Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
As publicações eletrônicas transmitidas por meio de download são desprovidas de suporte físico
tangível, logo, não podem ser classificadas como “MERCADORIA”, cujo conceito está restrito aos bens
que possuem natureza física (tangíveis e corpóreos).
Sobre o conceito de mercadoria para fins de incidência do ICMS, interessante é a lição de Roque
Antonia Carrazza:
Não é qualquer bem móvel que é mercadoria, mas só aquele que se submete à
mercancia. Podemos, pois, dizer que toda mercadoria é bem móvel, mas nem todo
bem móvel é mercadoria. Só o bem móvel que se destina a prática de operações
mercantis é que assume a qualidade de mercadoria. (ICMS. 7ª ed. Malheiros: São Paulo,
2001, p. 39)
Nessa linha de raciocínio, entende-se que as publicações eletrônicas não são mercadorias, motivo
pelo qual seria vedada a emissão de NF ou NFe nas operações com as mesmas, em vista do disposto no
art. 204 do RICMS/SP:
Artigo 204 – É vedada a emissão de documento fiscal que não corresponda a uma
efetiva saída ou entrada de mercadoria ou a uma efetiva prestação de serviço, exceto nas
hipóteses expressamente previstas na legislação do Imposto sobre Produtos
Industrializados ou do Imposto de Circulação de Mercadorias e de Prestação de
Serviços (Lei 6.374/89, art. 67, parágrafo 1º, Convênio de 15-12-70 – SINIEF, art. 44,
e Convênio SINIEF-6/89, art. 89, “caput”).
Diante desta vedação, a emissão de NF ou NFe para a venda de publicações eletrônicas, expõe a
empresa ao risco de autuação fiscal, conforme art. 527, inciso IV, letra B do RICMS:
Desta forma, entende-se que o documento pertinente a ser emitido nessa operação seja a
FATURA, com única finalidade de registrar a receita contabilmente, bem como recolher os tributos
incidentes sobre a venda (PIS/COFINS) decorrente da comercialização das publicações eletrônicas por
meio de download.
Atenciosamente,