Aula 7º

Legislação Trabalhista e
Rotinas de Pessoal

Caros(as) estudantes,
Na aula 7, vamos abordar o tema relacionado aos aspectos
trabalhistas e previdenciários no Brasil. Como as leis trabalhistas
impactam nas organizações. Questões relacionadas aos
contratos de trabalho, direitos dos trabalhadores, negociações
sindicais, dentre outras. É importante que vocês fiquem
atentos e busquem as leituras indicadas para aprofundar os
conhecimentos. Lembrem-se que leis podem mudar, para tanto
vamos apresentar os principais aspectos da reforma trabalhista.
Então, vamos à leitura do material da aula!
Bons estudos!

Objetivos de aprendizagem

Ao término desta aula, vocês serão capazes de:

• conhecer as principais leis relacionadas ao trabalho;

• entender o que configura um contrato de trabalho;
• compreender os aspectos legais relacionados à jornada de trabalho, remuneração e adicionais;
• conhecer as principais mudanças nas leis trabalhistas.
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Seções de estudo
1- Leis trabalhistas e a justiça do trabalho
2- Contrato de trabalho
3- Jornada de trabalho, remuneração e adicionais
4- Novas leis trabalhistas e assuntos emergentes
1- Leis trabalhistas e a justiça do trabalho
Caros(as) estudantes, um marco histórico dos direitos
trabalhistas no Brasil foi em 1943, com a consolidação das
leis e os decretos sobre o assunto na Consolidação das Leis
do Trabalho (CLT). Apesar das mudanças e atualizações, os
princípios básicos da CLT original ainda estão em vigor. Ela
se aplica a empregados e não a trabalhadores autônomos.
Prezados(as) estudantes, para compreender melhor os
direitos dos trabalhadores, é importante que conheçam os
artigos 7º a 11º da Constituição Federal do Brasil de 1988, que
traz as bases dos princípios trabalhistas em vigor no Brasil.
São elas:
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros
que visem à melhoria de sua condição social:
I – Relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem
justa causa, nos termos da lei complementar, que preverá indenização
compensatória, dentre outros direitos;
II – Seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário;
III – Fundo de garantia do tempo de serviço;
IV – Salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de
atender as suas necessidades vitais básicas e às de sua família com
moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene,
transporte e previdências social com reajustes periódicos que lhe
preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para
qualquer fim;
V – piso salarial proporcional à extensão e a complexidade do trabalho;
VI – irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou acordo
coletivo;
VII – garantia de salário nunca inferior ao mínimo, para os que percebem
remuneração variável;
VIII – décimo terceiro salário com base na remuneração integral ou no
valor da aposentadoria;
IX – remuneração do trabalho noturno superior à do diurno;
X – proteção do salário na forma da lei, constituindo crime sua retenção
dolosa;
XI – participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da remuneração,
e, excepcionalmente, participação na gestão da empresa, conforme
definido em lei;
XII – salário-família pago em razão do dependente do trabalhador de
baixa renda nos termos da lei;
XIII – duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e
quarenta e quatro horas semanais, facultada a compensação de
horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva
de trabalho;
XIV – Jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos
ininterruptos de revezamento, salvo negociação coletiva;
XV – repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos;
XVI – Remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em
cinquenta por cento à do normal;
XVII – Gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a
mais do que o salário normal;
XVIII – licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com
duração de cento e vinte dias;
XIX – Licença paternidade, nos termos fixados em lei;
XX – Proteção do mercado de trabalho da mulher mediante incentivos
específicos, nos termos da lei;
XXI – Aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínimo de
30 dias, nos termos da lei;
XXII – redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de
saúde, higiene e segurança;
XXIII – adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres
ou perigosas, na forma da lei;
