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Professor Fellipe Guerra

Eleito o 3º Contador mais influente da Internet em 2017;

Mestre em Administração;

Doutorando em Ciências da Informação pela UFP, em Portugal;

Contador com mais de 10 anos de experiência em contabilidade e gestão


tributária;

Coordenador e professor do MBA em Contabilidade, Auditória e Gestão Tritá-


ria do Instituto de Pós- Graduação e Graduação (IPOG);

Palestrante com atuação em mais de 21 estados brasileiros;

Vice-Presidente de Desenvolvimento Prossional


no Conselho Regional de Contabilidade do Ceará;

Instrutor no CRCCE, CRCPI, CRCSE, CRCAM,


CRCPB, CRCES, SESCON/PA, FIEC, FCDL e
SINDUSCON;

Atuou como coordenador do Workshop


‘Avanços e Inovações do SPED’ no 20°
Congresso Brasileiro de Contabilida-
de, o maior evento da Classe
Contábil brasileira com mais
de 10 mil participantes;

Autor do livro “Descomplicando


o SPED”;

Consultor empresarial;

Especialista em SPED.

3
Capítulo 01:
04 (EFD) ICMS/IPI

Capítulo 02:
39 (EFD) Contribuições
Capítulo 01

ESCRITURAÇÕES
FISCAIS DIGITAIS
(EFD) ICMS/IPI

4
SAGA DA
ESCRITURAÇÃO
FISCAL

1
1 SAGA DA ESCRITURAÇÃO FISCAL
A Escrituração Fiscal existe há quase 50 anos, conforme prevê o ajuste
Sinief S/N de 1970, que determina que o contribuinte do ICMS deva manter

1970
para cada um dos seus estabelecimentos os livros que compõem a
escrituração fiscal tais como:

Registro de Entrada, Registro de Saída,


Registro de Controle da Produção e do
Estoque, Registro de Utilização de
Documentos Fiscais e Termos de
Ocorrências, Registro de Inventário e
Registro de Apuração do ICMS. No entanto, os tempos atuais apontam uma
deficiência conceitual a respeito do que são escriturações fiscais.

Na década de 70, a Escrituração Fiscal nada mais era do que o registro das
operações fiscais, em que se tinham obrigações de natureza principal, apu-
ração do PIS, Cofins, ICMS, IPI, além das obrigações de natureza acessória,
dentre elas, a de emissão dos documentos fiscais e o registro deles, bem como
seus respectivos livros.

Naquele período, era preciso obedecer, exclusivamente, para fins de informa-


ções fiscais, as informações que eram necessárias para apuração do tributo.
Especificamente, no caso das notas fiscais, eram prioritárias as informações
relacionadas ao ICMS, que é o imposto sobre a circulação
de mercadorias e serviços.

Lembrando que, nessa época, a escrituração fiscal


nada mais era o registro das operações fiscais. Isso
implica afirmar que, num recente passado não
existia nota fiscal eletrônica.

O que existia era a nota fiscal de bloco, que


era emitida à mão. Ao final do mês as empre-
sas acumulavam volumes de notas fiscais emitidas manu-
almente que eram registradas em livros pré-impressos que pediam re-
gistros tais como o valor da nota, data, valor da operação, a base de cálculo,
alíquota do imposto e o valor dele.
06

Capítulo 01 - ESCRITURAÇÕES FISCAIS DIGITAIS - (EFD) ICMS/IPI


Em um segundo momento, marcado pela inserção dos computadores nas
empresas, essas escriturações deixaram de ser manuais, transgredindo
para um modelo informatizado.

Na ocasião começou-se a utilizar sistemas para fazer o procedimento de es-


crituração, substituindo o registro manual de livros.

Ademais, esse modelo ainda previa


a impressão de livros em papel para
que fossem entregues aos fiscais no
momento de uma fiscalização.

Com o advento do Sped e a criação


das escriturações fiscais digitais, as
escriturações manuais passaram
a ser eletrônicas, significando dizer
que, não existem mais no modelo em
papel.

Hoje, para uma empresa que envia


Sped Fiscal, é incoerente solicitar à
mesma, por exemplo, livros em papel
de entrada ou saída ou apuração de
ICMS.

Em suma, hoje, essas informações


encontram-se contidas dentro do
arquivo do Sped Fiscal.

07

Capítulo 01 - ESCRITURAÇÕES FISCAIS DIGITAIS - (EFD) ICMS/IPI


ESCRITURAÇÃO
FISCAL DIGITAL
(EFD) ICMS/IPI

2
ICMS/IPI
2 ESCRITURAÇÃO FISCAL DIGITAL (EFD)

O projeto do Sped Fiscal faz parte do projeto macro Sped. A partir des-
sa premissa é fundamental entender que a escrituração fiscal digital nada
mais é que do que a substituição da escrituração fiscal em papel ou mo-
delo informatizado, em que se utilizava do sistema, mas tinha que imprimir
o livro, por, agora, um modelo digital. Neste modelo, o contribuinte irá usar
seu sistema de escrituração fiscal, mas ao invés de imprimir livros, ele irá gerar
arquivos eletrônicos.
O grande gargalo dessa questão é que esse mode-
lo digital, como já explicado na introdução desta
obra, oferece também uma séria de informações
que são não fiscais, que por vezes acabam fa-
zendo com que o contribuinte não tenha um
eficaz controle a respeito dessas informa-
ções, e que acabam inserindo nos documen-
tos fiscais eletrônicos informações incorretas,
inexatas ou imprecisas. Com isso a qualidade de
escrituração fiscal fica comprometida.

Ressalte-se que, no que diz respeito ao Sped Fiscal,


a escrituração fiscal brasileira tem grande foco
em seus inventários e estoques.

Mas por quê? A escrituração fiscal digital, ou seja, o Sped Fiscal tem como prin-
cipal objetivo apresentar as informações relacionadas à apuração do ICMS e
do IPI.

Vale salientar que, o ICMS é um tributo de extrema importância para o


país, e em decorrência disso e do grande percentual da parcela de arrecada-
ção dos estados, foram criadas diversas técnicas para garantir a arrecadação
do tributo.

São técnicas de arrecadação: o antecipado, o diferencial de alíquotas, a


substituição tributária. Com isso o fisco garante que a obrigação principal será
cumprida, o valor do tributo será pago. Este passa a ter um olhar ainda mais
rigoroso em relação às obrigações acessórias, porque essas vão denunciar se
o contribuinte está sonegando.
09

Capítulo 01 - ESCRITURAÇÕES FISCAIS DIGITAIS - (EFD) ICMS/IPI


Como o fisco constata uma sonegação?

No que diz respeito à escrituração fiscal e a arrecadação do ICMS, um dos prin-


cipais fatores que evidenciam que está havendo sonegação são os estoques.

Porque, por exemplo, se uma pessoa


física vende uma mercadoria sem possuir
uma nota de compra, significa que esta
omitiu uma enreda, e essa omissão pode
gerar uma sonegação.

Outro exemplo é que, se uma mercado-


ria desaparece do estoque significa que a
mesma foi vendida sem nota, e isso se
caracteriza uma omissão de saída e de
receita.

Diante disso, hoje, existem alguns cuida-


dos considerados extremamente necessários
em informações não fiscais, no gerenciamento delas,
para evitar que o contribuinte seja acusado de omissões de entrada
ou de saída.

No capítulo 2 desta obra, o projeto Sped foi conceituado como um grande


sistema que tem a função de receber informações das empresas.

Para cada tipo de informação fiscal de interesse do fisco foi desenvolvido um


leiaute específico contendo o conjunto de dados e a forma que deveriam ser
apresentados.

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Capítulo 01 - ESCRITURAÇÕES FISCAIS DIGITAIS - (EFD) ICMS/IPI


Visando orientar a geração dessas infor-
mações em meio digital foi disponibili-
zado aos contribuintes do ICMS e do IPI
um Guia Prático, contendo os dados re-
ferentes à EFD ICMS/IPI e esclarecendo
aspectos da apresentação dos registros e
conteúdos de alguns campos, estrutura e
apresentação do arquivo digital para en-
trega ao fisco, na forma do Ato Cotepe/
ICMS nº 9, de 18 de abril de 2008 e suas
atualizações.

O documento abdica de contemplar


todas as orientações técnicas a respeito da elaboração do arquivo digital, cuja
orientação integral sobre sua estrutura e apresentação deve ser buscada no
Manual de Orientação anexo ao Ato Cotepe/ICMS nº 09/08, bem como na le-
gislação de cada uma das unidades federadas.

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Capítulo 01 - ESCRITURAÇÕES FISCAIS DIGITAIS - (EFD) ICMS/IPI


LEGISLAÇÃO

3
3 LEGISLAÇÃO

Como parte do projeto Sped, a Escrituração Fiscal Digital (EFD ICMS/IPI) foi es-
tabelecida pelo Decreto nº 6.022, de 22 de janeiro de 2007, que busca promo-
ver a integração dos fiscos federal, estaduais, Distrito Federal e, futuramente,
municipais, e dos Órgãos de Controle.

A base do documento é mediante a padronização, racionalização e compar-


tilhamento das informações fiscais digitais, bem como integrar todo o pro-
cesso relativo à escrituração fiscal, com a substituição do atual documentário
em meio físico (papel) por documento eletrônico com validade jurídica para
todos os fins.

O Convênio ICMS nº 143, de 15 de dezembro de 2006 e, posteriormente, Ajus-


te Sinief 2, de 3 de abril de 2009, dispõe acerca da instituição da
EFD ICMS/IPI em arquivo digital, de uso obrigatório para os con-
tribuintes do Imposto sobre Operações Relativas à Circulação
de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Trans-
porte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação
(ICMS) e/ou do Imposto sobre Produtos Industrializa-
dos (IPI), que se constitui de um conjunto de registros de
apuração de impostos, referentes às operações e presta-
ções praticadas pelo contribuinte, assim como de documen-
tos fiscais e de outras informações de interesse dos fiscos das
unidades federadas e da Secretaria da Receita Federal do Brasil.

Cabe ao contribuinte gerar e manter não só uma EFD ICMS/IPI para cada esta-
belecimento com todas as informações referentes aos períodos de apuração
do(s) imposto(s), bem como todos os documentos fiscais que deram origem
à escrituração, na forma e prazos estabelecidos para a guarda de documentos
fiscais na legislação tributária, observados os requisitos de autenticidade e
segurança nela previstos.

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Capítulo 01 - ESCRITURAÇÕES FISCAIS DIGITAIS - (EFD) ICMS/IPI


O Ato Cotepe/ICMS nº 9, de 18 de abril de 2008, e suas atualizações defini-
ram os documentos fiscais, as especificações técnicas do leiaute do arquivo
digital da EFD ICMS/IPI, que contém informações fiscais, contábeis, e outras
informações que venham a repercutir na apuração, pagamento ou cobrança
de tributos de competência dos entes conveniados.

A partir de 1º de janeiro de 2009, os contribuintes obrigados à EFD ICMS/IPI


devem escriturá-la e transmiti-la via internet. A obrigatoriedade encontra-se
na legislação estadual.

O Protocolo ICMS 03, de 1º de abril de 2011, fixou o prazo máximo de 1º de


janeiro de 2014 para a obrigatoriedade da EFD ICMS/IPI dos contribuintes
ainda não obrigados, excetuando-se contribuintes do Simples Nacional, cujo
prazo máximo para obrigatoriedade foi estabelecido para 1º de janeiro de
2016 e poderia ser antecipado a critério de cada estado.

Entretanto, devido à mudança da publicação da Lei Complementar 147/2014


e do Protocolo ICMS 49/2015, que dispôs:

Cláusula primeira O parágrafo único da cláusula segunda do Protocolo ICMS 3/11, de


1º de abril de 2011, passa a vigorar com a seguinte redação: “Parágrafo único. A dispen-
sa prevista no caput não se aplica para os estabelecimentos mencionados no inciso II
cuja Unidade Federada tenha estabelecido a obrigatoriedade até o primeiro trimestre
de 2014, conforme § 4ºC do art. 26 da Lei Complementar nº 123/2006”.

Assim, nos estados que obrigaram os contribuintes optantes pelo Simples


Nacional até o primeiro trimestre de 2014, estes continuam obrigados a en-
viar a EFD ICMS/IPI. No entanto, é comum que ainda hoje alguns estados
disciplinem a obrigatoriedade da EFD ICMS-IPI pelos contribuintes optantes
pelo Simples Nacional como é o caso, por exemplo, do Ceará que, por meio
da Instrução Normativa 54 de 2016 posteriormente alterada pela 14 de 2017,
dispôs sobre a matéria em tela.

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Capítulo 01 - ESCRITURAÇÕES FISCAIS DIGITAIS - (EFD) ICMS/IPI


PERFIL

4
4 PERFIL

O Sped fiscal trabalha com três tipos de perfis. De maneira simplificada, é


possível considerar que os perfis são relativos ao nível de detalhamento da
informação que será preenchida do sistema.

Os perfis são sempre definidos a critério das unidades federadas. Portanto,


faz-se necessário consultar a legislação vigente do estado onde se presta a
obrigação, para saber qual é o perfil das empresas contribuintes do ICMS e
do IPI.

Se, por exemplo, o leiaute do Sped Fiscal oferece a possibilidade do preen-


chimento de 200 registros, o Perfil A, seria mais detalhado, analítico, onde o
contribuinte teria que informar sobre os referidos 200 registros.

Já o Perfil B, seria mais resumido, sintético (totalizando por dia ou mês), no


qual o contribuinte precisaria informar apenas 150 registros.

O Perfil C seria ainda mais resumido e sintético, com escriturações mais sim-
plificadas, onde o contribuinte informaria somente 100 registros.

Ademais, é muito importante que, caso a atividade seja muita específica e a


legislação local não preveja qual é o perfil para a atividade fim, sempre nesses
casos deve-se utilizar o perfil A, que é o mais detalhado.

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Capítulo 01 - ESCRITURAÇÕES FISCAIS DIGITAIS - (EFD) ICMS/IPI


APRESENTAÇÃO
DE ARQUIVOS
EFD ICMS/IPI

5
PI
5 APRESENTAÇÃO DO ARQUIVO EFD ICMS/I
O arquivo digital deve ser submetido a um programa validador, fornecido
pelo Sped por meio de download, que verifica a consistência das informações
prestadas no arquivo.

Após essas verificações, o arquivo digital é assinado por meio de certificado


digital, tipo A1 ou A3, emitido por autoridade certificadora credenciada pela
Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira (ICP-Brasil) e transmitido.

