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Formação do Nutricionista e Áreas de Atuação

Profissional

Conteudista: Prof.ª Carolina Bulgacov Dratch


Revisão Técnica: Esp. Fernanda Trigo

Objetivos da Unidade:

Apresentar os órgãos de classe para apoio do exercício da profissão do


nutricionista;

Apresentar e permitir compreensão crítica-reflexiva dos conteúdos (capítulos,


artigos e incisos) do Código de Ética e Conduta referentes a responsabilidades
profissionais, relações interpessoais, condutas e práticas profissionais e meios
de comunicação e informação, associação a produtos, marcas de produtos,
serviços, empresas ou indústrias, pesquisa, e relações com as entidades da
categoria;

Capacitar o estudante na identificação de possíveis infrações ao Código de Ética e


Conduta do Nutricionista.

ʪ Material Teórico

ʪ Referências
1 /2

ʪ Material Teórico

Introdução
Todos os ofícios e profissionais atuantes necessitam de uma rede de apoio, para que possam
desempenhar suas atividades de maneira segura e prática. Além de segurança na prática
profissional, a educação continuada, o incentivo à pesquisa e a motivação para encontros, com
discussões dos mais diversos assuntos relativos às profissões, também fazem parte desta rede.
Outro fator importante são as ações que promovem melhorias na atuação profissional por meio
de diálogos com o poder público e a população, a fim de incentivar a participação social no
exercício profissional e a divulgação da área de operação de cada uma das profissões.

As associações, conselhos profissionais e sindicatos fazem parte deste complexo sistema de


regulação e apoio com os quais contam todas as profissões normatizadas.

Muitos estudantes e profissionais têm dificuldade em compreender claramente quais são as


funções de cada uma destas entidades, buscando, muitas vezes, apoio na instituição incorreta.
Neste capítulo vamos esclarecer as funções de associações, conselhos, tanto federais quanto
regionais, e sindicatos, trazendo luz sobre estas questões e promovendo melhor engajamento
dos futuros profissionais a estas instituições. Após a leitura desta Unidade, acreditamos que a
tomada de decisões frente aos possíveis problemas que possam surgir na atuação profissional
possa ser facilitada.

Se você, estudante de Nutrição, no futuro profissional, tiver um problema relacionado a sua


atuação, referente a questões salariais, por exemplo, sabe qual instituição deveria procurar?

Diariamente, deparamo-nos com situações, dilemas e conflitos que nos obrigam a decidir sobre
os caminhos para prosseguir, dilemas e conflitos que nos obrigam a decisões de determinados
caminhos para prosseguir. Essas escolhas são determinadas a partir de várias reflexões sobre a
vida humana, o certo e o errado, o justo e o injusto.

Diante desse cenário, como o nutricionista pode incluir os conceitos de valores, moral, ética e
bioética na resolução de conflitos e dilemas da profissão?

Associação Profissional
Associações profissionais são aquelas que agrupam, por meio de reunião por afinidade, uma
determinada categoria profissional, ou categorias afins. São diversas as atividades
desenvolvidas no âmbito das associações, mas o principal foco, quando se trata de associações
profissionais, são a discussão de assuntos-alvo da atuação profissional dentro do escopo
científico, bem como aquisição de melhores condições de trabalho para o grupo representado.
Nos próximos tópicos, veremos mais informações sobre outros tipos de associação, com ênfase
nas associações profissionais.

Funções, Atribuições e Atividades Desenvolvidas pelas Associações


Profissionais
Quando se fala em associações, muitas instituições podem passar pela sua imaginação. As
associações são muito comuns no Brasil e têm diversos direcionamentos. Podem ser festivas,
desportivas, de apoio ou auxílio, entre outras tantas possibilidades. Neste tópico, iremos
conhecer um pouco mais sobre associações formadas pela junção de profissionais de uma
mesma área, motivados pela afinidade, para prestar serviços e dar apoio a determinadas
profissões. Essa união pode ser caracterizada como uma forma de participação social, que tem
como objetivo empoderar e dar representação a fatias da sociedade.
Figura 1 – Demonstrativa da participação social

Reflita
Você conhece as atividades das associações de classe e sabe quais são
as suas funções?
As associações, sejam elas de classe trabalhadora ou não, são instituições de fundo privado, e
não público, ainda que representem entes da esfera pública. De maneira global, associações não
têm a atividade econômica como foco, mas defendem os interesses de um grupo de pessoas, que
podem ter se unido por desempenhar a mesma função profissional, por exemplo.

Sendo assim, quando falamos de associação de classe, podemos dizer que elas representamos
interesses de determinada classe profissional e/ou empresarial. Estes membros serão unidos
por adesão a esta associação, por força de vontade própria, podendo ou não compor sua diretoria
e colegiados, usufruindo de maneira igualitária dos benefícios propiciados pela associação a qual
pertencem.

