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Prova de Mensal Discursiva de Literatura

Professor da Disciplina: Valéria Data: /09/19 3º TRIMESTRE

Aluno (a): Nº Nota:

9º ano Período: Matutino Valor da avaliação : 5.0

Leia atentamente as instruções seguintes.


1. Esta prova contém 6 (seis) questões.
2. Confira se há a quantidade de questões mencionadas no item 1. Caso a prova esteja incompleta,
tenha defeito ou apresente divergência, comunique ao professor para que ele tome as providências
cabíveis.
3. Preencha o cabeçalho corretamente (nome completo, número e turma).
4. Procure iniciar a prova pelas questões em que encontrar maior facilidade. Sentindo muita dificuldade
em resolver uma questão, passe adiante e, posteriormente, retome-a.
5. Compreender os enunciados e obedecer ao tempo estabelecido de prova faz parte da avaliação.
6. As resoluções devem ser claras e organizadas. A falta de organização poderá acarretar a não
correção e a anulação da resposta.
7. Escreva com letra legível (condição imprescindível para que a correção aconteça).
8. Não rasure suas respostas. Ao errar, risque a palavra. Não use corretor.
9. Não desenhe na sua prova a mesma é um documento avaliativo.
10. Utilize apenas o espaço determinado para resposta.
11. A resposta da questão será aceita somente com os cálculos da resolução.
12. Utilize caneta azul ou preta.
13. Revise a prova antes de entregar.
14. Não usar qualquer aparelho eletrônico, mesmo quando tiver finalizado sua prova.
15. Se portar celular, a prova será zerada.

“Quem mal lê, mal ouve, mal fala, mal vê.”


Monteiro Lobato
Acredite em sua capacidade de fazer o melhor, acredite em você!
Boa prova! Profa. Valéria

Questão 01
Retomando a leitura e as discussões realizadas acerca da obra “Capitães da areia”, de Jorge Amado,
responda às questões 01 a 03.

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https://www.livrariacultura.com.br/p/livros/literatura-nacional/romances/capitaes-da-areia-2392314

Em dado momento da obra, o leitor depara-se com a descrição de uma epidemia que se alastrou por toda
Salvador, tanto na Cidade Alta – onde moram as pessoas bem situadas economicamente – quanto na Cidade
Baixa, ao nível do mar, onde moram os pobres, os Capitães da Areia inclusive. Era epidemia de qual doença?
Quem mais sofreu com ela? Explique. (valor 1,0)
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Questão 02
A personagem Dora tem importância fundamental na construção da lógica do romance. Por quê? Explique.
(valor 1,0)
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Questão 03
(Fuvest 2016 – adapt.)
Leia o excerto.

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“(...) Muita gente o tinha odiado. E ele odiara a todos. Apanhara na polícia, um homem ria quando o surravam.
Para ele é este homem que corre em sua perseguição na figura dos guardas. Se o levarem, o homem rirá de
novo. Não o levarão. Vêm em seus calcanhares, mas não o levarão. Pensam que ele vai parar junto ao
grande elevador. Mas ele não para. Sobe para o pequeno muro, volve o rosto para os guardas que ainda
correm, ri com toda a força do seu ódio, cospe na cara de um que se aproxima estendendo os braços, se atira
de costas no espaço como se fosse um trapezista de circo. A praça toda fica em suspenso por um momento.
“Se jogou”, diz uma mulher, e desmaia. Ele se rebenta na montanha como um trapezista de circo que não
tivesse alcançado o outro trapézio. O cachorro late entre as grades do muro.”.

a) A que evento (triste!) da história se refere o trecho narrado? (valor 0,3)


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b) Tal cena descrita se passa diante do conhecido Elevador Lacerda (foto acima), que vem a ser um dos mais
famosos “cartões postais” de Salvador, Bahia. Observe que tal elevador, de uso público, situa-se no desnível
brusco e pronunciado que, em Salvador, separa a “Cidade Alta” (parte mais moderna da cidade, nobre,
considerada seu centro econômico) da “Cidade Baixa” (sobretudo, portuária, popular, mais humilde). Que
sentido essa característica do espaço confere à cena? Explique. (valor 0,7)
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Leia o excerto que segue, extraído da obra “Vidas Secas”, de Graciliano Ramos, para responder às questões
04 e 05.
Fabiano ia satisfeito. Sim senhor, arrumara-se. Chegara naquele estado, com a família morrendo
de fome, comendo raízes. Caíra no fim do pátio, debaixo de um juazeiro, depois tomara conta da casa
deserta. Ele, a mulher e os filhos tinham-se habituado à camarinha* escura, pareciam ratos - e a
lembrança dos sofrimentos passados esmorecera.
Pisou com firmeza no chão gretado*, puxou a faca de ponta, esgaravatou as unhas sujas. Tirou do
aió* um pedaço de fumo, picou-o, fez um cigarro com palha de milho, acendeu-o ao binga*, pôs-se a

