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COMUNICADO AOS CLIENTES DA

JAFAR SISTEMA DE ENSINO E CURSOS LIVRES S/A.

Att: Departamento Fiscal e Financeiro

Operações ou Prestações com Publicações Eletrônicas

A JAFAR SISTEMA DE ENSINO E CURSOS LIVRES S/A, preocupada em adequar os seus


processos fiscais, bem como atender a legislação vigente, vem aos seus clientes esclarecer seu
entendimento quanto ao novo modelo de negócio em expansão no mercado: a comercialização e
distribuição de livros, materiais didáticos e publicações eletrônicas por meio de download na internet.

Trata-se de obras editoriais e/ou jornalísticas em suporte eletrônico para a divulgação de


informação, educação, desenvolvimento pessoal, entretenimento, difusão de pensamento, história e
cultura, motivo pelo qual a imunidade tributária conferida pelo art.150, IV, alínea da Constituição Federal
é assegurada a tais publicações qualquer que seja o suporte utilizado (papel ou qualquer outro meio).
Observe-se ainda, que a imunidade é assegurada independentemente do documento fiscal emitido.

As publicações eletrônicas transmitidas por meio de download são desprovidas de suporte físico
tangível, logo, não podem ser classificadas como “MERCADORIA”, cujo conceito está restrito aos bens
que possuem natureza física (tangíveis e corpóreos).

Sobre o conceito de mercadoria para fins de incidência do ICMS, interessante é a lição de Roque
Antonia Carrazza:

Não é qualquer bem móvel que é mercadoria, mas só aquele que se submete à
mercancia. Podemos, pois, dizer que toda mercadoria é bem móvel, mas nem todo
bem móvel é mercadoria. Só o bem móvel que se destina a prática de operações
mercantis é que assume a qualidade de mercadoria. (ICMS. 7ª ed. Malheiros: São Paulo,
2001, p. 39)

Nessa linha de raciocínio, entende-se que as publicações eletrônicas não são mercadorias, motivo
pelo qual seria vedada a emissão de NF ou NFe nas operações com as mesmas, em vista do disposto no
art. 204 do RICMS/SP:

Artigo 204 – É vedada a emissão de documento fiscal que não corresponda a uma
efetiva saída ou entrada de mercadoria ou a uma efetiva prestação de serviço, exceto nas
hipóteses expressamente previstas na legislação do Imposto sobre Produtos
Industrializados ou do Imposto de Circulação de Mercadorias e de Prestação de
Serviços (Lei 6.374/89, art. 67, parágrafo 1º, Convênio de 15-12-70 – SINIEF, art. 44,
e Convênio SINIEF-6/89, art. 89, “caput”).
Diante desta vedação, a emissão de NF ou NFe para a venda de publicações eletrônicas, expõe a
empresa ao risco de autuação fiscal, conforme art. 527, inciso IV, letra B do RICMS:

b) emissão de documento fiscal que consignar declaração falsa quanto ao esclarecimento


de origem ou de destino de mercadoria ou de serviço; emissão de documento fiscal que
não corresponder a saída de mercadoria, a transmissão de propriedade da mercadoria,
a entrada de mercadoria no estabelecimento ou, ainda, a prestação ou o recebimento de
serviço – multa equivalente a 30% (trinta por cento) do valor da operação ou prestação
indicado no documento fiscal.

Desta forma, entende-se que o documento pertinente a ser emitido nessa operação seja a
FATURA, com única finalidade de registrar a receita contabilmente, bem como recolher os tributos
incidentes sobre a venda (PIS/COFINS) decorrente da comercialização das publicações eletrônicas por
meio de download.

Atenciosamente,

Javert Guimarães Falco


Diretor financeiro e operacional

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