Você está na página 1de 3

ESCOLA ELEÁTICA

A escola eleática tem o seu nome derivado da cidade de Eleia, ao


sul da Itália, lugar de origem de seus principais pensadores:
Parmênides de Eleia, Zenão de Eleia e Xenófanes de Cólofon. Essa
escola que é um pouco diferente da Jônica caracterizou-se por não
procurar uma explicação da realidade baseada na natureza, mas sim
na base da razão. Suas preocupações eram mais abstratas e
apresentaram o primeiro sopro de uma lógica e de uma metafísica.
Seus pensadores defendiam a existência de uma realidade única, por
isso ficaram conhecidos também como monistas, em oposição ao
mobilismo. A realidade para eles era única, imóvel, eterna, imutável,
sem princípio ou fim, contínua e indivisível.

Vejamos agora um pouco sobre as principais teorias


desenvolvidas por Parmênides, conhecido como fundador da Escola
Eleática. Assim como vários autores da mesma época, escreveu suas
ideias filosóficas na forma de poemas.

Parmênides de Eleia (530 a.C. - 460 a.C.)


Dividido em três partes – Proêmio, Primeira Parte e Segunda
Parte –, o poema Sobre a Natureza apresenta que há dois caminhos de
compreensão da realidade. O primeiro, o da verdade, da razão e da
essência, é o mais importante e aquele ressoa na obra de filósofos
posteriores. Segundo esse primeiro caminho, se a pessoa é conduzida
apenas pela razão, entenderá que “o que é, é – e não pode deixar de
ser”. Para o segundo, o da opinião e da aparência enganosa, se a pessoa
segue por esse caminho, acreditará que o mundo é baseado em
movimento, pluralidade e devir, ou seja, acreditará que o ser e o não
ser são e não são a mesma coisa.
Zenão de Eleia (490 a.C. - 430 a.C.)
Discípulo de Parmênides, Zenão defendeu de modo apaixonado
a filosofia do mestre. Seu método consistia na elaboração de
paradoxos. Deste modo, não pretendia refutar diretamente as teses
que combatia, mas sim mostrar os absurdos daquelas teses (e,
portanto, sua falsidade). Acredita-se que Zenão tenha criado cerca de
quarenta destes paradoxos, todos contra a multiplicidade, a
divisibilidade e o movimento (que nada mais são que ilusões, segundo
a escola eleática). Ao contrário de Heráclito de Éfeso, Zenão exerceu
atividade política e é considerado por Aristóteles como o criador da
dialética.

Xenófanes de Cólofon (570 a.C. - 475 a.C.)


Muitos acreditam que Xenófanes se aproximava mais de um
reformador religioso do que de um filósofo propriamente dito, ao
contrário de Anaximandro, por exemplo, que havia criado um conceito
que buscava na natureza da matéria um motivo para todas as
transformações. Xenófanes se apegava a ideia de que a essência de
todas as coisas, o ser absoluto, era o UM, e o filósofo Teofrasto alegava
que o Um é Deus. Xenófanes cria então um conceito de Deus que diz
que ele é um ser mais alto, que não possui nenhuma característica
conhecida pelo homem, e muito menos, semelhante a este, nem
referente a sua imagem nem ao seu espírito.

O que esses três têm em comum é que abordaram o mesmo


problema e deram respostas aproximadas. O problema abordado foi a
questão da permanência e da identidade diante da mudança dos seres,
ou a questão da unidade e da universalidade do Ser diante da
multiplicidade dos seres particulares.

Este problema foi também abordado por Heráclito. A resposta de


Heráclito foi ligeiramente diferente da apresentada pelos eleatas,
embora a tradição da história da filosofia muitas vezes tenha
considerado as teses de Heráclito não apenas um pouco distantes, mas
opostas às da Escola de Eleia.

BIBLIOGRAFIA

ESCOLA ELEÁTICA. Nota Positiva, 2019.Disponível em:<


https://notapositiva.com/escola-eleatica/?lang=pt-br>.Acesso em: 04
de junho de 2022.

Você também pode gostar