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E-BOOK

METODOLOGIA
BIM NA PRÁTICA
UM PASSO A PASSO PARA GARANTIR O SUCESSO DO SEU PROJETO

GUILHERME ZAMBONI
Metodologia BIM

na Prática
E-book

Copyright © ZAMBONI & TRAVASSOS

Os direitos de todos os textos contidos neste livro eletrônico são


reservados a seu autor, e estão registrados e protegidos pelas
leis do direito autoral. Esta é uma edição eletrônica (ebook),
que não pode ser vendida nem comercializada em hipótese
nenhuma, salvo autorização expressa de seu autor, Guilherme
Zamboni. É vetada sua duplicação parcial ou na íntegra, bem
como sua distribuição e compartilhamento. Este livro não pode
ser impresso. Os direitos da presente edição permitem
exclusivamente a leitura.

Rio de Janeiro
Ano 1 -1ª Edição - 2021
EM BUSCA DA DEMOCRATIZAÇÃO DO CONHECIMENTO!
01
SUMÁRIO

SUMÁRIO

Introdução .....................................................................................1

ISO 19650 - O que muda?...........................................................3

Fluxo de trabalho BIM.................................................................3

Análise preliminar........................................................................7

Plano de Execução BIM..............................................................9

Ciclo BIM.......................................................................................15

Anotações finais.........................................................................19

METODOLOGIA BIM NA PRÁTICA RIO DE JANEIRO


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02
INTRODUÇÃO

INTRODUÇÃO

A construção civil representa parcela sig- Com o intuito de colaborar com a


nificativa no PIB do Brasil, apesar de a- disseminação do conhecimento em BIM,
presentar um conjunto de atividades rudi- criamos o ebook Metodologia BIM na
mentares e com baixa adesão de Prática, que aborda um conjunto de
tecnologia. Neste sentido, aprovou-se o etapas, estruturadas em um fluxo de
Decreto nº 10.306, de 2 de abril de 2020, trabalho, criados a partir de experiências
determinando que a partir de janeiro de vivenciadas no ambiente licitatório em
2021, órgãos públicos e entidades da BIM de obras públicas e privadas. Acredi-
administração pública federal devem tamos que, ao compartilhar as nossas
utilizar a Metodologia BIM na execução experiências de mercado, garantimos que
direta e indireta de obras e serviços de novos profissionais tenham conhecimento
engenharia. A intenção é garantir o au- e ferramentas para suprir a demanda que
mento de produtividade nas empresas, já é realidade atualmente e que só irá
redução de custos totais das obras e de aumentar nos próximos anos.
seus insumos, proporcionando um ambi-
ente de negócios mais sustentável. Neste e-book gratuito, apresentamos
nossa visão macro da metodologia BIM,
Sendo assim, a obrigatoriedade da ado- apontando as etapas que consideramos
ção da Metodologia BIM nas obras públi- ser essenciais e que não devem ser des-
cas demanda que as empresas adequem prezadas pelos profissionais. Por outro
os seus processos organizacionais. Ao lado, ressaltamos que o fluxo de trabalho
contrário, não poderão continuar prestan- apresentado é flexível cujas especificida-
do serviços para os órgãos públicos ou des de cada etapa variam de projeto a
ingressar no mercado de obras do gover- projeto, havendo a necessidade de análi-
no. Em resumo, a metodologia BIM é um se minuciosa de cada situação.
caminho inevitável para aqueles que pre-
tendem continuar competitivos no merca-
do de trabalho.

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ISO 19650
O QUE MUDA?

ISO 19650 - O QUE MUDA?

