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HARDY

METALURGICA LTDA

ANÁLISE ERGONÔMICA
OUTUBRO DE 2022
A Hardy Metalurgica LTDA.

A Avaliação Ergonômica Preliminar (AEP) é um estudo preliminar das


situações, condições e ambientes de trabalho, o que inclui a organização do
trabalho, os aspectos relacionados ao levantamento, transporte e descarga de
materiais, o mobiliário dos postos de trabalho, o trabalho com máquinas,
equipamentos e ferramentas manuais, bem como as condições de conforto no
ambiente de trabalho.

Já a Análise Ergonômica do Trabalho (AET) é um estudo detalhado do posto


de trabalho, que aborda as relações entre a Saúde, Ergonomia e Atividade
laboral apresentando parâmetros para o desenho ergonômico. Ela avalia os
aspectos físicos, organizacionais e comportamentais, a fim de detectar os
fatores de risco capazes de fornecer subsídios para as sugestões e soluções
ergonômicas para a empresa adequando-a a legislação. Ela também considera
os itens que caracterizam as condições de trabalho segundo a NR-17,
conforme citado acima na AEP.

Com intuito de prevenção e melhorias a Hardy apresenta:

• Avaliação Ergonômica (AEP e AET);


• Recomendações Técnicas;
• Plano de Ação.

_____________________
Eng. Moyses Gomes Pedro
Engenheiro de Segurança
Conselho de classe: CREA 5070374041

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1. Identificação da Empresa

Razão Social: Hardy Metalurgica LTDA

CNPJ/CPF: 08.359.343/0001-59

Endereço: Rua Serra do Mar, 179

Cidade: Guarulhos

Estado: SP

Grau de Risco: 04

CNAE: 2532-2/02

Ramo da Atividade: Metalurgia do pó

Número Total de Setores na empresa: 04

Turnos de Trabalho: 8 horas diárias

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Sumário
1. Identificação da Empresa.....................................................................................................2
2. Método de Análise...................................................................................................................5
2.1 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE RISCO OCUPACIONAL (PGR)...................................6
2.1.1 Avaliação das Situações de Trabalho (item 17.3)........................................................6
2.1.2 Inventário de Risco Ocupacional (IRO)........................................................................7
O inventário de riscos ocupacionais deve ser mantido atualizado de forma a representar
fidedignamente a situação da empresa...............................................................................8
2.2 Avaliação Ergonômica Preliminar (AEP).............................................................................8
2.3 Análise Ergonômica do Trabalho......................................................................................10
2.4 Metodologia complementar de análise dos aspectos ergonômicos.................................13
2.4.1 Antropometria...............................................................................................................14
2.4.2 Postura..........................................................................................................................14
2.4.3 Biomecânico..................................................................................................................15
2.4.3.1 Métodos de Avaliação de Risco..............................................................................17
2.4.3.2 Avaliação Biomecânica das Principais Articulações envolvidas na atividade laboral
(Ombro, Cotovelo, Punho, Coluna Cervical, Tronco e Membros Inferiores). – RULA.........18
2.4.3.3 Discos Intervertebrais.............................................................................................21
2.4.3.4 Ferramentas de Avaliação......................................................................................22
2.4.4 DORT (Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao trabalho)....................................23
2.4.5 Dissincronismo..............................................................................................................30
2.4.6 Iluminamento/Acuidade Visual/Ergoftalmologia..........................................................34
2.4.7 UMIDADE RELATIVA......................................................................................................39
2.4.8 VELOCIDADE DOS VENTOS............................................................................................40
2.4.9 RUÍDO AMBIENTAL........................................................................................................40
2.4.10 Aspectos Organizacionais............................................................................................41
2.4.11 DISPÊNDIO ENERGÉTICO.............................................................................................49
2.4.12 PSICOSSOCIAIS E COGNITIVOS.....................................................................................51
2.4.13 TEMPERATURA EFETIVA (Conforto Térmico)...............................................................51
3. Referências técnicas legais.....................................................................................................54
4. Avaliação Ergonômica Preliminar (AEP).................................................................................55
5. Análise Ergonômica do Trabalho............................................................................................55
5.1. Análise da Demanda........................................................................................................55
5.2. Análise Global da Empresa..............................................................................................55
5.2.1 História da instituição................................................................................................55
5.2.2 Serviços prestados.....................................................................................................55
5.2.3 Infraestrutura e Geografia.........................................................................................56
5.2.4 Características da Unidade........................................................................................56
5.2.5. Análise da população dos trabalhadores..................................................................56
5.2.6 Análise do Absenteísmo............................................................................................59
5.2.7 Análise de queixas e cansaço físico dos colaboradores.............................................59
6. Bibliografia.............................................................................................................................60
7. Análise dos Riscos Ergonômicos.............................................................................................61
8. RESULTADO DAS AVALIAÇÕES ERGONÔMICAS - AEP E AET...................................................64
9. Instrumentos.........................................................................................................................565
10.Recomendações Técnicas ....................................................................................................567
11.Plano de Ação.......................................................................................................................569
11.1 Implantação de melhorias (RIM).......................................................................................569
12. Dossiê técnico......................................................................................................................571
13.Encerramento.......................................................................................................................576
14.Validade................................................................................................................................577

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15. Disposições Finais................................................................................................................577

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2. Método de Análise

A metodologia utilizada nesse serviço tem como base técnico-


metodológica as abordagens preconizadas na NR01 (Portaria SEPRT n.º
6.730, de 09 de março de 2020), NR17 (Portaria/MTP Nº 423, de 7 de outubro
de 2021).
“Ergonomia é o conjunto dos conhecimentos científicos relacionados ao
homem e necessários à concepção de instrumentos, máquinas e dispositivos
que possam ser utilizados com o máximo de conforto, segurança e eficiência”.
(Manual de aplicação da Norma Regulamentadora nº 17. – 2 ed. – Brasília:
MTE, SIT, 2002; (Wisner 1987),)
Em atendimento à Legislação Brasileira, em especial a Norma
Regulamentadora NR-17 do Ministério do Trabalho, que versa sobre
ergonomia, a empresa em questão apresenta uma estrutura organizacional que
se mobiliza ativamente para atender a todos os parâmetros legais exigidos.
A Ergonomia é uma importante ferramenta para prevenir e solucionar o
quadro de doenças ocupacionais e perdas na produtividade das organizações.
A análise dos dados coletados permite a identificação dos aspectos
ergonômicos citados neste relatório, objetivando a adequação às exigências
legais, além das exigências de conforto, segurança e de desempenho eficiente.
Os aspectos ergonômicos observados foram priorizados, entretanto, dentro dos
limites temporais definidos para a avaliação de cada cargo.
Para esse trabalho, iremos utilizar uma abordagem participativa dos
trabalhadores, em todos os momentos da intervenção ergonômica. Entende-se
que se as pessoas da organização participarem das tomadas de decisão, elas
são capazes de experienciar a utilização das suas habilidades, fornecendo a
elas um sentimento de responsabilidade e comprometimento com a
organização. Para tal, será criado um grupo de trabalho, denominado Comitê
de Ergonomia (COERGO), o qual ficará responsável por auxiliar na
implantação do projeto dentro da empresa.
O processo de Avaliação Ergonômico do Trabalho, o qual consiste na
Avaliação Ergonômica Preliminar (AEP) e na Análise Ergonômica do Trabalho
(AET), tem o objetivo de realizar “a adaptação das condições de trabalho às
características psicofisiológicas dos trabalhadores, de modo a proporcionar

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conforto, segurança, saúde e desempenho eficiente no trabalho”. Para tal, “a
organização deve realizar a avaliação ergonômica preliminar (AEP) das
situações de trabalho que, em decorrência da natureza e conteúdo das
atividades requeridas, demandam adaptação às características
psicofisiológicas dos trabalhadores, a fim de subsidiar a implementação das
medidas de prevenção e adequações necessárias previstas nesta NR”. Além
disso, “a organização deve realizar Análise Ergonômica do Trabalho (AET) da
situação de trabalho, segundo as situações descritas no item 17.3.2.

2.1 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE RISCO OCUPACIONAL (PGR)


Segundo a nova NR01, a organização deve implementar, por
estabelecimento, o gerenciamento de riscos ocupacionais (GRO) em suas
atividades, o qual deve constituir um Programa de Gerenciamento de Riscos
(PGR).
De forma resumida, esse novo texto indica que a organização deve (a)
evitar os riscos ocupacionais que possam ser originados no trabalho; (b)
identificar os perigos e possíveis lesões ou agravos à saúde; (c) avaliar os
riscos ocupacionais indicando o nível de risco; (d) classificar os riscos
ocupacionais para determinar a necessidade de adoção de medidas de
prevenção; (e) implementar medidas de prevenção, de acordo com a
classificação de risco e na ordem de prioridade estabelecida na alínea “g” do
subitem 1.4.1; e (f) acompanhar o controle dos riscos ocupacionais.

2.1.1 Avaliação das Situações de Trabalho (item 17.3)


A organização deve evitar os riscos ocupacionais que possam ser
originados no trabalho e para isso, os primeiros são identificar os perigos,
avaliar os riscos ocupacionais indicando a classificar de tais riscos para
determinar a necessidade de adoção de medidas de prevenção. Para isso ela
realiza duas fases que se complementam: a Identificação de Perigos
Ocupacionais e a Avaliação de Riscos Ocupacionais.

2.1.1.1 Critérios de Identificação de Perigos Ocupacionais


A organização deve identificar os perigos e possíveis lesões ou
agravos à saúde. Para tal, ela deve realizar o levantamento preliminar de

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perigos, o qual deve ser realizado (a) antes do início do funcionamento do
estabelecimento ou novas instalações; (b) para as atividades existentes; e (c)
nas mudanças e introdução de novos processos ou atividades de trabalho.
Quando na fase de levantamento preliminar de perigos o risco não
puder ser evitado, a organização deve implementar o processo de identificação
de perigos e avaliação de riscos ocupacionais. A critério da organização, a
etapa de levantamento preliminar de perigos pode estar contemplada na etapa
de identificação de perigos.
Em seguida, após a identificação da presença ou ausência do perigo,
foi feita a (a) descrição dos perigos e possíveis lesões ou agravos à saúde; (b)
identificação das fontes ou circunstâncias; e (c) indicação do grupo de
trabalhadores sujeitos aos riscos.
A identificação dos perigos ergonômicos foi realizada através de uma
análise observacional das atividades, das demandas das situações de trabalho
orientada por um ckecklist criado com base nos 5 itens citados pela NR17 para
caracterizar as “condições de trabalho”, que incluem aspectos relacionados à
organização do trabalho, ao levantamento, transporte e descarga de materiais,
ao mobiliário, às máquinas e equipamentos e às condições ambientais do
posto de trabalho.

2.1.2 Inventário de Risco Ocupacional (IRO)


O PGR deve conter, no mínimo, o Inventário de Risco Ocupacional
(IRO) e o Plano de Ação. Inventário de Risco é uma lista resumida dos riscos,
com classificação e outros detalhes.
Os dados da identificação dos perigos e das avaliações dos riscos
ocupacionais devem ser consolidados no IRO, o qual deve contemplar, no
mínimo, (a) caracterização dos processos e ambientes de trabalho; (b)
caracterização das atividades; (c) descrição de perigos e de possíveis lesões
ou agravos à saúde dos trabalhadores, com a identificação das fontes ou
circunstâncias, descrição de riscos gerados pelos perigos, com a indicação dos
grupos de trabalhadores sujeitos a esses riscos, e descrição de medidas de
prevenção implementadas; (d) dados da análise preliminar ou do
monitoramento das exposições a agentes físicos, químicos e biológicos e os
resultados da avaliação de ergonomia nos termos da NR-17; (e) avaliação dos

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riscos, incluindo a classificação para fins de elaboração do plano de ação; e (f)
critérios adotados para avaliação dos riscos e tomada de decisão.
Devem ser transpostas para o IRO as informações provenientes nos
itens 3.1 (AEP), 3.2 (Diagnóstico Ergonômico), 3.3 (Avaliação e Classificação
dos Riscos Ergonômicos), além das ações do plano de ação.
O inventário de riscos ocupacionais deve ser mantido atualizado de
forma a representar fidedignamente a situação da empresa.

