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MEDIAÇÃO DE CONFLITOS

na
EDUCAÇÃO FÍSICA
ESCOLAR
SISTEMATIZAÇÃO DAS
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS DA
EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR
REALIZAÇÃO
Universidade de Brasília
Faculdade de Educação Física
Programa de Mestrado Profissional em Educação
Física em Rede Nacional – PROEF

SUPERVISÃO GERAL
Prof. Dr. Alfredo Feres Neto

AUTORIA
Marisa Goreti Schmitt

IMAGENS
Extraídas da Internet
Freepik.com
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO
4

Caro/a educador/a

Este material didático é fruto da pesquisa intitulada “A mediação de


conflitos como práxis pedagógica na Educação Física Escolar”, que
teve como propósito identificar os limites e as possibilidades para a
inserção da prática de mediação nas aulas da disciplina. Para tanto,
foi desenvolvido um planejamento pedagógico que abordou
conteúdos específicos da Educação Física juntamente com
estratégias e técnicas de mediação de conflitos. A proposta
enfatizou o desenvolvimento dos jogos cooperativos e das
assembleias de classe, cujas discussões e reflexões foram
orientadas pela Comunicação Não Violenta (CNV)*. A pesquisa
contou com a participação de uma turma de 5º ano do Ensino
Fundamental, uma professora regente e uma professora de
Educação Física.

Acreditamos que, diante das situações conflituosas (indisciplina,


incivilidade, preconceito, discriminação, bullying, agressividade, etc)
que têm permeado as relações interpessoais no contexto escolar, é
necessário buscar formas alternativas e preventivas para trabalhar
tais questões. O professor de Educação Física, ora como parte, ora
como observador dos conflitos também deve tomar para si a
responsabilidade de buscar novas formas de intervenção e
resolução. De acordo com alguns autores (Jares, 2008; La Taille,
2009; Tognetta; 2013; Vinha, 2016), as novas propostas devem
abordar, necessariamente, a educação moral e ética que constituem
princípios fundamentais para assegurar a boa convivência.

* Técnica de diálogo proposta pelo psicólogo norte-americano Marshall B. Rosenberg


(2006).
5
Neste sentido, a BNCC (Base Nacional Comum Curricular)
enfatiza “a construção de valores relativos ao respeito às di-
ferenças e no combate aos preconceitos de qualquer nature-
za” possibilitando, assim, “a superação de estereótipos e precon-
ceitos expressos nas práticas corporais” (BRASIL, 2018, p. 221). Em
relação à Educação Física Escolar, Brotto (2013) salienta que uma
das suas principais contribuições é a possibilidade de vivenciar,
através dos jogos, valores e virtudes que determinarão a qualidade
da convivência e do ambiente educativo. Friedmann (1996) também
enfatiza a utilização dos jogos por estabelecerem possibilidades
variadas que incentivam o desenvolvimento humano em suas
diferentes dimensões, dentre as quais: cognitiva, afetiva, física-
motora, moral e linguística (FRIEDMANN, 1996).

Dentre a variedade de jogos, foram escolhidos os cooperativos, mais


precisamente da categoria dos semi-cooperativos, por serem
indicados para iniciar a aplicação dos jogos cooperativos com
crianças e adolescentes. São jogos com estruturas competitivas que
contêm elementos de cooperação, favorecendo a diminuição
gradativa da competição (ORLICK, 1989). As aulas abordaram as
dimensões conceitual, procedimental e atitudinal relativos aos jogos
cooperativos que se referem, respectivamente, ao que “se deve
saber”, “se deve saber fazer” e “como se deve ser” (DARIDO, 2012).
Por se tratar de um planejamento flexível, durante todo o processo,
foram realizadas alterações e adaptações de acordo com as novas
necessidades e curiosidades identificadas pelos alunos e pela
pesquisadora.

Os conflitos que aconteceram durante as aulas foram mediados no


momento e retomados nas assembleias de classe semanais que, tal
como afirma Araújo (2015), foram momentos muito importantes para
refletir sobre atitudes e valores, e construir habilidades e capacidades
psicossociais, tais como: desenvolvimento da empatia, da escuta
ativa e atenta, da visão de coletividade e corresponsabilidade, e da
argumentação lógica para defender seu ponto de vista. O diálogo foi
mediado com base nas orientações da CNV que, de acordo com
Rosenberg (2006), se baseia em práticas respeitosas.
6
Segundo o autor, a técnica possibilita: 1) expressar nos-
sas necessidades; 2) enxergar as necessidades dos outros;
3) verificar se as necessidades foram compreendidas; 4) ofe-
recer a empatia; e 5) traduzir as soluções ou estratégias propostas
para uma linguagem de ação positiva (ROSENBERG, 2006).

A mediação de conflitos parte do pressuposto de que conflito e


convivência são duas realidades sociais inerentes à vida em
sociedade (JARES, 2008). Assim, é necessário que os alunos
percebam que a ocorrência dos conflitos é normal, mas que
precisamos saber enfrentá-los e controlá-los corretamente
(VELÁZQUEZ CALLADO, 2004). Portanto, a proposta não é
promover “uma vida sem conflitos, problemas e aspirações, mas, sim,
uma comum-unidade real, com seres humanos dispostos a lidar com
conflitos e objetivos de um modo diferente” (BROTTO, 2013, p. 62).

A fim de contribuir com possibilidades na aplicabilidade de uma


proposta de mediação de conflitos nas aulas de Educação Física,
apresentamos o planejamento pedagógico desenvolvido para tal
pesquisa com a intenção de colaborar e estimular profissionais do
âmbito educacional na inclusão dessa temática. Esse planejamento
pedagógico não objetiva servir de cartilha ou manual para o/a
educador/a no desenvolvimento desses conteúdos, mas sim,
despertar possibilidades para sua inclusão com base em uma ação
bem sucedida. Todavia, o educador/a poderá ressignificar a proposta
conforme a realidade do seu contexto.