O contribuinte está obrigado a prestar informação, pois a omissão ou inexati-


dão de informações poderá acarretar penalidades e a obrigatoriedade de re-
apresentação do arquivo integral, de acordo com as regras estabelecidas pela
Administração Tributária.

5.1 PERIODICIDADE DE INFORMAÇÕES

Os arquivos da EFD ICMS/IPI têm periodicidade mensal e devem apresentar


informações relativas a um mês civil ou fração, ainda que as apurações dos im-
postos (ICMS e IPI) sejam efetuadas em períodos inferiores a um mês, segundo
a legislação de cada imposto.

Desse modo, a data inicial constante do registro 0000 deve ser sempre o pri-
meiro dia do mês ou outro, se for início das atividades, ou de qualquer outro
evento que altere a forma e período de escrituração fiscal do estabelecimento.

A data final constante do mesmo re-


gistro deve ser o último dia do mesmo
mês informado na data inicial ou a data
de encerramento das atividades ou de
qualquer outro fato determinante para
paralisação das atividades daquele esta-
belecimento.

Os prazos para a transmissão dos arqui-


vos são definidos por legislação estadual.
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Capítulo 01 - ESCRITURAÇÕES FISCAIS DIGITAIS - (EFD) ICMS/IPI


TAL
5.2 ASSINATURA COM CERTIFICADO DIGI

No âmbito contábil, é de extrema necessidade entender que a assinatura di-


gital é nada mais que o processo de assinar um documento com o certificado
digital, e que garantirá, consequentemente, a autenticidade do documento.

Desta forma, o certificado digital é uma espécie de documento que identifica-


rá um estabelecimento ou pessoa, podendo ser verificado junto a autoridade
certificadora que o emitiu.

Com essa premissa poderão assinar a EFD ICMS/IPI, com certificados digi-
tais do tipo A1 ou A3:

1. e-PJ ou e-CNPJ que contenha a mesma base do CNPJ (os oito primeiros caracteres) do
estabelecimento;

2. e-PF ou e-CPF do produtor rural ou do representante legal da empresa no cadastro


CNPJ;

3. no caso de sucessão, a EFD ICMS/IPI pode ser assinada com certificado digital da suces-
sora se o CNPJ da sucedida estiver extinto no cadastro CNPJ da RFB por um dos seguintes
eventos: incorporação, fusão ou cisão total e se a EFD ICMS/IPI referir-se a período de
apuração anterior ao da data da sucessão;

4. a pessoa jurídica ou a pessoa física com procuração eletrônica cadastrada no sítio ele-
trônico da RFB, por estabelecimento;

5. Inventariante com procuração eletrônica cadastrada no sítio eletrônico da RFB. Cadas-


tramento de Procuração Eletrônica, conforme o sítio eletrônico da RFB.

1- http://receita.fazenda.gov.br, na aba Empresa, clicar em “Todos os serviços”, selecio-


nar “Procuração Eletrônica e Senha para pesquisa via Internet”, “procuração eletrônica”
e “continuar” ou opcionalmente https://cav.receita.fazenda.gov.br/scripts/CAV/login/lo-
gin.asp. Login com certificado digital de pessoa jurídica ou pessoa física (produtor rural);-
selecionar “Procuração eletrônica”; a) Selecionar “Cadastrar Procuração” ou outra opção,
se for o caso; b) Selecionar “Solicitação de procuração para a Receita Federal do Brasil”; c)
Preencher os dados do formulário apresentado e selecionar a opção “Assinatura da Escri-
turação Fiscal Digital (EFD-ICMS/IPI) do Sistema Público de Escrituração Digital”, constan-
te do quadro “Destinados tanto a Pessoa Física quanto a Pessoa Jurídica”. d) Para finalizar,
clicar em “Cadastrar procuração” ou “Limpar” ou “Voltar”.

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Capítulo 01 - ESCRITURAÇÕES FISCAIS DIGITAIS - (EFD) ICMS/IPI


Obs.: No caso de estabelecer Procuração Eletrônica em nome de filial para terceiros:

a) https://cav.receita.fazenda.gov.br/scripts/CAV/login/login.asp

b) Login com certificado digital de pessoa jurídica;

c) Na opção “Alterar perfil de acesso”, selecionar “CNPJ matriz atuando como CNPJ filial” e alterar;

d) Preencher os dados do formulário apresentado e selecionar a opção “Assinatura da Escrituração Fiscal


Digital (EFD-ICMS/IPI) do Sistema Público de Escrituração Digital”, constante do quadro “Destinados tanto
a Pessoa Física quanto a Pessoa Jurídica”.

e) Para finalizar, clicar em “Cadastrar procuração” ou “Limpar” ou “Voltar”.

O cadastro de procuração eletrônica para inventariante está regulamentado no Siscac (sistema de atendi-
mento da RFB) na opção de concessão de “Procuração RFB” (procuração de uso eletrônico para realização
de serviço disponível pela internet) para inventariante. Inclusive, é possível que o inventariante, caso não
seja ele a executar as ações referente ao cumprimento de obrigações tributárias, fazer uma procuração
para que um terceiro possa ser o outorgante da “Procuração RFB”. Para que se resolva a questão do CPF
cancelado e se registre a procuração, deve-se adotar o seguinte procedimento:

a) O inventariante deverá solicitar à Unidade de atendimento da RFB de sua jurisdição a alteração da si-
tuação do CPF do contribuinte falecido, de cancelado para regular. A justificativa para o pedido é que o
cancelamento do CPF é indevido, visto que ainda há obrigação tributária a ser cumprida e, portanto, o CPF
não poderia ter sido cancelado.

b) Após o CPF retornar à situação “regular”, caso o inventariante tenha certificado digital válido e, portan-
to, possa assinar os arquivos da EFD, ele deverá solicitar a “Procuração RFB”. Se o inventariante não possuir
o certificado digital, ele deverá conceder uma procuração para que um terceiro (Ex.: escritório de contabi-
lidade/advogado) possa solicitar a procuração.

c) A solicitação da “Procuração RFB” depende de preenchimento prévio do Formulário disponível na pá-


gina da RFB na Internet (endereço abaixo). Ao acessar o formulário e após o preenchimento dos dados
cadastrais, deverá ser selecionada a opção específica para a EFD ICMS IPI, que é “Assinatura de Escrituração
Fiscal Digital (EFD) do Sistema Público de Escrituração Digital (SPED) “http://www.receita.fazenda.gov.br/
Aplicacoes/ATSDR/procuracoes
rfb/controlador/controlePrincipal.asp?acao=telaInicial”

d) Após o preenchimento, o formulário impresso deverá ser entregue em uma Unidade de atendimento
da jurisdição do contribuinte, para que seja efetivado o cadastro.

Obs.: É importante que o inventariante apresente um documento (cópia do despacho no processo de


inventário) onde é nomeado inventariante. Sem um documento que comprove sua condição de inventa-
riante, a procuração não será aceita pela rede de atendimento. Após esse procedimento, o titular da pro-
curação (seja o inventariante ou o terceiro por ele nomeado) estará apto à transmissão da EFD ICMS IPI”.

Informações obtidas no sítio eletrônico: sped.rfb.gov.br

A partir da versão 2.3.0, o PVA passou a permitir a seleção múltipla de arquivos para
assinatura.
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Capítulo 01 - ESCRITURAÇÕES FISCAIS DIGITAIS - (EFD) ICMS/IPI


ÕES
5.3 PRESTAÇÃO E GUARDA DE INFORMAÇ

É fundamental entender que, de acordo com o Art. 173 CTN, o contribuinte


deverá guardar a EFD ICMS/IPI transmitida juntamente com o recibo de trans-
missão pelo prazo previsto na legislação, que conforme o artigo é de cinco
anos.

O arquivo transmitido e os documentos fiscais que deram origem à escritura-


ção devem ser mantidos pelo prazo decadencial. Ressalte-se que a responsa-
bilidade pela guarda da informação é do contribuinte, e não do contador. O
contribuinte deve manter a escrituração fiscal transmitida, o recibo de trans-
missão, e toda documentação que dá base à escrituração.

Para uma melhor compreensão disso, sugere-se pesquisa no portal do Sped,


através do Guia Prático da EFD ICMS/IPI e do Programa Validador (PVA) do
Sped Fiscal.

O arquivo digital da EFD-ICMS/IPI gerado pelo contribuinte seguirá as espe-


cificações do leiaute definidas pelo Ato Cotepe e deverá apresentar todas as
informações econômico-fiscais e contábeis referentes ao período compreen-
dido entre o primeiro e o último dia do mês civil, inclusive. Conforme consta
no Ajuste Sinief 02/09, fica dispensada a impressão dos livros fiscais. Conside-
ra-se totalidade das informações:
- Relativas às entradas e saídas de mercadorias e aos serviços prestados e tomados, incluindo a descri-
ção dos itens de mercadorias, produtos e serviços.

- Relativas à quantidade, descrição e valores de mercadorias, matérias-primas, produtos intermediá-


rios, materiais de embalagem, produtos manufaturados e produtos em fabricação, em posse ou per-
tencentes ao estabelecimento do contribuinte declarante, ou fora do estabelecimento e em poder de
terceiros e de terceiros de posse do informante;

- Relativas à produção de produtos em processo e produtos acabados e respectivos consumos de in-


sumos, tanto no estabelecimento do contribuinte quanto em estabelecimento de terceiro, bem como
o estoque escriturado;

- Qualquer informação que afete o inventário físico e contábil, no processo produtivo, na apuração, no
pagamento ou na cobrança de tributos de competência dos entes conveniados ou outras de interesse
das administrações tributárias.

- Qualquer situação de exceção na tributação do ICMS ou IPI, tais como: isenção, imunidade, não inci-
dência, diferimento ou suspensão do recolhimento, também deverá ser informada no arquivo digital,

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Capítulo 01 - ESCRITURAÇÕES FISCAIS DIGITAIS - (EFD) ICMS/IPI


Vale enfatizar que, é obrigatoriedade do contribuinte armazenar o arquivo
digital da EFD ICMS/IPI transmitido, dentro dos requisitos de segurança, au-
tenticidade, integridade e validade jurídica, no prazo fixado pela legislação
para a guarda dos documentos fiscais.

A geração, o armazenamento e o envio do arquivo digital não o dispensam


da guarda dos documentos que deram origem às informações, na forma e
prazos determinados pela legislação.

O arquivo deve ser mantido no formato txt, gerado e transmitido (localizado


em diretório definido pelo usuário), não se tratando de cópia de segurança.

Os contribuintes obrigados à EFD ICMS/IPI, inclusive no caso de atividades


paralisadas, devem apresentar os registros obrigatórios (notação = “O”), in-
formando, portanto, a identificação do estabelecimento, período a que se
refere à escrituração e declarando, nos demais blocos, valores zerados, isto
significa que não efetuou qualquer atividade.

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Capítulo 01 - ESCRITURAÇÕES FISCAIS DIGITAIS - (EFD) ICMS/IPI


DE
5.4 CÓPIA DE SEGURANÇA, EXPORTAÇÃO
/IPI
TXT E ARQUIVO ORIGINAL DA EFD ICMS

O contribuinte deve guardar a EFD ICMS/IPI transmitida juntamente com o


recibo da transmissão, pelo prazo previsto na legislação.

Não é o arquivo gerado utilizando a funcionalidade cópia de segurança nem


pela funcionalidade Exportação do Arquivo txt, ambas do PVA.

O recibo de entrega é gerado pelo ReceitaNet, com o mesmo nome do ar-


quivo para entrega, com a extensão rec e será gravado sempre no mesmo
diretório do arquivo transmitido. (3)

3 - No arquivo do recibo, consta a identificação e também o hash code do arquivo trans-


mitido.
Para visualização do recibo, com prévia importação da EFD-ICMS/IPI no PVA, os arquivos
txt: enviado e recibo que devem estar no mesmo diretório. O arquivo txt exportado (opção
Exportar do menu Escrituração Fiscal) leva os dados apenas daquela EFDICMS/IPI a qual ele
se refere, sem assinatura nem dados das demais tabelas constantes do banco de dados do
PVA.

O arquivo de Cópia de Segurança gera uma cópia de todos os dados constantes na base
do PVA, incluindo as tabelas auxiliares atualizadas, se assim estiverem no PVA, na data da
cópia. A partir da versão 2.3.0 , o PVA passou a permitir a seleção múltipla de arquivos para
geração, restauração e exportação de cópia segurança.

Se o recibo for extraviado, basta certificar-se de que a EFD se encontra na base do Sped.
Instalar o ReceitanetBX, disponível em: http://www.receita.fazenda.gov.br/PessoaFisica/
ReceitanetBx/default.htm. Necessária certificação digital.

Se você consegue visualizar a EFD, é prova suficiente que referida EFD foi transmitida e,
portanto, encontra-se na base do SPED. A tela de consulta informa o CNPJ, IE, período, fi-
nalidade, identificador do arquivo e data de transmissão. Se você ainda possuir o arquivo
transmitido, basta tentar transmiti-lo novamente que o recibo será gravado (tem que ser
exatamente o arquivo transmitido originalmente). Se você não possui o arquivo, você pode
baixar o arquivo por meio do ReceitanetBX.

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Capítulo 01 - ESCRITURAÇÕES FISCAIS DIGITAIS - (EFD) ICMS/IPI


CADASTRO DE
PRODUTOS

6
6 Cadastro de Produtos
O Cadastro de Produtos é um dos principais fatores de geração de pro-
blemas dentro do Sped fiscal. Esse item tem como objetivo municiar o leitor
de condições de entender como é que esse cadastro deve ser feito dentro da
escrituração fiscal e desta forma possa orientar possíveis clientes e empresas,
com intuito de evitar retrabalhos e principalmente, erros que constituam pas-
sivos tributários ocultos.

Portanto faz-se necessária uma análise em relação aos itens elencados:


a) Classificação de Tipo de Item – Desde que o Sped Fiscal surgiu, com ele
existe o cadastro dos produtos e com essa informação sendo transmitida para
o fisco, existe uma séria de classificações de itens possíveis. A respeito disso,
as empresas comerciais trabalham com três tipos de itens:

TIPO 00
• Mercadoria p/ Revenda: Produto adquirido para comercialização e outros
dois tipos: Material de uso e consumo e Ativos Mobilizados.