2.2 Avaliação Ergonômica Preliminar (AEP)

A metodologia utilizada nesse serviço tem como base técnico-


metodológica as abordagens preconizadas na NR01 (Portaria SEPRT n.º
6.730, de 09 de março de 2020), NR17 (Portaria/MTP Nº 423, de 7 de outubro
de 2021).
A Avaliação Ergonômica Preliminar (AEP) é a verificação realizada das
funções existentes nos setores da empresa para qualificação das condições
laborais, de acordo com a Norma Regulamentadora 17 (NR 17 - Ergonomia),
regida pela Portaria/MTP Nº 423, de 7 de outubro de 2021 que visa estabelecer
os parâmetros que permitam a adaptação das condições de trabalho às
características biomecânicas e psicofisiológicas dos trabalhadores, de modo a
proporcionar um máximo de conforto, segurança e desempenho eficiente,
trabalhando inclusive de forma preventiva.
A AEP pode ser realizada por meio de abordagens qualitativas,
semiquantitativas, quantitativas ou combinação dessas, dependendo do risco e
dos requisitos legais, a fim de identificar os perigos e produzir informações para
o planejamento das medidas de prevenção necessárias. Ela pode ser
contemplada nas etapas do processo de identificação de perigos e de
avaliação dos riscos, descrito no item 1.5.4 da Norma Regulamentadora nº 01
(NR 01) - Disposições Gerais e Gerenciamento de Riscos Ocupacionais.
Como resultado da AEP, teremos:
1. Identificar o perigo
2. Descrever o perigo
3. Descrever as possíveis lesões e agravos à saúde;
4. Identificar as fontes e as circunstâncias para aquele perigo
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5. Identificar o grupo de trabalhadores que estão expostos àqueles
perigos e àquelas fontes
6. Melhorias sugeridas
7. O que vai ou não aprofundar

A AEP deve ser registrada pela organização e esse documento é a


formalização desse registro.
A avaliação é feita por meio de observações, entrevistas, análise
documental, coleta de imagens e confrontação das situações identificadas com
a indicação de condições e requisitos da NR 17, em especial em relação aos
seus 5 grandes itens:
17.4 Organização do Trabalho
17.5 Levantamento, transporte e descarga individual de materiais
17.6 Mobiliário dos postos de trabalho
17.7 Máquinas e equipamentos
17.8 Condições ambientais de trabalho

Após a AEP, foram definidas as seguintes demandas que direcionam


essa AET, levantadas através da participação de todos os atores envolvidos
nos processos de trabalho desse posto:
 Quando há a necessidade de uma avaliação mais aprofundada
da situação: justifique
 Quando são identificadas inadequações ou insuficiência das
ações que já foram adotadas, dentro da dinâmica do
gerenciamento de risco (quando “rodar” o ciclo PDCA) e o
problema não foi resolvido: justifique
 Quando for sugerida pelo acompanhamento de saúde dos
trabalhadores (PCMSO) e do item 1.5.5.1.1, alínea C da NR01
(citada abaixo): quando houver relação entre os
agravos/adoecimento do trabalhador e as situações de trabalho.
Citando a norma, o médico coordenador do PCMSO poderá
indicar a realização da AET: justifique

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 Quando for observada causa relacionada às condições de
trabalho na análise de acidentes (citada no item 1.5.5.5.2), tendo
como resultado algum processo judicial ou não. A organização
deve realizar a análise de acidentes e de doenças relacionadas
ao trabalho, para encontrar as causas e agir preventivamente e
corretivamente, para que não ocorram novos acidentes. Quando
essa análise estiver relacionada com as condições de trabalho,
uma AET deverá ser realizada: justifique
 Quando for observada causa relacionada às condições de
trabalho na análise das doenças relacionadas ao trabalho
(citada no item 1.5.5.5.2), tendo como resultado algum processo
judicial ou não. A organização deve realizar a análise de
doenças relacionadas ao trabalho, para encontrar as causas e
agir preventivamente e corretivamente, para que não ocorram
agravamentos ou novos adoecimentos. Quando essa análise
estiver relacionada com as condições de trabalho, uma AET
deverá ser realizada: justifique
 Quando o resultado de uma fiscalização do Auditor Fiscal do
Trabalho (AFT) identificar inconsistências no PGR, pode dar o
start no processo da necessidade de realização da AET.
 Quando houver situações que geram perda de produtividade,
erro do produto e reclamações dos clientes da organização, de
forma considerável.

2.3 Análise Ergonômica do Trabalho


As etapas do método utilizado pelo ergonomista para a análise
ergonômica da atividade de trabalho. O Manual de Aplicação da NR17 indica
algumas fases obrigatórias para a realização da AET, segundo seu modelo,
que seriam os itens abaixo:
1) Análise da demanda e, quando aplicável, reformulação do
problema: correspondente à “Análise da demanda e do contexto” do
Manual, é o levantamento das demandas da empresa e dos trabalhadores
a respeito de fatores relacionados à saúde, à segurança, à produtividade

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e às questões sociais e legais que explicam a necessidade de um estudo
ergonômico. É importante citar os gatilhos que nos trouxeram até aqui,
bem como os principais achados da AEP.
2) Análise do funcionamento da organização, dos processos, das
situações de trabalho e da atividade: Nessa segunda fase iremos unir as
fases do Manual chamadas de “Análise Global da Empresa”, “Análise da
População de Trabalhadores” e “Definição das situações de trabalho a
serem estudadas”. Na Análise Global da Empresa são coletadas
informações sobre o funcionamento da organização, seus processos de
trabalho, tais como informações históricas, gerais e específicas da
empresa, do seu mercado de negócio, sobre seus produtos, organização
da produção, setores e cargos e outras características que auxiliam a
nortear as demandas de ergonomia na realizada da empresa. Em
seguida, procura-se entender melhor sobre a população de trabalhadores,
coletando informações sobre os funcionários que compõe o quadro da
empresa, em relação a suas características sócio demográfica,
epidemiológicas, pessoais e coletivas. Com base nessas informações
coletadas até aqui, o Ergonomista deve definir as situações de trabalho a
serem estudadas. É comum que em uma análise ergonômica dezenas de
demandas apareçam, mas é indispensável que o profissional da
Ergonomia foque nas situações mais graves ou que atinjam um número
maior de pessoas, a fim de tornar a ação mais eficiente.

3) Descrição e justificativa para definição de métodos, técnicas e


ferramentas adequados para a análise e sua aplicação, não estando
adstrita à utilização de métodos, técnicas e ferramentas específicos: Já
com as situações que serão estudadas, o Ergonomista deve escolher e
registrar aqui qual a métodos, ferramentas e técnicas ele irá usar para
avaliar o risco ocupacional proveniente das condições, situações e
ambientes de trabalho. Seria como se você atualizasse sua metodologia e
colocasse aqui, sucintamente. Sugerimos, ainda, que você adicione aqui
o modelo de RIO e Plano de Ação que você e a organização entraram em
consenso para usar.

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4) Estabelecimento de diagnóstico: Agora o Ergonomista deve
estabelecer o diagnóstico ou diagnósticos. Partindo das situações
analisadas em detalhe, é possível formular um diagnóstico local, que
permitirá o melhor conhecimento da situação de trabalho. São criados
diagnósticos locais e globais para cada constrangimento. Dentro da fase
de diagnóstico, o Ergonomista deve avaliar o Risco Ergonômico.

5) Restituição dos resultados, validação e revisão das intervenções efetuadas,


quando necessária, com a participação dos trabalhadores: A última fase da
AET indicada pela nova versão da NR17 é a validação dos resultados das
intervenções. Aqui você deve comparar com o que foi encontrado na AET, em
especial na fase de Avaliação Sistemática. Posteriormente, é preciso avaliar o
impacto das modificações sobre os trabalhadores, pois qualquer modificação
acarreta alterações das tarefas e atividades que deverão ser, novamente,
objeto de outra análise, através de instrumentos simples de avaliação como
questionários de opinião dos trabalhadores e grades de observação das
posturas, desde que a situação não seja muito complexa e dispense a
presença do ergonomista. Por fim, cria-se os Laudos de Conformidade
Ergonômica, mostrando tais conformidades.

Para seguir tal metodologia, são utilizadas várias estratégias e


ferramentas citadas no item 4.3 Referências Técnicas.

Como resultado da AET, teremos os seguintes resultados:


8. Probabilidade
9. Severidade
10. Controle
11. Nível do risco
12. Caracterização do risco
13. Descrição do risco e prioridade de intervenção
14. Diagnóstico ergonômico
15. Ação de melhoria
16. Relatório de implantação

2.4 Metodologia complementar de análise dos aspectos


ergonômicos

1. Como no escopo dos trabalhos não estão inseridas auditorias nos


documentos e informações fornecidas pela empresa, a base deste foi definida
pelo trabalho in loco técnicas, rastreamentos e demais documentos que serão
considerados confiáveis

Serão avaliados os seguintes elementos de controle.

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• Antropometria.
• Postura.
• Biomecânico
• Exigência Biomecânica no Disco Intervertebral (L5S1).
• DORT (Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho).
• Dissincronismo.

Organizacionais
• Impacto Ambiental
• Lay Out
• Métodos
• Mobiliários
• Normas de Procedimentos
• Gerenciamento de Risco
• Treinamento

I. Elementos de controle x criticidades específicas

A Avaliação Ergonômica engloba pesquisa, estudo e tratamento de dados


sobre os seguintes elementos de controle:

2.4.1 Antropometria
São os fatores determinantes para adequação do Posto de Trabalho ao
Profissional, levando-se em consideração a morfologia e o biótipo do indivíduo,
bem como as tarefas inerentes ao Posto de Trabalho.
Criticidade Mínima (1): Os fatores antropométricos são plenamente atendidos.
Criticidade Média (2): Os fatores antropométricos traduzem risco moderado de
acidentes e/ou doenças ocupacionais para os profissionais.

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Criticidade Máxima (3): Os fatores antropométricos traduzem risco de
acidentes e/ou doenças ocupacionais.

2.4.2 Postura
Leva em conta, basicamente o posicionamento adotado pelo profissional,
durante o cumprimento da jornada de trabalho e no desenvolvimento das
tarefas rotineiras ou esporádicas.
Criticidade Mínima (1): Trabalhos onde haja a possibilidade de alternância de
postura.
Criticidade Média (2): Trabalhar predominantemente em uma postura avaliar
tempo.
Criticidade Máxima (3): Trabalhar predominantemente sentado, trabalhar
predominantemente sentado e sem a possibilidade de alternância de postura
ou trabalhar predominantemente em pé parado e com tempo elevado de
angulações posturais inadequadas.
A partir da postura sentada é realizado a aplicação do método Rosa para
avalição das posturas mais tomadas pelos trabalhadores nos terminais de
computadores em escritórios O método ROSA (Rapid Office Strain
Assessment) é uma dessas ferramentas, sendo um checklist baseado em
diagrama que auxilia ergonomistas a quantificar rapidamente os fatores de
risco específicos do trabalho com computador através da postura e
equipamentos no local de trabalho avaliado (LIEBREGTS, SONNE, J.R.
POTVIN, 2016). As principais características das posturas são apresentadas no
quadro a seguir. Logo após, são apresentados os resultados da aplicação da
ferramenta.
Os fatores de risco incorporados na ferramenta são organizados em várias
subseções como cadeira, monitor e telefone, e mouse e teclado. Estas
subseções enfatizam os fatores de risco de cada componente do local de
trabalho de escritório para estabelecimento de scores de risco. As pontuações
verificadas em cada subseção são então combinadas para alcançar uma
pontuação final ROSA, que funciona como indicativo do risco global de
desconforto musculoesquelético dentro da organização. (SONNE et al, 2012).

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Imagem- Modelo de Aplicação Rosa

Criticidade Mínima (1): Risco Baixo.


Criticidade Média (2): Risco Moderado.
Criticidade Máxima (3):Alto Risco.

2.4.3 Biomecânico
A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) é o Foro Nacional de
Normalização. As Normas Brasileiras, cujo conteúdo é de responsabilidade dos
Comitês Brasileiros (ABNT/CB), dos Organismos de Normalização Setorial
(ABNT/ONS) e das Comissões de Estudo Especiais (ABNT/CEE), são
elaboradas por Comissões de Estudo (CE), formadas por representantes dos
setores envolvidos, delas fazendo parte: produtores, consumidores e neutros
(universidades, laboratórios e outros). Os Documentos Técnicos ABNT são
elaborados conforme as regras da Diretiva ABNT, Parte 2. A Associação
Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) chama atenção para a possibilidade de
que alguns dos elementos deste documento podem ser objetos de direito de
patente. A ABNT não deve ser considerada responsável pela identificação de
quaisquer direitos de patentes. Ressalta-se que Normas Brasileiras pode ser
objeto de citação em Regulamentos Técnicos. Nestes casos, os Órgãos
responsáveis pelos Regulamentos Técnicos podem determinar outras datas

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para exigência dos requisitos desta Norma, independentemente de sua data de
entrada em vigor.

A ABNT NBR ISO 11228, sob o título geral “Ergonomia – Movimentação


manual” tem previsão de conter as seguintes partes:
—— Parte 1: Elevação e transporte;
—— Parte 2: Empurrando e puxando;
—— Parte 3: Movimentação de cargas leves em alta frequência de repetição.

Movimentação de cargas leves em alta frequência (trabalho repetitivo) pode


causar dor e fadiga, que podem levar a doenças musculoesqueléticas,
produtividade reduzida e coordenação deteriorada de postura e movimento.
Isto pode aumentar o risco de erros e pode resultar em qualidade reduzida e
situações perigosas. Um bom projeto ergonômico e uma organização
apropriada de trabalho são requisitos básicos para evitar os efeitos adversos
mencionados.
Fatores de risco e trabalho repetitivo incluem a frequência das ações, duração
da exposição, posturas e movimento de segmentos do corpo, forças
associadas com o trabalho, organização do trabalho, controle da tarefa,
exigências sobre o resultado do trabalho (por exemplo, qualidade, precisão da
tarefa) e nível de treinamento/habilidade. Fatores complementares podem
incluir fatores ambientais como clima, ruído, vibração e iluminação.
As recomendações dadas por esta parte da ABNT NBR ISO 11228 são
baseadas em evidência científica relacionada à fisiologia e à epidemiologia do
trabalho manual. O conhecimento é, no entanto, limitado, e as orientações
sugeridas são sujeitas à mudança de acordo com pesquisa futura.

2.4.3.1 Métodos de Avaliação de Risco

Vários outros métodos/procedimentos para a avaliação de risco de movimentos


e esforços repetitivos dos membros superiores, que também fornecem notas
sintéticas da exposição, já estão disponíveis na literatura.

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A aplicação da ferramenta requer uma habilidade ergonômica específica
porque ela é principalmente baseada na observação do operador, sua
percepção das limitações e no diálogo entre o especialista e o operador, e a
avaliação final é baseada grandemente no conhecimento e experiência dos
especialistas.