Convidamos você a fazer parte dessa experiência de reflexão,


diversão e aprendizagem!

Vamos jogar?
1. METODOLOGIA
7

Consistindo em uma pesquisa-ação, o estudo que deu origem a este


material buscou identificar limites e possibilidades para a inserção da
mediação de conflitos como práxis pedagógica da Educação Física
Escolar. O público-alvo foi uma amostra de 17 participantes: uma
turma de 5º ano com 15 alunos, a professora regente e a professora
de Educação Física (PECM)*, todos vinculados à uma escola pública
do Distrito Federal. É importante destacar que, embora pequena, a
turma foi escolhida por apresentar muitos conflitos entre os alunos e
entre eles e os demais profissionais da escola.

Antes de iniciar a intervenção de mediação, foram realizadas


observações nas aulas de Educação Física e análises documentais
para averiguar quais eram os principais conflitos registrados, as
práticas de resolução adotadas pela escola, a incidência de conflitos
durante as aulas de Educação Física, a postura do professor diante
dos conflitos e a existência (ou não) de mediação por parte do
professor ou dos alunos.

Das vinte horas-aula liberadas para a pesquisa, doze foram


empregadas para a realização dos jogos cooperativos e das
assembleias de classe. Os encontros aconteceram três vezes na
semana: nas duas aulas de Educação Física (para realizar os jogos
cooperativos) e em uma aula no horário da professora regente (para
realizar a assembleia de classe). É importante salientar que a
orientação a respeito da periodicidade da mediação de conflitos nas
séries iniciais do Ensino Fundamental é que ocorra semanalmente.
Outra orientação a ser mencionada é que a mediação foi (e deve ser)
feita coletivamente com todos os alunos da turma.

* Programa Educação Com Movimento (PECM).


8
Os jogos cooperativos foram realizados seguindo as orienta-
ções e os procedimentos descritos no próximo tópico. Todos
os conflitos ocorridos nas aula foram mediados por mim e foram
discutidos no final das aulas e nas assembleias.

No final de cada aula, os alunos registravam as suas “críticas” e


“felicitações” que seriam abordadas na assembleia da semana. Foi
proposto que os alunos usassem pequenos pedaços de papel para
fazer os registros em vez do cartaz. Os papeis eram colocados em
uma caixinha e classificados (críticas/felicitações) por mim antes da
assembleia. As resoluções e acordos propostos pelos alunos foram
registrados em cartazes que ficaram expostos na sala de aula para
que todos lembrassem das decisões tomadas.

1.1 PROGRAMA EDUCAÇÃO COM MOVIMENTO (PECM)


É importante fazer um pequeno registro sobre esse programa porque
a escola em que este estudo foi realizado conta com a atuação de
dois professores nos turnos matutino e vespertino. O Programa
Educação Com Movimento (PECM) se caracteriza como uma
particularidade da Educação Física no Distrito Federal, pois é ele que
viabiliza o atendimento aos alunos da Educação Infantil e do primeiro
segmento do Ensino Fundamental (1º ao 5º ano).

Esse programa foi idealizado em 2011 a partir de plenárias realizadas


para a discussão do Currículo em Movimento da Educação Básica do
Distrito Federal. Após indicação dos professores de Atividades* sobre
a necessidade de inserção do professor de Educação Física nos Anos
Iniciais do Ensino Fundamental, foi elaborada a primeira versão do
Programa Educação Com Movimento (DISTRITO FEDERAL, 2018),
que passou a ser implementado em 2012.

* Denominação utilizada no Distrito Federal para se referir aos professores de Educação


Infantil e do Ensino Fundamental (1º ao 5º ano).
9
O objetivo do PECM é implantar e implementar o programa
na Educação Infantil e nos Anos Iniciais do Ensino Fundamen-
tal da rede pública de ensino do Distrito Federal, ampliando as
experiências corporais dos estudantes, mediante a intervenção
pedagógica integrada e interdisciplinar entre o professor de Atividades
e o professor de Educação Física na perspectiva da Educação
Integral, conforme preconizado no Currículo em Movimento da
Educação Básica do Distrito Federal.

Como o PECM prevê a interdisciplinaridade na intervenção


pedagógica do professor de Educação Física, por meio do
planejamento e atuação integrada ao trabalho do professor de
Atividades, este estudo foi realizado conforme essa orientação. Os
planejamentos foram feitos e discutidos por mim, pela professora
regente e pela professora do PECM. As aulas e as assembleias foram
acompanhadas pelas duas profissionais responsáveis pela turma. A
professora regente também abordou atividades relacionadas ao
desenvolvimento de valores éticos e morais, o que contribuiu
significativamente para aprofundar as reflexões e aprendizagens.
2. JOGOS COOPERATIVOS
10

2.1 ORIENTAÇÕES E PROCEDIMENTOS

Os jogos cooperativos desenvolvidos durante a pesquisa são


conhecidos pelos professores de Educação Física e estão disponíveis
em diversos sites. O que esta proposta traz de novidade são
orientações e procedimentos sugeridos por alguns autores (BROTTO,
1999; HEREDIA, 1999; FRIEDMANN, 1996; SOLER, 2011) para uma
abordagem mais crítica dos jogos cooperativos.

