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Direito Processual Civil II

1ª Aula Teórica – 2º Semestre – 20/02/2023

1. O Princípio da Estabilidade da Instância.

2. Os Postulados da Estabilidade da Instância.

3. As Modificações da Instância.

1. O Princípio da Estabilidade da Instância.

 260º CPC – “Citado o réu, a instância deve manter-se a mesma quanto às pessoas, ao
pedido e à causa de pedir, salvas as possibilidades de modificação consignadas na lei.”
 O objetivo é de que a instância não tenha sobressaltos e de que não haja alterações
relativa às partes, ao pedido e à causa do pedido
 O efeito é o de manter a relação processual inalterada quanto ao réu, pedido, causa de
pedir
 Não há dúvidas nem na doutrina, nem na jurisprudência nem na própria lei que este seja
um princípio processual
 Mas no DPC não há princípios absolutos, como tal, este consente vicissitudes, alterações,
modificações e exceções
 Este princípio inicia-se com a citação do réu, a partir daí a instância estabiliza-se

2. Os Postulados da Estabilidade da Instância.

 Postulados deste princípio (normas concretizadoras):


 195º
 Tem uma visão restritiva das nulidades dos atos processuais
 Só existem nulidades processuais quando a lei o declare
 Evita-se que o processo vá “ao ar”
 Os efeitos das nulidades processuais são muito limitados
 197º
 Nem toda a gente pode invocar a nulidade processual – só o interessado
 Os limites são novamente restritivos
 198º
 202º
 O ato nulo não pode ser renovado
 Há uma restritividade na renovação de atos nulos
 Caso julgado
 619º e 620º
 É a principal consequência do princípio em causa
 Quando se emite uma sentença, essa será estável e tem efeito de caso julgado (se
não for objeto de recurso, esta será firme e obrigatória)
 “A decisão sobre a relação material controvertida fica a ter força obrigatória dentro
do processo”

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3. As Modificações da Instância.

 “(…) salvas as possibilidades de modificação consignadas na lei”


 Estas modificações têm de estar fixadas na lei
 Novamente, reforça-se a ideia de que as normas têm de ser interpretadas de forma
restritiva
 Subjetivas
 Relacionadas com as partes
 No momento da propositura da ação temos por exemplo 1 autor e 1 réu e a partir de
determinado momento temos 2 autores e 1 réu (ou 1 autor e 2 réus)
 Esta outra pessoa que aparece é uma intervenção de terceiros – 311º e ss
 Estas intervenções de terceiros têm de ser conforme à lei, pois é a lei que permite ou
não a entrada de outra pessoa

 Intervenção principal
 O terceiro pode aparecer ao lado do autor, numa posição paritária em relação ao
autor
 O terceiro intervém como parte principal
 311º
 O terceiro pode aparecer do lado do autor ou do lado do réu
 Intervenção espontânea
 O terceiro aparece de mote próprio
 Só há na intervenção principal
 Pode ser:
 Ativa: Do lado ativo
 Passiva: Do lado passivo
 Intervenção Adesiva/Por Mera Adesão (quer do lado passivo quer do lado
ativo)
 312º “aderindo aos apresentados pela parte com quem se associa”
 Tem um regime próprio – 313º - “é admissível a todo o tempo”
 A adesão pode acontecer num período mais amplo
 Porém “não é admissível quando a parte contrária alegar fundadamente
que o estado do processo já não lhe permite fazer valer defesa pessoal que
tenha contra o interveniente.” 313º/4
 Intervenção Autónoma (quer do lado passivo quer do lado ativo)
 312ª “apresentando o seu próprio articulado”
 Vem prevista no 314º
 “só é admissível até ao termo da fase dos articulados” (Ver Fases da
Marcha do processo de Castro Mendes)
 Ao contrário da intervenção adesiva
 Isso deve-se ao facto de, aqui, a parte ir apresentar novos factos e
alegações por isso vai destabilizar o processo

 Intervenção provocada
 O terceiro aparece porque é chamado por alguém
 Pode haver na intervenção principal e na intervenção acessória

 Intervenção acessória

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 O terceiro pode aparecer sem estar numa posição paritária em relação ao autor,
ele está numa posição secundária
 O terceiro é chamado como auxiliar
 321º
 Aqui o terceiro apenas pode aparecer do lado do réu
 Esta não é uma intervenção espontânea
 Só pode ser provocada
 Só pode ir para o lado do réu
 Só ocorre na contestação
 A partir da contestação não pode ser aceite
 Intervenção de assistência
 O terceiro é chamado a auxiliar
 326º
 O terceiro pode aparecer do lado do autor ou do lado do réu
 Alguém auxilia de maneira técnica
 Pode comportar um direito ou um dever
 Pode ocorrer a todo o tempo – 327º
 O assistente tem uma posição de tal maneira lateral que não vai trazer problemas
de maior na interposição da ação
 Se fizermos uma análise da história do CPC a matéria da intervenção de terceiros tem
sido restringida e por isso pode dizer-se que o princípio da estabilidade da instância
tem sido reforçado
 Concluindo, admite-se a intervenção de terceiros em determinadas condições
 Se o terceiro aceita o processo no estado em que se encontra, a sua intervenção não
tem efeito retroativo
 A regra é a de que as intervenções de terceiros não tenham efeitos retroativos

 Objetivas
 Relacionadas com o pedido e com a causa do pedido

2ª Aula Teórica – 24/02/2022

Castro Mendes dividia a marcha do processo em fases (Regente apoia esta abordagem)

 Fase dos Articulados


 Petição Inicial até à Contestação e à possível réplica e possível despacho saneador
 Fase da Condensação
 A partir do despacho saneador
 Fase da Instrução
 Fase da prova
 Fase da audiência do julgamento

3ª Aula Teórica – 27/02/2022

As exceções ao princípio da estabilidade da instância são as de litisconsórcio sucessivo

Situação de oposição

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 333º e ss
 Também é uma intervenção de terceiros mas diferente daquelas que já vimos
 Situação triangular
 A -> B
C -> B
 A entende que é proprietário de um terreno e quer que o tribunal o declare como
proprietário. A interpõe uma ação de reivindicação contra B e é B quem diz na vizinhança
que é dono do terreno e age como tal
 A partir de determinado momento, C vem ao tribunal dizer que a titularidade é sua e não
de A nem de B
 Aqui estamos perante uma situação de oposição
 Há aqui um terceiro (C) que se opõe ao réu e ao autor
 C é o opoente
 C aparece com a titularidade de um direito em que os seus próprios interesses são
divergentes tanto do autor como do réu
 Semelhanças com intervenção de terceiros
 C pode intervir por iniciativa própria e por iniciativa de alguém que o chama. Há por
isso 2 modalidades diferentes
 Oposição espontânea
 C age de mote próprio
 333º e ss
 Ou A e B não estão de acordo
 337º/2
 Nesse caso o processo segue entre as 3 partes havendo 2 causas conexas
 Ou uma das partes concorda com C
 Se alguma das partes reconhecer o direito do opoente, deixa de existir
uma relação triangular porque o opoente junta-se ao autor ou ao réu
 O processo segue entre a outra parte e o opoente
 337º/1
 Oposição provocada
 A ao propor ação contra B pode chamar C
 338º
 O prazo é dentro do prazo da contestação
 339º
 Esta figura tem ganho relevância

Situações de embargos de terceiros

 Não é uma oposição


 342º e ss
 Penhora
 Aqui aparece novamente um terceiro a litigar
 Modalidades
 Por parte dos cônjuges
 343º
 O prazo para os embargos é o de
 Muitas vezes têm uma função preventiva – 350º

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Habilitação

 G -> H
 G coloca ação contra H
 Mas um dia H atravessa uma passadeira e morre
 Exceção ao princípio da estabilidade da instância que são modificações que ocorrem por
substituição
 Se o autor ou o réu morrerem é obrigatório que haja substituição? Não
 277º e)
 Com a morte de G ou H pode justificar-se que a ação não subsista
 Se G reivindica o seu direito de usufruto e morrer. Como o direito de usufruto é intuitu
personae, se ele morreu há inutilidade superveniente dali e logo a ação cessa
 A morte não implica sempre uma substituição, mas pode implicar uma substituição
 270º diz nos que, em geral, quando alguém falece, há suspensão da instância
 Depois da suspensão da instância tem de haver habilitação - 351º
 Os vários herdeiros terão de habilitar (substituir) a posição de H
 O instituto da habilitação tem 2
 Habilitação mortis causa
 A que vimos até agora
 JAV diz que nestes casos a habilitação é obrigatória caso não haja inutilidade
superveniente
 Habilitação inter vivos
 Em determinado dia L transfere o seu débito para M
 Substituição por razões de uma das partes querer ser substituída
 JAV diz que nestes casos a habilitação é facultativa

1ª Aula Prática – 28/02/2022

Assistente Henrique Candeias

Trazer ficha de aluno na próxima aula em formato A4 papel

Bibliografia:

 Manual do MTS vol I e vol II;


 Manual Prof. Lebre Freitas; (recorrer como acrescento doutrinário)
 Manual de Ação Declarativa (que não tem a matéria toda, nomeadamente a do caso
julgado)
 Blog IPPC – maioria dos posts escritos pelo MTS
 CPC Prof Lebre Freitas (assistente recomenda este)
 CPC Luís Pires de Sousa e Paulo Pimenta

Próx aula: Tramitação processual; O objeto do processo (que implica saber as fases
processuais)

É mais relevante a qualidade da participação do que a quantidade da mesma

Quem tem menos de 9,5 na frequência não passa

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Aula Prática – 02/03/2023

Tramitação processual

 Sequência lógica com vista a determinado fim

MTS:

 Fase Inicial dos Articulados


 Começa com a petição Inicial
 552º CPC
 Tem de conter o pedido, a causa de pedir, a forma do processo, o valor da causa, o
tribunal
 O pedido e a causa de pedir estabelecem o objeto do litígio sobre o qual a ação vai
incidir
 Há consequências diferentes para a falta destes requisitos
 Faltando a causa de pedir e o pedido
 186º CPC ineptidão da petição inicial que leva à nulidade de todo o
processo
 Falta do valor
 558º CPC
 A proposição da ação não tem como efeito a estabilidade da instância (esta é feita
a partir do momento em que é feita a petição inicial)
 Tem como efeito substantivo o do 323º/2 CC
 A partir deste momento fixa-se a competência do tribunal – 38º/1 LOSJ
 Despacho liminar
 226º/1 CPC
 Citação do Réu
 563º CPC
 Pode ser uma citação urgente – 561º - Ex: quando o direito que se quer fazer valer
prescreve em 4 dias
 O juiz analisa a petição inicial antes de promover a citação
 Se o juiz observar que a petição inicial é improcedente, este pode proferir um
despacho liminar – 590º/1
 226º/2
 Citar – dar conhecimento pela 1ª vez ao réu daquele processo
 A partir do momento em que o réu é citado, considera-se que a instância está
estabilizada
 Efeitos da citação do réu
 Instrumento de interpelação do devedor ao cumprimento
 Contestação
 569º e ss CPC
 O réu pode não contestar
 Através da revelia – 566º
 Consideram-se confessados os factos
 Operante – 567º
 Todos os factos alegados pelo autor na sua petição inicial consideram-
se confessados
 Isto não implica que o autor ganhe a ação.

