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ANEMIA APLÁSTICA

A anemia aplástica é uma doença rara que afeta a formação e o


desenvolvimento de células do nosso sangue. Ela faz com que o
corpo não produza glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas
suficientes, tudo ao mesmo tempo. Segundo estudos, a anemia
aplástica costuma atingir até 6 casos a cada 1 milhão de pessoas. A
doença afeta homens e mulheres igualmente e, apesar de ocorrer em
todas as faixas etárias, cerca de metade dos casos ocorre até os 30
anos, e depois há um segundo pico de incidência menor, após os 60
anos. Embora seja uma condição grave, o tratamento da anemia
aplástica pode fazer a diferença na vida dos pacientes que
receberem cuidados e tratamentos adequados, no momento certo. O
médico mais indicado para fazer o diagnóstico, tratamento e
acompanhamento das pessoas com anemia aplástica é o
hematologista.
A doença pode ser congênita ou adquirida. Ela pode ser causada
pelo uso de medicamentos, infecções, neoplasias no sangue, doenças
sistêmicas, exposição a radiação e agentes químicos, entre outras
causas. Há relatos de que populações de origem asiática têm maior
incidência da doença. Mas a grande maioria dos casos de anemia
aplástica é adquirida. No caso da adquirida, ela pode ser causada, por
exemplo, por deficiência de vitaminas, leucemia, leishmaniose,
doenças imunológicas ou que estimulem a ação do baço.
Muitos dos sinais e sintomas da anemia aplástica são os mesmos
de outras doenças em que há diminuição das células vermelhas do
sangue, como cansaço e fadiga, palidez, falta de ar ao fazer qualquer
esforço ou até mesmo em repouso, palpitações, dor nas pernas e
dificuldade ao caminhar. Já nos casos mais graves, outros sintomas
podem surgir, como por exemplo a sonolência, confusão mental,
letargia e crises de angina que pode até levar ao infarto agudo do
miocárdio. Além disso, há ainda alguns pacientes que podem ter
sinais mais evidentes de que a medula óssea não está produzindo
células sanguíneas de forma suficiente, exigindo uma investigação
para anemia aplástica, como: baixa estatura, hiperpigmentação da
pele (manchas café com leite), polegares trifalangeanos (quando o
dedão tem uma articulação a mais) e a menopausa precoce.
Nos casos em que a anemia aplástica leva à redução das células
brancas, o médico costuma avaliar se há histórico de frequência
de infecções bacterianas ou fúngicas, o que indicaria uma deficiência no
sistema imunológico. Pessoas com glóbulos brancos reduzidos costumam
apresentar baixa defesa imunológica. Vale destacar que a ocorrência
de febre nesses pacientes deve ser sempre considerada como um sinal de
infecção grave, e o paciente deve ser encaminhado imediatamente para o
hospital. Quando a anemia aplástica resulta em uma redução das
plaquetas, o paciente pode apresentar manchas arroxeadas pelo corpo ou
maior comprometimento da capacidade de coagulação em quadros mais
graves de hemorragia. Esses sangramentos podem ocorrer em locais
diversos, como: hipermenorreia, trato gastrointestinal, gengivorragia,
hematêmese, melena e enterrorragia, epistaxe, hematúria, hemartrose e AVC
hemorrágico. Caso no exame físico haja sinal de aumento do baço, outros
diagnósticos além da anemia aplástica devem ser pesquisados, como o de
mielofibrose. Já no exame de sangue feito no laboratório (hemograma), um
sinal da anemia aplástica pode ser a “anemia normocrômica macrocítica com
leucopenia e plaquetopenia”, sem que haja outras anormalidades das células.

O diagnóstico da anemia aplástica envolve uma investigação ampla, em


que o médico busca possíveis causas hereditárias ou secundárias para os
sinais apresentados. Além do exame clínico, diversos outros exames podem
ser solicitados pelo médico, como: sangue periférico, hemograma com
diferencial e contagem de reticulócitos, perfil metabólico, DHL, haptoglobina,
coagulograma, medula óssea, mielograma, citogenétice e/ou cariótipo. O
hematologista também buscará excluir outras doenças e condições que podem
apresentar sinais e sintomas semelhantes aos da anemia aplástica, como:
infecções, HIV, hepatites B/C, parvovírus B19, Epstein-barr, citomegalovírus,
infeções bacterianas/fungicas, entre outras. Caso haja confirmação do
diagnóstico da anemia aplástica, o hematologista irá propor o tratamento
adequado, de acordo com a gravidade da doença. Para pacientes mais jovens
com anemia aplástica grave ou muito grave, a busca por um transplante de
medula óssea deverá ser rapidamente iniciada, enquanto os demais
pacientes têm outras opções de tratamento. Independentemente da gravidade
da anemia aplástica, os pacientes também podem se beneficiar com o
encaminhamento para um centro de referência no tratamento da doença.
Os principais métodos incluem o transplante de medula óssea (TMO),
drogas imunossupressoras e drogas que estimulam a proliferação das células-
tronco. Outra parte essencial dos tratamentos para anemia aplástica são os
métodos de suporte, como as transfusões de sangue e plaquetas. Além disso,
há as medicações para evitar e tratar as possíveis infecções e evitar o acúmulo
de ferro no organismo, uma possível consequência das transfusões. No início
de 2020, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) aprovou o uso
medicamento Eltrombopague para o tratamento da anemia aplástica grave em
combinação com a terapia imunossupressora padrão. Ele pode ser usado
como primeiro tratamento para pacientes com mais de 6 anos. Essa terapia
age estimulando as células-tronco, aumentando a sua quantidade na medula
óssea, possibilitando uma maior produção das células sanguíneas.
REFERÊNCIAS:
https://saude.novartis.com.br/anemia-aplasica/o-que-e-anemia-aplasica/
https://www.ecycle.com.br/anemia-aplastica/
https://saude.novartis.com.br/anemia-aplasica/sinais-e-sintomas-da-anemia-
aplasica/
https://saude.novartis.com.br/anemia-aplasica/como-e-feito-o-diagnostico-da-
anemia-aplasica/
https://revista.abrale.org.br/diagnostico-e-tratamentos-para-anemia-aplasica/

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