Segundo Brotto (1999), o ensino dos jogos requer uma abordagem


baseada na pedagogia da cooperação, chamada de “caminho de
ensinagem”, em que todos os participantes são mestres-aprendizes,
com-vivendo a descoberta de si mesmos e de sua comum-unidade
com os outros. O autor defende que a pedagogia proposta pelos jogos
cooperativos acrescenta à agenda do fortalecimento da autonomia
dos indivíduos o tema da promoção do bem comum. Para tanto, é
importante que tal pedagogia esteja apoiada na interdependência de
três dimensões:

1) ação: incentivo e valorização da inclusão de todos, respeitando as


diferentes possibilidades de participação.
2) reflexão: criação de um clima de cumplicidade entre os
praticantes, incentivando-os a refletir sobre as possibilidades de
modificar o jogo, na perspectiva de melhorar a participação, o prazer e
a aprendizagem de todos.
3) transformação: disposição para dialogar, decidir em consenso,
experimentar as mudanças propostas e integrar no jogo, as
transformações desejadas.
11
Outra orientação importante diz respeito ao enfoque na aula
pacífica, cuja abordagem tem como fundamento uma série
de procedimentos e dinâmicas que privilegiam o aprendizado
cooperativo e a prática de princípios que contribuem para desenvolver
uma cultura de mediação de conflitos (HEREDIA, 1999).
Resumidamente, alguns desses pontos são:

1) Cooperação: os estudantes aprendem a trabalhar juntos, a confiar,


a ajudar e a compartilhar com os demais;
2) Comunicação: os estudantes aprendem a observar
cuidadosamente, a comunicar-se com precisão e a escutar com
sensibilidade;
3) Respeitar a diversidade: aprendem a respeitar e a apreciar as
diferenças entre as pessoas e a entender o preconceito e como ele
funciona;
4) Exposição positiva das emoções: aprendem a expressar suas
emoções e seus sentimentos, especialmente os de ira e de frustração,
exprimindo-os de formas não violentas, não agressivas e não
destrutivas, exercitando o autocontrole;
5) Mediação de conflitos: aprendem as habilidades de responder
criativamente e criticamente aos conflitos que ocorrem em seu
contexto social mais amplo.

A terceira orientação se refere às habilidades e atitudes que o


professor deve demonstrar durante as aulas. De acordo com
Friedmann (1996), as principais são:

1) propor regras, em vez de impô-las. Os alunos, ao elaborarem e


decidirem sobre as regras, exercitarão uma atividade política e moral;
2) possibilitar a troca de ideias para chegar a um acordo sobre as
regras, praticando a descentralização e a coordenação de pontos de
vista;
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3) dar responsabilidade para fazer cumprir as regras e inven-
tar sanções e soluções;
4) permitir julgar qual regra deverá ser aplicada;
5) fomentar o desenvolvimento da autonomia;
6) possibilitar ações físicas que motivem as crianças a serem
mentalmente ativas.

A quarta e última orientação foi sugerida por Soler (2011) e diz


respeito às etapas que devem ser seguidas para organizar a rotina da
aula propostas. Segundo o autor, essas etapas são:

a) apresentação das instruções para o jogo: explicação dos


objetivos do jogo;
b) jogando o jogo: cuidado com o ambiente e com o tempo
necessário para realizar o jogo;
c) processando o jogo: discussão no final do jogo para avaliar a
atividade e fazer ajustes.

2.2 ATIVIDADES PROPOSTAS

1 JOKEMPÔ*

Objetivos individuais: desenvolver atenção, rapidez, coordenação


motora e habilidades motoras de locomoção (andar, correr); aprender
a respeitar o ritmo individual; ajustar-se ao ritmo grupal; estimular a
cooperação; reforçar o espírito de equipe.

*Fonte: Brotto (2013)


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Objetivo coletivo: marcar pontos, chegando à “marca do
pênalti” do outro lado da quadra.

Espaço: quadra esportiva

Material: giz branco para desenhar as linhas

Desenvolvimento:

1) Dividir os (as) jogadores (as) em dois grupos.


2) Posicionar cada grupo na ponta direita de cada linha de fundo da
quadra (no vértice da área do gol, por exemplo), ficando, assim, um
grupo na diagonal do outro (ver Fig. 01).
3) Ao sinal, os primeiros alunos de cada coluna começam a corrida.
4) Ao se encontrarem, param um em frente ao outro e jogam o
jokempô (pedra, papel e tesoura – Fig. 02).
5) Quem vencer continua a corrida e quem perder vai para o final da
fila do outro grupo (troca de grupo).
6) No mesmo momento em que o (a) jogador (a) que venceu a corrida
começar a correr, o (a) segundo (a) jogador (a) do outro grupo sai em
sua direção.
7) Ao se encontrarem, jogam jokempô; quem perde sempre se coloca
no final da fila do outro grupo, e quem vence continua o percurso até
conseguir chegar à marca do pênalti, o que significa que ele (a)
venceu todas as disputas de jokempô.

Fig. 01
Fig. 02
14
8) O ponto por ele (a) conquistado é marcado para o grupo
em que ele (a) iniciou o jogo, e ele (a) se coloca no final da
fila do outro grupo.

Re-Creação

1) Propor saídas em duplas, trios, quartetos ou em grupos maiores


pode tornar o jogo mais desafiante e muito divertido.
2) Correr em trios de mãos dadas, decidindo-se o jokempô na melhor
de três disputas simultâneas.
3) Acrescentar ao jogo fundamentos de alguma modalidade
trabalhada, por exemplo, correr quicando a bola (basquete).
4) Utilizar outros jogos semelhantes, como par ou ímpar, ao invés do
jokempô.
5) Desenhar mais linhas, aumentando a participação simultânea dos
(as) jogadores (as).

Instrumentos de avaliação

Observação, roda de conversa (autoavaliação e avaliação da aula).

2 QUEIMADA
COOPERATIVA

Objetivos individuais: desenvolver atenção, rapidez, coordenação


motora e habilidades motoras de locomoção (andar e correr) e de
manipulação (arremesso e recepção); melhorar a autoestima,
bananas
15
aprender a respeitar as habilidades individuais, cooperar com
os colegas; estimular a cooperação; reforçar o espírito de
equipe.

Objetivos coletivos: queimar e evitar ser queimado.

