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UNIVERSIDADE ABERTA ISCED

Faculdade de Direito
Coordenacao do curso de Direito

Os critérios de distinção entre Direito Público e Direito Privado

Nome:

Maputo, Maio de 2023


UNIVERSIDADE ABERTA ISCED
Faculdade de Direito
Coordenacao do curso de Direito

Os critérios de distinção entre Direito Público e Direito Privado

Trabalho de caracter avaliativo, desenvolvido no


campo ser submetido na coordenação do Curso de
Direito da UnICED

Tutor: Msc. António Charles

Maputo, Maio de 2023


ÍNDICE
INTRODUÇÃO.................................................................................................................4

AS CARACTERÍSTICAS E PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO DIREITO


PRIVADO.........................................................................................................................6

INTERSECÇÃO ENTRE O DIREITO PÚBLICO E O DIREITO PRIVADO................7

IMPLICAÇÕES PRÁTICAS DA DISTINÇÃO ENTRE O DIREITO PÚBLICO E O


DIREITO PRIVADO......................................................................................................10

CONCLUSÃO.................................................................................................................14

REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICA..............................................................................15
INTRODUÇÃO
A distinção entre Direito Público e Direito Privado é essencial para a compreensão da
organização jurídica de uma sociedade. Essas duas áreas do direito possuem
características distintas e regulam diferentes tipos de relações e interesses. Enquanto o
Direito Público se concentra nas relações entre o Estado e os cidadãos, bem como nas
questões de interesse público, o Direito Privado trata das relações entre particulares e
dos interesses individuais. A distinção entre essas áreas do direito é baseada em diversos
critérios, como a natureza das partes envolvidas, o interesse público versus interesse
privado, a hierarquia normativa, a natureza do poder coercitivo e a finalidade das
normas. Esses critérios proporcionam uma base para delinear os limites e as
abrangências do Direito Público e do Direito Privado.

Justificativa

No Direito Público, encontramos normas que visam proteger o interesse colectivo,


estabelecendo direitos e deveres dos cidadãos, limitando o poder estatal e garantindo a
segurança e a ordem pública. Assuntos relacionados à administração pública,
constitucionalismo, direito administrativo, direito penal, direito tributário e direito
constitucional são alguns exemplos de áreas abrangidas pelo Direito Público. Já no
Direito Privado, as normas são voltadas para a regulação das relações entre os
indivíduos, protegendo os seus direitos e estabelecendo as regras para a celebração e o
cumprimento de contractos, aquisição e transferência de propriedade, responsabilidade
civil, entre outros. O Direito Civil, o Direito Comercial, o Direito do Trabalho e o
Direito das Obrigações são exemplos de áreas que fazem parte do Direito Privado.

Objectivo Geral

 Compreender a distinção entre o Direito Público e o Direito Privado é


fundamental para a adequada interpretação e aplicação das normas jurídicas
Objectivos específicos

 Investigar as características e os princípios fundamentais do Direito Privado,


abordando áreas como o direito civil, o direito comercial, o direito do trabalho
e o direito das obrigações.
 Identificar casos de intersecção entre o Direito Público e o Direito Privado, nos
quais as fronteiras entre as duas áreas podem se tornar menos definidas, como
no caso do Direito Misturado ou do Direito Híbrido.
 Analisar as implicações práticas da distinção entre o Direito Público e o Direito
Privado, especialmente em termos de aplicação das normas jurídicas,
competência dos tribunais e protecção dos direitos e interesses das partes
envolvidas.

Metodologia: Revisão bibliográfica Realizar uma extensa revisão bibliográfica é


fundamental para compreender o estado actual do conhecimento sobre o tema. Isso
envolve a análise de livros, artigos académicos, dissertações, teses e outras fontes
relevantes que abordem a distinção entre o Direito Público e o Direito Privado. A
revisão bibliográfica permite.
AS CARACTERÍSTICAS E PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO DIREITO
PRIVADO
Em Moçambique, as características e os princípios fundamentais do Direito Privado são
baseados no sistema jurídico civilista, com influências do direito português e outras
fontes jurídicas internacionais.