TIPO 01
• Matéria Prima: Mercadoria que componha, física e/ou quimicamente, um
produto em processo ou produto acabado e que não seja oriunda do proces-
so produtivo. A exemplo disso, o consumidor já compra a matéria prima para
ser usada na fabricação do seu produto acabado ou na fabricação de um pro-
duto em processo. É por isso que ela não é oriunda do seu processo produtivo

TIPO 03
• Produto em Processo: Produto oriundo do processo produtivo e, prepon-
derantemente, consumido no processo produtivo. Ressalte-se que é comum
existir, geralmente, equívocos em relação ao Produto em Processo o Produ-
ção em Elaboração, aquela que foi iniciada, porém não foi finalizada. Em ex-
plicações para alunos, costumo falar no exemplo da sola de sapato a respeito
de Produto em Processo.

De uma possível indústria de calçados que tem um processo produtivo vol-


tado para fabricação de solas de sapatos. Ao finalizar esse processo, ela terá
um produto em processo, porque apesar de este ser oriundo de um Processo
Produtivo, será utilizado, ainda, na produção de um produto acabado.
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Capítulo 01 - ESCRITURAÇÕES FISCAIS DIGITAIS - (EFD) ICMS/IPI


TIPO 04
• Produto Acabado: Produto oriundo do processo produtivo; Produto final
resultante do objeto da atividade econômica do contribuinte e pronto para
ser comercializado. No caso, ainda, da indústria de calçados, o Produto Aca-
bado será o próprio calçado.

TIPO 05
• Subproduto: Oriundo do processo produtivo e não é objeto da produção
principal do estabelecimento. Um exemplo é o aproveitamento de sobras de
retalhos de uma indústria de confecção, que compra tecidos com o objetivo
principal de fazer o corte deles, mas que acaba utilizando as sobras de reta-
lhos para a transformação de outros acessórios ou para a venda dos mesmos.

TIPO 06
• Produto Intermediário: Produto que embora não se integrando ao novo
produto, for consumido no processo de industrialização. Em minhas aulas
costumo citar o exemplo da compra de uma lixa para ser usada na produção
de móveis. O produto, que foi consumido durante o processo de produção
de cadeiras ou mesas, não irá compor o produto acabado.

Ainda sobre os tipos, é fundamental entender que, essas informações, que


são de natureza não fiscal, e, portanto, de natureza gerencial. Quem deve
promover essas classificações é a própria empresa. Elas vão compor o Cadas-
tro de Produtos, e essas informações serão utilizadas, em alguns momentos,
tanto no documento fiscal eletrônico como, com toda certeza, será utilizada
na escrituração fiscal digital.

b) Ficha Técnica dos Produtos - Além disso, é necessário também buscar a


compreensão em torno da Ficha Técnica dos Produtos. Sempre que for men-
cionado que o tipo do item é, por exemplo, Produto Acabado, ou Tipo em
Processo e de Indústria, terá que preencher a ficha técnica dos mesmos. Ela
é informada no registro 0210, onde deverá ser anunciada uma previsão dos
materiais que serão consumidos no processo produtivo.

c) Itens com descrição repetida - Problemas no cadastro do produto fa-


zem com que muitas vezes o mesmo produto possua vários códigos no siste-
ma gerencial da empresa.

24

Capítulo 01 - ESCRITURAÇÕES FISCAIS DIGITAIS - (EFD) ICMS/IPI


d) Itens com códigos similares - Problemas de parametrização na codi-
ficação dos produtos contribuem diretamente para que sejam detectadas
omissões de entradas e saídas nos estoques fiscais.

e) Fator de conversão - Sempre que a entidade utilizar uma unidade de


medida para controlar o inventário que seja diferente da usada na comer-
cialização, deve ser informado o fator de conversão.

f) Unidades de medidas - É importante destacar o código da unidade de


medida usada na comercialização e controle de estoque de determinado
produto bem como a descrição que identifique a unidade.

g) Análise horizontal dos itens - Variável de análise do comportamen-


to do preço dos produtos em determinado período de tempo, em muitos
casos evidência casos de subfaturamento.

h) Classificação das NCMs e impactos tributários - A classificação da


NCM do produto representa nos dias atuais um enorme gargalo para corre-
ta parametrização tributária dos itens, uma vez que para a correta identifi-
cação de qual código deverá ser utilizado requer uma série aprofundada de
estudos a respeito de várias características do item que está sendo classifi-
cado.

Nesse contexto, é sabido que quem deve promover essas classificações é a


própria empresa, ou seja, todos esses problemas são de natureza gerencial,
em informações que compõe a escrituração fiscal.

É de extrema importância entender que antes de se saber sobre o leiaute e


a geração das informações no Sped Fiscal, é importante entender que esse
trabalho se inicia na empresa, na gestão das informações e dos processos
que chagam até a contabilidade.
25

Capítulo 01 - ESCRITURAÇÕES FISCAIS DIGITAIS - (EFD) ICMS/IPI


BLOCOS E
REGISTROS

7
A EFD ICMS-IPI está dividida em blocos, registros e campos.

Cada bloco contém uma quantidade de registro e cada registro compõe di-
versos campos que devem ser preenchidos. A respeito disso, observa-se que,
ao selecionar o menu do sistema de informações contábeis, é possível veri-
ficar uma aba de cadastros voltado para empresas, estabelecimentos, conta-
dor, operações fiscais e etc.

Nesse mesmo trâmite, é possível observar o Sped


através da aba de cadastro que corresponde a um
bloco de informações, e que cada um desses
cadastros possíveis corresponde a um registro.

Ao selecionar, por exemplo, o cadastro da


empresa o seu sistema de informações contábeis
pedirá que sejam preenchidas diversas informações,
tais como: endereço, telefone, e-mail, CNPJ etc.

Estes são os campos desse registro.

Entre o registro inicial (registro


0000) e o registro final (9999),
o arquivo digital é constituí-
do de blocos, cada qual com
um registro de abertura, com
registros de dados e com um
registro de encerramento, re-
ferindo-se cada um deles a um
agrupamento de documentos
e de outras informações econô-
mico-fiscais.

A apresentação de todos os
blocos, na sequência, conforme
Tabela Blocos (item 2.5.1 do Ato
COTEPE/ICMS nº 09, de 18 de abril de 2008), é obrigatória, sendo que o regis-
tro de abertura do bloco indicará se haverá ou não informação.

28

Capítulo 01 - ESCRITURAÇÕES FISCAIS DIGITAIS - (EFD) ICMS/IPI


BLOCOS
BLOCOS

Como já adiantado, o Sped Fiscal é dividido em vários blocos, são eles:

Bloco 0 - Abertura, Identificação e


Referências

Bloco C - Documentos Fiscais I –


Mercadorias (ICMS/IPI)

Bloco D - Documentos Fiscais II – Serviços


(ICMS)

Bloco E - Apuração do ICMS e do IPI G* Controle do Crédito de ICMS do Ativo


Permanente – CIAP

Bloco H - Inventário Físico – enviado, em regra, anualmente.

Bloco K - Controle da Produção e do Estoque 1 Outras Informações 9 Contro-


le e Encerramento do Arquivo Digital

Bloco G* - incluído para vigorar a partir do período de apuração de janeiro


de 2011.

Bloco 1 – Outras informações

Bloco 9 - Controle e Encerramento do Arquivo Digital

Os blocos devem ser organizados e dispostos na sequência estabelecida no item 2.5 do


Ato COTEPE/ICMS nº 09, de 18 de abril de 2008 e alterações, ou seja, inicia-se com o bloco
0 e seus registros, na sequência o bloco C e registros correspondentes, depois o bloco D e
os outros, e, ao final, o bloco 9, que encerra o arquivo da EFD ICMS/IPI.

Quando uma EFD ICMS/IPI for digitada diretamente no PVA, os registros de abertura e fe-
chamento de blocos serão gerados automaticamente e não serão visualizados.

29

Capítulo 01 - ESCRITURAÇÕES FISCAIS DIGITAIS - (EFD) ICMS/IPI


REGISTROS
REGISTROS

Os registros são compostos de campos que devem ser apresentados de for-


ma sequencial e conforme estabelecido no leiaute do respectivo registro com
todos os campos previstos independentemente de haver ver ou não informa-
ção a ser prestada naquele campo (a exclusão de campos ocasiona erro na
estrutura do registro).

Dentro da hierarquia, a ordem de apresentação dos registros é sequencial


e ascendente. Todos os registros com a observação de “registro obrigatório”
devem constar do arquivo.

Essas observações podem ser analisadas nas informações do Guia Prático:

- Os registros que contêm a indicação “Ocorrência - um (por arquivo)” devem figurar uma
única vez no arquivo digital;
- Os registros que contêm itens de tabelas, totalizações, documentos (dentre outros) po-
dem ocorrer uma ou mais vezes no arquivo por determinado tipo de situação. Estes regis-
tros trazem a indicação “Ocorrência - vários (por arquivo)”, “Ocorrência - um (por período)”,
“Ocorrência - vários (por período), etc.”;
- Um “Registro Pai” pode ocorrer mais de uma vez no arquivo e traz a indicação “Ocorrência
- vários por arquivo”;
- Um registro dependente (“Registro Filho”) detalha o registro principal e traz a indicação:
“Ocorrência - 1:1” significa que somente deve haver um único registro Filho para o respec-
tivo registro Pai; “Ocorrência - 1:N” significa que pode haver vários registros Filhos para o
respectivo registro Pai;
- A geração do arquivo requer a existência de um “Registro Pai”, quando houver um “Regis-
tro Filho”;
- São mutuamente excludentes os registros referentes à representação do documento, na
íntegra (e os respectivos registros dependentes), e os registros referentes a resumos do
mesmo documento. Ou seja, somente uma das ocorrências será aceita, de acordo com o
perfil de apresentação da EFD-ICMS/IPI.

Conforme consta no guia, estabelecimentos que possuem obrigatoriedade


com a EFD ICMS/IP, mesmo com atividades paralisadas, sem movimento, são
obrigados a apresentar arquivo informando, no mínimo, os registros obriga-
tórios. Imagina-se, como exemplo, uma empresa comercial, de regime nor-
mal, tributada pelo ICMS, e que ela está parada de movimentação, mas não
está inativa e nem foi baixada.

30

Capítulo 01 - ESCRITURAÇÕES FISCAIS DIGITAIS - (EFD) ICMS/IPI


Por mais que esta não esteja comprando nem vendendo mercadoria, ainda
sim se estiver dentro do campo da obrigatoriedade do Sped Fiscal, terá que
enviar o arquivo sem movimento, contendo apenas as informações que são
obrigatórias como: o nome da empresa, contador responsável, inscrição es-
tadual, perfil, dentre outros.

O primeiro registro do Bloco 0, de abertura do arquivo digital, identificação


da entidade e referências, é o 0000, que se trate de uma ocorrência obriga-
tória dentro do Sped. Ele corresponde ao primeiro registro do arquivo.

Nele, o contribuinte deverá informar, por exemplo, qual é o código da ver-


são do leiaute informado, se trata de um arquivo original ou de uma subs-
tituição, ou seja, se está enviando um arquivo retificador, data inicial e final
das informações, o nome empresarial, perfil do arquivo etc. Também serão
encontrados neste bloco os dados do contabilista, mesmo que esta seja fun-
cionário da empresa ou prestador de serviços.

O Sped Fiscal define que as tabe-


las e os lançamentos constantes
no arquivo serão identificados
através de códigos associados às
tabelas externas.

O leiaute do sistema é composto de


tabelas internas e externas.

As externas são as que existem


independentes do Sped Fiscal,
como as tabelas abaixo:

• Tabela de CFOP
• Tabela de NCM
• Tabela de Municípios – IBGE

Se estas existem independentemente do referido sistema, não tem porque


o contribuinte trazer informações da tabela para dentro do Sped antes de
utilizar um desses códigos. Logo, ele poderá utilizar um NCM ou um CFOP,
sem ter que criar uma tabela dos mesmos.
31

Capítulo 01 - ESCRITURAÇÕES FISCAIS DIGITAIS - (EFD) ICMS/IPI


As tabelas internas são particulares para cada contribuinte. Ou seja, cada
empresa terá particularmente suas informações a respeito do envio do Sped
Fiscal.

É o caso da:
• Tabela de Cadastro de Participante (Informações de clientes e fornece-
dores a serem localizadas no Registro 0150 do Sped Fiscal)
• Tabela de Identificação do Item (Cadastro de Produtos da empresa a ser
localizado no Registro 0200)
• Tabela de Natureza da Operação (Muito utilizada na NFe)
• Tabela de Unidade de Medidas (Registro 0190)
• Tabela de Fatores de Conversão (Registro 0220)

A respeito do Registro 0150, referente à Tabela de Cadastro do Participante, o


Guia Prático define que se trata de uma inscrição utilizada para informações
cadastrais de pessoas físicas e jurídicas, participantes dos documentos fis-
cais. Ou seja, clientes ou fornecedores.

Já o Cadastro de Produto, o Registro 0200, o guia determina como um re-


gistro que tem como objetivo informar a mercadorias, serviços, produtos ou
qualquer outro item usado em transações fiscais.

É importante ressaltar que, problemas nos cadastros de produtos acabam


acarretando em omissões de entradas e saídas, conforme foi estudado incial-
mente.

32

Capítulo 01 - ESCRITURAÇÕES FISCAIS DIGITAIS - (EFD) ICMS/IPI


Contudo recomenda-se que sejam
feitas revisões dos cadastros dos
produtos e se estes estão atualizados.

É aconselhável que, cadastros de


empresas industriais ou comerciais sejam
atualizados, pelo menos, duas vezes por
ano, ou seja, de seis em seis meses.

Afinal existe um risco fiscal associado ao


gerenciamento das informações,
principalmente das relacionadas ao
cadastro de identificação do item, do
Cadastro de Produto.

O guia também estabelece que, as informações referentes aos documentos


deverão ser prestadas sob o enfoque do informante do arquivo, tanto no
que se refere às operações de entradas ou aquisições quanto no que se refe-
re às operações de saída ou prestações:

• Código do Item
• CST
• CFOP

Ou seja, não irá interessar qual é o Código do Item ou CST ou CFOP que o
fornecedor usou, mas sim o que essas informações são para o contribuinte.

Como exemplo é possível citar sobre a compra de um mesmo produto de


três fornecedores diferentes: cada um desses utiliza um código diferente,
descrição de produto diferente, apesar de, na mesma essência, se tratar da
mesma mercadoria.

Então se faz necessário dar entrada no sistema, no mes-


mo código de produto, no intuito de evitar que se crie
cadastro de produtos que pode sujar o sistema e fazer
com que o utilize de maneira indevida acarretando em
omissões de entrada ou de saída.

