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02 – DESCRIÇÃO E JUSTIFICATIVA
Diferentemente da primeira impressão que temos quando ouvimos a expressão “Nota Fiscal
Fácil”, não estamos nos referindo a um novo documento fiscal, nem a um aplicativo, nem a
mais um regime especial entre os inúmeros existentes. Estamos nos referindo a um conjunto
de conceitos e processos transformadores das Administrações Tributárias Brasileiras, voltados
para tornar a emissão dos documentos fiscais de prestação de serviço de transportes e vendas
de mercadorias, em uma ação simples, rápida e intuitiva, que pode ser executada diretamente
de um smartphone e sem a necessidade de entendimento da complexa legislação fiscal,
conforme legislação já aprovada e disposta no Ajuste SINIEF 37/2019, de 13 de dezembro de
2019.
Foi justamente este incomodo, alinhada com a inquestionável constatação que, de fato,
vivemos em um “Manicômio Tributário”, que levaram os líderes técnicos do ENCAT que atuam
na gestão dos diversos Documentos Fiscais Eletrônicos, a questionarem: “Será que estamos
cometendo atos insanos que estão contribuindo para a formação deste Manicômio Tributário?
A Nota Fiscal Fácil, NFF foi desenvolvida com o apoio da , é um aplicativo para celular,
disponibilizado aos contribuintes pelas Administrações Tributárias dos Estados, desenvolvido
pela Secretaria da Fazenda e pelo Centro de Tecnologia da Informação e Comunicação do
Estado do Rio Grande do Sul (SEFAZ-RS e PROCERGS) sob a coordenação do Encat, para
disponibilizar ao Micro Empreendedor Individual, Transportador Autônomo da Cargas e
Pequeno Produtor Primário e que coloca nas mãos dos contribuintes uma ferramenta gratuita
de emissão de documentos fiscais eletrônicos (NF-e, NFC-e, CT-e, MDF-e) extremamente
simples, pelo qual estes contribuintes o contribuinte informam apenas os dados comerciais e
de transportes de seu conhecimento e a inteligência fiscal desenvolvida para o App , e o
próprio Fisco complementa todas as demais informações necessárias para emissão dos DFe,
em perfeita conformidade fiscal com a complexa legislação tributária.entregando
conformidade fiscal à operação, entre diversas, entre outras vantagens e facilidades.
A inscrição da Nota Fiscal Fácil se justifica pelo entendimento que o Projeto da NFF atende a
todos os requisitos do Prêmio Tributare, contribuindo em muito para o aprimoramento da
justiça fiscal e do relacionamento Fisco-Contribuinte, em benefício direto da sociedade,
promovendo a modernização, a transparência, a simplificação, a eficiência e a conformidade
tributária, melhorando as relações Fisco-Contribuinte e promovendo o ambiente de negócios
no país, e sendo assim, o Prêmio Tributare e os canais da Febrafite se candidatam a ajudar na
disseminação da NFF como uma boa prática no âmbito das Administrações Tributárias da União
e dos Estados, ajudando a valorizar as carreiras de Administração Tributária do país.
O objetivo do Regime Especial Nota Fiscal Fácil (NFF) é tornar o processo de emissão de
documentos fiscais eletrônicos (DFe) o mais simples possível para o contribuinte, deixando a
complexidade de geração dos arquivos XML correspondentes sob a responsabilidade de um
sistema centralizado, o Portal Nacional da NFF. O custo operacional de uma empresa para ter
uma estrutura que permita não só o controle do processo de emissão de documentos fiscais,
mas também garantir a conformidade tributária das operações, é apontado como um dos
maiores entraves para o desenvolvimento do país e um dos motivadores para as discussões
acerca da necessidade de uma Reforma Tributária ampla que repactue a relação entre os fiscos
e a sociedade.
A Nota Fiscal Fácil surge no contexto, onde o custo para emissão de documento fiscal não pode
ser absorvido por pequenos contribuintes do ICMS, além de oferecer um nível de abstração
que dispensa conhecimento de regras tributárias complexas e traz para o lado do fisco a
responsabilidade pela geração do arquivo, assinatura, autorização e conformidade tributária
das operações comerciais.
A Nota Fiscal Fácil atende diversas das boas práticas recomendadas pelas principais entidades
internacionais, como por exemplo:
05 – EXPORTABILIDADE
Além dessa capacidade, a NFF serviu como modelo para outros projetos de simplificação
extrema que estão em fase de especificação, como a Plataforma de Emissão Simplificada (PES)
e o Provedor de Assinatura e Autorização (PAA), ambos seguem a filosofia da NFF em receber
apenas dados comerciais e a partir da abstração produzir os DFe resultantes.