Para FERNANDES, J. M. (2010:40). O Direito Privado abrange várias áreas, incluindo


o direito civil, o direito comercial, o direito do trabalho e o direito das obrigações

Direito Civil: O direito civil regula as relações jurídicas entre pessoas físicas e
jurídicas, estabelecendo normas sobre direitos e obrigações. Abrange áreas como o
direito das pessoas (direitos de personalidade, capacidade civil, domicílio), direito das
obrigações (contractos, responsabilidade civil), direito das coisas (propriedade, posse) e
direito de família (casamento, filiação, divórcio).

Direito Comercial: O direito comercial ou direito empresarial estabelece as regras para


as actividades empresariais e comerciais. Regula assuntos como a constituição e
funcionamento de empresas, contractos comerciais, propriedade industrial,
concorrência, falência e recuperação judicial.

Direito do Trabalho: O direito do trabalho regula as relações entre empregadores e


trabalhadores. Estabelece normas para contractos de trabalho, direitos e deveres do
empregador e do empregado, remuneração, segurança e saúde no trabalho, férias,
rescisão contratual e questões relacionadas à negociação colectiva e sindicalismo.

Direito das Obrigações: O direito das obrigações define as regras para as relações
jurídicas em que uma parte se obriga a realizar uma prestação em favor de outra. Regula
a formação e o cumprimento de contractos, bem como a responsabilidade civil por
danos causados a terceiros.

Os princípios fundamentais do Direito Privado em Moçambique


incluem a autonomia da vontade, que garante a liberdade das
partes em celebrar contractos e estabelecer acordos; a boa-fé, que
exige que as partes aja com honestidade e lealdade nas relações
jurídicas; a protecção da dignidade humana, que visa garantir a
integridade e os direitos fundamentais das pessoas; e a segurança
jurídica, que busca estabelecer regras claras e estáveis para
garantir a
previsibilidade nas relações privadas. Fernandes, J. M.
(2010 :43).
Direito do Consumidor: O Direito do Consumidor visa proteger os interesses dos
consumidores nas relações de consumo. Estabelece normas sobre a qualidade dos
produtos e serviços, direito à informação, publicidade enganosa, práticas abusivas,
responsabilidade do fornecedor, entre outros aspectos.

Princípio da igualdade: O princípio da igualdade é fundamental no Direito Privado em


Moçambique, garantindo que todas as pessoas sejam tratadas de forma igual perante a
lei. Isso implica que não deve haver discriminação injusta com base em características
como raça, cor, religião, sexo, origem nacional ou social, entre outras.

Princípio da proporcionalidade: O princípio da proporcionalidade exige que as


medidas adoptadas pelo Direito Privado sejam proporcionais aos objectivos buscados,
evitando-se excessos ou restrições desnecessárias aos direitos e interesses das partes
envolvidas.

Princípio da boa-fé objectiva: A boa-fé objectiva implica que as partes devem agir de
acordo com a honestidade, lealdade e cooperação mútua nas relações jurídicas. Isso
significa que elas devem se comportar de forma justa e razoável, buscando atender aos
interesses de ambas as partes.

Princípio da segurança jurídica: A segurança jurídica é um princípio fundamental que


busca garantir a previsibilidade e a estabilidade nas relações privadas. Isso implica que
as regras e normas jurídicas devem ser claras, acessíveis e consistentes, permitindo que
as partes conheçam seus direitos e obrigações e possam agir de acordo com eles.

INTERSECÇÃO ENTRE O DIREITO PÚBLICO E O DIREITO PRIVADO


Direito Privado é uma área do direito que trata das relações jurídicas entre particulares,
ou seja, entre pessoas físicas e jurídicas em sua esfera privada. Ele se opõe ao Direito
Público, que diz respeito às relações entre o Estado e os cidadãos, e abrange disciplinas
como o Direito Constitucional, o Direito Administrativo e o Direito Penal.

