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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE

ESCOLA DE QUÍMICA E ALIMENTOS


ENGENHARIA BIOQUÍMICA
PROCESSOS FERMENTATIVOS I

CINÉTICA DE CRESCIMENTO CELULAR


Saccharomyces cerevisiae ATCC 7754

Eduarda Soares (135086)


Larissa Soria (129417)
Victoria Luiza Gunther (127247)

Rio Grande
2023
2

SUMÁRIO

1.Introdução ......................................................................................................................... 3
2.Objetivo ............................................................................................................................. 3
3.Revisão da literatura ......................................................................................................... 3
4.Material e métodos ............................................................................................................ 3
4.0 Microrganismos.............................................................................................................. 4
4.1 Preparo de inóculo ......................................................................................................... 4
4.2 Cultivo ............................................................................................................................ 4

4.3 Turbidimetria ................................................................................................................. 4

4.4 Determinação da concentração ...................................................................................... 4

4.5 Velocidade máxima de crescimento ............................................................................... 5


4.6 Tempo de geração .......................................................................................................... 5

4.7 Produtividade ................................................................................................................. 5


5. Resultados e discussão ..................................................................................................... 5
6. Conclusão ....................................................................................................................... 12
Referências bibliográficas .................................................................................................. 13
3

1. INTRODUÇÃO

A dinâmica de crescimento dos microrganismos em um meio de cultura depende


da composição do meio, da cepa do microrganismo e das condições de cultivo. Quando
um meio de cultura é formulado com os nutrientes adequados e é semeado com um
inóculo de micro-organismos, as células começam a se multiplicar e crescer em um ritmo
que é próprio da sua taxa de crescimento (ALVES, 1996).
A taxa de crescimento de microrganismos está diretamente relacionada com a
concentração celular e pode ser descrita em função de diversos parâmetros que podem
influenciar o crescimento celular. O estudo da cinética é fundamental os parâmetros
cinéticos a que o microrganismo é submetido, possibilitam análise de produção de
células pretendida (BORZANI, et al., 2001).
A cinética de crescimento de S. cerevisiae ATCC 7754 é caracterizada pela curva
de crescimento em forma de S, que descreve uma fase lag, exponencial, estacionária e de
morte. A fase lag é caracterizada por um período de adaptação da levedura às condições
de cultivo. Durante uma fase exponencial, a levedura apresenta um rápido crescimento,
com alta taxa de multiplicação celular. Na fase estacionária, a taxa de crescimento
diminui, devido à falta de nutrientes e acúmulo de produtos metabólicos tóxicos. A fase
de morte ocorre quando a taxa de morte das células excede a taxa de crescimento,
levando à diminuição da população celular (TORTORA et al., 2000).
O estudo da cinética de crescimento de S. cerevisiae ATCC 7754 é importante
para a compreensão dos processos fermentativos e para o desenvolvimento de
estratégias de controle de qualidade em produtos alimentícios e de bebidas. Além disso,
a compreensão da cinética de crescimento desta levedura pode levar a melhorias na
produção industrial e em processos biotecnológicos que envolvem o uso de
microrganismos
2. OBJETIVO (MAUTONE, et al., 2008).
O objetivo da prática foi realizar a cinética de crescimento celular para a
levedura Saccharomyces cerevisiae ATCC 7754.
3. REVISÃO DA LITERATURA
Na revisão da literatura,visando uma melhor compreensão do tema, faz-se
necessário abordar os seguintes tópicos i) Leveduras Saccharomyces cerevisiae; ii)
Cinética de crescimento celular; iii) Curva de crescimento celular- velocidade máxima
de crescimento; iv) Meio de cultivo YM .
4. MATERIAL E MÉTODOS
4