As associações podem promover diversas atividades em suas esferas. Podemos citar algumas
atividades como:

Eventos educativos ou de formação profissional livres;

Eventos desportivos;

Eventos festivos;

Participação em manifestações populares;

Formulação de materiais de divulgação, esclarecimento e valorização profissional;

Presença nas agendas políticas;

Presença em eventos do setor de interesse.

Para formalizar uma associação de classe é necessária a junção, por afinidade, de duas ou mais
pessoas, bem como o registro, em órgão público competente, criação de regimentos internos e
normatizações para associados e dirigentes, além do estabelecimento de sede e reuniões
periódicas.
Após devidamente instituídas, as associações desempenham forte poder nas tomadas de
decisões políticas, atuando em âmbito privado e público, na busca de melhores condições de
atuação profissional para seus associados. Estão presentes em diversas pautas de discussões
governamentais ou até em pautas elencadas por associações correlatas, motivando decisões que
possam melhorar a qualidade do setor que representam.

Figura 2
Fonte: Getty Images

As associações de classe são instituições independentes do Estado, de natureza política e social,


e todos os seus recursos provêm da contribuição espontânea dos associados. Já os conselhos
profissionais são organizações do governo para regulamentar e fiscalizar o exercício de uma
profissão, como a Nutrição, no caso do Conselhos Regionais de Nutricionistas (CRN), a
Advocacia, no caso da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), ou até as Engenharias, que são
fiscalizadas pelo Conselho Regional de Engenharia e Agronomia. Por fim, há os sindicatos.
Essas instituições têm como função primária negociar condições de trabalho e de remuneração
entre patrões e empregados e se mantêm com a contribuição dos profissionais filiados. Agora
ficou mais fácil compreender o papel de cada uma dessas instituições de apoio ao desempenho
profissional, cada uma delas com sua importância específica e com sua esfera de atuação.

Saiba Mais
Você sabe por que a data de 31 de agosto se tornou o dia de
comemoração do nutricionista? Em 31 de agosto de 1949, foi fundada a
Associação Brasileira de Nutricionistas (ABN), primeira associação
desta categoria, que tinha o intuito de representar e defender os
interesses dos nutricionistas/dietistas, bem como desenvolver estudos
e pesquisas no campo da Nutrição.

Associações Brasileiras, Estaduais, Regionais e Municipais de


Nutrição
O Brasil conta com inúmeras associações profissionais, que são bastante comuns entre a
maioria das profissões regulamentadas. Dentro da área da Nutrição, temos associações em
todos os âmbitos: federal, estaduais e municipais.

Historicamente, quando se fala em associações na área da Nutrição, a Associação Brasileira de


Nutrição (ABN) sempre é citada como de grande relevância. Sua criação foi resultado do árduo
trabalho de Firmina Sant’Ana, sua primeira presidente, que, além de outros feitos, também
organizou o Serviço de Nutrição do Hospital do Servidor Público do Rio de Janeiro. A posteriori, a
ABN foi sucedida pela Federação Brasileira de Nutrição (Febran), que em 8 de junho de 1990
transladou para Associação Brasileira de Nutrição (Asbran).

Figura 3 – Logotipo da Asbran


Fonte: asbran.org

Normalmente, as associações estaduais e municipais tendem a ser vinculadas à Associação


Brasileira de Nutrição (Asbran) e à Sociedade Brasileira de Alimentação e Nutrição (SBAN),
ambas com sede em São Paulo.

Podemos citar outras importantes associações relacionadas à profissão de nutricionista no


Brasil:

Associação Paranaense de Nutrição (Anupar);

Associação Paulista de Nutrição (APAN);

Associação de Nutrição do Distrito Federal (ANDF);

Associação Catarinense de Nutrição (ACAN);


Associação de Nutrição do Estado do Espírito Santo (ANEES);

Associação Pernambucana de Nutrição (APN);

Associação Alagoana de Nutrição (ALNUT);

Associação Sul-mato-grossense (Asman);

Associação de Nutrição do Estado do Rio de Janeiro (ANERJ);

Associação Gaúcha de Nutrição (AGAN);

Associação de Nutrição do Estado do Pará (ANEPA);

Associação de Nutricionistas do Oeste do Paraná (ANOP).

Contamos também com a existência de associações de classe voltadas para profissionais de


áreas especificas, como por exemplo:

Associação Brasileira de Nutrição Esportiva (ABNE);

Sociedade Brasileira de Nutrição Oncológica (SBNO);

Sociedade Brasileira de Nutrição Clínica (SBNC);

Rede Brasileira de Alimentação Escolar (Rebrae);

Sociedade Brasileira de Nutrição Parenteral e Enteral (SBNPE).