33

Capítulo 01 - ESCRITURAÇÕES FISCAIS DIGITAIS - (EFD) ICMS/IPI


No Bloco C serão escriturados os documentos fiscais de mercadorias tribu-
tadas pelo ICMS/IPI. É importante perceber que existe blocos de informa-
ções cadastrais, que é o Bloco 0, e blocos de movimentações, onde serão
informadas as transações comerciais praticadas pelo contribuinte, que são
os blocos C e D.

Ainda sobre o “C”, no Registro C100 fica claro que se trata da Nota Fiscal (Có-
digo 1), Nota Fiscal Avulsa (Código 1B), Nota Fiscal de Produtor (Código 04),
NF-e (Código 55) e NFC-e (Código 65).

O guia aponta que este registro deverá ser gerado para cada um desses mo-
delos de documento fiscal, registrando a entrada ou a saída de produtos ou
outras situações que envolvam a emissão dos referidos documentos fiscais.

Nessa premissa é interessante des-


tacar que o Sped oferece novos
conceitos a exemplo das informa-
ções serem orientadas a processos.

Antes dele, as escriturações de do-


cumentos fiscais eram feitas poden-
do fazer o cadastro de informações
na hora, podendo, também, refe-
renciar produtos, clientes e forne-
cedores sem que anteriormente
precisasse fazer um cadastro prévio
destes.

Com o Sped, isso não é possível. Este sendo orientado a processo significa
que só se poderá utilizar um documento fiscal com um produto que estiver
anteriormente cadastrado no Cadastro de Identificação do Item.

Só se poderá utilizar uma venda para um cliente, se este estiver devidamen-


te cadastrado no Registro 0150, de Participantes. Ou seja, o Sped usa as
informações das suas tabelas cadastrais com as suas movimentações.

34

Capítulo 01 - ESCRITURAÇÕES FISCAIS DIGITAIS - (EFD) ICMS/IPI


No Bloco D as escriturações serão voltadas para documentos fiscais de servi-
ços tributados pelo ICMS, sendo estes de transporte e de comunicação:

Nota Fiscal de Serviço de Transporte (Código 07) e Conhecimentos de Trans-


porte Rodoviário de Cargas (Código 08), Conhecimentos de Transporte de
Cargas Avulso (Código 8B), Aquaviário de Cargas (Código 09), Aéreo (Código
10), Ferroviário de Cargas (Código 11) e Multimodal de Cargas (Código 26),
Nota Fiscal de Transporte Ferroviário de Carga (Código 27) e Conhecimento
de Transporte Eletrônico – CT-e (Código 57).

O registro, segundo o guia, deve ser apresentado por todos os contribuintes


adquirentes ou prestadores dos serviços que utilizem os documentos cita-
dos acima.

O bloco é composto pelo o Registro D500, Nota Fiscal de Serviço de Comuni-


cação (Código 21) e Nota Fiscal de Serviço de Telecomunicação (Código 22),
que tem como objetivo apresentar as notas fiscais de serviços de comunica-
ções.

A escrituração alerta que, para os documentos de entrada, os campos de


valor/contribuição, base de cálculo e alíquota só devem ser informados se
o adquirente tiver direito à apropriação do crédito, que irá de maneira auto-
mática para a apuração.

O Bloco E, de Apuração do ICMS e IPI, é referente aos registros dos dados


relativos à apuração do ICMS e do IPI, de acordo com o Guia Prático. Pode-se
afirma que se trata de um dos principais blocos. Ele é resultante das informa-
ções que já foram preenchidas nos blocos C e D.

A exemplo disso, se houver um interesse em apurar créditos de ICMS, é im-


portante que no Bloco C, onde foram escrituradas as notas de entrada, te-
nham sido destacados corretamente os créditos de ICMS, porque esses se-
rão transportados automaticamente para apuração.

Da mesma forma, os débitos de ICMS chegam diretamente dos blocos C e D,


que são de movimentação. Logo, as vendas vão informar os débitos tributá-
rios que constarão na apuração.

35

Capítulo 01 - ESCRITURAÇÕES FISCAIS DIGITAIS - (EFD) ICMS/IPI


O Bloco G, de Controle de Crédito do Ativo Permanente (CIAP) é onde haverá
o controle permanente o ICMS incidente sobre o ativo permanente. Como
principal exemplo, é possível destacar o Registro G110: ICMS, que tem como
objetivo prestar informações a respeito do saldo de ICMS do CIAP. Para que
se possa fazer um Sped Fiscal de maneira segura, é importante que se tenha
um bom conhecimento sobre a legislação do ICMS e do IPI.

O Bloco H, referente a inventário, apresenta dois registros considerados re-


levantes a serem estudados: H005 e o H010. O H005, que se refere aos totais
de inventário, e servem para descriminar os valores totais dos itens/produtos
do inventário realizado em 31 de dezembro em cada exercício ou nas demais
datas estabelecidas pela legislação fiscal ou comercial. Ressalte-se que existe
uma legislação desde 1970, que prevê a escrituração do grupo de registro de
inventário.

Quando o inventário vai para o Sped Fiscal, faz-se apenas a substituição do


modelo de papel, pelo seu equivalente digital. O Art. 76 do Convênio ICMS
S/N de 1970 apresenta detalhes de como deve ser preenchido o inventário.

O registro H005 informa a data do inventário, 31 de dezembro do ano ante-


rior, além do valor total do documento. Observa-se que este deve ser envia-
do anualmente, e em regra, é enviado no Sped de fevereiro, que é mandado
em março.

Nesse Sped de fevereiro, é viável anexar


todo o inventário físico, informar o código e
descrição dos produtos, valor unitário,
quantidade, valor total, e os códigos das
contas analíticas que mostram onde o
produto deve estar debitado na
contabilidade.

36

Capítulo 01 - ESCRITURAÇÕES FISCAIS DIGITAIS - (EFD) ICMS/IPI


O Bloco K é um livro de controle da produ-
ção de estoque, que é enviado mensalmen-
te dentro do arquivo do Sped Fiscal, da EFD
ICMS IPI. Essa obrigatoriedade se aplica às
indústrias e aos comércios atacadistas.

São pontos de atenção do Bloco K: con-


trole mensal dos estoques; monitoramento
do estoque fiscal das indústrias; informa-
ções de movimentações físicas x fiscais; es-
crituração fiscal terceirizada, e adequação
dos sistemas.

Sobre esse aspecto, um dos pontos que costumo comentar em minhas aulas,
que discorre sobre a dificuldade de implantação do Bloco K nas indústrias, é
por exemplo a exigência que existe no registro K235, do campo 5, onde se
deve informar uma substituição de insumos que tenha acontecido no mo-
mento da produção.

Imagine que foi criada uma ficha técnica da fabricação de uma mesa e foi
informado que iria usar a tinta X, porém, no momento da fabricação foi per-
cebido que a tinta X está em falta, logo, o insumo foi substituído.

O Bloco K prevê que esse tipo de substituição de insumo seja apresentado


dentro da escrituração digital.

Ressalte-se que, as escriturações fiscais contém uma série de informações


que são não fiscais. Além disso, se não houver o envolvimento de toda em-
presa, principalmente no que diz respeito ao gerenciamento dos recursos,
sejam estes humanos, capitais, software, processos, é impossível realizar uma
prestação de informações seguras e sustentável dentro do Bloco K.

37

Capítulo 01 - ESCRITURAÇÕES FISCAIS DIGITAIS - (EFD) ICMS/IPI


Para uma melhor compreensão e uso de todos os blocos e registros é
importante frisar que, o Sped Fiscal é o novo modelo de apresentação das
escriturações fiscais, que substitui o modelo de papel pelo seu equivalente
digital.

Estão obrigados ao envio da EFD ICMS/IPI os contribuintes do ICMS e do IPI


no regime normal de tributação, ficando, na maioria dos estados do Brasil,
dispensados os contribuintes optantes pelo Simples Nacional. Para garantir
esse dispensa, é importante ressaltar também seja verificada a legislação lo-
cal.

O Sped Fiscal é enviado mensalmente. Algumas informações tem natu-


reza anual que é o caso do Bloco H, do Livro de Registro de Inventário. Po-
rém, as demais informações que compõem a escrituração fiscal são enviadas
mensalmente.

Ademais, não é preciso imprimir os livros fiscais. Para todos os contribuin-


tes do ICMS e IPI que estiveram obrigados ao envio do Sped Fiscal, o envio
do arquivo substitui a impressão de livros de entrada, saída, apuração do
ICMS e do IPI, de Controle do Inventário, CIAP.

E por fim é relevante saber que o Bloco K é o livro da produção de controle


do estoque dentro do Sped Fiscal.
38

Capítulo 01 - ESCRITURAÇÕES FISCAIS DIGITAIS - (EFD) ICMS/IPI


Capítulo 02

ESCRITURAÇÕES
FISCAIS DIGITAIS
EFD Contribuições
CONTEXTUALIZAÇÃO

1
1 CONTEXTUALIZAÇÃO

Antes de iniciar este capítulo, que tem como objetivo aprofundar os aspectos
da EFD Contribuições se faz necessário voltar a repensar sobre a legislação
das obrigações principais, já citada nesta obra, tendo em vista que muitas
das dificuldades no comprimento das obrigações acessórias, no modelo do
Sped, se dá pelo desconhecimento da legislação das obrigações principais.
Portanto, é muito importante ter o domínio da aplicação e da legislação da
obrigação principal.

Então, para que se possa fazer de maneira segura e eficaz a obrigação aces-
sória é fundamental dominar ou pelo menos ter um bom entendimento da
aplicação da legislação da obrigação principal.

No caso da EFD Contribuições, é imprescindível entender e apurar de ma-


neira segura e correta as contribuições para PIS, Cofins, e a Previdenciária
sobre a Receita Bruta. É preciso entender bem sobre a hierarquia normativa
relacionada a essas contribuições, e que a matriz constitucional é a principal
fonte normativa de direito tributário.

Depois disso, é necessário compreender que vêm, em seguida, as leis com-


plementares que instituem os tributos na maioria dos casos, as leis ordinárias
e medidas provisórias, além dos decretos e instruções normativas.

O estudo aprofundado dessas contribuições vale, principalmente, para Pis e


Confins, uma vez que estão entre os tributos mais onerosos para as empre-
sas. Ambos representam mais de 30% de arrecadação da Receita Federal, se-
gundo o órgão. Ademais ambos possuem uma legislação complexa, instável
e esparsa.

A exemplo disso pontua-se a ausência de um regulamento dos tributos ci-


tados, assim como existem regulamentos do imposto de renda e do ICMS,
acabam dificultando seu estudo e sua aplicação.

O PIS e a Cofins também possuem regras de não cumulatividade bem dife-


rentes das não cumulatividades do ICMS e IPI.

41

Capítulo 02 - ESCRITURAÇÕES FISCAIS DIGITAIS - (EFD) CONTRIBUIÇÕES


É importante também salientar, dentro da área do tributário, saber encontrar
respostas para a maioria das perguntas. Em treinamentos que realizo costu-
mo sempre dizer para os alunos que a área tributária, por ser considerada
bem extensa, não é viável alguém se achar detentor máximo do conhe-
cimento a respeito de tributos.

É um risco subestimá-los. E se por um acaso seja identificado alguém que o


faça, desconfie. Isso porque se o usuário se basear apenas pelo regulamento
do ICMS, é preciso atentar para o fato de que existem estados que possuem
mais de 1.600 artigos. O que se observa aqui é sobre o regulamento de um
único estado, e não da hipótese de se fazer a junção dos demais.

E no que se refere a Pis e Cofins e antes de aprofundar sobre a EFD Contribui-


ções é importante salientar que, por exemplo, uma pessoa que se aprofunda
na parte da legislação, e decora todas elas, ainda não seria suficiente para
resolver algumas questões que até hoje geram dúvidas tais como: definição
e conceito de receitas e de insumos. Ou seja, em matéria de tributário se faz
fundamental encontrar respostas para esses questionamentos. Dentro dessa
linha de raciocínio é viável pontuar sobre as principais legislações relaciona-
das aos referidos tributos.

Em um breve resumo em relação às legislações que definem os referidos tri-


butos faz-se necessário entender a sequência abaixo:

1) Lei Complementar n° 07/1970 – institui o Pis;


2) Lei Complementar n° 70/1991 – institui a Cofins;
(Obs: apesar dessas (Pis e Cofins) duas contribuições terem direcionamentos asso-
ciados, existe um extenso lapso temporal diante a criação delas.
3) Lei n° 9.718/1998 – que regulamenta o Regime Cumulativo de contribuições
para Pis e Cofins;
4) Lei n° 10.637/2002 – que trouxe o Regime Não Cumulativo para Pis;
5) Lei n° 10.833/2003 – que trouxe o Regime Não Cumulativo para Cofins;
6) Lei n° 10.865/2004 – que fala sobre a incidência do PIS/Cofins para as impor-
tações.

É importante ressaltar que existem diferenças básicas entre os regimes


cumulativos e não cumulativos no que se refere a Alcance, Base de Cálculo,
Alíquotas Básicas, Créditos, Reconhecimento e Devoluções.

42

Capítulo 02 - ESCRITURAÇÕES FISCAIS DIGITAIS - (EFD) CONTRIBUIÇÕES


EFD
CONTRIBUIÇÕES

2
2 EFD CONTRIBUIÇÕES

A EFD Contribuições traz uma diferença de ser completamente digital, como


já diz o nome. Ou seja, com a escrituração o contribuinte não tem mais de-
monstrativos, preenchimentos de fichas que poderiam ser impressas e ar-
quivadas para a segurança da empresa.

Hoje o modelo de apresentação das escriturações é 100% digital. A EFD


Contribuições foi estabelecida com o objetivo de simplificar os processos e
reduzir as obrigações acessórias impostas aos contribuintes, apresenta-
do em forma digital, com transmissão via internet.

Logo, a escrituração trata-se de um arquivo digital instituído no Sped para


ser utilizado pelas pessoas jurídicas de direito privado na escrituração da
contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins, nos regimes de apuração não-
-cumulativo e/ou cumulativo, com base no conjunto de documentos e ope-
rações representativos das receitas auferidas, custos, despesas, encargos e
aquisições geradores de créditos da não cumulatividade.

Com o advento da Lei nº 12.546 de 2011, a EFD Contribuições considerou


também a escrituração digital da Contribuição Previdenciária sobre a Re-
ceita Bruta, incidente nos setores de comércio, serviços e indústrias, no au-
ferimento de receitas referentes aos CNAE, atividades, serviços e produtos
(NCM) nesta relacionados.