07 – SIMPLIFICAÇÃO
A Nota Fiscal Fácil simplifica de forma extrema a emissão dos documentos fiscais, uma vez que
o contribuinte pode emitir os DFe pelo celular, informando apenas os dados comerciais. Além
disso, uma vez que ele não precisa se preocupar com as demais informações de cunho fiscal,
que são automaticamente preenchidas pelo sistema, o processo de emissão se torna
extremamente célere, podendo inclusive ser realizado sem estar conectado à internet. O
resultado da emissão é um DFe nos padrões nacionais, gerado pelo próprio Fisco, disponível
para consulta tanto pelo próprio aplicativo quanto por todos os portais dos Fiscos e de DFe, e
integrado a todos os demais processos atualmente em uso, o que confere altíssima
transparência.
08 - ALCANCE SOCIAL
O potencial de alcance social do Nota Fiscal Fácil é muito elevado. O público alvopúblico-alvo é
o contribuinte de menor capacidade contributiva e por este motivo tem mais dificuldade de
cumprir com as obrigações acessórias como emissão de Documento Fiscal.
Temos no Brasil aproximadamente 5 milhões de produtores rurais, conforme Censo do IBGE.
Já as empresas do simples nacional são 19 milhões, sendo dessas 4,2 milhões de empresas de
pequeno porte.
Sendo assim temos um alcance social na casa dos milhões de pessoas que estão sustentando
esses negócios rurais, de transporte e pequenas empresas que podem contar com os
benefícios da Nota Fiscal Fácil.
Nota Fiscal Eletrônica (NFe): substituiu a Nota Fiscal em papel e representa uma
operação comercial de venda de produtos ou serviços entre empresas;
O modelo operacional de autorização dos DFe inicia pela geração de um arquivo no formato
Extensible Markup Language (XML) pelo contribuinte e contém as informações em
conformidade com leiaute definido em Manuais de Orientação do Contribuinte (MOC).
O arquivo XML do DFe é assinado eletronicamente pelo certificado digital do contribuinte (e-
CPF ou e-CNPJ) e transmitido pela internet em canal seguro para os Webservices da SVRS.
Cada DFe é analisado em tempo real pelo serviço de processamento da Sefaz e após validado
pelo conjunto de regras de validação estabelecidas no MOC recebe a autorização de uso ou
rejeição.
Aplicativo emissor: Aplicativo de emissão colocado à disposição pelo fisco para ser
executado em dispositivos móveis para os públicos-alvo do projeto com
autenticação pela plataforma gov.br;
O aplicativo da Nota Fiscal Fácil faz o papel de software emissor do documento fiscal eletrônico
e está disponível nas plataformas Android (Google) e IOS (Apple). O acesso ao aplicativo se dá
pelo login na plataforma gov.br do governo federal com o CPF do responsável pela empresa
(nível prata de acesso). A função do aplicativo é oferecer uma interface amigável para o usuário
informar os dados mínimos para emissão de um DFe.
No primeiro acesso, o aplicativo solicita usuário e senha da plataforma gov.br e uma vez
validado faz uma requisição ao backend denominado Portal da NFF para geração de um par de
chaves criptográficas que garantem a autenticidade e não repúdio dos pedidos de emissão.
Essa chave no padrão RSA será utilizada para assinar todas as chamadas do aplicativo para o
portal.
A assinatura do pedido de emissão é realizada com algoritmo SHA1 pela chave RSA
armazenada no dispositivo móvel do usuário, configura a Assinatura Avançada do documento
fiscal, conforme disposto na Lei 14.063 de 23 de setembro de 2020. Somente o Portal da NFF
possui a chave capaz de decriptar o pedido e validar sua autenticidade.
Com base no pedido de emissão, o Portal da NFF aplica as regras estabelecidas para cada tipo
de DFe e utiliza o motor de regras para montar o arquivo do documento fiscal no formato XML,
este arquivo antes de ser transmitido para a Sefaz deverá ser assinado digitalmente com o
certificado ICP-Brasil e-CNPJ da PROCERGS, o que caracteriza a Assinatura Qualificada do DFe e
faz parte do modelo implantado desde 2006.
Por fim o documento é submetido ao sistema de autorização da Sefaz onde será validado e
autorizado para o contribuinte. O sistema da Sefaz devolve para o Portal da NFF o protocolo de
autorização de uso do DFe para ser remetido ao usuário do aplicativo através de uma
mensagem de notificação no celular (push).