Todas essas associações têm em comum o objetivo de promover a atividade do nutricionista de


maneira ética e pautada em conhecimentos sólidos. Também promovem encontros temáticos,
formações e educação continuadas, bem como manifestação de ideias a respeito de assuntos
relacionados à alimentação humana e à prática profissional da Nutrição em diversos meios.
Também objetivam defender a ciência e as profissões, promovendo maior interlocução entre
seus membros e destes com a sociedade em que vivem, num diálogo constante de
aprimoramento e conhecimento da ciência da Nutrição. Uma informação importante é que,
diferente dos sindicatos e conselhos de classe, as associações aceitam estudantes de Nutrição
em sua composição, além de técnicos em Nutrição e nutricionistas, formando, assim, uma rede
profissional em diversos níveis de atuação.

Conselho Profissional
Agora que já entendemos a função das associações de classe, passemos ao conceito que melhor
define os conselhos de classe ou conselhos profissionais. Segundo Maria Thereza M.C. de
Rezende, “conselhos defendem e disciplinam o exercício profissional, representando, em juízo
e fora dele, os interesses gerais e individuais dos profissionais, visando assegurar a qualidade
dos serviços prestados à sociedade” (REZENDE, 2007).

Para a criação de um conselho de representação profissional é imprescindível que a profissão


que será representada esteja incluída no rol da Classificação Brasileira de Ocupações – CBO
(BRASIL, 2017) e a profissão regulamentada junto ao Ministério do Trabalho e do Emprego. Este,
entretanto, foi extinto no ano de 2019, ficando suas atribuições a cargo do Ministério da
Economia, Justiça e Segurança Pública.

Leitura
Conselho Nacional Segurança Alimentar e Nutricional
Você sabe do que tratou a Medida Provisória 870/2019? Ela foi a
responsável pela extinção do Conselho Nacional de Segurança
Alimentar e Nutricional (Consea). A mobilização social, através de
associações de classe, teve forte influência na manutenção deste
espaço de discussões sobre alimentação e nutrição.

Clique no botão para conferir o conteúdo.

ACESSE

Um estudante formado, ao tornar-se profissional, só poderá atuar de forma regulamentada


após a inscrição em seu respectivo conselho. Assim, a atuação em uma profissão devidamente
regulamentada sem o registro profissional caracterizará exercício ilegal da profissão, sendo
passível de sanções e penalidades. Muitos profissionais recém-formados aguardam seu
primeiro emprego para que possam dar entrada em seu pedido de registro profissional. Este
fato, no entanto, pode gerar um entrave na contratação, pois o trâmite de inscrição no conselho
profissional pode levar algum tempo. Portanto, o procedimento mais indicado é já estar inscrito
em seu respectivo conselho no momento em que se começa a procurar trabalho.

Reflita
Você já conhece a sede do seu conselho de atuação profissional? Sabe
como obter essa informação e localizá-lo em seu estado ou cidade?
Funções, Atribuições e Atividades Desenvolvidas pelos Conselhos
Profissionais
Muitos profissionais questionam o papel dos conselhos, alegando que ainda que sejam pagos
pelos profissionais atuantes, não os defendem. Porém, é importante entender a função real dos
conselhos profissionais para que possamos ter clareza de seu verdadeiro valor. Os conselhos de
atuação profissional também são conhecidos como conselhos de fiscalização da atividade
profissional, ou seja, fiscalizam o exercício profissional e incluem não só a atividade dos
profissionais inscritos como eventuais irregularidades de quem atua de forma não
regulamentada. Este, afinal, é o grande papel dos conselhos, pois além de protegerem a
sociedade de profissionais não idôneos, resguardam os que atuam de maneira legal e ética.

Os conselhos estão presentes em todo o território nacional e também em muitos países do


mundo, sempre trabalhando pela regulação do exercício profissional ético e comprometido.
Para a profissão de nutricionista, há o Conselho Federal de Nutricionistas (CFN) e os Conselhos
Regionais de Nutricionistas (CRN), espalhados por diversos estados da Federação e sempre
vinculados ao CFN. Existem estados em que, devido ao baixo número de profissionais ativos ou à
falta de condições estruturais, entre outras, não existem conselhos regionais. Nestes casos, os
profissionais desta região são acolhidos por conselhos de outra região. Portanto, se em seu local
de atuação não houver uma representação de conselho profissional, o correto é procurar saber
qual conselho representa a sua região e se filiar a ele, ainda que sua sede esteja em outra cidade.

Um dos principais produtos elaborados pelos conselhos são os Códigos de Ética e Conduta, que
fundamentam a atuação na área e devem ser conhecidos e seguidos por todos os profissionais.
Mas também é de responsabilidade dos conselhos a criação de diversas outras normativas que
influenciam diretamente na atuação profissional. Dentre essas normativas, podemos citar as
que estabelecem as áreas de atuação profissional, os parâmetros numéricos para diversas áreas,
as punições e sanções para má conduta profissional, entre outras.

