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Unidade 1
Unidade 1
FUNDAMENTOS DA AUTOMAÇÃO
A prática de controle dos processos industriais teve início muito antes que métodos
teóricos e analíticos fossem desenvolvidos. Sistemas de controle eram projetados através
de procedimentos empíricos baseados na intuição e experiência cumulativa, ou seja, a
maioria dos raciocínios envolvidos não eram matemáticos. Contudo, esta aproximação não
cientifica e por tentativas, como foi, satisfez as necessidade de controle por longo tempo.
Você sabia?
d Que ainda, nos dias atuais, consideramos que a base fundamental desse avanço é o
conceito de realimentação (feedback) de sinais, aplicada pela primeira vez na máquina
a vapor de James Watt, por volta de 1756.
A palavra controle pode ser empregada para designar o ato de regular, dirigir ou
comandar uma variável de forma manual ou automática. Aglutinando essas definições,
podemos definir sistema de controle como:
Se você fizer uma comparação criteriosa, poderá perceber que diversas técnicas
aplicadas ao controle de processos industriais são semelhantes às praticadas pelos órgãos
do corpo humano. O que nos leva a concluir que alguns dos desenvolvimentos teóricos do
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controle automático tomou por princípio o próprio ser humano. Com base nessa teoria,
podemos dizer que o controle de processo pode ser: natural ou artificial.
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Você sabia?
O vocábulo empregado nos dias atuais é AUTOMAÇÃO, e este não consta nos
dicionários de língua portuguesa. Essa denominação toma por referência o desenvolvimento
do programa do equipamento (controlador), o qual fará o controle do processo e que terá
por base as técnicas da eletrônica digital.
Para ele, o homem, desde os seus primórdios, tem lutado para superar as suas
limitações, criando dispositivos que possibilitem estender as suas capacidades/poderes, tais
como:
Você sabia?
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Por outro lado, sabe-se que as inovações mecânicas e as modernas tecnologias
produzem desemprego nas áreas industriais; porém os economistas, os sociólogos e outros
estudiosos do assunto nunca chegaram a um consenso se esse desemprego é transitório ou
permanente. Da mesma forma, não sabem se a automação contribui para a promoção ou
aviltamento dos trabalhadores.
No mundo ocidental, até 1750, a indústria humana evoluiu com grande lentidão, pois
as sociedades antigas viviam de uma economia agrária e artesanal, com uma produção
domiciliar, voltada para um pequeno mercado interno. As técnicas utilizadas eram
rudimentares, baseadas em processos empíricos, transmitidos, de geração em geração, não
utilizavam máquinas e, por isso, a energia empregada era a muscular de origem humana
ou animal.
Fig. 1.2 – Posicionador automático da hélice do Fig. 1.3 – Energia eólica empregada na propulsão de
moinho de vento – Meikle. embarcação.
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O aperfeiçoamento do funcionamento do moinho de vento fez aparecer um dos
primeiros instrumentos de controle automático, que foi o aparelho de posicionamento
automático da hélice do moinho de vento, inventado por Meikle em 1750. Esse aparelho
fazia o ajuste automático do eixo da hélice visando a uma melhor posição relativa ao vento.
Nos dias atuais esse tipo de energia serve para acionar as turbinas das hidrelétricas,
as quais produzem energia elétrica.
Fig. 1.4 – Tipos de rodas hidráulicas empregadas para converter energia hidráulica em energia
mecânica ou elétrica.
Você sabia?
Esse tipo de indústria sobrevive, com todas as suas características, até aos dias de
hoje. Para conhecê-las, basta que nos desloquemos a um pequeno povoado distante
grandes centros.
" Exemplos típicos de artesão são: oleiro, ferreiro, construtor de carroça, produtores
de aguardente, de rapadura, etc.
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Esse método de produção não foi capaz de atender ao aumento da demanda, sendo
obrigado a se modificar. Apareceu, então, a “manufatura”, o embrião do capitalismo
industrial, em que um significativo número de trabalhadores passa a ser empregado de um
patrão, que detém o controle da comercialização da produção. As primeiras unidades eram
pequenas e a produção tinha como insumo a lã de carneiro.
As primeiras fábricas que trabalhavam com algodão não foram bem recebidas pelos
industriais e trabalhadores da lã. Esses, alegando que haveria queda no preço dos produtos
baseados na lã, incendiaram as indústrias e conseguiram, em 1700, que o governo inglês
proibisse a importação de tecidos de algodão. Essa proibição incentivou a produção de
algodão na própria Inglaterra, fez surgir diversos inventos mecânicos e agrícolas que
levaram ao grande desenvolvimento da indústria têxtil.
Você sabia?
d O tear mecânico de fazer meias inventado por volta de 1589, por William Lee pároco
de Calverton. Nesse tipo de tear, o operador era não só uma fonte de energia, mas
também um meio de coordenar os movimentos das diversas peças da máquina.
d As grandes vantagens da máquina inventada foram: fazer a teia da meia para costura
até o pé; fabricar finas meias de seda e de fantasia, sem perder a velocidade de
funcionamento; produzir de 1000 a 1500 malhas por minuto, enquanto que as
pessoas que faziam malhas manuais chegavam no máximo a 100 malhas por minutos;
e por fim podia ser operada por uma criança de doze ou treze anos, que acionava a
máquina por meio de um pedal e com as mãos controlava a fiação.
d O aperfeiçoamento do tear de fitas foi feito por John Kay e Vaucanson em 1745.