Espaço: quadra esportiva

Material: bola e rede de vôlei

Desenvolvimento:

1) Dividir os (as) jogadores (as) em dois grupos.


2) Colocar uma rede de vôlei separando os dois grupos para proteger
aqueles que têm medo de serem atingidos pela bola.
3) Propor que os alunos se organizem para que todos os participantes
possam arremessar a bola ao campo adversário.
4) Se algum aluno for atingido e a bola cair no chão, deve sair da
quadra e ficar na lateral.
5) O time do aluno que for queimado deve agarrar a bola para que ele
possa voltar ao jogo.
6) Os alunos queimados devem se organizar para voltar ao jogo de
acordo com a ordem que saíram.
7) No final do jogo, os vencedores podem ser determinados: a) pela
quantidade de alunos que estão fora da quadra (perde quem tem mais
jogadores fora); e b) pela quantidade de queimados durante o jogo.

Re-creação

1) Quem queimar pode ir para a outra equipe.


2) Jogar a queimada alternando-se os alvos (meninos e meninas, por
exemplo).
3) Jogar com duas bolas ao mesmo tempo.
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4) Propor que os alunos joguem utilizando somente a mão
não dominante para queimar.

Instrumentos de avaliação:

Observação, roda de conversa (autoavaliação e avaliação da


aula).

3 TIME
ZONEADO*

Objetivos individuais: estimular a cooperação; reforçar o espírito de


equipe; desenvolver atenção, rapidez, coordenação motora e
habilidades motoras de locomoção (andar, correr e saltar) e de
manipulação (arremesso e recepção); melhorar a autoestima,
aprender a respeitar as habilidades individuais.

Objetivos coletivos: marcar gols e defender.

Espaço: quadra esportiva dividida em 8 zonas, sendo 4 zonas “A” e 4


zonas “B” intercaladas (Fig. 03).

Material: bola de handebol e giz branco para desenhar as linhas.

Desenvolvimento:

1) Posicionar os alunos nas 8 zonas, ficando 3 ou 4 em cada uma


delas.
2) Os participantes só podem jogar dentro da zona que ocupam no
momento.

*Fonte: Brotto (2013)


17
3) O time “A” deve tentar fazer gol no time “B” e vice-versa.
4) A bola deve ser passada para a zona seguinte mais
próxima, correspondente ao respectivo time.
Fig. 03

5) Feito o gol, promove-se um rodízio, em que todos trocam de zona,


passando a ocupar a próxima zona. Exemplo: a dupla que estava no
gol da zona B vai para o gol da zona A, empurrando a dupla que
estava no gol da zona A para próxima zona B; esta, por sua vez,
empurra a dupla que ocupava essa zona B para a próxima zona A, e
assim sucessivamente, até completar a troca lá na zona do gol B.
6) Feito isso, o jogo recomeça.
7) Ao final do jogo, todos os participantes terão passado tanto pela
zona A como pela zona B!

Re-creação

1) Utilizar duas bolas simultaneamente.


2) Retirar, gradativamente, as “zonas”, até chegar ao jogo sem
“zonas”.

Instrumentos de avaliação:

Observação, roda de conversa (autoavaliação e avaliação da aula).


4 BASQUETE
COOPERATIVO
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Objetivos individuais: estimular a cooperação; reforçar o espírito de


equipe; desenvolver atenção, rapidez, coordenação motora e
habilidades motoras de locomoção (andar, correr e saltar) e de
manipulação (arremesso e recepção).

Objetivos coletivos: marcar pontos e defender.

Espaço: quadra esportiva

Material: bola de vôlei (porque é mais leve do que a de basquete)

Desenvolvimento:

1) Os participantes são divididos em duas equipes.


2) O jogo é realizado sem quicar ou andar com a bola, ou seja,
apenas o passe é utilizado.
3) Para marcar pontos, a bola tem que passar por todos os alunos da
equipe.
4) Os participantes não podem roubar a bola, apenas interceptá-la.
5) A bola pode ser arremessada apenas de fora da linha da área do
gol (do futsal ou handebol).
6) Se a bola tocar na tabela, a equipe marca 1 ponto; se bater no aro,
marca 2 pontos; se a bola entrar na cesta, marca 3 pontos.

Re-creação

1) Utilizar duas bolas simultaneamente.


2) Alternar os finalizadores (meninos/meninas).
3) Trocar os pontuadores de time.
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Instrumentos de avaliação

Observação, roda de conversa (autoavaliação e avaliação da aula).

5 PIQUE-VÔLEI

Objetivos individuais: estimular a cooperação; reforçar o espírito de


equipe; desenvolver atenção, rapidez, coordenação motora e
habilidades motoras de locomoção (andar e correr) e de manipulação
(arremesso e recepção), melhorar a autoestima, aprender a respeitar
as habilidades individuais.

Objetivos coletivos: marcar pontos e não ser capturado.

Espaço: quadra esportiva

Material: bola e rede de vôlei

Desenvolvimento:

1) Dividir os participantes em duas equipes.


2) Posicionar os alunos na quadra.
3) Esse jogo é uma adaptação do jogo de vôlei, tendo algumas regras
diferentes, como a possibilidade de segurar a bola com as duas mãos
e de sacar de qualquer lugar da quadra dependendo da força do
aluno.
4) Então, para começar o jogo, um aluno de um time saca; o outro
time pega, passa a bola pra mais 2 colegas e então o 3º a encostar na
bola arremessa para o campo adversário.
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5) Quando a bola cair na quadra, todos os alunos devem
fugir para o fundo da quadra.
6) Se algum aluno for pego, deve passar para o outro time.
7) Vence a equipe que acabar o jogo com o maior número de
integrantes.

Re-creação

1) Utilizar duas bolas simultaneamente.