XXIV – aposentadoria;
XXV – assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o nascimento
até seis anos de idade em creches e pré-escolas;
XXVI – reconhecimento das convenções e acordos coletivos de trabalho;
XXVII – proteção em face da automação, na forma da lei;
XXVIII – seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador,
sem excluir a indenização a que este está obrigado, quando incorrer em
dolo ou culpa;
XXIX – ação, quanto aos créditos resultantes das relações de trabalho,
com prazo prescricional de cinco anos para os trabalhadores urbanos e
rurais, até o limite de dois anos após a extinção do contrato de trabalho;
XXX – proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de
crédito de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil;
XXXI – proibição de qualquer discriminação no tocante a salário e critérios
de admissão do trabalhador portador de deficiência;
XXXII – proibição de distinção entre trabalho manual, técnico e intelectual
ou entre os profissionais respectivos;
XXXIII – proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores
de 18 (dezoito) e de qualquer trabalho a menores de 16 (dezesseis) anos,
salvo na condição de aprendiz, a partir de 14 (quatorze) anos;
XXXIV - igualdade de direitos entre o trabalhador com vínculo
empregatício permanente e o trabalhador avulso
Parágrafo único. São assegurados à categoria dos trabalhadores
domésticos os direitos previstos nos incisos IV, VI, VII, VIII, X, XIII, XV, XVI, XVII,
XVIII, XIX, XXI, XXII, XXIV, XXVI, XXX, XXXI e XXXIII e, atendidas as condições
estabelecidas em lei e observada a simplificação do cumprimento das
obrigações tributárias, principais e acessórias, decorrentes da relação de
trabalho e suas peculiaridades, os previstos nos incisos I, II, III, IX, XII, XXV
e XXVIII, bem como a sua integração à previdência social.
Art. 8º É livre a associação profissional ou sindical, observado o seguinte:
I - a lei não poderá exigir autorização do Estado para a fundação de
sindicato, ressalvado o registro no órgão competente, vedadas ao Poder
Público a interferência e a intervenção na organização sindical;
II - é vedada a criação de mais de uma organização sindical, em qualquer
grau, representativa de categoria profissional ou econômica, na mesma
base territorial, que será definida pelos trabalhadores ou empregadores
interessados, não podendo ser inferior à área de um Município;
III - ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses coletivos ou
individuais da categoria, inclusive em questões judiciais ou administrativas;
IV - a assembleia geral fixará a contribuição que, em se tratando de
categoria profissional, será descontada em folha, para custeio do sistema
confederativo da representação sindical respectiva, independentemente
da contribuição prevista em lei;
V - Ninguém será obrigado a filiar-se ou a manter-se filiado a sindicato;
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VI - é obrigatória a participação dos sindicatos nas negociações coletivas
de trabalho;
VII - o aposentado filiado tem direito a votar e ser votado nas organizações
sindicais;
VIII - é vedada a dispensa do empregado sindicalizado a partir do registro
da candidatura a cargo de direção ou representação sindical e, se eleito,
ainda que suplente, até um ano após o final do mandato, salvo se
cometer falta grave nos termos da lei.
Parágrafo único. As disposições deste artigo aplicam-se à organização de
sindicatos rurais e de colônias de pescadores, atendidas as condições
que a lei estabelecer.
Art. 9º É assegurado o direito de greve, competindo aos trabalhadores
decidir sobre a oportunidade de exercê-lo e sobre os interesses que
devam por meio dele defender.
§ 1º A lei definirá os serviços ou atividades essenciais e disporá sobre o
atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade.
§ 2º Os abusos cometidos sujeitam os responsáveis às penas da lei.
Art. 10. É assegurada a participação dos trabalhadores e empregadores
nos colegiados dos órgãos públicos em que seus interesses profissionais
ou previdenciários sejam objeto de discussão e deliberação.
Art. 11. Nas empresas de mais de duzentos empregados, é assegurada
a eleição de um representante destes com a finalidade exclusiva de
promover-lhes o entendimento direto com os empregadores.
Caros(as) estudantes, é importante que conheçam
a legislação trabalhista e fiquem atentos aos princípios
constitucionais.