O aplicativo fornece ainda a possibilidade de emissão offline, muito útil em regiões com
dificuldade de acesso à internet. O pedido de emissão fica armazenado até que o usuário fique
novamente online, quando automaticamente se encarrega de transmitir e autorizar o DFe.
0810 – A PRÁTICA ESTÁ EM DESENVOLVIMENTO? / CRONOGRAMA
Módulo TAC (09/2020): voltado a transportadores autônomos de carga que fazem transporte
de carga lotação em operações intermunicipais e interestaduais, produz Conhecimento de
Transporte Eletrônico e Manifesto de Documentos Fiscais Eletrônicos (MDFe);
Módulo PPR (02/2022): emissão de NFF para pequenos produtores rurais, possui um cadastro
de produtos com tributação e operações gerenciadas pelo fisco e atende operações internas
para produtores pessoa física com inscrição estadual;
Módulo Varejo Simples Nacional (03/2023): módulo que permite a emissão de Nota Fiscal do
Consumidor Eletrônica (NFCe) para comerciantes sob o regime do Simples Nacional em
operações de venda com mercadorias adquiridas de terceiros;
Módulo Produtor Rural V2 (previsto 2024): Evolução que permitirá vendas interestaduais,
contribuintes que possuem CNPJ e ampliação dos tipos de produtos oferecidos para a emissão;
Módulo Carga Fracionada (previsto 2024): Amplia os recursos para o TAC poder emitir
documentos de transporte para carga fracionada;
09 11 – RECURSOS
Foram estabelecidas metas quantitativas? Tais metas foram atingidas? Foi adotado algum
instrumento de avaliação das atividades da prática? Esses indicadores são medidos por quais
critérios?
O projeto conta com a adesão voluntária das Unidades Federadas, esse processo passa
sobretudo pela preparação de cada administração tributária em recepcionar a legislação base
da NFF e configurar os parâmetros para formação das regras tributárias que permitem toda a
abstração para o contribuinte.
Esse movimento tem uma evolução diferente em cada estado e região, o projeto atualmente
conta com 21 UF disponibilizando o aplicativo para TAC, 11 oferecem para seus produtores
rurais e 6 UF´s já oferecem o módulo recém-lançado do Simples Nacional.
Nos ambientes de teste já existem diversas outras administrações testando e com lançamento
previsto para 2023.
Junto aos contribuintes algumas iniciativas dos estados têm contribuído para o aumento da
utilização do produto. O ENCAT e a SEFAZ RS promoveram a concepção de folders explicativos
para distribuição nos postos fiscais e para as associações de classe de produtores, outras UFs
promovem seminários e lançamentos junto aos público-alvo do produto, como tem feito o
estado de Goiás, Espírito Santo e Acre.
Desta forma o aplicativo tem apresentado saltos no volume de emissões que são bastante
perceptíveis. Em dezembro de 2021 a média mensal de documentos gerados pelo aplicativo
era de 2.000 documentos, ao final de 2022 esse número já passava de 5.000 mensais, e desde
o dia 28 de agosto de 2023 são mais de 1.000 documentos gerados por dia na ferramenta.
Acredita-se que a implantação do módulo do MEI, muito aguardada tanto pelo fisco, quanto
pelos contribuintes, esses números terão outro acréscimo relevante.
Outra iniciativa que merece destaque é em relação ao atendimento ao usuário, tanto nas lojas
quanto através de mecanismo de envio de dúvidas diretamente pelo aplicativo, a equipe da
PROCERGS e da SEFAZ conseguem responder rapidamente e produzir respostas a dúvidas
técnicas, de legislação e tributárias formuladas diretamente pelos usuários em situações reais.
Essa métrica é importante subsídio para melhoria contínua do produto visando sempre a
usabilidade e facilidade para o contribuinte.
A Nota Fiscal Fácil colabora para que sejam atendidos os princípios constitucionais.
Ela pode ser alicerce para o princípio dos "valores sociais do trabalho e da livre iniciativa",
possibilitando ao contribuinte exercer este princípio com custo zero, conformidade e
simplificação.
Ao trazer para formalidade parte dos contribuintes que não estavam inseridos nesta realidade,
a Nota Fiscal Fácil também potencializa a arrecadação tributária, atendendo assim os princípios
da "garantir o desenvolvimento nacional" e os recursos podem ser utilizados para "erradicar a
pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais".