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René Guénon
René Guénon (Blois, 15 de novembro de 1886 — Cairo, 7 de janeiro de 1951) foi um metafísico,
esoterista e crítico social francês.
Foi o pioneiro e o principal porta-voz, juntamente com Frithjof Schuon, da Escola Perenialista, baseada
na Filosofia Perene. Autor universalista, esposava a tese da "unidade transcendente das religiões", ou
seja, que as diversas tradições religiosas mundiais têm um fundamento metafísico e espiritual
convergente. A partir de 1930, viveu no Cairo, onde praticou o Islã como sua religião pessoal e onde era
conhecido como cheique `Abd al-Wahid Yahya . Ao lado da prática do esoterismo islâmico, ou Sufismo,
Guénon prosseguiu expondo a doutrina da universalidade da verdade, como se pode verificar em livros
como "Símbolos Fundamentais da Ciência Sagrada" e "O Reino da Quantidade e os Sinais dos tempos".
O termo filosofia perene geralmente é usado como sinônimo de Sanatana Dharma (sânscrito para
"Verdade perene ou eterna"). Leibniz o utilizou para designar a filosofia comum e eterna que é
subjacente a todas as grandes religiões mundiais, em particular suas místicas ou esoterismos.
“ Não existe nenhum autor na Europa contemporânea mais importante do que René Guénon, cuja tarefa
tem sido expor a tradição metafísica universal que sempre foi o fundamento essencial de todas as
culturas anteriores, e que representa a base indispensável para qualquer civilização digna desse nome. ”
A vasta e influente obra de René Guénon foi classificada em três categorias principais pelo autor
brasileiro M. Soares de Azevedo.
Ainda segundo Mateus Soares de Azevedo, "foi no Oriente que Guénon encontrou inspiração e suporte
intelectual para sua vasta obra (27 livros, já publicados nas principais línguas), especialmente no Vedanta
não-dualista da Índia, na sabedoria chinesa e no Sufismo, cujos princípios universais tratou de re-
elaborar em estilo acessível aos ocidentais. (...) Ele foi o mentor e pioneiro do método “perenialista” de
estudo dos legados intelectuais das diferentes civilizações. Foi um dos primeiros a apontar para a
solidariedade substancial dos patrimônios das distintas tradições religiosas e para seus fundamentos
filosóficos comuns, por trás das diferenças de doutrinas, ritos, moralidades e formas artísticas. Ao
mesmo tempo, foi um crítico severo do exclusivismo religioso e de todo “comunalismo” e
fundamentalismo extremista. Foi também um pioneiro da crítica da mentalidade materialista e
individualista de nossos tempos. Para ele, o moderno Ocidente vive em profunda crise de valores e de
sentido porque se separou de suas raízes espirituais e esqueceu as dimensões mais profundas da
existência."
Bibliografia
Obras traduzidas ao português
A Crise do Mundo Moderno (Lisboa, Editorial Vega, 1977, e São Paulo, Irget, 2009)
O Reino da Quantidade e os Sinais dos Tempos (Lisboa, Dom Quixote, 1989, e S. Paulo, Irget, 2009)
Os Símbolos da Ciência Sagrada (São Paulo, Pensamento, 1989, e S. Paulo, Irget, 2010)
Introdução Geral ao Estudo das Doutrinas Hindus (S. Paulo, Irget, 2010)
Títulos em francês
Autorité spirituelle et pouvoir temporel. Paris: Guy Trédaniel/Éditions de la Maisnie. ISBN 2-85-707-142-
6.
Introduction générale à l'étude des doctrines hindoues. Paris: Guy Trédaniel/Éditions de la Maisnie.
L'Homme et son devenir selon le Vêdânta. Paris: Éditions Traditionnelles. ISBN 2-7138-65-X.
Le Règne de la Quantité et les Signes des Temps. Paris: Gallimard. ISBN 2-07-023003-1.
Les États multiples de l'Être. Paris: Guy Trédaniel/Éditions de la Maisnie. ISBN 2-85-707-143-4.
Miscellanea (1976)