Na CLT, existem 922 artigos que tratam dos mais
diversos assuntos relacionados ao direito do trabalho, como
carteira de trabalho; registro dos empregados; jornada
de trabalho; intervalos para refeição e descanso; férias
individuais e coletivas; segurança e medicina do trabalho;
duração e condições de trabalho; proteção do trabalho da
mulher; contrato de trabalho; remuneração; rescisão; aviso
prévio; estabilidade; instituição sindical etc. Faz parte desse
compêndio uma série de outras legislações, normas e decretos
que visam à proteção dos trabalhadores. Caros(as) estudantes,
para acessar à Constituição e à CLT, vocês podem ir ao final
da aula na seção “Vale a pena”.
É importante conhecer a legislação previdenciária que
se encontra dividida em várias leis, normas e decretos, com
atenção especial para a Lei 8.212/1991 (Planos de Benefícios
da Previdência Social). Além disso, devem ficar atentos às
negociações coletivas realizadas pelas empresas, seja por meio
do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) ou da Convenção
Coletiva de Trabalho (CCT). O ACT refere-se às negociações
entre o sindicato da categoria com uma ou mais empresas
que tenham interesse naquela negociação específica, cujo
resultado não se comunica a todas as demais empresas da
mesma categoria. Já a CCT engloba dois ou mais sindicatos
representantes das categorias dos empregadores e dos
empregados, em que as bases ajustadas nessa negociação vão
atingir todas as empresas daquela mesma categoria.
Caros(as) estudantes, existe no Brasil uma justiça
específica para as questões trabalhistas. Aquele que entra
com uma ação judicial contra o empregador ou o empregado
chama-se reclamante e aquele contra o qual é ajuizada a ação
denomina-se reclamado. Quem perde, tem direito a apelar
para os tribunais regionais do trabalho. O tribunal superior do
trabalho, em Brasília, é o órgão máximo de apelação dos casos
trabalhistas. Segundo Martins (2019), as sentenças tendem a
buscar uma forma de compensação para o empregado, tendo
em vista a superioridade econômica do empregador em
relação ao empregado.
No âmbito internacional, temos a Organização
Internacional do Trabalho (OIT) que é um órgão da ONU. A
OIT atua na regulação internacional das relações de trabalho.
Seu principal objetivo é contribuir com melhores condições
de trabalho para a população mundial.
Caros(as) alunos(as), vocês conhecem o Instituto
Nacional do Seguro Social (INSS)? Ele é vinculado ao
Ministério da Previdência Social, foi instituído em 1990 e
tem, dentre outras obrigações, a responsabilidade de receber
as contribuições individuais dos empregados, por meio deste
seguro, mensalmente descontado da folha de pagamento. Os
empregadores também devem contribuir para a previdência
social, contribuições conhecidas como patronais, cuja base
de cálculo é o total das remunerações pagas aos empregados
durante o mês, com uma alíquota de 20%, salvo casos especiais
definidos em Lei.
Vocês devem conhecer também o Fundo de Garantia do
Tempo de Serviço (FGTS), ele é regido pela Lei 8.036/1990,
em que todas as empresas estão obrigadas a depositar o
percentual equivalente a 8% da remuneração paga no mês
anterior de todos os empregados em uma conta bancária
na Caixa Econômica Federal (CEF), vinculada ao FGTS,
em nome de cada um dos trabalhadores. Atenção, o FGTS
não é um desconto, ele é recolhido pela empresa e gera uma
poupança compulsória para o trabalhador. Para saber quando
e como sacar o FGTS, acessem o site disponibilizado no final
do guia.
2- Contrato de trabalho
Prezados(as) estudantes, vamos aproveitar para falar
do vínculo de emprego e dos tipos de contrato de trabalho.
Vocês já devem ter ouvido falar, ou já possuíram esse vínculo
que deve existir entre este ou aquele trabalhador. O que seria
esse tal estabelecimento de um vínculo de emprego?
Simples, refere-se à ligação jurídica que pode existir entre
aquele que presta os serviços para o outro, que se aproveita
dessa mão de obra, desde que sejam, necessariamente,
cumpridos alguns requisitos:
Na CLT, vocês observam esses dois artigos:
Art. 2º - Considera-se empregador a empresa, individual ou coletiva, que,
assumindo os riscos da atividade econômica, admite, assalaria e dirige a
prestação pessoal de serviço.
