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Slide 1: Introdução (2 minutos) (ANDREY)

Apresentação do tema central: Reversão da coisa julgada em matéria tributária.


Breve menção aos Temas 881 e 885 do STF.

O Tema 881 e o Tema 885 da Repercussão Geral do STF abordam a questão


do controle de constitucionalidade em matéria tributária e seus efeitos sobre a coisa
julgada individual. O cerne da questão envolve a Contribuição Social sobre o Lucro
Líquido (CSLL), estabelecida por lei ordinária (Lei n° 7.689/1988), quando deveria ter
sido instituída por lei complementar, representando um vício formal.
Em 1992, o STF julgou o RE 138.284/1992, reconhecendo a constitucionalidade da
CSLL, porém sem eficácia erga omnes, uma vez que o regime de Repercussão Geral
dos Recursos Extraordinários ainda não estava instituído. Essa decisão deixou espaço
para decisões individuais dos tribunais consideravam a CSLL inconstitucional para
algumas empresas, mas não para todas.
Em 2007, o STF reconheceu a constitucionalidade da CSLL na ADI 15/2007, com
efeito vinculante erga omnes. Isso levantou a questão de como essa decisão afetaria
as empresas que não recolhiam a CSLL com base em decisões transitadas em
julgado, que as beneficiavam. A falta de clareza no acórdão da ADI 15/2007 gerou a
importância dos Temas 881 e 885.
Neste ano, o STF aprovou teses que esclarece a situação:
“1. As decisões do STF em controle incidental de
constitucionalidade, anteriores à instituição do regime de
repercussão geral (RE 1992), não impactam automaticamente
a coisa julgada que se tenha formado, mesmo nas relações
jurídicas tributárias de trato sucessivo.
2. Já as decisões proferidas em ação direta (ADI
15/2007) ou em sede de repercussão geral interrompem
automaticamente os efeitos temporais das decisões transitadas
em julgado nas referidas relações, respeitadas a
irretroatividade, a anterioridade anual e a noventena ou a
anterioridade nonagesimal, conforme a natureza do tributo.”
(STF, Informativo 1.082, Pleno, tema 885, RE 955.227/2023).

Essas teses reflete a aplicação do Artigo 505 do CPC, que permite a revisão de
questões já decididas em relações jurídicas de trato continuado quando há uma
modificação no estado de fato ou de direito.
Logo o problema dos TEMAS 881 e 885 do STF pela ausência da modulação dos
efeitos, surge a discussão sobre em que momento o Fisco pode exigir o recolhimento
da CSLL do contribuinte sobre os fatos geradores tributáveis existentes em 2007, o
que atinge, nesse caso, a eficácia da coisa julgada e concede tratamento retroativo à
decisão.

Slide 2: Contextualização (2 minutos) (DANIEL)


Relevância da segurança jurídica em um Estado Democrático de Direito.
Importância da estabilidade das relações jurídico-tributárias para o desenvolvimento econômico.

A segurança jurídica, um dos pilares fundamentais de qualquer Estado


Democrático de Direito, tem sido amplamente discutida no contexto brasileiro,
especialmente à luz dos temas 881 e 885 do Supremo Tribunal Federal (STF).
Estes temas, que abordam a possibilidade de reversão da coisa julgada em
matéria tributária, colocam em xeque a estabilidade e previsibilidade das
relações jurídicas, características essenciais para a confiança dos cidadãos e
empresas no sistema jurídico.
Em um país onde a complexidade tributária já é notória, a possibilidade de
decisões judiciais transitadas em julgado serem revistas pode intensificar a
sensação de insegurança jurídica. Esta insegurança pode deter investimentos,
impactar decisões empresariais e retardar o crescimento econômico, pois as
empresas, ao planejarem suas atividades, necessitam de um ambiente de
regras claras e estáveis.
No contexto dos temas 881 e 885, a preocupação recai sobre como as
decisões do STF, particularmente em matéria tributária, podem afetar as
empresas que, de boa-fé, organizaram-se conforme entendimentos judiciais
prévios. Estas empresas, ao serem potencialmente confrontadas com novas
obrigações tributárias retroativas, enfrentam não apenas desafios financeiros,
mas também questionamentos sobre a estabilidade do próprio sistema jurídico.
O desenvolvimento econômico de um país está intrinsecamente ligado à
estabilidade de suas relações jurídico-tributárias. Em um ambiente onde as
regras fiscais são claras e consistentes, empresas e investidores têm maior
confiança para tomar decisões, investir e expandir suas operações. Por outro
lado, um cenário de incertezas pode levar a uma retração dos investimentos e
à hesitação em comprometer recursos em projetos de longo prazo.
Portanto, ao analisarmos os temas 881 e 885 do STF, é imprescindível
considerar não apenas as implicações jurídicas, mas também as
consequências econômicas de tais deliberações. Em um Estado Democrático
de Direito, a segurança jurídica e a estabilidade das relações jurídico-tributárias
não são meros conceitos teóricos; são essenciais para a proteção dos direitos
dos contribuintes e para o desenvolvimento econômico sustentável do país.