Para um iniciante em BIM, é comum procedimentos nos projetos em BIM. Além


termos em primeiro momento, um contato disso, o alinhamento e concordância na
com diversas normas, guias e especifica- forma de se trabalhar em BIM irá permitir
ções nacionais e internacionais abordan- a colaboração entre projetos globais, em
do o tema BIM. Não raro, vemos nesses detrimento da fluidez do gerenciamento
documentos, abordagens diferentes sobre da informação.
o tema, cada qual sugerindo processos,
métodos e procedimentos na condução Em resumo, consideramos o estabeleci-
dos projetos. Em geral, isso ocasiona mui- mento da ISO 19650 no cenário interna-
tas dúvidas e incertezas nos profissionais cional um grande avanço na organização
em relação a qual guia, especificação ou do trabalho em BIM.
norma adotar em seus processos organi-
zacionais. Por outro lado, ressaltamos que o presen-
te e-book não apresenta ainda os novos
Neste sentido, houve um esforço na co- conceitos e fluxos de processos apresen-
munidade internacional em estabelecer tados na ISO 19650, mas sim uma meto-
uma padronização sobre o uso do BIM, a dologia própria construída por meio das
fim de evitar confusões no mercado. normas britânicas e brasileiras até então
Sendo assim, surgiu a norma ISO 19650, disponíveis na época de nossas experiên-
desenvolvida com base na norma britâni- cias práticas.
ca BS 1192, e na especificação publica-
mente disponível PAS 1192-2, que já Todavia, consideramos imprescindível a
demonstrou ajudar os usuários a econo- atualização dos processos e conceitos a
mizar até 22% nos custos de construção. medida que a mesma seja disponibilizada
no Brasil, em processo de tradução até o
Deste modo, a ISO 19650 garante que, presente momento.
empresas e profissionais de diversos
países, apliquem os mesmos processos e

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FLUXO DE
TRABALHO BIM

FLUXO DE TRABALHO BIM

O fluxo de trabalho BIM é composto por de informações que levam ao retrabalho e


um conjunto de etapas, estruturadas cada atraso de entregas.
qual com seus processos, organizadas ao
longo do ciclo de vida do projeto, e que Neste ebook, nos limitaremos a demons-
devem ser realizadas de modo a garantir trar apenas uma visão geral do fluxo e
o atendimento aos requisitos do edital de algumas observações referente a cada
licitação ou, em caso de obras privadas, etapa e processo de trabalho.
as necessidades do cliente. Seguindo es-
te fluxo é possível aumentar a eficiência
dos processos internos da empresa per-
mitindo alcançar os critérios técnicos e
de qualidade exigidos pelo órgão público
ou cliente.

O fluxo de trabalho em BIM, segundo


nossa visão estratégica, é definido em 3
etapas: (1) Análise Preliminar; (2) Plano
de Execução BIM; (3) Ciclo BIM. Dentro
de cada etapa, temos processos que
devem ser respeitados a fim de garantir a
total aprovação da etapa.

Na prática, percebemos que, não raro, os


players menosprezam ou ignoram certas
etapas importantes no processo de proje-
tos em BIM, ocasionando assim, ausências