Art. 3º - Considera-se empregado, toda pessoa física que prestar serviços
de natureza não eventual a empregador, sob a dependência deste e
mediante salário (BRASIL, 1943).
Existem cinco elementos que caracterizam o vínculo de
emprego, são eles:
1. Pessoa física. Prestando serviços a um empregador.
2. Pessoalidade. Na prestação de serviço não se pode
substituir por outra pessoa.
3. Habitualidade. Prestação de serviço não eventual.
4. Subordinação jurídica. Empregador dirige a
prestação de serviços.
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5. Onerosidade. Pagamento de salário pela atividade
realizada.
Prezados(as) estudantes, é importante que compreendam
que, na falta de algum desses elementos, não haverá relação
de emprego. Mas, outra modalidade de prestação de serviços,
como:
● Trabalhador autônomo – atividade realizada de
forma pessoal ou não, em caráter eventual, sem
subordinação jurídica, uma vez que o próprio
trabalhador dirige o seu negócio.
● Trabalhador eventual – é um trabalho realizado
de forma eventual, aleatória, ocasional, sendo-lhe
exigido esse caráter temporário, sem continuidade.
● Trabalhador avulso – prestação de serviço de
forma pessoal, sendo sindicalizado ou não, sem
vínculo de emprego, com prestação de serviços,
necessariamente, intermediada pelo sindicato da
categoria ou por meio do Órgão Gestor de Mão de
Obra (OGMO).
● Trabalhador voluntário – forma de trabalho,
regido pela Lei 9.608/98, que determina que essa
atividade seja sem vínculo empregatício, devendo ser
prestada por pessoa física à empresa pública ou sem
fins lucrativos, com objetivos definidos legalmente
Por meio da confirmação de um vínculo de emprego, ele
deve ser formalizado com um contrato de trabalho, escrito ou
verbal, com prazo indeterminado ou determinado, conforme
prevê a CLT no seu “Art. 443 - O contrato individual de
trabalho poderá ser acordado tácita ou expressamente,
verbalmente ou por escrito e por prazo determinado ou
indeterminado” (BRASIL, 1943, [s. p.]).
Com relação ao contrato ser por prazo determinado ou
indeterminado, a CLT prevê no mesmo artigo (443) em seus
parágrafos:
§ 1º - Considera-se como de prazo determinado o contrato
de trabalho cuja vigência dependa de termo prefixado ou da
execução de serviços especificados ou ainda da realização de
certo acontecimento suscetível de previsão aproximada.
§ 2º - O contrato por prazo determinado só será válido
em se tratando: a) de serviço cuja natureza ou transitoriedade
justifique a predeterminação do prazo; b) de atividades
empresariais de caráter transitório; e c) de contrato de
experiência (BRASIL, 1943, [s. p.]).
Caros(as) estudantes, o contrato deve ser anotado na
Carteira de Trabalho e Previdência Social do Trabalhador. Uma
mudança recente foi a criação da CTPS digital, ela substituirá
a carteira impressa para fins das anotações (RUBIRA, 2019).
É importante que vocês compreendam que o contrato
pode ser rescindido pelo empregador ou pelo empregado,
quem solicita tem que dar aviso prévio. A empresa pode
requerer que o empregado cumpra o aviso prévio, quando
o dispensa, essa prática não é tão comum, mas caso seja
realizada, a empresa deve reduzir a jornada do tabalhador.
Caso a empresa opte, pode demitir de forma imediata sem
cumprimento de aviso, mas deve indenizar o empregado
pagando o aviso na importância de 30 dias e mais 03 dias
a cada ano trabalhado, além das demais verbas rescisórias:
décimo terceiro proporcional, férias proporcionais, multa de
40% do FGTS. O prazo para pagamento é de 10 dias corridos.
Quando o empregado pede demissão, ele deve cumprir
o aviso, ou a empresa pode descontar, além disso ele não tem
direito à multa de 40% do FGTS e nem poderá sacá-lo.
Já a demissão por justa causa pode partir tanto do
empregado quanto do empregador. Quando o empregado
pede demissão por justa causa, ela é conhecida como rescisão
indireta.