2) Alternar os finalizadores (meninos/meninas)

Instrumentos de avaliação

Observação e roda de conversa (autoavaliação e avaliação da aula).

6 BARRA-
MANTEIGA

Objetivos individuais: estimular a cooperação; reforçar o espírito de


equipe; desenvolver atenção, velocidade, coordenação motora e
habilidades motoras de locomoção (andar e correr); melhorar a
autoestima, respeitar as habilidades individuais.

Objetivo coletivo: capturar colegas da equipe adversária sem se


deixar capturar.

Espaço: quadra esportiva

Material: giz branco para desenhar as linhas.


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Desenvolvimento:

1) Traçar duas linhas paralelas no chão deixando uma distância de


cerca de 8 metros entre elas.
2) Dividir a turma em duas equipes.
3) Posicionar as equipes atrás das linhas traçadas no chão, uma
equipe de um lado e a outra do outro lado.
4) Todos devem ficar com a palma da mão virada para cima e o
cotovelo dobrado na altura da cintura.
5) Um representante de uma das equipes vai até o time adversário,
escolhe um dos colegas e bate na mão estendida dizendo: “Barra
manteiga, na fuça da pega”.
6) O aluno escolhido deve correr atrás do seu colega enquanto ele
tenta voltar para a sua equipe.
7) Se o aluno for pego antes de voltar ao seu time, passa a
integrar a equipe adversária.
8) Vence a equipe que terminar com maior número de jogadores.

Re-creação

1) Propor para que os alunos corram em dupla.


2) Acrescentar ao jogo fundamentos de alguma modalidade trabalhada
como, por exemplo, correr quicando a bola (basquete).

Instrumentos de avaliação:

Observação, roda de conversa (autoavaliação e avaliação da aula).


7 SALTO EM
EQUIPE
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Objetivos individuais: estimular a cooperação; reforçar o espírito de


equipe; desenvolver habilidades motoras de locomoção (saltar);
melhorar a autoestima, aprender a respeitar as habilidades
individuais.

Objetivo coletivo: saltar a maior distância possível.

Espaço: quadra esportiva

Material: giz branco para marcar as distâncias

Desenvolvimento:

1) Dividir a turma em quatro equipes.


2) Todos os participantes de cada grupo devem saltar com os dois
pés.
3) A marca da sua chegada do salto será a marca de saída do colega.
4) O resultado final de cada equipe será obtido pela soma das
medidas de todos os saltos.

Instrumentos de avaliação

Observação, roda de conversa (autoavaliação e avaliação da aula).


8 PASSEIO DO
BAMBOLÊ
23

Objetivos individuais: estimular a cooperação; reforçar o espírito de


equipe; desenvolver atenção, agilidade com os membros superiores,
coordenação motora; melhorar a autoestima, aprender a respeitar as
habilidades individuais.

Objetivos coletivos: passar pelo bambolê e ajudar os colegas a


passarem.

Espaço: quadra esportiva, pátio ou gramado.

Material: 2 bambolês

Desenvolvimento:

1) Dividir a turma em duas equipes.


2) Cada equipe deve formar um círculo e os alunos devem estar de
mãos dadas.
3) Colocar um bambolê entre dois alunos para começar o jogo.
4) A equipe deve passar o bambolê por todos os participantes dando
3 voltas completas no círculo.
5) Não é permitido soltar as mãos nem utilizá-las para ajudar a passar
o bambolê.
6) Se houver o descumprimento da regra anterior, o bambolê deve
voltar para o início, zerando a contagem das voltas.
7) Ganha a equipe que completar o desafio primeiro.
24
Re-creação

Fazer apenas um círculo e acrescentar mais bambolês. O desafio


será completar as 3 voltas sem que os bambolês se encontrem.

Instrumentos de avaliação

Observação e roda de conversa (autoavaliação e avaliação da aula).

DICA:
Existem várias maneiras de fazer a
divisão das equipes, uma delas é
utilizando a lista de chamada. Os
grupos podem ser classificados de
acordo com:

1) números pares/ímpares;
2) primeira metade/segunda metade;
3) aniversariantes do 1º semestre/2º
semestre.
3. ASSEMBLEIAS DE CLASSE
25

As assembleias de classe são reuniões feitas pelos alunos e por um


professor escolhido pela turma. Elas tratam de temáticas que
envolvem o espaço específico de cada sala de aula. Segundo a
proposta metodológica desenvolvida por Araújo (2015), as reuniões
têm alguns procedimentos que devem ser seguidos para a sua
implementação e desenvolvimento, tais como: a mobilização do
grupo; a sistematização da periodicidade; a escolha dos temas; a
preparação das assembleias e a composição da pauta; o registro das
decisões tomadas; e, por fim, a coordenação e a representação nas
assembleias.

A mobilização do grupo é a primeira etapa e deve abordar a


importância e os significados de estabelecer um espaço de diálogo e
de participação coletiva. É uma fase que precisa de apropriação de
conhecimentos a respeito dos prós e contras da prática, bem como do
seu desenvolvimento.

Quanto à periodicidade, é fundamental garantir uma regularidade para


que as questões não se acumulem e para que a assembleia se
mantenha como referência para a resolução de situações
conflituosas. Em relação aos temas a serem abordados nas
assembleias, as questões referentes ao convívio escolar e às
relações interpessoais são as mais comuns.

Quanto à preparação das assembleias e à composição da pauta,


algumas orientações são necessárias para que as reuniões cumpram
com seus objetivos. A pauta deve ser construída coletivamente por
professores, alunos e demais interessados no espaço de tempo entre
uma assembleia e outra. Os temas que compõem as pautas são
divididos em dois grandes blocos: críticas e felicitações.
26
A razão desse procedimento é que as reuniões devem ser
momentos de reflexão e resolução de conflitos cotidianos e,
também, de momentos positivos de reconhecimento de esforços em
prol do bem comum. Para a composição da pauta, pode ser proposto
que os alunos registrem as suas críticas e felicitações em uma
cartolina que deve ficar acessível aos interessados.

