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UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA

CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS


DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA AGRÍCOLA

Relatório de ENG273 – TEOR DE ÁGUA

Nome: Julio Cesar de Oliveira Braga Filho Matrícula: 99541

VIÇOSA - MG
2023
Introdução
A determinação do teor de umidade é um procedimento fundamental na
armazenagem de grãos. Valores de umidade considerados seguros para um adequado
armazenamento do produto são conhecidos e devem ser respeitados para que a qualidade
dos grãos se mantenha durante a estocagem. Volumes grandes de grãos exigem
amostragens numerosas e resultados rápidos são difíceis de serem obtidos em tempo hábil
para tomada de decisões sobre a qualidade do produto e o processamento a que devem
ser submetidos.
Os métodos para determinação da umidade de grãos são classificados em diretos
e indiretos. Nos métodos diretos a água é retirada do produto, geralmente por processo de
aquecimento, e o teor de umidade é calculado pela diferença de peso das amostras no
início e ao final do processo. Esta diferença corresponde à quantidade de água retirada.
Devido à sua maior confiabilidade os métodos diretos são empregados como padrão para
a aferição de outros procedimentos. Segundo PUZZI, Enquadram-se nesta categoria os
métodos de estufa, destilação, infra-vermelho e Karl Fisher.
Objetivos
Este trabalho teve como objetivo determinar o teor de água nos grãos de soja,
milho e feijão, utilizando o método direto e o método indireto.

Material e Métodos
Produtos Utilizados
Os produtos utilizados para a determinação do teor de água foram: soja,
milho e feijão. (FIGURA 1)

Figura 1. Produtos utilizados


Método direto
O primeiro método utilizado na prática foi o método da estufa, que tem
como resultado uma medida direta do teor de água dos grãos. Segundo o
ministério da agricultura, o método padrão para a determinação da umidade de
grãos utilizado é o método da estufa, no qual é feita a pesagem dos grãos antes e
após a passagem pela estufa (Figura 1) a 105±3ºC por 24 horas, de acordo com a
Regra de Analise de Semente (BRASIL, 2009). Para realizar o cálculo do teor de
água dos grãos, foi realizada a pesagem do cadinho sem amostra, com a amostra,
e após a secagem, o teor de umidade então pode ser determinado pela fórmula:

todas as aferições foram feitas em triplicata para garantir um resultado


mais preciso, tendo em vista a variabilidade do teor de água nos grãos.

Figura 1. Estufa para remoção de umidade


Método indireto
ao longo dos anos, os grãos têm tido a sua umidade medida, na prática,
através de medidores elétricos, que são calibrados pelo método da estufa. Esses
medidores operam por uma correlação entre a permissividade de um material e
seu conteúdo de umidade, para a aferição do teor de umidade dos grãos analisados,
foram utilizados quatro equipamentos que fazem medição indireta pelo método
da capacitância elétrica, sendo o 999 ESI (Figura 2) e o 999FBI (Figura 3) da
marca MOTOMCO e, G800 (Figura 4) e G930 (Figura 5) da marca Gehaka. O
método de utilização desses equipamentos consiste em selecionar o tipo de grão
no painel digital, adicionar uma massa de grãos necessária para o equipamento e
aguardar a aferição, todas as aferições foram feitas em triplicata para garantir um
resultado mais preciso, tendo em vista a variabilidade do teor de água nos grãos.

Figura 2. Aparelho 999ESI MOTOMCO Figura 3. Aparelho 999FBI MOTOMCO

Figura 4. Aparelho G800 GEHAKA Figura 5. Aparelho G939 GEHAKA


Resultados e Discussões
Pelo método direto, foi realizada a pesagem do cadinho como descrito acima, os
resultados obtidos pela fórmula já apresentada foram:
Para obter o teor de umidade em base seca foi utilizada a formula:

Cadinho +
Cadinho +
Massa do cadinho amostra Teor de água Teor de água
Grão Cadinho amostra inicial
(g) - Mv final (g) - (%, b.u.) (%, b.s.)
(g) - Mavi
Mavf
37 16,5734 46,5645 43,6195 9.82 10.89
Soja 10 17,0544 47,0390 44,1021 9.79 10.86
54 17,2293 47,2158 44,3167 9.67 10.70
Média 169,524 469,398 440,128 9.76 10.82
42 17,4749 47,3939 43,7856 12.06 13.71
Milho 48 15,8465 45,9157 42,2621 12.15 13.83
59 18,1665 48,1776 44,4925 12.28 14.00
Média 171,626 471,624 435,134 12.16 13.85
64 17,4380 45,5176 45,3794 0.49 0.49
Feijão 12 16,7116 46,6745 44,5423 7.12 7.66
15 16,9525 46,9640 44,8531 7.03 7.57
Média 170,340 463,854 449,249 4.98 5.24
Tabela 1. Resultados do teor de água pelo método direto
Como os produtos analisados já estavam guardados e secos a muito tempo, os
resultados obtidos já era esperados, os resultados mostraram um desvio padrão de 3.54 e
o valor obtido da amostra de feijão no cadinho 12 foi abaixo do esperado,
provavelmente decorrente de uma falha de leitura dos pesos, portanto deve ser
desprezado para o cálculo da média do teor de água do feijão.
Pelo método indireto:
MOTOMCO GEHAKA
Grão Repetição 999ESI 999FBI G800 G930
1 9,8 9,7 9,6 9,8
Soja 2 9,9 9,7 9,6 9,8
3 9,8 9,7 9,6 9,8
Média 9,83 9,7 9,6 9,8
1 13,1 13,2 12,6 13,3
Milho 2 13,3 13,1 12,1 13,7
3 13,3 13,2 12,2 13,7
Média 13,23 13,16 12,3 13,56
1 7,7 7,7 12,1 8,8
2 7,8 7,7 8,8 8,9
Feijão
3 7,7 7,7 9,6 8,8
Média 7,73 7,7 10,16 8,83
Tabela 2. Resultados do teor de água pelo método direto

Os resultados de todos os equipamentos foram bem próximos, exceto na leitura


do feijão, tal resultado pode ter sido obtido por erro do operador ou falta de calibração
dos equipamentos. Como os equipamentos são diferentes, e de fabricantes diferentes, a
aferição tende a não mostrar o mesmo valor, portanto a média geral deve estar próxima.

Conclusão
Os resultados obtidos foram satisfatórios e coesos, os valores das aferições pelo
método direto foram próximos aos obtidos pelo método indireto, oscilações podem ser
explicadas pela falta de calibração dos equipamentos eletrônicos e no caso da aferição
direta, pode haver erro do operador. O objetivo da prática foi realizado e os valores
obtidos estão de acordo com o esperado.
Citações e Referências Bibliográficas

PUZZI, D. Abastecimento e armazenagem de grãos. Campinas, Instituto Campineiro de


Ensino Agrícola, 1986. 603 p.
EMBRAPA. Determinação do teor de água por reflectância de infravermelho em grãos
de soja, 2003.
TAMBARA, S.V.B; DALPASQUALE, V.A.; BRACCINI, A.L.; SCAPIM, C.A. O real
valor de umidade dos produtos agrícolas. Grãos 2001, p40-42.
GONELI, A. L. D. & CORRÊA, P. C., MAGALHÃES. (2006). Teor de água de
produtos agrícolas. UFV

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