Método Rula
Um dos métodos da análise biomecânica de atividades pesadas de maior
utilidade é a ferramenta RULA é um aplicativo de rápido de análise do risco
musculoesquelético dos membros superiores. Possuem dois blocos de análise,
o primeiro analisa os segmentos do ombro, cotovelo e punho, o segundo os
segmentos da cervical, tronco e membros inferiores, cada bloco possui uma
tabela correspondente. Avalia quanto angulação de movimentos, postura de
trabalho, tipo de contração e carga manuseada, cada análise feita é obtido um
valor correspondente que lançado em sua tabela, e feito o cruzamento dos
dados em cada tabela de cada bloco, obtendo assim um score parcial
representando cada bloco, (bloco de membros superiores e bloco da coluna
vertebral e membros inferiores), esses score parcial de cada bloco é lançado
em uma terceira tabela, e no cruzamento desses scores parciais é obtido o
score final. O score final corresponde a uma interpretação correspondente ao
risco musculoesquelético dos membros superiores.
Os resultados são obtidos em níveis:

Nível de ação 1: Uma pontuação de 1 ou 2 indica que a postura é aceitável


se não for mantida ou repetida por longos períodos.
Nível de ação 2: Um valor de 3 ou 4 indica que será preciso investigar
melhor e que poderão ser necessárias modificações.
Nível de ação 3: Uma pontuação de 5 ou 6 indica que é urgente investigar
melhor e realizar modificações.
Nível de ação 4: Uma pontuação de 7 ou superior indica que é imperioso
realizar investigações e modificações imediatamente.

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Baseia-se na identificação dos principais factores que reconhecidamente
contribuem para o aparecimento das lesões dos membros superiores
(LOHUMS – Lesão Ocupacional por Hiper-Utilização dos Membros Superiores).

Factores Externos:
N.º de movimentos;
Trabalho muscular estático;
Força;
Postura determinada pelo equipamento e mobiliário.

2.4.3.2 Avaliação Biomecânica das Principais Articulações


envolvidas na atividade laboral (Ombro, Cotovelo, Punho, Coluna
Cervical, Tronco e Membros Inferiores). – RULA

Criticidade Mínima (1): Torque na articulação menor que 50% do torque


máximo voluntário. Estima-se, que menos de 10% dos profissionais expostos,
terão qualquer problema ao trabalharem nestas condições. Em casos de
fatores influenciados pela diferença de sexo, estima-se que menos de 1% dos
homens e menos de 25% das mulheres, terão possibilidade de vir a apresentar
problemas (Ferramenta RULA pontuação final igual á 3 ou 4).
Pressupõe-se que mesmo pessoas portadoras de limitações físicas
poderão realizar a tarefa sem qualquer problema.

Criticidade Média (2): Torque na articulação entre 50% e 80% do torque


máximo voluntário. Estima-se, que menos de 30% dos profissionais expostos,
terão qualquer problema ao trabalharem nestas condições. Em casos de
fatores influenciados pela diferença de sexo, estima-se que menos de 25% dos
homens e menos de 50% das mulheres, terão possibilidade de vir a apresentar
problemas. (Ferramenta RULA pontuação final igual á 5 ou 6).
Pressupõe-se que pessoas comuns, não superdotadas, porém não
doentes, poderão realizar a tarefa sem qualquer problema.

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Criticidade Máxima (3): Torque na articulação maior que 80% do torque
máximo voluntário. Estima-se, que mais de 60% dos profissionais expostos,
terão problemas ao trabalharem nestas condições. Em casos de fatores
influenciados pela diferença de sexo, estima-se que mais de 50% dos homens
e mais de 75% das mulheres, terão possibilidade de vir a apresentar
problemas. (Ferramenta RULA pontuação final igual á 7).
Pressupõe-se que somente pessoas fisicamente superdotadas poderão
realizar aquela tarefa com pouca probabilidade de problemas.

Método Moore Garg


é um método de análise de risco de desenvolvimento de disfunções músculo
tendinosas em membros superiores. O nome “oficial” por assim dizer é Stain
Index (ou índice de esforço) e foi desenvolvido em 1995 por MOORE, J. S e
GARG, A.; com principal objetivo de avaliar o risco de lesões em punhos e
mãos. Apresenta grande aceitação no meio acadêmico, empresarial e judicial,
quando se trata de demandas relacionadas à repetitividade, aplicação de
forças e posturas forçadas para extremidades distais de membro superior. Para
termos uma ideia do que estamos avaliando, vamos passar por algumas
definições que se fazem necessárias. Iremos falar um pouco sobre a
repetitividade e a aplicação de forças.

Parâmetros de análise do método

 FIE – Fator Intensidade do Esforço

A intensidade do esforço é uma estimação do esforço requerido para realizar a


tarefa uma vez. Trata-se de um parâmetro subjetivo de avaliação da
quantidade de esforço realizado pelo trabalhador na realização de uma tarefa.
Um dos pontos a se analisar é a expressão facial.

 FDE – Fator Duração do Esforço

O percentual de duração do esforço se calcula medindo a duração do esforço


durante um período de observação dado, e dividindo-se esse tempo pelo
tempo total e multiplicando por 100. Basicamente por quanto tempo um esforço
é mantido.
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 FFE – Fator Frequência do Esforço

O fator frequência do esforço nada mais é do que o número de esforços que


ocorre durante um período de observação. Deve-se observar que cada ação
técnica é um esforço distinto; quando o esforço for estático considere a
frequência máxima.

 FPMP – Fator Postura da Mão e Punho

A postura de mão e punho é uma estimativa da posição destas regiões


corporais em relação à posição neutra. Também se faz necessário o uso de
filmagens para uma maior fidedignidade.

A tabela abaixo à esquerda exemplifica como caracterizarmos a posição da


mão e punho e a tabela à direita os fatores para multiplicação na fórmula.

 FRT – Fator Ritmo de Trabalho

O fator ritmo do trabalho é uma estimação do quão rápido a pessoa está


trabalhando. Segundo a classificação do método o ritmo pode variar desde
muito lento há muito rápido. A maneira mais precisa para isso é realizando a
verificação da taxa de ocupação da tarefa, por meio dos estudos de tempos e
métodos. Na prática se observa se o trabalhador está com “tranquilidade” na
linha, se ele realiza deslocamentos, se tem que “correr” atrás do produto,
dentre outras características.

 FDT – Fator Duração do Trabalho

O fator duração do trabalho expressa, em horas, o tempo em que a pessoa fica


exposta a atividade de trabalho. Quantifica-se a jornada de trabalho.

 O cálculo

Inseridos todos os “fatores de multiplicação” procede-se ao cálculo, que


nada mais é do que o produto (multiplicação) de todos os fatores.

Os critérios de interpretação seguem a seguinte ordem:

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1. < ou igual a 3,0 –> trabalho seguro;
2. 3,0 a 5,0 –> duvidoso, questionável;
3. 5,0 – 7,0 –> risco de lesão da extremidade distal do membro superior;
4. > 7,0 –> Alto risco de lesão; tão mais alto quanto maior o número
observado.

Criticidade Mínima (1): SI entre 3,0 a 5,0 incerto.


Criticidade Média (2): SI entre 5,0 e 7,0 algum risco.
Criticidade Máxima (3): SI Maior que 7,0 alto risco.

2.4.3.3 Discos Intervertebrais


A articulação entre corpos vertebrais adjacentes é do tipo sínfise com discos
fibrocartilaginosos interpostos. Estes discos agem como amortecedores entre
as vértebras. Discos intervertebrais sadios em um adulto respondem por
aproximadamente um quarto da altura da coluna vertebral. Quando o tronco
está ereto, as diferenças entre as alturas anterior e posterior dos discos
produzem uma determinada disposição das curvaturas lombar, torácica e
cervical da coluna. O disco intervertebral é composto por duas porções
funcionais: Um anel espesso externo composto por cartilagem fibrosa chamado
de ânulo fibroso que envolve uma substância central gelatinosa conhecida
como núcleo pulposo. As fibras colágenas do ânulo cruzam-se verticalmente,
tornando a estrutura especialmente resistente a forças de inclinação e torção
da coluna vertebral. O núcleo tem uma consistência extremamente fluida que o
torna resistente à compressão, flexão, extensão e flexão lateral da coluna que
produzem estresse compressivo de um lado dos discos e estresse de tração do
outro lado, enquanto que a rotação da coluna cria estresse tangencial nos
discos.
Entretanto, a compressão é a forma de aplicação de carga à qual a coluna é,
mais comumente, submetida durante a postura ereta. Quando um disco está
sob compressão, ele tende simultaneamente a perder água e absorver sódio e
potássio, até que sua concentração eletrolítica interna seja suficiente para
prevenir maior perda hídrica. Quando este equilíbrio químico é obtido, a
pressão interna do disco é igual à pressão externa. A continuação da aplicação

21
da carga sobre o disco por um período de várias horas resulta em uma
diminuição ainda maior da sua hidratação. Por esta razão, uma pessoa normal
sofre uma redução de altura de aproximadamente 1 cm durante o curso de um
dia. Uma vez que a pressão sobre os discos seja aliviada, eles rapidamente
absorvem água e aumentam seus volumes e alturas. Os astronautas
experimentam um aumento temporário do comprimento da coluna de
aproximadamente 5 cm enquanto estão fora da influência da gravidade.
Pelo fato de o disco intervertebral ser uma estrutura avascular, ele deve contar
com determinados mecanismos para a manutenção de seu estado nutricional.
Alterações intermitentes na postura e na posição do corpo alteram a pressão
interna do disco, causando uma ação de bombeamento dentro dele. O influxo e
o e fluxo de água transportam nutrientes para dentro e remove produtos
metabólicos, basicamente desempenhando a mesma função do sistema
circulatório em relação às estruturas vascularizadas do corpo. A manutenção
do corpo em uma posição estática por certo período de tempo diminui esta
ação de bombeamento e afeta negativamente a integridade do disco
intervertebral.

2.4.3.4 Ferramentas de Avaliação


ABNT NBR ISO 11228 especifica os limites recomendados para o
levantamento manual e transporte de cargas, levando em consideração a
intensidade, a frequência e a duração da tarefa.
Esta parte da ABNT NBR ISO 11228 foi elaborada para prover orientações
para a avaliação das muitas variáveis que compõem uma tarefa, de maneira a
permitir a avaliação dos riscos para a saúde dos trabalhadores.
Esta Parte da ABNT NBR ISO 11228 se aplica a movimentação de objetos cuja
massa tenha 3 kg ou mais.
Esta Parte da ABNT NBR ISO 11228 se aplica às atividades com velocidade de
caminhada moderada, isto é, com velocidade entre 0,5 m/s e 1,0 m/s, em
superfície plana horizontal.
Esta Parte da ABNT NBR ISO 11228 não inclui ações como segurar objetos
(sem andar), empurrar ou puxar objetos, levantar objetos com uma única mão,
movimentação manual na posição sentada e elevação de objetos realizada por

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duas pessoas. Segurar, empurrar e puxar objetos serão tratadas em outras
partes da ISO 11228.
Esta Parte da ABNT NBR ISO 11228 é baseada em um dia de trabalho de 8 h.
Ela não diz respeito às análises de tarefas combinadas em um turno de
trabalho. Usar a ferramenta Niosh.
Levam em conta todos os esforços a que o profissional está submetido no dia a
dia que podem de certa forma comprometer a integridade física da coluna
vertebral, para medir o grau de risco na coluna vertebral foi usado o método
NIOSH, sendo proposto o Limite de Peso Recomendado (L.P. R) e o Índice de
Levantamento (I.L). O limite de peso recomendado significa o peso que deve
ser manipulado nas características ergonômicas e organizacionais,
organizacionais e do modo operatório da atividade analisada. O IL e o score
final da ferramenta NIOSH.
Assim estipula-se que se o I.L for menor que 1 a chance de lesão será mínima
e o trabalhador estará em condição segura. Se o valor for entre 1 e 2 aumenta-
se o risco de lesão, e se o valor for maior que 2 o trabalhador não pode
carregar está carga.

Criticidade Mínima (1): Índice de Levantamento menor que 1.


Criticidade Média (2): Índice de Levantamento entre 1 e 2.
Criticidade Máxima (3): Índice de Levantamento maior que 2.

2.4.4 DORT (Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao


trabalho).

Conceito
As doenças do trabalho atingem cada vez mais um número maior de pessoas,
o que representa uma ameaça para o trabalhador.
O termo DORT significa Distúrbio Osteomuscular Relacionado ao Trabalho. É
de origem ocupacional provocado pelo uso inadequado e excessivo dos
músculos e tendões por rápidos movimentos repetitivos e de força. Atingem,
principalmente, os membros superiores embora possam afetar o ser humano
como um todo.

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Principais locais acometidos são coluna cervical, ombros, punhos; antebraços e
coluna lombar.
Existem inúmeras causas ocupacionais que levam à DORT. Dentre elas estão
as atividades profissionais que exigem repetitividade de movimentos e o
esforço físico empregado, e aquelas que constituem a base multifatorial das
DORT que são as questões relacionadas com o nível de satisfação no local de
trabalho associadas a fatores emocionais, tensão, o estresse psicológico, o
estilo de vida e fatores ergonômicos desfavoráveis. A possibilidade de o
profissional desenvolver ou não DORT está ligada a fatores diversos que
incluem o tipo de trabalho que sua função exige seus hábitos, suas condições
físicas e, até mesmo, o seu local de trabalho. Esforços conjuntos,
desenvolvidos de comum acordo entre o profissional e os demais membros de
sua equipe e da empresa, incluindo pessoas com maior poder de decisão,
certamente poderão contribuir, de forma eficaz, para a redução dos riscos
potenciais ou reais, causadores de DORT.

