência para esta ser
procedente
378º - contraditório não é respeitado
Alimentos provisórios
2007º/1 CC e 384º CPC
Pede em concreto a fixação de uma quantia mensal que o requerente de
Pensão provisória
Providência não especificada
Seguem o procedimento cautelar comum
362º/1 CPC
Podem ser proferidas com qualquer fundamento e efeito desde que os requisitos
estejam preenchidos no caso concreto
Caso o contraditório ponha em risco sério ou fim ou a eficácia da providência
A decisão é tomada antes de o requerido ser ouvido
O requerido pode recorrer ou opor-se depois do seu proferimento acrescentando
novos meios de facto ou de defesa – 372º/1
376º/3
Os pedidos são irrepetíveis
Na pendência da mesma causa, não é admissível a repetição da providência, a não ser
que estejamos perante factos supervenientes
362º/4
Providência injustificada
A ação principal foi declarada improcedente
Caso caduque
373º
373º/3
O regime do caso julgado não se aplica da mesma forma às providências cautelares que se
aplicaria
Inversão do contencioso
Providências cautelares
Alguns Professores não gostam desta divisão porque as fases não são estanques
Relativamente à prova
- Fase dos articulados (as partes alegam a matéria de facto e de direito relevante
para a decisão): petição inicial, contestação e réplica
- Fase da condensação: o juiz vai tentar decantar aquilo que já está considerado e o
que não está; garantir a regularidade do processo (pressupostos processuais)
Taxa de justiça:
A recusa pela secretaria pode/deve dar reclamação para o juiz: o juiz pode ter que
apreciar isto
A parte considera que a recusa foi bem decidida pela secretaria: emenda
A parte considera que a recusa não foi bem decidida e profere uma
reclamação (559.º): o juiz decide posteriormente e pronuncia-se nesse sentido
259.º: considera-se que a ação foi proposta logo que o ato é ou se tem por
praticado
b. Citação do réu
- Notificação ao réu de que a petição inicial foi entregue: 225.º
- Pessoal: 225.º/2;
- Edital: é subsidiária
Contestação
Réplica – 584º
- O réu vai ser notificado para responder para dizer algo que queira fazer
O artigo 573.º é regra estruturante, mas admite exceções (só existem estas, é
restritivo). Pode haver 3 vertentes que se autonomizam da contestação:
- O autor propôs uma ação contra B. petição inicial + tramitação no tribunal em que
o réu foi citado + o réu descobriu que o processo foi entregue a um juiz, mas este
sabe quem é o juiz que lhe vai julgar a causa + o juiz sofre de suspeição (119.º e ss)
121.º: o réu ainda tem prazo para contestar, mas pode vir com um
requerimento para pedir a demissão do juiz (defesa autónoma). Não estamos a violar
o princípio da concentração da defesa porque o 573.º deixa que os incidentes ... (o
incidente de suspeição de 119.º e ss)
PRIMEIRA VERTENTE: ARTIGOS 120.º E 121.º: se a parte que já está citada sabe
quem é o juiz, se existir causa de suspeição no artigo 120.º, o réu pode apoiar-se no
artigo 121.º
Apresenta a contestação e vem a saber, mais tarde, determinados factos que são
relevantes para a defesa
SEGUNDA VERTENTE
Defesa antecipada: situações em que o réu não foi citado; o réu, sabendo que não foi
citado, apresenta um requerimento ao juiz a anunciar isto; este requerimento é uma
defesa do réu, mas não tem que entrar na contestação; trata-se de um elemento
autónomo
TERCEIRA VERTENTE
Defesa antecipada: o réu descobre que contra ele foi proposto uma ação, mas
não foi citado; vai apresentar um requerimento ao juiz (trata-se de uma defesa que é
antecipada)
§ Réplica
- Depois da contestação:
- Não serve para o autor formular um novo pedido para o réu: o autor só se defende
contra o réu
Há uma prática judicial no sentido de aceitar que, dentro da réplica, serve para
responder à reconvenção ou para alegar mais (artigo 3.º/4). Alarga a réplica e a
mesma apresenta-se como resposta ao pedido reconvencional?