A imparcialidade é uma das atribuições mais citadas por profissionais e cidadãos quando
questionados sobre os conselhos profissionais, pois eles devem atuar de forma justa, baseado
nas normatizações, independentemente do profissional que estará sendo fiscalizado, trazendo,
assim, maior segurança para a atuação profissional.
Em relação ao gerenciamento, os conselhos são dirigidos por membros eleitos
democraticamente pelos profissionais nele contidos. Os mandatos são de três anos e podem ser
reconduzidos de acordo com os regimentos internos de cada conselho. Os conselhos são
fiscalizados a respeito de suas tributações e movimentações financeiras pelo Tribunal de Contas
da União, segundo regulamentação da Constituição Federal (Inciso II do Artigo 71). Segundo
dados do IBGE, hoje mais de 30 profissões brasileiras contam com conselhos de classe (IBGE,
2019).

Figura 4
Fonte: ideastream.org

Sistema Conselho Federal e Regionais de Nutricionistas


O Conselho Federal de Nutricionistas (CFN) foi criado pela Lei n. 6.583, de 20 de outubro de1978,
e regulamentado pelo Decreto n. 84.444, de 30 de janeiro de 1980.
Figura 5 – Logotipo do Conselho Federal de Nutricionistas
Fonte: Reprodução

Essa entidade é definida como uma autarquia federal, sem fins lucrativos, de interesse público,
com poder delegado pela União para normatizar, orientar, disciplinar e fiscalizar o exercício e as
atividades da profissão de nutricionista em todo o território nacional, em defesa da sociedade.
Este é um órgão central do Sistema CFN/CRN. O CFN foi criado a partir da mobilização de
profissionais, estudantes e entidades de nutrição, que defendiam a necessidade da categoria ter
um órgão regulamentador próprio, pois eram fiscalizados por órgãos regionais de fiscalização
da Medicina através da Lei n. 5.276, de 24 de abril de 1967 (CFN, 2019).

Cabe ressaltar a data de criação do Sistema Conselhos Federal e Regionais de nutricionistas,


marcado pelo ano de 1978. O Brasil conta, hoje, com onze conselhos regionais de nutricionistas,
sendo eles os seguintes:

CRN-1: DF, GO, MT, TO, com sede em Brasília-DF;

CRN-2: RS, com sede em Porto Alegre-RS;


CRN-3: SP e MS, com sede em São Paulo-SP;

CRN-4: ES e RJ, com sede no Rio de Janeiro-RJ;

CRN-5: BA e SE, com sede em Salvador-BA;

CRN-6: AL, PB, PE, PI, RN, com sede em Recife-PE;

CRN-7: AC, AM, AP, PA, RO, RR, com sede em Belém-PA;

CRN-8: PR, com sede em Curitiba-PR;

CRN-9: MG, com sede em Belo Horizonte-MG;

CRN-10: SC, com sede em Florianópolis-SC;

CRN-11: CE, MA, PI, com sede em Fortaleza-CE.

As principais funções dos conselhos, tanto o federal quanto suas sedes regionais, são,
resumidamente:

Habilitar legalmente os profissionais para o exercício da profissão;

Habilitar legalmente as pessoas jurídicas para exploração das atividades


profissionais;

Fiscalizar o exercício da profissão;

Aplicar o Código de Ética Profissional;

Normatizar as profissões;

Aplicar multas relativas a processos disciplinares e de infração.


Um dos pontos importantes a ser salientado sobre este órgão são as suas limitações jurídicas. Os
conselhos são orientados por leis específicas e ficam, muitas vezes, proibidos de atuar de forma
mais incisiva na conquista de direitos profissionais, ficando estas atribuições a cargo das
associações e sindicatos de classe. Pode-se dizer que fiscalização é a palavra-chave que define
os conselhos de atuação profissional.

Saiba Mais
Você conhece o Código de Ética e de Conduta do Nutricionista? Ele
passou por alterações durante os anos de existência da instituição e
pauta a atuação profissional de nutricionistas do Brasil. É possível
encontrá-lo no site do Conselho Federal de Nutricionistas.

Sindicato
Segundo definição do dicionário Aurélio, sindicato é um substantivo masculino que nomina um
tipo de associação para defesa e coordenação dos interesses econômicos e/ou profissionais de
indivíduos (empregados, empregadores, profissionais liberais, autônomos etc.) que exercem a
mesma atividade ou atividades similares ou conexas. O Conselho Regional de Nutricionistas da
10ª região, por sua vez, define sindicatos da seguinte forma:
“De acordo com Convenções da OIT/Organização Internacional do Trabalho,

CFB/Constituição Federal Brasileira e a Consolidação das Leis Trabalhistas/CLT, os


sindicatos defendem os direitos e interesses coletivos ou individuais da categoria
em questões judiciais e administrativas.”

- CRN10, 2019

Funções, Atribuições e Atividades Desenvolvidas pelos Sindicatos


São entidades profundamente relacionadas à proteção dos direitos dos trabalhadores, sendo
subdivididas entre as profissões e classes de trabalhadores. O seu maior interesse é a conquista
e a manutenção dos direitos profissionais das ocupações que representam.