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 O tribunal pode encontrar alguma exceção dilatória que leve à


absolvição da instância
 Inoperante – 568º

 O réu pode não entrar em revelia e não contestar
 Confissão do pedido
 Que é diferente de confessar factos
 573º/1 – Princípio da concentração da defesa
 Perante um determinado objeto, o réu só se pode defender num único
momento processual – a contestação
 Quanto ao autor isto não acontece
 Não é necessário que o autor exprima na petição inicial todos os
argumentos que levam à procedência do pedido
 Exceções
 Factos supervenientes que podem ser articulados num outro articulado
que não a contestação
 A defesa só pode ser feita através de 2 formas:
 Impugnação
 571º
 Aqui há uma negação
 Pode ser de facto
 Pode ser de direito (desses factos não se retiram os efeitos jurídicos que o
autor pretende obter)
 574º/2 - consideram-se admitidos por acordo os factos que não forem
impugnados
 Como tal, não poderá ser objeto de prova e o tribunal vai tomar esse facto
como verdadeiro
 Mas há exceções
 Se estiverem em oposição com a defesa considerada no seu conjunto
 Se não for admissível confissão sobre eles
 Se só puderem ser provados por documento escrito

 Exceções perentórias e dilatórias – 576º


 Dilatórias
 Implicam acrescentar-se factos
 Absolvição do réu da instância ou remessa do processo para outro tribunal
 Perentórias
 Obstam a que se declare a ação total ou parcialmente procedente
 Reconvenção
 Pedido reconvencional
 É aduzida na contestação separadamente
 583º
 Tem de obedecer aos requisitos da petição inicial
 O autor pode deduzir na réplica – 584º
 Ação simples de apreciação negativa
 Inexistência de um direito ou de um facto
 O réu alega os factos constitutivos de direito que o autor pretendia ver
negado

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 Réplica
 Para o autor se defender e impugnar os factos constitutivos
 Apresentada a réplica não se pode apresentar nenhum outro pedido
reconvencional
 587º
 Questão doutrinária
 Função eventual
 Em caso de pedido reconvencional, o réu também na
contestação apresentou exceções perentórias e dilatórias
 O autor na réplica pode igualmente tentar contrariar os
factos?
 MTS diz que sim
 3º/4 CPC
 Qual é o último articulado admissível?
 Contestação
 MTS considera haver aqui também ónus de impugnação
sob pena de violação do princípio da igualdade
 Articulados supervenientes – 588º
 Factos supervenientes objetivos
 Ocorrem após o prazo da sua alegação
 Ex: Réu cumpre em caso de ação sobre incumprimento e depois decide
introduzir um articulado superveniente objetivo
 Seria também uma exceção perentória extintiva
 Réu seria considerado absolvido
 Exceção ao princípio da concentração da defesa
 Factos supervenientes subjetivos
 O facto tinha ocorrido antes do prazo determinado para contestar mas o
réu só teve conhecimento e não lhe podia ser imputado o conhecimento
antes da data do término do prazo de contestação
 Desconhecimento não culposo
 Até quando é que os factos são supervenientes?
 Todos os factos que ocorrem até ao momento do encerramento da
discussão
 Uma sentença só declara algo em termos jurídicos que é juridicamente
certo ao momento do encerramento da discussão
 Final das alegações orais

 Fase da Condensação (Fase da Gestão processual)


 A partir do despacho saneador
 590º/2 e ss
 Serve para aperfeiçoar os articulados irregulares e os articulados deficientes
 590º/3 – articulado irregulares
 590º/4 - articulado deficiente
 Despacho pré-saneador 590º/2 al. b) + 590º/4
 Há factos suficientes para individualizar o pedido mas não há factos
complementares que interessam ao preenchimento da previsão normativa
que o autor necessita de colocar para fundamentar a sua ação e assim
ação poderá não ser procedente

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 Ex: Na responsabilidade civil alegam-se (Alegar é apenas introduzir


algo no processo, não é provar) os factos essenciais relativos a facto e
culpa mas não aos restantes requisitos
 Há doutrina que diz que estamos perante um poder-dever
 Se o juiz não pedir o aperfeiçoamento dos articulados ele está a
incumprir com uma obrigação legal
 Leva a nulidade ou 615º/1 d)?
 Há discussão neste sentido
 Audiência prévia
 Serve para preparar a audiência final e o despacho saneador
 Se o valor da ação for superior a 15 mil euros – 591º a 593º
 Se a única finalidade que o juiz considerar relevante for proferir despacho
saneador, …., a audiência prévia pode ser dispensada nos termos do 593º/1
 Se inferior ou igual a 15 mil euros – 597º
 Pode ser útil no exercício do contraditório
 O despacho saneador pode verter sobre as matérias previstas no 595º
 O juiz deve ser obrigado a marcar uma audiência prévia para exercer o direito do
contraditório em
 Não há esta obrigação de marcar audiência prévia quando já tiver sido
discutido pelas partes em momento anterior determinada exceção
 Casos onde não se deve realizar audiência prévia
 592º
 Despacho saneador
 Objetivo de definir o valor da causa
 593º
 596º
 Serve para delimitar o objeto do litígio e para enunciar que factos é que são
controvertidos e que agrupados concretizam os temas da prova
 Não é a petição inicial que contém exclusivamente o objeto do pedido
 As próprias exceções perentórias acrescentam factos e “pedidos” ao objeto do
pedido
 Serve para guiar os advogados na audiência final
 Os factos que merecem ser provados são os que este despacho indica
 Este despacho não faz caso julgado
 Verificam-se se os processos estão corretos
 598º
 As partes podem alterar o seu requerimento probatório nas suas petições iniciais e
nas suas contestações (nos seus articulados) em conformidade com o 596º

 Audiência final – 599º


 É onde se produz a prova constituenda
 604º/3 al. a)
 Ex: Prova testemunhal
 Princípio da oralidade e da mediação
 Precisa de ser ouvida para se constituir
 O juíz deve analisá-la de forma imediata, não pode ser constituída por
intermédio de terceiro
 Se houver um problema com o juíz, terá de se repetir toda a prova
testemunhal

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 Fase da Sentença
 607º
 O juíz tem 30 dias para lançar a sentença
 Relevância da fundamentação

Aula Teórica – 03/03/2023

Habilitação: entrada de alguém que vai substituir outrem


Mortis causa
Intervivos

A propõe uma ação contra B, mas A morre


Morte: facto jurídico

Alberto dos Reis: a habilitação é a prova da aquisição da prossecução da


titularidade de um direito porque A morre e há alguém que lhe vai suceder (H
precisa de provar que é sucessor de A, MECANISMO DA HABILITAÇÃO)

Como distinguir? ALBERTO DOS REIS


Nos dois casos, temos substituições
Habilitação mortis causa: a habilitação é obrigatória (a ação não pode
prosseguir se não houver habilitação)
Habilitação inter vivos: a habilitação é facultativa porque, durante a ação, é
transmitida no plano do direito substantivo
Nenhuma das partes conta ao juiz e não há relevância no direito
processual:

A morte não opera necessariamente uma habilitação porque a causa pode


operar uma extinção da instância.
§ MORTIS CAUSA
- Se não houver extinção da instância, para o processo seguir, depois da
suspensão, artigos 351.º e seguintes

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§ INTER VIVOS
- Paula Costa e Silva:
- Teoria da irrelevância da posição contratual: não tem relevância a
transmissão de D par F (plano do direito substantivo); aceita-se que haja a
transmissão, mas é irrelevante para o processo
- Teoria da relevância da posição contratual: há relevância para o direito
substantivo e é relevante para o processo
- Teoria da relevância mitigada: aceita-se que com determinadas
circunstâncias se dê relevância à transmissão do direito substantivo, mas só
em determinadas situações e desde que estejam reunidos alguns requisitos
Temos que ter em conta a vontade de E e F
- O DPC português adota a teoria da relevância mitigada: consideram que a
transmissão do direito substantivo nem sempre tem reflexos na ação que está
em curso, só tem efeitos em determinadas circunstâncias
Artigo 263.º: consagra os requisitos; causa autónoma de legitimidade
porque permite a uma pessoa ser parte numa ação; transmissão do direito
substantivo durante uma ação processual
Transmitente (E), apesar de transmitir, continua a ter legitimidade
Adquirente (F)

EM SINTESE, O ARTIGO 263 TEM PRESSUPOSTOS


- Exige que exista pendência da ação
- Tem que haver um direito litigioso
- Transmissão da coisa ou do direito litigioso: E para F
- Conhecimento: o juiz terá que saber que aquilo aconteceu