O empregado pode ser desligado por abandono de
emprego, quando faltar mais de 30 (trinta) dias sem a devida
justificativa. Não tem uma lei específica que trate disso, mas a
jurisprudência no Brasil estabelece esse prazo.
Caros(as) estudantes, a Lei que ampara o contrato de
estagiário é a Lei n. 11.788 de dezembro de 2008, é importante
compreender que o estagiário não é empregado. O estágio
deve proporcionar ensino prático ao aluno, que deve estar
cursando uma escola oficialmente reconhecida, de nível
superior ou médio.
Com relação ao menor de idade, é vedado o trabalho
aos menores de 14 anos. Eles podem atuar a partir dos 16
anos, para tanto, quando menores de 16 anos devem ser
representados pelos pais, quando maiores de 16 podem ser
acompanhados pelos pais, sendo assim, a partir dos 16 anos
já podem assinar o contrato de trabalho e a rescisão. Além
disso, é proibido o trabalho do menor em horários noturnos,
em atividades insalubres e perigosas.
3- Jornada de trabalho, remuneração
e adicionais
Caros(as) estudante, a jornada de trabalho é o número
de horas trabalhadas pelo empregado. A hora de trabalho
normal é de 44 horas semanais e 8 horas diárias. Contudo,
algumas atividades estabelecem cargas horárias menores de
acordo com a atividade, como no caso de trabalhadores de
telemarketing, em que a carga horária é de 36 horas semanais.
A remuneração do empregado, geralmente, é paga em
períodos mensais. A empresa pode pagar por produção,
mas deve respeitar o salário mínimo vigente. No pagamento
do empregado podem ser incluídos adicionais, como por
exemplo, horas extras, em que o acréscimo deve ser no
mínimo de 50% sobre a hora normal. Além disso, em dias de
descanso do trabalhador ou feriados o adicional deve ser de
100%. Essas horas extras, quando habituais, devem integrar
o salário para os fins de cálculo de 13º salário, férias e demais
verbas indenizatórias para o cálculo da rescisão.
Caso o trabalhador cumpra a sua jornada no horário
noturno, ele terá direito ao adicional noturno que compreende
o horário das 22 horas às 5 horas do dia seguinte, esse
adicional é de 20% para o empregado urbano. Outra questão
importante é que a hora noturna é reduzida, sendo assim, cada
hora noturna tem 52 minutos e 30 segundos.
Já o adicional de insalubridade é pago ao trabalhador
que atua em ambientes prejudiciais à saúde e varia de 10% a
40% sobre o salário mínimo vigente, a depender do grau de
insalubridade do local.
Existe também o adicional de periculosidade, para os
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trabalhadores que atuam em locais com riscos de acidentes,
esse adicional é de 30% sobre o salário do empregado.
Caros(as) estudantes, vocês sabiam que o 13º salário
também é conhecido como gratificação de Natal? Ele deve
ser pago em duas parcelas de 50%, a primeira deve ser paga
no mês das férias, quando o empregado solicita até o mês
de janeiro, caso o empregado não tenha solicitado a primeira
parcela deve ser paga até 30 de novembro. A segunda parcela
deve ser paga até o dia 20 do mês de dezembro.
O salário família é devido ao empregado que tem filho
menor de 14 anos ou inválido, esse benefício é pago pela
empresa que recebe reembolso quando recolhe a guia de
previdência social. Já o salário maternidade é pago a gestante
durante 120 dias, enquanto ela fica esse período em repouso.
As férias referem-se à folga obrigatória concedida a todos
os empregados e tem duração de trinta dias. O empregado
passa a ter direito às férias após um ano de trabalho e, ainda,
pode optar em converter um terço das férias em abono
pecuniário, ou seja, vender 10 dias de suas férias. Atenção, as
férias são definidas de acordo com os interesses da empresa.
empresa. Esta deve conceder as férias em até 11 meses, pois,
caso ultrapasse o período aquisitivo, as férias devem ser pagas
em dobro. O empregado deve ficar atento às faltas, pois elas
têm impacto nos dias de férias do empregado. Vejam a Tabela
1, a relação entre as faltas e o número de dias de férias.
