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27 personalidades em busca de ser

Cláudio Naranjo
INFORMAÇÕES BÁSICAS + ISENÇÃO DE RESPONSABILIDADE

Toda a riqueza experiencial de 40 anos de pesquisa da personalidade, condensada em um livro coletivo sobre
os 27 personagens descritos pelo eneagrama.

Pela primeira vez, uma obra aborda de forma abrangente os 27 personagens descritos pela
Psicologia dos Eneatipos — popularmente conhecida como eneagrama. Para preparar este volume,
o Dr. Claudio Naranjo reuniu uma equipe de colaboradores formada por psicoterapeutas de
prestígio de vários países, como Francisco Peñarrubia, Juanjo Albert, Assumpta Mateu, Mireia
Darder, Albert Rams, Consuelo Trujillo, Cristina Nadal ou Grazia Cecchini . O resultado é um mapa
vivo da personalidade humana onde cada um dos nove eneatipos é analisado em suas variantes
sociais, sexuais e de conservação.

― 27 personalidades em busca do ser‖ é um exercício de transparência coletiva em que os autores tiram

a máscara do ego. Os personagens deste livro nos abrem a intimidade de seu processo de
autoconhecimento, oferecem conselhos aos buscadores, esclarecem o diagnóstico e o tratamento
terapêutico de cada eneatipo e fornecem respostas aprofundadas a questões essenciais sobre a
transformação da personalidade.

Esta é a versão traduzida do livro feita pormel , a tradução não está perfeita por ter sido feita por
um tradutor, mas fiz o possível para corrigir os erros mais graves que possam ter ocorrido. O livro
original foi escrito em espanhol e pode ser encontrado aqui, que eu recomendaria ler sobre este
DM se você for fluente em espanhol:

https://cdn.discordapp.com/attachments/853041553931763732/981537614924488784/27_Person
alities_in_Search_of_Being.pdf

De qualquer forma, espero que você goste do livro e se divirta lendo.

DIREITO AUTORAL

Primeira edição: 2012

Segunda edição: 2012

© Claudio Naranjo

© Ediciones La Llave, 2012

Fundação Cláudio Naranjo

Zamora, 46-48, 6º3terceiro

08005 Barcelona

Tel. +34 932097938

Fax+34 934141710

www.edicioneslallave.com

info@edicioneslallave.com

www.fundacionclaudionaranjo.com

info@fundacionclaudionaranjo.com

ISBN: 978-84-95496-86-7

DL nº: B-2.694-12

Impresso em Anman Grafiques del Valles, SL

Os seguintes relatos vivenciais de cada um dos 27 personagens descritos na Psicologia dos Eneatipos
contaram com a contribuição de inúmeros depoimentos surgidos em grupos de trabalho orientados por
Claudio Naranjo.

Cada um desses grupos foi formado por voluntários do mesmo eneatipo e subtipo. Todos eles
foram previamente treinados no estudo do caráter e outros assuntos através do Programa SAT,
cuja constante atividade ao longo do tempo e a geografia de 12 países em três continentes o
tornaram um verdadeiro laboratório de pesquisa da consciência e da personalidade.

Estas linhas servem de agradecimento a todas estas pessoas que, desinteressadamente, colaboraram na
realização deste tão esperado livro.

Os editores.
ÍNDICE

-Prólogo, de Claudio Naranjo

- Eneatipo 1 – Raiva
- E1 Social – Inadaptabilidade/
- Superioridade E1 Sexual – Veemência/Zelo
- E1 Conservação (Autopreservação) – Preocupação

- Eneatipo 2 – Orgulho
- E2 Social – Ambição E2
- Sexual – Conquista
- E2 Conservação (Autopreservação) – Privilégio

- Eneatipo 3 – Vaidade E3
- Social – Prestígio E3 Sexual
- – Atratividade
- Conservação E3 (Autopreservação) – Segurança

- Eneatipo 4 – Inveja
- E4 Social – Vergonha
- E4 Sexual – Ódio
- E4 Conservação (Autopreservação) – Tenacidade

- Eneatipo 5 – Avareza E5
- Social – Totem E5 Sexual
- – Confiança
- E5 Conservação (Autopreservação) – Refúgio

- Eneatipo 6 – Medo E6
- Social – Dever E6
- Sexual – Força
- E6 Conservação (Autopreservação) – Calor
- Eneatipo 7 – Gula E7 Social
- – Sacrifício E7 Sexual –
- Sugestionabilidade
- E7 Conservação (Autopreservação) – Família

- Eneatipo 8 – Luxúria E8 Social

- – Cumplicidade E8 Sexual –
- Possessividade
- E8 Conservação (Autopreservação) – Satisfação

- Eneatipo 9 – Preguiça
- E9 Social – Participação/
- Pertencimento E9 Sexual – Simbiose
- E9 Conservação (Autopreservação) – Apetite

- Biografias dos
- participantes Sobre o Autor
 PREFÁCIO

O tema comum destas páginas situa-se no campo das aplicações do eneagrama à

personalidade.

Para quem nunca leu ou ouviu falar do eneagrama, basta dizer por enquanto que se trata de
uma figura geométrica que foi dada a conhecer por GI Gurdjieff, que se referiu a ela como uma
representação simbólica de certas leis universais e a atribuiu a certas tradição esotérica ainda hoje
desconhecida no mundo ocidental.

O eneagrama da personalidade, porém, vem de Oscar Ichazo, que apresentou o

eneagrama das paixões, bem como o eneagrama das fixações e outras aplicações deste mapa
geométrico, perante a Associação de Psicólogos do Chile em 1969.

Ichazo disse que o conjunto de noções relacionadas a esse assunto —que ele chamou de
Protoanálise— constituía uma disciplina transmitida por um “esoterismo cristão” com o qual teve
contato no Afeganistão.

Mais tarde, depois de ter participado de um período de estudos de alguns meses com
Ichazo na companhia de quarenta colegas perto da cidade de Arica, no norte do Chile, senti-me
preparado para integrar minha experiência anterior no mundo da terapia (bem como da meditação
budista e outros elementos) com o que aprendi com ele. No contexto do trabalho que se originou
dessa integração, entendi cada vez melhor e expliquei com mais detalhes um conjunto de noções
que tenho chamado de Psicologia dos Eneatipos.

Ao longo do tempo, já publiquei três livros sobre vários aspectos da Psicologia dos
Eneatipos:“Caráter e Neurose”,“Transformação Através do Insight”, e“O Eneagrama da
Sociedade”, além de ter desenvolvido outros aspectos do assunto no livro “Entre a
Meditação e a Psicoterapia”—onde explico o Eneagrama da Meditação — e em meus livros
políticos“Mudar a Educação para Mudar o Mundo”,“Curando a Civilização”, e“A Mente
Patriarcal”— em que me aprofundo na aplicação do Eneagrama às patologias sociais.

Este livro difere dos anteriores por comunicar através das suas páginas algo que até
agora tenho reservado para os meus workshops experienciais, no esforço de evitar que certas
informações, ao passarem para o mercado psicológico e académico, não sejam apenas
distorcidas pela vulgarização, mas separados da vivência em que alcançam seu pleno
significado.

Contém 27 personagens em busca de ser, além do presente prólogo, uma

apresentação de cada eneatipo — que o editor de La Llave achou por bem incluir e que
Grazia Cecchini foi a responsável pela preparação. Em seguida, inclui-se também um breve texto introdutório
escrito por mim para cada um dos trabalhos de meus colaboradores convidados. Esses textos vêm de uma
conferência que ofereci anos atrás — no início de um congresso realizado em Arlington, Virgínia, pela
International Enneagram Association — sobre as necessidades neuróticas dos 27 personagens reconhecidos
na Protoanálise de Ichazo.

Quando apresentei pela primeira vez a Psicologia dos Eneatipos durante meu trabalho em
Berkeley na década de 1970, limitei meu tópico às nove paixões e às nove fixações fundamentais
correspondentes, sem entrar no assunto dos subtipos e suas necessidades neuróticas
correspondentes. Assim, não quis ensinar sobre as virtudes, o aspecto cognitivo do ego e outras
questões que, em meu trabalho posterior no mundo latino, quis reservar para aqueles que
participam do programa vivencial que venho desenvolvendo: é por isso que omiti tais tópicos em
meus livros.

Com o passar do tempo, sinto-me confirmado em minha política de reservas, pois tive amplas
oportunidades de verificar como a popularização do conhecimento se torna um obstáculo para a transmissão
futura, gerando muitos erros e preconceitos que posteriormente interferem em uma aplicação séria; uma
situação comparável à de amadores que aprendem instrumentos musicais de maneira errada e depois têm
que trabalhar muito para desaprender seus maus hábitos.

Tendo atingido o limiar dos 80 anos, porém, sinto que é tempo de deixar registado alguns
dos temas que até agora reservei para situações experienciais; e penso neste livro como o primeiro
volume de um projeto maior. Através de seus capítulos, o leitor pode ter uma ideia aproximada dos
27 personagens nos quais se subdividem as nove formas básicas de personalidade que já
inspiraram tantos livros. Mais especificamente, nas páginas seguintes é desenvolvido o tema de
como cada uma das pessoas correspondentes vive o processo de amadurecimento que é a essência
do progresso terapêutico e espiritual.

Imagino que a maioria dos leitores deste livro já tenha alguma compreensão da
tipologia básica dos nove eneatipos: a atual distinção entre 27 caracteres é apenas um
refinamento dela. Mas, para aqueles que não tiveram contato suficiente com a Psicologia dos
Eneatipos, direi que a aplicação do eneagrama à explicação do caráter constitui algo próximo
da clássica doutrina cristã dos pecados capitais (à qual se acrescenta aqui a covardia ). e a
vaidade, considerada diferente do orgulho). Dito isto, realmente não há necessidade de
acrescentar mais neste prefácio, além de recomendar a leitura da descrição simples dos nove
caracteres básicos acima mencionados que apresentei em“O Eneagrama da Sociedade”.

Para concluir, gostaria de agradecer aos meus co-autores pelo seu trabalho, e também àqueles
que, através da Fundação Claudio Naranjo, contribuíram para a organização do Simpósio de Psicologia
dos Eneatipos, realizado em Sevilha em 2008, no qual esses trabalhos foram inicialmente apresentados
como apresentações. Também quero expressar minha gratidão a Grazia Cecchini, que se encarregou de
transformar a série de transcrições desse simpósio em livro, principalmente por meio de
a substituição dessas apresentações orais por escritas através de um contato de mais de um ano
com quem aqui escreve.