. Refere-se ao direito substantivo


. Direito litigioso: artigo 579.º/3 CC (só acontece após a contestação)

N.º 1: E tem legitimidade para levar a ação até ao fim; F só substitui se o juiz
concordar

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D emprestou a E 100 mil biscas porque acredita que E lhe irá pagar no prazo
combinado
A transmissão tem que ter em conta a vontade de D

N.º 2 1.ª parte: a substituição de E para F é admitida quando D esteja de


acordo
N.º 2 2.ª parte: se D não estiver de acordo, deve recusar

Se F for uma sociedade financeira, o juiz pode aceitável

Há uma norma para a sucessão inter vivos: 356.º (habilitação)

RESUMO
- O artigo 263.º ganha várias funções
Proteger a parte estranha à transmissão (D): ele é ouvido e tem uma
relevância importante na transmissão
Proteger os interesses do transmissário (F)
Proteger os interesses do tráfego jurídico
Garantir o princípio da economia processual: permite que na mesma
ação haja uma substituição (promove a verdade do direito substantivo)

§ Princípio da celeridade processual

Aula Teórica – 06/03/2023

Princípio da economia processual

 263º CPC
 O direito processual civil está atento relativamente a algo que é superior às normas, aos
princípios
 A inércia não é aquilo que interessa ao direito processual civil
 Interessa que haja uma racionalidade de meios
 O que seria uma ação processual se uma das partes morresse e não houvesse mecanismos
para colmatar essa situação? Teria de se intentar outra ação
 Por isso com a habilitação demonstra-se a preponderância deste princípio
 Há uma atividade no processo que tenta ter sempre uma ideia de um resultado adequado
e eficiente

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 Ideia de economia de meios


 O direito processual civil não pode estar desligado da sociedade
 A sociedade tem meios escassos
 Tem de haver uma preocupação relativamente aos meios alocados
 Concretizações
 Habilitação inter vivos
 Habilitação mortis causa
 Remissão para as exceções do princípio da estabilidade da instância
 553º CPC
 554º CPC
 O objeto da relação jurídica processual é composta a 2 níveis:
 Pedido
 Causa de pedir
 Será possível propor uma ação com 2 pedidos?
 Quando há no direito civil obrigações alternativas – 543º CC - aceita-se que dentro da
ação processual se requeiram pedidos alternativos – 553º CPC
 A dirige ao tribunal um pedido nos termos do 553º e ss CPC
 O Dpc é claramente instrumental do direito civil aqui
 Do lado do objeto há concretizações do princípio da economia processual
 O tribunal acaba por só apreciar de 1 dos pedidos. Ou 1 ou outro, não os 2
cumulativamente
 554º CPC – pedidos subsidiários
 Se a parte quiser efetivamente propor 2 pedidos?
 Cumulação de pedidos - 555º CPC
 O dpc permite que haja 2 pedidos, desde que se cumpram regras
 Regra permissiva não obrigatória
 O autor tem a faculdade de o fazer no âmbito do princípio da economia processual
 O autor pode propor um pedido numa ação e um pedido noutra
 É a única junção real de pedidos
 Pode o autor ou podem os autores? Nada nos impede que do lado ativo em vez de
estar 1 autor estejam vários, havendo um litisconsórcio ativo
 Para haver pluralidade de pedidos PODE haver pluralidade de partes
 Regente, Lebre de Freitas pensam assim
 MTS também não o nega
 O 553º e o 554º são cumulações aparentes porque na realidade só há um pedido e
o tribunal só vai analisar 1 pedido
 O 555º é a única cumulação real
 Na mesma ação, o autor pode propor 2 pedidos
 Pode respeitar a relações jurídicas distintas
 A pede ao tribunal a condenação do réu ao pagamento de dívida x e à entrega
de um bem de que é proprietário
 Aqui estão 2 pedidos que respeitam a relações jurídicas distintas
 Esses 2 pedidos são pedidos autónomos (um é autónomo do outro)
 Pode respeitar ao âmbito da mesma relação jurídica
 Um pedido de declaração de propriedade (pedido principal) e outro pedido de
entrega de um bem (pedido acessório)
 Os pedidos já não são autónomos
 Um pedido é principal e o outro é acessório
 Aqui estão 2 pedidos no âmbito da mesma relação jurídica

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 Na prática esta cumulação de pedidos só é admitida em determinados casos


 É necessário que estes pedidos tenham compatibilidade
 Não podem ser pedidos paradoxais, contrários…
 “vários pedidos que sejam compatíveis e que não se verifiquem as
circunstâncias que impedem a coligação”
 2 níveis de compatibilidade
 No plano substantivo - 555º/1 1ª parte
 “vários pedidos que sejam compatíveis”
 Não pode haver contradição nos pedidos
 No plano processual
 “não se verifiquem as circunstâncias que impedem a coligação”
 Tem de ser observado o 37º/1 e 3 CPC
 Têm de estar preenchidas estas 2 compatibilidades
 Se não houver compatibilidade
 Substantiva - consequências
 A petição inicial não deve ser aceite
 Deve ser nula
 Esta deve ser inepta – 186º 2º/c)
 Processual – consequências
 Se houver incompetência absoluta do tribunal aplicam-se as regras do
278º/1 al. a) - absolvição da instância

Aula Prática – 07/03/2023

Aula Teórica – 10/03/2023

 Pode haver alteração do pedido ou da causa de pedir


 264º e 265º
 Pode ser uma ampliação
 O autor propõe uma ação contra B no valor de 100 mil euros, mas mais tarde quer
alterar para 150 mil euros.
 Para o fazer, o réu tem de autorizar
 Pode ser uma redução
 O autor propõe uma ação contra B no valor de 100 mil euros, mas mais tarde quer
alterar para 50 mil euros.
 Para o fazer, o réu não tem de autorizar
 Há uma desistência parcial do pedido do lado do autor
 As partes podem estar de acordo
 264º
 A alteração de pedir e a causa de pedir é sempre possível desde que ambas as
partes estejam de acordo e o tribunal também
 Não basta o acordo entre o autor e o réu
 Uma coisa é que esta decorra na fase dos articulados outra é que seja na audiência
 Quanto mais tarde for, mais difícil será proceder à alteração

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 O juiz deve não se comportar como um mero árbitro passivo mas deve, no âmbito
dos poderes de gestão processual, verificar se há causa para

 As partes podem estar de desacordo


 Há muita doutrina que diz que não é sequer necessário acordo
 265º
 Basta haver desacordo para que não possa haver alteração do pedido/causa de
pedir? Não
 Pode haver alteração do pedido e da causa de pedir sem haver acordo

 265º/6
 A pode intentar uma ação contra B e B pode confessar uma parte
 Alteração da causa de pedir por confissão do réu

Apesar de não haver acordo por parte do réu, num momento posterior à petição
inicial, o autor amplia o pedido sendo este uma consequência ou desenvolvimento do
pedido inicial

 Todas estas regras têm de ser aplicadas de um modo muito rigoroso, restritivo e
limitativo
 LF e Mariana Gouveia
 Se o juiz tem poderes mais amplos no 265 para apreciar esta matéria do que o
que está na lei, o que está em causa é o princípio da adequação formal
 Paulo Ramos Faria e Luísa Loureiro
 Tudo se deve ao princípio da gestão processual

 588º
 Deixa que apareçam outros articulados (supervenientes)

 Castro Mendes e Palma Carlos


 Eram mais favoráveis a colocar tudo no 264º
 A lei engloba
 Mariana Gouveia e LF
 A cumulação sucessiva de pedidos rege-se pelo 555º
 No entanto o mais adequado é reger-se no âmbito do 588º
 MTS
 Considera que a cumulação sucessiva pode ser distinguida a dois níveis
 Cumulação sucessiva por factos conhecidos (pelos próprios ad inicium)
 Aplica-se o 265º
 Cumulação sucessiva por factos desconhecidos
 Aplica-se o 588º
 Estes 3 artigos não encerram as vicissitudes do objeto

 Reconvenção
 A propõe ação contra B
 B pode contra atacar na contestação e pode impugnar; impugnar e excecionar e
impugnar excecionar e ainda reconvir, fazer um pedido contra o autor

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 Mas não pode haver a reconvenção da reconvenção de A contra B, caso contrário


seria quase como uma partida de padel
 O direito suíço permite-o
 Existe uma espécie de inversão de papéis com a reconvenção
 Esta reconvenção também causa instabilidade no pedido e na causa de pedir
 As alterações do pedido e da causa de pedir não são só as que estão no 264º, 265º.
Não podemos esquecer-nos da reconvenção
 Reconvenção vem no 266º
 Boni considera estar bem colocado no CPC
 A reconvenção é uma modalidade de alteração do pedido e da causa de pedir
(POLÉMICO)
 Em que espécies de ações podemos encontrar pedido reconvencional?
 Todas
 Incluindo nas ações de simples apreciação
 Também nas ações de condenação
 Ações constitutivas
 266º/2 – Mas nem sempre é possível o pedido reconvencional
 Só há pedido reconvencional numa das situações deste artigo
 Esta numeração é taxativa
 Quase toda a doutrina (excecionando um autor) apontam neste sentido
 Basta preencher-se uma das alíneas deste artigo para ser possível pedido
reconvencional
 Estabelece os chamados fatores de conexão
 a) - Pode haver coincidência ou coincidência parcial na causa de pedir
 A propõe ação contra B e quer receber x. B faz pedido reconvencional a querer
receber y. É um pedido com autonomia face ao pedido do autor.
 b)
 A propõe ação contra B tendo em visto o seu despejo. B faz pedido
reconvencional a querer receber x devido a benfeitorias que realizou.
 c) O que é a “compensação” que vem aqui referida?
 Vaz Serra, Lebre de Freitas e Miguel Mesquita
 Teoria da compensação-exceção
 A estrita compensação não deve caber na reconvenção, mas sim na
exceção
 Têm uma ideia bastante restritiva da compensação na reconvenção
 MTS e Castro Mendes
 Tem a posição contrária
 Se na al. c) se diz que a compensação está na reconvenção
 Então toda a compensação deve ser através do pedido reconvencional
 Varela, Ramos Faria e Ana Luísa Loureiro
 Tese híbrida
 A compensação deve ser exceção mas se a compensação ultrapassar o
pedido inicial
 Apenas o excesso que ultrapassa o pedido do autor vai para a reconvenção
 A reconvenção tem reflexos no valor da causa
 É apurado ab initio – consegue apurar-se na petição inicial
 O pedido reconvencional altera o valor da causa – 299º