A orientação é a de que os participantes não citem os nomes dos


colegas nas críticas para evitar exposição desnecessária, discussão
improdutiva e acusações mútuas, pois, como já foi dito, a assembleia
deve ser um momento de reflexão e busca por soluções na
coletividade. Já nas felicitações, os participantes devem citar os
nomes dos colegas que estão sendo lembrados para que as atitudes
positivas sejam reconhecidas e reforçadas. Antes da assembleia,
professores e alunos devem organizar a pauta elegendo os temas
prioritários e agrupando as questões similares sem excluir nenhuma.
As críticas devem ser lidas e discutidas no início das assembleias e,
em seguida, as felicitações.

De acordo com Araújo (2015), a organização da pauta descrita pode


ter o seguinte formato:

EU CRITICO... EU FELICITO...

É necessário, ainda, abordar as etapas que caracterizam o


funcionamento das assembleias escolares. O primeiro ponto a
considerar é a disposição física dos lugares na sala, que deve ser em
forma de círculo ou semicírculo, permitindo que todos conversem
frente a frente.
27
O segundo ponto se refere aos três momentos distintos que
compõem a pauta de críticas de uma assembleia:

1) diálogo sobre o tema;


2) construção das regras de convivência; e
3) resolução de conflitos e sugestões para cumprir a
regra.

Esses momentos devem ser organizados pelo coordenador e


precisam da colaboração de todos os participantes para que
aconteçam da forma mais pacífica possível. Na sequência, vêm as
felicitações que mostram os avanços obtidos pelo grupo e, por fim, o
encerramento que é feito após a leitura dos encaminhamentos
decididos pelo grupo (ARAÚJO, 2015).

3.1 COMUNICAÇÃO NÃO VIOLENTA (CNV)


É importante ressaltar que, durante as aulas e assembleias, o diálogo
foi orientado de acordo com a CNV. A Comunicação Não Violenta é
uma técnica de comunicação desenvolvida pelo psicólogo americano
Marshall B. Rosenberg (2006) e que tem se mostrado muito eficiente
nas mediações de conflitos.

Para o autor, a CNV “é um poderoso modelo de comunicação cujo


propósito é inspirar conexões sinceras entre as pessoas de maneira
que as necessidades de todos sejam atendidas por meio da doação
compassiva” (ROSENBERG, 2019, p. 07).

O processo da CNV é composto por 4 componentes: 1) observação,


2) sentimento, 3) necessidades e 4) pedido, os quais devem ser
percebidos e expressos verbalmente pelos envolvidos no conflito.
estamos
CONSIDERAÇÕES FINAIS
28

A mediação de conflitos é uma proposta que vem promovendo


melhorias nas instituições escolares por possibilitar a percepção do
conflito e usá-lo como oportunidade de aprendizagem. Nesse
contexto, a atuação e a colaboração dos professores é imprescindível,
uma vez que também são sujeitos das manifestações conflituosas, ora
como observadores ora como partes envolvidas. Pelo fato dos
conflitos afetarem a convivência e a aprendizagem, os professores
também devem tomar para si a responsabilidade de buscar
alternativas para tentar prevenir e/ou resolver as situações
conflituosas.

Isto posto, o estudo que originou este material foi realizado visando
identificar limites e possibilidades para a inserção da mediação de
conflitos como práxis pedagógica na Educação Física Escolar. Para
tanto, foram analisadas as orientações e as práticas utilizadas na
resolução dos conflitos escolares, bem como o posicionamento dos
professores da turma a esse respeito. Através da análise documental,
foi possível observar que o maior índice de ocorrências se referia a
agressões físicas e/ou verbais com grande reincidência dos
agressores. Também foi possível observar que os profissionais da
escola resolvem os conflitos com sanções e punições previstas no
Regimento Escolar da Rede Pública de Ensino do Distrito Federal.

As observações feitas durante as aulas de Educação Física e os


dados encontrados no Livro de Ocorrências apontaram para a
necessidade de uma prática voltada para a prevenção e utilização
positiva dos conflitos. Para tanto, é necessário “criar uma boa
convivência em geral e capacidade para abordar os conflitos, em
particular, o que requer uma atitude constante de apoio para preparar
e exercitar habilidades e técnicas de resolução” (JARES, 2008, p.
129).
29
Durante a pesquisa, foi desenvolvida uma proposta de
mediação de conflitos nas aulas de Educação Física bus-
cando resolver questões entre alunos e entre alunos e professores.
Foram aplicadas duas estratégias de mediação: jogos cooperativos e
assembleia de classe.

O desenvolvimento dos jogos cooperativos foi fundamental para a


proposta deste estudo e atingiu os objetivos de modificar o
comportamento dos alunos no jogo e desenvolver as competências
humanas necessárias para transformar atitudes no dia a dia
(VELÁZQUEZ CALLADO, 2004; SOLER, 2011; BROTTO, 2013).

Quanto às assembleias de classe, se mostraram momentos


importantes de reflexão individual e coletiva que aconteceram de
forma organizada e sistematizada. Foram oportunidades de pensar
sobre si e sobre os outros contribuindo, assim, para a educação
afetiva, para o aumento da autoestima e da autoconfiança e para a
superação dos conflitos intrapessoais. Pensar sobre o outro de forma
construtiva é imprescindível para um processo de co-educação e para
a melhoria das relações interpessoais que, segundo Velázquez
Callado (2004, p. 33), “é a base da educação social”.