4.0 MICRORGANISMO
Foi utilizado a levedura Saccharomyces cerevisiae ATCC 7754
4.1 PREPARO DO INÓCULO
O método utilizado para definição da curva de crescimento foi o cultivo em
meio líquido YM preparado para 200 ml, apresentando composição: 20 g/L de
glicose, 3 g/L de extrato de levedura, 3 g/L de extrato de malte e 5 g/L de peptona,
o meio YM modificado tem a seguinte composição: 40 g/L de glicose, 3 g/L de
extrato de levedura, 3 g/L de extrato de malte e 5 g/L de peptona foram incubados
a 30ºC , por 24h a 100 rpm.
4.2 CULTIVO
O meio de fermentação foi constituído pelo mesmo meio utilizado para o
pré-inóculo. Após a incubação, os pré-inóculos foram transferidos para
erlenmeyers contendo um volume total de 300 ml, foi retirado 290 ml de meio YM
e 10 mL de inóculo estéril e foram colocados em incubadora com agitação orbital
a 30ºC e 100 rpm. Nas primeiras 10 horas, foram retiradas amostras com volume
de 10 mL de hora em hora e ao final do estudo cinético, após 24 horas para a
determinação da concentração da biomassa. Logo após a coleta das amostras,
foram medidos a transmitância dos sobrenadantes e a transmitância quanto à
concentração de massa seca.
4.3 TURBIDIMETRIA
O instrumento utilizado para medir a turbidez das amostras foi o
espectrofotômetro, através da alteração da luz a ser registrada na escala do
instrumento, assim obteve-se a transmitância da amostra e do sobrenadante,
sendo assim utilizamos a Equação 2 para ter os dados de absorbância.

=2− (% ) (1)

4.4 DETERMINAÇÃO DA CONCENTRAÇÃO


Utilizou-se a Equação 1 da curva padrão de Saccharomyces Cerevisiae
ATCC 7754, construida na prática anterior, substituindo os valores de
absorbância corrigida, para determinar a concentração de biomassa.

y = 1,200x + 0,044
5

R² = 0,994 (2)

4.5 VELOCIDADE MÁXIMA DE CRESCIMENTO ( máx)


De acordo com Steckelberg (2001) o aumento da população relaciona-se
com a constante de proporcionalidade µ (taxa específica de crescimento), Equação
3 que após realizada a integral, considerando que µ é constante e igual a µmáx na
fase exponencial, obtém-se a Equação 4. Sendo esta equação similar à equação da
reta, Equação 5, linearizando se a curva e plotando-se ln (x/xo), obtém-se o
coeficiente angular que é igual ao µmáx. Onde: X representa a concentração de
biomassa (g/L). = . (3)

á . = ( ) (4)

= + (5)
4.6 TEMPO DE GERAÇÃO (TG)
O tempo de geração foi calculado através dos valores de á aplicado
Equação 6, para saber o tempo necessário que a população vai dobrar de
( )
= á
(6)

4.7 PRODUTIVIDADE
A produtividade de biomassa é uma medida da quantidade de biomassa que foi
produzida pela população em um determinado período de tempo. Foi calculada
aplicando os dados de concentração e o tempo de cada ponto na Equação 7 .
Construindo assim um gráfico de produtividade.

( )= (7)

5. RESULTADOS E DISCUSSÕES

A Tabela 1 apresenta os dados de transmitância e suas respectivas


do grupo G1 e a Tabela 2 apresenta os dados do grupo G2. Os resultados de
absorbância foram obtidos através da Equação 1 e a absorbância corrigida é
da ABS da amostra menos a ABS do sobrenadante. E a partir desses resultados
6

possível obter a concentração da biomassa em g/L. Que vai ser aplicada nas
equações para se ter a curva de cinética de crescimento.

Tabela 1- Resultados da Transmitância e Absorbância do grupo G1

Tempo (h) FD Média %T Sd %T ABS amostra ABS sd ABS corrigida


0 1 42,6 94,7 0,370590401 0,023650021 0,34694038
1 1 43,45 95 0,362010219 0,022276395 0,339733825
2 1 32,45 93,4 0,488785299 0,029653124 0,459132175
3 5 63,55 99,3 0,196884445 0,003050752 0,193833694
4 5 53,25 100 0,273680388 0 0,273680388
5 5 33,35 99,4 0,476904162 0,002613616 0,474290546
6 10 71,9 100 0,14327111 0 0,14327111
7 10 64 100 0,193820026 0 0,193820026
8 10 32,15 100 0,492819023 0 0,492819023
24 50 78,45 100 0,105407052 0 0,105407052