ARTICULADOS SUPERVENIENTES
- A fase dos articulados é a primeira fase que termina com um despacho saneador
- A ideia que se prende com esta fase é, na fase anterior, houve uma pluralidade de
razões, mas o tribunal quer sistematizar as situações
- Vamos ter vários momentos em que todos eles são atos processuais da
responsabilidade do juiz. Ou seja, não vamos encontrar atos processuais da
responsabilidade das partes, será o juiz que vai promover
- Este despacho pré saneador tem as funções que estão indicadas no artigo 590.º/2.
BONI elenca 4 funções do despacho pré saneador desta forma:
Junção de documentos: alínea c); o juiz pode achar que falta documentos
2. Audiência prévia
- Pode não existir: o juiz considera dispensável; a lei considera dispensável
- Alberto dos Reis: só se justifica que haja audiência prévia, em alguns casos
Tentativa de conciliação das partes (alínea a): é a primeira vez que as partes
estão perante o juiz. O que está na origem é a petição inicial. As partes querem
continuar em julgamento ou estão de acordo?
Alínea d)
3. Despacho saneador
- Tem uma função decisória:
- 595.º: as partes não estão de acordo, mas o juiz profere uma decisão de mérito com
força obrigatória geral
4. Temas de prova
- Cabe tudo, temos dificuldade em compreender o que é
- 596.º
§ Temas de prova
- Artigo 595.º:
- Paulo Pimenta
- Artigo 341.º CC: a prova tem por função a demonstração da realidade dos factos
§ Fase da instrução
No CPC
- Quais são os meios de prova? Só se podem usar os meios de prova que estão
previstos na lei:
Confissão judicial (362.º e ss CC): força probatória porque o artigo 358.º diz
que tem força probatória plena
Prova documental:
Prova pericial: podem ser chamados peritos; 388.º e ss CC; a força probatória
é livre porque o juiz analisa livremente a prova pericial
- Será que este rol consagrado no CC (349.º a 396.º) é exclusivo? Não, existem mais
meios de prova consagrados no CPC:
Depoimento de parte (452.º): uma das partes vai depor; existe um regime
puramente confessório
Meios de prova
Depoimento de parte
Normalmente servem para provocar confissões
É um modo de produção de prova
Não é um meio de prova em si
Serve para expoletar que confissões ocorram
Também serve para que partes prestem esclarecimentos ao tribunal
Ex: o articulado da PI está confuso
452º CPC
Será que estes meios de prova são autónomos ou não?
Boni considera que sim
A explicitação do CPC é apenas uma explicitação ou é uma autonomia dada a
alguns institutos?
Boni considera ser uma autonomia dada a alguns institutos
Não é uma mera confissão
O depoimento de parte não pode ser requerido pela própria parte, tem de ser da
iniciativa do juiz ou da outra parte
452º/2
Na confissão a parte pode tomar a iniciativa
O autor pede ao tribunal que o réu seja notificado a vir ao tribunal responder
sobre uma determinada factualidade
Quando o réu vai a tribunal, o réu no âmbito da sua factualidade narra um
determinado circunstancialismo respondendo às perguntas do juiz, que nalguns
casos poderá ser contrário às suas próprias pretensões e noutros casos não?
O juiz só pode registar em ata os aspetos negativos ou todo o depoimento do réu?
Tese de mestrado de Estrela Chaby – depoimento de parte
Defende (e boni concorda) que toda a factualidade registada deve ser trazida para
o processo
Está aqui e é também demonstrada a autonomia do depoimento de parte
Tem origem numa possível e hipotética
O réu pode chegar lá e não dizer nada, não é por isso que o depoimento vai ser
apagado
Declarações de parte
466º CPC
Será que estes meios de prova são autónomos ou não?