Tendo sido alguém que viu muitas das suas ideias passarem para a comunidade através de
apropriações prematuras e indevidas, é uma satisfação adicional para mim sentir que pela primeira vez
surge um livro em que se opera uma transmissão legítima e madura, e penso que os leitores irão aprecie
a diferença. Mas, acima de tudo, espero que ao colocar à disposição do público essas descobertas até
então reservadas para aqueles que participaram de seminários vivenciais, as informações
correspondentes não se tornem um substituto para o aprendizado vivo que é o caminho do
autoconhecimento transformador.

Cláudio Naranjo

Tonalli, México, abril de 2012.

 Eneatipo 1 – Raiva

Para entender a Raiva Paixão, primeiro devemos distingui-la da raiva entendida como uma
emoção.

enquanto porraivaentendemos a reação emocional de ataque como resposta a

um perigo ou invasão, já a Raiva é um ímpeto furioso e descontrolado que essa
personalidade sente diante do vazio existencial causado pela perda de a condição
original de plenitude.

É como se, tendo perdido o paraíso terrestre, o E1 considerasse essa perda um erro que precisa ser
reparado.

Enquanto para os personagens mentais —e mais ainda para os emocionais— a paixão é uma tentativa
de recuperar a plenitude existencial por meio do contato com o sofrimento e o medo da perda, E1 se afasta
tanto da dor quanto do medo, assumindo uma atitude de superioridade reparadora de distanciamento,
considerada por ele um erro.

Segue-se então que a sua reparação será um impulso para uma ação concreta, perfeita e que
elimine o sofrimento.

O E1 não teve, em geral, a experiência de ter sido uma criança orientada e cuidada, mas de
uma criança que foi obrigada a se comportar criteriosamente, renunciando ao instintivo, à
emotividade e à expressividade – qualidades próprias de seu ser criança. Em suma, eles o
investiram com expectativas muito altas que não previam a possibilidade de cometer erros.

A sensibilidade da criança ao sofrimento dos pais foi rapidamente transformada em uma vontade de
resolver o problema para eles.

O que empolga o E1 é a solução; Nesse sentido, pode-se compreender até que ponto a Raiva não
é um aspecto emocional, mas uma energia ígnea que sempre a leva adiante, escapando do contato com
o sentimento vinculado ao contexto e respectiva elaboração mental.

A atitude do E1 de “empurrar o rio” demonstra a necessidade interior de tentar modificar o

contexto ao invés de considerar a possibilidade de adaptação a ele; daí deriva seu sentimento de
superioridade e desprezo por aqueles que “não estão certos”.

A raiva se manifesta em diferentes estilos, dependendo do subtipo: tanto no social quanto

no conservador, a raiva é subjacente a uma formação reativa que a transforma em
imperturbabilidade ou benevolência.

Nos relacionamentos, o E1 demonstra uma tendência automática a impor seu próprio rigor mental e
comportamental, esperando dos outros o mesmo perfeccionismo (fixação) que exige dos outros.
ele mesmo; controla e exige disciplina para que, tanto a nível comportamental como emocional, se
respeite uma ordem e um rigor que acredita conduzir à eliminação dos erros

Seu sentimento de superioridade deriva de uma autocertificação —pois tem uma concepção de
si mesmo como uma pessoa virtuosa e justa— que lhe confere o mérito de ocupar uma posição de
autoridade e domínio.

É um personagem normativo e neuroticamente ético, com a especificidade de ditar normas

pessoais que considera códigos absolutos. Isso permite que ele transforme o desejo em regra de
comportamento, de modo que fique isento de se sentir imperfeito por ter tido impulsos ou
emoções (que considera defeitos).
 E1 Social - Inadaptabilidade/Superioridade

O personagem um social é muito diferente dos outros subtipos de E1. Isso é fruto de uma característica
designada por Oscar Ichazo — com quem aprendi — como inadaptabilidade. Por muito tempo preferi
simplesmente usar a palavra rigidez para descrever esse personagem, referindo-me a algo semelhante a uma
espécie de mentalidade de professor, e também ao que Wilhelm Reich via quando falava de um "caráter
aristocrático"; é que a palavra rigidez descreve um estilo de comportamento ou um traço de personalidade
específico, em vez de uma necessidade ou paixão. Portanto, ficou pendente para mim formular uma
necessidade neurótica a partir da qual o caráter rígido se tornasse compreensível.

Nessa busca, o caso de uma mulher que, além de intelectual e culta, integrante do
departamento de filosofia de uma universidade, falava com acentuado sotaque do meio-oeste
americano, foi muito esclarecedor. E foi impressionante que ela, apesar de ter se mudado para a
Califórnia há muito tempo, continuasse com esse sotaque forte que costuma ser associado a
pessoas com pouco nível educacional. Sendo uma personagem social, pode-se dizer que sua
inadaptação se expressava nela; mas como entender tal traço comportamental a partir de uma
motivação subjacente?

Nesse caso, como as pessoas tendem a adaptar seu modo de falar ao do ambiente, valia a pena
perguntar: por que ela se importava tão pouco com isso? Bastou ele me perguntar que ficou claro para
mim que a resposta estava em sua atitude geral de se sentir bem. Ele agiu como se o pensamento
“minha forma está correta” implicasse que cabe a outros se adaptarem. E isso também era perceptível no
fato de cometer erros de linguagem que não correspondiam ao seu nível cultural, o que poderia ser
facilmente compreendido por essa atitude de se considerar alguém exemplar.

No entanto, a sensação de queeu estou certonão constitui uma motivação, nem uma paixão. E se
quisermos explicar o contraste entre um conservador - que, como veremos, é o perfeccionista
propriamente dito, tendo em vista sua consciência crônica de suas imperfeições, que o leva a se
aperfeiçoar -, e o social - que já se sente perfeito e, portanto, pode cometer erros graves—, devemos
voltar à necessidade de superioridade, em virtude da qual o social adota a posição de impecável e
perfeito. O social tem uma verdadeira paixão por sentir “eu estou certo e você está errado”; e isso, por
sua vez, implica um certo poder sobre os outros, porque quando ele pode fazer os outros sentirem que
estão errados. É como se ele estivesse dizendo: “Se você está errado, então eu tenho mais direito do que
você de dominar a situação”.

É uma grande técnica, a de dominar fazendo com que os outros sintam que estão
errados, e pode ser entendida como uma alternativa à dominação que o sexual estabelece pela
mera assertividade em tomar posse e sentir com ele. direito correspondente. Mas, como esses
personagens sentem acima de tudo uma superioridade moral implícita, é útil apontar o
grande diferença entre moral e moralismo: o que há de imoral em E1, aparentemente tão reto e
honrado, reside justamente em que sua aparente moralidade nada mais é do que moralismo.

A transformação no social E1 de Antonio Ferrara

Esta análise da E1 social resulta dos testemunhos de cinco participantes no programa SAT e dos dados
dos exercícios que foram realizados no referido programa, para além das notas recolhidas ao longo
de várias sessões de terapia.

Começo minha palestra referindo-me ao paradoxo de que o eneatipo social se adapta ao mundo por ser
um desajustado. Para demonstrar como essa forma de personagem é organizada, escolhi algumas
experiências da minha infância com imagens minhas quando criança.

Estou em casa, há pouca luz, quase escuridão e muito silêncio. Meus pais (principalmente minha mãe) estão imersos em suas tarefas e preocupados; eles

não falam. Mais tarde saberei que sua vida, naquela época, era difícil. Ambos tiveram vários lutos e predomina um sentimento de precariedade. Ainda se podem

sentir os ecos da guerra e a memória dos abrigos onde nos protegemos dos bombardeamentos. Eles vivem em uma pequena cidade no norte da Itália, na fronteira

com a Áustria, em um mundo desconhecido, com uma população predominantemente de língua alemã. Eles se sentem estranhos naquele ambiente e naquela cultura

tão diferente da deles, sulistas que vêm de Nápoles. É fácil imaginar que a criança, diante dessas dificuldades constantemente respiradas, tenha decidido não criar

mais problemas e se retirar, limitando suas demandas e minimizando suas necessidades e desejos. "Não quero me incomodar" parece ser a decisão básica; e com isso

aprendeu a não pedir e a não se sustentar. Ele entorpeceu sua vivacidade natural e se transformou em uma criança quieta - uma criança boa demais. Não pede, mas

também não aceita receber, dizendo timidamente que não, mesmo que seja um pequeno presente. Ele ficava constrangido quando eles se preocupavam ou

prestavam muita atenção nele, segundo ele. Era considerado uma criança frágil, fraca: “Não se canse... não corra.. . Você está cansado?”, diziam. Eu não gostei. Ele

entorpeceu sua vivacidade natural e se transformou em uma criança quieta - uma criança boa demais. Não pede, mas também não aceita receber, dizendo

timidamente que não, mesmo que seja um pequeno presente. Ele ficava constrangido quando eles se preocupavam ou prestavam muita atenção nele, segundo ele.

Era considerado uma criança frágil, fraca: “Não se canse... não corra.. . Você está cansado?”, diziam. Eu não gostei. Ele entorpeceu sua vivacidade natural e se

transformou em uma criança quieta - uma criança boa demais. Não pede, mas também não aceita receber, dizendo timidamente que não, mesmo que seja um

pequeno presente. Ele ficava constrangido quando eles se preocupavam ou prestavam muita atenção nele, segundo ele. Era considerado uma criança frágil, fraca:

“Não se canse... não corra.. . Você está cansado?”, diziam. Eu não gostei.

Quando fiquei mais velho, descobri que tinha insuficiência valvular no coração e que estava correndo
alguns riscos. Naquela época você não podia operar e não havia nada para fazer. Eu havia entendido um
pouco a preocupação de meus pais, mas não queria um tratamento especial; Tomei muito cuidado para não
falar com ninguém sobre minha situação, que, por outro lado, havia se tornado um segredo de família.
Felizmente, eu reagi. Com a força da inconsciência e o desejo de viver em pleno, organizei minha vida a partir
de avaliações e decisões como: "O que você me dá e faz por mim me faz sofrer, estou errado, é melhor eu
fazer as coisas sozinho, como eu gosto e, se for demais para você, eu me viro sozinho. Quero me sentir capaz,
quero me cansar, quero correr, quero arriscar me machucar, quero viver de acordo com minhas companheiros
de equipe." E eu comecei a desafiar issocoração frágil.

