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Talvez você já tenha escutado em algum momento, seja por meio de algum centro de educação
ou por telejornais, o termo “expurgo inflacionário”. Mas, se nunca escutou esse vocábulo,
certamente já ouviu dizer sobre inflação, o que é mais comum.
Fato é que esses termos estão interligados na composição de um “fenômeno” financeiro que
ocorreu das décadas de 80 e 90 no Brasil, uma época marcada por uma massiva instabilidade
econômica decorrente do desequilíbrio político no controle dos gastos públicos em conjunto
com o aumento da dívida externa. Agravando esse cenário, existia em paralelo uma crescente
crise financeira mundial relativa aos aumentos no preço do petróleo, ou seja, vários fatores
contribuíram para o caos econômico nesse período.
Diante desse cenário, várias medidas eram tomadas pelo governo na tentativa de conter o
desiquilíbrio instaurado, até mesmo alteração nos indexadores de correção monetária, o que
acarretou em diversas incorreções econômicas que até hoje são motivos de discussão jurídica.
Mais especificamente, no Brasil o índice que media a variação nos preços era o IPC (Índice de
Preços ao Consumidor), que foi estabelecido pelo governo federal como índice oficial para o
reajuste da caderneta de poupança.
Portanto, os valores deveriam ser reajustados com base no IPC, que era apurado mensalmente.
Ocorre que em alguns meses o reajuste não seguiu os percentuais divulgados através do
referido indexador, em grande parte por causa de uma intervenção do governo na tentativa de
esconder a real inflação do período, onde era determinado que a correção dos valores deveria
se dar com base em outros índices, que não o IPC.
Toda essa confusão refletiu em diversas demandas processuais que até hoje são iniciadas com
pedidos de recebimento dos valores que não foram creditados corretamente nas cadernetas de
poupança à época, ou de reembolso das quantias que foram pagas a maior referente as dívidas
que foram corrigidas em percentual indevido.
Nesses termos, podemos concluir que um cenário econômico saudável é consequência de uma
boa administração pública, onde haja equilíbrio financeiro e político. Isso faz com que o
mercado opere continuamente e se ajuste as possíveis adversidades a que estamos sujeitos.