As Causas Fundamentais:
Também conhecida como LTC (Lesões por Traumas Cumulativos), ou
Síndrome da Sobrecarga, a DORT é uma afecção multicausal, decorrente de
uma série de fatores presentes no ambiente de trabalho, que se somam e se
combinam para produzir os danos lentamente, como uma doença silenciosa,
resultando em lesões que acometem tendões, bainhas sinoviais, músculos,
nervos, fáscias, ligamentos e ocorrem principalmente, nos membros
superiores, região escapular e pescoço, sendo ocasionadas pela utilização
biomecanicamente incorreta destes, resultando em dor, fadiga, queda do
desempenho no trabalho e incapacidade temporária. No início, são geralmente
pouco graves e totalmente reversíveis, se tratadas de imediato. Conforme o
caso pode evoluir para uma Síndrome dolorosa crônica, nesta fase agravada
por fatores psíquicos (inerentes ou não ao trabalho) que podem reduzir o limiar
de sensibilidade em relação à dor de cada indivíduo.
Várias categorias de profissionais podem ser atingidas pelas DORT: usuários
de terminais de vídeo, processadores de dados, bancários, datilógrafos,
profissionais de escritório, operários em fábricas de autopeças, operários de
linha de montagem, operários da indústria microeletrônica, operários em

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fábricas de pequenos manufaturados, profissionais em telecomunicações,
profissionais na preparação de alimentos (Couto, 1991. Assunção, 1992).
Estas ocupações têm, geralmente, em comum a repetitividade de
movimentos estereotipados e o esforço físico, com contribuições relativas
variadas (pouca repetitividade/pouco esforço físico, alta repetitividade/pouco
esforço físico. Pouca repetitividade/muito esforço físico, alta
repetitividade/muito esforço físico), cujos efeitos não apenas se somam como
parecem ser sinérgicos ou se potencializam mutuamente (Ayoub, 1990. Couto,
1991 e Stock,1991).
Em muitos ramos da produção, em vez de automatizar as tarefas insalubres,
automatizam-se aquelas que garantem a qualidade do produto, deixando-se os
esforços repetitivos para as mãos humanas.
Assim, é comum o relato de retirar rebarbas em 10 (dez) mil peças por hora,
colocar 5 (cinco) mil “chicotes” num dado painel elétrico numa jornada, prensar
2(duas) mil peças, digitar l5(quinze) mil toques/hora, operar 200 (duzentas)
lâminas por minuto no laboratório, fixar 4(quatro) metros quadrados de
pastilhas, realizar banhos de estanho em 20 (vinte) mil peças/hora, picar
20(vinte) quilos de carne durante uma jornada e 8 (oito) horas, e assim por
diante. À exigência de produtividade soma-se um ambiente de trabalho
barulhento, pouco iluminado e ventilado, onde os profissionais operam em
bancadas altas ou muito baixas, sentados em cadeiras fixas, às vezes sem
encosto ou até em bancos improvisados. Realizam a mesma tarefa
continuamente, oito horas por dia, seis dias por semana, onze meses por ano,
trinta e cinco anos de suas vidas, sem perspectivas de ascensão profissional e
com o padrão de vida já conhecido dos brasileiros.
Essa situação, complexa e injusta, determina as DORTs. Isolar um aspecto
enquanto causa, é afastar-se da possibilidade de compreender o número de
casos, deixando de intervir, aqui e agora, no sentido de melhorar as condições
de saúde e de trabalho.

Trabalho com Computadores:


Posto de Trabalho com Terminal de Computador:

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São as seguintes, as dimensões para o projeto e implantação de um posto de
trabalho, com terminais de computadores, no qual, a postura mais relaxada,
(tronco voltado para trás) é a mais comum:

Fatores Geradores e Contributivos da DORT nos Trabalhos


com Computador:
Alguns fatores podem associadamente propiciar a ocorrência da DORT em
operadores de computador. Eles se dividem em:

1. Fatores Geradores:
1.1. Força excessiva com as mãos.
1.2. Posicionamento incorreto;
1.3. Compressão Mecânica
1.4. Repetitividade de um mesmo padrão de movimentos.
2. Fatores Contributivos:
2.1. Características físicas do usuário.
2.2. Perfil Psicológico.
2.3. Tensão excessiva.
2.4. Desprazer no Trabalho.
2.5. Diferenças hormonais.
2.6. O estresse, a monotonia e a tensão.

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Medidas de Controle:
A adoção das medidas a seguir, sistematicamente aplicadas, reduz ou
eliminam consistentemente a probabilidade de ocorrência de DORT:

Analise, Minimize, Neutralize:


• Primeiramente, o prevencionista deve analisar as situações de riscos às
quais o profissional está exposto ao executar o trabalho.
• Depois, deve minimizar estes riscos, descobrindo a melhor forma de reduzir
os movimentos repetitivos e os esforços excessivos.
• A seguir, deve neutralizar as posturas incômodas do profissional,
providenciando posicionamento para o trabalho que leve em conta o
necessário relaxamento dos ombros, costas e pescoço, bem como a
manutenção do tronco na posição vertical, ficando os braços junto ao corpo.

O Local de Trabalho:
• Tão importante quanto às ferramentas e equipamentos de proteção
adequados ao desenvolvimento das atividades laborais do posto de trabalho, o
local (micro e macro ambiente) deverá ser projetado de acordo com as
características e o tipo de trabalho que cada um desempenha.
• Posicionamento básico do profissional, o nível da mesa ou bancada e a
disposição dos utensílios sobre esta contribuem sobremaneira para reduzir a
possibilidade de ocorrência de DORT.

Ferramentas:
• Ferramentas, como furadeiras elétricas, ajudam a minimizar os movimentos
repetitivos.
• Uso de cabos acolchoados nas ferramentas e/ou de luvas especiais anti-
vibração, reduzem a possibilidade de lesões nas mãos.
• As ferramentas, de preferência, devem possuir boa empunhadura.
• Dedo indicador e o polegar devem se sobrepor quando da empunhadura de
uma ferramenta portátil como o alicate por exemplo.
• Uso de duas mãos reduz sensivelmente os esforços nos membros superiores.
• No caso de uso de luvas, estas devem estar perfeitamente ajustadas.

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O Bom Condicionamento Físico do Profissional:
Mesmo que o profissional e o seu empregador levem em consideração práticas
ergonômicas na empresa, talvez o seu trabalho exija uma força maior e uma
melhor condição física. Manter a boa forma física e saber aproveitar os
eventuais intervalos para um exercício de respiração e de relaxamento é
inegavelmente uma boa maneira de se minimizar riscos e evitar problemas.
• Exercícios Aeróbios:
Apenas 20 minutos de exercício aeróbio praticado três vezes por semana, pode
ajudar o profissional a obter mais vigor física, aumentando a resistência no
trabalho e afastá-lo dos riscos da DORT.
No entanto, antes do início do exercício físico, o médico particular ou da
empresa, deve ser consultado.

• Pequenos Intervalos:
O profissional deve aproveitar os pequenos intervalos que eventualmente
possam surgir durante o período de trabalho para um breve alongamento,
mudança de postura, uma boa respirada etc., como forma de aumentar a
circulação sanguínea, aliviar as tensões e melhorar seus reflexos. Enfim, deve
ser instituído um treinamento direcionado a todos os níveis hierárquicos, que
inclua o conceito de DORT, seu quadro clínico, etiopatogenia, complicações e
implicações, bem como as medidas de prevenção.

Há dois tipos principais de esforços:

Esforço Estático:
Onde o músculo se mantém durante período prolongado no estado de
contração (semelhante à contração isométrica tetânica).

Esforço Dinâmico:
Com encurtamento e relaxamento rítmico dos músculos.
Qualquer esforço é realizado sempre por um grupo de músculos. Entre estes,
alguns servem para fixar as articulações e o tronco (postura), executando um

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esforço estático, e outros movimentam as extremidades, realizando um esforço
dinâmico. Com exceção dos músculos do tronco, a maioria dos músculos
esqueléticos se insere perto das articulações, isto é, na parte mais curta da
alavanca formada pelo osso. Consequentemente, a sua função é de executar
movimentos rápidos com carga moderada.

Irrigação do Músculo Durante o Esforço:


Após o início de um exercício rítmico, a irrigação dos músculos aumenta
rapidamente, até atingir o valor adequado ao grau daquele esforço. A relação
entre irrigação e esforço é linear até atingir, aproximadamente, 80% da
capacidade máxima do músculo. Esta adaptação da irrigação se baseia,
essencialmente, nos mecanismos químicos locais. Quando a irrigação é
máxima, mesmo a administração de acetilcolina, hormônio do sistema nervoso
autônomo parassimpático e fortíssimo vasodilatador, não produz efeito. Este
fenômeno demonstra a eficiência dos mecanismos locais de regulação da
irrigação dos músculos.
Durante um esforço estático, os vasos sofrem compressão devido à elevada
pressão intramuscular, o que impossibilita a adaptação da irrigação às
necessidades. Neste caso, as dívidas metabólicas são recuperadas somente
após o esforço. O esforço estático é mais cansativo para os músculos, inclusive
para os do tronco, apesar da sua maior quantidade de mioglobina e maior
reserva de oxigênio. Os músculos das extremidades cansam rapidamente e a
dor causada pela isquemia, obriga a interromper o esforço.
Durante o esforço dinâmico, o músculo é irrigado principalmente durante a fase
de descontração. Durante a fase de contração, o sangue contido nos capilares
é expulso em direção às veias e ao coração. É por isso que se pode falar de
uma bomba muscular, fator que contribui, até certo ponto, para manter um fluxo
elevado durante o esforço máximo dinâmico. Durante o esforço dinâmico
moderado, a irrigação do músculo é adequada, quando a relação entre a
duração da contração e a da descontração é de 1,5: 1.

Durante os trabalhos pesados esta relação chega a 1:1.

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Criticidade Mínima (1): Inexistem fatores geradores da DORT.
Criticidade Média (2): Há risco moderado, alto ou altíssimo de DORT, porém
são adotadas medidas de controle, conforme abaixo.
• Risco moderado (repetitividade de forma contínua), no entanto há um
revezamento diário ou pausas de 5 minutos a cada hora.
• Alto risco (repetitividade, força acima de 6 Kgf. ou postura inadequada), no
entanto há rodízio de uma em uma hora com outra tarefa (isenta dos fatores
geradores de DORT) ou pausa de 10 minutos a cada hora.
• Altíssimo risco (repetitividade, força acima de 6 Kgf. e postura inadequada),
no entanto ninguém realiza a tarefa mais de 2 horas por dia ou há pausa de 15
minutos a cada hora.
Criticidade Máxima (3): Há risco moderado (repetitividade de forma
contínua), alto (repetitividade, força acima de 6 Kgf ou postura inadequada) ou
altíssimo (repetitividade, força acima de 6 Kgf e postura inadequada).
Usar como padrão a ISO 11226 avaliando o trabalho estático, observando
a alternância entre ciclos curtos, médios e longos da postura e suas
angulações, autonomia suficiente, operações monótonas e tempo de
contração e recuperação avaliados abrangendo os segmentos do tronco,
pescoço, ombro, antebraço, mãos, punho e pernas.

2.4.5 Dissincronismo
O estudo analítico da Ergonomia pressupõe que o homem, do ponto de vista
fisiológico, está preparado para trabalhar durante o dia (Circadiano = acerca
do dia) e usufruir da vida social e descanso à noite.
No entanto, a grande maioria das empresas, opera em regime de turno e/ou
exige que parte de seus colaboradores trabalhem, esporádica ou
continuamente, em regime de hora extra, nos feriados, finais de semana etc.,
alterando significativamente os hábitos e costumes do homem, afastando-o do
convívio com seus familiares e amigos, interrompendo as pausas para o
necessário descanso, gerando, por conseguinte o estresse ocupacional, dando
origem ao dissincronismo entre os ritmos social e circadiano.
O sono pode ser afetado pelo trabalho em turnos. A pesquisa tem demonstrado
que o sistema de rodízio rápido (2X2X2) leva a menos alterações de sono do

30
que o sistema clássico, de rodízio semanal. Isto parece ocorrer por
consequência de menores acúmulos de débitos de sono, já que, após duas
noites de trabalho, o indivíduo tem dois dias de folga e pode dormir à noite
normalmente. No entanto, mesmo entre esses indivíduos, é notada alteração
do sono, particularmente após a primeira noite de trabalho.
Os resultados aparentemente contraditórios das diversas pesquisas quanto à
incidência de doenças entre profissionais noturnos têm contribuído para o
desenvolvimento da hipótese de que, o que se passa seria um processo de
seleção natural. Poder-se-ia colocar os indivíduos nas seguintes categorias em
relação à aceitação do trabalho noturno:
• Um certo número de pessoas (calculadas em 20%) não se adapta, de forma
alguma, ao trabalho noturno (seleção negativa). Apresentam rapidamente uma
série de sinais e sintomas e são afastados do trabalho noturno de uma forma
ou de outra (por um afastamento médico ou por demissão).
• Um número maior de pessoas continua trabalhando. Têm algum grau de
intolerância ao trabalho noturno, mas continuam em atividade. A não existência
de sintomatologia grave os leva a não se afastar do trabalho, mas no seu dia-a-
dia apresentam cansaço, mesmo após um período de sono, irritabilidade
psíquica, períodos de depressão, perda geral da vitalidade e má disposição
para o trabalho. Podem aparecer distúrbios intestinais (gastrite, úlcera) e
transtornos nervosos. Alguns podem caminhar para a primeira categoria,
quando então irão se afastar do trabalho.
• Um grande contingente não chega a desenvolver úlcera, gastrite ou distúrbios
intestinais, mas seu “modus vivendi” com a situação inclui algum tipo de reforço
para o organismo, como, por exemplo, o uso de estimulantes à noite
(principalmente café e cigarro) e de pílulas para não dormir, ou de álcool.
• Um pequeno número de indivíduos tolera, efetivamente, trabalhar à noite,
sem necessitar de drogas auxiliares e sem desenvolver úlcera, gastrite,
distúrbios nervosos ou outros quaisquer (seleção positiva).
O turno da noite, não é adequado para a realização de trabalho que envolva
concentração mental, com possibilidade de erros importantes.
O trabalho no turno da noite deve ser evitado quando envolver direção de
veículos automotores. O trabalho no turno da noite em operações monótonas

31
ou repetitivas que não motivam o indivíduo a exercer sua criatividade e nem lhe
dá alguma autoridade sobre o trabalho, induz ao sono e a erros frequentes.
O trabalho noturno em operações executadas na postura exclusivamente
sentada induz ao sono, e com isso a erros frequentes.
A alimentação suplementar, dada durante a noite a pessoas que realizam
trabalhos sedentário, pode contribuir para a obesidade.
O turno da noite costuma ser o que mais produz e neste período, o número de
acidentes do trabalho é igual ou menor que aquele registrado no período
diurno.