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Aula Teórica – 13/03/2023

 Confissão – 352º e ss CC
 Factos que o réu admite
 Confissão judicial
 354º - não pode confessar situações impossíveis
 Ao lado da desistência da instância e ao lado da desistência do pedido também a
confissão tem efeitos semelhantes
 Se aqui existem artigos do CC com tal importância, há que alertar também para a sua
relevância no direito processual civil
 283º e 284º CPC
 A confissão modifica o pedido

 Revelia
 A propõe ação contra B e depois de ter sido citado, B não contesta
 Ausência de resposta do réu
 567º - efeito da revelia
 Consideram-se confessados os factos
 Pode haver uma confessio ficta -> uma ficção de confissão
 Alguém que é revel (não responde) pode ter uma revelia
 Operante
 A revelia tem os efeitos de confissão
 567º
 Presunção de confissão
 O comportamento do réu é equivalente à confissão
 Confessio ficta -> uma ficção de confissão
 Inoperante
 A revelia não produz os seus efeitos
 568º
 Absoluta
 Se não existe constituição de advogado
 Relativa
 Existe constituição de advogado, mas não contesta
 No início do século XX, a revelia era muito ampla
 Tem-se restringido os efeitos da revelia
 Ampliando-se várias exceções à revelia operante, ou seja aumentando os casos de
revelia inoperante
 Ex: Alguém faz uma volta ao mundo de bicicleta e é citado editalmente ou através
do correio
 Boni não considera que o princípio da preclusão seja um princípio processual
 Ao alargar-se as causas de inoperância da revelia há situações onde não estão
nessa preclusão automática

Aula Prática – 14/03/2023

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Aula Prática – 16/03/2023 – 1x

Facto instrumental

 Facto probatório que interessa à prova de factos essenciais ou complementares


 Ex: Rasto de travagem
 Através deste facto pode-se calcular a velocidade de um carro
 Prova de estados subjetivos
 Prova de que uma pessoa pensou de determinada forma
 Através de indícios provados de que a pessoa tinha essa vontade
 Esses indícios são também factos instrumentais

Próx aula: Casos II

Aula Prática – 17/03/2023

 Providências cautelares
 Finalidade da composição final do litígio respeitar princípios constitucionais ao
procedimento equitativo de forma a apurar a verdade material
 Este polo faz demorar a decisão final do litígio
 Outro polo que pede que a decisão seja rápida para que seja eficaz
 Meio de natureza sumária e urgente que salvaguarda a utilidade de uma decisão final
 Regulados no 362º e ss CPC
 A teleologia é a de que o processo declarativo e executivo pode demorar bastante
tempo, o que causa transtorno ao titular do interesse material da ação, é para tutelar
estes interesses que servem as providências cautelares
 A lei permite que processualmente se permita salvaguardar o efeito útil da ação
 Pode haver a necessidade imediata da providência desse direito
 Características principais
 Bastam-se com uma analise sumária da questão
 O nível de prova exigido para a sua procedência é inferior
 365º/1 CPC
 368º/1 CPC
 Necessidade de uma minimização da interferência que as providências
cautelares tenham na esfera do requerido
 É sempre uma tutela provisória face à que é dada…
 A duração temporal procedente de uma providência cautelar, é limitada
 373º/1 al. c)
 A tutela cautelar só se esgota ou caduca com o término da ação executiva e
não declarativa
 Pode ter um objeto diferente do analisado na ação principal
 Há autonomia face à ação principal
 São conferidas presumindo-se que hipoteticamente a ação principal será
procedente
 A relação entre a providência cautelar e a ação principal é a de providência
 A providência cautelar é necessariamente instrumental ou dependente face à
ação principal
 Só faz sentido haver quando há uma ação principal que o primeiro se associa

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 O procedimento cautelar pode ser proposto como preliminar ou na pendência


da ação principal
 Decidida a providência, o requerente tem 30 dias para propor a ação principal
sob pena de caducidade – artigo…
 Não há dependência nos casos em que há inversão do contencioso – 369º
 Desonera o autor em propor uma ação principal em evitar a caducidade da
tutela cautelar

 Decisão cautelar é ferida através de um critério de adequação e proporcionalidade


 Esta é pedida se for apropriada a acautelar o efeito útil da ação principal
 368º/3

Modalidades

 Conservatórias
 visam reveir a ocorrência ou continuação da ocorrência de danos graves reparáveis
 Antecipatórias
 face à urgência da situação, antecipam os efeitos jurídicos da própria decisão a ser
proferida na decisão final
 362º/1

 Fins
 Garantia do direito
 Antecipação provisória de um efeito jurídico
 Falta uma

 Procedimento cautelar comum de aplicação subsidiária

 Providência especificada
 386º/1 ?
 Arresto e arrolamento – 399º e ss, 691º CC
 A decisão de proferimento é tomada antes de ouvido o requerido
 O requerido apenas é ouvido após a decisão final da providência
 Exceção ao princípio do contraditório
 Arrolamento
 403º CPC
 Prova da verosimilhança do requerente sobre os bens a arrolar
 Restituição provisória da posse
 377º e ss CPC
 Cabe ao requerente provar a posse, o esbulho e a tendência para esta ser
procedente
 378º - contraditório não é respeitado
 Alimentos provisórios
 2007º/1 CC e 384º CPC
 Pede em concreto a fixação de uma quantia mensal que o requerente de

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 Pensão provisória
 Providência não especificada
 Seguem o procedimento cautelar comum
 362º/1 CPC
 Podem ser proferidas com qualquer fundamento e efeito desde que os requisitos
estejam preenchidos no caso concreto
 Caso o contraditório ponha em risco sério ou fim ou a eficácia da providência
 A decisão é tomada antes de o requerido ser ouvido
 O requerido pode recorrer ou opor-se depois do seu proferimento acrescentando
novos meios de facto ou de defesa – 372º/1
 376º/3
 Os pedidos são irrepetíveis
 Na pendência da mesma causa, não é admissível a repetição da providência, a não ser
que estejamos perante factos supervenientes
 362º/4
 Providência injustificada
 A ação principal foi declarada improcedente
 Caso caduque
 373º
 373º/3
 O regime do caso julgado não se aplica da mesma forma às providências cautelares que se
aplicaria

Aula Teórica – 20/03/2023

 Pressupostos positivos para o decretamento de uma providência cautelar


 368º/1 com 362º
 A tutela requerida na ação principal devido às moras do processo venha a ser inútil
 Não se tem de verificar a existência de um direito mas sim a probabilidade séria de
existência de um direito
 2º/2 CPC
 Para acautelar o efeito útil da ação
 Relacionado com o 30º CRP
 A inutilidade da tutela também se reporta à vertente executiva

 As providências cautelares têm uma função preventiva


 No arresto percebe-se claramento o periclum in mora
 Quando o seu crédito vier a ser reconhecido pode haver o risco de já não haver património
 No periclum in mora LF e CM exigem que se trate de um juízo de certeza
 Que se trate da necessidade de verificar um perigo
 Tem de existir um fundado receio
 JAR e MTS têm outra opinião
 Tem de ser dotado de excessividade (excesso de risco por parte do requerente face àquele
que é um risco normal de autor; tem de ser verificado face a um caso concreto)
 Tem de haver objetividade

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 Risco objetivo de dissipação patrimonial


 Não pode ser um risco subjetivo
 Há que demonstrar que a pessoa está a praticar atos de dissipação patrimonial que irá
colocar em causa o crédito do credor
 367º/2
 Requisito de proporcionalidade
 Requisito de recorte negativo
 O juiz pode recusar o decretamento da providência cautelar
 O “pode” suscita dúvidas na doutrina
 O prejuízo que o decretamento da esfera cautelar
 Quando é que se é obrigado a não decretar a provisão? 368º/2
 Tem de haver um excesso considerável face ao perigo que se pretende cautelar
 MTS tem posição minoritária e diz que não tem de haver um juízo de safricio que seja
gravemente afetante da esfera do requerente, basta alguma desproporcionalidade
daquela providência face ao seu efeito
 LF e JAR consideram que tem de haver uma forte desproporção (opinião maioritária)
 629º/2 al. d)

Interesse processual por detrás das providências cautelares

 MTS identifica uma distinção


 Interesse prévio à existência de um decisão e o interesse póstumo à existência de uma
decisão
 O periclum in mora confunde-se com o interesse prévio
 Quanto ao interesse póstumo
 Depois de obtida a tutela definitiva, o normal é que já não seja necessário recorrer à
providência cautelar
 Pode haver interesse de recorrer ao arresto depois da decisão final
 364º/1 permite as providências cautelares quer em ações declarativas como executivas

Inversão do contencioso

 Baralha a funcionalidade das providências cautelares


 369º/1
 373º/1 al. a)
 Quem tem de colocar a ação principal é o requerido e não o requerente
 Finalidade: economia processual e evitar a duplicação de ações
 Pressupostos:
 Tem de haver um juízo de certeza da existência do direito
 A convicção de que o direito existe tem de ser segura
 O único elemento colocado aqui em causa é o contraditório
 Aqui há deferimento de contraditório
 364º/4
 366º/4
 Paula Costa e Silva entende que até no arresto pode haver inversão do contencioso
 MTS entende que não
 É muito raro encontrar-se em outros ordenamentos jurídicos

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 Com esta amplitude não existe em mais nenhum país da EU