O Direito Privado envolve a regulamentação das relações de natureza privada, como as


relações familiares, os contractos entre particulares, a propriedade de bens, as
obrigações e responsabilidades civis, as relações empresariais, entre outros aspectos. Ele
busca estabelecer normas e princípios que governem as interacções entre as partes
privadas, visando garantir a segurança jurídica, a protecção dos direitos e o equilíbrio
nas relações entre os indivíduos.

Dentro do Direito Privado, há diversas áreas específicas, como o


Direito Civil, que trata das relações jurídicas em geral,
envolvendo pessoas, família, sucessões, contractos,
responsabilidade civil, entre outros aspectos. O Direito Comercial
abrange as normas que regulam as actividades empresariais,
como a constituição e o funcionamento das sociedades
comerciais, as transacções comerciais, os títulos de crédito, entre
outros. O Direito do Trabalho é responsável por regular as
relações entre empregadores e empregados, estabelecendo
direitos e obrigações trabalhistas. E o Direito das Obrigações
trata das relações jurídicas que envolvem direitos e deveres de
fazer, não fazer ou dar algo. (SARMENTO, Clara (2012:89).
Os princípios fundamentais do Direito Privado incluem a autonomia da vontade, que
permite às partes privadas celebrarem contractos e acordos livres, a protecção da
propriedade privada, a boa-fé nas relações jurídicas, a segurança jurídica e a protecção
dos direitos individuais.

Em resumo, o Direito Privado regula as relações entre particulares, visando proteger os


direitos e estabelecer regras para as interacções privadas, buscando a justiça, a equidade
e a harmonia nas relações entre os indivíduos.

Direito Público é uma área do direito que se refere às relações jurídicas entre o Estado e
os cidadãos, bem como às relações entre órgãos e entidades estatais. Ele abrange
disciplinas como o Direito Constitucional, o Direito Administrativo, o Direito Penal, o
Direito Tributário, entre outros.

Para DIAS, Silvino (2016:90). O Direito Público regula o exercício do poder estatal,
estabelecendo as normas e os princípios que governam a actuação do Estado e seus
agentes, bem como os direitos e as obrigações dos cidadãos em relação ao Estado. Ele
visa garantir o interesse público, a ordem social e o funcionamento adequado das
instituições estatais.

Algumas áreas do Direito Público incluem: Direito Constitucional: Estabelece as


normas e os princípios fundamentais que regem a organização do Estado, os direitos e
as liberdades dos cidadãos, a estrutura dos poderes, as competências dos órgãos estatais
e os mecanismos de protecção e controle constitucional.
Direito Administrativo: Regula a actuação da Administração Pública, incluindo a
organização e o funcionamento dos órgãos estatais, a gestão dos serviços públicos, os
actos administrativos, os contractos administrativos, as licitações públicas, entre outros
aspectos relacionados à actividade administrativa.

Direito Penal: Define os crimes e as infracções penais, bem como as penalidades


aplicáveis aos infractores. Regula as relações entre o Estado e os cidadãos no que diz
respeito à protecção da sociedade, da ordem pública e dos direitos individuais.

Direito Tributário: Disciplina as normas relacionadas à tributação, ou seja, à


arrecadação de impostos, taxas e contribuições. Regula os direitos e as obrigações dos
contribuintes em relação ao Estado e define os procedimentos e as regras para a
cobrança de tributos.

O Direito Público possui como características fundamentais a


supremacia do interesse público sobre o interesse privado, a
hierarquia das normas legais, a fiscalização e o controle dos actos
do Estado, e a busca pela justiça e pela equidade nas relações
entre o Estado e os cidadãos. (COSTA, Eduardo Ganymendes
2014)
O Direito Público regula as relações entre o Estado e os cidadãos, estabelecendo os
direitos e as obrigações das partes envolvidas, bem como as normas e os princípios que
norteiam o exercício do poder estatal.

