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Essas teses reflete a aplicação do Artigo 505 do CPC, que permite a revisão de
questões já decididas em relações jurídicas de trato continuado quando há uma
modificação no estado de fato ou de direito.
Logo o problema dos TEMAS 881 e 885 do STF pela ausência da modulação dos
efeitos, surge a discussão sobre em que momento o Fisco pode exigir o recolhimento
da CSLL do contribuinte sobre os fatos geradores tributáveis existentes em 2007, o
que atinge, nesse caso, a eficácia da coisa julgada e concede tratamento retroativo à
decisão.
IRRETROATIVIDADE.
A proibição de retroatividade é corolário da segurança jurídica, da proteção da
confiança na lei e da não surpresa. A irretroatividade assegura a segurança
jurídica mínima em um genuíno Estado Democrático de Direito impedindo a
arbitrariedade estatal de causar danos a seus contribuintes e cidadãos,
estabilizando assim as relações jurídico-tributárias. A atuação da administração
tributária deve seguir a lei da mesma forma que deve ser previsível. A própria
ideia de segurança jurídica é concretizada no princípio da irretroatividade, que
é um dos meios de assegurar a adequada aplicação da justiça material.
A Constituição Federal de 1988 (CF/88):
XXXVI – a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a
coisa julgada;”
A segunda determinação está no próprio capítulo da ordem tributária, em seu
artigo 150: “Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é
vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: (…)
III – cobrar tributos:
a) em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que
os houver instituído ou aumentado;”
A irretroatividade da lei tributária é considerada em si uma das garantias
fundamentais dos cidadãos-contribuintes – inclusive elevada à categoria de
cláusula pétrea pelo Supremo Tribunal Federal.
‘’ A blindagem constitucional ao ato jurídico perfeito, ao direito adquirido e à
coisa julgada configura cláusula pétrea, bem assim um dos pilares de
sustentação do Estado Democrático de Direito, consubstanciando garantias
individuais de todos os cidadãos’’ RE: 948.634 RS
‘’ Nesse sentido, verifica-se que a atual jurisprudência é firme no sentido de que
as garantias de irretroatividade e de anterioridade no âmbito tributário possuem
caráter substancial. Logo, é o critério material da hipótese tributária que deve
ser levado em conta para fins de resguardo das garantias individuais do
contribuinte. [RE 188.083, rel. min. Marco Aurélio, j. 5-8-2015, DJE 209 de 20-
10-2015.
ANTERIORIDADE
O princípio da anterioridade tributária disciplina que a União, os Estados, o
Distrito Federal e os Municípios estão proibidos de cobrar qualquer tributo no
mesmo exercício financeiro ou antes de noventa dias da data de publicação da
lei que os institui ou aumenta. (Art. 150 CF).
A limitação exercida pelo princípio em estudo restringe-se tão-somente à
vigência temporal, não anulando o Estado na sua função instituidora e
majoradora de tributos.
O princípio da anterioridade expressa a idéia de que a lei tributária seja
conhecida com antecedência, de modo que os contribuintes, pessoas naturais
ou jurídicas, saibam com certeza e segurança a que tipo de gravame estarão
sujeitos no futuro imediato, podendo, dessa forma, organizar e planejar seus
negócios e atividades