Recorribilidade da inversão de contencioso

 Se for decretada a providência cautelar com a inversão do contencioso só se pode colocar


em causa a inversão do contencioso se se recorrer da providência cautelar
 Se a inversão do contencioso for indeferida
 O TR pode reverter a decisão da 1ª instância mas não pode decretar a inversão de
contencioso

Providências cautelares

 Visam assegurar a efetividade da declaração que venha a ser proferida

Aula Prática 23/03/2023 – 1x

Aula Teórica – 24/03/2023


§ Estática do processo civil

- Ação cível declarativa

- Castro Mendes: “marcha do processo” (sequencia processual dinâmica)

Esta sequência tem algumas imprecisões: BONI- é imprecisa porque, se


dissermos fase dos articulados, dá ideia que todos os articulados ocorrem a primeira
fase; mas os articulados supervenientes podem ocorrer fora da fase dos articulados.
BONI entende que é interessante esta divisão do prof Castro Mendes, mas tem esta
imprecisão

Alguns Professores não gostam desta divisão porque as fases não são estanques

Relativamente à prova

O Professor Castro Mendes divide a marcha do processo em fases sucessivas, o BONI


adota esta divisão:

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- Fase dos articulados (as partes alegam a matéria de facto e de direito relevante
para a decisão): petição inicial, contestação e réplica

- Fase da condensação: o juiz vai tentar decantar aquilo que já está considerado e o
que não está; garantir a regularidade do processo (pressupostos processuais)

- Fase da instrução: prova pericial

- Fase da audiência de julgamento: até à sentença; princípio da imediação; audiência


de julgamento

1. Fase dos articulados


- Articulados normais: petição inicial e contestação

- Articulados eventuais: réplica (pode aparecer ou não)

- Articulados supervenientes: também são articulados, por isso, devemos colocar


nesta fase

588.º: pode ser depois da réplica

CASTRO MENDES: articulados normais + eventuais

BONI: segue estes + acrescenta os articulados supervenientes

a. Petição inicial: nenhum processo inicia-se sem esta concretização do princípio do


dispositivo
- 552.º: a peça pela qual o autor propõe a ação

Requisitos: designar o tribunal e os juízes +

Alínea d): narração = contar os factos; factos instrumentais à prossecução do pedido

Tem que existir utilidade na prossecução do pedido

Taxa de justiça:

- Se os requisitos não estiverem preenchidos: ineptidão da petição inicial (186.º)

Nulidade da petição inicial

Temos que ter em consideração as causas da ineptidão da petição inicial

- Quando a petição inicial entra no tribunal

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A secretaria analisa/filtra a petição inicial, antes de chegar ao juiz: 558.º;


enumeração de situações  se houver uma destas falhas, a secretaria deve recusar a
petição inicial

A recusa pela secretaria pode/deve dar reclamação para o juiz: o juiz pode ter que
apreciar isto

A parte considera que a recusa foi bem decidida pela secretaria: emenda

A parte considera que a recusa não foi bem decidida e profere uma
reclamação (559.º): o juiz decide posteriormente e pronuncia-se nesse sentido

O CONTROLO ADMINISTRATIVO É PARA FACILITAR O CONTROLO EXTERNO DA PETIÇÃO


INICIAL

SE A SECRETARIA NÃO RECUSAR A PETIÇÃO INICIAL, O PROCESSO SEGUE (a ação foi


proposta de uma forma correta e a instância teve o seu início)

259.º: considera-se que a ação foi proposta logo que o ato é ou se tem por
praticado

Tem efeitos processuais: início da instância

Efeitos substantivos: interrupção da prescrição

b. Citação do réu
- Notificação ao réu de que a petição inicial foi entregue: 225.º

- Pessoal: 225.º/2;

- Edital: é subsidiária

- Se a citação não for feita, todo o processo é nulo: 187.º

Não pode haver correções

Aula Teórica – 27/03/2023

CM divide a marcha do processo em fases

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 Isso pode dar uma ideia de estanticidade

 A parte pode, no âmbito do princípio do dispositivo, nada fazer ou responder


 Se responder está a contestar
 225º e ss

Contestação

 Réu vai ser notificado para responder


 Tem 2 vertentes
 Contestação-defesa (réu defende-se)
 Por impugnação
 Casos de responsabilidade civil automóvel
 Exceção
 Ex: Réu diz que já pagou a indemnização
 Contestação-reconvenção (réu contra-ataca)
 O réu apresenta uma reconvenção dentro da contestação
 Tudo isso faz parte do articulado contestação
 Mas a reconvenção deve ter autonomia
 Se o réu não contestar, está em revelia
 Ação de responsabilidade de produtos defeituosos
 Em termos de ação processual deve o réu apresentar todos os seus argumentos na
contestação ou deve guardar esses elementos para mais tarde?
 Muitos autores consideram estar aqui presente o princípio da concentração da defesa
– 573º
 Tem que se apresentar todos também devido ao princípio da celeridade
 Regente considera ser uma norma importante e classifica como princípio processual
 Mas há algumas exceções presentes no 573º
 Estas exceções devem ser vistas de um ponto de vista restritivo
 A propõe ação contra B e B descobre que, apesar de não ter decorrido o prazo para
contestar, sabe quem é o juiz que vai julgar a causa e esse juiz sofre de suspeição –
119º e ss – o réu deve esperar pela contestação? Não! 121º - Entende-se que o réu
ainda tem prazo para contestar mas pode pedir com um requerimento a suspeição
do juiz
 Designa-se defesa autónoma.
 Não se está a violar o princípio da consignação da defesa
 588º - permite a apresentação de articulados supervenientes que podem
configurar uma defesa superveniente
 Defesa diferida – concretização do 588º
 Réu é citado. Caso o réu não tenha sido citado tudo o que vier a seguir é destruído.
Situações de nulidade – 186º e ss – 187º Réu pode invocar que não foi citado
 Podemos encontrar aqui a chamada defesa antecipada
 Ele em vez de ficar à espera que se descubra que não foi citado no fim do
processo, ele apresenta um requerimento ao juiz a dizer que não foi citado. É
um momento autónomo – surge por via do 187º
 Se o réu os juntar mais tarde, o juiz pode considerar argumentos como extemporâneos
e que estão a ofender o princípio da consignação da defesa
 A contestação deve ser autónoma

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Réplica – 584º

 Surge como articulado eventual pois nem sempre existe


 Desde 2013 que foi restringida. Em 2013 suprimiu-se também a Tréplica
 A seguir à contestação ou o processo segue e acaba a fase dos articulados ou o processo
segue mas há ainda este articulado
 Se o réu passou ao contra ataque, faz sentido que o autor se possa defender na réplica,
respondendo à reconvenção
 Serve para responder à reconvenção
 Nas ações de simples apreciação negativa serve para impugnar factos
 Não serve para ao autor formular novo pedido contra o réu
 Paulo Pimenta considera que a réplica é a contestação da reconvenção fora o caso das
ações de simples apreciação negativa – Boni concorda
 A réplica é o último articulado da fase dos articulados
 Boni considera a réplica como um carro vassoura
 Há uma pratica judicial que, dentro da réplica, se possam aceitar …
 Só pode servir para responder à contestação ou pode servir para alegar algo mais? Nº4 do
artigo 3º
 265º - quando haja replica pode-se modificar o pedido e a causa de pedir? Há querela
doutrinária
 Brandão Gomes fez uma pesquisa larga neste âmbito
 Proposta de lei 92/14 – segundo um parecer da ordem dos advogados, de 48 juuizes, 47
convidam o autor a contradizer de forma escrita
 Há quem considere ser uma contrarreforma e regresso ao passado
 Prazo da réplica: 30 dias a partir da contestação
 Tem os efeitos do 574º

Articulados supervenientes são após os articulados normais

 Podem ser ou não dentro da fase dos articulados

Articulados eventuais só há a réplica

Aula Prática – 11/04/2023

Aula Prática – 13/04/2023


§ Contestação

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- A parte pode responder: contestação (princípio do dispositivo)

- O réu vai ser notificado para responder para dizer algo que queira fazer

- A contestação tem duas vertentes:

Contestação defesa: defesa por impugnação (responsabilidade civil


automóvel- réu assume que não é responsável) + defesa por exceção (já pagou a
indemnização; exceção perentória)

Contestação reconvenção: réu pode defender-se e apresenta um pedido


(reconvenção);

O réu pode apresentar-se por reconvenção a somar à contestação de defesa

A reconvenção tem que ter autonomia

Contesta ou não contesta: se não contestar, entra em revelia

Revelia absoluta VS Revelia relativa

Responsabilidade de produtos defeituosos: réu tem documentos para apresentar em


relação ao autor para se defender; mas tem uma dúvida “será que eu, réu, posso
usar todos os meus argumentos na defesa ou vou guardar para mais tarde?”

