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CRIMINOLOGIA AMBIENTAL

Lúcio Valente (@vouserdelegado)

CONCEITO: instrumento de estudo do crime, criminalidade e vitimização que foca na análise


dos padrões de ambiente social.

ELEMENTOS DO CRIME:

Para a Teoria Ambiental, o crime possui 4 elementos

 Direito (Lei): primeiro, deve haver uma lei a ser quebrada. Se a atividade não é ilegal,
então, obviamente, ela não pode ser criminosa.
 Ofensor: em segundo lugar, alguém deve ter quebrado a lei. Se não houver ofensor,
não há crime.
 Vítima ou alvo: em terceiro lugar, para que um ato seja criminoso, deve haver uma
vítima. Nos crimes de "sem vítimas" (crimes vagos), o estado ou comunidade como um
todo é dito ser a vítima por causa dos problemas que se acredita serem o resultado do
comportamento.
 Lugar: quarto, a atividade ou comportamento deve ter ocorrido em um lugar. Não
pode haver crime no vácuo.

INSTRUMENTOS DE COMBATE AO CRIME:

- (mapa de criminalidade) mancha criminal

- teoria das janelas quebradas

TEORIAS DA CRIMINOLOGIA AMBIENTAL:

 Prevenção do Crime Através do Desenho Ambiental (CPTED)


 Teoria das Atividades Rotineiras
 Teoria da Escolha Racional
 Teoria do Padrão Criminal
 Teoria da Oportunidade

CPTED

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C. Ray Jeffery desenvolveu a noção de Crime Prevention Through Environmental Design
(CPTED) em 1971. O CPTED constitui uma abordagem multidisciplinar para prevenir o crime
através da engenharia e design de ambientes. O CPTED baseia-se no entendimento de que o
comportamento dos infratores potenciais pode ser influenciado pela alteração do espaço
físico, que é caracteristicamente aplicada ao ambiente urbano. O CPTED geralmente se
concentra em dissuadir os infratores de cometer delitos em espaços específicos

As estratégias do CPTED residem na sua capacidade de influenciar as decisões que precedem o


ato criminoso. Pesquisas de comportamento criminal revelam que a decisão de realizar ou não
o delito estão mais relacionadas às possibilidades de ser pego do que dificuldade de invadir os
locais. Baseado em tais princípios, as estratégias do CPTED procuram enfatizar o risco de ser
percebido e apreendido.

As estratégias mais comuns são a vigilância natural (ex.: posição das janelas), controle natural
de acesso (ex.: recepções com porteiro) e reforço natural da área (ex.: cuidado geral com a
manutenção, uso comum apenas para moradores etc.). A vigilância natural e o controle de
acesso limitam oportunidades para a consumação do ato criminoso. O reforço de área
promove um controle social por meio de diferentes medidas.

Modelo de espaço defensivo de Newman: foca em uma estrutura defensiva para as regiões
residenciais. Assim, condomínios organizados e com vigilância dos próprios moradores,
acessos restritos ou controlados, acesso rápido aos serviços públicos de segurança, pode
reduzir a criminalidade na região.

TEORIA DAS ATIVIDADES ROTINEIRAS

O crime possui uma química, com os seguintes elementos:

INFRATOR MOTIVADO + VÍTIMA ADEQUADA + AUSÊNCIA DE GUARDIÃO

O que motiva o infrator:

 patologia individual
 lucro
 sistema social deficiente/desorganização social
 oportunidade

Vítima adequada: a seleção da vítima tem relação com as intenções do autor. Uma vítima
pode ser adequada para fins sexuais e não ser para crimes patrimoniais, conforme a analise do
criminoso.

Ausência de guardião: polícia, sistema de segurança, presença de outras pessoas, segurança


privada etc.

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Prevenção do crime: se dá com os controladores desses elementos (ex.: educação, relações
sociais saudáveis e acompanhamento psicológico pode controlar os motivos do infrator).

TEORIA DA ESCOLHA RACIONAL

Busca entender a ação criminosa através do pensamento criminoso. Ou seja, para se combater
o crime, deve-se pensar como um criminoso.

Os estudos focam na tomada de decisão do criminoso. Para eles, há uma avaliação de riscos e
recompensas em curto prazo (relação risco/lucro). Em geral, os criminosos não pensam em
consequências futuras (como prisão e condenação criminal).

As fases da ação delitiva são: SDPEA

- seleção

- determinação:

- planejamento

- espreita

- ação

Portanto, entender as escolhas dos criminosos, ajuda a polícia mapear as zonas quentes de
criminalidade (ex.: realocação de policiamento).

TEORIA DO PADRÃO CRIMINAL

Essa teoria considera que os indivíduos possuem caminhos em relação aos quais são mais
familiares. Assim, estão mais propensos a cometerem e a sofrerem crimes nesses trajetos.

Um espaço de atividade é composto de vários nódulos (ou nós) que representam onde as
pessoas vivem, trabalham, estudam etc.

Os criminosos preferem praticar crimes dentro da sua zona de conforto (awareness space).
Essas zonas são derivadas dos espaços de atividade do indivíduo. Assim, por exemplo, é mais
comum que criminosos prefiram praticar crimes em locais que tenham mais familiaridade.

O conhecimento dessa teoria é muito importante na investigação de crimes.

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