Os documentos e operações da escritura-


ção representativos de receitas auferidas
e de aquisições, custos, despesas e encar-
gos incorridos serão relacionadas no ar-
quivo da EFD Contribuições em relação a
cada estabelecimento da pessoa jurídica.

A escrituração das contribuições sociais e


dos créditos e da Contribuição Previdenciária sobre a Receita Bruta será efe-
tuada de forma centralizada, em arquivo único mensal, pelo estabelecimen-
to da matriz da pessoa jurídica.

44

Capítulo 02 - ESCRITURAÇÕES FISCAIS DIGITAIS - (EFD) CONTRIBUIÇÕES


Exceção à regra do arquivo único recai em relação às SCP, cujos arquivos
devem ser gerados de forma individualizada e separadamente das opera-
ções próprias da pessoa jurídica sócia ostensiva.

O arquivo da EFD Contribuições deverá ser validado, assinado digitalmente e


transmitido, via internet, ao ambiente Sped. Conforme disciplina a Instrução
Normativa RFB nº 1.252, de 1º de março de 2012, estão obrigadas à escritura-
ção fiscal digital em referência:

I - em relação à Contribuição para o PIS/Pasep e à Cofins, referentes aos fatos geradores


ocorridos a partir de 1º de janeiro de 2012, as pessoas jurídicas sujeitas à tributação do Im-
posto sobre a Renda com base no Lucro Real;

II - em relação à Contribuição para o PIS/Pasep e à Cofins, referentes aos fatos geradores


ocorridos a partir de 1º de janeiro de 2013, as demais pessoas jurídicas sujeitas à tributação
do Imposto sobre a Renda com base no Lucro Presumido ou Arbitrado;

III - em relação à Contribuição para o PIS/Pasep e à Cofins, referentes aos fatos geradores
ocorridos a partir de 1º de janeiro de 2014, as pessoas jurídicas referidas nos §§ 6º, 8º e 9º do
art. 3º da Lei nº 9.718, de 27 de novembro de 1998, e na Lei nº 7.102, de 20 de junho de 1983;

IV - em relação à Contribuição Previdenciária sobre a Receita, referente aos fatos geradores


ocorridos a partir de 1º de março de 2012, as pessoas jurídicas que desenvolvam as ativida-
des relacionadas nos arts. 7º e 8º da Medida Provisória nº 540, de 2 de agosto de 2011, con-
vertida na Lei nº 12.546, de 2011;

V - em relação à Contribuição Previdenciária sobre a Receita, referente aos fatos geradores


ocorridos a partir de 1º de abril de 2012, as pessoas jurídicas que desenvolvam as atividades
relacionadas nos §§ 3º e 4º do art. 7º e nos incisos III a V do caput do art. 8º da Lei nº 12.546,
de 2011.

A pessoa jurídica poderá retificar os arquivos originais da EFD Contribuições


em cinco anos contados do primeiro dia do exercício seguinte àquele a que
se refere à escrituração, sem penalidade.

No entanto, a retificação não será validada pela Receita Federal caso seja para
reduzir débitos que já tenham sido encaminhados à PFN, que tenham sido
objeto de auditoria interna ou de procedimento de fiscalização; para alterar
débitos em relação aos quais a pessoa jurídica tenha sido intimada de início
de procedimento fiscal; e, finalmente, para alterar créditos já objeto de exame
em procedimento de fiscalização ou objeto de análise de PERDComp.
45

Capítulo 02 - ESCRITURAÇÕES FISCAIS DIGITAIS - (EFD) CONTRIBUIÇÕES


A partir de sua base de dados, a pessoa jurídica deverá gerar um arquivo
digital de acordo com leiaute estabelecido pela Secretaria da RFB informan-
do todos os documentos fiscais e operações com repercussão no campo de
incidência das contribuições sociais e dos créditos da não-cumulatividade,
além da Contribuição Previdenciária sobre a Receita Bruta referente a cada
período de apuração das respectivas contribuições.

Este arquivo deverá ser submetido à importação e validação pelo Programa


Validador e Assinador (PVA da EFD Contribuições) fornecido no sítio eletrô-
nico do Sped e da RFB (1).

Como pré-requisito para a instalação do PVA EFD Contribuições é necessária


à instalação da máquina virtual do Java. Após a importação ou criação da es-
crituração, esta poderá ser visualizada pelo próprio Programa Validador, com
possibilidades de pesquisas de registros ou relatórios do sistema.

Outras funcionalidades do programa: digitação, alteração, assinatura di-


gital da EFD Contribuições, transmissão do arquivo, exclusão de arquivos,
geração de cópia de segurança e sua restauração. De acordo com o Guia
Prático, o programa gerador de escrituração possibilitará:
1. Importar o arquivo com o leiaute da EFD Contribuições definido pela RFB;
2. Criar uma nova escrituração, mediante digitação completa dos dados;
3. Validar o conteúdo da escrituração e indicar dos erros e avisos;
4. Editar via digitação os registros criados ou importados;
5. Emissão de relatórios da escrituração;
6. Geração do arquivo digital, para assinatura e transmissão ao Sped;
7. Assinar do arquivo gerado por certificado digital;
8. Efetuar a transmissão do arquivo ao Sped.
A periodicidade de apresentação do arquivo da EFD Contribuições é mensal,
devendo ser transmitido, após a sua validação e assinatura digital, até o dé-
cimo dia útil do segundo mês subsequente ao de referência da escrituração.

1 - A PJ poderá também, a partir da versão 2.0.1A do PVA da EFD-Contribuições, criar uma


escrituração mediante a digitação de todos os dados necessários no próprio PVA, ou seja,
sem a necessidade de importar arquivos. Este PVA também permite editar/excluir/adicio-
nar as informações necessárias à escrituração de qualquer operação sujeita a incidência das
referidas contribuições.

46

Capítulo 02 - ESCRITURAÇÕES FISCAIS DIGITAIS - (EFD) CONTRIBUIÇÕES


A EFD Contribuições integra o projeto Sped, em consonância com o Decre-
to nº 6.022, de 22 de janeiro de 2007, que pretende a integração dos fiscos
federal, estaduais, Distrito Federal e, futuramente, municipais, e dos Órgãos
de Controle com a padronização, racionalização e compartilhamento de in-
formações fiscais digitais.

Ademais, procura integrar todo o processo relativo à escrituração fiscal, com


a substituição do papel por um documento eletrônico com validade jurídica
para todos os fins.

Portanto, todos os documentos eletrônicos são assinados digitalmente por


meio de certificados digitais válidos expedidos segundo as regras estipula-
das pelo ICP-Brasil, representantes legais ou seus procuradores, tendo este
arquivo validade jurídica para todos os fins, nos termos dispostos na Medi-
da Provisória nº 2200-2, de 24 de agosto de 2001.

Basicamente, a EFD Contribuições objetiva apresentar a escrituração


dos documentos fiscais e os demonstrativos de apuração do PIS da Co-
fins e da CPRB. Todavia, ela também apresenta, em muitos momentos:

- Créditos decorrentes de fusão, cisão ou incorporação;


- Valores retidos na fonte;
- Informações de processos administrativos e/ou judiciais;
- Demonstrações de operações extemporâneas e controle de créditos apu-
rados tanto no período como em períodos anteriores.

É preciso apresentar todos os documentos fiscais da EFD Contribuições? Só


devem ser escriturados aqueles geradores de créditos que estiverem no CST
50 a 56, que se referem aos créditos básicos, ou de 60 a 66, no caso de cré-
ditos presumidos.

47

Capítulo 02 - ESCRITURAÇÕES FISCAIS DIGITAIS - (EFD) CONTRIBUIÇÕES


No caso de documentos fiscais de saídas, faz-se necessário apenas relacionar
os documentos referentes às receitas. Com isso é importante destacar que
existem duas formas de enviar a EDF Contribuições: a maneira detalhada,
que se aplica, em regra, às empresas do regime não-cumulativo, ou a manei-
ra consolidada ou resumida, que se aplica às empresas do regime cumulati-
vo.

Como principal exemplo disso pontua-se as empresas tributadas pelo Lu-


cro Presumido, que podem optar por manter uma declaração resumida. Por
vezes é comum notar muitas pessoas que fazem o preenchimento da EDF
Resumida dentro do próprio PVA.

O Ato Declaratório Executivo (ADE) Cofis 24 de 2011 se refere ao leiaute es-


pecífico de preenchimento da EDF Resumida, e que especifica alguns regis-
tros específicos para o Regime de Caixa (F500/F510/F525) e outros registros
para o Regime de Competência (F550/F560), sempre utilizando o registro
1900 para consolidar os documentos emitidos no período.

Na prática é possível perceber que a EFD Contribuições, no Regime Cumula-


tivo, acaba sendo bem simplificada em comparação ao Regime Não-Cumu-
lativo. 48

Capítulo 02 - ESCRITURAÇÕES FISCAIS DIGITAIS - (EFD) CONTRIBUIÇÕES


Ao falar sobre escriturações fiscais digitais, principalmente no Sped Fiscal e
na EDF Contribuições, é sempre importante lembrar que as informações que
nascem nos documentos fiscais, agora eletrônicos conforme estudado no
capítulo 1, transitam pelas escriturações fiscais, que são referentes ao capí-
tulo 2, e desaguam nas escriturações contábeis, que se refere ao capítulo 3
desta obra.

Ou seja, para que se faça uma apuração correta e essa é demonstrada tanto
no Sped Fiscal como na EDF Contribuições, é preciso ter um Cadastro do Pro-
duto bem feito, pois cadastros estando corretos ocasionam a emissão cor-
reta dos documentos fiscais, e com a informação correta no documento, a
apuração ficará correta. É uma estratégia lógica e exata.

Porém, a obrigação tributária brasileira não se encerra na apuração correta


do tributo.

Depois de se apurar corretamente o tributo, é preciso gerar o arquivo da


obrigação acessória, analisa-lo detalhadamente, verificar se existem possí-
veis erros ou contingências, promover a correção dos mesmos na origem da
base de dados.

Ou seja, evitar se possível, jamais fazer correções manualmente dentro do


PVA, ou dentro do arquivo de texto, e sim fazer dentro da base de dados do
sistema de origem, prioritariamente
até no próprio cliente. Isso evitará re-
dundâncias e retrabalhos.

Um exemplo é o caso de uma impor-


tação de um arquivo da EDF Contri-
buições para dentro do PVA, sendo
que este mostrou a informação da
existência de 10 fornecedores que se
encontram com problemas cadastrais.

É possível acessar rapidamente o PVA


e corrigir as informações cadastrais desses 10 fornecedores, o problema é
que, no mês seguinte, ao importar novamente o arquivo, vão constar, repeti-
damente, os 10 erros dos 10 fornecedores.

49

Capítulo 02 - ESCRITURAÇÕES FISCAIS DIGITAIS - (EFD) CONTRIBUIÇÕES


LEGISLAÇÃO

3
3 LEGISLAÇÃO
A aplicação de procedimentos de um sistema requer o máximo de cuidado e
atenção por parte de seus usuários. No que diz respeito à legislação voltada
para EFD Contribuições não poderia ser diferente para os usuários do Sped.

Em virtude dessa premissa básica é necessário entender que, conforme ins-


tituído pela Instrução Normativa RFB nº 1.052, de 5 de julho de 2010, sujei-
tam à obrigatoriedade de geração de arquivo da Escrituração Fiscal Digital
da Contribuição para o PIS/Pasep e da Contribuição para o Financiamento
da Seguridade Social (Cofins) - EFD PIS/Cofins, as pessoas jurídicas de direito
privado em geral e as equiparadas pela legislação do Imposto de Renda, que
apuram a Contribuição para o PIS/Pasep e a Cofins com base no faturamento
mensal.

Com o surgimento da Instrução Normativa RFB nº 1.252, de 1 de março de


2012, tornou-se obrigatória à geração de arquivo da Escrituração Fiscal Di-
gital das Contribuições, a partir de 2012, para as pessoas jurídicas contri-
buintes do PIS/Pasep e da Cofins e para os contribuintes da Contribuição
Previdenciária sobre a Receita Bruta (MP nº 540/2011, convertida na Lei nº
12.546/2011), nos períodos a seguir:

I - em relação à Contribuição para o PIS/Pasep e à Cofins, referentes aos fatos geradores


ocorridos a partir de 1º de janeiro de 2012, as pessoas jurídicas sujeitas à tributação do
Imposto sobre a Renda com base no Lucro Real;
II - em relação à Contribuição para o PIS/Pasep e à Cofins, referentes aos fatos geradores
ocorridos a partir de 1º de janeiro de 2013, as demais pessoas jurídicas sujeitas à tributa-
ção do Imposto sobre a Renda com base no Lucro Presumido ou Arbitrado;
III - em relação à Contribuição para o PIS/Pasep e à Cofins, referentes aos fatos geradores
ocorridos a partir de 1º de janeiro de 2014, as pessoas jurídicas referidas nos §§ 6º, 8º e 9º
do art. 3º da Lei nº 9.718, de 27 de novembro de 1998, e na Lei nº 7.102, de 20 de junho de
1983 – Bloco I da EFD-Contribuições;
IV - em relação à Contribuição Previdenciária sobre a Receita, referente aos fatos gerado-
res ocorridos a partir de 1º de março de 2012, as pessoas jurídicas que desenvolvam as
atividades relacionadas nos arts. 7º e 8º da Medida Provisória nº 540, de 2 de agosto de
2011, convertida na Lei n º 12.546, de 2011;
V - em relação à Contribuição Previdenciária sobre a Receita, referente aos fatos geradores
ocorridos a partir de 1 º de abril de 2012, as pessoas jurídicas que desenvolvam as ativi-
dades relacionadas nos arts. 7 º e 8 º e anexos da Lei nº 12.546, de 2011 (grifos originais).

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Capítulo 02 - ESCRITURAÇÕES FISCAIS DIGITAIS - (EFD) CONTRIBUIÇÕES


O Ato Declaratório Executivo Cofis nº 65, de 2012, aprovou o Leiaute da Es-
crituração Fiscal Digital da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins aplicá-
vel às pessoas jurídicas referidas nos parágrafos 6º, 8º e 9º do artigo 3º da Lei
nº 9.718/98 (Instituições financeiras e demais pessoas jurídica de tributação
equiparada), em relação aos fatos geradores ocorridos a partir de 1º de julho
de 2013.