Tabela 2- Resultados da Transmitância e Absorbância do grupo G2

Tempo (h) FD Média %T Sd %T ABS amostra ABS sd ABS corrigida


0 1 42,05 95,6 0,376234 0,019542108 0,356691892
1 1 40,35 95 0,394156461 0,022276395 0,371880066
2 1 35,65 95,2 0,447940466 0,021363052 0,426577414
3 1 24,95 95,4 0,60292945 0,020451625 0,582477825
4 5 53,75 97,9 0,269621531 0,009217308 0,260404223
5 5 35,65 95,7 0,447940466 0,019088062 0,428852404
6 5 24,4 98,7 0,612610174 0,005682847 0,606927326
7 10 39,9 99,1 0,399027104 0,003926346 0,395100759
8 10 32,05 100 0,494171966 0 0,494171966
24 50 69,55 100 0,157702866 0 0,157702866

A Tabela 3 apresenta os resultados das concentrações de biomassa em g/L


grupo G1 e G2. Assim foi utilizado a Equação 2 da reta gerada pela curva padrão,
7

aplicando os resultados da absorbância obtidos na Equação 1, a fim de obter os


resultados para todas as soluções como apresentado nos cálculos abaixo.
y = 1,200x + 0,044
0,3469=1,200x + 0,044
X=0,2524 g/L

Tabela 3- Concentração de biomassa (g/L) dos grupos G1 e G2


Tempo (h) Conc g/L G1 Conc g/L G2
0 0,252450317 0,260576577
1 0,246444854 0,273233389
2 0,345943479 0,318814512
3 0,624307057 0,448731521
4 0,957001616 0,180336853
5 1,792877276 0,320710336
6 0,827259247 0,469106105
7 1,248500217 0,292583966
8 3,740158523 0,375143305
24 2,55862717 0,094752388

A partir da plotagem dos pontos de concentração de biomassa em relação ao


tempo de incubação, foi possível construir os gráficos de crescimento de biomassa dos
grupos G1 e G2.
Figura 1- Crescimento de biomassa G1

5
4,5
4
Concentração (g/L)

3,5
3
2,5
2
1,5
1
0,5
0
0 5 10 15 20 25
Tempo (h)
8

Nesta Figura 1, para termos uma curva de crescimento, retiramos o ponto 5,


porque acreditamos que houve um erro na diluição. Assim conseguimos identificar que
os primeiros pontos representam a fase de latência do microrganismo, e a partir do
ponto 4 podemos observar a fase exponencial de crescimento, onde a biomassa está
crescendo. E após o ponto 8 fase de declínio.

Figura 2- Crescimento de biomassa G2

5,0
4,5
4,0
3,5
Concentração (g/L)

3,0
2,5
2,0
1,5
1,0
0,5
0,0
0 5 10 15 20 25
Tempo (h)

Na Figura 2, não foi necessário retirar nenhum ponto para obter a curva de
crescimento e conseguimos observar a fase exponencial a partir do ponto 4. E após o
ponto 9 identifica-se a fase de declínio.

Para obter o valor de máx é necessário a construção de um gráfico do


Neperiano (Ln) das concentrações de biomassa pelo tempo dos grupos G1 e G2, como
apresentado nas Figuras 3 e 4 respectivamente.
9

Figura 3- Linearização da fase exponencial G1

1,5

0,5
Ln x (g/L)

0
0 5 10 15 20 25
-0,5

-1

-1,5
Tempo (h)

Figura 4- Linearização da fase exponencial G2

8
7
6
5
4
Ln x (g/L)

3
2
1
0
-1 0 5 10 15 20 25

-2
Tempo (h)

A Tabela 4 apresenta os resultados de ( á ) que foi obtido pela máxima


concentração de biomassas em g/L obtidos através da curva padrão, o valor de ( á )é
medida importante que determinou a quantidade máxima do composto que deve ser
10

adicionado ao meio de cultura, assim sem prejudicar o crescimento e poder ajustar as


condições de cultivo caso fosse necessário, a velocidade específica máximas ( á ) de
crescimento foi obtida pela equação da curva de linearização pelo tempo a partir da fase
exponencial do crescimento, onde ocorreu a maior síntese de biomassa e a maior
das células e o tempo de geração foi obtido aplicando na Equação 6, a partir dos valores
máx encontrados, a partir desses dados foi feito o seguinte cálculo para ambos os

( )
TG = ,
= 2,1728 h

O tempo de geração é o tempo que levou para a população duplicar o seu número
de células no ambiente favorável que estavam. Assim conseguimos ver qual dos grupos
obteve o melhor tempo de geração.

