Você está na página 1de 3

Leituras de Processo | Carmona

Leituras

🔦Aula – (01/06)
1) Texto: Princípios do processo arbitral – Carmona
a) O legislador escolheu princípios capazes de prestar às partes garantia de um
julgamento justo em qualquer tipo de procedimento que as partes ou o árbitro
resolverem adotar
i) São eles:
(1) Contraditório
(2) Igualdade
(3) Imparcialidade do árbitro
(4) Livre convencimento

b) Legisladores de outros países também elegeram princípios de garantia mínima de


um devido processo legal, mas nem todos elegeram os mesmos princípios que o
legislador brasileiro.
i) Portugueses: Igualdade, ampla defesa e contraditório
(1) Acharam desnecessário mencionar a imparcialidade, embora
acentuem a preocupação de que ambas as partes participem do
processo arbitral de maneira eficiente.
ii) Paraguaios: Igualdade e contraditório
(1) Não tem dispositivo legal específico sobre a arbitragem
iii) O professor menciona ainda o Canadá e a Itália

c) A inquietação quanto aos princípios que dão suporte ao devido processo legal
também se faz visível nos regulamentos de órgãos arbitrais voltados à solução de
litígios internacionais
(1) CIAC (Comissão Interamericana de Arbitragem Comercial), art.
12.1 determina que as partes sejam tratadas com igualdade durante
todo o processo arbitral
(2) CCI (Corte Internacional de Arbitragem) art. 15.2 –
imparcialidade do árbitro
d) A preocupação com os princípios atinge o processo arbitral e não apenas o
procedimento, pois é claro o intuito de tutelar a relação jurídica que se
instaura entre as partes e o árbitro, e não apenas a forma e a sequência dos
atos que serão praticados por um ou outro.
e) Princípios no Processo Arbitral
i) Contraditório
(1) possui dois momentos: informação e possibilidade de reação
(2) permite que durante todo o processo as partes possam produzir
provas, aduzir suas razões e agir em prol de seus direitos, fazendo
Leituras de Processo | Carmona

com que suas razões sejam levadas em conta pelo julgador ao


decidir.
(3) Não será tomada decisão pelo julgador (seja ele árbitro ou juiz
togado), no escopo do contraditório moderno, sem que haja
debate a respeito dos pontos fundamentais do litígio.
ii) Igualdade
(1) estabelece paridade entre os litigantes
(2) a igualdade é formal, não existem no processo arbitral os mesmos
mecanismos de transformação de igualdade formal em material
(a) mas, geralmente as partes estão bem equilibradas e não se
recorre a uma intervenção estatal para que se faça um
rearranjo com o fito de equilibrar
(b) não ocorre também preocupação com ampliação de prazo
para um dos litigantes, cauções, verbas honorárias e afins
(3) o legislador inseriu esse princípio como fundamento da arbitragem
para deixar claro que as partes devem ter as mesmas chances de
indicar árbitros, produzir provas, expor argumentos, fazer valer
suas próprias razões, sem privilégios ou prerrogativas.
(4) a igualdade aqui não significa dizer que não haverá sempre
igualdade real entre as partes, a desigualdade produzirá efeitos
naturalmente.
(a) exemplos de desdobramentos que a desigualdade de fato
pode provocar:
(i) falta de dinheiro para pagar taxas arbitrais
1. não se pode invocar a justiça gratuita
iii) Imparcialidade
(1) A parcialidade do julgador (qualquer julgador) torna inidôneo o
processo (qualquer processo)
iv) Livre convencimento do árbitro quanto a valoração da prova
(1) não se confunde com o arbítrio, apenas pontua que o julgador
deve fundamentar a sentença, explicando os motivos de seu
convencimento, como forma de possibilitar às partes o controle
da decisão
(2) a adoção desse princípio não faz com que as partes não possam
estipular convenções de arbitragem e regras relativas ao ônus da
prova
(3) Convenção de ônus da prova ajuda a decidir no processo
(a) O julgador deverá sempre decidir segundo sua convicção a
respeito da verdade que puder apurar sobre os fatos.
(b) Mas, não pode deixar de julgar, mesmo não estando
plenamente convencido
(4) Regra de julgamento X Regra de comportamento
(5) Art. 333 do CPC parece com o 2.698 do CC italiano.
Leituras de Processo | Carmona

2) Texto: Instituições de Direito Processual Civil – Dinamarco


a) O sistema processual é tutelado por uma série de preceitos constitucionais ditados
como padrões a serem atendidos pelo legislador ao estabelecer normas ordinárias
sobre o processo e pelo intérprete (juiz) encarregado de captar o significado de
tais normas
b) Tutela que reside nos princípios e garantias constitucionais, índole acentuadamente
política
i) Opções importantíssimas do moderno Estado de Direito
ii) Tutela constitucional é a projeção da índole e características do
próprio Estado no sistema processual
(1) a Tutela não se efetiva sem os princípios e estes não ganhariam
eficiência sem as chamadas garantias
(2) garantias constitucionais são preceitos dotados de sanção –
inobservância afeta de algum modo a validade ou eficácia do ato
transgressor, o qual será derrubado pelos princípios
constitucionais

3) Texto: Princípios do processo na Constituição Federal – trata mais de processo


penal – Nery
a) Princípio da proibição da prova ilícita
i) mesmo com a CF anterior a doutrina e a jurisprudência já se colocavam
contra a produção, em juízo, de prova obtida ilicitamente.
(1) na visão do autor não devem ser aceitos extremos: nem a negativa
absoluta nem a admissão de qualquer coisa
(a) apoia-se no princípio da proporcionalidade.
(2) A ilicitude do meio de obtenção da prova seria afastada, quando,
por exemplo, houvesse justificativa para a ofensa a outro direito
por aquele que colhe a prova ilícita.
(a) Acusado que grava clandestinamente uma conversa entre
duas pessoas
(i) Age em legítima defesa, que é caso de exclusão de
ilicitude, e a prova está apta a ser observada
mesmo ferindo o princípio constitucional de
inviolabilidade da intimidade CF, art.5º, X
b) Princípio da publicidade dos atos processuais
c) Princípio do duplo grau de jurisdição
i) desde a CF de 1824
ii) permite que se possa recorrer a mais de um grau de jurisdição
d) Princípio da motivação das decisões judiciais e administrativas

4) Texto: Princípios processuais utilizados na arbitragem – Dinamarco


a) Detalha mais o que já foi pontuado no texto do Carmona

Você também pode gostar