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03
ANÁLISE
PRELIMINAR

ANÁLISE PRELIMINAR
prazos de projeto, normas técnicas e assim
por diante. Deste modo, o profissional obtém
uma ideia geral do trabalho a ser executado,
Etapa caracterizada pela avaliação do mitigando as chances de erros por falta de
escopo de projeto do edital licitatório entendimento de seus requisitos intrínsecos.
em BIM ou projeto entregue pelo cli-
(02) Análise de documentos anexos
ente.
A análise da existência de documentos anexa-
dos ao edital licitatório BIM não pode ser me-
PROCESSOS nosprezada nesta etapa. Verificamos que, em
diversas ocasiões, há documentos que servem
de base para o início de projeto. Neste senti-
do, devemos buscar sempre as informações
(01) Avaliação do edital ou projeto privado
que podem auxiliar o nosso processo de pro- Sendo assim, consideramos importante a documentos anexos.
jeto BIM, como por exemplo, se existe algum elaboração de uma planilha, contendo um
Este processo consiste em estudar o edital de
Plano de Execução BIM Pré-Contratual ou se o checklist de verificação, cujos dados levanta- Desta forma, após a aprovação desses itens
licitação a fim de entender quais são as nece-
Termo de Referência (TR) apresenta algum dos são organizados de modo a direcionar o mencionados, o profissional está apto a entrar
ssidades do projeto em relação ao BIM. No
requisito que norteia os trabalhos dos proje- trabalho da próxima etapa. na etapa de elaboração do Plano de Execução
caso de projetos privados, cabe ao profi-
tistas e demais profissionais. BIM.
ssional levantar todas informações relativo
aos serviços BIM que o cliente deseja receber Tomada de decisão - Checklist preenchido?
Por outro lado, o profissional deve entrar em
no final do projeto. Apesar de ser uma ativida-
contato com o órgão competente ou o cliente, Ao longo do fluxo da metodologia BIM, é
de comum, percebe-se na prática que muitas
em caso de ausência de documentações ou comum realizarmos tomadas de decisão com
vezes é negligenciada, fazendo com que, em
de informações pertinentes para o início dos o objetivo de formalizar o encerramento da
etapas avançadas, o produto entregue seja
trabalhos. Por isso, sugerimos sempre a análi- etapa. Neste caso, a elaboração do checklist
totalmente diferente do escopo descrito no
se dos documentos anexos, de modo a obter é um fator chave para que possamos assegu-
edital ou requisitado pelo cliente.
as informações no início do processo. rar que teremos as informações necessárias
O levantamento de todas as informações pre- para o início da próxima etapa. Em geral,
(03) Organização de informações do projeto recomendamos que o profissional verifique se
liminares do edital ou do cliente está propor-
cionalmente ligado ao sucesso do projeto.. todas as informações do checklist foram lis-
Após a análise minuciosa do edital e seus do- tadas e preenchidas, ou se há a necessidade
Para fins de exemplo, é necessário que nos
cumentos anexos, inicia-se o processo de or- de notificar o órgão competente ou o cliente
tópicos relativos ao BIM. o contratado avalie
ganização de todas as informações de projeto devido a ausências de informações no edital
quais são os Usos BIM requisitados, escopo e

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04
PEB

PLANO DE EXECUÇÃO BIM


(5) Identificação dos participantes e suas fun-
ções

Etapa caracterizada pela elaboração Este processo consiste em identificar quais são
de documento (PEB) descrevendo em os participantes do projeto, função de cada
detalhes como será realizado, coorde- profissional, organização que o mesmo repre-
nado e gerenciado o projeto. senta, localização e dados de contato. Reco-
menda-se a utilização apenas destes contatos
para qualquer troca de informação ou mensa-
gem entre equipes.
PROCESSOS
(6) Identificação dos Usos BIM

(4) Introdução e considerações iniciais O Uso BIM é uma tarefa ou procedimento


exclusivo no processo de projeto. Como já
Após a elaboração do checklist de verificação, citado, cabe ao profissional identificar quais
inicia-se o processo de elaboração do Plano são os Usos BIM necessários para o projeto em
de Execução BIM (PEB). Em primeiro momento, estudo. Este alinhamento dos Usos BIM com os
é necessário definir a padronização do PEB. objetivos gerais do projeto é identificado na
Caso o edital não ofereça um template do etapa anterior, exigindo neste processo, ape-
documento, a fim de servir com referência, é nas a formalização desses Usos BIM no PEB,
possível encontrar modelos de PEB em guias bem como a descrição de cada um e o nível de
BIM ou instituições acadêmicas respeitadas, prioridade no projeto. Outro ponto importante é
como por exemplo: Guia da ABDI, Penn State identificar em que fase do projeto este Uso BIM
University e etc. Ao se definir o modelo de será entregue, auxiliando na previsão das
PEB do projeto, o profissional é responsável entregas ao longo do ciclo de vida do projeto.
pela formalização dessa escolha, bem como
organizar as informações de projeto, como: (7) Definição dos instrumentos de integração
caracterização do empreendimento, dados da e colaboração
contratante, objetivos do projeto, fases e
marcos do projeto. Neste processo são definidos as plataformas
digitais para o trabalho colaborativo BIM. Em
resumo, devemos identificar: plataforma de in-