Boni considera que sim
Boni considera ser um erro sistemático
O legislador sentiu-se de tal maneira desconfortável que
O legislador não conseguiu consagrar as declarações de parte como confissão
Estas não são claramente confissão, é algo mais que isso
Aqui o próprio 466º diz-nos que as partes podem requerer factos que lhes são
favoráveis e factos que são desfavoráveis
A Reforma de 2013 quis dar valor ao facto de as partes conhecerem bastante bem
a factualidade
O autor pode requerer que ele autor lá vá ao tribunal
O mesmo acontece para o réu
Pires de Sousa
Declarações de parte – há um estudo sobre isto
466º diz que as partes podem requerer a vinda das partes, mas a dúvida é saber se
o juiz pode requerer que haja declarações de parte?
Não – no 446º apenas se refere ao juiz
No 452º referem-se ao juiz, se aqui não se referiram foi porque não quiseram
E se o juíz requerer declarações de parte? Tem alguma validade?
LF considera que não
Recusa a iniciativa do juiz relativamente às declarações de parte
Pires de Sousa (apoiado por Boni) discorda
Aludem aos princípios processuais e dizem que não se pode omitir um dos
princípios basilares que é o princípio do inquisitório
411º
Incumbe ao juiz ordenar todas as diligências necessárias ao
apuramento da verdade
O 466º não pode servir de obstáculo a essa iniciativa do juiz
Será que as declarações de parte devem ser similares a uma simples prova
testemunhal?
Em princípio não, não devem ser vistas como prova testemunhal
Podem ser requerida até ao inicio das alegações orais
A parte pode requerer isto já na fase da audiência de julgamento e ser uma
espécie de truque
Não
Há alguns factos que já estão dados por assentes
Ex: que o acidente se realizou a x horas numa estrada de Coimbra
Vão se provar os factos pertinentes para a causa
Além dos factos articulados pelas partes, são ainda aceites pelo juiz os factos instrumentais
5º/2
410º
Factos necessitados de prova são os factos contraditados, os factos que são objeto de
dúvida
Também os factos notórios acrescem ao rol de factos
Factos que o tribunal tem conhecimento por virtude do exercício das funções – 5º al c)
Delimitação negativa
Será que um juiz perante uma enorme confusão, falta de dados… pode dizer que não percebe o
que se passou e não decide?
A tem um encargo probatório de provar. Se não o fizer, terá uma consequência negativa
342º/1
342º/3
343º
Nas acções de simples apreciação ou declaração negativa, compete ao réu a prova dos factos
constitutivos do direito que se arroga.
Os papéis invertem-se
344º
As regras dos artigos anteriores invertem-se, quando haja presunção legal, dispensa ou
liberação do ónus da prova, ou convenção válida nesse sentido, e, de um modo geral,
sempre que a lei o determine.
Presunção legal
Juris tantum
Ou seja, ilidíveis
1260º/2
Quem tiver a posse titulada, não precisa de provar a posse de boa fé
Admite prova em contrário
A prova legal a que se refere o 344º é quanto a presunções legais juris tantum
Juris et de jure
Inilidível
1260º/3
Se a posse é adquirida por violência, é sempre considerada de má fé
Não admite prova em contrário
Esta prova não é uma prova inatacável
Pode haver um ataque à base da presunção
344º/2
Há também inversão do ónus da prova, quando a parte contrária tiver culposamente
tornado impossível a prova ao onerado, sem prejuízo das sanções que a lei de processo
mande especialmente aplicar à desobediência ou às falsas declarações.
A é operado no hospital mas deveria ser operado ao joelho direito e foi operado ao joelho
esquerdo. Coloca uma ação de responsabilidade civil médica ao hospital e ao médico que o
operou
Nos termos do 344º/2 teria de provar os factos constitutivos
Para ele provar ele precisava de radiografias
Tribunal pediu que solicitasse os exames médicos
Hospital disse que houve um incêndio e arderam as radiografias dos pacientes por isso
nada a fazer
Isto é um caso claro do 344º/2
Neste caso como a prova se tornou impossível
Neste caso teria de ser o hospital a provar que agiu de acordo com a legis artis e com
cuidado
Se não provar, a consequência será favorável ao autor
345º
1 - É nula a convenção que inverta o ónus da prova, quando se trate de direito indisponível
ou a inversão torne excessivamente difícil a uma das partes o exercício do direito.