Em termos de processo, no âmbito do princípio da celeridade, estipula uma


norma que é o princípio da concentração da defesa: 573.º

573.º: BONI entende que é uma norma importante e um princípio processual

573.º: “toda a defesa na contestação”; a defesa deve ser concentrada na


contestação

Defesa autónoma: articulado próprio

O artigo 573.º é regra estruturante, mas admite exceções (só existem estas, é
restritivo). Pode haver 3 vertentes que se autonomizam da contestação:

- O autor propôs uma ação contra B. petição inicial + tramitação no tribunal em que
o réu foi citado + o réu descobriu que o processo foi entregue a um juiz, mas este
sabe quem é o juiz que lhe vai julgar a causa + o juiz sofre de suspeição (119.º e ss)

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121.º: o réu ainda tem prazo para contestar, mas pode vir com um
requerimento para pedir a demissão do juiz (defesa autónoma). Não estamos a violar
o princípio da concentração da defesa porque o 573.º deixa que os incidentes ... (o
incidente de suspeição de 119.º e ss)

PRIMEIRA VERTENTE: ARTIGOS 120.º E 121.º: se a parte que já está citada sabe
quem é o juiz, se existir causa de suspeição no artigo 120.º, o réu pode apoiar-se no
artigo 121.º

- 588.º: DEPOIS DA APRESENTAÇÃO DA CONTESTAÇÃO, O RÉU SABE DE ALGO

Apresenta a contestação e vem a saber, mais tarde, determinados factos que são
relevantes para a defesa

588.º: permite a apresentação de articulados supervenientes (factos posteriores);


estes articulados podem configurar a uma defesa superveniente

SEGUNDA VERTENTE

- 187.º: se o réu não for citado, é nulo todo o processo

O juiz pode ficar a conhecer que o réu não foi citado

O réu pode invocar que não foi citado

Defesa antecipada: situações em que o réu não foi citado; o réu, sabendo que não foi
citado, apresenta um requerimento ao juiz a anunciar isto; este requerimento é uma
defesa do réu, mas não tem que entrar na contestação; trata-se de um elemento
autónomo

TERCEIRA VERTENTE

SISTEMATIZAÇÃO: a contestação implica a concentração da defesa, exceto (3


exceções)

A defesa autónoma: suspeição do juiz

A defesa diferida/superveniente: o facto foi conhecido posteriormente

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Defesa antecipada: o réu descobre que contra ele foi proposto uma ação, mas
não foi citado; vai apresentar um requerimento ao juiz (trata-se de uma defesa que é
antecipada)

§ Réplica

- Depois da reforma de 2013, deixamos de ter treplica (maior celeridade)

- Articulados normais: petição inicial e citação

- Articulado eventual: réplica (nem sempre existe)

- Artigo 584.º: “só” = a réplica não aparece

- Depois da contestação:

O processo segue com réplica

O processo segue sem réplica

- 584.º/1: o autor diz de sua justiça para se defender do pedido reconvencional


formulado pelo réu

- A réplica serve para responder à reconvenção: apresenta toda a defesa

- 584.º/2: serve, nas ações de simples apreciação negativa, impugnar factos


constitutivos e alegar determinados factos

- Não serve para o autor formular um novo pedido para o réu: o autor só se defende
contra o réu

A réplica é a contestação da reconvenção: BONI adere a esta frase

A réplica é o último articulado da fase dos articulados

Há uma prática judicial no sentido de aceitar que, dentro da réplica, serve para
responder à reconvenção ou para alegar mais (artigo 3.º/4). Alarga a réplica e a
mesma apresenta-se como resposta ao pedido reconvencional?

- Na réplica, poderia haver respostas: artigo 3.º/4

- BONI: não se espera pela audiência prévia

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Modificação do pedido (265.º)

- Quando haja réplica, podemos alterar o pedido ou a causa de pedir?

265.º: parece que não

Esta polémica doutrinária

585.º: prazo, mas pode ser prorrogado

Proposta de lei 92/14:

Guilherme Brandão Gomes

ARTICULADOS SUPERVENIENTES

- São após os articulados normais (petição inicial e contestação) e articulado


eventual (réplica)

- 588.º: é posterior aos articulados formulados

- Os factos supervenientes podem ser conhecidos mais tarde

- A fase dos articulados é a primeira fase que termina com um despacho saneador

- Pode suceder na fase dos articulados

Aula 12- 31/03/2023

§ 2.ª fase da marcha do processo: fase da condensação

- A ideia que se prende com esta fase é, na fase anterior, houve uma pluralidade de
razões, mas o tribunal quer sistematizar as situações

- Vamos ter vários momentos em que todos eles são atos processuais da
responsabilidade do juiz. Ou seja, não vamos encontrar atos processuais da
responsabilidade das partes, será o juiz que vai promover

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- Estes são os 4 momentos (despacho pré saneador; audiência prévia; despacho


saneador; temas de prova), mas não quer dizer que apareçam: pode haver processos
em que algum desses momentos não aconteça.

1. Despacho pré saneador


- Artigo 590.º: abre-se a fase da condensação com o despacho pré saneador

Epígrafe “gestão inicial do processo”: BONI entende que devia estar na


epigrafe “despacho pré saneador”; a epigrafe do artigo 590.º é enganosa porque a
gestão do processo não começa neste artigo, já começou antes (BONI entende que a
gestão é um princípio processual, estando presente em todo o processo)

MTS: a gestão inicial do processo começa no artigo 590.º

- Este despacho pré saneador tem as funções que estão indicadas no artigo 590.º/2.
BONI elenca 4 funções do despacho pré saneador desta forma:

Sanação dos pressupostos: e até suprimento das exceções dilatórias

Providenciar pela correção das irregularidades: alínea b) + n.º 3

Completamento de articulados deficientes: n.º 4

Junção de documentos: alínea c); o juiz pode achar que falta documentos

- 590.º: aplicação não exagerada do princípio da cooperação; concretização do


princípio da gestão processual e o princípio da cooperação

- Pode-se entender que pode não acontecer:

2. Audiência prévia
- Pode não existir: o juiz considera dispensável; a lei considera dispensável

- 591.º: apresenta a noção de audiência prévia

Se houver audiência previa, é aqui que o juiz profere despacho saneador


(alínea d)

- 592.º: elenca as situações em que não há audiência prévia

Nas ações não contestadas

- 593.º: situações em que há dispensa da audiência prévia

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Quando se destina às alíneas b + e + f

- Alberto dos Reis: só se justifica que haja audiência prévia, em alguns casos

- Finalidades da audiência prévia: BONI elenca algumas finalidades principais para a


audiência prévia

Tentativa de conciliação das partes (alínea a): é a primeira vez que as partes
estão perante o juiz. O que está na origem é a petição inicial. As partes querem
continuar em julgamento ou estão de acordo?

Facultar às partes a discussão de direito: alínea b)

Discutir ...: alínea c)

Alínea d)

3. Despacho saneador
- Tem uma função decisória:

- As partes estão de acordo

- 595.º: as partes não estão de acordo, mas o juiz profere uma decisão de mérito com
força obrigatória geral

- Não é a decisão final, mas pode conhecer das exceções dilatórias

- O despacho saneador acontece sempre

- Vão-se indicar as situações dos temas de prova: identificar os temas de prova

4. Temas de prova
- Cabe tudo, temos dificuldade em compreender o que é

- 596.º

Aula 13- 14/04/2023

§ Temas de prova

- Reforma de 2013 trouxe inconvenientes:

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- Artigo 595.º:

- Artigo 596.º: figura problemática

- Parte da doutrina entende que existem três despachos: despacho saneador,


despacho da adequação formal e despacho dos temas de prova

- BONI entende que existem 2 despachos

- O que são os temas de prova? O legislador não indica

410.º: o que se prova são os factos

- Lopes do Rego: defensor dos temas de prova; questão genérica

- Paulo Pimenta

- Artigo 341.º CC: a prova tem por função a demonstração da realidade dos factos

- Isabel Alexandre: é pouco claro e há pouco rigor

§ Fase da instrução

- Corresponde à situação em que se promove a prova

- Significa demonstrar os factos que estão em dúvida/são controvertidos

- É aqui que se vai analisar e produzir a prova

- Onde está a prova?

No CC: as provas têm por função a demonstração da realidade dos factos

No CPC

- Direito probatório material: Luís pires de sousa

- Questões atuais de direito probatório: Bonifácio

- Vertente da atividade probatória: demonstrar a veracidade dos factos

- Quais são os meios de prova? Só se podem usar os meios de prova que estão
previstos na lei:

Presunções (349.º e ss CC): aduz-se as presunções legais (1260.º) + presunções


judiciais (o juiz pode tirar inferências)

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Confissão judicial (362.º e ss CC): força probatória porque o artigo 358.º diz
que tem força probatória plena

Prova documental:

Documento particular: 376.º

Documento autêntico: plena (371.º)

Prova pericial: podem ser chamados peritos; 388.º e ss CC; a força probatória
é livre porque o juiz analisa livremente a prova pericial

Prova por inspeção (390.º e ss)

Prova testemunhal: 396.º

- Será que este rol consagrado no CC (349.º a 396.º) é exclusivo? Não, existem mais
meios de prova consagrados no CPC:

Apresentação de coisas móveis ou imóveis (416.º)

Declarações não judiciais qualificadas (494.º): na prova por inspeção, o


tribunal vai ao local. O que se entende é que há casos em que o juiz não quer ir ao
local, mas acha que é importante ir. Assim, manda alguém habilitado a ir ao local
para verificar, sendo esta verificação não judicial (não é o juiz) e verificada (pessoa
que é qualificada para o efeito)

Depoimento de parte (452.º): uma das partes vai depor; existe um regime
puramente confessório

Declarações de parte (466.º): há um regime diferente; pode não existir um


regime puramente confessório

Aula Teórica – 17/04/2023

Fase de instrução (produção de prova)

Meios de prova

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 Considerados no CC e explicitados no CPC


 Presunções
 Confissão
 Prova documental
 Prova por inspeção
 Prova pericial
 Prova testemunhal
 Estão no CPC mas não no CC (boni considera todos serem autónomos)
 Apresentação de coisas
 Verificações não judiciais qualificadas
 494º CPC
 Juiz desloca-se ao local para ver se há sinal de prioridade ou não
 Reforma de 2013 vem adicionar a esta possibilidade a possibilidade de saber
se não era possível e passou a ser possível a deslocação de técnicos indicados
pelo juiz fazer verificações não judiciais
 Quem pode requerer uma verificação não judicial qualificada?
 O artigo não nos diz que as partes o podem requerer
 Direito Probatório – Pires de Sousa
 Boni concorda com PS que nos diz que o 494º não nos dá margem para
aceitarmos
 Temos de saber a natureza jurídica destas verificações não judiciais
qualificadas
 Isto está na secção de ação judicial
 MTS diz que as verificações não judiciais qualificadas são uma espécie
de ação judicial não judicial, é uma espécie de inspeção judicial
 Tem por base um argumento de ordem sistemática
 Isabel Alexandre considera que a natureza jurídica não tem uma natureza
de inspeção judicial mas sim de prova pericial
 Explica que a especificidade da prova pericial é o juiz chegar à
conclusão de que, para apreciar aquela factualidade, necessita de
chegar à colação pessoas com experiência naquela atividade
 Qual a diferença entre a intervenção dos peritos na prova pericial com
a intervenção dos técnicos nesta ação?
 Considera ser pouca ou nenhuma
 Se as partes podem requerer prova pericial não faria sentido que
as partes não pudessem requerer a ida de peritos ao local
 Boni diverge de Isabel Alexandre e de MTS
 Não tem a tendência para agrupar meios de prova forçadamente
quando há diferenças entre meios de prova
 Não tem qualquer motivo para recusar a autonomia das verificações
não judicias qualificadas
 Estamos perante um novo meio de prova, com alguma identidade
 É um meio de prova autónomo
 O regime da prova pericial no CPC é adverso das verificações não
judiciais qualificadas
 O regime da escolha dos árbitros é distinto
 A razão sistemática para Boni é irrelevante
 Pires de Sousa