Tudo começou quando eu tinha uns dez anos. Porém, não deixei de ser uma criança sensível,
muito emotiva, que retinha as emoções reprimindo-as; Eu não queria mostrá-los, mas por dentro eles
devastavam meu peito. Eu corei e envergonhado até por pequenas coisas. Pouco a pouco,
com o tempo, aprendi a me controlar, fiquei mais forte, mais duro; Eu não queria que eles descobrissem o que realmente vivia. Eu não queria ser “fraco,

frágil, sensível” e por isso escondi meu humor, minhas dificuldades e não perguntei. A forma como eles me amavam me fazia sentir diferente, incapaz,

limitado. No fundo, eu não tinha confiança de que mamãe e papai pudessem atender às minhas demandas. Foi importante trocar com os colegas do

bairro, encontrar a diversidade social, brincar com os meus colegas e depois, crescendo, organizar atividades mais estruturadas com eles. Esforçava-se

muito no que fazia, desafiando o limite e suportando o cansaço, mesmo ignorando-o. "Ainda mais um pouco" — e nem precisava dizer a mim mesmo —

havia se tornado um modo de vida: com esforço, incansável. Mais tarde, na adolescência, os padrões de vida de minha família e o ambiente em que vivia

começaram a ser estreitos. Eu queria outra coisa. Eu queria coisas diferentes do que meu mundo oferecia e queria senti-las minhas. Embora medroso e

tímido, tinha curiosidade de enfrentar outras realidades. Nas discussões com amigos, muitas vezes minhas ideias eram diferentes das dos outros e

parecia estranho que eles não as compartilhassem, mas eu as mantive e defendi até o fim porque isso me fazia sentir inteiro. Na escola, ele não era um

aluno brilhante; ele tinha dificuldades com assuntos científicos, mas ainda estava à frente. Ele fazia o mínimo e com pouco interesse. É provável que

também neste caso o ambiente não tenha correspondido às minhas expectativas. Embora não fosse formalmente um rebelde, queria fazer as coisas do

jeito que queria e tendia a ir contra a corrente, impondo minhas opiniões. E não era contra os outros: eu só queria ser fiel ao que achava que valia a pena

e era importante para mim. Essas características se desenvolveram principalmente na adolescência, quando comecei a fazer escolhas que não estavam

apenas fora dos esquemas familiares, mas também do grupo bastante grande de pessoas que frequentava. Com o tempo, percebi que muitos dos meus

comportamentos encobriam um profundo sentimento de desvalorização e inadequação, e que visavam satisfazer um grande desejo de reconhecimento.

Paradoxalmente, fiquei envergonhado e corado quando o recebi. Na verdade, quando menino, os reconhecimentos que me davam referiam-se ao fato

de eu ser um bom menino, de bom senso, educado, obediente. Mas queria mostrar a mim e aos outros que era capaz naquilo que me interessava,

naquilo para o qual sentia vocação. A minha inadaptabilidade foi apresentada como uma atitude anti-intrusiva. Eu não aceitava ser considerada uma

criança. Queria ser visto como um pequeno adulto que não criava problemas. Eu estava sempre com os mais velhos - embora silenciosamente - em vez

de estar com meus irmãos e seus colegas de jogo. Era como se ele dissesse: "Viu? Eles são crianças e eu, por outro lado, já sou grande e posso estar com

você e seus amigos, participo das conversas dos grandes. Mesmo que eu apenas ouça, ainda assim estou aqui." Com o passar do tempo, meu desajuste

tornou-se cada vez mais uma necessidade de me diferenciar, de ser especial. Era também uma forma de desobedecer a rotina chata, eles estavam

querendo fugir de casa, respirar... Eu estava sempre com os mais velhos - embora silenciosamente - em vez de estar com meus irmãos e seus colegas de

jogo. Era como se ele dissesse: "Viu? Eles são crianças e eu, por outro lado, já sou grande e posso estar com você e seus amigos, participo das conversas

dos grandes. Mesmo que eu apenas ouça, ainda assim estou aqui." Com o passar do tempo, meu desajuste tornou-se cada vez mais uma necessidade de

me diferenciar, de ser especial. Era também uma forma de desobedecer a rotina chata, eles estavam querendo fugir de casa, respirar... Eu estava sempre

com os mais velhos - embora silenciosamente - em vez de estar com meus irmãos e seus colegas de jogo. Era como se ele dissesse: "Viu? Eles são

crianças e eu, por outro lado, já sou grande e posso estar com você e seus amigos, participo das conversas dos grandes. Mesmo que eu apenas ouça,

ainda assim estou aqui." Com o passar do tempo, meu desajuste tornou-se cada vez mais uma necessidade de me diferenciar, de ser especial. Era

também uma forma de desobedecer a rotina chata, eles estavam querendo fugir de casa, respirar... meu desajuste tornou-se cada vez mais uma

necessidade de me diferenciar, de ser especial. Era também uma forma de desobedecer a rotina chata, eles estavam querendo fugir de casa, respirar...

meu desajuste tornou-se cada vez mais uma necessidade de me diferenciar, de ser especial. Era também uma forma de desobedecer a rotina chata, eles

estavam querendo fugir de casa, respirar...

Todas as pessoas entrevistadas disseram que desde muito cedo eram mais velhas do que a
sua idade. P., uma delas, conta que quando criança cuidou não só da mãe doente, mas também de
outros parentes. C., desde criança, ia aos hospitais onde os parentes internavam e ali passava dias
inteiros cuidando deles. No começo foi terrível, fui obrigada a fazer, mas depois ela se acostumou;
ele não sentia mais nem o medo e o sofrimento de estar em lugares tão difíceis. Ela rapidamente
esqueceu que era uma menina. Voltando a P., ela não era apenas uma babá: aos dez anos
acompanhava o pai — cujo papel social era importante — às festas e cerimônias.
Como uma esposa. Ele substituiu sua mãe, que estava doente. Aprendeu muito rápido a ser
chefe entre seus pares e, nesse caso, assumiu um papel masculino que manteve mesmo na
idade adulta. Em geral, os E's sociais com quem tenho falado — embora com matizes
diferentes — têm histórias semelhantes, não só pelos conteúdos — muitas vezes diversos —
mas também pelas decisões existenciais a que essas histórias conduziram. Um deles, B.,
destaca seu desejo de manter sua própria identidade: “Se eu me adaptar, eu morro”, diz ele, “é
como sufocar. A explosão é quase obrigatória, é uma questão de vida ou morte. É importante
fazer o que eu sinto, não quero ser manipulado. A consequência é não se sentir em casa em
nenhum lugar. Uma sensação de não pertencimento”. O. diz algo semelhante: para ele,
― inteiramente‖ nos ambientes em que se encontra. No ambiente da família de origem sente “um
movimento de rebeldia, estranhamento e também de luta”. Voltando a B., tem a convicção de não
poder fazer parte de um grupo: “o grupo pode levar ao erro”, é melhor renunciar. Ele não quer
contaminação. Pode ser "perigoso" e não dá nenhuma explicação do porquê. Você poderia
imaginar que em sua fantasia ele reviveria o que necessariamente viveu quando criança. Eledevese
oponha aos seus desejos. M. também sente necessidade de distanciamento. No caso dela, de um
mundo em que não vê espaço para si mesma porque os valores, diz ela, "são mercantis e ligados a
jogos de poder". "Busco honestidade, integridade, coerência e espiritualidade", afirma. O. também
faz experiências espirituais e frequenta reuniões de grupos religiosos. M, enfatiza que geralmente
tem expectativas e aspirações muito altas para um tipo de pureza que não pertence a este mundo.
A experiência que rejeita a realidade como ela é, em maior ou menor grau, é uma característica
comum e fundamental da E1 social. Ele não quer ser uma parte inteira disso. Existe, no fundo, uma
falta de confiança nos outros seres humanos que o impede. Mas ele também tem medo de ser
desagradável se disser claramente que não. Conseqüentemente, quando isso acontece,

Em uma cena vivida durante uma experiência terapêutica realizada com a técnica da linha
do tempo (vinda da PNL), tanto A. quanto U. contam um episódio do passado em que há um grupo
de pessoas conversando entre si. Eles mantêm uma certa distância e observam. Eles gostariam de
conhecer o grupo, mas não ousam se aproximar. Têm medo de se incomodar com sua presença e
não serem bem recebidos. Os EUA, em particular, dirão: “Tem gente reunido aqui dentro, mas eu
fico lá fora; pode não ser bem recebido, me sinto estranho para eles”. Muitas das pessoas
consultadas mostram pouca vontade de participar quando estão em grupo. Para A., a principal
preocupação é: “não se faça ver... não exponha suas ideias e opiniões”. Eles podem achar
desinteressante o que ele fala e pensa. E assim, ele prefere ficar calado.

Pais
Os sentimentos e consequentes comportamentos de desajuste podem ser considerados o resultado do
encontro da criança com seu meio, principalmente com os pais, e também de elaborações internas
específicas. Todos os entrevistados falam de um pai dotado de certo fascínio, inteligente e bastante
admirado. Para alguns ele é um bom falador, com uma tendência marcada para a dialética,
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capaz de provar suas teses e estar certo. Apresenta, geralmente, um aspecto severo. Um olhar dele
é suficiente para obter obediência. O. descreve seu pai como “forte, trabalhador, responsável; ele
gostava de brincar com as pessoas,” fazer amigos. O. viveu seu pai como um bajulador, e ele não
gostou disso. Quanto à educação dos filhos, era severo; às vezes batia neles e discutia muito com a
esposa. ―Por causa disso, eu achava que ele era violento e tinha muito medo dele.‖ Ele não sentia
a presença nem o cuidado do pai.

A mãe é apresentada com imagens mais diversificadas. Ao contrário do pai, ele parece
ter medo da vida. Na maioria dos casos ela parece estar sujeita ao marido e dedicada à família.
Às vezes é um contra-dependente e outros o descrevem como superficial. Para B. ela é mais
carinhosa e protetora que o pai. Isso lhe deu muita liberdade, beirando a inconsciência. Em
outros casos, porém, sofreu sofrimento físico e tendências histéricas. P. foi, desde o
nascimento, rejeitada pela mãe e por isso a odiou. O. apresenta a mãe como uma “mulher
forte, combativa e trabalhadora, muito esperta e presente”. Ela tem um sentimento religioso
marcante e, assim como o pai, é crítica e autoritária. Mas também meiga e generosa: gosta de
ajudar quem precisa. Ela tende ao isolamento, enquanto o marido é mais sociável. “Ele se
envolve muito na vida dos filhos, sente-se responsável/culpado” e expressa seu amor por meio
da preocupação. Ela é teimosa e teimosa, guarda rancor e “não perdoa facilmente as ofensas
recebidas”.