Patentearam um sistema mecânico que tornou possível fazer a lançadeira movimentar-
se de uma extremidade da tela à outra.
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John Kay criou uma espécie de corredeira, que era acionada por cordas e alavancas
do comando dos pedais por meio de excêntricos, sincronizando, assim, os movimentos da
máquina. A invenção foi batizada de “lançadeira volante”. Por causa desse invento, sua
casa foi depredada por trabalhadores da indústria têxtil, e ele teve de fugir da Inglaterra.
Vaucanson criou a barra de acionamento, o movimento de cremalheira e roda
dentada para acionar os eixos.
Fig. 1.5 – Exemplo da técnica de eixo e excêntricos (cames) empregada, em anos recentes,
no controle automático de purificadores de óleo.
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d Orifícios eram feitos em um rolo de papel de
acordo com o desenho que se desejava tecer.
Quando esse papel em código era pressionado
contra uma fileira de agulhas, as que coincidiam
com as perfurações permaneciam na mesma
posição; as demais moviam-se para frente,
formando assim o desenho do tecido. Era uma
máquina simples, comandava uma única fileira de
agulha.
d A linguagem empregada por esses inventores para estabelecer uma comunicação com
a máquina resumia-se a nada mais do que: orifício e não-orifício. Semelhante ao
sistema binário atual, empregado nos cartões perfurados das máquinas de controle
numérico de nosso século (torno mecânico e fresadora).
A máquina a vapor
substituiu o trabalho físico dos
homens e dos animais.
Energias muito mais poderosas
eram postas a serviço do
homem, permitindo-lhe uma
maior ação sobre a natureza.
Essa revolução iniciou-se na
Inglaterra, nas indústrias têxteis
e se estendeu depois à América
e ao resto da Europa Ocidental.
Por volta de 1800, já havia pelo
menos 500 máquinas
alternativas a vapor em
Fig. 1.7 – Máquina alternativa a vapor de Newcomen. funcionamento.
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Foram aceleradas e aperfeiçoadas as comunicações, os transportes e a fabricação.
O comércio mundial foi estimulado. Houve um rápido aumento da população e o
crescimento urbano das cidades até chegar aos nossos dias com as megametrópoles. Mas
foi só no século XIX que os franceses classificaram esse ato como a “Primeira Revolução
Industrial”.
Fig. 1.8 – Regulador centrífugo de velocidade das máquinas a vapor – James Watt.
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Você sabia?
Você sabia?
d O percursor da técnica de produção em serie foi o americano Eli Whitney, que criou o
sistema de peças permutáveis (estandardizada) ao utilizá-la na fabricação na sua
máquina de descaroçar algodão e de um rifle para o exército americano.
Você sabia?
Neste caso o operador (a) é o senhor (a) da máquina, pois pode comandá-la e pará-
la quando desejar. Por outro lado, a máquina exige que operador acompanhe os seus
movimentos, sejam eles lentos, sejam rápidos, dentro de rigorosos limites de tempo.
Qualquer falha do operador pode provocar grandes prejuízos e acidentes fatais. Diz-se,
então, que o operador fica reduzido a condição de escravo da máquina, sem nenhuma
possibilidade de alterar seu comportamento. Essa fase da industrialização, ainda hoje
encontrada, é definida como mecanização ou automatização. Mais adiante, vamos estudar
a automatização com mais detalhes.
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A primeira revolução industrial trouxe de fato um progresso nunca antes
alcançado, com o aumento da riqueza e do nível de qualidade de vida para uma parte da
população. Porém, para a grande maioria da população, a industrialização mostrou-se
danosa devido aos distúrbios sociais que provocou (migração do camponês para a cidade,
declínio do artesão e do aprendiz, etc.) e não forneceu a sonhada distribuição de renda,
permaneceu a pobreza e a miséria, entre outras.
Você sabia?
Com a evolução tecnológica surgiram as grandes empresas e com estas uma nova
classe social: os trabalhadores urbanos. Também romperam-se os dois fatores de
produção: capital e trabalho, que até então tinham convivido juntos. Apareceram as teorias
econômicas e os conceitos de sucesso financeiro, as técnicas de contabilidade e o
mercado de capital.
Vivemos uma era, considerada por muitos como uma Segunda ou Terceira
Revolução Industrial, que provavelmente teve seu início por volta de 1945, com a
introdução do computador em nossas vidas e conseqüentemente com o advento da
automação propriamente dita. Pode se dizer, então, que o computador é a principal causa
da “revolução industrial contemporânea” por ser o principal componente da moderna
automação.