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 Quid juris se o técnico que se deslocar ao local a pedido do juiz, ele


pode contar o que viu ao tribunal ou lavrar um documento
 E se ele lavrar um escrito que for considerado documento, será que a
natureza jurídica da verificação não judicial qualificada passou a ser
prova documental?
 Boni tem dúvidas
 Nem toda a prova documental é apreciada do mesmo modo
 É forçado considerar que a vnjq é uma prova judicial
 Pires de Sousa assume que pode haver prova documental

 Depoimento de parte
 Normalmente servem para provocar confissões
 É um modo de produção de prova
 Não é um meio de prova em si
 Serve para expoletar que confissões ocorram
 Também serve para que partes prestem esclarecimentos ao tribunal
 Ex: o articulado da PI está confuso
 452º CPC
 Será que estes meios de prova são autónomos ou não?
 Boni considera que sim
 A explicitação do CPC é apenas uma explicitação ou é uma autonomia dada a
alguns institutos?
 Boni considera ser uma autonomia dada a alguns institutos
 Não é uma mera confissão
 O depoimento de parte não pode ser requerido pela própria parte, tem de ser da
iniciativa do juiz ou da outra parte
 452º/2
 Na confissão a parte pode tomar a iniciativa
 O autor pede ao tribunal que o réu seja notificado a vir ao tribunal responder
sobre uma determinada factualidade
 Quando o réu vai a tribunal, o réu no âmbito da sua factualidade narra um
determinado circunstancialismo respondendo às perguntas do juiz, que nalguns
casos poderá ser contrário às suas próprias pretensões e noutros casos não?
 O juiz só pode registar em ata os aspetos negativos ou todo o depoimento do réu?
 Tese de mestrado de Estrela Chaby – depoimento de parte
 Defende (e boni concorda) que toda a factualidade registada deve ser trazida para
o processo
 Está aqui e é também demonstrada a autonomia do depoimento de parte
 Tem origem numa possível e hipotética
 O réu pode chegar lá e não dizer nada, não é por isso que o depoimento vai ser
apagado
 Declarações de parte
 466º CPC
 Será que estes meios de prova são autónomos ou não?
 Boni considera que sim
 Boni considera ser um erro sistemático
 O legislador sentiu-se de tal maneira desconfortável que
 O legislador não conseguiu consagrar as declarações de parte como confissão
 Estas não são claramente confissão, é algo mais que isso

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 Aqui o próprio 466º diz-nos que as partes podem requerer factos que lhes são
favoráveis e factos que são desfavoráveis
 A Reforma de 2013 quis dar valor ao facto de as partes conhecerem bastante bem
a factualidade
 O autor pode requerer que ele autor lá vá ao tribunal
 O mesmo acontece para o réu
 Pires de Sousa
 Declarações de parte – há um estudo sobre isto
 466º diz que as partes podem requerer a vinda das partes, mas a dúvida é saber se
o juiz pode requerer que haja declarações de parte?
 Não – no 446º apenas se refere ao juiz
 No 452º referem-se ao juiz, se aqui não se referiram foi porque não quiseram
 E se o juíz requerer declarações de parte? Tem alguma validade?
 LF considera que não
 Recusa a iniciativa do juiz relativamente às declarações de parte
 Pires de Sousa (apoiado por Boni) discorda
 Aludem aos princípios processuais e dizem que não se pode omitir um dos
princípios basilares que é o princípio do inquisitório
 411º
 Incumbe ao juiz ordenar todas as diligências necessárias ao
apuramento da verdade
 O 466º não pode servir de obstáculo a essa iniciativa do juiz
 Será que as declarações de parte devem ser similares a uma simples prova
testemunhal?
 Em princípio não, não devem ser vistas como prova testemunhal
 Podem ser requerida até ao inicio das alegações orais
 A parte pode requerer isto já na fase da audiência de julgamento e ser uma
espécie de truque

Aula Prática – 18/04/2023

Aula Teórica – 21/04/2023

Qual o regime dos meios de prova

O objeto da prova são factos

Pensando na responsabilidade civil automóvel

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Vão-se provar todos os factos?

 Não
 Há alguns factos que já estão dados por assentes
 Ex: que o acidente se realizou a x horas numa estrada de Coimbra
 Vão se provar os factos pertinentes para a causa
 Além dos factos articulados pelas partes, são ainda aceites pelo juiz os factos instrumentais
5º/2
 410º
 Factos necessitados de prova são os factos contraditados, os factos que são objeto de
dúvida
 Também os factos notórios acrescem ao rol de factos
 Factos que o tribunal tem conhecimento por virtude do exercício das funções – 5º al c)

Delimitação negativa

 O que é que não se deve provar é


 Culpa
 Nexo de causalidade
 razões de direito
 questões de direito
 motivos
 argumentos

Jura novit curia

 Os Tribunais conhecem o direito


 Por isso é que não se tem de alegar o direito
 8º CC
 Os tribunais aplicam o direito vigente
 6º CC

Quem prova o quê?

Boni entende que nenhum tribunal tem a certeza quando decide

Será que um juiz perante uma enorme confusão, falta de dados… pode dizer que não percebe o
que se passou e não decide?

 Nos termos do 8º CC, isto não é possível


 O tribunal tem um imperativo de decidir
 Não pode socorrer-se da obscuridade dos factos para não se decidir

A tem um encargo probatório de provar. Se não o fizer, terá uma consequência negativa

342º CC – regime da repartição do ónus

342º/1

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 Os factos constitutivos de responsabilidade civil devem ser provados pelo autor


 Ónus dos factos constitutivos por parte do autor

O réu prova factos impeditivos, extintivos ou modificativos – 342º/2

Em caso de dúvida, favorece-se o autor

 342º/3

 343º

Nas acções de simples apreciação ou declaração negativa, compete ao réu a prova dos factos
constitutivos do direito que se arroga.

Inversão do ónus da prova

 Os papéis invertem-se
 344º
 As regras dos artigos anteriores invertem-se, quando haja presunção legal, dispensa ou
liberação do ónus da prova, ou convenção válida nesse sentido, e, de um modo geral,
sempre que a lei o determine.
 Presunção legal
 Juris tantum
 Ou seja, ilidíveis
 1260º/2
 Quem tiver a posse titulada, não precisa de provar a posse de boa fé
 Admite prova em contrário
 A prova legal a que se refere o 344º é quanto a presunções legais juris tantum
 Juris et de jure
 Inilidível
 1260º/3
 Se a posse é adquirida por violência, é sempre considerada de má fé
 Não admite prova em contrário
 Esta prova não é uma prova inatacável
 Pode haver um ataque à base da presunção

 344º/2
 Há também inversão do ónus da prova, quando a parte contrária tiver culposamente
tornado impossível a prova ao onerado, sem prejuízo das sanções que a lei de processo
mande especialmente aplicar à desobediência ou às falsas declarações.
 A é operado no hospital mas deveria ser operado ao joelho direito e foi operado ao joelho
esquerdo. Coloca uma ação de responsabilidade civil médica ao hospital e ao médico que o
operou
 Nos termos do 344º/2 teria de provar os factos constitutivos
 Para ele provar ele precisava de radiografias
 Tribunal pediu que solicitasse os exames médicos

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 Hospital disse que houve um incêndio e arderam as radiografias dos pacientes por isso
nada a fazer
 Isto é um caso claro do 344º/2
 Neste caso como a prova se tornou impossível
 Neste caso teria de ser o hospital a provar que agiu de acordo com a legis artis e com
cuidado
 Se não provar, a consequência será favorável ao autor

345º

 1 - É nula a convenção que inverta o ónus da prova, quando se trate de direito indisponível
ou a inversão torne excessivamente difícil a uma das partes o exercício do direito.
 2 - É nula, nas mesmas condições, a convenção que excluir algum meio legal de prova ou
admitir um meio de prova diverso dos legais; mas, se as determinações legais quanto à
prova tiverem por fundamento razões de ordem pública, a convenção é nula em quaisquer
circunstâncias.
 No Brasil aceita-se que haja contratos probatórios
 Em Portugal também, nestes termos (345º) mas tem várias restrições
 O contrato probatório não é válido se for de tal forma lesivo para os interesses de uma das
partes

Aula Prática – 27/04/2023 – 2x

Aula Prática – 02/05/2023 – 1x

Aula Teórica – 05/05/2023

Fase da audiência do julgamento (audiência final)

 Culmina na sentença
 São convocadas as testemunhas, peritos
 É essencialmente oral (diferentemente às outras fases)
 Há princípios que comandam esta audiência final
 Princípio da plenitude
 Impede que
 Consagrado no 605º CPC
 O juiz tem de assistir a toda a produção de prova
 Se o juiz morrer, tiver um avc ou fica muito doente, repetem-se os atos praticados
 Exige que o julgador assista à totalidade
 A oralidade deve ser presenciada por 1 só juiz ou por 1 só coletivo de juízes
 Princípio da publicidade
 A regra é que a audiência do julgamento é pública