Diante do exposto até agora, pode-se afirmar que a Educação Física


tem, além do dever, possibilidades de desenvolver uma prática
pautada na mediação e resolução de conflitos interpessoais. O
desenvolvimento de valores, o reconhecimento do outro e a conduta
orientada por normas coletivas foram algumas das habilidades e
competências adquiridas pelos alunos e que não podem ser
desprezadas. Elas representam os resultados da verdadeira
educação, da educação humanizadora que, nas palavras de
Velázquez Callado (2004, p. 32), “é um processo de sociabilização
que dura toda a vida e que contribui para interiorizar nas pessoas uma
série de valores”.
30
Durante este estudo, também foram observados alguns
limites que podem influenciar, mas não impedir, o desenvolvi-
mento das aulas voltadas para a temática em questão. Os aspectos
limitantes mais significativos dizem respeito à formação dos
professores e à quantidade de aulas de Educação Física. Quanto à
formação, Tognetta (2011) é categórica ao afirmar que os profissionais
da educação precisam de formação adequada para perceber as
situações conflituosas como oportunidades de aprender a conviver.
Partindo do princípio de que o conflito faz parte das relações
interpessoais (JARES, 2008; LEME, 2011; ROSENBERG, 2019), a
escola precisa encontrar formas diferentes de resolvê-los.

A prática de mediação no contexto escolar deve ter como objetivo


refletir sobre sentimentos, direitos e deveres de todos para construir
um ambiente coletivo, pacífico e favorável à aprendizagem (LEME,
2011). Nesse contexto, a incumbência dos professores é possibilitar
que os alunos se eduquem no convívio com o outro, proporcionando a
eles o desenvolvimento da capacidade de reflexão e o exercício da
crítica (KAWASHIMA e MARTINS, 2011). Dessa forma, ao construir
estratégias mais justas, respeitosas e cooperativas para resolverem
seus conflitos as crianças poderão passar da relação heterônoma
para a autônoma, baseada nos direitos, deveres e bem-estar entre as
pessoas (KAWASHIMA e MARTINS, 2011; TOGNETTA e VINHA,
2011, p. 13).

Como os cursos de licenciatura não abordam a temática da mediação


de conflitos, os professores precisam buscar capacitação através de
curso complementar. Alguns Estados já contam com instituições que
oferecem cursos com duração variada a respeito do tema. No Distrito
Federal, por exemplo, a Associação Brasiliense de Psicodrama e
Sociodrama, por exemplo, oferece a Especialização em Mediação de
Conflitos e Intervenções Grupais. A Escola de Aperfeiçoamento dos
Profissionais da Educação (EAPE) e o Ministério Público do Distrito
Federal e Territórios (MPDFT) oferecem cursos gratuitos anualmente.
31
Por fim, a quantidade de aulas semanais também pode
representar um limite para o desenvolvimento da proposta
de mediação. Para o presente estudo, foram necessárias três aulas
semanais para a realização da proposta interventiva, o que foi
possibilitado pelo Programa Educação Com Movimento. Como
exposto na metodologia, o PECM prevê a integração pedagógica do
professor de Educação Física e do professor de Atividades, tendo
como objetivo o fortalecimento e o enriquecimento do trabalho
educativo. No entanto, nada impede que os professores façam um
trabalho conjunto nas escolas onde o PECM não foi implantado.

Mas é importante salientar que, para o desenvolvimento de um


trabalho contínuo e duradouro de mediação de conflitos, esses
profissionais precisam mais do que uma orientação legal. Precisam
ter posicionamentos semelhantes em relação à concepção de
conflitos, ou seja, precisam perceber o potencial educativo nas
situações conflituosas. Além disso, precisam estar de acordo sobre as
formas mais assertivas de resolução de conflitos para não divergirem
durante a intervenção com os alunos. Diante disso, é preciso
reafirmar a importância da capacitação e/ou formação em mediação
escolar.

Se o professor não tiver acesso a cursos, poderá buscar materiais e


informações sobre a temática em sites e no YouTube. No anexo deste
material, os interessados encontrarão links de acesso a materiais e
vídeos que poderão ser úteis para discussão, reflexão e capacitação
inicial.
REFERÊNCIAS
32

ARAÚJO, Ulisses F. Autogestão na sala de aula: as assembleias


escolares. São Paulo: Summus, 2015.

BRASIL. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: MEC, 2018.


Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNC
C_20dez_site.pdf. Acesso em: 10 de maio de 2020.

BROTTO, Fabio Otuzi. Jogos Cooperativos: se o importante é


competir o fundamental é cooperar. São Paulo: Cepeusp, 1999.

BROTTO, Fábio Otuzi. Jogos cooperativos: o jogo e o esporte como


um exercício de convivência. 4ª ed. São Paulo: Palas Athena, 2013.

BROTTO, Fábio Otuzi; ARIMATÉA, Denise Jayme de. Pedagogia da


cooperação. – Brasília: Fundação Vale, UNESCO, 2013. 66 p. –
(Cadernos de referência de esporte; 12).

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suas dimensões e significados. In: Universidade Estadual Paulista.
Prograd. Caderno de formação: formação de professores didática
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270, de 13 de setembro de 2018). Brasília, 2018. Disponível em:
<http://www.se.df.gov.br/wp-conteudo/uploads/2018/02/Ed%C3%A7%
C 3%A3o-comMovimento_31dez18.pdf>. Acesso em: 06 de maio de
2020.

FRIEDMANN, Adriana. Brincar: crescer e aprender o resgate do jogo


infantil. São Paulo: Moderna, 1996.
33
HEREDIA, Ramón A. S. de. Enfoque global de la escuela
como marco de aplicacion de los programas de resolución
de conflictos. In: BRADONI, Florencia (compiladora). Mediación
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JARES, Xesus. Pedagogia da convivência. Tradução de Elisabete de


Moraes Santana. São Paulo: Palas Athena, 2008.

JOGOS COOPERATIVOS. Site. Comunidade virtual dedicada a


compartilhar conhecimentos e experiências sobre jogos cooperativos.
Disponível em: <http://jogoscooperativosefe.ning.com>.