O progenitor que o E1 social incorpora com mais evidência e com quem mais
identifica é o pai. Daí deriva um maior desenvolvimento do amor-admiração. Em segundo lugar, o amor
empático está presente, o que geralmente aumenta com a idade. O menos desenvolvido é o amor
erótico. Para A. e O., em particular, o amor-admiração também se dirige ao conhecimento e à
espiritualidade, não apenas às pessoas. Para quase todos, a ideia inicial é ter vivido uma infância feliz,
embora com o tempo essa forma de ver mude.

Em suma, o E1 social está convencido de que o que seus pais lhe oferecem não é suficiente para ele.
Eles acreditam que não podem atender às suas necessidades. Pense que é melhor se organizar. Desde muito
jovem tem pretensões de autonomia, seja obediente ou rebelde. Desde muito cedo é um pequeno adulto. Ele
quer fazer suas coisas diretamente, declarando, ou, mais sutilmente, perseguindo seu objetivo sem fazer
muito barulho. Por fim, tende a impor seu próprio modelo e tem dificuldade de se adaptar ao que o mundo
externo lhe oferece.

decisões existenciais

A inadaptabilidade se organiza em torno de decisões como: se as coisas acontecerem assim e eu não gostar,
farei do meu jeito. Mesmo quando preciso de ajuda, é melhor não me apoiar nos outros; com certeza não vou
receber o que preciso e no final terei que me virar sozinho. Eu tenho que me esforçar e me esforçar para
alcançá-lo. Serei forte, para enfrentar a vida e superar meus limites e minhas incapacidades. Nem a febre nem
a doença vão me parar, estarei sempre de pé. Eu não vou perturbar, e assim eles vão me amar. Eu vou
me esforce para merecer, assim me reconhecerão e poderei ter o direito de viver neste
mundo...

P. literalmente afirma: “Eu me cuido e não me deixo cuidar. eu cuido

de tudo o que me preocupa, especialmente as coisas difíceis. Como preciso, mas é difícil ficar
satisfeito, cuidarei de mim mesmo. Serei forte, bom, brilhante, perfeito. Serei como meu pai e o
contrário de minha mãe”. Para outros, os papéis paterno e materno se invertem, mas as decisões
finais não mudam substancialmente.

Perfeccionismo

A inadaptabilidade prevê um esforço e empenho constantes para fazer bem as coisas; isso se torna uma
pretensão irrealizável: ser perfeito. Então, você precisa fazer as coisas cada vez melhor e nunca está
satisfeito com o que recebe. Essa atitude produz um estado de tensão constante que o impede de relaxar
e aproveitar os resultados. Ele parte rapidamente para outra aventura ou outra obrigação a cumprir.
Quem trilha esse caminho é sustentado por uma ideia maluca e irracional: “Só se eu for perfeito serei
amado”, diz B. O desafio consigo mesmo é que “você tem que chegar confiando apenas na sua
capacidade e assim os outros vão admirar”. meu‖.

Demanda

A pretensão de ser perfeito precisa de um instrumento executivo. Como obter a perfeição? Exigente,
exigente. Até tortura. Com sacrifício e usando apenas meus meios. O objetivo é melhorar, melhorar e
melhorar. Vou mostrar a esses pais, às vezes os dois, às vezes sobretudo o pai, mas também a mãe, do
que sou capaz. É uma espécie de resgate que a criança deseja, e hoje o adulto: prisioneiro de sua própria
história, persegue inconscientemente um fim impossível de perfeição. Desenvolva um olho especial para
descobrir o erro,a mancha. O comprometimento e a exigência têm como objetivo dar uma boa imagem
de si mesmo.

O sistema defensivo

O E1 social, como os demais subtipos, toma como base de seus sistemas defensivos sobretudo a
formação reativa. Suprimir experiências não é suficiente. Isso os transforma. Ele quer melhorar. Ele
acredita que o que pensa ou sente não tem valor suficiente, ou que não será bem recebido, e então
o transforma em outra coisa. O subtipo social, em particular, expressa pouco de sua raiva - a menos
que tenha o sexual como seu segundo subtipo - e o substitui por formas socialmente mais
aceitáveis. Suas atitudes e expressões tendem para a seriedade e a circunspecção. Mostra uma
frieza controlada, um sorriso sutil e uma certa meiguice, até atingir uma superioridade aristocrática
que pode levar à indignação. Tende a mostrar calma e controle. Nas atividades que produzem
maior tensão, a raiva se torna uma demanda difusa que leva ao desejo obsessivo de melhorar e
corrigir, principalmente o outro, mas também a si mesmo. A raiva se esconde, fica em segundo
plano e se torna um impulso para melhorar, uma pretensão e controle de si e dos outros. Assim, o
objetivo passa a ser visto como mais nobre: fazer melhor, ser melhor. Para
P., o resultado de tudo isso é desastroso. Não sendo programada para ter filhos, ela
consegue ter um por meio de inseminação artificial. Ele é mãe e pai ao mesmo tempo. Não
reconhece ao pai efetivo capacidade suficiente. Ele se esforça muito; ele quer oferecer à
criança o máximo possível. "Eu o criei como fui criado." O pai queria que ela fosse perfeita;
ela quer que seu filho seja perfeito. "Você não chora, não ri, não sente medo." O resultado
é que a criança produz pequenos cortes e sofre; não tolera toda essa presença e perfeição.

Outras características

O subtipo social é o mais intelectual dos três subtipos de E1 e costuma ser um grande raciocinador.
Claudio Naranjo afirma: “Esconde a raiva com imperturbabilidade”. E então ele acrescenta:
― Aristocrático, elegante, circunspecto. Por baixo está o fogo.

Várias das pessoas envolvidas nesta pesquisa se dedicam ao voluntariado e à ajuda.

B. dedica-se à defesa dos trabalhadores, embora com funções administrativas. Ele trabalha em um
sindicato que considera “moderado”. Todos querem ser reconhecidos por seu próprio valor, que se
perde assim que chega uma crítica ou percebem que erraram. Há uma tendência de ter a norma
em mente: “a verdadeira norma é aquela em que acredito”.

A transformação
As pessoas acima mencionadas passaram pela experiência do SAT. Para B., a mudança importante
se manifesta no fato de ter alcançado, nos últimos anos, um certo tipo de serenidade. Hoje ele
aceita que pode errar; costumava ser impensável. Dá mais espaço ao jogo e permite-o mais vezes —
ainda que com alguma dúvida — sem medo desaindo do molde. Você não sente mais, como antes,
medo ou sensação de perigo se os outros veem as coisas de maneira diferente da sua. Há mais
entrega, mesmo que você não saiba perfeitamente tudo o que o outro a quem você se entrega
sabe. Hoje ele percebe que se for para a guerra terá que esperar pelas bombas. Ele ainda usa uma
linguagem forte e determinada, e está ciente disso. Ele espera poder desenvolver ainda mais o
amor erótico: tem a sensação de que não é tão perigoso.

P. Percebeu uma grande mudança depois do casamento — que foi por amor, frisa — mesmo
embora você tivesse a família contra você. Conforme ele relata, a partir de então passou a
"viver a emoção", aquelas emoções que sempre reprimiu. Outra experiência forte foi o
nascimento, já em idade madura, de um filho. Ela não podia ter filhos e, quando chegou,
era uma "mãe completa". Então ela percebeu como seu personagem influenciava a relação
com o filho, entendeu e se colocou em discussão. Iniciou um processo de psicoterapia e
frequentou o programa SAT; trabalhou todo o aspecto de entrega e confiança. Controlar
cada coisa não ajuda. Ele começou a confiar até mesmo naqueles que não conhecia. Ele
entendia, aliás, que não importava que as pessoas fossem mais ou menos “competentes”
para se relacionar com eles. Também para outros E1s sociais,
evidente. Ela percebeu, acima de tudo, que não era preciso ser perfeita para amar a si mesma, e que
nem o marido e o filho precisavam ser perfeitos para ela amá-los. Hoje, ele ainda tem objetivos: quer
desenvolver a gratidão, aceitar ainda mais os outros e fazer dele todo tipo de prazer, não apenas o que
ele merece. Quer aprender a ter pessoas mais próximas e a ser mãe, vivendo a velhice sem sempre
buscar um sentido: o que vale. Deixe as coisas fluírem por si mesmas, aceitando-as como são, e pare de
pensar: "O que devo fazer?" tentando programá-lo e descobrir tudo. Recentemente, ela teve um grande
sentimento de gratidão por uma pessoa que a ajudou em um momento difícil. Ele me disse alguns dias
depois da entrevista. Um sentimento para o qual nunca havia deixado espaço; era como admitir que
precisava do outro, que não podia t. Ele sentiu felicidade e libertação. Ele finalmente foi capaz de
reconhecer o absurdo da reivindicação de nunca confiar no outro. E ele finalmente foi capaz de dizer
obrigado.

M. tem como projeto sobretudo o amor de casal (como B.); ele quer desenvolver erotismo
prazer - sempre negligenciado - do qual ele sente falta hoje. No Programa SAT descobriu a
meditação e nela encontra hoje a “energia” aliada a um sentimento de gratidão e
compaixão. Ela também tem a intuição de que o sentido da vida é algo sutil, é
―vibração‖, e essas são as experiências nas quais ela se sente envolvida hoje. A prática espiritual
representa o único antídoto para o que ele chama de "cansaço de existir", e graças a ela está
aprendendo a ser confiante. Sua aspiração é ser uma mãe serena e realizar-se no trabalho em que
acredita: ajudar o próximo.

L. havia decidido muito cedo que para se salvar ele tinha que saber, saber. Ele fez isso até que
chegou à arrogância: "Eu sei". Ele fez muitos esforços para ganhar a vida. Ele teve que provar que
era o responsável (ele foi solicitado a fazê-lo desde pequeno). Mas aí ele exagerou... Tentou demais,
sem pausa. Tem sido uma conquista aceitar que as coisas são como são e que tudo bem se render.
Hoje, dá mais espaço ao desejo e escolhe cada vez mais fazer o que quer. Ele descobriu o amor
erótico. Ele sente prazer nas coisas naturais e simples: "o ar, as pessoas..." Sua aspiração é
substituir o prazer pelo dever. Ele está admirando o conhecimento e não se importa mais em
ensinar os outros para obter reconhecimento. Ele quer entender. Ele olha para o divino, para o
superior, e entende que as coisas são perfeitas exatamente como são. Não há necessidade de
alterá-los.