O leiaute em referência foi atualizado pelo ADE Cofis nº 91, de 2013. A escri-
turação do Bloco I, pelas pessoas jurídicas referidas no item III, só é de natu-
reza obrigatória em relação aos fatos geradores ocorridos a partir de 1º de
janeiro de 2014, conforme disposto na IN RFB nº 1.387, de 2013.

Em relação ao primeiro mês de obrigatoriedade, correspondente ao período


de apuração de janeiro de 2014, a transmitir até o dia 18 de março de 2014,
a pessoa jurídica poderá utilizar tanto a versão 2.05, disponível desde o mês
de agosto de 2013, como as versões 2.06 e posteriores do PVA, conforme é
possível observar no quadro 1 abaixo:

A Instrução Normativa RFB nº 1.387, de 2013, prorrogou para o décimo dia


útil de setembro de 2013, a entrega da EFD Contribuições, relativa a fatos
geradores ocorridos nos meses de outubro de 2012 a fevereiro de 2013, para
os importadores e para as pessoas jurídicas que procedam à industrialização
de cervejas de malte e cervejas sem álcool, em embalagem de lata, classi-
ficadas nos códigos 2203.00.00 e 2202.90.00, ex. 3, da Tabela de Incidência
do Imposto sobre Produtos Industrializados (Tipi), aprovada pelo Decreto nº
7.660/2011.
2 - A partir do período de apuração referente a fevereiro de 2014, deve a pessoa jurídica
utilizar as versões atualizadas, do PVA.
52

Capítulo 02 - ESCRITURAÇÕES FISCAIS DIGITAIS - (EFD) CONTRIBUIÇÕES


Convém ressaltar que as pessoas jurídicas sujeitas à tributação do Imposto
de Renda na sistemática do Lucro Presumido têm como regra de obrigato-
riedade da escrituração do PIS/Pasep e da Cofins, em relação aos fatos ge-
radores a ocorrer a partir de janeiro de 2013, conforme dispõe a Instrução
Normativa RFB nº 1.280/2012.

Entretanto, caso se enquadre nas hipóteses de incidência da contribuição


previdenciária incidente sobre a receita bruta, conforme Lei nº 12.546, de
2011, deve:

- Apresentar a EFD Contribuições apenas com as informações da contribui-


ção previdenciária sobre Receita Bruta, em relação aos fatos geradores ocor-
ridos de março (ou abril, conforme o caso – Ver Tabela 5.1.1) a dezembro de
2012;

- Apresentar a EFD Contribuições com as informações das três contribuições


(da contribuição previdenciária sobre Receita Bruta, do PIS/Pasep e da Co-
fins) a partir dos fatos geradores ocorridos em janeiro de 2013.

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Capítulo 02 - ESCRITURAÇÕES FISCAIS DIGITAIS - (EFD) CONTRIBUIÇÕES


ESCRITURAÇÃO DA
CONTRIBUIÇÃO
PREVIDENCIÁRIA
SOBRE A RECEITA

4
ÃO
4 ESCRITURAÇÃO DA CONTRIBUIÇ
A
PREVIDENCIÁRIA SOBRE A RECEIT

As pessoas jurídicas devem escriturar e prestar as informações referentes às


suas operações, de natureza fiscal e/ou contábil, representativas de seu fatu-
ramento mensal, ou seja, o total das receitas auferidas, independente de sua
denominação ou classificação contábil, correspondente à receita bruta da
venda de bens e serviços nas operações em conta própria ou alheia e todas
as demais receitas auferidas pela pessoa jurídica, segundo disposto nas Leis
nº 9.718, de 1998; nº 10.637, de 2002, e nº 10.833, de 2003.

Além disso, a pessoa jurídica deve proceder à escrituração de suas opera-


ções, de natureza fiscal e/ou contábil, representativas de aquisições de bens
para revenda, bens e serviços utilizados como insumos e demais custos, des-
pesas e encargos, sujeitas à incidência e apuração de créditos próprios do
regime não cumulativo, de créditos presumidos da agroindústria e de outros
créditos previstos na legislação da Contribuição para o PIS/Pasep e da Co-
fins, apurando e discriminando os créditos em função da natureza, conforme
disposto na Lei nº 12.058, de 2009.
55

Capítulo 02 - ESCRITURAÇÕES FISCAIS DIGITAIS - (EFD) CONTRIBUIÇÕES


O Ato Declaratório Executivo Cofis nº 34, de 28 de outubro de 2010 (D.O.U.
de 1º de novembro de 2010) aprovou o Manual de Orientação do Leiaute da
Escrituração Fiscal Digital da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins, nos
termos de seu anexo único, tendo sido atualizado pelo Ato Declaratório Exe-
cutivo Cofis nº 37, de 21 de dezembro de 2010 (D.O.U. de 22.12.2010).

O Ato Declaratório Executivo Cofis nº 24, de 22 de agosto de 2011 (D.O.U. de


24 de novembro de 2010) aprovou os registros da escrituração simplificada
da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins, pelo regime de caixa ou de
competência (Bloco F da escrituração), aplicáveis exclusivamente às pessoas
jurídicas tributadas pelo Imposto de Renda com base no Lucro Presumido,
em relação aos fatos geradores ocorridos a partir de 1º de julho de 2012, nos
termos das Instruções Normativas RFB nos. 1.218/2011 e 1.252/2012.

O Ato Declaratório Executivo Cofis nº 20, de 14 de março de 2012 (D.O.U. de


16 de fevereiro de 2012) aprovou o atual Manual de Orientação do Leiau-
te da Escrituração Fiscal Digital da Contribuição para o PIS/Pasep, da Cofins
e da Contribuição Previdenciária sobre a Receita Bruta, nos termos de seu
Anexo Único.

O Ato Declaratório Executivo Cofis nº 65, de 20 de dezembro de 2012 (D.O.U.


de 21 de dezembro de 2012) aprovou o Leiaute da Escrituração Fiscal Digital
da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins, aplicável às pessoas jurídicas
referidas nos parágrafos 6º, 8º e 9º do artigo 3º da Lei nº 9.718, de 1998, em
relação aos fatos geradores ocorridos a partir de 1º de julho de 2013, prorro-
gado o período inicial para janeiro de 2014, conforme disposto na IN RFB nº
1.387/2013.

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Capítulo 02 - ESCRITURAÇÕES FISCAIS DIGITAIS - (EFD) CONTRIBUIÇÕES


PERIODICIDADE,
FORMA E PRAZO
DE ENTREGA

5
5 PERIODICIDADE, FORMA
E PRAZO DE ENTREGA

O arquivo digital de escrituração da Contribuição para o PIS/Pasep, da Cofins


e da Contribuição Previdenciária sobre a Receita Bruta será gerado de forma
centralizada pelo estabelecimento matriz da pessoa jurídica, conforme arti-
go 15, da Lei nº 9.779, de 19 de janeiro de 1999, e submetido ao programa
disponibilizado para validação de conteúdo, assinatura digital, transmissão
e visualização.

Todas as pessoas jurídicas sujeitas à apuração das referidas contribuições so-


ciais, incidentes sobre o faturamento e a receita devem adotar a EFD Contri-
buições, nos termos do artigo 2° do Decreto nº 6.022, de 2007, nos regimes
não cumulativo e cumulativo, com base nos seguintes prazos de obrigato-
riedade, definidos na Instrução Normativa RFB nº 1.252/2012.

A Instrução Normativa RFB nº 1.252/2012 dispensa da obrigatoriedade da


apresentação da EFD Contribuições, no caso de pessoa jurídica sujeita à tri-
butação do Imposto sobre a Renda com base no Lucro Real ou Presumido
em relação aos correspondentes meses do ano-calendário, em que:

I - não tenha auferido ou recebido receita bruta da venda de bens e serviços,


ou de outra natureza, sujeita ou não ao pagamento das contribuições, inclu-
sive no caso de isenção, não incidência, suspensão ou alíquota zero;
II - não tenha realizado ou praticado operações sujeitas a apuração de cré-
ditos da não cumulatividade do PIS/Pasep e da Cofins, inclusive referentes a
operações de importação.

Isso significa que a empresa do lucro Real ou Presumido, que não tenha ne-
nhuma receita para apresentar para a EFD Contribuições e não tenha ne-
nhuma operação que dê direito a crédito, não precisa mandar EDF Contri-
buições num determinado mês.

Imagine que a empresa não teve movimento fiscal no período, ou seja, não
teve receita, e nem mesmo nenhum crédito apurado, a mesma não precisa
enviar EFD Contribuições.

58

Capítulo 02 - ESCRITURAÇÕES FISCAIS DIGITAIS - (EFD) CONTRIBUIÇÕES


Porém, ela deve mandar no mês de dezembro, mesmo que este esteja sem
movimento, e no registro 0120 vai especificar quais competências não en-
viou por estar sem movimento.

A dispensa de entrega da EFD Contribuições não alcança o mês de dezem-


bro do ano-calendário correspondente, devendo a pessoa jurídica, em rela-
ção a esse mês, proceder a entrega regular da escrituração digital, na qual
deverá indicar os meses do ano-calendário em que não auferiu receitas
nem realizou operações geradoras de crédito.

A referida identificação na escrituração do mês de dezembro de cada ano-


-calendário, dos meses dispensados da apresentação, será efetuada no Re-
gistro “0120 - Identificação de Períodos Dispensados da Escrituração Digi-
tal”, o qual será criado mediante a publicação de Ato Declaratório Executivo,
atualizando o leiaute da EFD Contribuições. Estão dispensados de apresen-
tação da escrituração:

I - as Microempresas (ME) e as Empresas de Pequeno Porte (EPP) enquadradas no Re-


gime Especial Unificado de Arrecadação de Tributos e Contribuições devidos pelas
Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Simples Nacional), instituído pela Lei
Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006, relativamente aos períodos abran-
gidos por esse Regime;

II - as pessoas jurídicas imunes e isentas do Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurídica


(IRPJ), cuja soma dos valores mensais da Contribuição para o PIS/Pasep (sobre a recei-
ta), da Cofins e da CPRB seja igual ou inferior a R$ 10.000,00 (dez mil reais). As pessoas
jurídicas imunes ou isentas do IRPJ ficarão obrigadas à apresentação da EFD-Contri-
buições a partir do mês em que o limite fixado no inciso II do caput for ultrapassado,
permanecendo sujeitas a essa obrigação em relação ao(s) mês(es) seguinte(s) do ano-
-calendário em curso;

Importante ressaltar que não deve ser considerado no cálculo do limite de R$ 10.000,00
mensais, acima referido, nenhum valor referente ao PIS sobre a Folha. Ou seja, só de-
vem ser considerados no limite de R$ 10.000,00 mensais, as contribuições que inci-
dem sobre as receitas, quais sejam: O PIS/Pasep e a Cofins, nos regimes cumulativos e/
ou não cumulativos, e a CPRB.

59

Capítulo 02 - ESCRITURAÇÕES FISCAIS DIGITAIS - (EFD) CONTRIBUIÇÕES


Quadro 2 - PJ Imunes e Isentas - situações de dispensa de escrituração digital

Quadro 3 - PJ Imunes e Isentas - situações de obrigatoriedade de escrituração


digital

III - as pessoas jurídicas que se mantiveram inativas desde o início do ano-calendário


ou desde a data de início de atividades, relativamente às escriturações correspon-
dentes aos meses em que se encontravam nessa condição;

IV - os órgãos públicos;

V - as autarquias e as fundações públicas; e

VI - as pessoas jurídicas ainda não inscritas no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica


(CNPJ), desde o mês em que foram registrados seus atos constitutivos até o mês an-
terior àquele em que foi efetivada a inscrição.

60

Capítulo 02 - ESCRITURAÇÕES FISCAIS DIGITAIS - (EFD) CONTRIBUIÇÕES


São também dispensados de apresentação da EFDPIS/Cofins, ainda que se
encontrem inscritos no CNPJ ou que tenham seus atos constitutivos registra-
dos em Cartório ou Juntas Comerciais:

I - os condomínios edilícios;
II - os consórcios e grupos de sociedades, constituídos na forma dos arts. 265, 278 e 279 da Lei nº
6.404, de 15 de dezembro de 1976;
III - os consórcios de empregadores;
IV - os clubes de investimento registrados em Bolsa de Valores, segundo as normas fixadas pela
Comissão de Valores Mobiliários (CVM) ou pelo Banco Central do Brasil (Bacen);
V - os fundos de investimento imobiliário, que não se enquadrem no disposto no art. 2º da Lei nº
9.779, de 19 de janeiro de 1999;
VI - os fundos mútuos de investimento mobiliário, sujeitos às normas do Bacen ou da CVM;
VII - as embaixadas, missões, delegações permanentes, consulados-gerais, consulados, vice-con-
sulados, consulados honorários e as unidades específicas do governo brasileiro no exterior;
VIII - as representações permanentes de organizações internacionais;
IX - os serviços notariais e registrais (cartórios), de que trata a Lei nº 6.015, de 31 de dezembro
de 1973;
X - os fundos especiais de natureza contábil ou financeira, não dotados de personalidade jurídi-
ca, criados no âmbito de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, bem como dos Ministérios Públicos e dos Tribunais de Contas;
XI - os candidatos a cargos políticos eletivos e os comitês financeiros dos partidos políticos, nos
termos da legislação específica;
XII - as incorporações imobiliárias sujeitas ao pagamento unificado de tributos de que trata a Lei
nº 10.931, de 2 de agosto de 2004, recaindo a obrigatoriedade da apresentação da EFD-Contri-
buições à pessoa jurídica incorporadora, em relação a cada incorporação submetida ao regime
especial de tributação;
XIII - as empresas, fundações ou associações domiciliadas no exterior que possuam no Brasil
bens e direitos sujeitos a registro de propriedade ou posse perante órgãos públicos, localizados
ou utilizados no Brasil;
XIV - as comissões, sem personalidade jurídica, criadas por ato internacional celebrado pela Re-
pública Federativa do Brasil e um ou mais países, para fins diversos; e
XV - as comissões de conciliação prévia de que trata o art. 1º da Lei nº 9.958, de 12 de janeiro de
2000.

Resumindo, estão fora da obrigatoriedade: órgãos públicos, autarquias e


fundações públicas; pessoa jurídica ainda não inscritas no CNPJ; relação de
atividades constantes no Guia Prático* (p.08 e 09). Em relação a este último,
colocando como exemplo, é possível citar os condomínios residenciais, iden-
tificado na página 8, como uma das atividades que está fora da obrigatorie-
dade do envio da EFD Contribuições.