Slide 3: Princípio da Segurança Jurídica (2 minutos)


(LEONARDO)
Conceito e importância.
Como a segurança jurídica influencia as decisões dos contribuintes.

Em qualquer sistema democrático, o princípio da segurança jurídica


desponta como pilar fundamental, servindo de bússola para as relações
jurídicas. Ele se traduz na previsibilidade, estabilidade e confiabilidade das
normas e decisões judiciais, garantindo que os cidadãos e empresas possam
tomar decisões e planejar suas atividades com base em um ambiente jurídico
estável. Especificamente em matéria tributária, esse princípio adquire
contornos ainda mais significativos. Dada a complexidade do sistema tributário
brasileiro, a segurança jurídica é a garantia de que os contribuintes podem
moldar suas atividades econômicas e tomar decisões financeiras sem o receio
de mudanças abruptas e inesperadas na interpretação das leis. Nesse
contexto, surge o tema 881 do Supremo Tribunal Federal, que discute a
reversão da coisa julgada em matéria tributária, ameaçando a estabilidade até
então existente. Para o contribuinte, que, confiando no ordenamento e na
jurisprudência vigente, estruturou sua conduta, a possibilidade de mudança
retroativa é um golpe na confiança e na previsibilidade do sistema. Diante
disso, é imperativo que, mesmo em face da complexidade tributária brasileira, o
princípio da segurança jurídica seja robustamente defendido, assegurando a
integridade das decisões judiciais passadas e protegendo os direitos e
expectativas dos contribuintes.

Slide 4: A Coisa Julgada (2 minutos) (FABIO)


Conceito e significado no sistema jurídico.
Por que ela é essencial para a estabilidade das relações jurídicas.

A "coisa julgada" é um conceito fundamental no sistema jurídico que se


refere à decisão final e definitiva de um tribunal em um processo. Isso significa
que, uma vez que uma questão tenha passado por todo o processo legal,
incluindo recursos e apelações, e a decisão seja confirmada, ela se torna
imutável. As partes envolvidas no processo não podem mais contestar ou
modificar essa decisão em tribunais futuros. Em outras palavras, a coisa
julgada é como um selo de finalidade e autoridade que encerra o caso de forma
permanente.
A coisa julgada desempenha um papel crucial na estabilidade das relações
jurídicas por várias razões:
Previsibilidade: A certeza de que uma decisão judicial não será alterada
proporciona previsibilidade nas relações jurídicas. As partes envolvidas em
litígios podem confiar que a decisão final é definitiva, o que facilita a tomada de
decisões e planejamento futuro.
Segurança Jurídica: A coisa julgada contribui para a segurança jurídica, pois as
partes podem confiar que seus direitos e obrigações estão claramente
definidos após a conclusão do processo. Isso evita incertezas e litígios
contínuos sobre a mesma questão.
Economia de Recursos: Evitar que as partes continuem contestando decisões
em tribunais diferentes economiza tempo, dinheiro e recursos do sistema
judicial. A coisa julgada incentiva as partes a resolverem suas disputas de
maneira mais eficiente e definitiva.
Promoção da Autoridade Judicial: A coisa julgada também ajuda a manter a
autoridade e a integridade do sistema judicial. Se as decisões fossem
constantemente questionadas e revistas, a confiança no sistema judicial
diminuiria.
Em resumo, a coisa julgada é essencial para garantir a estabilidade e a
confiabilidade das relações jurídicas, promovendo a previsibilidade, segurança
jurídica e eficiência no sistema judicial. Ela é um alicerce do Estado de Direito,
ajudando a manter a ordem e a justiça na sociedade.