Os sindicatos possuem as seguintes atribuições perante a lei:

“Art. 2º Os trabalhadores e os empregadores, sem distinção de qualquer espécie,

terão direito de constituir, sem autorização prévia, organizações de sua escolha,


bem como o direito de se filiar a essas organizações sob a única condição de se
conformar com os estatutos das mesmas.”

- OIT, 2019

E ainda:
“Art. 3º

1) As organizações de trabalhadores e de empregadores terão direito de elaborar


seus estatutos e regulamentos administrativos, de eleger livremente seus
representantes, de organizar a gestão e a atividade dos mesmos e de formular seu
programa de ação.

2) As autoridades públicas deverão abster-se de qualquer intervenção que possa


limitar esse direito ou entravar o seu exercício legal.”

- OIT, 2019

A convenção 87 da Organização Internacional do Trabalho (OIT) cita a liberdade de criação e


filiação sindical. A convenção pautou boa parte das leis que asseguram, no Brasil, o direito
sindical, que é garantido pelo Artigo 166 da nossa Constituição. Ela “estabelece que os sindicatos
devem exercer funções delegadas pelo poder público e colaborar com a preservação da paz
social, transformando-os em uma força orgânica de colaboração com o Estado [...] e defender os
interesses dos trabalhadores” (SILVA, 1987). Essa perspectiva provocou alterações na
Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) com inclusão das garantias sindicais nesse
documento.

Durante toda a história dos trabalhadores no Brasil, os sindicatos estiveram presentes, dando
ênfase às lutas por melhores salários e condições de trabalho dignas para diversas classes de
trabalhadores. Os sindicatos têm importância tão evidente que foram objeto de estudos e
pesquisas em diversas áreas, constituindo parte inegável da história brasileira. Tiveram papel
fundamental inclusive na construção da democracia brasileira, tornando a sociedade mais justa,
igualitária e livre.
Figura 6
Fonte: prevention.psu.edu

Os sindicatos são mantidos financeiramente pela contribuição dos seus associados, tendo em
sua constituição presidência, vice-presidência, secretarias e demais cargos administrativos
julgados necessários. Algumas das prerrogativas da lei a respeito das entidades sindicais é de
que o Governo Federal não poderá interferir em sua livre atuação, que os trabalhadores não são
obrigados ase filiar ou manter-se filiados e que não poderá haver dois sindicatos representando
uma mesma categoria em território nacional. Os funcionários eleitos para representar o
sindicato na sua presidência e vice-presidência são cedidos para desempenhar este papel em
tempo integral, mantendo ainda o vínculo com a empresa contratante, e têm estabilidade
sindical, ou seja, não podem ser demitidos enquanto desempenharem tal função. Após a
reforma trabalhista, ocorrida em 2017, a contribuição sindical obrigatória passou a ser
facultativa, ou seja, o desconto de um dia de trabalho, que antes era debitado automaticamente,
passou a ser oferecido ao sindicato de forma facultativa.
Os sindicatos costumam ser vistos como entidades urbanas, porque essas áreas concentram
mais trabalhadores desde a Revolução Industrial, mas existem sindicatos nas mais diversas
áreas, como por exemplo os Sindicatos de Trabalhadores Rurais.

Saiba Mais
O Brasil conta com um Cadastro Nacional de Entidades Sindicais, onde
todos os sindicatos devidamente formalizados estão cadastrados. Em
2017, o Brasil contava com 16.517 entidades sindicais.

Federação Sindical e Sindicatos de Nutricionistas


A profissão de nutricionista ainda não conta com uma ampla rede sindical, sendo mais provável
que seu estado ou município tenha uma associação de nutricionistas do que um sindicato de
nutricionistas. Por ser uma profissão relativamente nova, que comemorou 80 anos em 2019,
ainda são poucos os seus sindicatos e o número de associados nessas instituições é pouco
expressivo. Sendo assim, algumas conquistas da classe dos trabalhadores na área da Nutrição
acabam sendo realizadas por sindicatos de hotelaria, alimentação coletiva, hospitalar, entre
outros. Uma opção para aqueles profissionais que gostariam de participar do movimentos
sindical, mas não têm em seu estado uma entidade de nutricionistas, é a Federação Nacional de
Nutricionistas (FNN), que tem a função de representar os filiados de todo o país.
Figura 7
Fonte: Getty Images

A Federação Nacional de Nutricionistas, segundo informações no site da instituição, é definida


como uma:

“Entidade Sindical de 2º grau, constituída de acordo com a CLT e a Constituição

Federal, com âmbito de representação nacional para fins de estudo, coordenação e


representação legal dos integrantes da categoria profissional, habilitados nos
termos da Lei de nº 8234/91, pautando sempre pelos princípios de liberdade e
autônima sindical, sendo formada por Sindicatos dos Nutricionistas no País.”
- FNN, 2019

De acordo com seus estatutos, a FNN está apta a:

“Promover os interesses econômicos, sociais, profissionais e culturais dos

integrantes da Categoria, assegurando por todos os meios ao seu alcance, o efetivo


cumprimento dos direitos dos profissionais, com relevância às leis referentes à
proteção do trabalho, lutando por condições adequadas de trabalho, por uma
remuneração justa, por uma redistribuição de renda e pela valorização da
profissão. Substituir, representar e defender perante as autoridades
administrativas e judiciárias, judicial e extrajudicialmente os direitos e interesses
individuais ou coletivos dos nutricionistas e dos sindicatos filiados.”