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 O legislador é um bocadinho desastrado e inconsequente – não menciona


explicitamente que é um princípio, ao contrário da plenitude
 Consagrado no 606º/1 CPC
 Princípio da continuidade
 606º/2
 A audiência é contínua
 155º
 A audiência final é gravada
 O advogado que se depare com uma gravação que não esteja em condições, pode
alegar nulidade
 603º
 604º/3
 Ordem indicativa e não obrigatória
 Não quer dizer que todos estes itens forem preenchidos
 Depende se forem requeridos
 Não menciona as declarações de parte – legislador desastrado
 Deve-se entender que é uma ordem que não é discricionária
 E se o advogado requerer as declarações de parte antes da audiência final?
 Se tiverem sido requeridas antes do início da audiência final o que faz sentido é que
sejam reproduzidas na altura dos depoimentos de parte
 Não faz sentido estas serem ouvidas após as testemunhas
 503º e ss
 Alguns podem depor por escrito

Sentença (Decisão final)

 Urtheil – sentença em alemão


 Na idade Média, as sentenças significavam uma sentença que era dado sobretudo por uma
intervenção divina
 Na Revolução Francesa o juiz diz “A boca da lei sou eu”
 O juíz põe em causa os cânones da prova legal e passa a ser prova livre, é o julgador que
passa a decidir
 A prova livre não será a absoluta discricionariedade do julgador?
 A prova cível é uma prova livre
 Boni discorda e tem um artigo sobre isso
 Atenção para o 607º/5
 A livre apreciação NÃO abrange os factos…”
 Nem todas as provas podem ser apreciadas livremente
 Ex: Confissão
 O nosso sistema processual atual é um sistema misto, não há predominância da prova
livre

Aula Teórica – 08/05/2023

Frequência

1 ou 2 casos práticos

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1 frase para comentar

 Dizer se se está de acordo ou não com a frase da pergunta teórica e fundamentar porquê
 É necessário entrar-se em diálogo com a frase

Continuação da audiência do julgamento

 O sistema não é o de prova livre


 607º/5
 Na segunda parte, a seguir ao ponto e vírgula, não há prova livre, é a prova legal
 Boni entende que este artigo, para além de ser uma regra quanto a ser uma prova
mista, é ainda um verdadeiro princípio
 Princípio da assunção da prova como sistema misto
 Se este artigo não for observado em sede de arbitragem está a violar-se uma regra
de ordem pública e um verdadeiro princípio de direito processual
 Quem diz que há prova livre, omite uma parte da verdade, que é a 2ª parte, a seguir ao
ponto e vírgula

Sentença

 Tem 3 partes - É isso que nos diz o 607º


 Relatório
 Identifica as partes, o objeto do litígio e enunciar as questões que cumpre ao
tribunal solucionar
 decorre do 607º/2
 Fundamentação
 Decorre do 607º/3
 Exige uma explicitação dos factos considerados provados, explicação disso mesmo
e aplicação das normas decorrentes
 2 tipos de fundamentos
 Fundamentos de facto
 Fundamentos de direito
 Tudo tem de ser bem explicitado, sob pena de nulidade
 Decisão final
 607º/3 última parte alude a isso
 É uma conclusão que tem de ser lógica em relação à fundamentação

 Será esta uma sentença válida? Temos que saber algumas regras que o código nos impõe
 Limites da condenação
 Princípio do dispositivo
 Se A pede que B seja condenado a pagar 500 mil euros, a sentença não pode
condenar B a pagar 600 mil, por mais que o tribunal considere isso justo
 609º
 Condenação do réu in futurum
 Pode haver nos termos do 610º
 Factos supervenientes
 611º - podem ser atendíveis

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 Pode ter havido uma alteração do pedido ou a consideração de factos jurídicos


supervenientes
 A sentença deve tomar isto em conta
 Vícios da sentença
 Castro Mendes considera princípio o esgotamento do poder jurisdicional
 Impede que haja alterações da decisão
 613º
 Está imanente o valor da segurança jurídica para as partes
 Coisa diferente é haver recurso e haver alteração da decisão, isso é diferente
 A sentença fica então intocável?
 E se o juiz chamou Vítor ao Autor António?
 Podem haver erros
 O juiz pode retificar erros materiais, suprimir nulidades
 613º/2 e 3 como exceções ao princípio do esgotamento do poder jurisdicional
 Causas da nulidade da sentença
 615º
 Juiz esquecer-se de assinar a sentença
 Não especifica os fundamentos de facto e de direito
 Omissão de pronúncia
 O juiz não se pode não pronunciar sobre algo que foi pedido
 615º al. b)
 Excesso de pronúncia
 615º al. e)
 Pode existir aquilo que Castro Mendes, Anselmo de Castro e Barbosa Magalhães
defenderam existir a inexistência da sentença?
 Se o juiz um dia resolver ir apanhar sol e proferir a sentença fora do tribunal num papel
qualquer e um dia entrega isso no tribunal
 Neste caso haveria inexistência
 Se o juiz foi raptado e entrou alguém no tribunal para proferir a sentença
 Neste caso haveria inexistência
 Estas situações seriam mais graves do que situações de nulidade
 As causas de nulidade da sentença não são só as do 615º, são as do 615º e inexistência
 Reformas da sentença – 616º
 A sentença é o valor final, quais são os efeitos disso?
 Tornar-se essa decisão obrigatória para as partes desde que não haja recurso ou não
possa haver recurso
 Ela é irrevogável (a não ser as questões relativas a erros materiais e esclarecimentos de
dúvidas)
 Esta obrigatoriedade da sentença decorre do caso julgado
 619º e 620º
 A sentença não se torna obrigatória no momento em que foi proferida
 Há que aguardar pelo decorrer do prazo para ver se vai haver recurso
 Quando ela não pode ser objeto de recurso, quer por já ter passado o prazo, quer não
poder ser objeto de recurso, aí sim a sentença torna-se obrigatória e há caso julgado
 Caso julgado material – 619º
 Caso julgado
 Limites
 Ex: Ação de reivindicação onde foi declarado em 2015 que A era proprietário do
terreno x. Significa com isto que ele é proprietário daquele terreno em 2023? Não.

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 Tem força apenas naqueles termos, naquelas circunstâncias

Não virá para exame a matéria de recurso. Aula 23.

Aula Prática – 09/05/2023

Modificações subjetivas da instância – 262º - ambos pertencem aqui

 Intervenção de terceiros
 Um terceiro é chamado
 O terceiro que intervém não se substitui à parte
 Faz valer um direito próprio na ação
 Não é parte em sentido material da ação
 Habilitação
 Há uma espécie de substituição de uma das partes por outra
 Um terceiro é parte da ação em sentido material
 Por sucessão/morte ou extinção da pessoa coletiva
 A prova de que houve a morte e de quem são os seus sucessores pode-se fazer
através de sentença, através de certidão de inventário, e através de prova
apresentada pelo – 353º e 352º
 Transmissão inter vivos
 O que é que é preciso para se considerar alguém ser uma parte principal
 Haver um interesse igual
 Há um direito de terceiro próprio
 Oposição
 Intervenção acessória
 Espontânea
 provocada

Uma decisão proferida quando há habilitação faz caso julgado contra habilitante

PROX AULA: CASO JULGADO

Aula Prática – 11/05/2023 – 1x

 Ver MTS
 619º e 620º
 MATERIAL
 DENTRO E FORA DO PROCESSO

 FORMAL
 DENTRO DO PROCESSO

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 Efeito do caso julgado material


 Autoridade de caso julgado
 É necessário analisar a decisão da 1ª ação como fundamento da decisão
 Exceção de caso julgado

O conteúdo material do caso julgado é de que existe uma situação específico ao tempo do
encerramento da discussão em 1ª instância

Os factos base da defesa do reu precludem?

 Princípio da concentração da defesa


 Numa ação o reu tem o ónus de concentrar toda a sua defesa na contestação
 Se ele não o fizer ele deixa de poder invocar esses factos para efeitos de defesa
 O caso julgado também abrange todos os factos que contrariam o sentido da dua decisão
condenatória a partir do momento em que a decisão transita em julgado

O objeto do caso julgado é a decisão

 Não se pode dar autonomia aos fundamentos para dizer que os fundamentos de uma ação
vinculam um tribunal que analisa a mesma questão
 91.2

Contrário do contraditório

Exceções aos limites objetivos

Normalmente saem questões sobre isto em frequência

Em janeiro de 2022 A vendeu a B um

15 mil euros

B comprou o terreno porque pensava que no subsolo haviam muitas riquezas

Mas isso não era verdade

B comprador propõe uma ação judicial propondo a anulação da CV sobre A alegando a


celebração do contrato em erro sobre o objeto do nj e propõe um pedido adicional com a
restituição dos 15 mil euros

Descarregado por Pinto Pereira (pintopereira1993@gmail.com)


lOMoARcPSD|32827993

A contesta indicando que só restituiria o dinheiro caso o autor colocasse à disposição do reu o
terreno objeto do negocio – 290

Proferida a sentença o tribunal conseguiu procedente

Passados 2 anos A propõe contra B uma ação em que pede a entrega do terreno vendido em
2022

A sentença do primeiro caso tem força de caso julgado sobre o segundo caso

 Invocação pelo réu de uma exceção modificativa temporária 290º CC


 Ou condenação in futurum - MTS
 Ou

O réu é condenado a restituir os 15k a partir do momento em que o autor colocar à disposição
do réu, o terreno

Será que esta decisão vale com eficácia de caso julgado para esta nova ação

Era preciso analisar as exceções ao caso julgado

Ambos os casos têm fundamento comum – a anulação do contrato

Exceção verificativa

O conteúdo da decisão sobre essa exceção vale como fundamento de todas as outras ações em
que as obrigações reciprocas estejam em analise

O fundamento sobre a modificação modificativa temporária vale para outras ações que…

Descarregado por Pinto Pereira (pintopereira1993@gmail.com)

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