Slide 5: Boa-Fé dos Contribuintes (2 minutos) (MARGARETH)


Como muitos contribuintes tomaram decisões baseadas em entendimentos judiciais anteriores.
A injustiça de penalizar quem agiu de boa-fé.

A boa-fé é um princípio basilar que permeia diversas áreas do direito, e no


campo tributário não é diferente. O tema 881, debatido pelo Supremo Tribunal
Federal (STF), trouxe à tona a relevância da boa-fé dos contribuintes em
relação às decisões judiciais anteriores.
Ao longo dos anos, muitos contribuintes tomaram decisões financeiras e
estratégicas baseadas em entendimentos consolidados do próprio Judiciário.
Estas decisões, frequentemente, envolviam significativos valores financeiros e
eram parte de planejamentos tributários elaborados com cautela e de acordo
com a legalidade vigente. A segurança jurídica, proporcionada por decisões
judiciais transitadas em julgado, era a bússola que orientava esses
contribuintes.
No entanto, com a reabertura da discussão no STF através do Tema 881, surge
um cenário de incerteza. Se por um lado há o entendimento de que o Estado
deve arrecadar tributos devidos, por outro, é inegável que penalizar
contribuintes que agiram de boa-fé, seguindo diretrizes judiciais anteriores, é
uma afronta ao princípio da justiça e da confiança legítima.
É fundamental reconhecer que, ao agirem conforme o entendimento judicial
vigente à época, os contribuintes não estavam buscando obter vantagens
indevidas ou agindo de maneira ardilosa. Eles estavam simplesmente
buscando o direito de pagar o que era devido, nem mais nem menos. A boa-fé,
neste contexto, representa a confiança de que, ao seguir o caminho traçado
pelo próprio sistema judiciário, estariam protegidos de futuras surpresas ou
penalizações.
A reversão de tais entendimentos, sem considerar a situação daqueles que
agiram pautados em decisões anteriores, pode causar um efeito cascata de
insegurança jurídica, desestimulando o cumprimento voluntário das obrigações
tributárias e afetando a própria percepção de justiça no sistema tributário.
Penalizar quem agiu de boa-fé é não só desconsiderar o histórico de decisões
judiciais como também enviar uma mensagem preocupante sobre a
previsibilidade e estabilidade das relações jurídico-tributárias.
Concluindo, a boa-fé dos contribuintes, em harmonia com o princípio da
segurança jurídica, deve ser considerada no debate do Tema 881 pelo STF. Em
um Estado Democrático de Direito, é fundamental que os cidadãos possam
confiar nas decisões de suas instituições e que não sejam penalizados por agir
conforme a legalidade estabelecida.

Slide 6: Efeito Surpresa (2 minutos) (LUCIENE)


O impacto de decisões retroativas na estabilidade financeira das empresas.
Exemplos de situações em que empresas poderiam ser afetadas.

Os Temas 881 e 885, de repercussão geral, não atingem reflexos


somente jurídicos, mas, em termos econômicos afetam a decisão dos
contribuintes, trazendo surpresa e desalento uma vez que não há mais garantia
a coisa julgada.

Embora o STF entenda que há preserva do princípio da livre inciativa, e,


por sua vez, ao que subentende -se que o tratamento não é igualitário entre os
contribuintes, relativizando o já consagrado, princípio da boa-fé do contribuinte.
Assim sendo, em termos econômicos, tal decisão diz respeito aos negócios
que são feitos com base nos patrimônios líquidos, contábeis, da pessoa
jurídica.