Uma transformação significativa de O. foi reconhecer que a rejeição dos outros

tem a ver com sua própria rejeição de si mesmo. Além disso, percebeu que havia
buscado na afetividade homossexual “o cuidado do pai que nunca tive, e da forma que
precisava”. procure o amor do pai”. Finalmente, ele ousou se entregar à atração sexual
por uma mulher.

Para E., diminuiu a tendência de educar e convencer os outros de suas razões. Muito focada nas
suas próprias convicções, apenas recentemente, e já na meia-idade, está a aprender a ser mais tolerante
e a aceitar que as pessoas possam ter outras características, ser diferentes daquilo que teimosamente
quer ver.
 U. quer ser mais espontâneo, dar-se a conhecer expressando-se mais
livremente, e ele quer jogar. Ela passa a falar de si mesma e gostaria de se sentir mais livre para se
mostrar nos grupos dos quais participa. Comprometida com a luta contra a injustiça, sente a
necessidade de dar mais espaço à criança erótica, aberta, alegre, despreocupada. Ele quer dar mais valor
às emoções, ao sentimento e busca a espiritualidade.

Quanto ao meu próprio processo de transformação, ele ocorreu gradualmente e

em diferentes circunstâncias. Partindo do desafio do adolescente que não quer mais ser a
criança boa, frágil e retraída, enfrentei meus pares e busquei um lugar que fosse meu.
Além disso, sou auxiliado pelo teatro, expressão criativa, improvisação. Ser capaz de
experimentar diferentes papéis e trabalhar em grupo. O teatro é um antídoto para a
vergonha, mas acima de tudo algo que escolhi e gosto além do que os meus pais
esperavam, e acabou por se tornar uma profissão. Os amigos do bairro e do centro social
têm sido muito importantes porque foi lá que me abri para relacionamentos e aprendi a
gerir as atividades a partir de um modelo de montagem e colaboração. Ali eu tinha uma
sensação de pertencimento. Mais tarde, veio o encontro com a terapia Gestalt,

Tem sido fundamental ser analista transacional, completando assim toda a minha carreira.
Esta escola me deu clareza e estrutura, mesmo no trabalho, ingredientes que integrei para
completar a experiência da Gestalt. Além disso, foi fundamental o encontro com Claudio Naranjo,
que a partir de 1982 passou a ser uma presença constante em minha vida. Com ele, graças ao
Programa SAT e aos nossos encontros pessoais, vivi mudanças profundas e aprendi a integrar a
vida cotidiana com os níveis sutis de consciência. Meu desenvolvimento pessoal ocorre lentamente
e o percebo como um processo harmonioso em que os diferentes aspectos tendem a formar um
todo unitário. Com Claudio Naranjo aprendi a sentir gratidão; Aprendi a ver os fenômenos da vida
de diferentes pontos de vista; e alimentei a confiança no crescimento e na transformação. Sempre
fui movido por sua fé na transformação. Na verdade eu também tinha, mas com ele foi reforçado.

Acredito que tudo o que expus até aqui nestas linhas constitui um conjunto de
fatores importantes que caracterizam o caminho de transformação do E social, que diante de sua própria
frieza e rigidez necessita de um acolhimento amoroso, bem como de ser valorizado por sua capacidade
porque não se reconhece. Ele precisa redimensionar as críticas e o julgamento negativo que faz de si
mesmo e que depois se refletem no mundo. Há também o aspecto central que ocupa a experiência
espiritual, por muito tempo pouco sentida, mas que aos poucos se tornou algo muito importante.
Encontrei-o fora da minha tradição - católica - no budismo de Riverside, através de Namkai Norbu
Rinpoche - a quem considero meu primeiro e principal professor - e depois no modelo e na pessoa de
Claudio Naranjo. Os ensinamentos espirituais me deram mais leveza para enfrentar a vida e mais amor
altruísta, dois fatores que considero muito importantes para a transformação da vida social. A
espiritualidade me ajudou a abandonar desejos perfeccionistas e idealismos inúteis. O amor altruísta me
leva a ser menos exigente e mais benevolente em relação aos outros.
Ouça as mudanças

No que diz respeito aos meus pais, eu admirei meu pai e depois o confrontei. Aprendi a amá-lo
quando ele era velho, com sua fraqueza e fragilidade. Eu não era mais o homem que idealizei nos
meus primeiros anos. Ele era humano. Poder aceitá-lo tão diferente da imagem infantil que eu tinha
dele me permitiu uma aceitação maior da minha fragilidade e dos meus limites, podendo mostrá-
los. Chegou o momento em que pude dizer “não sei” e declarar minha ignorância sem me sentir
inadequada.

Comecei tarde a apreciar minha mãe. Ela sempre rejeitou seu medo e foi muito bom
reconhecê-la por suas formas de coragem - que eu não via - pela generosidade com que sempre
sustentou a família e por sua capacidade amorosa. Depois veio minha própria família. Minhas
crianças. Com eles descobri a ternura, a capacidade de cuidar e brincar. Já joguei com eles. Eles se
tornaram um importante ponto de referência para mim – eu nunca teria imaginado isso. Eu os tive
tarde e não me sentia pronto para ser pai. E, em vez disso, cuidei deles e gostei deles. Foi uma
grande transformação. Eu os levava comigo mesmo quando trabalhava. Desde pequenos eles
vinham comigo e com a mãe deles para os cursos do Programa SAT na Espanha e éramos, todos,
um símbolo para os participantes. Isso é o que eles nos disseram. Mais tarde, graças à minha
profissão de terapeuta, aprendi a respeitar os outros — não com o respeito formal que sempre tive,
mas com respeito pelas pessoas além do que considero seus limites, a rejeição que recebo ou a não
simpatia (uma princípio do amor altruísta). Hoje, mesmo quando expresso meu desconforto ou
raiva, o faço por comportamento, não desvalorizo nem ofendo a pessoa, mesmo quando há
confronto. Trabalhar com pacientes e alunos tem sido uma grande escola, e o que aprendi com eles
derramei na vida, no dia a dia. No campo terapêutico prefiro um tipo de trabalho que vá ao fundo,
mas ao mesmo tempo aprendi a dar diretamente, no imediato, mais permissões e mais liberdades
para que sejam vividas agora. Eu digo “está tudo bem assim” cada vez com mais frequência. Eu rio
da ideia de poder fazer mais e melhor. Tudo bem assim. Já não procuro tanto a perfeição. Na
terapia, gosto de brincar e provocar no bom sentido. Costumo usar ironia, metáfora, paradoxo e
me divertir (principalmente no Teatro Transformador
— outro presente de Claudio Naranjo, que me deu a ideia e me estimulou a realizá-la). O teatro é um
trabalho terapêutico no qual desenvolvi a criatividade e muita intuição. Minhas partes mais escondidas e
dormentes surgiram. Deixo-me guiar pelas sensações, estados emocionais e uma grande vontade de ver
a transformação das pessoas; e isso acontece, às vezes de forma totalmente inesperada e em pouco
tempo. estimulo a sua vitalidade e gosto do que faço; Estou maravilhado com o que emerge. Finalmente,
eu me reconheço. Às vezes eu me torno um palhaço, um bobo, um sedutor e outros personagens junto
com os outros atores. Vivo muitas sensações e me sinto livre para me expressar sem pudor ou pudor, e a
permissão que me dou também a eles, aos meus atores. Obviamente, o truque do teatro me ajuda.

E então...
 E depois há a vida e as adversidades — por vezes improvisadas — que ela nos traz. Como nunca
antes, sinto-me uma pessoa que vive um dia. Não é literal o que estou dizendo, mas faz sentido. Viver em
dia é permitir que as coisas aconteçam sem controle constante. Que as perspectivas e os projetos
tenham tempo para se organizar — mesmo sozinhos — e tomar uma forma que aos poucos vai se
definindo. Isso significa para mim me abrir e me render ao imprevisto. A fórmula que uso desde alguns
anos para esta parte comigo mesma em momentos de estresse é: "Consiga o que deseja para chegar lá".
Tal frase tornou-se um grande antídoto para o esforço e a pretensão de querer aperfeiçoar a minha
pessoa e o mundo. Na maioria das vezes eu sorrio e sinto paz, e nos momentos de maior entrega posso
rir e brincar com as coisas estranhas que eu mesmo digo ou faço. Não me importo se às vezes posso
parecer superficial ou ridículo; Custa muito ser sempre sério, capaz e inteligente. Agora é muito gostoso
“trabalhar” e descobrir que ninguém me critica, é mais, eu gosto e também sou legal. Cada vez mais o
napolitano é mostrado escondido atrás da máscara do inglês, metáfora com a qual me apresentei há
muitos anos em um seminário dirigido por Claudio Naranjo, e gosto de usar a linguagem colorida da
minha cidade. Há algum tempo meu humor vem mudando e passo rapidamente da seriedade para a
alegria ou súbitos acessos de raiva que são rapidamente reabsorvidos. O controle diminuiu muito e me
sinto em um momento de mudança. Mudar ainda? E o que? Não sei... Talvez pouco e talvez insignificante.
Mas para mim tem a ver com me sentir vivo. Em geral, sinto-me mais em paz com a vida e, como disse,
com uma profunda capacidade de compreensão e respeito pelos outros. Gosto de buscar as motivações
das pessoas que me machucam ou me machucam. Não penso no mal, quero saber seus motivos. Não
gosto de romper relacionamentos. A maior conquista é que começo a colher os frutos da minha prática
meditativa e isso também passa por uma maior aceitação quando não a faço bem. Se antes eu achava
que tinha que ser perfeito para ser reconhecido e fazer parte deste mundo, hoje posso dizer: "Que
presente não ser; para poder crescer e aproveitar a vida!" Nos últimos anos, meu pensamento tornou-se
volátil. Às vezes perco o fio do que estou dizendo ou esqueço; Eu me sinto perdido e então,., então digo a
mim mesmo que está tudo bem assim, não importa, relaxo e talvez eu rio. Se eu tivesse que dizer o que
há para fazer sobre a minha transformação, a lista seria muito longa. Mas há uma coisa que me chamou
particularmente a atenção. Recentemente, um terapeuta que eu tanto aprecio me disse: “Proteja-se um
pouco, apoie-se um pouco”.

