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03
Interpretação da lei processual penal. Arts. 1º ao
3º do CPP.
Art. 1º O processo penal reger-se-á, em todo o território brasileiro, por este Código
(...)
Art. 1º O processo penal reger-se-á, em todo o território brasileiro, por este Código,
ressalvados:
▪ Princípio da unidade processual penal.
▪ O princípio da territorialidade não é absoluto, já que o próprio art. 1º do CPP
anuncia exceções. O princípio da territorialidade é temperado ou mitigado
pela intraterritorialidade. Abaixo constam as exceções (não se aplica o
princípio da territorialidade).
Parágrafo único. Aplicar-se-á, entretanto, este Código aos processos referidos nos
nºs. IV e V, quando as leis especiais que os regulam não dispuserem de modo
diverso.
▪ Mesmo nas exceções, aplica-se o CPP de forma subsidiária.
Art. 2º A lei processual penal aplicar-se-á desde logo, sem prejuízo da validade dos
atos realizados sob a vigência da lei anterior.
▪ Ocorre, porém, que dentro de uma lei processual pode haver normas de
natureza material. Uma lei processual pode estabelecer normas que, na
verdade, são de Direito Penal, pois criam ou extinguem direito do indivíduo,
relativos à sua liberdade, etc. Nesses casos de normas materiais, inseridas em
leis processuais (e vice-versa), ocorre o fenômeno da heterotopia. Uma vez
identificada a norma como sendo uma regra de direito material, sua aplicação
será regulada pelas normas atinentes à aplicação da lei penal no tempo,
▪ Direito PROCESSUAL PENAL ▪ Caderno de Wantuil Luiz Cândido Holz ▪ Página 23 ▪
Gabarito: “B”
– EX.: Art. 366 do CPP, alterado pela Lei 9.271/96, institui causa de
suspensão do processo quando revel (de caráter processual e benéfico
ao réu) e causa de suspensão da prescrição (de caráter penal e
prejudicial ao réu).
1ªc) Doutrina chegou a cogitar da cisão na aplicação da lei, ou seja,
naquilo que ela possui de processual, se aplicaria desde logo, com
base no dispositivo em exame. E, no ponto em que é apenas penal,
não poderia ser aplicada, posto que desfavorável ao réu (art. 1º,
CP).
2ªc) STF decidiu que o art. 366 do CPP com a nova redação não
retroage para atingir os crimes pretéritos. Entendeu que a lei não
pode ser cindida, de modo que a parte penal é que ditará a
retroatividade ou não da lei nova por inteiro.