A CVM (Comissão dos Valores Mobiliários) por meio do Ofício


Circular /CVM/SNC/SEP/N° 01/23, cuidou de fixar orientações quanto a
aspectos a serem observados nas demonstrações contábeis do exercício social
encerrado em relação a eventos subsequentes ao período contábil, no caso a
decisão do STF, e que se referem as demonstrações contábeis e que exigem
que a entidade ajuste os valores reconhecidos em suas demonstrações ou
reconheça itens que não tenham sido previamente reconhecidos.

Neste interim, cabe às sociedades, fazerem o correspondente registro


contábil de todas as questões tributárias as quais se enquadrem nos termos
das Teses nºs 881 e 885.

Outrossim, as transações que são feitas sobre o patrimônio líquido das


sociedades se concretizam sobre e em torno de patrimônios líquidos contábeis
que as partes aceitam e assim declaram, havendo a contratação de cláusulas
protetivas voltadas a eventos subsequentes não dimensionados no momento
da negociação como passivos ocultos, não conhecidos.
Nessa esteireira, a decisão do STF, traz insegurança jurídica sob o
provisionamento do passivo contábil, das empresas, que na época, em que se
perfazia a coisa julgada, portanto, não retroatividade das decisões entendiam
que o CSLL, já era um passivo, portanto, não havia aprovisionamento de um
eventual passivo a ser liquidado, ou seja, a partir do novo entendimento, como
procederão as sociedades que declararam a ausência de previsão para
pagamentos de passivos ocultos, na hipótese de as declarações e
representações trazidas pelos vendedores, nos termos do que à época era
conhecido e da experiência junto ao STF de não retroatividade de decisões,
demonstrarem ausência de previsão de pagamento de passivos ocultos.

À vista disso, será que o vendedor se omitiu ao não reconhecer um


passivo e assim aumentado, indevidamente, o valor do patrimônio da entidade?
E, em que medida o não reconhecimento de um passivo, a época, refletem no
valor contábil das ações, e dos negócios que emergem, e, como se medir esse
“custo econômico para os investidores, doravante?

Outro aspecto que traz surpresa às empresas é o fato de a insegurança


jurídica gerada, pode trazer a incerteza, de outras decisões definitivas do STF,
se tiverem seus resultados revertidos, poderão acarretar na cobrança pelo
fisco, das multas e juros, em virtude do atraso de pagamento de tributos.

Slide 7: Irretroatividade e Anterioridade (2 minutos)


(ALESSANDRA)
Explicação desses princípios constitucionais.
A importância deles para garantir a justiça tributária.

IRRETROATIVIDADE.
A proibição de retroatividade é corolário da segurança jurídica, da proteção da
confiança na lei e da não surpresa. A irretroatividade assegura a segurança
jurídica mínima em um genuíno Estado Democrático de Direito impedindo a
arbitrariedade estatal de causar danos a seus contribuintes e cidadãos,
estabilizando assim as relações jurídico-tributárias. A atuação da administração
tributária deve seguir a lei da mesma forma que deve ser previsível. A própria
ideia de segurança jurídica é concretizada no princípio da irretroatividade, que
é um dos meios de assegurar a adequada aplicação da justiça material.
A Constituição Federal de 1988 (CF/88):
XXXVI – a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a
coisa julgada;”
A segunda determinação está no próprio capítulo da ordem tributária, em seu
artigo 150: “Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é
vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: (…)
III – cobrar tributos:
a) em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que
os houver instituído ou aumentado;”
A irretroatividade da lei tributária é considerada em si uma das garantias
fundamentais dos cidadãos-contribuintes – inclusive elevada à categoria de
cláusula pétrea pelo Supremo Tribunal Federal.
‘’ A blindagem constitucional ao ato jurídico perfeito, ao direito adquirido e à
coisa julgada configura cláusula pétrea, bem assim um dos pilares de
sustentação do Estado Democrático de Direito, consubstanciando garantias
individuais de todos os cidadãos’’ RE: 948.634 RS
‘’ Nesse sentido, verifica-se que a atual jurisprudência é firme no sentido de que
as garantias de irretroatividade e de anterioridade no âmbito tributário possuem
caráter substancial. Logo, é o critério material da hipótese tributária que deve
ser levado em conta para fins de resguardo das garantias individuais do
contribuinte. [RE 188.083, rel. min. Marco Aurélio, j. 5-8-2015, DJE 209 de 20-
10-2015.
ANTERIORIDADE
O princípio da anterioridade tributária disciplina que a União, os Estados, o
Distrito Federal e os Municípios estão proibidos de cobrar qualquer tributo no
mesmo exercício financeiro ou antes de noventa dias da data de publicação da
lei que os institui ou aumenta. (Art. 150 CF).
A limitação exercida pelo princípio em estudo restringe-se tão-somente à
vigência temporal, não anulando o Estado na sua função instituidora e
majoradora de tributos.
O princípio da anterioridade expressa a idéia de que a lei tributária seja
conhecida com antecedência, de modo que os contribuintes, pessoas naturais
ou jurídicas, saibam com certeza e segurança a que tipo de gravame estarão
sujeitos no futuro imediato, podendo, dessa forma, organizar e planejar seus
negócios e atividades