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PEB

tegração das equipes, plataforma de compar- (10) Definição de entregáveis e controle de (12) Identificação da infraestrutura de supor- Cabe destacar que, ao definir os Usos BIM
tilhamento de arquivos, plataformas de video- versões te para cada produto, também se estabelecem
conferência e etc. Além disso, são identifica- os limites de responsabilidade de cada parti-
dos os procedimentos do trabalho colaborati- Os entregáveis do projeto são definidos em As infraestruturas de suporte proporcionam cipante.
vo a fim de garantir um fluxo de informações um plano de documentação cujo documento ferramentas e recursos para o processamento,
organizado. identifica todos os entregáveis previstos armazenamento e gerenciamento das infor- (15) Definição de controle de reunião
durante o projeto bem como aqueles que já mações compartilhadas, ajudando assim o
(8) Padronização de nomenclaturas de arqui- foram enviados para o banco de dados CDE. O usuário a atingir determinada meta. Desta Neste processo o coordenador elabora uma
vos controle de versões é feito por meio da forma, é fundamental a definição dos requisi- programação inicial das reuniões, que por sua
atualização dos arquivos no CDE, que por sua tos mínimos dos softwares, hardwares, veloci- vez, pode sofrer alterações com o andamento
A padronização de nomenclaturas de arquivos vez também armazena o histórico de versões. dade de banda larga de internet, componen- dos projetos e das demandas. Em resumo,
permite uma estratificação suficiente para a tes a fim de garantir que todo o trabalho estrutura-se uma tabela com informações so-
rápida leitura e entendimento do conteúdo (11) Definição da Matriz de Responsabilidade colaborativo seja exequível e que não inviabi- bre o tipo de reunião (kickoff meeting, anda-
dos arquivos a partir dos seus nomes. Geral- lize o processo como todo. mento dos projetos, aprovação do projeto, por
mente, as nomenclaturas de arquivos seguem A Matriz de Responsabilidade relaciona os exemplo), bem como a etapa que será reali-
alguma normatização, com o objetivo de ori- elementos do projeto com seus respectivos (13) Definição do processo de execução de zada, frequência, periodicidade, organizações,
entar todos os profissionais quando estes responsáveis para cada uma das fases previs- projeto (Mapas de processos) pessoas envolvidas e local de realização da
emitem documentos e arquivos. As nomencla- tas e, também, ao nível de desenvolvimento reunião.
turas de arquivos são formados a partir de previsto para cada elemento BIM. A matriz de- Neste processo os Usos BIM são detalhados
siglas e delimitadores de campos represen- ve refletir as boas práticas do contratante na em mapas de processo que representam o (16) Padronização de requisitos de modela-
tados por traços médios. É comum que, du- sua área de especialização e, ao longo do fluxo de trabalho e de informações para gem BIM
rante a elaboração dos projetos BIM, os tempo, a matriz tende a ser semelhante em execução do Uso BIM. Utiliza-se a metodolo-
projetistas criem novas siglas, fazendo com projetos de um mesmo tipo e de um mesmo gia BPMN (Bussiness Process Management A adoção de critérios técnicos para a elabora-
que o responsável pelo PEB, atualize a tabela contratante. Na prática, observamos que os Notation) ou, do português, Notação de Mode- ção da modelagem BIM nos projetos garante a
de nomenclaturas constantemente. elementos do modelo são representados por lagem de Processos de Negócios, de modo confiabilidade e qualidade dos modelos BIM.
uma estrutura analítica vinculada com uma que os fluxos de trabalho formatados neste Neste sentido, é importante definir no PEB o
(9) Organização do Ambiente Comum de Da- norma que classifica as informações da padrão possam ser entendidos pelos vários controle de qualidade e critérios de avaliação
dos (CDE) construção. Como exemplo, podemos citar o membros da equipe de projeto. da modelagem BIM dos projetistas. A padroni-
Guia da ABDI, que define que os elementos zação dos requisitos de modelagem BIM auxi-
O CDE é um ambiente digital que serve como projetuais devem estar alinhados com a (14) Elaboração de planilhas multidisciplina- lia o coordenador a controlar a qualidade dos
repositório de documentos, arquivos, modelos tabela 3E da ABNT NBR 15965 – Sistema de res de serviço modelos entregues pelos projetistas. Dentre
BIM onde as informações de projeto, são con- Classificação da Construção. Sendo assim, os alguns requisitos, consideramos boas
centradas e gerenciadas, permitindo que to- códigos da tabela 3E devem estar inseridos As planilhas multidisciplinares de serviço con- práticas preliminarmente definir as: (i)
dos participantes tenham acesso. O CDE é or- dentro dos modelos BIM, a fim de rastrear os tém as descrições resumidas de cada proce- unidades de projeto; (ii) níveis de referência e
ganizado por meio de pastas, de acordo com a elementos dos modelos e, conseguintemente, sso com seus respectivos produtos, assim ponto base dos projetos; (iii) nomenclatura e
norma britânica PAS 1192-2. extrair quantitativos para orçamentos e etc. como os Usos BIM previstos. codificação dos elementos de modelagem e
etc. Em geral,