Soluções Ergonômicas para os Problemas do Trabalho


Noturno:
Dentro da definição maior de Ergonomia, que é a busca do ajuste mútuo entre
o homem e seu ambiente de trabalho, basicamente buscando adaptar o
ambiente de trabalho às características do homem, durante os turnos da noite,
deverão ser adotadas as seguintes medidas gerenciadoras do risco:
• A iluminação do ambiente de trabalho deve ser adequada, evitando-se os
baixos níveis de iluminamento, evitando-se os deslumbramentos, e evitando os
tubos fluorescentes instalados em fase (com oscilação luminosa invisível).
• O indivíduo deve ter algum grau de autoridade sobre o trabalho que executa,
evitando-se o trabalho puramente repetitivo.
• O profissional deve poder exercer algum grau de criatividade nas tarefas que
faz, no sentido de evitar o trabalho puramente monótono.
• A fase do trabalho que exige maior raciocínio e em cujo erro pode ocorrer
consequências sérias deve ser desenvolvida ao início da jornada. No caso de
não ocorrerem mudanças nas tarefas, durante as 8 horas de trabalho, os
turnos de trabalho devem ser reescalonados, no sentido de um indivíduo
começar com aquela atividade, por exemplo, às 23:00h, desenvolvendo-a até
às 03:00h, outro começaria sua jornada com aquela atividade, às 03:00h, e
trabalharia nela até às 07:00h e assim por diante.
• O indivíduo deve se movimentar frequentemente. Para os que trabalham
sentados, a movimentação de 5 minutos, após cada hora de trabalho, ajuda a
manter a vigília.

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• O sistema de revezamento deve ser o melhor possível, evitando-se ao
máximo a fadiga por dissincronismo entre o ritmo circadiano do indivíduo e seu
ritmo social e de trabalho.
• Os horários de início e final de turnos devem ser os mais adequados, no
sentido de permitir que o profissional que está saindo do turno da noite possa
iniciar seu sono durante um período de menor barulho, evitando-se, no entanto,
a interrupção precoce do sono dos profissionais do turno da manhã (devem ser
evitados os inícios de turnos às 04h00 ou 05:00h).
• Deve haver um sistema de substituição previsto, de tal forma que o
funcionário que trabalhou à noite, não faça horas extras e nem dobre turnos.
• Quando o trabalho envolver a condução de veículos automotores (ônibus
noturno, por exemplo), dever haver um local de repouso obrigatório, com
características térmicas, acústicas e de iluminação adequadas, a fim de que o
condutor possa dormir o melhor possível.
• A suplementação alimentar durante a noite deve ser balanceada, com
refeições quentes, e considerando a carga de trabalho físico das pessoas, no
sentido de evitar que o lanche noturno contribua para a obesidade.

Indivíduos Contraindicados Para o Trabalho Noturno:


O raciocínio desenvolvido nos permite concluir que as seguintes pessoas estão
contraindicadas para o trabalho noturno em turnos fixos ou de revezamento:
• Indivíduos que, nos primeiros três meses, apresentem alta intolerância, com
sinais de fadiga crônica (cansaço, mesmo após um período de sono,
irritabilidade excessiva, períodos de depressão, perda geral da vitalidade),
perda importante do apetite e gastrite.
• Indivíduos com mais de 45 anos de idade, não adaptados a trabalhos
noturnos.
• Portadores de doenças psicossomáticas, como hipertensão arterial, úlcera
péptica, gastrite de fundo emocional, epilepsia etc.
• Diabete, dependente de insulina.
Criticidade Mínima (1): Trabalho exclusivamente diurno.
Criticidade Média (2): Trabalho em turno fixo e em revezamento rápido.

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Criticidade Máxima (3): Trabalhos com rodízio semanal sem folgas nos finais
de semana, sistema em que se tenha que trabalhar durante a noite e voltar a
trabalhar antes de um período de 16 horas após o final da jornada, trabalhos
sem folga ou com número de folgas legais (acordo coletivo) em prejuízo.

2.4.6 Iluminamento/Acuidade Visual/Ergoftalmologia


Leva em conta o Nível de Iluminamento dos ambientes de trabalho e as
exigências visuais (acuidade) dos profissionais, atentando para o fato de que a
boa iluminação dos ambientes de trabalho, dos ambientes acessórios e demais
locais, deve ser executada racionalmente, considerando-se a grande
importância destas medidas na prevenção dos acidentes, na prevenção da
fadiga visual e no incremento da produção, tanto do ponto de vista quantitativo
como qualitativo.
A iluminação deve obedecer a aspectos quantitativos e qualitativos, envolvendo
assim, uma série de conhecimentos e a adoção de medidas bem definidas para
sua eficiente aplicação, relacionados com o estudo da física da luz.

Aspectos Quantitativos da Iluminação:


A iluminação depende de um conjunto de fatores extrínsecos que condicionam
a visibilidade dos objetos, que esquematicamente são os seguintes:
• dimensão angular ou ângulo do objetivo visualizado.
• aclaramento, devido a radiação luminosa refletida dos objetos.
• contraste entre a radiação luminosa e o fundo.
• tempo de exposição.

Aspectos Qualitativos da Iluminação:


A boa iluminação de um local de trabalho depende, também, de outros fatores,
além dos já considerados, relacionados com a qualidade dos elementos e das
medidas postas em prática:
• Cor da Luz (luz branca é a recomendável).
• Distribuição da luz (aclaramento homogêneo).
• Difusão da luz (luz em todas as direções).
• Direção (unidirecional).

34
• Ausência de ofuscamento (quando de luz excessiva).

Iluminação Artificial:
A prática da iluminação artificial dos locais de trabalho é bastante difundida,
porém frequentemente mal aplicada. A iluminação artificial pode ser geral ou
suplementar. A geral tem a luz fornecida por fontes instaladas a certa altura
próxima do teto a suplementar por meio de foco localizado próximo ao
profissional. A geral se classifica segundo a distribuição de luz acima ou abaixo
da luminária em 5 tipos:
1. Direto: onde a totalidade ou quase a totalidade (90%) da luz se distribui para
baixo e apenas 10% para cima.
2. Semi-Direto: quando o aparelho é semelhante ao anterior, mas translúcido,
distribuindo de 60% a 90% para baixo e de 40% a 10% para cima.
3. Misto: quando a distribuição é mais ou menos uniforme para cima e para
baixo, exemplo dos globos.
4. Semi-indireto: é um sistema inverso do semi-direto proporcionando uma
maior distribuição da luz para cima.
5. Indireto: pode ser totalmente dirigido para cima, distribuindo 100% da luz
para cima ou então, deixando passar 10% da luz para baixo, com parte do
aparelho translúcido.
Sob o ponto de vista econômico, o sistema direto de iluminação é o menos
dispendioso, sendo o indireto o mais caro, visto que a luz no plano de trabalho
é obtida por reflexão no teto, onde sempre há absorção, devendo o teto ser
dotado de cores claras, renovadas com a mesma frequência do aparelho de
iluminação.
Do ponto de vista de Higiene Industrial, o melhor sistema é o indireto, que
possibilita uma excelente distribuição e difusão da luz.

Iluminação Natural:
A iluminação natural é a iluminação solar. Sob o ponto de vista científico, em
vista da sua grande variabilidade, a iluminação natural oferece grandes
dificuldades de estudo. As variações astronômicas, as condições
meteorológicas, as alterações da poluição atmosférica, a disposição dos

35
edifícios vizinhos, a disposição das dependências, das aberturas etc.,
constituem um conjunto de fatores que no mais das vezes escapam a qualquer
controle.
A luz que se recomenda é a direta da abóboda celeste por ser a mais difusa,
aproveitada através de aberturas iluminantes que devem obedecer a uma série
de requisitos, tais como posição, orientação, altura da padieira (parte mais alta
da janela), altura da própria abertura iluminante e transferência e consequente
transmissibilidade de planos limitantes, clarabóias, dos lanternins e dos
telhados dente-de-serra.
Do ponto de vista prático, a orientação das janelas e outras aberturas
iluminantes devem variar com a latitude. No Brasil, tomando por base a latitude
de 25º, cujo paralelo passa a altura de Cananéia, é de se recomendar uma
orientação SE ao Sul e uma orientação NE ao Norte do referido paralelo, que
corresponde situar as aberturas iluminantes do Sul nas áreas mais aquecidas
do edifício, e no Norte nas áreas menos aquecidas.
As áreas de iluminância natural devem ter as seguintes características:
• a área das aberturas iluminantes deve ser de 1/5 da área total do piso.
• as janelas instaladas só de um lado de uma dependência devem ter uma área
de 1/2 da largura da sala.
• janelas em paredes opostas terá área de 1/3 da largura da sala.

Dispositivos de Regulagem de Luz:


Os dispositivos de regulagem de luz são muito importantes, notadamente nas
janelas, instalando cortinas, quebra-luzes, persianas, beirais, etc.

Fatores de Reflexão (tintas e papéis):

TONALIDADES CLARAS TONALIDADES MÉDIAS TONALIDADES ESCURAS

36
ACUIDADE VISUAL ESPECÍFICA
O primeiro conceito importante quanto à visão do profissional e sua relação
com as exigências visuais específicas das tarefas de seu posto de trabalho é
que ambas podem ser dissociadas em diversos componentes. Assim, a
capacidade visual humana total pode ser separada em:
• Acuidade visual específica para perto.
• Acuidade visual específica para longe.
• Visão de profundidade (ou visão de relevo ou estropia).
• Visão de Cores.
Também a exigência visual da tarefa pode ser de diversos tipos:
• Tarefas que exigem boa acuidade visual para perto de forma constante
- Enxergar detalhes próximos aos olhos (distancia menor que 50 cm).
• Tarefas que exigem boa acuidade visual para perto de forma intermitente - O
indivíduo alterna períodos com alto empenho para perto com períodos em que
este empenho é desnecessário.
• Tarefas que exigem boa acuidade visual para longe - O profissional tem que
distinguir objetos situados além de 5 metros de seus olhos.
• Tarefas que exigem boa visão de profundidade, coexistindo com a boa
acuidade visual para longe ou para perto - É o caso dos operadores de
equipamentos móveis como Ponte Rolante por exemplo.
• Tarefas em que são suficientes apenas uma acuidade visual grosseira -
Ajudantes em geral, carregadores, pessoal de limpeza.
• Tarefas em que é desnecessária a acuidade visual - São as tarefas
compatíveis com a cegueira total, como advocacia, controle de qualidade

37
através do tato, programação de computadores, massagista, músico, locutor,
recepcionista, telefonista, e alguns trabalhos nas linhas de montagem.

O Perfeito Sentido de Visão:


Para haver um perfeito sentido de visão é necessário:
• Que as condições de iluminação do ambiente estejam adequadas (tamanho e
potência das luminárias, contraste, brilho relativamente uniforme no campo
visual e tempo adequado de observação).
• Que os diversos meios pelos quais a luz terá que passar até chegar à retina,
apresentem refração normal.
• Que o sistema de lentes do olho humano apresente sua capacidade normal
de funcionamento, podendo focalizar a imagem no plano da retina de forma
precisa e confortável.
• Que a retina esteja íntegra.
• Que os músculos dos olhos, responsáveis pela movimentação dos globos
oculares, sejam capazes de garantir a projeção da imagem em pontos
correspondentes das duas retinas.
• Que a área cerebral da visão (córtex visual) esteja funcionando na íntegra.

Visão de Profundidade:
Existem 3 mecanismos pelos quais o indivíduo tem a percepção da distância
dos diferentes objetos aos seus olhos: tamanho relativo, paralaxe e
estereopsia.
No tamanho Relativo: O cérebro automaticamente interpreta as distâncias a
partir do tamanho com que ele percebe o objeto. Assim, como o cérebro já se
acostumou que um determinado veículo possuiu um determinado tamanho,
quando este tamanho é visto como menor do que o previsto, a interpretação
será de que aquele veículo está a uma distância maior do indivíduo.
Na paralaxe: A comparação é feita a partir do grau de movimentação dos
objetos situados a diferentes distâncias dos olhos. Quando olhamos através da
janela de um veículo em movimento, percebemos que os objetos próximos se
movem lentamente.

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A estereopsia: É a visão de profundidade possível graças à correspondência
no local de formação da imagem nas duas retinas. Quando a imagem é
formada em uma retina, esta capta apenas parte da imagem, não conseguindo
captar detalhes inacessíveis ao olho naquele ponto de vista. É limitada à
distância de 60 (sessenta) metros, porque a partir daí não há diferença
significativa no local da retina onde são formadas as imagens.
A pesquisa e Análise do Posto de Trabalho devem mostrar as seguintes
situações:
• O profissional tem que discernir a forma de objetos situados ao longe, tem
que ter uma visão de profundidade adequada e uma boa acuidade para objetos
que estejam próximos, como por exemplo, o Operador de Ponte Rolante, que
leva a carga a uma grande distância da cabine de controle ou da botoeira
(mesmo que por controle remoto).
• O profissional não precisa ter bom discernimento para objetos situados ao
longe, porém precisa ter visão para perto boa e distinguir bem as cores. Por
exemplo, o Operador de Laboratório Químico.

Criticidade Mínima (1): Situações em que é desnecessário boa acuidade


visual seja para perto ou para longe, o nível de iluminamento médio mensurado
está conforme as Normas Brasileiras de referência, não há reflexo e o brilho é
controlado ou encontra-se dentro dos padrões exigidos para tarefa.
Criticidade Média (2): Situações em que é desnecessária boa acuidade visual
para perto e para longe e o nível de iluminamento médio mensurado atinge
80% oitenta por cento do nível mínimo recomendado pelas Normas Brasileiras
de referência.
Criticidade Máxima (3): Situações em que há necessidade de boa acuidade
visual para perto ou longe e o nível de iluminamento está abaixo do nível
mínimo recomendado pelas Normas Técnicas de referência, o brilho e reflexo
são excessivos.