- Além de conter as arbitrariedades estatais, os direitos fundamentais devem


ser vistos como a categoria instituída com o objetivo de proteção aos direitos à
dignidade, à liberdade, à propriedade e à igualdade de todos os seres
humanos. A expressão fundamental demonstra que tais direitos são
imprescindíveis à condição humana e ao convívio social.
- Os direitos e garantias expressos na Constituição Federal não excluem outros
de caráter constitucional decorrentes do regime e dos princípios por ela
adotados, desde que expressamente previstos no texto constitucional, mesmo
que difusamente. – ALEXANDRE DE MORAES - Direito constitucional/ 2006.

- O princípio da anterioridade da lei tributária, além de constituir limitação ao


poder impositivo do Estado, representa um dos direitos fundamentais mais
importantes outorgados pela Carta da Republica ao universo dos contribuintes.
(STF, ADI n. 939-7, Rel. Min. Sydney Sanches).

Slide 8: Isonomia Tributária (2 minutos) (PAMELA)


O que é e por que é crucial.
Como a isonomia pode ser comprometida com a reversão da coisa julgada.

O princípio da isonomia tributária decorre diretamente do artigo 5º da


Constituição Federal (princípio da equiparação). TODOS SÃO IGUAIS
PERANTE A LEI SEM DISTINÇÃO DE QUALQUER NATUREZA.
É importante observar a IGUALDADE RELATIVA: os indivíduos iguais devem
ser tratados de maneira igual, enquanto os diferentes devem ser tratados de
forma desigual, de acordo com sua desigualdade. EXEMPLO: IMPOSTO DE
RENDA
O artigo 150 da Constituição Federal proíbe a criação de tratamento desigual
aos contribuintes em situação equivalente, proibindo, portanto, qualquer
distinção, independentemente da denominação jurídica dos rendimentos.
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é
vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
II - instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em
situação equivalente, proibida qualquer distinção em razão de ocupação
profissional ou função por eles exercida, independentemente da denominação
jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos;
O princípio mencionado deve ser respeitado tanto na cobrança quanto na
dispensa dos tributos. A própria constituição proíbe a discriminação injustificada
entre pessoas equivalentes. Entretanto, o Supremo Tribunal Federal, por meio
da Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 1.643, decidiu que não há
violação ao princípio da igualdade tributária se a lei oferecer tratamento
desigual a microempresas e empresas de pequeno porte por razões
extratributárias.

