Você está na página 1de 9

UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA

CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS


DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA AGRÍCOLA

Relatório de ENG273 – MASSA ESPECÍFICA APARENTE, MASSA


ESPECÍFICA UNITÁRIA E POROSIDADE

Nome: Julio Cesar de Oliveira Braga Filho Matrícula: 99541

VIÇOSA - MG
2023
Introdução
A massa específica é um dos principais índices qualitativos dos grãos e essa
propriedade é influenciada por fatores como teor de impurezas, variedade e teor de
água. A massa específica é uma propriedade que assume elevada importância para efeito
de comercialização de determinados tipos de grãos pois os preços praticados levam em
conta esta característica como um indicativo de qualidade, como é o caso da cevada e do
trigo (Corrêa et al.,2006). Várias são as metodologias utilizadas para se determinar as
massas específicas aparente e unitária. Para a massa específica unitária, a diferença
básica entre elas, é a forma como se determina o volume do grão, sendo utilizado, por
exemplo: atribuição de uma forma geométrica de um sólido de volume conhecido,
complementação de volume em recipiente de volume conhecido, uso do princípio do
empuxo, interdependência entre massa específica e porosidade e deslocamento de fluido
(Mohsenin, 1986, Ruffato et al., 1999, Figueiredo et al., 2011, Araújo et al., 2014), além
daquelas em que a determinação é estimada (Resende et al., 2008).

Material e Métodos
Produtos Utilizados
Os produtos utilizados para a determinação do ângulo de repouso foram:
soja, milho e feijão. (FIGURA 1)

Figura 1. Produtos utilizados

Determinação da massa específica aparente


Para determinar a massa específica aparente foi utilizado o aparelho One Pint
Dry (Figura 1), que consiste em um cilindro aberto com peso e dimensões definidas, e
com um material que não se deforma com o tempo ou com a variação de temperatura. O
material é depositado até a superfície do cilindro e então pesado para a determinação da
massa do grão.

Figura 1. Aparelho One Pint Dry

A massa específica aparente pode ser calculada pela fórmula:

O One Pint Dry utilizado possui as especificações:


Determinação do peso Hectolitro
Para determinar o peso Hectolitro foi utilizado a Balança de Schopper (Figura
2), a balança de Schopper é composta por um tubo superior, tubo inferior, êmbolo e a
faca (Figura 3). Para realizar a medida com a balança, foi preenchido através da abertura
do tubo superior com a amostra a ser medida. É recomendável não pressionar a amostra
dentro do tubo superior, para não alterar a compactação dos grãos. A faca foi retirada e a
amostra caiu até o fundo do tubo inferior. A faca foi recolocada e o excesso da amostra
que restou foi retirado após isso o tubo foi colocado na balança para a realização da
medida de peso dos grãos (Tabela 1).

Figura 2. Balança de Schopper

Figura 3. Kit Schopper


Peso Hectolitro
Produto R1 R2 R3
Milho 76,2 75,4 75,4
Soja 68,24 68,96 68,32
Feijão 76,68 73,68 74,40
Tabela 1. Valores de peso Hectolitro
Determinação da massa específica unitária
Para determinar a massa específica unitária foi utilizado o Picnômetro (Figura
4), o picnômetro é uma vidraria de laboratório para medição de volumes líquidos e
sólidos. O procedimento de definição da massa específica unitária utilizando o
picnômetro consiste em, primeiramente pesa-se o picnômetro vazio, seco e limpo, após
Coloca-se a amostra (em torno de 10g) no picnômetro, após adicionar a amostra o
picnômetro é tampado novamente e pesado. As fórmulas usadas para determinar a
massa específica unitária são:

Figura 4. Picnômetro
Determinação da porosidade
A porosidade para cada um dos produtos estudados pode ser calculada através da
equação abaixo, utilizando os dados de massa específica unitária e aparente
determinadas anteriormente.

Em que = porosidade - ρap = massa específica aparente – ρu = massa específica


unitária

Resultados e Conclusão
Utilizando as fórmulas pelo método One pint dry, foi possível determinar a
massa específica aparente dos grãos analisados, disponível na tabela 1.

Produto Massa de grãos (g) Massa específica


aparente (Kg/m³)
425,78 773,29

428,28 777,83
Milho
430,88 782,55

401,99 730,09

394,98 717,34
Soja
386,78 702,45

431,18 783,09

422,48 767,29
Feijão
431,98 784,55

Tabela 1. Resultado da massa específica aparente


550,61
Utilizando as fórmulas pelo método do picnômetro, foi possível determinar a
massa específica unitária dos grãos analisados, disponíveis nas tabelas 2,3 e 4.