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fumar regalado*.
- Fabiano, você é um homem, exclamou em voz alta.
Conteve-se, notou que os meninos estavam perto, com certeza iam admirar-se ouvindo falar só.
E, pensando bem, ele não era homem: era apenas um cabra ocupado em guardar coisas dos outros.
Vermelho, queimado, tinha os olhos azuis, a barba e os cabelos ruivos; mas como vivia em terra alheia,
cuidava de animais alheios, descobria-se, encolhia-se, na presença dos brancos e julgava-se cabra.
Olhou em torno, com receio de que, fora os meninos, alguém tivesse percebido a frase
imprudente. Corrigiu-a, murmurando: - Você é um bicho, Fabiano.
Isto para ele era motivo de orgulho. Sim senhor, um bicho, capaz de vencer dificuldades.
Chegara naquela situação medonha - e ali estava, forte até gordo, fumando o seu cigarro de
palha.
Era. Apossara-se da casa porque não tinha onde cair morto, passara uns dias mastigando raiz de
imbu e semente de mucunã*. Viera a trovoada. E, com ela, o fazendeiro, que o expulsara. Fabiano fizera-
se desentendido e oferecera os seus préstimos, resmungando, coçando os cotovelos, sorrindo aflito. O
jeito que tinha era ficar. E o patrão aceitara-o, entregara-lhe as marcas de ferro.
Agora Fabiano era vaqueiro, e ninguém o tiraria dali. Aparecera como um bicho, entocara-se
como um bicho, mas criara raízes, estava plantado. Olhou as quipás*, os mandacarus e os xique-xiques.
Era mais forte que tudo isso, era como as catingueiras e as baraúnas. Ele, Sinhá Vitória, os dois filhos e a
cachorra Baleia estavam agarrados à terra.
Chape-chape. As alpercatas batiam no chão rachado. O corpo do vaqueiro derreava-se*, as pernas
faziam dois arcos, os braços moviam-se desengonçados. Parecia um macaco.
Entristeceu. Considerar-se plantado em terra alheia! Engano. A sina dele era correr mundo, andar
para cima e para baixo, à toa, como judeu errante. Um vagabundo empurrado pela seca. Achava-se ali de
passagem, era hóspede. Sim senhor, hóspede que demorava demais, tomava amizade à casa, ao curral,
ao chiqueiro das cabras, ao juazeiro que os tinha abrigado uma noite.
(Vidas Secas. 27. Ed. São Paulo: Martins Fontes. 1970. P. 53-55)
Vocabulário:
aió: bolsa usada na calça.
binga: isqueiro.
camarinha: quarto de dormir.
derrear-se: inclinar-se.
gretado: rachado com fendas.
mucunã: trepadeira de grande porte, comum nas Guianas e em alguns estados brasileiros.
quipá: planta brasileira da família dos cactos.
regalado: com prazer, satisfeito.

Questão 04
Considerando o que foi estudado sobre o Modernismo – Geração de 30 e o problema social enfocado em tal
fragmento, responda: quais características modernistas dessa fase podem ser encontradas nesse excerto?
Explique. (valor 0,5)
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Questão 05
Observe os trechos:
“Agora Fabiano era vaqueiro, e ninguém o tiraria dali. (...) estava plantado.”
“Entristeceu. Considerar-se plantado em terra alheia! Engano.”
Esses trechos demonstram uma mudança no interior do pensamento de Fabiano, como se ele tomasse
consciência de sua real condição. De que Fabiano toma consciência? Explique. (valor 0,5)
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Questão 06
Levando em conta nosso estudo acerca do conto “Feliz Aniversário”, de Clarice Lispector – que pertence à
Terceira Geração do Modernismo (Geração de 45), pontue as características da obra da autora que se
destacam em tal conto e trace um paralelo com as que você listou na questão 04, sobre a Geração de 30.
(valor 1,0)
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