Um exemplo concreto

Em meados de 2007, depois de uma dura experiência que durou algum tempo (uma separação
improvisada e imprevista enquanto vivia o que me pareceu um renascimento, e enquanto eu estava
mesmo reorganizando emocionalmente minha vida com um novo parceiro), vivi novamente um evento
traumático : descobri que precisava de uma cirurgia cardíaca para trocar uma válvula que estava na
aorta desde 1977. pois estava arruinada. Era urgente. Minha vida estava em jogo. Foi-me dito claramente
que o risco era elevado dada a idade e tratando-se de um órgão já operado. Gostei do cirurgião que me
indicaram. E eu me rendi. Hoje sinto muita gratidão por ele. Durante o tempo decorrido entre o
diagnóstico e a operação, desenvolvi todas as minhas atividades. No fundo, ele estava confiante e quase
não acreditou; Senti-me sereno, embora às vezes tivesse medo e pensasse
sobre uma possível morte. Eu tinha compromissos de trabalho e não queria abrir mão deles. Preparei tudo o
que precisava e viajei para voltar poucos dias antes da operação. Conversei com amigos e também
desconhecidos sobre a experiência que teria pouco tempo depois. Ao fazê-lo, fiquei impressionado com a falta
de relutância. Não me sentia uma inválida — como anos antes, quando me envergonhava de saber do meu
defeito de nascença: uma deficiência cujo segredo era preciso guardar. Fiz uma cirurgia nos primeiros dias de
junho e sofri, naturalmente. Eu tinha meus entes queridos ao meu redor e os deixava cuidar de mim, mesmo
que eu fosse caprichoso. A recuperação pós-operatória foi rápida e não tive nenhuma complicação — o que
não foi excluído. Os médicos ficaram muito satisfeitos. Também atribuí esse resultado tão positivo a algumas
práticas de meditação e a uma energia vital diferente. Quão diferente da experiência anterior em que, mesmo
quando eu era mais jovem, minha vida foi efetivamente colocada em risco com uma pneumonia viral (por
contágio na sala de cirurgia), dores no peito fortíssimas por meses e um estado depressivo profundo. Agora
nada disso estava acontecendo. Depois de alguns dias eu estava de pé e já pensando na próxima viagem para
participar de um curso do Programa SAT.
― Muito cedo,‖ os médicos me disseram; mas meu caráter superou e depois de um mês me encontrei em Sevilha, abrigado apesar do calor para não correr o risco de esfriar devido às correntes de ar.

Enquanto escrevo isso, sorrio. Esses tipos de riscos, que ainda corro, têm a ver com inconsciência? Loucura? Eu tinha que ir para Sevilha? Claro que agi sob a influência do meu personagem, mas esse

trabalho me dá um sentido, um entusiasmo, e mesmo assim não quero desistir. Ainda assim, junto com essas formas características, há aspectos novos nessa situação, e os considero como parte de

uma mudança profunda. Essa experiência foi imbuída de uma sutil aceitação e serenidade até então desconhecida para mim diante de um acontecimento tão importante. Voltando tão rapidamente

ao trabalho — lá em Sevilha — levei comigo os limites físicos e psicológicos da convalescença num ambiente em que tinha um papel relevante e cuidava do desconforto alheio. Não me escondi, era

frágil, pelo que era naquela época, e fiz um trabalho terapêutico particularmente profundo. Nos meses seguintes mantive esta atitude descontraída e aumentou ainda mais a minha vontade de rir e a

vontade de leveza que também trazia para a minha família. Os traços de caráter dominantes não desapareceram. Sempre fui um raivoso desajustado, mas hoje posso passar muito rapidamente de

um estado de exigência e impulso reformador para um estado de aceitação e tranquilidade. E isso faz uma grande diferença para mim. pelo que eu era na época, e realizei um trabalho terapêutico

particularmente profundo. Nos meses seguintes mantive esta atitude descontraída e aumentou ainda mais a minha vontade de rir e a vontade de leveza que também trazia para a minha família. Os

traços de caráter dominantes não desapareceram. Sempre fui um raivoso desajustado, mas hoje posso passar muito rapidamente de um estado de exigência e impulso reformador para um estado de

aceitação e tranquilidade. E isso faz uma grande diferença para mim. pelo que eu era na época, e realizei um trabalho terapêutico particularmente profundo. Nos meses seguintes mantive esta atitude

descontraída e aumentou ainda mais a minha vontade de rir e a vontade de leveza que também trazia para a minha família. Os traços de caráter dominantes não desapareceram. Sempre fui um

raivoso desajustado, mas hoje posso passar muito rapidamente de um estado de exigência e impulso reformador para um estado de aceitação e tranquilidade. E isso faz uma grande diferença para

mim. mas hoje posso passar muito rapidamente de um estado de exigência e impulso reformador para um estado de aceitação e tranquilidade. E isso faz uma grande diferença para mim. mas hoje

posso passar muito rapidamente de um estado de exigência e impulso reformador para um estado de aceitação e tranquilidade. E isso faz uma grande diferença para mim.
 E1 Sexual – Veemência/Zelo

Oscar Ichazo usou o substantivo espanholvioloncelo (zelo)em referência à paixão característica do

sexual, e esta é uma palavra que tem um duplo significado. Ao falar de um animal no cio (isto é, na
fase do estro), a palavra denota grande excitação sexual; Em referência à personalidade, quando
falamos em fazer as coisas com zelo, queremos dizer algo semelhante a cuidado, cuidado,
dedicação ou fervor. Assim, entende-se que o calor, em seu sentido mais amplo, é algo análogo à
intensidade com que o animal no cio busca o objeto de seu instinto.

Diríamos que um E1 sexual é caracterizado por uma intensidade especial de seus desejos que os torna
urgentes, veementes. Se quisermos entender por que a raiva na esfera sexual resulta nesse ciúme, podemos
dizer que a raiva potencializa o desejo emprestando-lhe sua agressividade. Em outras palavras, a raiva dá a
qualquer desejo uma força e intensidade especiais, de modo que a pessoa se sente não apenas fortemente
atraída por sua satisfação, mas se sente com direito a ela.

O resultado é um tipo que se caracteriza por um forte espírito de dominação e conquista. Vou
explicar com um comportamento coletivo: quando as minas de esmeraldas ou diamantes na África do
Sul eram exploradas apenas por europeus, muitos objetavam que isso não era justo, já que tais riquezas
pertenciam aos africanos. No entanto, muitas pessoas – completamente convencidas – responderam: “o
que isso vai fazer de bom para eles? Eles não têm cultura!” E parecia-lhes óbvio que eram os europeus a
quem pertenciam os diamantes em vista de seu caráter civilizado – o que contrastava com o suposto
bárbaropersonagem doprimitivos.

O mesmo aconteceu com os conquistadores espanhóis, que em nome de seu próprio

imperador cristão se sentiram autorizados a tirar o ouro dos astecas ou dos incas.

Da mesma forma, algumas pessoas se sentem com mais direito do que seus vizinhos às coisas boas da vida,
para a satisfação dos seus desejos ou mesmo para um comportamento explorador. E nisso não há
apenas veemência de desejos, mas uma convicção ilusória e desculpatória de que essa satisfação
justifica atos agressivos.

Um jovem de um de meus grupos explicou que, quando tinha cerca de seis anos, gostava de
colocar o pênis entre as nádegas de sua irmã. Sua mãe lhe disse: “Não! Não faça isso!” E ele
respondeu: “Por que não?”

Nunca antes ouvi tal anedota de um garotinho: “Por que não?”

Porque vivemos em uma cultura suficientemente repressiva para que seja comum que, quando
os filhos são repreendidos pelos pais por atividades sexuais, experimentem isso como uma vergonha e,
às vezes, até com uma culpa que deixa marcas traumáticas. Para um sexual, no entanto, a força
do impulso é suficiente para a pessoa - como no caso do eneatipo lascivo - estar mais disposta
a questionar a censura da autoridade do que a força de seu desejo.

A transformação no sexual E1 de Isabel Herrara

Vou começar dizendo que sou o primeiro a me surpreender com tudo que meu processo de autoconhecimento
está me trazendo. Parto de um total desconhecimento ou falta de expectativa de onde estou indo nessa
transformação... Resumindo, diria que olhando para a máscara do meu personagem tudo o mais está por vir.
Hoje posso dizer que me sinto serena comigo mesma e com o mundo.

Embora eu seja e seja considerado generoso, sempre fui seletivo quando se

trata de ser generoso com os outros, tanto material quanto emocionalmente, embora
essa generosidade fosse bastante impulsionada ou dirigida pelo corpo; Quero dizer
com isso que eu não tinha e não tenho um padrão sobre o qual me apoiar, mas a
generosidade foi dada quer meu impulso intuitivo do corpo me levasse a isso ou não.
Com crianças, adultos, pessoas com algum tipo de deficiência, animais e plantas,
sempre me senti disponível e generoso; é como proteger a vida dos mais vulneráveis.
Agora a minha vida afetiva é mais atenta e menos exigente, mais terna e calorosa
explicitamente, já que antes só acontecia na intimidade do meu lar e na amizade. Há
ainda o reconhecimento da liberdade do outro, bem como a valorização da minha
própria liberdade,

Materialmente, a mudança mais significativa é dar-me mais tempo para mim e para as minhas
necessidades, estando menos atento às necessidades dos outros, pois tinha tendência para cuidar dos outros
esquecendo-me por vezes das minhas necessidades. Por outro lado, meus desejos foram reduzidos a quase
nada: é como descobrir que preciso cada vez menos para viver e, a partir dessa simplicidade, viver com mais
serenidade e harmonia comigo mesmo e com o meio ambiente. Com menos necessidade, também há menos
autoexigência e exigência para com os outros. Tenho até o suficiente para compartilhar e distribuir, quase
como se pudesse viver do ar...

Antes, minha generosidade consistia em dar a quem eu achava que precisava e o que
acreditava poder dar a ele; Eu era empático, embora minha empatia fosse filtrada pelo ideológico.
Agora sou mais espontânea e me sinto mais compassiva, mais vivida com o que é dado no
momento.

Lembro-me que quando tinha uns dezoito anos, disse a uma amiga do grupo de
bairro: “Gosto de como sou, mas me falta serenidade”.

Uma sensação bem nítida que costumo sentir no corpo — e mais especificamente na barriga
— é o de um impulso ígneo que busca uma saída, que quer se expandir para fora e o faz também pelos
pés e pelas mãos. Sinto uma grande vitalidade que tem duas faces dependendo das circunstâncias: uma,
lúdica, que se expressa através do esporte, da dança, da sensualidade erótica ou sexual,
brincadeira, entusiasmo, humor e riso ou o que chamo de “as representações do prazer do movimento”.
A outra, a raiva agressiva, aparece principalmente quando sinto que algo ou alguém está ultrapassando
meus limites ou pode de alguma forma atacar minha integridade. É de curta duração e de grande
intensidade: é como mostrar os dentes marcando a distância. Uma imagem que me é familiar nos
felinos, os meus animais preferidos.

