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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS

CAMPUS ANÁPOLIS DE CIENCIAS SOCIOECONÔMICAS E HUMANAS


CIÊNCIAS ECONÔMICAS
INTRODUÇÃO ÀS CIENCIAS SOCIAIS
PROFESSOR: AUGUSTO CÉSAR DE ALMEIDA

RESENHA

ECONOMIA E ADMINISTRAÇÃO
Paulo Ricardo Rodrigues e Oliveira

LAVILLE, Christian e DIONNE, Jean. A construção do saber: manual de metodologia


da pesquisa em ciências humanas. Ed. da UFMG : ARTMED, 1999.

A economia como ciência humana mais a visível em nossas sociedades, com a


presença de economistas em governos, organizações públicas e privadas, e sua
constante solicitação pela mídia. A definição da ciência econômica é controversa, mas ela
é a ciência que estuda a adequação entre recursos escassos e necessidades ilimitadas
ou dos comportamentos humanos na produção e locação de bens e serviços.
Esta ciência humana tem raízes mais antigas que outras ciências, pois a
sobrevivência material sempre foi a principal preocupação dos seres humanos. O princípio
do mercantilismo é um exemplo que direcionou o desenvolvimento das colônias, e Adam
Smith, filósofo escocês, é apontado como a origem da ciência econômica atual. Em seu
livro de 1776, ele desenvolve a ideia de que a economia é regida por forças naturais, a
"mão invisível" do mercado, e que a riqueza depende da liberdade de mercado. Esta
perspectiva foi nomeada economia clássica e persiste ainda hoje na corrente chamada
neoclássica.
A microeconomia aborda a economia sob o ângulo dos fatores econômicos
individuais, onde produtores e consumidores encontram-se no mercado e os preços, tanto
dos bens e serviços quanto do trabalho, são fixados. Por outro lado, a macroeconomia
examina a economia em seu conjunto, abordando a produção, o emprego, o investimento
e a poupança, assim como os movimentos de preços em sua totalidade. John Maynard
Keynes, outro britânico, propôs a abordagem macroeconômica, e estima que o Estado
deve intervir para regular a economia, especialmente através de suas políticas
orçamentárias, fiscais e monetárias. As teorias de Keynes inspiraram a maioria das
políticas governamentais desde a última guerra mundial.
Atualmente, a maioria dos economistas se situa entre as perspectivas clássica e
keynesiana, e entre as abordagens micro e macroeconômica. Os campos de pesquisa da
economia se multiplicaram, como a economia do crescimento ou do desenvolvimento,
economias regional, urbana, das finanças públicas, do trabalho, da saúde, da educação,
da pobreza e das formas de lazer, entre outros.
Os economistas usam, em geral, ciências matemáticas e ciências estatísticas em
seu método de pesquisa, pois não podem testar diretamente suas hipóteses. Eles
modelam a situação real a ser estudada, fazendo com que entrem em jogo no modelo os
fatores considerados relevantes e, assim, testam suas hipóteses. A administração como
uma disciplina que, embora tenha forte relação com a economia, também se aplica a
diversas outras ciências humanas. A administração é vista como uma ciência
multidisciplinar, que estuda os meios utilizados por uma organização para atingir seus
objetivos, levando em consideração tanto os objetivos da própria organização quanto as
necessidades e características dos clientes.
Os autores apontam exemplos concretos de como a multidisciplinaridade da
administração se manifesta na prática. Se um administrador deseja aumentar a motivação
de seus representantes, ele pode utilizar saberes e técnicas de pesquisa inspiradas na
psicologia. Se o objetivo é lançar um novo produto, é preciso estudar o mercado, levando
em conta a economia, a psicologia, a sociologia e a demografia. Se o objetivo é abrir um
fast-food em um bairro específico, é preciso considerar fatores geográficos e
demográficos. Se a empresa deseja fazer trocas comerciais com um país estrangeiro, é
necessário considerar as regras de comércio e as políticas em vigor nesse país, além de
conhecer a história, a sociologia e a antropologia locais para entender os interlocutores.
A administração pode ser vista como uma ciência das organizações, que se
preocupa em entender e melhorar o funcionamento interno das empresas. Ele ressalta
que, apesar de a pesquisa aplicada ser muito importante, a pesquisa fundamental também
tem espaço na administração. Em resumo, a administração como uma ciência
amplamente multidisciplinar, que se preocupa em entender e melhorar o funcionamento
das organizações, levando em consideração uma ampla gama de fatores, desde a
economia até a antropologia. Segundo os autores, a pesquisa aplicada é muito
importante, mas que também há espaço para a pesquisa fundamental nessa área em
desenvolvimento.

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