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Karl Marx

Nós viemos aqui hoje contar para vocês nossa visão de mundo.
Não vamos impô-la, apenas contá-la, pois sabemos que é inevitável.
Gostamos de chamar essa visão de “Comunismo”. E por que é
inevitável? Pois ocorre por meio da evolução dos meios de produção e
consequente tomada de classes de uma camada pela outra. Todos
sabemos que não vivemos num mundo estático. Estamos evoluindo,
isso é incontestável. Caso duvidem, olhemos na história do mundo.
Fomos da pré-história para o desenvolvimento da agricultura,
assim surgem comunidades organizadas. Vemos classes sociais e
estamentos sendo construídos. Indo um pouco mais à frente, passamos
pela Revolução Industrial, nesse momento ainda mais restrita à
Inglaterra, mas toda a organização social se transforma. Destitui-se o
antigo sistema feudal. Depois avançamos até a Segunda Revolução
Industrial, novamente a sociedade se transforma e dessa vez numa
escala global com o advento da eletricidade. As pessoas passam a ser
um pouco mais donas de si.
Hoje em dia estamos vivendo o que muitos chamam de Terceira
Revolução Industrial ou Revolução Técnico-Científico-Informacional,
que permite que o mundo inteiro saiba o que acontece em qualquer
lugar. Negar que existe um progresso nos meios que utilizamos seria
um absurdo. E negar que com esse progresso vêm reviravoltas nas
classes sociais seria ainda mais absurdo.
Portanto, quando declaramos o “Comunismo”, não estando
criando nada de novo. Pelo contrário, estamos apenas constatando
como as sociedades funcionam. Citando o próprio Marx e seu amigo
Engels:
“A história de todas as sociedades que já existiram é a história da
luta de classes.”
Dessa forma, fica mais claro de perceber que o comunismo não
é algo a ser implantado, como alguns países erroneamente fazem,
gerando miséria e a criação de uma superclasse social, a da elite que
controla como esse “comunismo” funcionará.
O comunismo a que nós (e Marx) nos referimos é algo que
independe de gostarmos ou não, e que certamente vai acontecer num
futuro que para nós talvez ainda pareça irreal ou muito distante, pois
depende que os meios de produção/comunicação evoluam a seu
máximo, para que assim as classes sociais deixem de existir e
fiquemos todos no mesmo barco, numa “Livre associação de
produtores”. É algo que vai acontecer e não precisa que alguém tente
forçadamente implantá-lo. Novamente, com uma frase de Marx:
“Numa certa etapa do seu desenvolvimento, as forças produtivas
materiais da sociedade entram em contradição com as relações de
produção existentes [...]. De formas de desenvolvimento das forças
produtivas, estas relações transformam-se em grilhões das mesmas.
Ocorre então uma época de revolução social.”
Frequentemente julga-se erroneamente que o capitalismo seria
uma oposição ao comunismo. É importante perceber que as duas
coisas não se opõem. O comunismo, de certa maneira, precisa do
capitalismo para que aconteça, pois é por meio da luta de classes (Que
existe entre os detentores dos meios de produção e seus trabalhadores
contratados, por exemplo) que ocorrem as revoluções sociais e
econômicas, dessa forma levando diretamente para que a
concretização do “comunismo” esteja cada vez mais próxima.
Outra crítica que se tem é: Matou muita gente. Tomemos
cuidado com essa afirmação. Existiram em várias democracias a
morte de muitas pessoas, absurdos de todos os jeitos possíveis, seja
segregação racial, discriminação religiosa, privilégios a um grupo e
cobrança enorme de outros... Nem por isso, o problema é do modelo
democrático. Da mesma forma, a matança que ocorreu em países que
supostamente aplicavam o comunismo, a culpa seja dele.
O Comunismo não prega que passemos fome, nem que matemos
pessoas discordantes – Até porque não depende de que concordemos
ou não. Não podemos dizer que a crença de uma sociedade igualitária
no futuro (no quesito de classes sociais) é a culpada pela morte de
milhões de pessoas, assim como não podemos falar que a democracia
é culpada pelo racismo. As pessoas são culpadas por suas próprias
ações, e isso em qualquer contexto.

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