2.4.7 UMIDADE RELATIVA


Conforme a Portaria 423/21 – NR 17 - Ergonomia:

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Criticidade Mínima (1): Umidade Relativa acima de 35% e até 65%.
Criticidade Máxima (2): Umidade Relativa abaixo de 35%.

2.4.8 VELOCIDADE DOS VENTOS.


Conforme a Portaria 423/21 – NR 17 - Ergonomia:

Criticidade Mínima (1): Velocidades dos ventos inferiores a 0,25 m/s.


Criticidade Máxima (2): Velocidades dos ventos superiores a 0,25 m/s.

2.4.9 RUÍDO AMBIENTAL.


RUÍDO, é um fenômeno físico ondulatório (periódico), sendo resultante de
variações da pressão num meio elástico que se sucedem com regularidade
(frequência) em intervalos de tempo sucessivos e iguais (período). O som,
resulta de variações na pressão atmosférica acima e abaixo do normal no
ambiente, produzidas pela vibração de uma fonte, que origina ondas sonoras,
constituídas pelas zonas de compressão e rarefação do ar, propagando-se
longitudinalmente, de maneira uniforme, em todas as direções.
A pressão atmosférica normal (1 atmosfera ou 760 mmHg) é igual a 10 micro
bar. Variações muito pequenas desta pressão podem atuar no aparelho
auditivo dando origem, no cérebro, a uma sensação sonora. O ouvido humano
pode perceber, numa frequência de 1000 Hz, mínimas variações de pressão da
ordem de 0,0002 microbar. A gama de variações de pressão que o ouvido
humano pode perceber é muito grande. Uma variação de pressão atmosférica
de 200 microbar pode ser ouvida normalmente. Acima deste valor, há audição,
porém com sensação de pressão no ouvido e, após, sensação de dor, sendo
que20000 microbar de pressão pode causar ruptura de tímpanos.
Características Físicas do Som:
A velocidade de propagação das ondas sonoras num meio, varia com
características físicas do mesmo:
• No ar, é função da pressão atmosférica e temperatura:

40
• Na água, a propagação do som nos líquidos e sólidos, é mais elevada.
Criticidade Mínima (1) - Quando o NPS for menor que 65 dB(A).
Criticidade Máxima (3): Quando o NPS for maior que 65 dB(A).

2.4.10 Aspectos Organizacionais


Dentre os diversos fatores relativos à empresa, encontramos a organização,
como um dos maiores contribuintes ou agravantes das condições ergonômicas
em um ambiente de trabalho. Organizar um trabalho pode ser considerado da
maior importância nos estudos ergonômicos, sendo sempre determinada pela
empresa e define o processo de produção, modos operatórios, normas de
produção, de administração, arranjo físico etc.
Organizar significa criar organismos, ordenar, arranjar e estabelecer as bases.
No processo produtivo, dentro da ergonomia, esta palavra torna-se mais ampla.
Específica principalmente, o que deve ser feito e de que maneira deverá ser
feito.
A organização é determinada pelo conteúdo das tarefas que compõe o Posto
de Trabalho, sendo um fator que pode gerar ou eliminar a monotonia, a fadiga,
o estresse, os incidentes ou acidentes e é o principal responsável pela
produtividade, tão almejada.

FATORES ORGANIZACIONAIS:

Tempo: em determinadas situações de trabalho, pode-se dizer literalmente que


o homem se torna um escravo do tempo, que na maioria das vezes, determina
a densidade do trabalho. É também o responsável pela cadência (velocidade
dos movimentos), estipulando o ritmo de trabalho. Os limites fixados pela
empresa podem superar a capacidade de um ou vários trabalhadores
colocando em risco sua saúde como temos visto frequentemente no trabalho
repetitivo ocasionando os distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho.
A variabilidade da tarefa e os incidentes deverão ser considerados nas
exigências de tempo. Espaço de Trabalho (Lay out): Abriga o posto de
trabalho e todo o espaço adicional que o envolve durante a execução de uma
ou mais tarefas. Deve ser calculado visando relações dimensionais harmônicas

41
entre o homem e suas necessidades de espaço para executar suas atividades.
Toda atividade de trabalho está inserida numa dada área, num dado espaço. O
ambiente físico do trabalho pode favorecer ou dificultar a execução do mesmo.
Seus componentes podem ser fonte de insatisfação, desconforto, sofrimento e
patologias ou proporcionar a sensação de conforto.
Tecnologia: Envolve os métodos e processos de trabalho tanto na produção,
como na manutenção e administração, visando contribuir para ampliar a
produtividade e melhorar a qualidade. Atua como modificadora do contexto e
tempos utilizados nas tarefas e leva a alterações de movimentos e esforço
mental dispendidos pelo trabalhador, ocupante do posto de trabalho. A
tecnologia deverá ser direcionada de forma a evitar contradições de qualidade,
pois o trabalhador, no anseio de atingir determinada meta de produção, poderá
criar formas inadequadas de alcançar os objetivos propostos pela empresa,
comprometendo a qualidade do produto.
Ambiência: Diz respeito ao ambiente, ao meio em que se trabalha,
necessitando ser concebido e mantido de maneira que as condições físicas,
químicas e biológicas não tenham influência nociva sobre o homem,
preservando sua saúde e capacidade para o trabalho. As condições ambientais
de trabalho devem estar adequadas às características psicofisiológicas dos
trabalhadores e à natureza do trabalho a ser executado. A abordagem
ambiental sob a ótica da ergonomia é centrada no ser humano e abrange tanto
o critério de saúde quanto os critérios de conforto e de desempenho. As
avaliações, quando necessárias, não dissociam o trabalhador do ambiente.
Segurança: Engloba desde a segurança do trabalho até a própria sensação
psíquica gerada pela empresa (tranquilidade, paz de espírito etc.). Ao priorizar
metas de produção elevadas, a empresa coloca em risco à segurança do
trabalhador, pois o mesmo passará a deixar de cumprir normas de segurança
para conseguir atingir metas de produção. Assim sendo, respeitar a segurança
do trabalhador é uma necessidade inquestionável para a prevenção de
acidentes.
Relações: Aqui estão embutidos inúmeros tipos. As que podem surgir em
decorrência do processo produtivo tais como: sistema homem-máquina,
comunicações, sociabilidade (interpessoal e com a sociedade).

42
Economia: O momento econômico em que se encontra a empresa pode
determinar uma série de situações de trabalho. Gerando pressões e
modificando todos os itens anteriores
ORGANIZAR É:
Dispor adequadamente os diferentes elementos (recursos e ações) que
compõem (ou que vierem a compor) a empresa, a fim de que, facilitando a
coordenação dos mesmos, possa ela atingir seus objetivos externos.
Quando se fala em dispor adequadamente os recursos, queremos dizer:
• Em termos de Recursos Humanos: organização do pessoal;
• Em termos de Recursos Materiais:
􀂾 Prédio e instalações;
􀂾 Móveis e utensílios;
􀂾 Equipamentos;
􀂾 Materiais de consumo;
􀂾 Insumos;
􀂾 Produto final etc.

O ARRANJO FÍSICO
O arranjo físico (Plant Lay Out) é um item de transcendental importância no
projeto de uma empresa, principalmente nos aspectos Ergonômicos.
O arranjo físico não é tão somente uma disposição racional das máquinas, que
assegure o funcionamento de uma linha de usinagem, sem retrocessos e com
mínimas distâncias. É também o estudo das condições Ergonômicas de
trabalho (agentes físicos, agentes químicos, agentes biológicos, aspectos
organizacionais administrativos, etc...).

O arranjo físico:
• procura uma combinação ótima das instalações industriais que concorrem
para a produção, dentro de um espaço disponível, sejam elas existentes ou em
fase de planejamento;
• procura harmonizar e integrar equipamento, mão-de-obra, material, áreas de
movimentação, estocagem, administração, mão de obra. Indireta, enfim, todos
os itens que compõem a atividade empresarial, industrial, comercial, de
serviços etc.;

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• do ponto de vista humano, o Gerenciamento dos Riscos é o fator mais
importante no que se refere às condições ambientais, estéticas e de fluxo e
movimentação de materiais;
• é essencialmente dinâmico.

Os objetivos do Arranjo Físico no contexto da Ergonomia:


• estudo dos locais de trabalho, considerando-se os micro e macro ambientes;
• estudo das condições ambientais do posto de trabalho:
􀂾 fluxo de materiais;
􀂾 mecanizações;
􀂾 automatizações;
􀂾 supressão de atividades;
􀂾 modificação de atividades;
􀂾 redução das perdas;
􀂾 economias:
• de espaço;
• menor quantidade de material em processo;
• distâncias minimizadas;
• disposição racional das seções;
• redução dos custos indiretos;
• melhor qualidade.

O TREINAMENTO
O Programa de Treinamento eficaz, de qualquer empresa, independente de
sua atividade fim, deve prever a inclusão da Segurança, Higiene, Saúde,
Ergonomia e Meio Ambiente, nos diversos cursos de formação e reciclagem
profissional.
Dentro deste contexto, o(s) profissional (is) das áreas de Segurança, Saúde,
Ergonomia e Meio Ambiente, será(ão) o(s) coordenador(es), cuja principal
missão será a de influenciar, de sensibilizar, de aconselhar e de motivar a linha
hierárquica e o pessoal de execução a assumir de forma autônoma suas
responsabilidades neste domínio.

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O treinamento é um elemento chave para o progresso da segurança e
atividades afins e deve fazer objeto de um programa que será gerido como
toda outra atividade importante.
Cabe ao setor de Treinamento da empresa:
• Analisar as necessidades em formação;
• Determinar as prioridades; · Escolher os temas;
• Elaborar o programa; · Planejar as atividades:
• Analisar, avaliar e adaptar o programa;
• Implantar o programa e difundir as informações relativas ao mesmo;
• Auditar o andamento do programa.
Para tal, este setor garantirá:
• Os recursos necessários;
• Instrutores com domínio sobre os temas a serem conduzidos;
• A prática dos ensinamentos teóricos difundidos;
• A formação adequada e oportuna da Supervisão;
• A formação adequada e oportuna de todo o pessoal de execução;
• A formação e/ou reciclagem do pessoal técnico da área de Segurança;
• A reedição e a atualização do programa de treinamento;
• Os registros e o controle formal do aprendizado.

A INTEGRAÇÃO DO NOVO EMPREGADO

Independentemente da ênfase que se dá ao treinamento, e de onde ele


realmente ocorre, um mínimo de treinamento de integração para o novo
empregado será necessário. Em um número razoável de empresas, o
treinamento de integração ocorre inicialmente fora do local de trabalho e.
posteriormente, no próprio local de trabalho. A primeira etapa, geralmente é
comum à maioria dos novos empregados, havendo uma possível diferenciação
somente em relação ao nível de compreensão e escolaridade dos empregados.
A segunda etapa consiste em encaminhar o empregado ao seu supervisor, sob
cujas ordens deverão trabalhar que o apresenta a um funcionário experiente
(Padrinho), que o orientará por um período de tempo considerável e suficiente
para que seja apreendido e compreendido as particularidades do processo
produtivo, da cultura da empresa, do inter-relacionamento entre os

45
departamentos, dos direitos e deveres e especificamente do desempenho
funcional objeto da contratação.
Em resumo, os seguintes princípios devem ser seguidos:
• O novo empregado deve ser assistido e orientado por um empregado
experiente e/ou pelo seu supervisor imediato, oferecendo-Ihe todas as
respostas para as questões surgidas e acompanhando-o de perto durante todo
o período de indução;
• A orientação deve começar pelas informações mais relevantes e imediatas
para só depois passar às normas mais gerais da companhia;
• Deve-se dar tempo suficiente para que o novo empregado "coloque seus pés
no chão” e realmente se adapte ao serviço, antes de se exigir demasiadamente
dele;
• Os princípios básicos e genéricos de Higiene, Segurança, Ergonomia e Saúde
Ocupacional, devem fazer parte integrante de todo o processo de integração.

O TREINAMENTO, FERRAMENTA ERGONÔMICA:

O treinamento distingue-se da educação, principalmente, em relação aos


objetivos que tem em vista. Ocupa-se do ensino de habilidades particulares
com fins específicos, enquanto a educação pressupõe o desenvolvimento
global da pessoa.
A operação efetiva de todos os setores de uma empresa necessita que todos
os trabalhadores executem suas atividades num nível satisfatório de
proficiência. Precisa também contar com trabalhadores capazes de executar
trabalhos de responsabilidade e complexidade acima daquelas relativas aos
cargos que ocupam. Desta forma os objetivos do treinamento empresarial
podem ser definidos como:
1. Preparar a mão de obra para execução imediata das diversas tarefas
peculiares à organização;
2. Proporcionar oportunidades para o contínuo desenvolvimento pessoal, não
apenas em seus cargos correntes, mas, também para outras funções para as
quais a pessoa pode ser considerada;

46
3. Mudar a atitude dos empregados, com várias finalidades, entre as quais criar
um clima satisfatório entre empregados, aumentar-lhes a motivação e torná-los
mais receptivos às técnicas de supervisão e gerência.

NORMAS DE PROCEDIMENTO
Norma de procedimento é o termo genérico utilizado para designar um conjunto
de PADROES a serem seguidos, abrangendo os vários setores da
administração, ciência e tecnologia. É um conjunto metódico e preciso de
condições e/ou imposições a serem satisfeitas com o objetivo de uniformizar as
ações e reações dos trabalhadores em todos os níveis hierárquicos envolvidos.
Deve do ponto de vista Ergonômico, englobar as seguintes informações:
• Especificação: para materiais, produtos finais, intermediários, compras,
reformas etc.;
• Método: para construção, testes, ensaios etc.;
• Procedimentos: para realização das várias tarefas pertinentes a um
determinado posto de trabalho.
As Normas de Procedimentos, requisitos principais para a adequação do
processo à melhor tecnologia possível, suportam e se constituem na base de
qualquer programa de qualidade.
As perdas de eficiência de algumas decisões importantes ocorrem por se
diluírem ao longo do tempo, através de processos deficientes de comunicação,
treinamento e padronização de atitudes, o que leva às outras perdas (tempo,
material, comercial, econômico/financeira, humana, imagem, etc..). A maioria
dos acidentes graves ocorreu devido às falhas organizacionais/administrativas
notadamente causadas pela falta ou deficiência de um sistema formal de
normas de procedimentos necessárias ao bom e seguro desempenho do
trabalho; e o que pior, devido a estas mesmas deficiências, os riscos potenciais
continuaram e vieram a causar na mesma empresa outros acidentes similares,
com as mesmas consequências graves. Da mesma forma, se enquadram as
doenças e lesões originárias das falhas de ordem ergonômica.