61

Capítulo 02 - ESCRITURAÇÕES FISCAIS DIGITAIS - (EFD) CONTRIBUIÇÕES


Em relação ao quadro 2, se o contribuinte não paga nenhuma contribuição
sobre as receitas acima de R$ 10.000, o mesmo não está na obrigatoriedade
do envio da EFD Contribuições.

Em relação a isso é possível imaginar uma entidade religiosa que, por exem-
plo, paga o PIS sobre uma folha de R$ 50.000 por mês. Mesmo que esta pa-
gue em cima desse valor, não estará obrigada ao envio da EFD Contribui-
ções.

Ressalte-se que, é de responsabilidade do titular da escrituração a guarda


do arquivo transmitido e de toda a documentação que deu base para a apu-
ração.

O recibo de entrega é gerado pelo ReceitaNET, com a extensão “REC”. Nesse


sentido, sugere-se que a ferramenta seja baixada no computador de opera-
ção, que irá permitir fazer o dowload das informações que já foram transmi-
tidas à Receita Federal.

62

Capítulo 02 - ESCRITURAÇÕES FISCAIS DIGITAIS - (EFD) CONTRIBUIÇÕES


As pessoas jurídicas que passarem à condição de inativas no curso do ano-
-calendário somente estarão dispensadas da EFD Contribuições a partir do
primeiro mês do ano-calendário subsequente.

Sendo considerada inativa a partir do mês em que não realizar qualquer


atividade operacional, não operacional, patrimonial ou financeira, inclusive
aplicação no mercado financeiro ou de capitais, observado o disposto no
parágrafo seguinte.

De acordo com a legislação vigente, o pagamento de tributo relativo a anos-


-calendário anteriores e de multa pelo descumprimento de obrigação aces-
sória não descaracteriza a pessoa jurídica como inativa no ano-calendário.

Os consórcios que realizarem negócios jurídicos em nome próprio, inclusive


na contratação de pessoas jurídicas ou físicas, com ou sem vínculo empre-
gatício, poderão apresentar a EFD Contribuições, ficando as empresas con-
sorciadas solidariamente responsáveis.

No caso da pessoa jurídica encontrar-se na condição de ativa no início do


ano-calendário ou da data de início de suas atividades no ano-calendário,
deverá apresentar a EFD Contribuições em relação a todos os meses do ano-
-calendário, com base nas hipóteses de obrigatoriedade especificadas no
artigo 5º da IN RFB nº 1.252, de 2012, mesmo se inativa no curso do ano-ca-
lendário.

Em relação aos meses do ano-


-calendário que esteja na con-
dição de inativa, deve a pessoa
jurídica informar nos registros
de abertura dos blocos “A”, “C”,
“D” e “F” da EFD Contribuições, o
indicador “1 - Bloco sem dados
informados”.

63

Capítulo 02 - ESCRITURAÇÕES FISCAIS DIGITAIS - (EFD) CONTRIBUIÇÕES


MULTAS DE ATRASO
NA ENTREGA DA
ESCRITURAÇÃO

6
6 MULTAS DE ATRASO NA ENTREGA
DA ESCRITURAÇÃO

Para evitar sanções, faz-se necessário averiguar profundamente o que esta-


belece a legislação. O próprio Guia Prático e a legislação aplicável à EFD Con-
tribuições traz a previsão de algumas multas pelo atraso da entrega.

Para muitas dessas multas já existe a previsão, até mesmo, sem haver a obri-
gatoriedade do envio da EFD Contribuições, que é o caso das pessoas físicas.

A não entrega de arquivos digitais do Sped, pelo atraso na entrega ou por


sua inexatidão sofre penalidades conforme estabelecido pela Lei nº 12.873,
de 24 de outubro de 2013, com a seguinte redação do artigo 57 da Medida
Provisória nº 2.158-35, de 2001, determina que:

O sujeito passivo que deixar de cumprir as obrigações acessórias exigidas


nos termos do art. 16 da Lei nº 9.779, de 19 de janeiro de 1999, ou que as
cumprir com incorreções ou omissões será intimado para cumpri-las ou para
prestar esclarecimentos relativos a elas nos prazos estipulados pela Secreta-
ria da Receita Federal do Brasil e sujeitar-se-á às seguintes multas:

I - por apresentação extemporânea:

a) R$ 500,00 (quinhentos reais) por mês-calendário ou fração, relativamente às pessoas


jurídicas que estiverem em início de atividade ou que sejam imunes ou isentas ou que, na
última declaração apresentada, tenham apurado lucro presumido ou pelo Simples Nacio-
nal;

b) R$ 1.500,00 (mil e quinhentos reais) por mês-calendário ou fração, relativamente às


demais pessoas jurídicas;

c) R$ 100,00 (cem reais) por mês-calendário ou fração, relativamente às pessoas físicas.

II - por não cumprimento à intimação da Secretaria da Receita Federal do Brasil para cum-
prir obrigação acessória ou para prestar esclarecimentos nos prazos estipulados pela au-
toridade fiscal: R$ 500,00 (quinhentos reais) por mês-calendário;

65

Capítulo 02 - ESCRITURAÇÕES FISCAIS DIGITAIS - (EFD) CONTRIBUIÇÕES


III - por cumprimento de obrigação acessória com informações inexatas, incompletas ou
omitidas:

a) 3% (três por cento), não inferior a R$ 100,00 (cem reais), do valor das transações comer-
ciais ou das operações financeiras, próprias da pessoa jurídica ou de terceiros em relação
aos quais seja responsável tributário, no caso de informação omitida, inexata ou incom-
pleta;

b) 1,5% (um inteiro e cinco décimos por cento), não inferior a R$ 50,00 (cinquenta reais),
do valor das transações comerciais ou das operações financeiras, próprias da pessoa física
ou de terceiros em relação aos quais seja responsável tributário, no caso de informação
omitida, inexata ou incompleta.

§ 1º ....
§ 2º Para fins do disposto no inciso I, em relação às pessoas jurídicas que, na última decla-
ração, tenham utilizado mais de uma forma de apuração do lucro, ou tenham realizado al-
gum evento de reorganização societária, deverá ser aplicada a multa de que trata a alínea
b do inciso I do caput.
§ 3º A multa prevista no inciso I do caput será reduzida à metade, quando a obrigação
acessória for cumprida antes de qualquer procedimento de ofício.

Resumindo o que diz a legislação: existe uma multa de R$ 500,00 para o


início de atividade, para as empresas que sejam imunes ou isentas do IR, ou
que na última declaração, como pessoa jurídica, eram do Lucro Presumido
ou optante pelo Simples Nacional.

Além disso, existe uma multa de R$ 1.500,00 por mês ou fração para as de-
mais pessoas jurídicas. Multa de R$ 100,00 para as pessoas físicas e de R$
500,00 por não cumprimento de intimidação. Como exemplo disso é possí-
vel imaginar o caso de uma pessoa jurídica do Lucro Real que não enviou a
EDF Contribuições dentro no prazo estabelecido.

Ou caso é quando se recebe uma intimação da Receita Federal para enviar no


prazo de 10 dias, se a mesma não for cumprida aquela multa de R$ 1.500,00
será acrescentada mais R$ 500,00 por não cumprimento da intimação fiscal.
Lembrando que, essas penalidades são apenas por atraso na entrega das
obrigações acessórias.

Ademais ainda existe a previsão da multa de 3% não inferior a R$ 100,00 em


caso de incorreções, erros ou omissões. É importante ressaltar que, existe a
redução de 50% em cima do valor no caso de pagamento de multas de ma-
neira espontânea.
66

Capítulo 02 - ESCRITURAÇÕES FISCAIS DIGITAIS - (EFD) CONTRIBUIÇÕES


No intuito de refletir melhor sobre o assunto, colocando um aspecto mais
prático, costumo indagar, em minhas aulas, se somente a matriz entrega a
EFD Contribuições. Mas antes, é importante lembrar que no Sped Fiscal, a
Ajuste Sinief S/N de 1970, prevê que cada estabelecimento precisa manter
a escrituração dos livros fiscais. Com isso, a obrigatoriedade do Sped Fiscal
será por estabelecimento, ou seja, se houver matriz em cinco filiais, o contri-
buinte terá que mandar seis arquivos do Sped Fiscal.

No que se refere à EFD Contribuições, essa realidade é diferente. Lá se deve


centralizar o movimento na matriz, onde se importará do PVA da EDF Con-
tribuições um único arquivo por empresa, e, no mesmo deverá ser levada
todas as informações relacionadas às receitas, custos, despesas e aquisições
com direito a crédito, estruturados por estabelecimento.

Lembrando que, essas informações relacionadas a créditos, a informação de


despesas e de custos são somente para empresas que tiverem no regime
não cumulativo das contribuições. No 0140 serão informados os diversos
estabelecimentos da Pessoa Jurídica.

Ou seja, o arquivo deverá ser feito dizendo que se refere à informação da


matriz, mas no registro 0150 deverão ser detalhados todos os estabeleci-
mentos e filiais. O arquivo vai ser submetido a um PVA. Em regra geral, se a
informação existe o contribuinte está obrigado a prestá-la.

Ressalte-se que, para uma execução eficaz do Sped em relação aos itens
explanados aqui, é de fundamental importância lembrar que a EFD Contri-
buições é uma escrituração fiscal digital que visa apresentar as informações
digitais relacionadas à apuração do PIS, Cofins ou da Contribuição Previden-
ciária sobre a Receita Bruta, obrigando, em regra, que pessoas jurídicas tri-
butadas pelo lucro real, presumido e arbitrado, em algumas situações espe-
cíficas, aquelas pessoas imunes ou isentas do imposto de renda.

Ademais, não se faz necessário enviar um arquivo para cada estabelecimen-


to, as informações da EFD Contribuições, assim como o cálculo dos tributos
federais é feito centralizados na matriz. Por fim, outra informação importan-
te é que o prazo para envio da escrituração é até o décimo dia útil do segun-
do mês subsequente a que se refere à competência.

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Capítulo 02 - ESCRITURAÇÕES FISCAIS DIGITAIS - (EFD) CONTRIBUIÇÕES


RETIFICAÇÃO DE
ESCRITURAÇÃO
JÁ TRANSMITIDA

7
7 RETIFICAÇÃO DE ESCRITURAÇÃO
JÁ TRANSMITIDA

É possível retificar escriturações já emitidas? Esse item tem como objetivo


orientar sobre procedimentos em relação ao assunto questionado.

Na IN RFB nº 1.252/2012 em seu artigo 11 com a nova redação dada pela IN


RFB nº 1.387/2013, a pessoa jurídica pode substituir arquivo de escrituração
digital já transmitido, mediante: transmissão de novo arquivo digital valida-
do e assinado para inclusão, alteração ou exclusão de documentos ou ope-
rações da escrituração fiscal, ou para efetivação de alteração nos registros
representativos de créditos e contribuições e outros valores apurados.

No novo prazo para retificação, ampliado, a pessoa jurídica poderá proceder


à retificação da EFD Contribuições em até cinco anos contados do primeiro
dia do exercício seguinte àquele a que se refere à escrituração a ser substitu-
ída. O arquivo retificador da EFD Contribuições não produzirá efeitos quanto
aos elementos da escrituração, quando tiver por objeto:
I - reduzir débitos de Contribuição:
a) cujos saldos a pagar já tenham sido enviados à Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) para
inscrição em Dívida Ativa da União (DAU), nos casos em que importe alteração desses saldos;
b) cujos valores apurados em procedimentos de auditoria interna, relativos às informações indevidas ou
não comprovadas prestadas na escrituração retificada, já tenham sido enviados à PGFN para inscrição
em DAU; ou
c) cujos valores já tenham sido objeto de exame em procedimento de fiscalização;
II - alterar débitos de Contribuição em relação aos quais a pessoa jurídica tenha sido intimada de início
de procedimento fiscal; e
III - alterar créditos de Contribuição objeto de exame em procedimento de fiscalização ou de reconhe-
cimento de direito creditório de valores objeto de Pedido de Ressarcimento ou de Declaração de Com-
pensação.
Todavia, a pessoa jurídica poderá apresentar arquivo retificador da escrituração, em atendimento a inti-
mação fiscal e nos termos desta, para sanar erro de fato:
a) na hipótese prevista no item II acima, havendo recolhimento anterior ao início do procedimento fiscal,
em valor superior ao escriturado no arquivo original, desde que o débito tenha sido também declarado
em DCTF; e
b) na hipótese prevista no item III acima, decorrente da não escrituração de operações com direito a cré-
dito, ou da escrituração de operações geradoras de crédito em desconformidade com o leiaute e regras
da EFD-Contribuições.

A pessoa jurídica que transmitir arquivo retificador da EFD-Contribuições, alterando valores que tenham
sido informados na Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais (DCTF), deverá apresentar,
também, DCTF retificadora, observadas as disposições normativas quanto à retificação desta (grifos ori-
ginais).

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Capítulo 02 - ESCRITURAÇÕES FISCAIS DIGITAIS - (EFD) CONTRIBUIÇÕES


Trazendo para a prática, como exemplo, a viabilidade de retificação de in-
formações referentes aos meses de janeiro ou fevereiro de 2017.

Qual seria o prazo nesse caso? Sobre isso é preciso saber que deverá ser
contado a partir do primeiro dia do exercício de 2018, ou seja, contando-
-se, consequentemtne, cinco anos para frente.

Vale lembrar que, essas retificações não produzirão efeitos no caso de se


reduzir débitos de contribuições que já tenham sido enviados à Procurado-
ria Geral da Fazenda Nacional, conforme pontuado na citação acima.

Mas vale ressaltar também sobre as operações extemporâneas, conforme


instruções da legislação:
Neste sentido, a partir do período de apuração referente a agosto de 2013, a apuração e escrituração de
créditos vinculados a serviços contratados ou a produtos adquiridos com direito a crédito, referentes a
períodos anteriores, serão prestadas em arquivo retificador, nos registros A100 (serviços) e/ou C100 (bens
para revenda e insumos adquiridos), por exemplo, do período de competência a que se referem, e não
mais, nos antigos registros de créditos extemporâneos 1101/1102 (PIS/Pasep) e 1501/1502 (Cofins), ou de
contribuições extemporâneas 1200/1210/1220 (PIS/Pasep) e 1600/1610/1620 (Cofins).

Ressalte-se que os registros para a escrituração das operações geradoras de crédito e de receitas auferi-
das, dos blocos “A”, “C”, “D” e “F”, validam a escrituração de documentos correspondentes aos períodos de
apuração da escrituração, mesmo que a data de emissão do documento fiscal seja diferente (anterior ou
posterior) à data a que se refere à escrituração, descrita no registro “0000”.