Essa raiva raramente era dada, mas é devastadora. Palavras ofensivas podem sair da minha
boca que podem fazer os outros se sentirem uma merda. Aí me passava, eu pedia desculpas e a
discussão podia continuar normalmente, e eu podia até fazer as pazes mesmo que houvesse
desacordo.

A falta de serenidade tem a ver com aquele impulso ardente, com sentir que estava com raiva,
que não a controlava, e com perceber como poderia passar de um extremo ao outro em pouco tempo.
Isso, além disso, confundia e desorientava as pessoas ao meu redor, e eu sentia como isso as
machucava, o que me fazia sofrer também. A única sorte é que não durou muito tempo.

No SAT 2 pude descobrir que ao nascer me apaixonei pelo mundo, pela luz, pela vida, mas a
rejeição do meu pai por não ser criança e os maus tratos e a raiva com ele me fizeram desconfiar das
pessoas, embora não da vida. Encontrar a chave desse entendimento me levou à harmonia que a
confiança na vida e nas pessoas dá.

A serenidade passa agora por ter conquistado as minhas entranhas e por me deixar levar
pela confiança, por não me sentir tão polarizado os meus dois extremos, embora saiba onde e
como ir visitá-los, pois são-me muito familiares e continuam a viver em meu corpo. Eles existem em
mim como uma memória corporal que me permite colocá-los a meu serviço, em vez de me colocar
a seu serviço. Sinto que com essa serenidade encontrei o que mais precisava, e de lá cheguei a
outros lugares antes inimagináveis para mim.

Não me esforço mais para empurrar o rio, apenas reconheço que não gostaria de viver outra
vida que não a minha. A atenção a esse segundo antes que o automatismo me dê a liberdade de escolha:
sinto-me livre.

Antes, minha forma de pensar era querer fazer o meu melhor, me exigindo e exigindo. Quando
não era esse o caso, a facilidade de crítica ou explosão de raiva era a ordem do dia. Achava que as
injustiças do mundo poderiam ser resolvidas se cada um fizesse um pouco da sua parte. Portanto,
quando me deparei com uma flagrante injustiça, automaticamente saltei para fora da agressividade e
enfrentei essa situação sem contemplação. Eu tinha a fantasia de que poderia melhorar o mundo, e
talvez alguma coisa que pudesse fazer, mas não de uma forma tão agressiva. Abordá-lo com uma atitude
mais amorosa e compassiva, ao mesmo tempo que firme, está me dando melhores resultados sem que
as pessoas se sintam atacadas. Embora isso não signifique que em alguma ocasião ele não tenha
colocado conscientemente em jogo essa agressividade.
 Como eu disse, acho que venci minhas entranhas, que é onde sinto a agressividade, a raiva que
não me dirige mais. Já faz algum tempo (desde o SAT i, em 2003) que o vulcão não entra em erupção
(para a tranquilidade de todos). Também deixo mais espaço para as minhas emoções, aquelas que na
infância me ensinaram a não demonstrar por serem consideradas sinal de fraqueza, tristeza,
vulnerabilidade, dor... Esse sentimento, a dor, é o que ainda tenho dificuldade em mostrar publicamente,
mas agora, quando aparece, aí eu deixo, antes de quem quer que seja. O paradoxo é que minhas
reações impulsivas foram muito reduzidas, de modo que meus humores e humores emocionais são mais
equilibrados, têm poucas oscilações e são menos intensos do que no passado. Eu diria que diminuindo a
intensidade da esfera instintiva sexual, os outros dois instintos teriam sido equilibrados, especialmente o
conservador (o mais deficiente em mim), e no processo tenho estado mais ligado ao emocional. Eu
poderia descrever meu sentimento como se o forte potencial energético da vontade tivesse subido ao
coração, permeando todas as outras esferas daquela ternura de coração que sei que tenho.

A relação com meu pai, um E8, foi uma verdadeira batalha. Senti uma necessidade de confrontá-
lo sobre qualquer coisa. Em vez disso, com minha mãe e meus irmãos, desenvolvi um vínculo protetor
para defendê-los de um pai e marido abusivos. Minha mãe, uma E3, não era muito levada em conta, pois
julgava negativamente sua passividade e sua vivência pelos outros.

Com meus irmãos a relação ficou distante, embora ainda sinta um carinho muito
grande por eles. Cada um de nós vive por e para suas próprias famílias, e não parece que
haverá qualquer mudança entre nós. Em vez disso, com meus pais, o relacionamento se
tornou mais próximo, mais caloroso e menos conflituoso. Eu cuido mais deles do que dos
meus irmãos, porque embora tenhamos conversado sobre isso, eles não estão dispostos a
desistir do ressentimento que sentem em relação ao nosso pai. Não os julgo por isso, mas
os entendo. Se cuido dos meus pais é porque quero fazê-lo, e faço-o por um sentimento
compassivo de acompanhamento, sem querer mudar nada. Eles gostam e gostam de levá-
los a lugares onde nunca estiveram, e irei visitá-los com frequência, dedicando tempo a
eles sempre que posso. Eu gosto de cuidar deles.

Durante vinte anos vivi uma relação com o pai da minha filha. Depois fiquei viúva e
depois tive vários relacionamentos de três, dois e um ano. Agora, não tenho nenhuma
intimidade sexual com um homem há cinco anos.

Na meditação, senti necessidade de solidão e silêncio, e é nisso que ainda estou. Nessa
solidão nunca me senti sozinho ou deprimido, pelo contrário, sinto-me mais parte do mundo e da
humanidade do que nunca; Tem sido e está sendo de grande riqueza me descobrir na intimidade
profunda da meditação, vivenciando a energia sutil do meu corpo, o silêncio da mente e o barulho
do mundo. É curioso descobrir como é difícil entrar nesse silêncio interior quando se vive em um
mundo tão superestimulante e barulhento.
 A partir dessa quietude, meu ser no mundo é mais sólido e firme, ao mesmo tempo quente e
terno, e também mais sereno e alegre. Perdi o desejo, tanto sexual quanto de outras coisas, e me
surpreendeu como mulher até não querer se sentir desejada. Lembro que uma vez o Claudio disse que
para deixar uma coisa era preciso ter experimentado ou vivido primeiro. Acho que é isso que tenho feito:
viver minha sexualidade de forma intensa e lúdica. E agora cheguei a uma grande paz, depois de tudo
que aprendi nesse caminho e em outros.

Todo o meu tempo é para mim e posso dedicá-lo a ser útil aos outros, que é o meu verdadeiro
impulso. Minha rendição não é ao homem, mas à vida.

A energia paterna mais exigente e crítica não empurra mais; surgiu o amor admirador e
devocional, que inicialmente foi representado em Cláudio e depois se expandiu naquele mistério
que nos sustenta a todos e a tudo, rumo ao divino e sagrado que está em cada um de nós e na
natureza como expressão de beleza sublime. Isso faz com que o respeito que tenho pela vida e por
todas as coisas tenha uma conotação mais profunda e sutil. Deixei de lutar e rejeitar um deus que
se parecia com meu pai para me sentir parte dessa divindade.

A energia filial se expressa de forma menos erótico-sexual e mais sensual, e está mais ligada a
todos os sentidos, e também com a intuição e com uma alegria risonha que tem a ver com a
redescoberta da minha capacidade de maravilhamento com as formas mais simples e coisas mais
cotidianas, como uma menina que descobre algo pela primeira vez, com a diferença de que não é a
primeira vez, embora seja sempre diferente. Lamento ter descoberto a surpresa que guarda cada
momento, a riqueza da impermanência. Também descobri que consigo levar o jogo até à forma como
me relaciono com os outros, e surpreendo na espontaneidade do momento.

O amor materno está relacionado ao vínculo com a terra e o corpo. A partir daí é mais fácil
para mim sentir forças para aguentar o que vier, aconteça o que acontecer, com ternura, confiança
e até humor, confiando e sentindo a alegria da vida, que me é tão familiar. É uma energia carinhosa
e nutritiva do acompanhamento.

Antes eu vivia minhas relações sociais e pessoais com mais necessidade de ser visto. A
verdade é que os do meu traço não passam despercebidos, mas agora isso já não importa: o
desapego pode ter um aspecto saudável e positivo, e é a facilidade de deixar ir que nos atrapalha.
Acho que tem sido o meu caso, passando a vivenciar o desapego. Não tenho uma agenda cheia de
pendências como antes; por muito tempo, deixo o dia fluir e assim tenho o tempo necessário para o
que aparece. É uma experiência muito gratificante porque há espaço para a espontaneidade e cada
dia parece diferente sem fazer nada de especial para isso. Meus amigos me surpreenderam ao me
definir como uma pessoa alegre, generosa, calorosa, terna, nada rancorosa e com muito humor.

Antes, nas minhas relações pessoais predominavam os homens e há cerca de dez anos predominam as
mulheres. Em geral, sinto-me muito próximo deles e existe um vínculo de cooperação, cumplicidade e fraternidade.
Ultimamente, tenho me relacionado muito com as mulheres E4, as quais tenho conseguido apoiar sem
julgando ou exigindo e foram capazes de se apoiar em mim. Existem também alguns E9s e até
alguns E1 sexuais que se sentem bem e confortáveis comigo, e eu com eles e eles. Devo dizer que
a reflexão sobre a violência me fez pensar sobre alguns mal-entendidos que existem na sociedade a
respeito dela. Também sinto empatia e apoio as mulheres.

Anteriormente, a desconfiança estava mais ligada às pessoas. Acho que o comando do papai: “Tem
que tomar cuidado, que as pessoas são muito ruins”, estava muito presente, a começar por ele mesmo, que
era uma pessoa violenta e ninguém estava seguro perto dele. Sempre confiei na vida, pois desde muito jovem
me relacionei com a natureza e os animais. Tenho sentido pouca culpa, porque levar uma vida dupla era uma
forma de transgredir as regras e o fazia sem medo, como forma de me safar, de quebrar o imperativo do pai
levando meu diabinho para passear.