Assim sendo, toda empresa que almeje atingir a EXCELÊNCIA em segurança


e qualidade deve:

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• Elaborar e implantar o manual/regulamento de qualidade e segurança no
trabalho;
• Elaborar e implantar procedimentos operacionais voltados às diversas tarefas
realizadas;
• Elaborar especificações para projetos, compras, reformas, contratações de
mão de obra externa etc.;
• Revisar sistemas existentes, adequando-os à atualidade;
• Criar e divulgar o conjunto de normas de segurança e qualidade, específicas
da organização, com base em leis, normas técnicas, códigos etc.

Fadiga nervosa
O Sistema Nervoso central (SNC), especialmente o córtex, está relacionado
com a percepção e ação consciente, enquanto o sistema nervoso autônomo
(SNA), ou sistema neuro-vegetativo-hormonal, em íntimo contato funcional com
o SNC; controla e regula as funções vegetativas. Adaptando o organismo às
condições externas e garantindo um meio interno adequado à vida das células.
O Sistema Nervoso sustenta, dirige, controla e regula as atividades psíquicas,
mentais e físicas. O funcionamento se baseia em inúmeros circuitos entre
receptores, centros e efetores.
Dentre vários, destacamos alguns efeitos da fadiga nervosa, dita fadiga
psíquica:
• Diminuição da eficiência no trabalho, o indivíduo executa o trabalho mal,
gastando muito tempo e com pouca precisão.
• Desperdício de material e desperdício do tempo das máquinas como
consequência do trabalho mal feito.
• Aumento da incidência geral de doenças no profissional.
• Absenteísmo elevado, em consequência de sintomas de ansiedade, ou
depressão, ou doença orgânica.
• Aumento do número de acidentes do trabalho.
• Aumento da renovação de mão de obra (turnover).

Fatores de contexto:

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Os fatores de contexto podem ser definidos como aqueles originados do
sistema em que o profissional vive, e sobre o qual muitas vezes a empresa não
pode fazer nada, ou pode fazer muito pouco:
• Baixo padrão de vida (problemas sócio-econômicos).
• Problemas de alimentação, habitação, vestuário, transporte.
• Assistência médica deficiente para si e para a família.
• Assistência social deficiente.
• Segregação social ou racial.
• Desajustamento pessoal e/ou familiar (problemas psicossociais).

Criticidade Mínima (1): Não se Aplica.


Criticidade Média (2): A não conformidade gera risco moderado.
Criticidade Máxima (3): A não conformidade detectada é capaz de gerar risco
grave e/ou caracterizar o descumprimento da legislação.

2.4.11 DISPÊNDIO ENERGÉTICO

Metabolismo
É o Processo pelo qual ocorre a formação, desenvolvimento e renovação das
estruturas celulares, bem como a produção de energia para trabalho mecânico
a partir de reações químicas exotérmicas.

Dispêndio Energético:
O dispêndio energético diário de um determinado cargo ou função pode ser
calculado a partir de uma análise minuciosa dos ciclos de trabalho, da duração,
dos períodos de repouso, e do consumo energético de cada uma das
atividades que compõem a função. A parte metodologicamente mais complexa
é a determinação do consumo energético de cada função.
A unidade de medida do metabolismo humana mais usada é quilocalorias por
minuto (Kcal/min). Assim, conhecendo-se o consumo de oxigênio por minuto,
podemos inferir o dispêndio energético, que será igual ao valor encontrado por
minuto multiplicado pela jornada de trabalho. Para esta determinação a
empresa, utiliza a determinação da Portaria 3214/78 – Anexo 3.

49
TABELA DE METABOLISMO POR TIPO DE ATIVIDADE

Tipo de Atividade KCal/h


Sentado em repouso 100
Trabalho leve:
Sentado, movimentos moderados com braços e tronco (ex. datilografia) 125;
Sentados movimentos moderados com braços e pernas (ex. dirigir) 150;
De pé, trabalho leve, em máquina ou bancada, principalmente com os braços
150;
Trabalho moderado:
Sentado, movimentos vigorosos com braços e pernas 180;
De pé, trabalho leve em máquina ou bancada com alguma movimentação 175;
De pé, trabalho moderado em máquina ou bancada com alguma movimentação
220;
Em movimento, trabalho moderado de levantar ou empurrar 300;
Trabalho pesado:
Trabalho intermitente de levantar e empurrar ou arrastar pesos (ex. remoção
com pá)440;

Trabalho fatigante: 550


Criticidade Mínima (1): Atividade cujo consumo energético médio seja menor
do que 175 Kcal/h. Pode ser desenvolvida de forma contínua.

Criticidade Média (2): Atividade cujo consumo energético médio entre 175
Kcal/h e 440 Kcal/h. Dependendo da condição física do profissional, também
poderá ser executada de forma contínua.

Criticidade Máxima (3): Atividade cujo dispêndio energético seja 440 kcal/h,
ou mais exigindo maximização do sistema cardiovascular do profissional para a
adaptação à mesma.

50
2.4.12 PSICOSSOCIAIS E COGNITIVOS

São situações em que o trabalhador sofre exigências físicas ou mentais


exageradas. Essas exigências podem estar relacionadas ao conteúdo ou as
condições de trabalho, aos fatores organizacionais e as pressões sócio-
econômicas. Ocasiões em que o trabalhador realiza muitas tarefas de grande
responsabilidade necessitando de alto nível de concentração para realização
das suas atividades, situações onde a comunicação pode ser falha, conflitos no
ambiente de trabalho que possam afetar as demandas emocionais e afetivas
no ambiente de trabalho, falta de autonomia e insatisfação.
A avaliação é realizada em meio a questionário feito com os trabalhadores,
ferramentas de carga e stress: HSE IT, IVRE ARMS.

Criticidade Mínima (1): Risco baixo de stress.

Criticidade Média (2): Risco moderado de stress.

Criticidade Máxima (3): Risco alto de stress.

2.4.13 TEMPERATURA EFETIVA (Conforto Térmico)


Calor:
O ser humano é um animal homeotérmico, isto é, sua temperatura interna é
relativamente constante, independente das variações climáticas do ambiente.
Para manter esta temperatura constante, o organismo utiliza mecanismos de
ganho e de perda de calor.
Em geral, é difícil influir sobre o calor produzido pelo metabolismo, pois este
depende da atividade que o indivíduo exerce, que, por sua vez, é inerente ao
tipo de trabalho.
As Trocas Térmicas:
Basicamente são três os mecanismos de trocas térmicas entre o organismo
e o meio ambiente: condução-convecção, radiação e evaporação.
Condução x Convecção:

51
Condução é a propriedade de um corpo transmitir energia calorífica a outro
com o qual esteja em contato. No caso do organismo humano, se a
temperatura da superfície do corpo for mais elevada do que a temperatura do
meio ambiente, o organismo cederá calor às moléculas do ar pelo fenômeno da
condução e ao contrário, se a temperatura do meio ambiente for mais elevada
que a do organismo, este receberá calor. Nas situações de sobrecarga térmica,
o organismo ganha calor pelas condições climáticas do ambiente e também
pelo trabalho físico que está sendo executado.
Radiação:
Em presença de fontes significativas de calor radiante, o corpo humano deixa
de perder, para ganhar calor por radiação, evidentemente sofrendo um
acréscimo na sobrecarga térmica. Para reduzir o calor radiante, a medida mais
eficiente é a utilização de barreiras que reflitam raios infravermelhos,
interpostas entre o profissional e a fonte de calor. Muito eficiente para esta
finalidade é o alumínio polido. Para casos em que existam a necessidade de
visão através da barreira, existem vidros especiais que refletem raios
infravermelhos, bem como filmes especiais que podem ser aplicados sobre
vidro comum, com a mesma finalidade.
Estas barreiras, periodicamente devem ser limpas e mantidas em perfeitas
condições de uso, pois caso contrário poderão vir a absorver a radiação
incidente, tornando-se fontes emissoras de calor radiante, reduzindo assim a
eficácia como medida de controle.
Evaporação:
Condições que favorecem a evaporação do suor, também auxiliam a
manutenção do equilíbrio térmico, aumentando a Máxima Capacidade
Evaporativa da pele no ambiente, observando-se que a limitação fisiológica
impõe o máximo de 1 l (um litro) de suor por hora de trabalho, ao que
corresponde uma perda por evaporação de 600 kcal/h. As condições
ambientais podem ser modificadas, favorecendo-se o fenômeno da
evaporação, através das seguintes medidas:
Redução da Umidade do Ar:
Nos casos de fontes localizadas de vapor d’água, é recomendável a utilização
de ventilação local exaustora.
Aumento na Movimentação do Ar:

52
Deve ser estudado o limite, acima do qual a velocidade do ar não mais auxilia a
evaporação e em casos de temperaturas elevadas, a utilidade ou não deste
aumento. O aumento da velocidade do ar, favorece a evaporação, aumentando
a capacidade evaporativa da pele e nos casos de temperaturas elevadas
(acima de 35 ºC), aumenta também a quantidade de calor ganho por
convecção elevando assim o Ereq (quantidade de calor que o organismo
necessita dissipar por evaporação, que É a soma dos fatores M (calor
produzido pelo metabolismo interno), C (calor trocado entre o organismo e o
ambiente por condução/convecção) e R ( calor trocado entre o organismo e o
ambiente por radiação infravermelha).
Temperatura Efetiva corresponde à percepção do ser humano. Ela é resultante
de 3 fatores: temperatura propriamente dita (ou Tbs – temperatura de
termômetro de bulbo seco), temperatura de termômetro de bulbo úmido (Tbn),
que se considera a umidade relativa do ar e a ventilação do ambiente.
A NR 17 estabelece para conforto térmico, temperatura Efetiva (Tef) entre 18ºC
e 25ºC. Sua quantificação é dada através do ábaco abaixo representado.

Criticidade Mínima (1): Quando a Temperatura Efetiva estiver entre 18 e


25ºC.

53
Criticidade Média (2): Quando o resultado da Temperatura Efetiva for menor
que 18ºC ou maior que 25ºC.

3. Referências técnicas legais

Portaria /MTP N°423, de 7 de outubro de 2021.

17 .1.1 Esta Norma Regulamentadora - NR visa estabelecer as


diretrizes e os requisitos que permitam a adaptação das condições de trabalho
às características psicofisiológicas dos trabalhadores, de modo a proporcionar
conforto, segurança, saúde e desempenho eficiente no trabalho.
17 .1.1.1 As condições de trabalho incluem aspectos relacionados ao
levantamento, transporte e descarga de materiais, ao mobiliário dos postos
de trabalho, ao trabalho com máquinas, equipamentos e ferramentas
manuais, às condições de conforto no ambiente de trabalho e à própria
organização do trabalho

Outras referências adotadas:


• FUNDACENTRO;
• Portaria 423/21 – NR 17.
• ISO´s de Ergonomia
• NIOSH (National Institute for Occupational Safety and Health).
• OSHA (Occupational Safety and Health Administration).
• OMS (Organização Mundial da Saúde).
• OIT (Organização Internacional do Trabalho).
• Software Ergolândia.

4. Avaliação Ergonômica Preliminar (AEP)


As avalições de risco estão nas tabelas e correspondem às avaliações
realizadas nos postos de trabalho com suas respectivas funções, tarefas
encontradas nos ambientes de trabalho de acordo com a atividade laboral de
cada trabalhador.

54
5. Análise Ergonômica do Trabalho.

5.1. Análise da Demanda

Devido à preocupação com a NR 17 a Hardy Metalurgica Ltda. contratou a


Vitalprev Ass. em Medicina Ocupacional e Preventiva Ltda. para
implementar a análise ergonômica do trabalho, com objetivo de investigar os
riscos ergonômicos e corrigir nos setores da empresa, se adequando a nova Nr
17.

5.2. Análise Global da Empresa

A Hardy Metalurgica Ltda é uma fornecedora de peças standarts e especiais


em metal duro. Já como distribuidor, a Hardy oferece todo o suporte técnico-
comercial para o fornecimento dos itens fabricados pelos demais brands do
grupo na América Latina.

5.2.1 História da instituição

O Hardy Metalurgica Ltda, foi fundado em 2007 no Brasil na região


metropolitana de São Paulo – Guarulhos, polo industrial da cidade.

55
5.2.2 Serviços prestados

A Hardy Metalurgica Ltda realiza atendimentos aos seus clientes o


fornecimentos de peças, e atende as seguintes especialidades: metal duro,
soldas, laminação, deformação, conformação, insertos, estoque, multinacional,
botão, mineração, cobre, tungstênio, estampagem, bottons, escavação, corte,
matrizes e fieiras.

5.2.3 Infraestrutura e Geografia


Fica situada dentro da região Metropolitana de São Paulo, à cerca de 6km do
maior aeroporto do país (Aeroporto Internacional de São Paulo) em Guarulhos,
no polo industrial da cidade, com fácil acesso aos colaboradores, com vias
rápidas e de qualidade.

5.2.4 Características da Unidade


Trata-se de um imóvel composto por pavimentos, com salas, sanitários
masculino e feminino, cozinha, dependência e estacionamento.