2 - É nula, nas mesmas condições, a convenção que excluir algum meio legal de prova ou
admitir um meio de prova diverso dos legais; mas, se as determinações legais quanto à
prova tiverem por fundamento razões de ordem pública, a convenção é nula em quaisquer
circunstâncias.
No Brasil aceita-se que haja contratos probatórios
Em Portugal também, nestes termos (345º) mas tem várias restrições
O contrato probatório não é válido se for de tal forma lesivo para os interesses de uma das
partes
Culmina na sentença
São convocadas as testemunhas, peritos
É essencialmente oral (diferentemente às outras fases)
Há princípios que comandam esta audiência final
Princípio da plenitude
Impede que
Consagrado no 605º CPC
O juiz tem de assistir a toda a produção de prova
Se o juiz morrer, tiver um avc ou fica muito doente, repetem-se os atos praticados
Exige que o julgador assista à totalidade
A oralidade deve ser presenciada por 1 só juiz ou por 1 só coletivo de juízes
Princípio da publicidade
A regra é que a audiência do julgamento é pública
Frequência
1 ou 2 casos práticos
Dizer se se está de acordo ou não com a frase da pergunta teórica e fundamentar porquê
É necessário entrar-se em diálogo com a frase
Sentença
Será esta uma sentença válida? Temos que saber algumas regras que o código nos impõe
Limites da condenação
Princípio do dispositivo
Se A pede que B seja condenado a pagar 500 mil euros, a sentença não pode
condenar B a pagar 600 mil, por mais que o tribunal considere isso justo
609º
Condenação do réu in futurum
Pode haver nos termos do 610º
Factos supervenientes
611º - podem ser atendíveis
Intervenção de terceiros
Um terceiro é chamado
O terceiro que intervém não se substitui à parte
Faz valer um direito próprio na ação
Não é parte em sentido material da ação
Habilitação
Há uma espécie de substituição de uma das partes por outra
Um terceiro é parte da ação em sentido material
Por sucessão/morte ou extinção da pessoa coletiva
A prova de que houve a morte e de quem são os seus sucessores pode-se fazer
através de sentença, através de certidão de inventário, e através de prova
apresentada pelo – 353º e 352º
Transmissão inter vivos
O que é que é preciso para se considerar alguém ser uma parte principal
Haver um interesse igual
Há um direito de terceiro próprio
Oposição
Intervenção acessória
Espontânea
provocada
Uma decisão proferida quando há habilitação faz caso julgado contra habilitante
Ver MTS
619º e 620º
MATERIAL
DENTRO E FORA DO PROCESSO
FORMAL
DENTRO DO PROCESSO
O conteúdo material do caso julgado é de que existe uma situação específico ao tempo do
encerramento da discussão em 1ª instância
Não se pode dar autonomia aos fundamentos para dizer que os fundamentos de uma ação
vinculam um tribunal que analisa a mesma questão
91.2
Contrário do contraditório
15 mil euros
A contesta indicando que só restituiria o dinheiro caso o autor colocasse à disposição do reu o
terreno objeto do negocio – 290
Passados 2 anos A propõe contra B uma ação em que pede a entrega do terreno vendido em
2022
A sentença do primeiro caso tem força de caso julgado sobre o segundo caso
O réu é condenado a restituir os 15k a partir do momento em que o autor colocar à disposição
do réu, o terreno
Será que esta decisão vale com eficácia de caso julgado para esta nova ação
Exceção verificativa
O conteúdo da decisão sobre essa exceção vale como fundamento de todas as outras ações em
que as obrigações reciprocas estejam em analise
O fundamento sobre a modificação modificativa temporária vale para outras ações que…