A intersecção entre o Direito Público e o Direito Privado refere-se às áreas em que esses
dois ramos do direito se sobrepõem ou se relacionam. Embora sejam áreas distintas,
existem situações em que há uma interacção entre elas. Aqui estão alguns exemplos de
áreas em que ocorre essa intersecção (MATOS, Ana Maria,2016:56).

Em Moçambique, assim como em outros países, também há intersecção entre o Direito


Público e o Direito Privado em várias áreas. Alguns exemplos de como isso ocorre no
contexto moçambicano são: Contractos administrativos: O Direito Administrativo
moçambicano regula a actividade da Administração Pública, incluindo a celebração de
contractos com particulares. Nesse sentido, os contractos administrativos estabelecem
relações entre o sector público e entidades privadas, envolvendo a interacção entre o
Direito Público e o Direito Privado.

Regulação do sector privado: Moçambique possui uma série de regulamentações e


normas que afectam as actividades do sector privado. Isso inclui leis e regulamentos
relacionados a áreas como direito comercial, direito do trabalho, direito ambiental e
direito das obrigações, nos quais o Direito Público, por meio da intervenção do Estado,
estabelece regras e limitações para as actividades privadas.

Direito Ambiental e Recursos Naturais: O Direito Ambiental moçambicano visa


proteger o meio ambiente e os recursos naturais. Nesse contexto, há intersecção entre o
Direito Público e o Direito Privado em situações como licenciamento ambiental de
actividades privadas, responsabilidade civil por danos ambientais causados por
particulares e regulamentação da exploração de recursos naturais, que envolve a
participação do Estado.

Direito do Trabalho: O Direito do Trabalho moçambicano regula as relações entre


empregadores e empregados. Embora seja predominantemente uma área do Direito
Privado, o Estado intervém por meio de legislação trabalhista, estabelecendo direitos e
obrigações para as partes, garantindo a protecção dos trabalhadores e promovendo o
interesse público nas relações laborais.

Contractos públicos: Em Moçambique, o Direito Público e o Direito Privado se cruzam


na área dos contractos públicos. Esses contractos são celebrados entre o Estado ou
outras entidades públicas e particulares, envolvendo a prestação de serviços, a aquisição
de bens ou a realização de obras públicas. Nesse contexto, o Direito Público regula a
formação, a execução e a fiscalização desses contractos, buscando garantir a
transparência, a eficiência e a protecção do interesse público.

Além desses exemplos, outras áreas do Direito, como o direito tributário, o direito penal
económico e o direito administrativo sancionador, também podem envolver aspectos de
intersecção entre o Direito Público e o Direito Privado em Moçambique. (MATOS, Ana
Maria,2016:56).

IMPLICAÇÕES PRÁTICAS DA DISTINÇÃO ENTRE O DIREITO PÚBLICO E


O DIREITO PRIVADO

Na óptica de (GOMES, Alberto R. 2014:46). As práticas do Direito Privado envolvem


uma série de actividades e acções relacionadas às relações jurídicas entre particulares.
Algumas das principais práticas do Direito Privado incluem:
Consultoria jurídica: Advogados e juristas especializados em Direito Privado prestam
consultoria jurídica a pessoas físicas e jurídicas, fornecendo orientação legal em
diversas áreas, como contractos, direitos de propriedade, questões familiares,
responsabilidade civil, entre outros.

Elaboração e análise de contractos: No Direito Privado, os contractos são elementos


fundamentais. Os profissionais do Direito elaboram e analisam contractos para garantir
que os termos e as cláusulas sejam claros, justos e estejam em conformidade com a lei.
Esses contractos podem incluir acordos de compra e venda, contractos de locação,
contractos de prestação de serviços, contractos de trabalho, entre outros.

Resolução de conflitos: Quando surgem conflitos entre as partes privadas, é necessário


recorrer aos mecanismos de resolução de disputas. Isso pode incluir negociações,
mediação, arbitragem ou litígios judiciais. O objectivo é buscar uma solução justa e
equitativa para as partes envolvidas.

