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Resumo do capítulo 1 do livro Seduzidos Pela Memória de Andreas Huyssen por Maria
Paganelli
Então, ele segue o raciocínio com duas maneiras de lidar com a memória:
ela sendo rejeitada para o indivíduo não ter que lidar com determinados assuntos e nem
precisar se responsabilizar por uma postura assumida OU fazendo intervenções nas suas
ações. Não posturas/intervenções artísticas, necessariamente, mas qualquer postura que
você exponha sua opinião levando em conta o “trauma histórico”.
O mundo com capacidades de armazenar (e armazenando!) cada vez mais coisas gera o
aumento de esquecimento também. O autor explica esse efeito padrão: com mais memórias
imaginadas (não vividas), há uma relevância menor ao que consideramos importante e
guardamos.
A hipótese é que estas são formadas por uma cultura servindo como estratégias de
sobrevivência e rememoração pública e privada. A memória é criada com esse desejo de
ancorar na crescente instabilidade e na fratura do tempo vivido.
Agora aprofundamos um pouco a questão da nova percepção de tempo que é criada com o
desejo de privilegiar o passado e a cultura da memória.
A Nova Temporalidade é explicada pelo conjunto-interseção de três forças e tendências do
nosso tempo:
1 - A mudança tecnológica
2 - A mídia de massa
3 - Os novos padrões de consumo, trabalho e mobilidade global.
Hermann Lübbe se insere um pouco no texto falando sobre a expansão cronológica, que é
o fato de mais coisas acontecerem no momento presente.
Ex: as coisas estão se acelerando, acontecendo num ritmo muito maior e mais rápido, os
produtos que acabam de ser inventados já ficam obsoletos quase que no mesmo momento,
pois é mais vantajoso esperar um pouco para comprar um produto que será lançado num
futuro próximo (por mais que você precise no momento presente). Acaba que ao mesmo
tempo que você vive no passado pelo consumo de memórias e preocupado pela
permanência das mesmas, o futuro também é presente, pois é dado como fato e como certo
os acontecimentos previstos.
E são essas situações que nos permitem a sensação de expansão cronológica do presente.
Trazendo o passado e o futuro para ele.
Então, outro paradoxo é percebido quando em meio a tudo isso afirmamos que o passado
não é mais um lugar idealizado e definido, pois existem muitas visões e teorias sobre ele.
O autor ressalta que as memórias são humanas, transitórias e mutáveis: não podem ser
guardadas para sempre. A todo momento elas são revistas quanto ao seu grau de
importância, vemos o que é dispensável e não relevante para nós. O que retemos então
passa pelos nossos valores, ideologias, etc... e como estes são formados pela nossa
educação e cultura, entra de novo a questão da memória cultural, que entra como
pressuposto para novas memórias mais particulares.
Huyssen termina o capítulo com a conclusão que temos um efeito mútuo na atuação da
sociedade x indivíduo, quanto às memórias. Pois assim como a sociedade nos atinge com
atualidades de pensamentos e tendências, quando temos uma memória vivida por nós
mesmos, a mesma atua e se incorpora à sociedade.