TABELA 1 - FALTAS x DIAS DE FÉRIAS
Número de faltas sem justificativa Dias de férias
Até 5 dias 30 dias
De 6 a 14 faltas 24 dias
De 15 a 23 faltas 18 dias
De 24 a 32 faltas 12 dias
FONTE: elaborado pelo autor (2022).
Prezados(as) estudantes, é importante compreender que
essas faltas devem estar no mesmo período aquisitivo.
4- Novas leis trabalhistas e assuntos
emergentes
Vocês sabem quais foram as principais alterações trazidas
pela reforma trabalhista? Em 13 de julho de 2017, entrou
em vigor a Lei n. 13.467/17, mais conhecida como a lei da
reforma trabalhista. Ela trouxe mudanças significativas em
mais de 100 artigos da CLT. As principais mudanças foram:
● Contrato intermitente. O empregador pode
contratar o trabalhador, deverá registrar esse
trabalhador de maneira formal, mas o pagamento
de salário ocorre apenas com a prestação do serviço
por parte do empregado.
● Fracionamento do gozo de férias. O trabalhador
pode gozar suas férias em até três períodos, porém
um deles não pode ser menor que 14 dias, e os
demais inferiores a 5 dias. Essa possibilidade só
ocorre com anuência do empregado.
dica é que vocês leiam o material e pesquisem para adquirir
● Intervalo para repouso e alimentação.
mais conhecimento sobre o tema. Observem que a tendência
Empregado e empregador podem negociar o gozo
do intervalo, mas ele não poderá ser inferior a 30
minutos e caso não haja a plena fruição do repouso,
o empregador fica obrigado a indenizar apenas o
período não usufruído.
● Deslocamento do trabalhador. Quando o
trabalhador morava muito longe do trabalho, o
período de deslocamento era considerado tempo à
disposição da empresa. Já com a reforma, esse tempo
não é mais considerado na jornada do trabalhador.
● Jornada de trabalho. A jornada de trabalho 12 por
36 (trabalha 12 horas e folga 36 horas) passou a ter
previsão legal. Além disso, a empresa e empregado
podem negociar o banco de horas, antes precisava
da anuência do sindicato, agora não mais. Contudo,
se o empregado não usufruir das horas do seu banco
de horas em até seis meses, a empresa deve pagar as
horas extras com adicional de 50%.
● Home office e teletrabalho. O trabalho home
office foi implementado oficialmente. Nesse tipo
de contrato, o trabalhador não precisa estar
nas dependências da empresa para exercer suas
atividades. Por ter características flexíveis, não há
necessidade de controle de jornada.
● Terceirização da atividade fim. Antes, a empresa
só poderia terceirizar a atividade meio, com a
reforma, as empresas podem terceirizar a atividade
fim, ou seja, podem terceirizar a sua atividade
principal.
● Substituição do e-social. O eSocial foi implantado
em 2018, contudo devido a sua complexidade ele foi
simplificado com a retirada de informações e com
a nova reforma trabalhista foi implantado outro
formato.
● Carteira de trabalho digital. As informações
passam a ser inseridas na CTPS digital por meio das
informações do eSocial.
● Controle de ponto. Antes o controle de ponto
era obrigatório para empresas com mais de 10
empregados, agora passa a ser para empresas com
mais de 20 empregados. Outra mudança é que a
jornada pode ser registrada em regime de exceção,
ou seja, por meio de acordo entre as partes pode
ser realizado apenas o registro do que ultrapassou o
horário normal de trabalho.
● Horários de atividades econômicas. A empresa
passa a poder funcionar em dias de descanso,
portanto pode negociar com o trabalhador o banco
de horas sem o acréscimo de 100%.
● Contribuição patronal. Durante os primeiros
15 dias de afastamento por auxílio doença do
trabalhador, a empresa não precisará mais recolher
a contribuição do INSS patronal de 20% que incide
sobre o salário. Essa alteração também é aplicada à
licença maternidade.
Prezados(as) estudantes, chegamos ao fim da aula 7. A
 Gestão de Pessoas e Equipes
é de um aumento na flexibilização das leis trabalhistas,
contudo elas devem ser vistas com cuidado, pois grande parte
delas foram conquistadas com muita luta por condições mais
dignas de trabalho.