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Observamos em todos os noticiários as mesmas crises vividas na primeira revolução
industrial, o grande desequilíbrio entre a oferta e a procura por postos de trabalho, ou seja,
desemprego maciço nos setores que automatizam sua produção e, desta vez, as inovações
tecnológicas invadem todos os setores da cadeia produtiva, da comercialização, dos
escritórios de negócio, da comunicação, etc. Atualmente as técnicas e recursos de
automação empregados na área industrial são:
a) CAD (Computer Aided Design) – Trata-se do projeto assistido por computador. Utiliza-se
o computador para modelamento matemático bastante poderoso quanto a cálculos e
integração gráfica. As chamadas estações de trabalho substituem, em princípio, as
pranchetas de desenho dos projetistas e desenhistas.
b) CNC ( Computerized Numerical Control) – Utilizam-se computadores dedicados e
específicos para controlar máquinas ferramentas por meio de controle numérico. Um
programa especificamente elaborado é inserido no computador com vistas a controlar os
diversos órgãos da máquinas para execução de tarefas, tais como: trajetória da
ferramenta, velocidade de corte, seleção de ferramentas, etc.
c) Robótica – Um robô industrial é um elemento multifuncional projetado para, por meio de
movimentos programados, executar tarefas diversificadas (movimentar peças,
ferramentas ou dispositivos; pintar; soldar; etc.).
d) Controle Automatizado de Processos – É um sistema que, baseado em um objetivo
preestabelecido, acompanha a evolução do processo e, dispondo de um modelo de
controle, monitora as funções necessárias à realização desse objetivo. O
acompanhamento da evolução do processo pode ser feito em “tempo real” ou em
medições efetuadas em intervalos de tempo preestabelecido. O modelo de controle é um
programa que contém a lógica de medição x ação, podendo utilizar funções
matemáticas e tabelas de referência. O controle pode ser dinâmico (o próprio
computador dispara as ações) ou estático (o computador informa ao operador, e esse
efetua a ação).
e) Tecnologia de Grupo – É a técnica de apoio à manufatura que permite reconhecer e
explorar semelhanças, identificando e agregando peças ou componentes em um único
processo produtivo. O método baseia-se nas características e condição dos elementos,
de tal modo que sejam formadas famílias de elementos, considerando a empresa como
um todo. Essa técnica permite a produção em massa de lotes médios e pequenos de
peças.
f) Sistemas Flexíveis de Manufatura – É o conjunto de duas ou mais unidades de
manufatura, interconectadas por equipamentos de manipulação de material, sob
supervisão de um ou mais computadores de dedicação plena. Esses sistemas
possibilitam a utilização plena de máquinas CNC, robôs manipuladores e técnicas
organizacionais do tipo tecnologia de grupo. Consiste no emprego de “células de
fabricação”, e cada célula tem autonomia e pode executar peças de algumas famílias.
Cada célula é interdependente das demais e constitui um universo próprio. O fluxo
integrado e automático das informações constitui a base para todas as atividades dos
sistemas flexíveis de manufatura. Isto compreende:
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d armazenamento, transferência e transporte automático da matéria- prima;
d distribuição e carregamento automático das unidades que compõem o sistema; e
d identificação das partes e seleção de programas das máquinas CNC.
g) CIM (Computer Integrated Manufacturing) – É a utilização das diversas ferramentas
computacionais disponíveis (computadores de diversos portes, redes locais, bancos de
dados, CAD, CAM, CNC, Robótica), com o objetivo de integrar o fluxo de informações de
cada departamento e processo de fabricação com o fluxo de informações administrativas
e gerenciais da empresa. O CIM parte do pressuposto de que a informação é o elemento
chave da boa administração e que o melhor meio de obtê-la rápida e corretamente é
através do uso integrado dos diversos recursos computacionais existentes na atualidade.
O CIM permite uma alimentação “do que fazer” pelos grandes sistemas aos níveis
operacionais de fábrica e uma realimentação “do que foi feito” por esses mesmos
sistemas.
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Você sabia?
Nos dias atuais, quase só encontramos computadores digitais. Há, entretanto, os que
têm as propriedades das duas categorias: são os computadores híbridos.
Por volta de 1955, surgiu o transistor. Esse novo componente eletrônico veio
substituir à válvula eletrônica com grandes vantagens .
Você sabia?
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Você sabia?
OBSERVAÇÃO IMPORTANTE!
A evolução da tecnologia da produção pode ser dividida em três estágios, a saber:
No quadro a seguir, faz-se um resumo dos fatos mais interessantes com relação à
revolução da energia motora e com a revolução da informação. Nota-se que, nos últimos
tempos, a evolução tecnológica tem sido mais aplicada no processamento da informação,
ou melhor, nos meios de comunicação.
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DESENVOLVIMENTO DA DESENVOLVIMENTO DA
ENERGIA MOTORA INFORMÁTICA
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1.3 – EXERCÍCIOS PROPOSTOS
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3 ) Cite cinco aplicações do aproveitamento da energia hidráulica.
7 ) Com base na explicação sobre a filosofia do controle automático (automação), cite dois
objetivos da automação nos dias atuais.
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8 ) Com base na teoria de Horta Santos, diferencie automação de automatização.
11 )
TRABALHO DE PESQUISA
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