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PEB

sugerimos que o coordenador apresente aos PEB, pequenas mudanças de informações


projetistas um arquivo com critérios de mode- sobre os participantes envolvidos no projeto
lagem BIM (alinhado com os padrões do PEB) ocorrem frequentemente, ou mesmo, surge
onde nele estão escritos as lições aprendidas um novo player no qual devemos inserir nas
em projetos anteriores. tabelas de participantes, e assim por diante.
Deste modo, o coordenador envia para a fis-
(17) Elaboração de planilha com normas e calização o PEB de modo a verificar se todas
guias utilizados no PEB as informações estão corretas. Caso contrário,
o coordenador realiza as modificações nece-
É importante ressaltar que, em alguns casos, ssárias conforme as observações da fiscaliza-
o edital licitatório exige que o PEB seja ção até alcançar a aprovação.
elaborado de acordo com os requisitos de um
determinado Guia ou Coletânea governamen- (18) Formalização por meio de assinatura
tal. Dentre várias recomendações podemos
citar o Guia da ABDI (Associação Brasileira de A aprovação do PEB é formalizado após a
Desenvolvimento Industrial), Guia de boas assinatura de todos os participantes do proje-
práticas da AsBea (Associação Brasileira dos to, cuja declaração permite que se inicie a
Escritórios de Arquitetura), Guia da Universi- próxima etapa de elaboração dos projetos
dade Penn State e etc. BIM. É importante lembrar que, o PEB é um
documento mutável e ativo, sendo necessário
Portanto, é importante que o profissional fi- a sua atualização ao longo de todo o processo
que atento a qual Guia o edital está exigindo de projeto. Verificamos na prática que novos
para a elaboração do PEB. Sendo assim, esta profissionais podem ser integrados a equipe
atividade consiste em criar uma tabela com as de projeto, intercâmbios de informações
todas as normas, guias, regulamentos que es- podem sofrer alterações para tornar o fluxo
tão sendo utilizados no projeto. mais eficiente, novas diretrizes podem ser
impostas a fim de melhorar o trabalho colabo-
Tomada de decisão – Aprovação? rativo e assim por diante. Deste modo, o PEB
define a visão geral estratégica que todos os
Após finalizar todos os processos que profissionais devem estar alinhados e cientes
integram a etapa do Plano de Execução BIM, o para correta aplicação da metodologia BIM.
coordenador deve revisar todas as informa-
ções e verificar se o mesmo está em confor-
midade com as exigências do edital. Na práti-
ca, percebemos que, durante a elaboração do