Retomando a aula
Chegamos ao final da aula 7. É importante que vocês
compreendam o conteúdo para avançar para as
próximas aulas. Caso tenham dúvidas, entrem em
contato pelos nossos canais de comunicação. Espero
que tenham compreendido o conteúdo relacionado à legislação
trabalhista, contratos, jornada de trabalho e remuneração, além das
mudanças de flexibilização nas leis trabalhista. Vamos, então, recordar:
1. Leis trabalhistas e a justiça do trabalho
Foram apresentados os artigos constitucionais que
garantem os direitos dos trabalhadores. É importante que
o gestor conheça as leis para aplicá-las de forma correta,
respeitando o direito dos trabalhadores. Foram apresentados,
também, os aspectos relacionados aos acordos coletivos
e convenções coletivas que devem ser respeitados pela
empresa. Além de informações importantes sobre o FGTS e
Previdência Social.
2. Contrato de trabalho
Vimos os conceitos sobre o contrato de trabalho e como
ele se configura, ou seja, aracterísticas, vimos, também, as
opções de contratos que não geram vínculo empregatício,
o contrato para menor de idade, e a Lei que regulamenta o
contrato do estagiário e, por fim, como utilizar o contrato de
experiência de forma adequada.
3. Jornada de trabalho, remuneração e adicionais
Foram apresentados os aspectos legais da jornada
de trabalho, sobre a remuneração, os adicionais, as férias e
como as faltas impactam no gozo de férias. É importante
compreender que o gestor deve conhecer essas informações
para que atue de forma correta cumprindo as leis e garantindo
a transparência.
4. Novas leis trabalhistas e assuntos emergentes
Vimos as novas leis trabalhistas e qual o impacto
delas, vimos, ainda, a alteração no controle de jornada, a
regulamentação do trabalho remoto, novas tipificações de
contratos, novas possibilidades de gozo de férias e outras
ações que tinham como objetivo a flexibilização das Leis
trabalhistas.
Na próxima aula, vocês irão compreender
desenvolvimento de recursos humanos e organizações que
aprendem. Os temas abordados serão a importância do
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treinamento e desenvolvimento, a estruturação da educação
corporativa com foco em resultados de longo prazo e o papel
do RH no processo de aprendizagem organizacional. Aguardo
vocês na nossa próxima aula.
Vale a pena
Vale a pena ler
BRASIL. Decreto-lei nº 5452, de 01 de maio de 1943.
Aprova a Consolidação das Leis do Trabalho. Brasília, DF:
DOU, 09 ago. 1943. Disponível em: https://www2.camara.
leg.br/legin/fed/declei/1940-1949/decreto-lei-5452-1-
maio-1943-415500-publicacaooriginal-1-pe.html. Acesso
em: 14 mar. 2022.
Para acessar a Constituição Federal do Brasil, entre no
site abaixo. BRASIL. Constituição da República de 1988.
Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/
constituicao/constituicao.htm. Acesso em: 14 mar. 2022.
Reconhecido vínculo de emprego
TRT4 - Tribunal Regional do Trabalho 4ª REGIÃO.
Relação de emprego – requisitos. Porto Alegre/RS: 2017.
Disponível em: https://www.trt4.jus.br/portais/trt4/
modulos/noticias/280807. Acesso em: 14 mar. 2022.
Vale a pena acessar
Conteúdos sobre Recursos Humanos. Disponível em:
https://www.rhacademy.com.br/.
Materiais de RH Gratuitos. Disponível em: https://
solides.com.br/materiais/.
Conteúdos e matérias de RH Gratuitos. Disponível
em: https://www.rhportal.com.br/.
Vale a pena assistir
Especial CLT 70 anos. Disponível em: https://www.
youtube.com/watch?v=K6wufJc-kSI. Acesso em: 14 mar.
2022.
Reforma trabalhista. Disponível em: https://www.
youtube.com/watch?v=aXrRXnKvlk0. Acesso em: 14 mar.
2022.