- FNN, 2019

Em Síntese
Fizemos uma incursão sobre as mais importantes instituições que
norteiam o desenvolvimento e atuação de um profissional.
Associações, conselhos profissionais e sindicatos são os responsáveis
por termos profissões com caminho sólido e ético, guiando desde
estudantes até profissionais de longa data. Com as considerações aqui
descritas, pudemos perceber as funções de cada uma destas
instituições e provavelmente esclarecer dúvidas que facilitarão as
tomadas de decisão na vida profissional dos futuros nutricionistas.

Agora fica muito mais fácil responder nossa pergunta norteadora!


Sabemos que as lutas por melhores salários são a base das atividades
desenvolvidas por sindicatos! Assim como também compreendemos as
funções das associações e dos conselhos de classe profissional.

Valores, Moral, Ética e Bioética

Valores, Moral e Ética


A discussão sobre os conceitos de valores, moral e ética sempre estiveram presentes em todas
as culturas e sociedades. Eles são construídos juntamente com o surgimento e as mudanças da
humanidade por meio de reflexões e vivências éticas.

Antigamente, os dogmas determinados pela religião apresentavam um forte poder de valor, de


influência e de decisão na vida do indivíduo quanto ao certo e indiscutível (PESSINI e HOSSNE,
2013). Atualmente, esses conceitos se embasam no pluralismo de valores, no respeito à
diversidade, na mentalidade capitalista e individualista (COMPARATO, 2006).

De acordo com o Michaelis (2019), a palavra ethos é de origem grega e significa caráter ou modo
de ser; enquanto mos deriva do latim e quer dizer costume. Assim, podemos considerar que a
ética é a ciência dos costumes e a moral é o objeto dessa ciência.
Para Nalini (2014), a ética é uma reflexão teórica que analisa, critica ou legitima os fundamentos
e princípios que regem um determinado sistema moral, já a moral é como um conjunto de
normas e regras destinadas a regular as relações dos indivíduos de uma sociedade.

Figura 8 – Ética e moral

O termo valor também é utilizado desde a Antiguidade para definir o preço de bens materiais ou
mérito de indivíduos. No interior de cada indivíduo ou sociedade existe um conjunto de
conceitos, pensamentos, reflexões e juízos que podemos chamar de valores morais. Eles variam
conforme o tempo, a cultura, o cenário político e social, as regras profissionais, a educação e a
vivência social e familiar de cada um. Uma ação pode ser considerada correta para uma
determinada sociedade e para outra a mesma atitude pode ser considerada errada ou imoral
(GOERGEN, 2005).
Definição e Construção de Valores, Moral e Ética
Para iniciarmos o estudo sobre a definição e a construção de valores, moral e ética, é necessário
um aprofundamento em diferentes pensamentos, uma vez que os termos apresentam
definições distintas em cada um deles.

Começaremos o estudo com a apresentação de três pensadores gregos que estabeleceram as


bases para o pensamento ocidental: Sócrates, Platão e Aristóteles. Esses três pensadores
consideram o homem não como ser isolado, mas como um ser social (NALINI, 2014).

Figura 9
Fonte: Getty Images

A Ética de Sócrates
Sócrates nasceu em Atenas, viveu entre os anos de 470 ou 469 e 399 a.C., sem deixar nada
escrito, apenas o conhecimento de sua famosa frase “Só sei que nada sei”. Aos 70 anos, ele foi
condenado a morte. Embora considerasse a sentença injusta, recusou sugestões para evitar a
execução, dizendo que aquilo havia sido designado por tribunal legítimo.

Segundo Nalini (2014), ele representa um marco para a ética uma vez que seus diálogos eram
baseados em contínuas indagações que tinham como objetivo descobrir a verdade da matéria.

O filósofo defendeu a ética racionalista, estabelecendo a necessidade do uso da razão na prática


da virtude e, com isso, ele inaugurou a história da ciência do ethos. Na época, os atenienses
estavam mais preocupados com os valores cultuados em relação ao corpo e Sócrates os criticava,
afirmando que o homem é a sua alma (“Conhece-te a ti mesmo”) e que tais valores deveriam ser
rebaixados (STONE, 2015).

Para o pensador, quem conhece o bem não pratica o mal. O homem sábio é necessariamente um
homem bom e, somente o ignorante é quem pratica o mal; o sábio nunca faz o mal
voluntariamente e somente pratica o bem aquele que o conhece. A verdade deve ser buscada para
agir bem, não para o engrandecimento ou a satisfação. Dessa forma, é possível alcançara
excelência humana, isto é, a sabedoria, a felicidade ou a vida boa.