Slide 9: Impacto Econômico (2 minutos) (RENDSON)


A influência de decisões tributárias na economia.
O risco de desestabilização econômica com a mudança de entendimentos judiciais.
É importante ressaltar que a discussão sobre a possibilidade de revisão
da coisa julgada em assuntos tributários coloca em questão a previsibilidade e
estabilidade jurídica tão desejadas pelo setor empresarial e financeiro. Em
qualquer economia, empresas e investidores baseiam seus planos em regras
claras e consistentes, sendo a tributação uma das considerações mais
importantes. A certeza nessa área é especialmente valorizada, pois uma
mudança de entendimento pode acarretar um impacto significativo a economia
e administração de cada empresa. Portanto, quando ocorre uma mudança
significativa na interpretação jurídica, como proposto nos Temas 881 e 885,
essa certeza é abalada. Empresas que tomaram decisões de investimento,
contratação ou expansão com base em interpretações judiciais anteriores
podem se encontrar em terreno instável. O risco de enfrentar passivos
tributários inesperados ou ter que ajustar práticas comerciais e estratégias
pode ser desestabilizador, levando a hesitações em investimentos futuros ou
mesmo à redução de operações.
Além disso, no tocante ao âmbito internacional, alterações repentinas na
interpretação da legislação tributária, como as propostas nos Temas 881 e 885,
podem indicar instabilidade. Uma vez que investidores estrangeiros, ao
perceberem um ambiente fiscal volátil, podem hesitar em investir recursos, o
que impacta diretamente no desenvolvimento econômico das empresas
afetadas e consequentemente do país. Essas questões do STF não apenas
abordam o aspecto técnico da reversão de decisões judiciais em assuntos
fiscais, mas também afetam a confiança que os agentes econômicos
depositam no sistema jurídico. A estabilidade e a previsibilidade são elementos
fundamentais para a saúde econômica, e decisões que abalem esses
fundamentos devem ser consideradas com cautela, equilibrando os benefícios
imediatos com os potenciais riscos de longo prazo para o crescimento e o
desenvolvimento econômico sustentável.

Slide 10: Visão Internacional (2 minutos) (ALESSANDRO)


Como outros países tratam a segurança jurídica em matéria tributária.
A importância da previsibilidade para atrair investimentos estrangeiros.

A segurança jurídica em matéria tributária é uma pedra angular para o


funcionamento eficaz de qualquer economia. As decisões tributárias têm
implicações profundas na economia, influenciando o comportamento dos
investidores, a confiança dos empresários e as decisões de investimento, tanto
nacionais quanto estrangeiras. Abordar o tema 881 do STF em relação a essa
questão amplia a discussão para um panorama global.
1. Relevância da Segurança Jurídica em Matéria Tributária:
- A segurança jurídica serve como uma promessa de que as regras não
mudarão arbitrariamente. Isso é crucial em matéria tributária, onde as
empresas fazem planejamentos a longo prazo com base nas leis existentes.
- Em muitos países, a previsibilidade em matéria fiscal é vista como uma das
principais características de um ambiente de negócios favorável. Mudanças
súbitas ou retroativas podem afugentar investidores e prejudicar a economia.
- A proteção da confiança legítima e a previsibilidade das ações do Estado
são princípios reconhecidos em jurisprudências e legislações ao redor do
mundo.
2. Impacto no Investimento Estrangeiro:
- Investidores estrangeiros buscam estabilidade e previsibilidade. A
segurança jurídica em matéria tributária sinaliza que o país é um local seguro
para investir e que os investimentos estarão protegidos contra mudanças
arbitrárias.
- Países como a Alemanha, por exemplo, têm leis claras e procedimentos
bem estabelecidos que protegem os contribuintes contra retroatividades
injustas em matéria tributária.
- Muitos tratados internacionais de investimento também contêm disposições
que garantem a estabilidade tributária para proteger os investidores contra
mudanças abruptas.
3. Tema 881 e 885 do STF:
- O debate em torno dos temas 881 e 885 do STF destaca a tensão entre a
necessidade de segurança jurídica e a autoridade do Estado para reavaliar
decisões tributárias anteriores.
- A possibilidade de reversão da coisa julgada em matéria tributária, como
discutido nestes temas, pode gerar incerteza e tem o potencial de dissuadir
investimentos futuros. Empresas que tomaram decisões com base em
entendimentos judiciais anteriores podem se sentir injustamente penalizadas.
- A questão, portanto, não é apenas uma discussão acadêmica ou legal, mas
tem implicações reais para a posição do Brasil como destino atraente para o
investimento e para a estabilidade econômica do país.
Ao considerar o debate global sobre a segurança jurídica em matéria tributária,
fica claro que a previsibilidade, a estabilidade e a proteção da confiança
legítima são essenciais para uma economia saudável. Decisões como as dos
temas 881 e 885 do STF devem, portanto, ser tomadas com plena consciência
de seus impactos econômicos e de sua posição no cenário internacional de
investimentos.