Assessoria em transacções comerciais: No Direito Comercial, os profissionais do


Direito Privado assessoram empresas e empreendedores em transacções comerciais,
como fusões e aquisições, formação de sociedades, reestruturação empresarial,
contractos comerciais, protecção de propriedade intelectual, entre outros.

Planeamento sucessório: No âmbito do Direito das Sucessões, o planeamento sucessório


é uma prática importante. Os especialistas em Direito Privado auxiliam na elaboração
de testamentos, na definição de herdeiros, na protecção do património e na minimização
de disputas relacionadas à sucessão de bens.

Assessoria em questões familiares: No Direito de Família, os profissionais do Direito


Privado prestam assessoria em questões como divórcio, guarda de crianças, pensão
alimentícia, adopção, reconhecimento de paternidade, entre outras.

Protecção de direitos de propriedade: O Direito Privado também envolve a protecção


dos direitos de propriedade. Isso pode incluir questões relacionadas à posse, propriedade
intelectual, direitos autorais, marcas registradas e patentes.

As práticas do Direito Público englobam uma variedade de actividades e acções


relacionadas às relações jurídicas entre o Estado e os cidadãos, bem como entre
entidades públicas.(GOMES, Alberto R. (2014). De entre as varias destacamos as
seguintes:
Elaboração e interpretação de leis: No Direito Público, há a criação e interpretação das
leis que regem o funcionamento do Estado e estabelecem os direitos e deveres dos
cidadãos. Isso envolve a actuação do Poder Legislativo na elaboração de leis e a
actuação do Poder Judiciário na interpretação e aplicação dessas leis.

Administração Pública: O Direito Público lida com a regulação e organização da


Administração Pública, incluindo a actuação dos órgãos governamentais, a prestação de
serviços públicos, a contratação pública, licitações e contractos administrativos, entre
outros aspectos relacionados à gestão pública.

Direito Constitucional: O Direito Constitucional é uma área central do Direito Público,


que trata da organização do Estado, da estruturação dos poderes, dos direitos
fundamentais e das relações entre o Estado e os cidadãos. Isso inclui a interpretação e
aplicação da Constituição, bem como questões relacionadas aos direitos humanos,
garantias constitucionais e controle de constitucionalidade.

Direito Administrativo: O Direito Administrativo é responsável por regular a actuação


da Administração Pública. Isso envolve questões como o funcionamento da máquina
administrativa, os poderes e deveres dos servidores públicos, os procedimentos
administrativos, a responsabilidade do Estado, entre outros aspectos relacionados à
gestão pública.

Direito Tributário: O Direito Tributário trata das normas relacionadas à tributação e


arrecadação de impostos. Isso inclui a criação e aplicação de leis fiscais, a cobrança de
impostos, a fiscalização tributária, a resolução de conflitos em matéria tributária, entre
outros aspectos relacionados aos tributos.

Direito Penal e Direito Processual Penal: O Direito Penal e o Direito Processual Penal
são áreas do Direito Público que tratam dos crimes e das punições impostas pelo Estado.
Isso envolve a definição dos tipos penais, os procedimentos penais, as garantias
processuais, a actuação do Ministério Público e dos órgãos de segurança pública, entre
outros aspectos relacionados à persecução penal.

Direito Internacional Público: O Direito Internacional Público trata das relações entre os
Estados soberanos e organizações internacionais. Isso inclui a regulação do direito
diplomático, o estabelecimento de tratados e acordos internacionais, a solução de
conflitos entre Estados, a protecção dos direitos humanos a nível global, entre outros
aspectos relacionados ao direito das nações.

Para o ordenamento Moçambicano concluímos que A Teoria da Unidade do Direito é a


mas pratica uma vez que abordagem que defende a inexistência de uma separação rígida
entre os ramos do Direito Público e do Direito Privado. Essa teoria considera que ambos
os ramos fazem parte de um sistema jurídico único e compartilham princípios e normas
fundamentais.