Sócrates defendeu que o princípio da virtude leva à felicidade, ou seja, a virtude é o bem mais
precioso que possuímos e somente com sua prática o homem é feliz (NALINI, 2014).
Figura 10 – Estátua de Sócrates
Fonte: Getty Images

Filme
Sócrates
Assista, a seguir, o trailer deste filme dirigido por Roberto Rossellini
em 1971, que retrata a vida do filósofo grego.

[Poetic Trailer] Socrates (1971) - Roberto Rossellini


A Ética de Platão
Platão nasceu em Atenas, viveu entre 427-347 a.C. e foi influenciado por Sócrates desde seus 20
anos de idade (NALINI, 2014).

Os fundamentos da ética platônica indicam a ideia de ordem. Essa diretriz de pensamentos e


cruza com a ética, a metafísica, a política e a cosmologia. De acordo com Pegoraro (2006),para
Platão, a ordem implica no conhecimento do bem e assegura a unidade das partes.

A justiça também tem um destaque na ética defendida por Platão, pois é considerada a virtude
que reúne e hierarquiza todo o conjunto da cidade, bem como os elementos que dão
conformidade à vida do indivíduo.

Assim, a função da justiça na sociedade é hierarquizar a polis em suas classes sociais:


governantes, guerreiros e artesãos; no homem, sua função é classificar a razão, a sensibilidade e
os instintos; já no universo, busca a harmonia entre as pessoas e a sociedade. Outras virtudes
regidas pela justiça são a prudência (razão), a coragem (guerreiro) e a temperança (artesãos).
Além disso, Platão considera a justiça como um bem em si mesmo, um valor que independe das
circunstâncias e dos benefícios que trouxer, sendo a função da própria alma que se torna boa e
justa conforme a prática.

Para alcançar uma vida feliz, o filósofo propõe um modelo ideal de sociedade, um desenho e
laborado pela razão e pela imaginação, destinado a servir de ponto de referência para todos
aqueles que pretendem reformar os costumes e as instituições, com o objetivo de melhorar
avida humana individual e social.

Quanto à moral, Platão descreve que a verdadeira moral deve dar conta do indivíduo, da
comunidade, da política e da natureza. Para Pegoraro (2006), Platão entendia que o indivíduo por
si só não pode aproximar-se da perfeição e da felicidade. Por isso, é necessária a atuação do
Estado e da comunidade política para criar leis; assim como a consideração do que ocorre na
natureza.

Figura 11 – Estátua de Platão


Fonte: Getty Images
Saiba Mais
Em sua obra clássica, A República, Platão define a justiça como “a
vontade de um cidadão de exercer sua profissão e atingir seu nível pré-
determinado e não interferirem outros assuntos” (PLATÃO, 2001).

A Ética de Aristóteles
Aristóteles nasceu no ano 384 a.C. em Estagira, cidade macedônica, sendo o ano de sua morte
indefinido (segundo estudiosos, ela teria ocorrido entre 324 e 322 a.C.). Ele foi discípulo de
Platão e escreveu tratados sobre diversas áreas, como metafisica, lógica, física, biologia,
antropologia e poéticos, por exemplo.

O filósofo é o criador da teoria de que a ética é uma filosofia prática, isto é, um saber tem por
objetivo a ação (PEGORARO, 2006).

Assim como para Platão, a ética de Aristóteles é centrada nas relações humanas e a política é
voltada para as vinculações do homem com a comunidade. O filósofo a considera a maior de
todas as ciências e que a ela todas as outras devem estar submetidas.

Assim, Aristóteles realizou a classificação sistemática das ciências do conhecimento. As


ciências teoréticas são aquelas contemplativas que se referem à vida teórica. Tratam dos seres
que apenas podemos contemplar (Deus e Natureza), sem agir sobre eles ou neles interferir. As
coisas consideradas divinas são superiores às naturais, e por isso, essas são ciências imutáveis,
a quais devem se dedicar os homens livres (filósofos), para alcançar o caminho da elevação, da
tranquilidade ou do prazer do espirito. Elas devem buscar a verdade em si mesmas.

As ciências práticas referem-se às ações humanas, isto é, a produção da ética e da política. São
ciências contingentes; a ética com a busca da felicidade pela virtuosidade, e a política na buscado
bem comum, da liberdade e da justiça. As ciências práticas usam o saber para uma ação ou
finalidade moral, ou seja, estabelece um fim e ordena as suas ações para sua concretização.

Já as ciências técnicas são referentes à fabricação de instrumentos e de objetos, e ao trabalho


humano. Elas podem interferir no curso da natureza, como a agricultura, a medicina, o
artesanato, a arquitetura, a escultura e a poesia.

Os eixos da ética aristotélica podem ser divididos como:

Racionalista: as virtudes éticas nada mais são do que a educação do instinto, da


sensibilidade e das paixões sob a luz do intelecto;

Naturalista: inerente da estrutura humana;

Heterônoma: o homem não escolhe e nem decide ser ético;

Finalista: todas as ações visam a uma finalidade, que é alcançar o Bem.