Slide 11: Soluções e Alternativas (2 minutos) (NICOLAS)


Propostas para garantir a segurança jurídica sem prejudicar a arrecadação.
A importância do diálogo entre os Poderes Judiciário, Executivo e Legislativo.
Em face dos Temas 881 e 885 do STF, que abordam a questão da reversão da
coisa julgada em matéria tributária, os contribuintes encontram-se diante de um
cenário repleto de incertezas. Esta instabilidade jurídica pode ter impactos
significativos, não apenas do ponto de vista legal, mas também econômico.
Portanto, é crucial que os contribuintes considerem estratégias proativas e
soluções alternativas antes que o STF module os efeitos dessas decisões.
Primeiramente, o diálogo se mostra como uma ferramenta valiosa.
Associações empresariais e entidades de classe podem estabelecer uma
comunicação construtiva com o Poder Judiciário. O objetivo desse diálogo é
elucidar as reais consequências econômicas de decisões que alteram o
entendimento consolidado e ressaltar a imperatividade da segurança jurídica
para a saúde econômica do país.
Vale ressaltar, que é possível cogitar a hipótese de revogar o tributo,
instruído de forma equivocada, que fomentou o debate desses temas, sendo
exte a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), por meio da edição
de uma nova lei. Dessa forma, após sua revogação, um novo tributo pode ser
instituído, com o intuído de substitui-lo, porém, seguindo os corretos ditames
normativo, respeitando-se os princípios constitucionais como legalidade,
anterioridade e irretroatividade, entre outros.
Além disso, empresas que já possuem decisões judiciais favoráveis
devem avaliar a solidez desses julgamentos. Em um cenário onde tais decisões
podem ser potencialmente afetadas pelos novos entendimentos do STF, torna-
se essencial entender suas possíveis vulnerabilidades.
Do ponto de vista financeiro, o provisionamento de recursos é uma
estratégia prudente. As empresas, antecipando a possibilidade de reversão de
suas decisões favoráveis, podem se preparar para eventuais passivos
tributários, evitando surpresas que podem desestabilizar suas operações.
A negociação direta com a Fazenda Pública também pode ser uma via
promissora. Em vez de esperar por uma eventual cobrança, as empresas
podem buscar acordos que reconheçam decisões anteriores, facilitando uma
transição menos abrupta e mais previsível.
Em paralelo, os contribuintes devem se manter vigilantes quanto às
discussões sobre a modulação dos efeitos das decisões do STF. A modulação,
se ocorrer, determinará a partir de quando os novos entendimentos serão
aplicados, e estar preparado para ela é fundamental.
O apoio de especialistas, como advogados tributaristas, é fundamental.
Eles podem fornecer orientações precisas e estratégias detalhadas para
enfrentar esse cenário volátil, mantendo as partes interessadas informadas,
seja acionistas, funcionários ou parceiros, sobre os potenciais impactos e as
estratégias adotadas com essas reformas, possibilitando reduzir incertezas e
fortalecer a confiança.
Em resumo, diante dos desafios apresentados pelos Temas 881 e 885
do STF, os contribuintes não estão desamparados. Com preparação,
flexibilidade e proatividade, é possível navegar por esse cenário complexo,
defendendo direitos e minimizando impactos adversos.
Slide 12: Conclusão (1 minuto)
Reafirmação da necessidade de equilíbrio entre arrecadação e segurança jurídica.
Convite para reflexão sobre a relevância de garantir direitos fundamentais.

Slide 13: Perguntas e Respostas (2 minutos)


Abertura para questionamentos da plateia.

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