Figura Área

56
5.2.5. Análise da população dos trabalhadores

Análise da população dos trabalhadores na empresa CLT + SP


Sexo
Faixa Etária - Anos Total de pessoas
Feminino Masculino
Menores de 18 anos 0 0 0
De 18 a 45 anos 302 78 380
Acima de 45 anos 135 40 175
Total 437 118 555

Funções
N° Setor Função Pag.
01 Agencia Transfusional Biomédico 65
02 Agencia Transfusional Técnico De Laboratório 70
03 Almoxarifado Assistente Administrativo I 75
04 Almoxarifado Assistente Administrativo III 80
05 Ambulatório (Boxe) Enfermeiro 85
06 Ambulatório (Boxe) Técnico de Enfermagem 90
07 Arquivo Executor Administrativo 95
08 Arquivo Supervisor do SAME 100
09 Auditoria Assistente Administrativo II 105
10 Auditoria Executor Administrativo 110
11 Auditoria Técnico de Enfermagem 115
12 Centro Cirúrgico Coordenador de Enfermagem 120
13 Centro Cirúrgico Enfermeiro 125
14 Centro Cirúrgico Executor Administrativo 130
15 Centro Cirúrgico Instrumentador Cirúrgico 135
16 Centro Cirúrgico Supervisor de Enfermagem 140
17 Centro Cirúrgico Técnico de enfermagem 145
18 Centro Cirúrgico Técnico de Gesso 150
19 Clinica Medica Coordenador de Enfermagem 155
20 Clinica Medica Enfermeiro 160
21 Clinica Medica Executor Administrativo 165
22 Clinica Medica Técnico de enfermagem 170
23 Clínica Ortopédica Enfermeiro 175
24 Clínica Ortopédica Técnico de Enfermagem 180
25 Clínica Ortopédica Executor Administrativo 185
26 CME Enfermeiro 190
27 CME Técnico de Enfermagem 195
28 Diretoria Auxiliar Administrativo 200
29 Diretoria Assistente Administrativo II 205
30 Diretoria Diretor Geral 210
31 Diretoria Diretor(A) Assistencial 215
32 Diretoria Executor Administrativo 220
33 Diretoria Gerente De Sup. E Patrimônio 225
34 Diretoria Superintendente Op. E Adm. 230

57
35 Diretoria Sup. De Serv. Contratados E Log 235
36 Diretoria Supervisor Administrativo 240
37 Estática Executor Administrativo 245
38 Farmácia Auxiliar de Farmácia 250
39 Farmácia Coordenador de Farmácia 255
40 Farmácia Farmacêutico 260
41 Faturamento Chefe de ser. De faturamento 265
42 Faturamento Executor Administrativo 270
43 Fisioterapia Coordenador de Fisioterapia 275
44 Fisioterapia Fisioterapeuta 280
45 Fisioterapia Fisioterapeuta 285
46 Fonoaudiologia Fonoaudiólogo 290
47 Laboratório Aux. De Coleta 295
48 Laboratório Biomédico 300
49 Laboratório Supervisor 305
50 Laboratório Técnico De Laboratório 310
51 Manutenção Auxiliar De Manutenção 315
52 Manutenção Jardineiro 320
53 Manutenção Técnico Em Manutenção 325
54 Manutenção Supervisor De Manutenção 330
55 Maqueiro Maqueira 335
56 Medicina Cirurgião Dentista Buco Maxilo 340
57 Núcleo De Seg. Paciente Supervisor Núcleo 345
58 NIR Técnico Auxiliar De Regulação 350
59 NIR Coordenador De Nir 355
60 Nutrição Clinica Coordenador Nutricionista 360
61 Nutrição Clinica Nutricionista 365
62 Patrimônio Assistente Ad3ministrativo I 370
63 Pronto Socorro Enfermeiro 375
64 Pronto Socorro Técnico De Enfermagem 380
65 Psicologia Coordenador 385
66 Psicologia Psicólogo 390
67 Qualidade Assistente Administrativo I 395
68 Qualidade Coordenador 400
69 Radiologia Técnico De Radiologia 405
70 Recepção Coordenador(A) Assistencial 410
71 Recepção Coordenador De Atendimento 415
72 RH Assistente Administrativo 420
73 RH Chefe Do Setor 425
74 RH Coordenador De Rh 430
75 RH Executor Administrativo 435
76 SADT Executor Administrativo 440
77 SAU Assistente Administrativo 445
78 SCIH Assessor Do SCIH 450
79 SCIH Enfermeiro 455
80 SCIH Técnico De Enfermagem 460
81 Serviço Social Assistente Social 465
82 Serviço Social Supervisor 470

58
83 SESMT Eng. De Segurança 475
84 SESMT Médico Do Trabalho 480
85 SESMT Supervisor De SESMT 485
86 SESMT Técnico De SST 490
87 SHL Auxiliar De Serviços Gerais 495
88 Suprimentos Assistente Administrativo II 500
89 Suprimentos Supervisor(A) De Suprimentos 505
90 TI Executor Administrativo 510
91 Telefonia Telefonista 515
92 Terapia Ocupacional Terapeuta Ocupacional 520
93 Tomografia Técnico em tomografia 525
94 Transporte Motorista 530
95 Uti Adulto 1 Coordenador De Enfermagem 535
96 Uti Adulto 1 Enfermeiro 540
97 Uti Adulto 1 Executor Administrativo 545
98 Uti Adulto 1 Medico Clinico Geral 550
99 Uti Adulto 1 Técnico De Enfermagem 555
100 Uti Adulto 1 Fisioterapeuta 560

5.2.6 Análise do Absenteísmo


Número de absenteísmo total da empresa: Não informado pela empresa

Número de absenteísmo dos setores e postos analisados: Não informado pela


empresa.

Número de casos de afastamentos por CID-M total na empresa: Não informado


pela empresa.

Número de casos de afastamentos por CID-M dos setores e postos analisados:


Não informado pela empresa.

5.2.7 Análise de queixas e cansaço físico dos colaboradores.

a) Durante ou após a jornada de trabalho você costuma sentir dores?

59
b) Você se sente fisicamente cansado?

Classificação do Cansaço Fisico


Colaboradores entrevistados 100
75%

60%

50%
40%

25%

0%
Sim Não

6. Bibliografia

ADAMS, JOHN CRAWFORD - Manual de Ortopedia, 8ª edição, Editora Artes Médicas, 1978.
COASTAL DO BRASIL LTDA – Ergonomia, 1995
COUTO, HUDSON DE ARAUJO – Fisiologia do Trabalho Aplicada, 1978.
COUTO, HUDSON DE ARAUJO – Ergonomia Aplicada ao Trabalho - Ergo Editora Ltda, 1995.
DANGELO, JOSÉ GERALDO & FATINI, CARLO AMÉRICO – Editora Livraria Atheneu, 1983.

60
FUNDACENTRO/MTb - Curso de Engenharia de Segurança do Trabalho – 6 volumes
FUNDACENTRO – O Problema do Ruído Industrial e eu Controle – 1978
FUNDACENTRO – Manual Prático de Avaliação do Barulho Industrial - 1978
HALL, SUSAN J. – Biomecânica Básica, Editora Guanabara Koogan S/A, 1993.
IIDA, ITIRO – Ergonomia – Projeto e Produção, Editora Edgard Blücher Ltda., 1990.
JCF CONSULTORIA – Gerenciamento de Riscos na Indústria, 1994
LEHMKUHL, L. DON & SMITH, LAURA K. - Cinesiologia Clínica - Editora Manole Ltda, 1989.
MENDES, RENÉ – Patologia do Trabalho, Editora Atheneu, 1995.
O’ SULLIVAN, SUSAN B.. CULLEN, KAREN & SCHMITZ, THOMAS J. - Editora Manole Ltda,
1987.
PINI, MÁRIO CARVALHO – Fisiologia Esportiva, 2ª edição, Editora Guanabara Koogan S/A,
1983.
RASH, PHILIP J. & BURKE, ROGER K. - Cinesiologia e Anatomia Aplicada - Koogan S/A,
1977.
SOLVAY S.A – DCT - Prévention et Maîtrise des Risques d’accidents - 1992
VOLPI, SYLVIA – ERGONOMIA – Integração Consultoria e Treinamento – 1997
ANSI Z-88.2- Norma Americana sobre Proteção Respiratória - 1997
SISTEMAS DE GESTÃO DA SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO – BS 8800
NBR-ISO

7. Análise dos Riscos Ergonômicos

As avaliações e análises dos riscos ergonômicos constam nos relatórios


a seguir.

Criticidade
I. Para os riscos ergonômicos a criticidade será avaliada pela
frequência e intensidade do risco, levando em consideração fatores de
atenuação.
A frequência pode ser:
• Ocasional: acontecimento fortuito.
• Habitual: ocorrência presente durante um período pré-determinado,
ininterrupto ou não, com exposição menor que 50% da jornada de trabalho.
• Permanente: ocorrência rotineira e durante período maior que 50% da
jornada de trabalho.
II. Para intensidade do risco considerar:

61
Baixa:
• Postura de trabalho:
Trabalhar sentado com pouca alternância de postura;
Trabalhar predominantemente em pé com pouca alternância
de postura;
Com a atividade ou tarefa não requer de exigência músculo -
articular sobre coluna vertebral e membros;
• Levantamento de cargas:
Índice de levantamento abaixo de 1,0 (NIOSH);
• Exigência musculoesquelética sobre os membros superiores:
Flexão de ombros até o nível dos ombros, abaixo de 60 graus.
Movimento dinâmico de abdução entre 45 a 90 graus;
Movimento dentro da área de alcance máximo (menos de
1000 vezes por turno);
Cotovelos fletidos com sustentação de peso
ocasionalmente;
Trabalho em pronação;
Antebraços encostados em quinas vivas ocasionalmente;
Repetitividade do mesmo movimento de 1 a 3 mil vezes por
turno de mãos e dedos, com rodízio ou pausas; Ferramenta RULA
Resultado 4 e 5, Moore Garg entre 3 e 5.

Média:
• Postura de trabalho:
Trabalhar sentado durante muito tempo (mais que 6 horas
por dia);
Trabalhar de pé, com pouca movimentação (mais que 6
horas por dia);
Trabalho com flexão ou torção do tronco sem carga;
• Levantamento de cargas:
Índice de levantamento 1,0;
• Exigência musculoesquelética sobre os membros superiores:
Elevação acima do nível dos ombros, mais que 1000 vezes
por turno, ações técnicas rápidas; ou menos de 1000 vezes

62
por turno, porém ações técnicas difíceis.
Sustentação em abdução sem força;
Movimento dentro da área de alcance máximo (mais de
1000 vezes por turno);
Cotovelos fletidos com sustentação de pesos
frequentemente;
Movimento de pronação/supinação mais de 1000 por turno,
sem esforço. Ou com esforço, porém menos de 1000 vezes
por turno;
Contração estática em pronação ou supinação;
Antebraços tendo que trabalhar apoiados em quinas vivas;
Preensão palmar com força moderada;
Pinçamento de dedos de forma prolongada;
Repetição de 1 a 3 mil vezes por turno, com força ou
posturas incorretas, mesmo com rodízio e pausas; Ferramenta RULA
Resultado 5;6, Morre Garg entre 5 e7;
Alta:
• Postura de trabalho:
Trabalhar sentado, estático;
Trabalho em pé/parado;
Trabalhar sentado durante a maior parte da jornada, em
cadeira em más condições;
Trabalho com flexão ou torção do tronco com carga;
Trabalho deitado com os braços elevados;
Trabalho ou tarefa de cócoras com deslocamento;
Posicionamento estático de flexão de pescoço.
• Levantamento de cargas:
Índice de levantamento acima 1,0 (NIOSH);
• Exigência musculoesquelética sobre os membros superiores:
Elevação acima do nível dos ombros, mais de 1000 vezes
por turno e ações técnicas difíceis ou prolongadas;
Sustentação em abdução ou flexão com a aplicação de
força;
Movimento além da área de alcance máximo;

63
Movimento dentro da área de alcance exercendo força
elevada para se empurrar peças contra resistência,
causando impacto sobre os ombros e/ou cotovelos;
Cotovelos fletidos com sustentação de peso elevado e
esforço estático constante;
Movimento de pronação/supinação mais de 1000 vezes por
turno e com carga;
Preensão palmar com força excessiva;
Repetitividade do mesmo movimento mais de 6000 vezes
por turno de mãos e dedos;
Repetitividade do mesmo movimento mais 3000 vezes por
turno, exercendo força ou com postura inadequada de mãos
e dedos; Ferramenta RULA Resultado 7 Moore Garg. Maior que 7.

Desta forma a criticidade será:


(1) Baixa - quando a frequência e a intensidade avaliadas forem:
• Ocasional com baixa intensidade;
• Ocasional com média intensidade;
• Habitual com baixa intensidade.
(2) Média - quando a frequência e a intensidade avaliadas forem:
• Ocasional com alta intensidade;
• Habitual com média intensidade;
• Habitual com média intensidade;
• Permanente com baixa intensidade.
(3) Alta - quando a frequência e a intensidade avaliadas forem:
• Permanente com média intensidade;
• Permanente com alta intensidade.

MONITORAMENTO E EXPOSIÇÃO DOS RISCOS


O controle de riscos será realizado através das Inspeções de Segurança
realizadas pela Segurança do Trabalho, CIPA, Brigadistas e Supervisores
dos setores.

REGISTRO E DIVULGAÇÃO DOS DADOS

64
Os dados desta Avaliação estarão sempre à disposição dos trabalhadores
interessados ou seus representantes, CIPA e autoridades competentes.
As devidas avaliações ambientais estão registradas no PGR -PROGRAMA DE
GERENCIAMENTO DE RISCOS conforme preconizado pela nova NR-09,
documentos disponíveis junto à administração da empresa e que pode ser
acessado ao pedido de fiscais, auditores e representantes da justiça.

8. RESULTADO DAS AVALIAÇÕES ERGONÔMICAS -


AEP E AET
As tabelas abaixo correspondem às avaliações realizadas nos postos de
trabalho com suas respectivas funções, tarefas e graus de criticidade
encontrados nos ambientes de trabalho de acordo com a atividade laboral de
cada trabalhador.

65

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