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05
CICLO BIM

CICLO BIM
de ofereçer suporte técnico para a equipe em mento das informações dos problemas detec- descritos no PEB.
casos de dúvidas e vídeos explicativos para a tados nos modelos BIM. Este processo é feito
solução de problemas. . por meio de troca de arquivos via BCF (BIM Tomada de decisão – Aprovação?
Etapa caracterizada pela elaboração Collaboration Format) ou, em português, For-
do projeto em BIM e demais Usos BIM (20) Desenvolvimento de projeto BIM mato de Colaboração BIM. O BCF é um forma- Esta tomada de decisão é caracterizada pela
to específico de dados com o objetivo de análise crítica do coordenador BIM durante o
definidos no PEB
Após a aprovação do PEB, os projetistas são trocar informações sem distorções ou perdas. processo de compatibilização de projetos.
liberados a iniciar a modelagem de suas disci- Logo, o processo de comunicação entre coor- Como descrito anteriormente, o coordenador
plinas. As diretrizes e requisitos de modelagem denador e projetistas se torna eficiente, uma BIM deve avaliar se os projetos alcançaram os
definidos no PEB devem ser seguidos por to- vez que, o projetista consegue identificar no níveis de exigência do PEB. Caso contrário, o
PROCESSOS dos. A padronização de informações básicas de seu arquivo de projeto as anotações de incon- coordenador BIM inicia novamente um ciclo
modelagem é fundamental para a intercomuni- formidades, sem a necessidade de abrir um de revisão até atingir a maturidade desejada.
cação entre modelos em processo posterior, arquivo de leitura como .PDF.
(19) Estruturação e organização do ambiente sendo assim, é indispensável que todos sigam
de trabalho colaborativo à risca o que foi definido no PEB. Ao fim do processo, os modelos BIM devem
atingir as exigências de qualidade de modelo
Ao contrário de projetos desenvolvidos a par- (21) Compatibilização de projetos
tir de soluções CAD, a metodologia BIM é es-
truturada por meio de ferramentas ou plata- A compatibilização de projetos é o momento
formas que oferecem a colaboração e integra- em que os modelos BIM são analisados quanto:
ção entre modelos BIM. Portanto, o conjunto (i) interferências construtivas entre disciplinas;
de plataformas digitais definidos no PEB for- (ii) verificação de regras de projeto; (iii) checa-
mam o ambiente de trabalho colaborativo, gem de requisitos básicos de modelagem e
proporcionando a maximização da eficiência e etc. O papel do coordenador BIM é bastante
redução dos retrabalhos de projeto. Neste exigida nesta atividade, tendo em vista que o
ambiente, os participantes atuam com o obje- mesmo deve verificar se todos os procedimen-
tivo de garantir maior colaboração interdisci- tos de modelagem foram atendidos segundo o
plinar e diminuição de perdas de informações PEB. É comum identificarmos inconformidades
entre equipes. de modelagem nesta etapa, surgindo assim, o
início de um ciclo de correções dos modelos
Ao mesmo tempo, é importante que o coorde- BIM.
nador BIM compartilhe com todos os envolvi-
dos diretrizes de acesso as plataformas, além O ciclo de correções inicia com o compartilha-