Grupo á á Tempo de geração (h) Tempo (h)


G1 3,7401 0,319 2,1728 7-9
G2 4,7376 0,345 2,0091 8-9

Comparando os resultados do Xmáx do grupo YM G1 em relação ao YM


G2 podemos observar que o grupo G2 teve uma maior concentração de biomassa
pelo fato de que o YM modificado G2 teve uma quantidade maior de glicose na sua
composição, assim tendo uma maior fonte de carbono para ter um maior crescimento.
relação ás velocidades específicas á não obtivemos diferenças significativas de um
para outro, o tempo de geração do grupo YM G1 foi maior que o grupo YM modificado
acreditamos que as condições de cultivo do YM G1, otimizaram seu crecsimento.

A determinação da produtividade de biomassa foram obtidos para podermos


otimizar o proceso de produção e maximizar o rendimento de biomassa, assim aplicando
os resultados de concentração e tempo na Equação 7, representado no cálculo a seguir
para as respectivas concentrações e dessa forma plotamos os resultados para obter o
gráfico.
0,3459 − 0,2524
(x) = = 0,0467g/L. h
2

A Figura 5 apresenta o gráfico de produtividade de biomassa (Px) por tempo (t)


grupo G1 e a Figura 6 do grupo G2.
11

Figura 5 - Produtividade de biomassa pelo tempo G1

0,5
0,45
0,4
0,35
Produtividade (g/L.h)

0,3
0,25
0,2
0,15
0,1
0,05
0
-0,05 0 5 10 15 20 25 30
Tempo (h)

Figura 6 – Produtividade de biomassa pelo tempo G2

0,07

0,06

0,05
Produtividade (g/L.h)

0,04

0,03

0,02

0,01

0
0 5 10 15 20 25 30
-0,01

-0,02 Tempo (h)

A partir dos gráficos de produtividade


produtiv e podemos observar a relação entre a
produtividade de biomassa
omassa e a concentração de nutrientes no meio de cultivo. A medida
concentração de nutrientes aumenta,
aum nta, a produtividade também aumenta até um
ponto, onde a biomassa se torna limitada, e em seguida a produtividade diminui.
desses gráficos podemos ver o desempenho do processo de cultivo de cada grupo ao
tempo e como diferentes parâmetros de cultiv
cultivo podem impactar na produtividade de
biomassa.
12

6. CONCLUSÃO
O presente relátorio teve seu objetivo alcançado, baseado nos dados
apresentados que possibilitou analisar e construir, a curva de cinética de
crescimento celular para a levedura Saccharomyces cerevisiae ATCC 7754, além
de avaliar outros parâmetros cinéticos de crescimento. Conclui-se que o meio YM
modificado com concentração de glicose de 40 g/L teve uma maior concentração
máxima em relação ao YM com concentração de 20 g/L de glicose e um tempo de
geração menor que do YM, pelo fato de que as condições do meio nutritivo e os
parâmetros são de grande importância para um melhor crescimento do
microrganismo, com esses resultados temos a possibilidade de desenvolver
estratégias para uma melhora no crescimento da levedura.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA

ALVES, J. G. L. F. Estudo da influência da temperatura na cinética de crescimento


anaeróbico de Saccharomyces cerevisiae. Dissertação (Mestrado em Engenharia de
Alimentos) - Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 1996.

BORZANI, W.; LIMA, U. A.; AQUARONE, E.; SCHMIDELL, W. Biotecnologia


Industrial. São Paulo: E. Blücher, v. 3, 2001.

TORTORA, G. J.; FUNKE, B. R.; CASE, C. L.; Microbiologia. Ed. São Paulo:
Editora Artmed, 2012.

MAUTONE, J. N.; SILVA, P. V. Diversidade e Potencial Biotecnológico de


Leveduras e Fungos Semelhantes a Leveduras Isolados de Folhas de Figueiras do
Parque de Itaupã,RS, Brasil. Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Rio
Grande do sul, 2008.
MADIGAN, M. T.; MARTNKO, J. M.; PARKER, J. Microbiologia de Brock. 12
ed. Editora: Artmed. São Paulo. 2010

STECKELBERG, C. Caracterização de leveduras de processos de fermentação


alcoólica utilizando atributos de composição celular e características cinéticas. Tese
(Doutorado em Engenharia Química). Campinas - São Paulo, 2001.

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