Além disso, Aristóteles conceituou prudência como uma virtude intelectual e não moral,
entendida como uma disposição racional, verdadeira e prática e relacionada à verdade e à razão.
A prudência é, então, um saber conectado à ação humana, sendo que a virtude estabelece ajusta
medida entre os extremos. Para o pensador, ela facilita-nos o discernimento na tomada de
decisão, guiando-nos para a obtenção de um equilíbrio (ARISTÓTELES, 1999). Até a chegada de
Aristóteles, a prudência era considerada como um conceito equivalente à sabedoria.
Figura 12 – Busto de Aristóteles
Fonte: atc.edu

Valores, Moral e Ética na Sociedade Contemporânea


O debate dos valores, da moral e da ética na atualidade representa o acúmulo de embates teóricos
que vêm refletindo sobre a vida do homem em sociedade. A finalidade da ética para gregos e
romanos era o comportamento do indivíduo em termos do ideal, objetivando a efetivação dos
valores para atingi-los plenamente.

A partir dos séculos XIX e XX, o tema da liberdade e da responsabilidade se impõem nas
discussões da sociedade.

De acordo com o pensamento do filósofo Jean-Paul Sartre, o homem é liberdade. Para ele, cada
indivíduo livre escolhe e, ao escolher, cria o seu valor. O homem está condenado a ser livre e toda
sua existência decorre dessa condição. Assim, frente a uma decisão, o homem percebe o seu
total desamparo, já que não há nada que possa salvá-lo da tarefa de escolher. Ou seja, nada pode
salvá-lo de si mesmo. Assim, entende-se que o ser humano precisa de liberdade para expressar
suas qualidades morais e ela deve estar fundamentada nas normas que regulam os atos morais
(GAUDENZI, 2004).

Hans Jonas, considerado o filósofo da vida, é conhecido por falar sobre a ética da
responsabilidade. Para ele, “o homem é o único ser vivente que pode assumir a responsabilidade
do que faz, e com este pode já é, de fato, responsável” (JONAS, 2001).

O filósofo questiona os valores imprescindíveis na civilização tecnológica e por que a


responsabilidade ocupou o lugar central da moralidade em nosso tempo. Para ele, os valores
correspondem a uma urgência determinada, o que os fazem necessários em momentos
específicos e dispensados no momento seguinte; ou seja, os valores são em si
intransformáveis e o que muda é o seu uso e exigência (JONAS, 2006). Os valores surgem e são
importantes para proteger algo que está sendo ameaçado. Nesse sentido, as ameaças da
contemporaneidade decorrem do poder e da capacidade tecnocientífica.
Jonas ainda destaca que, habitualmente, a responsabilidade é entendida como consequência do
que foi feito ou até mesmo de omissão. É nesse sentido que as éticas tradicionais se tornaram
insuficientes porque apenas imputam a responsabilidade ao ato passado, sem pensar no futuro.
Para o filósofo, a responsabilidade se dá, sobretudo, por algo que será realizado. Ela é, portanto,
anterior à ação e se aproxima da ideia de precaução.

Ele descreve também que a responsabilidade tem um princípio interno, ou seja, independente da
consequência; assim, a causa já nos faz responsáveis porque está ligada à capacidade de previsão
das consequências (JONAS, 2006).

Muitos problemas éticos ocorrem no relacionamento pessoal ou nas relações de trabalho,


provavelmente porque nossos valores morais não estão sufi cientemente interiorizados para
que possamos agir sempre da forma considerada eticamente correta. De acordo com
Gaudenzi(2004), o enfrentamento dos problemas éticos antes encontra alguns limites na
sociedade moderna, como, por exemplo:

O excesso de obsessão do homem por coisas práticas e prazeres imediatos, que


beneficiam a si próprio;

O prestígio à atividade intelectual apenas quando são oferecidos lucros;

A compulsão pela tecnologia e pelo automatismo, que leva o homem a considerar


perda de tempo a reflexão, o exercício do questionamento e a análise da realidade.

Assim, podemos dizer que conflitos na vida pessoal e profissional são inevitáveis, em virtude da
complexidade do ser humano, tendo em vista as diferentes personalidades, as aspirações e os
níveis de frustrações, assim como o princípio da autonomia, tão caro ao pensamento liberal.

Bioética
Atualmente, existem várias correntes de estudo da Bioética, entre elas: Bioética de intervenção,
Bioética de proteção, Bioética Clínica, Bioética da teologia da libertação e a Bioética feminista e
antirracista.
A sociedade precisa de regras e normas para se ordenar em vista da boa harmonia relacionada à
convivência em todos os âmbitos. Esse é um pressuposto que a Bioética precisa ter em conta, ou
seja, facilitar o enfrentamento de dilemas e conflitos éticos/bioéticos que surgirão na vida
pessoal e profissional.
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