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ORLICK, Terry. Vencendo a competição. São Paulo: Círculo do Livro,


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ROSENBERG, Marshall B. Comunicação não violenta: técnicas para


aprimorar relacionamentos pessoais e profissionais. Tradução de
Mário Vilela. 3. ed. São Paulo: Editora Ágora, 2006.
34
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violenta: como estabelecer conexões sinceras e resolver
conflitos de forma pacífica e eficaz. Tradução de Beatriz Medina. Rio
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SOLER, Reinaldo. Brincando e aprendendo com os jogos


cooperativos. Rio de Janeiro: 3ª edição: Sprint, 2011.

TOGNETTA, Luciene R. P. Bullying na escola: o olhar da psicologia


para um problema moral. In: GARCIA, Joe; TOGNETTA, Luciene R. P.;
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TOGNETTA, Luciene R. P; VINHA, Telma P. (Organizadoras).


Conflitos na instituição educativa: perigo ou oportunidade?:
contribuições da psicologia. Campinas, SP: Mercado das Letras, 2011.

VELÁZQUEZ CALLADO, Carlos. Educação para a paz: promovendo


valores humanos na escola através da Educação Física e dos jogos
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VINHA, Telma Pileggi et al. O clima escolar e a convivência respeitosa


nas instituições educativas. Estudos em Avaliação Educacional, São
Paulo, v. 27, n. 64, p. 96-127, jan./abr. 2016.
ANEXOS
35

MATERIAIS EM PDF

Disponível em:
http://portal.mec.gov.br/docman/dezembro-2009-pdf/2173-1
-etica-juvenil-pdf/file

Disponível em:
http://portal.mec.gov.br/docman/dezembro-2009-pdf/2176-2
-convivencia-democratica-juvenil-pdf/file

Disponível em:
http://portal.mec.gov.br/docman/dezembro-2009-pdf/2179-3
-direitos-humanos-juvenil-pdf/file

Disponível em:
http://portal.mec.gov.br/docman/dezembro-2009-pdf/2183-4
-inclusao-social-juvenil-pdf/file

Disponível em:
http://repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/274877/1/
Brotto_FabioOtuzi_M.pdf
36

Disponível em:
https://respeitarepreciso.org.br/cadernos-respeitar/sujeit
os-de-direito/

Disponível em:
https://respeitarepreciso.org.br/cadernos-respeitar/demo
cracia-na-escola/

Disponível em:
https://respeitarepreciso.org.br/cadernos-respeitar/diver
sidade-e-discriminacao/

Disponível em:
https://respeitarepreciso.org.br/cadernos-respeitar/respe
ito-e-humilhacao/

Disponível em:
https://respeitarepreciso.org.br/cadernos-respeitar/respe
ito-na-escola/

Disponível em:
https://respeitarepreciso.org.br/cadernos-respeitar/medi
acao-de-conflitos/
37

Disponível em:
https://respeitarepreciso.org.br/cadernos-respeitar/edh-pa
ra-todas-as-idades/

Disponível em:
https://www.cnmp.mp.br/portal/publicacoes/245-cartilhas-
e-manuais/6004-dialogos-e-mediacao-de-conflitos-nas-es
colas

Disponível em:
http://www.crianca.mppr.mp.br/arquivos/File/publi/educac
ao/escola_de_mediadores_2002.pdf

Disponível em:
https://unesdoc.unesco.org/ark:/48223/pf0000225005

Disponível em:
https://www.imprensaoficial.com.br/downloads/pdf/projeto
ssociais/conflitos_na_escola.pdf
38
VÍDEOS

1) Assembleias escolares e construção de valores - UNIVESP


https://youtu.be/Z1TTLw1uI4Y

2) Escola Comunitária de Campinas - Assembleias Escolares - parte 1


https://youtu.be/6fw7sXq0Vs

3) Escola Comunitária de Campinas - Assembleias Escolares - parte 2


https://youtu.be/CdWaTYhxbbE

4) Escola Comunitária de Campinas - Assembleias Escolares - parte 3


https://youtu.be/a5RZMcY_SrQ

5) Práticas de sucesso na resolução de conflitos - Telma Vinha


https://youtu.be/9gk_Cb7NLMQ

6) Como a escola pode prevenir conflitos - Yves de La Taille e Telma


Vinha https://youtu.be/_dmFKoV5x6k

7) Educação moral: os professores sabem trabalhar? - Yves de La


Taille e Telma Vinha https://youtu.be/rGcLCrysGTg

8) Família, escola e valores morais - Yves de La Taille e Telma Vinha


https://youtu.be/LAZN8h0OxJs

9) Educação moral e tédio - Yves de La Taille


https://youtu.be/0Vb4uLXPS34

10) Indisciplina na Escola https://youtu.be/iC6d5NRiYCo

11) Como combater a indisciplina e as incivilidades? Yves de La Taille


e Telma Vinha https://youtu.be/n5J9qgLnTY8
39
12) Luciene Tognetta (UNESP) || O bullying e a saúde mental
dos jovens https://youtu.be/QbJ_mpvGRvU

13) Bullying videoaula 1 - Luciene Tognetta


https://youtu.be/3NKL9u11ARk

14) Bullying videoaula 2 - Luciene Tognetta


https://youtu.be/-fjwoCsPXD4

15) O que é Comunicação Não Violenta (CNV)?


https://www.youtube.com/watch?v=6pbpOV7_8RY

16) Comunicação Não Violenta: o Que é, Benefícios e Como Praticar


https://youtu.be/uofE9CnWDYU

17) Curso em Comunicação Não Violenta - Seção 1


https://youtu.be/HOmNP55JcC4

18) Neurociência e Comunicação Não Violenta


https://youtu.be/CmE1vUS-Tk4

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