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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE FORMIGA

DIREITO

GUILHERME FARIA
JOÃO PEDRO COUTO CARVALHO

DIREITO CIVIL
PRINCIPIOS

ARCOS-MG
2023
GUILHERME FARIA
JOÃO PEDRO COUTO CARVALHO

DIREITO CIVIL
PRINCIPIOS

TRABALHO APRESENTADO NO
CURSO DE DIREITO 4º PERIODO “A” DO
CENTRO UNIVERSITARIO DE FORMIGA

ORIENTADOR: CÉLIA GUEDES

ARCOS-MG
2023
Os princípios da dignidade da pessoa humana e da função social dos
contratos são dois dos principais fundamentos do direito contratual brasileiro. Eles
têm como objetivo garantir que os contratos sejam celebrados e cumpridos de
forma justa e equilibrada, de modo a promover o bem-estar social e a proteção dos
direitos fundamentais dos indivíduos.

O princípio da dignidade da pessoa humana, consagrado na Constituição


Federal de 1988, estabelece que todos os indivíduos são iguais em direitos e
dignidade, independentemente de raça, gênero, religião ou qualquer outra condição.
Esse princípio tem implicações importantes no âmbito dos contratos, pois exige que
as partes contratantes tratem-se mutuamente com respeito e consideração.

O princípio da função social dos contratos, por sua vez, estabelece que os
contratos devem ser celebrados e cumpridos de forma a atender aos interesses da
sociedade como um todo. Esse princípio tem como objetivo evitar que os contratos
sejam utilizados para prejudicar terceiros ou promover a desigualdade social.

A mitigação do pacta sunt servanda é uma consequência natural da


aplicação desses princípios. O princípio do pacta sunt servanda, também conhecido
como princípio da obrigatoriedade dos contratos, estabelece que os contratos
devem ser cumpridos de forma integral e irrestrita. No entanto, a aplicação desse
princípio pode levar a situações injustas ou desumanas, por isso ele deve ser
mitigado quando necessário.

A Lei da Liberdade Econômica (Lei nº 13.874/2019) impactou o âmbito dos


contratos de diversas formas. Um dos principais impactos foi a redução da
intervenção do Estado na economia, o que aumentou a liberdade contratual das
partes. No entanto, a lei também reafirmou a importância dos princípios da
dignidade da pessoa humana e da função social dos contratos, o que limita a
liberdade contratual em casos concretos.

Em relação à mitigação do pacta sunt servanda, a Lei da Liberdade


Econômica não trouxe mudanças significativas. A lei manteve o artigo 421 do
Código Civil, que estabelece que a liberdade contratual será exercida nos limites da
função social do contrato. Isso significa que os contratos podem ser revistos ou
rescindidos quando houver violação a esses princípios.

A seguir, são apresentados alguns exemplos de como os princípios da


dignidade da pessoa humana e da função social dos contratos podem mitigar o
pacta sunt servanda:

● Cláusulas abusivas: As cláusulas abusivas são aquelas que colocam uma


parte em desvantagem excessiva em relação à outra. Essas cláusulas
podem ser mitigadas ou declaradas nulas pelo juiz, com base nos princípios
da dignidade da pessoa humana e da função social dos contratos.
● Cláusulas leoninas: As cláusulas leoninas são aquelas que dão a uma parte
uma vantagem exagerada em relação à outra. Essas cláusulas também
podem ser mitigadas ou declaradas nulas pelo juiz, com base nos mesmos
princípios.
● Cláusulas que violam direitos fundamentais: As cláusulas que violam direitos
fundamentais, como a liberdade de expressão ou a proteção ao consumidor,
também podem ser mitigadas ou declaradas nulas pelo juiz, com base nos
princípios da dignidade da pessoa humana e da função social dos contratos.

Em conclusão, os princípios da dignidade da pessoa humana e da função


social dos contratos são essenciais para garantir a justiça e a equidade no âmbito
dos contratos. Esses princípios mitigam o pacta sunt servanda, de modo a evitar
que os contratos sejam utilizados para prejudicar terceiros ou promover a
desigualdade social.

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