Milho
Propriedade Valores Obtidos
Massa do Picnômetro 41,35 41,35 39,64
vazio (g)
Massa do Picnômetro 72,22 72,22 63,36
cheio (g)
Massa de água (g) 30,87 30,87 23,72
Massa dos grãos (g) 1,28 0,99 1,31
Massa de água 29,84 30,1 22,61
remanescente (g)
Massa do Picnômetro + 72,47 72,44 63,56
Massa dos grãos (g)
Volume total deslocado 1,03 0,77 1,11
(mL)
Massa específica 0,8046 0,78 0,84
unitária (g/mL)

Tabela 2. Massa específica unitária do milho

Soja
Propriedade Valores Obtidos
Massa do Picnômetro 41,35 41,35 41,35
vazio (g)
Massa do Picnômetro 72,22 72,22 72,22
cheio (g)
Massa de água (g) 30,87 30,87 30,87
Massa dos grãos (g) 0,44 0,45 0,37
Massa de água 30,61 30,49 30,6
remanescente (g)
Massa do Picnômetro + 72,40 72,29 72,32
Massa dos grãos (g)
Volume total deslocado 0,26 0,38 0,27
(mL)
Massa específica 0,89 0,84 0,73
unitária (g/mL)

Tabela 3. Massa específica unitária da soja


Soja
Propriedade Valores Obtidos
Massa do Picnômetro 41,35 41,35 41,35
vazio (g)
Massa do Picnômetro 72,22 72,22 72,22
cheio (g)
Massa de água (g) 30,87 30,87 30,87
Massa dos grãos (g) 0,63 0,60 0,74
Massa de água 30,32 30,39 30,25
remanescente (g)
Massa do Picnômetro + 72,30 72,34 72,34
Massa dos grãos (g)
Volume total deslocado 0,55 0,48 0,62
(mL)
Massa específica 0,87 0,8 0,83
unitária (g/mL)

Tabela 4. Massa específica unitária do feijão

Por fim, foi utilizada a fórmula para calcular a porosidade dos grão levando em
consideração os dados obtidos anteriormente de massa específica unitária e massa
específica aparente (tabela 5).

Produto Massa Massa Porosidade


específica específica (%)
unitária aparente
(Kg/m³) (Kg/m³)
804,6 773,29 3,89

780,0 777,83 0,278


Milho
840,0 782,55 6,84

890,0 730,09 17,96

840,0 717,34 14,60


Soja
730,0 702,45 3,77

870,0 783,09 10,0

800,0 767,29 4,08


Feijão
830,0 784,55 5,47
Citações e Referências Bibliográficas

CORRÊA, P. C.; RIBEIRO, D. M.; RESENDE, O.; BOTELHO, F. M. Determinação e


modelagem das propriedades físicas e da contração volumétrica do trigo, durante a
secagem. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, v. 10, n. 3, p. 665-670,
2006.

RUFFATO, S.; CORRÊA, P. C.; MARTINS, J. H.; MANTOVANI, B. H. M.; SILVA, J. N.


Influência do processo de secagem sobre a massa específica aparente, massa
específica unitária e porosidade de milho-pipoca. Revista Brasileira de Engenharia
Agrícola e Ambiental, v. 3, n. 1, p. 45-48, 1999.

MOHSENIN, N. N. Physical properties of plant and animal materials. New York: Gordon
and Breach Publishers. 1986. 841 p.

FIGUEIREDO, A. K.; BAÜMLER, E.; RICCOBENE, I. C.; NOLASCO, S. M.


Moisturedependent engineering properties of sunflower seeds with different
structural characteristics. Journal of Food Engineering, 102, n. 1, p. 58-65, 2011.

ARAÚJO, W. D.; GONELI, A. L. D.; SOUZA, C. M. A.; GONÇALVES, A. A.; VILHASANTI, H.


C. B. Propriedades físicas do amendoim durante a secagem. Revista Brasileira de
Engenharia Agrícola e Ambiental, v. 18, n. 3, p. 279-286, 2014.

RESENDE, O.; CORRÊA, P. C.; GONELI, A. L. D.; RIBEIRO, D. M. Propriedades físicas do


feijão durante a secagem: Determinação e modelagem. Ciência e Agrotecnologia, v.
32, n. 1, p. 225-230, 2008.

Você também pode gostar