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CICLO BIM

(22) Emissão de relatório do histórico dos No entanto, consideramos que, em sua maio- todo o projeto BIM. Podemos citar as seguin-
problemas resolvidos ria, a lista de entregáveis para aprovação es- tes documentações: (i) pranchas com o deta-
tá organizada de modo a receber projetos em lhamento individual dos projetos; (ii) planilhas
Ao finalizar o processo de correção dos proje- solução CAD. Ao contrário, dentro do conceito de quantitativos; (iii) relatórios técnicos dos
tos BIM, o coordenador emite um relatório BIM, os requisitos de aprovação dos projetos projetistas. É comum que, durante o processo
com o histórico dos problemas detectados e são avaliados por meio de softwares, verifi- de modelagem BIM, os projetistas organizem
corrigidos pela equipe de projeto. Desta for- cando se os modelos estão respeitando as as pranchas e tabelas de quantitativos do mo-
ma, o coordenador tem um embasamento téc- normas e regras vigentes. delo desenvolvido, esperando apenas, a fina-
nico assegurando que o modelo BIM está lização do modelo BIM para gerar vistas de
respeitando todas as diretrizes impostas pelo Podemos citar como exemplo, a iniciativa da desenhos.
PEB e, portanto, o mesmo pode ser utilizado Prefeitura da Bahia em adotar a metodologia
na obra. BIM em seu sistema de aprovação de projetos. As pranchas de desenhos para obra devem
Por meio da metodologia BIM, foi possível estar em conformidade com a padronização
(23) Entrega dos projetos BIM criar um banco de regras de checagem para estabelecida no PEB, cabendo ao coordenador
verificar de maneira automática se um projeto averiguar se a documentação está seguindo a
A entrega dos projetos BIM consiste em orga- atende aos requisitos do código de obras da formatação adequada. Ao verificar que os de-
nizar todos os projetos no CDE, em pasta a- Prefeitura. Dessa forma, o processo de emi- senhos estão de acordo com a formatação do
dequada, formalizando assim a entrega dos missão da licença para construir foi agilizado, PEB, o coordenador e os projetistas enviam
projetos com a fiscalização. possibilitando uma economia de tempo de para o órgão competente os desenhos de
98%. Em números, o processo de emissão da projetos e documentações anexas.
Tomada de decisão – Aprovação? licença que antes durava 4 meses, agora leva
48 horas (Sucom, 2018).
Conforme descrevemos anteriormente, o
coordenador responsável libera os modelos Em detrimento do aumento de obras realiza-
BIM e um relatório, com o histórico dos pro- das em BIM, acreditamos que os órgãos públi-
blemas resolvidos, para o órgão fiscalizador. cos irão iniciar o processo de modernização
Percebemos na prática, que muitas vezes, o de aprovação de projeto.
órgão fiscalizador possui um check-list ou
uma lista de entregáveis. Dentre esses itens, a (24) Organização de desenhos e documenta-
maioria é composta por desenhos de projeto, ções
como por exemplo: planta baixa, cortes, fa-
chadas e etc. Essa lista de itens já deve ser Após a aprovação dos modelos BIM e docu-
previsto no PEB, a fim de não inviabilizar a a- mentos técnicos pela fiscalização, os projetis-
provação dos projetos. tas montam as pranchas com os desenhos de

SUCOM, 2018- HTTP://WWW.SUCOM.BA.GOV.BR/NOTICIAS/SEDUR-DESENVOLVE-NOVO-SISTEMA-PARA-IMPLANTACAO-DO-BIM/


METODOLOGIA BIM NA PRÁTICA RIO DE JANEIRO
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ANOTAÇÕES
FINAIS

ANOTAÇÕES FINAIS EBOOK - METODOLOGIA BIM NA PRÁTICA

As considerações feitas neste ebook pretende Autor: Guilherme Zamboni


trazer esclarecimentos quanto a complexida-
de em se trabalhar com a metodologia BIM. - Engenheiro Civil formado pela Universidade
Em geral, observamos no meio profissional, a Federal Fluminense,
divulgação da metodologia BIM como uma - Mestre em Gestão da Construção pela Uni-
simples ferramenta tecnológica, onde o ma- versidade Federal Fluminense.
nuseio de um software de modelagem BIM já - Publicações em artigos científicos de con-
capacitaria o profissional a ser um especialis- gressos nacionais e revistas científicas inter-
ta da área. Em consequência a essa prática, nacionais.
verificamos, em muitas ocasiões, a inviabilida- - Pós-graduação internacional na Espanha pe-
de de extrair informações precisas nos mode- la Global Institute of Technology Zigurat.
los BIM. Ademais, constatamos nesses casos a - Certificado "CanBIM Foundations Theory &
existência de elementos BIM sem qualquer Software Skills - Proficient (Practicum/ Profe-
padronização, o que já denota o vício técnico ssional) pela CanBIM do Canadá.
em não seguir requisitos básicos pré-estabe- - Experiência de mais de 5 anos com gestão
lecidos em PEB. de projetos em BIM em obras públicas e pri-
vadas no Brasil. Já atuou como gestor BIM em
Portanto, criamos o e-book Metodologia BIM projetos internacionais.
na Prática, com a finalidade de compartilhar
nossa visão holística de todo o processo, para
evitar contratempos em projetos reais, cujas
lições garantem que as chances de sucesso
aumentem consideravelmente.
.

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LinkedIn: Zamboni & Travassos
Instagram: @zambonitravassos.bim

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