A interrupção na validação dos registros extemporâneos é determinada em função do período de apura-


ção da escrituração, ou seja, para as escriturações com período de apuração a partir de agosto de 2013,
inclusive (3).

Tendo em vista a possibilidade da pessoa jurídica de proceder à retifica-


ção da escrituração em até cinco anos, a partir da vigência da IN RFB nº
1.387/2013, a inclusão de novas operações representativas de créditos ou
de contribuições, ainda não incluídos em escrituração digital já transmitida,
deve ser formalizada mediante a retificação do arquivo digital do período
de apuração a que se referem às citadas operações.

3 - O PVA na versão 2.05 e posteriores continua validando eventual registro extemporâneo, se o


arquivo txt importado se referir a PA igual ou anterior a julho de 2013. Para as escriturações com
período de apuração a partir de agosto de 2013, o PVA não valida nem permite a geração de regis-
tros de operação extemporânea, gerando ocorrência de erro de escrituração.

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Capítulo 02 - ESCRITURAÇÕES FISCAIS DIGITAIS - (EFD) CONTRIBUIÇÕES


GERAÇÃO DE
ARQUIVOS, BLOCOS
E REGISTROS

8
8 GERAÇÃO DE ARQUIVOS

Antes de aprofundar as explicações em torno dos documentos que fazem os


arquivos da EFD Contribuições, é muito importante entender que todos os
Speds que possuem PVAs offlines, trabalham dentro dessa linha de raciocí-
nio.

Desta forma, eles possuem leiautes que se dividem em vários blocos que são
conjuntos macros de informações, e, dentro desses blocos os Speds estão
subdivididos em diversos registros sendo estes de informações mais deta-
lhadas, e por fim, os campos, que são as informações que compõem os re-
gistros.

Com essa pequena contextualização é possível verificar mais sobre o assun-


to no item seguinte, que inclusive mostrará a Tabela de Blocos obrigatória.

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Capítulo 02 - ESCRITURAÇÕES FISCAIS DIGITAIS - (EFD) CONTRIBUIÇÕES


8.1 BLOCOS E REGISTROS

Entre o registro inicial (registro 0000) e o re-


gistro final (9999), o arquivo digital é consti-
tuído de blocos, cada qual com um registro
de abertura, com registros de dados e com
um registro de encerramento, referindo-se
cada um deles a um agrupamento de docu-
mentos e de outras informações econômico-
-fiscais ou contábeis.

A apresentação de todos os blocos, na sequência, conforme a Tabela Blo-


cos é obrigatória, sendo que o registro de abertura do bloco indicará se
haverá ou não informação.

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Capítulo 02 - ESCRITURAÇÕES FISCAIS DIGITAIS - (EFD) CONTRIBUIÇÕES


A estrutura do arquivo se apresenta quando a obrigatoriedade ou não de
escrituração de cada bloco é determinada através de acordo com: a qualifi-
cação da pessoa jurídica em geral, do sistema financeiro etc; e do regime de
tributação do IR (Lucro real, presumido/arbitrado).

Como exemplo, o Bloco I se refere exatamente às instituições financeiras. Ou


seja, em caso de ser uma pessoa jurídica que não se trata de uma instituição
financeira, não há a necessidade de se fazer o preenchimento do Bloco I.

Para um melhor aproveitamento dessas informações e entender sobre regis-


tros no intuito de aplicar cada um deles ao Sped, faz-se imprescindível um
detalhamento dos blocos e seus principais registros, conforme elencados na
sequência abaixo:

1) Bloco 0 – Abertura, Identificação e Referências. O bloco é referente às


informações cadastrais da Pessoa Jurídica. Principais registros:

0000 – Identificação da Pessoa Jurídica, que corresponde ao primeiro regis-


tro da escrituração. Nele constarão as informações de uma escrituração Ori-
ginal ou Retificadora, data, CNPJ, além da atividade que será operacionaliza-
da pela empresa.

0100 – Dados do Contabilista, onde é feito a identificação do responsável


pela escrituração fiscal da empresa. Também pode ser escriturados por es-
tabelecimento. 0110 – Regime de Apuração, que apresenta sobre o regime
cumulativo, não cumulativo ou ambos de uma empresa.

0120 – Identificação de Períodos Dispensados da EFD, local onde se devem


informar os meses em que não tenha realizado operações de receitas auferi-
das ou créditos das contribuições.

0500 – Plano de Contas Contábeis, espaço o qual será comunicado onde


contas contábeis que representam receitas e os créditos.

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Capítulo 02 - ESCRITURAÇÕES FISCAIS DIGITAIS - (EFD) CONTRIBUIÇÕES


2) Bloco A – Documentos fiscais de serviços tributados pelo ISS. Ou seja,
notas fiscais de serviços, eletrônica ou até mesmo o modelo que seja em pa-
pel. Principais registros:

A100 – NF de Serviço, ou seja, um registro para cada NFS eletrônica ou em


papel.

A120 – Informação Complementar (Importação), onde se detalha as infor-


mações das operações de importações de serviços com direito a crédito,
além de pagamentos de PIS/Cofins referentes aos serviços contratados.

3) Bloco C – Documentos fiscais de mercadorias (ICMS/IPI). Assim como


na EFD ICMS, deverão ser apresentados na EFD Contribuições os documen-
tos fiscais de mercadorias tributados pelo ICMS. Principais registros:

C010 – Identificador da Apuração, que identifica o estabelecimento da pes-


soa jurídica a que se refere à movimentação. Em seguida, é possível identifi-
car a aquisição, venda ou devolução de mercadorias.

C100 – Nota Fiscal Eletrônica, que informa sobre os documentos fiscais: NF,
NF Avulsa, NF de Produtor, NF-e e NFC-e.

C180 – Consolidação da NF-e (operações de vendas), onde é apresentada


a consolidação das notas fiscais de operações de vendas realizadas pela
pessoa jurídica, por item vendido (0200 – Cadastro de Produtos), mediante
emissão de NF-e e NFC-e.

C400 – Equipamento ECF, nele se identifica os equipamentos ECF. As opera-


ções de vendas podem ser escriturados de forma consolidada (C490) ou por
ECF (C400) a critério do contribuinte.

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Capítulo 02 - ESCRITURAÇÕES FISCAIS DIGITAIS - (EFD) CONTRIBUIÇÕES


4) Bloco D – Documentos Fiscais de Serviços (ICMS). Basicamente refere-
-se aos serviços de transporte e comunicação. É importante esclarecer que
as informações dos blocos A, C e D, serão prestadas apenas para as empresas
que estiverem no Regime Não-Cumulativo.

Ou seja, pessoas jurídicas que estiverem mandando a EFD de maneira deta-


lhada mesmo estando no Regime Cumulativo, para o caso de mandarem a
EDF Resumida, consolidada, não precisarão escriturar os documentos fiscais
um a um, em suma, as notas fiscais de serviços, de mercadorias e conheci-
mentos de transportes.

Principais registros do bloco D:

D200 – Prestação de Serviço de Transporte, local onde deverá se escriturar a


consolidação diária dos documentos fiscais, referentes à prestação de servi-
ços de transportes.

D300 – Consolidação Diária do Bilhete de Passagem, já escritura sobre a con-


solidação diária dos documentos fiscais, referentes à prestação de serviços
de transportes: rodoviário, aquiviário, de bagagem, ferroviário.

D350 – Resumo Diário para Cupom Fiscal de Serviço, onde deve ser a con-
solidação diária das operações referentes serviços de transportes, objeto de
registro em CF de serviço.

D600 – Consolidação de NF de Ser-


viço de Comunicação e
Telecomunicação, que se trata da
consolidação das receitas auferi-
das pelas empresas de comunica-
ção e de telecomunicação.

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Capítulo 02 - ESCRITURAÇÕES FISCAIS DIGITAIS - (EFD) CONTRIBUIÇÕES


5) Bloco F – Demais Documentos e Operações. Principais registros:

F100 – Demais Documentos Geradores de Contribuições


- Receitas Financeiras auferidas no período;
- Receitas auferidas de Juros sobre o Capital Próprio;
- Receitas de Aluguéis auferidas no período.

F200 – Operações da Atividade Imobiliária, que se refere ao espaço para a


escrituração da receita da atividade imobiliária de cada imóvel vendido em
registro individualizado.

F600 – Contribuições Retidas na Fonte, onde a pessoa jurídica é beneficiária


da retenção/recolhimento de PIS/COFINS.

F700 – Deduções Diversas, local onde se apresenta créditos presumidos (me-


dicamentos); ST não ocorrência do FG; Créditos s/ bebidas frias.

F800 – Créditos Decorrentes de Eventos de Incorporação, Fusão e Cisão.

6) Bloco I - Operações das Instituições financeiras e assemelhados.

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Capítulo 02 - ESCRITURAÇÕES FISCAIS DIGITAIS - (EFD) CONTRIBUIÇÕES


7) Bloco M – Apuração das Contribuições e Créditos Pis/Cofins. Trata-se de
um dos principais blocos da EFD Contribuições. Local onde é apresentado a
apuração do Pis e da Cofins. No que se refere à EFD Contribuições, é impor-
tante entender que o fisco tem um olhar muito especial para as informações
de créditos.

Porque o crédito abate o valor do tributo a pagar. Com isso é viável pen-
sar sempre que as contribuições rescindem sobre as receitas. Então fica fácil
identificar as receitas que são tributadas. Ou seja, aquilo que vai abater o
valor do devido tributo são os créditos. São principais registros do Bloco M:

M100 – Crédito de PIS/Pasep do Período, onde são consolidados os tipos


crédito de PIS/Pasep por tipo de crédito. O mesmo ocorrerá para uma nota
de serviço ou um conhecimento de transporte ou uma compra de merca-
doria que oferecem crédito. Ou seja, os tipos de créditos e valor deles serão
consolidados.

M200 – Contribuição para PIS/Pasep no Período, local da apuração do PIS/


Pasep e demonstração do valor a pagar.

M300 – Contribuição Diferida de Períodos Anteriores, para o caso de contri-


buições diferidas em períodos anteriores, que deverão ser pagas no atual pe-
ríodo da escrituração. M350 – PIS/Pasep sobre Folha de Salários, para entida-
des imunes ou isentas do IRPJ que recolhem o PIS sobre a Folha de salários.

M400 – Receitas Isentas ou Não Incidentes PIS/Pasep, onde as receitas não


sujeitas ao pagamento do PIS/Pasep. M500 – Crédito de Cofins, relativo ao
Período Consolidação do crédito de Cofins por tipo de crédito.

M600 – Cofins no Período, traz os créditos que estavam detalhados no M500


para o M600, ou seja, a apuração do Cofins e demonstração do valor a pagar
(débitos provenientes das receitas.

M700 – Cofins Diferida em Períodos Anteriores Diferida em períodos ante-


riores, que deverão ser pagos no atual período da escrituração.

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Capítulo 02 - ESCRITURAÇÕES FISCAIS DIGITAIS - (EFD) CONTRIBUIÇÕES


8) Bloco P – Apuração da CPRB, onde serão detalhadas as informações so-
bre a Contribuição Previdenciária sobre a Receita Bruta. Ressalte-se que, essa
obra visará o estudo da Reinf – que se trata da escrituração fiscal digital de
outras informações e retenções e que traz também informações acerca da
contribuição previdenciária – e com o advento dela, o que se planeja futura-
mente é que o Bloco P seja extinto.

Afinal, não existe necessidade de se ter informações a respeito da contribui-


ção previdenciária no Sped Contribuições e também na Reinf.

São principais registros do bloco P:

P100 – Receitas Sujeitas a CPRB, onde deverá ser apresentado um registro


para cada estabelecimento da pessoa jurídica que tenha auferido receita de-
corrente da venda de produtos fabricados e serviços sujeitos à contribuição
previdenciária incidente sobre a receita bruta.
P200 – Consolidação da CPRB, local para se fazer um somatório da contribui-
ção sobre a receita bruta mensal de cada estabelecimento.

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Capítulo 02 - ESCRITURAÇÕES FISCAIS DIGITAIS - (EFD) CONTRIBUIÇÕES


9) Bloco 1 – Complemento da Escrituração e o Controle de saldos, crédi-
tos e retenções. Principais registros:

1100 – Controle de Créditos Fiscais PIS/Pasep, períodos anteriores à escritu-


ração ou apurado no período.

Identificação do tipo de crédito, constituição e utilização.

1300 – Controle de Valores Retidos na Fonte PIS/Pasep, períodos anteriores


à escrituração ou apurado no período. Poderão ser usados para deduzir a
contribuição no M200.
Consolidação por natureza de retenção.

1500 – Controle de Créditos Fiscais Cofins, períodos anteriores à escrituração


ou apurado no período. Identificação do tipo de crédito, constituição e utili-
zação.

1700 – Controle de Valores Retidos na Fonte Cofins, tanto de períodos ante-


riores a escrituração ou apurado no período. Poderão ser usados para dedu-
zir a contribuição no M600. Consolidação por natureza de retenção.

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Capítulo 02 - ESCRITURAÇÕES FISCAIS DIGITAIS - (EFD) CONTRIBUIÇÕES


Conclusão

O QUE VOCÊ
APRENDEU?
O QUE VOCÊ APRENDEU?
Neste ebook você aprendeu que as Escriturações Fiscais Digitais são par-
te integrante do projeto SPED, e representam a prestação de informações
pelos contribuintes da apuração de tributos de muita importância para arre-
cadação nacional, tais como: ICMS, PIS, COFINS e IPI.

Também foi possível entender, que a prestação de informações por meio das
Escriturações Fiscais Digitais representam uma evolução de declarações
para escriturações que deixaram de ser extremamente sintéticas e passa-
ram a ser muito analíticas, detalhando de maneira muito significativa todas
as operações praticadas pelos contribuintes.

Também foi possível entender as principais regras de obrigatoriedade, pe-


riodicidade e estudar os principais registros, além da distribuição das infor-
mações por meio de blocos e campos.

Por fim, diante do senário político tributário brasileiro e da prestação das


informações em meio digital, torna-se extremamente importante auditorias
preventivas das informações enviadas em meio digital. Para isso, recomen-
da-se para uma aderência segura e sustentável, que as informações sejam
auditadas antes de serem enviadas ao fisco, e cruzados os dados das Escri-
turações Fiscais Digitais com as Escriturações Contábeis Digitais e os Docu-
mentos Fiscais Eletrônicos.

Professor Fellipe
82 Guerra

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