De acordo com a Teoria da Unidade do Direito, as distinções entre o


Direito Público e o Direito Privado são apenas questões de ênfase ou de
aplicação, mas não implicam em uma separação absoluta entre os dois
ramos. Isso significa que as normas e princípios que regem as relações
entre o Estado e os cidadãos, como no Direito Administrativo e
Constitucional, podem ser vistos como integrados ao sistema jurídico
como um todo, juntamente com as normas e princípios que regem as
relações entre particulares, como no Direito Civil e Comercial.
(FERNANDES, J. M. 2010:78).
Na perspectiva da Teoria da Unidade do Direito, é enfatizada a interdependência e a
interacção entre as diversas áreas do Direito. Por exemplo, um contrato privado pode ser
influenciado por normas de Direito Administrativo ou por princípios constitucionais. Da
mesma forma, uma questão de responsabilidade civil pode envolver aspectos tanto do
Direito Privado quanto do Direito Público.

Essa abordagem reconhece a complexidade das relações sociais e a interconexão entre


os diferentes campos do Direito. Além disso, a Teoria da Unidade do Direito busca
promover uma visão holística do sistema jurídico, evitando uma divisão excessivamente
rígida entre o público e o privado.
CONCLUSÃO
Direito público Direito privado Fins a prosseguir Regula a prossecução de fins de
interesse público ou colectivo (ex.: defesa nacional). Regula a prossecução de fins de
interesse meramente privado ou particular (ex.: propriedade e herança). Meios usados
para atingir os fins Confere à entidade pública poderes de autoridade sobre os
particulares, o que estabelece uma relação de supremacia jurídica entre as entidades
públicas e as entidades privadas, que em princípio devem obediência às primeiras.

Não confere poderes de autoridade, nem posições de supremacia, e coloca todos os


sujeitos no desenvolvimento da sua actividade em situação de igualdade uns para com
os outros. Sujeitos das Relações jurídicas Os sujeitos titulares de direitos e poderes
sobre outrem são entidades públicas o Estado, as Regiões Autónomas, as autarquias
locais, etc. Trata-se de indivíduos particulares ou entidades privadas associações,
fundações, sociedades civis ou comerciais. Extensão dos poderes jurídicos utilizáveis
Para respeitar os valores cimeiros do Estado de Direito, da democracia e dos direitos
humanos, o Estado e os entes públicos menores estão sujeitos, por um lado, ao princípio
da legalidade devem sempre respeitar a Constituição e todas as leis, e por outro, ao
princípio da competência, ou seja, só podem fazer o que as normas jurídicas lhes
permitem ou impuserem.

Assim, tudo o que não for permitido ou imposto, é proibido. Só as normas imperativas
têm de ser acatadas, podendo as normas dispositivas e supletivas ser afastadas e, ainda
mais importante, vigora o princípio da liberdade, segundo o qual os indivíduos podem
escolher livremente os meios de realização dos seus fins estatuários (tudo o que não for
proibido, é permitido.
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICA
FERNANDES, J. M. (2010). Direito das Obrigações - Volume I. Coimbra: Almedina.

GOMES, Alberto R. (2014). Direito Moçambicano - Introdução ao Estudo da Ordem


Jurídica de Moçambique. Maputo: Almedina.

SARMENTO, Clara (2012). Constituição da República de Moçambique Anotada e


Comentada. Coimbra: Almedina.

ALMEIDA, Pedro; Cabral, Ricardo (2017). Código Comercial Moçambicano Anotado


e Comentado. Maputo: Imprensa Universitária.

NEVES, Mário Ferreira; Valente, Odete; Carvalho, Lígia (2012). Código de Processo
Civil Moçambicano Anotado e Comentado. Coimbra: Almedina.

MATOS, Ana Maria (2016). Código Penal Moçambicano - Comentado e Anotado.


Maputo: Editora Texto.

DIAS, Silvino (2016). Direito do Trabalho de Moçambique. Maputo: Alcance Editores.

COSTA, Eduardo Ganymendes (2014). Direito das Obrigações em Moçambique.


Maputo: Almedina.

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