Aprendi cedo a perder o medo do meu pai, me reconhecia forte desde os seis anos. Mas
isso também me fez correr perigo várias vezes, mas não por imprudência. Eu diria que o
aspecto que mais mudou foi o da desconfiança, já que agora não me defendo nem pretendo
mudar ninguém nem nada, mas entendi que cada um segue seu caminho e faz o que pode,
como pode e quando podem. Eu vi o que está em mim nos outros, e os outros em mim. Eu
diria que o traço e o subtipo se suavizaram de maneira geral: meu caráter está menos
consistente, como se os contornos tivessem sido borrados. Agora eu digo que meu traço é E1
sexual descafeinado.

O traço de preocupação não é familiar para mim: já ouvi isso aplicado a E1, mas não sinto
que seja meu. Explico: dos oito aos dezesseis anos fiz ginástica competitiva, depois esportes de
risco como alta montanha, escalada, espeleologia, mergulho, etc. O foco era o aqui e agora e a
respiração, que para mim era muito natural . Por isso talvez eu tenha confiado no impulso corporal,
me deixado levar pelo que o corpo aconselhava na época. Dar um passo, não ficar ali ruminando
onde, sempre foi meu jeito de fazer as coisas. Eu diria que o próprio passo marca a direção em
direção a um objetivo, mesmo que você não saiba o que é.

Às vezes, minha experiência tem sido encontrar uma solução para um problema da seguinte forma:
quero tirar meu marido da prisão (onde ele está por motivos políticos), sei qual é o objetivo e o caminho que
faço enquanto caminho. Envolvo todos e todas as pessoas, organizações e instituições que podem fazer
alguma coisa, não me importa se não são da mesma ideologia, se tenho que visitar o Procurador-Geral do
Tribunal Nacional de Madrid ou o Ministro da Justiça de o país: eu faço isso. E se no mesmo esforço outros
podem se beneficiar, então é feita uma lista com todos eles. E correu bem. Dos seis envolvidos, todos
obtiveram algum tipo de indulto; mais meu marido.

Ao longo do caminho dei passos que não prosperaram e houve outros que quiseram levar o
crédito, mas isso não me desanimou nem me fez dar muitas voltas na cabeça repetidas vezes sobre
a mesma coisa.

Nesse aspecto, o antes e o depois não mudou muito. Ainda que essa impulsividade tenha sido
amenizada, a exigência de que as coisas saiam, e rápido, e o empurrão em decorrência da demanda.
 A vida de antes era vivê-la, explorá-la e querer que todos vivamos melhor, com menos injustiças
e desigualdades, por isso aderi desde muito jovem a atividades políticas clandestinas contra o
franquismo. Antes, o mistério estava na morte, o que há além da vida? Hoje, a vida é para mim aquele
grande mistério que nos penetra e que não sabemos, independentemente do que diga a ciência, e a ele
me entrego, tentando explorar alguns dos seus caminhos inescrutáveis que me aproximaram do divino.

Outro elemento importante da transformação tem sido o uso da agressividade e da

capacidade de confronto na tarefa de ajudar o outro. O fato é que tanto uma coisa quanto a outra
em geral são muito reprimidas e confusas. Há também neste personagem uma grande capacidade
de passar de um extremo ao outro das polaridades e que podemos colocar em jogo no trabalho
terapêutico. Nossa força e determinação podem estar a serviço de acompanhar e conter,
principalmente em trabalhos terapêuticos com eneatipos fortes como E8 ou sexual E6.

No processo de transformação, a agressividade raivosa de E1 sexual é transformada em

determinação com calor e também em aceitação; julgamento e crítica, na aceitação; o controle, na
consciência de que controlar é uma ilusão (e isso acaba gerando uma transformação do controle
em espontaneidade); veemência, em substituição; zelo, amor de coração; idealismo, na compaixão
amorosa. Descobri um genuíno espírito indomável que acredito estar ligado ao que em sonho me
apareceu como o espírito da menina que para sobreviver fez um pacto com o potencial guerreiro
que havia nela para ocupar seu lugar no mundo.

Outra contribuição que podemos dar ao E1 que nos dedicamos à ajuda terapêutica é
trabalhar a partir do corpóreo e do sensual, dos sentidos e do erotismo: a partir de nosso próprio
conhecimento podemos acompanhar o outro em sua auto-exploração. Eu chamo isso de olhar da
águia, ou como a capacidade de ver falhas torna-se a capacidade de caçar momentos significativos
em laços, inter-relações e interdependências. Seria comparável a poder ver a floresta e as árvores
ao mesmo tempo.

Hoje sinto que a benevolência é genuína quando aparece; na verdade, se eles não me
fazem notar, eu nem sei quando sai. Eu sei que ambos os pólos se integraram em mim:
confronto e benevolência, que coexistem lado a lado. O perfeccionismo tornou-se uma
― está tudo bem comigo do jeito que está‖, e isso é uma pausa. Brincar com minhas camisas polo e
levá-las para passear como quem leva o diabinho para passear me faz rir e brilhar em meus olhos.
Aquela menina não perdeu a vontade de brincar ou ver as maravilhas do mundo.

"A um grande coração nenhuma ingratidão o fecha, nenhuma indiferença o cansa."

Leo Tolstoy

Comecei o trabalho terapêutico no telhado, ou seja, na análise dos sonhos profundos, há

cerca de seis anos. Na primeira ocasião, vi meu ressentimento, sua ligação com um pai violento e
com os abusos que sofri na infância. O ressentimento em relação ao meu parceiro morto, o
Traduzido do Inglês para o Português - www.onlinedoctranslator.com

luto inacabado, eu me perdoei e fui capaz de perdoá-lo, num processo que chamei de “A
Quadratura do Círculo”.

Ao ler ―Caráter e Neurose‖ me identifiquei de imediato, embora houvesse uma parte de E1

que eu não via em mim: era, claramente, pelas peculiaridades do meu subtipo, o sexual. Descobrir
o eneagrama como ferramenta de autoconhecimento foi para mim a faísca que acendeu todo o
resto. Sempre fui um buscador de conhecimento e agora o encontrei. Surgiu então o desejo de
expandir a minha formação como terapeuta e comecei a formar-me em Corporal e Gestalt em 2001.

No SAT 1 (2003), mesmo com a perna quebrada, me entreguei ao trabalho. Descobrir a

manipulação de minha mãe foi muito doloroso e me fez vê-la com mais clareza, principalmente quando
ela tenta forçar minha vontade. Em relação ao meu pai, descobri também a força que está nas minhas
mãos e braços, de tanta agressividade acumulada ao longo dos anos, de querer retribuir cada golpe que
ele me deu. A contenção daquela fúria assassina atingiu todo o seu potencial; foi por pouco tempo,
embora muito intenso, e depois cantei com satisfação.

O bom veio depois, pois progressivamente minha agressividade foi diminuindo

consideravelmente: primeiro sinto minhas entranhas, depois vejo aquela virada em que digo a mim
mesmo: "ou mais do mesmo ou não". Não percebi o quanto havia mudado até o dia em que, durante
uma oficina de fim de semana, meu ex-parceiro (E4 sexual), que parecia muito zangado por eu não
conseguir me relacionar com ele novamente, jogou a água de uma jarra no meu. Vi tudo em câmera
lenta: estava sentado e olhava para a garrafa de vinho vazia na mesa à minha frente. Mas minhas
entranhas nem se mexeram. E entendi muito claramente que responder a ela era entrar no jogo dela. Eu
não fiz isso. Esta vívida anedota continua a me impressionar até hoje, pois em outro tempo ela teria
pulado na jugular dele, ou teria quebrado a garrafa na cabeça dele... Estou impressionado com a
capacidade do SAT de transformar as pessoas. Especialmente, ao gerar contato com o amor.

Pouco antes do SAT 1 entrei num processo de profunda tristeza, que não
respondia a nada em particular, embora não me impedisse de viver outras coisas.
Durou um ano e meio e foi o melhor aprendizado poder estar com o paciente estando
em mim. Ao longo do processo pude expor publicamente minha ternura, meu espírito
lúdico e lúdico, que às vezes desconcerta os pacientes e me diverte também. No SAT 2
descobri o grande amor que sinto pela vida. Meu compromisso é com a vida: sem esse
compromisso não há amor. Por isso sei que não sou de ninguém: sou do mundo, da
vida. No SAT 3 descobri que a rejeição do meu pai foi fruto de uma falta de jeito:
acreditar naquele privilégio masculino que confunde autoridade com poder, respeito
com domínio e amor com obediência,
O lugar da meditação na minha vida

É o lugar de onde deixo de ser ego, de onde sou sem ser o que me conheço. É pela meditação
que vejo claramente; Deixo de pensar/interpretar para simplesmente observar com os olhos
da menina curiosa que ainda tenho; a partir daí, o resto é gosto pela vida. Tudo sempre esteve
lá e ao mesmo tempo é sempre novo. Tudo é impermanente, felizmente eu também. Assim,
sou apenas um olhar que se reconhece vivo naquilo que me rodeia e na vibração do corpo e
com o universo. Também devo à meditação o desenvolvimento do aspecto intelectual; através
de insights, trouxe-me clareza e neutralidade. Desde o primeiro dia descobri a serenidade da
posição e a quietude da meditação e o prazer da atenção na respiração: é o menor movimento
do meu corpo! A serenidade da quietude me levou sem esforço a integrar pequenas mudanças
que vêm sozinhas. E eu apenas reconheço que não gostaria de viver outra vida além da minha.
A atenção a esse segundo antes do automatismo me dá a liberdade de escolher, me sinto livre.

Há dois anos, também consegui uma compreensão espiritual: a verdade é que não sei
explicar... Desde então, descobri o espírito em outras coisas. Há um ano e meio também preciso
buscar a solidão e o silêncio, a necessidade de introspecção e de estar comigo mesmo; Sinto uma
dor sutil e profunda, uma dor relacionada com a dor e o sofrimento do mundo, e o meu dentro
dele. A dor é a emoção que tenho mais dificuldade em demonstrar; agora sim, embora com
dificuldade. Meu ser é de presença e silêncio, e também minha dificuldade ou limitação com a
linguagem para expressar certas experiências me leva ao silêncio.

Agora estou saboreando:

- Que a origem não foi uma agressividade, mas uma determinação de viver e ocupar meu
lugar no mundo.
- O conhecimento do corpo à nascença desde o seu percurso até à extinção.

- Que quando chegaram ao mundo, a menina curiosa, o guerreiro bravo e

a velha com senso de humor já estavam juntos. A menina, para
sobreviver, fez um pacto com o guerreiro, que é quem a protege, embora
às vezes exceda suas funções.
- Que minha infância não foi sexualizada, mas sensualizada; Ainda tenho aquela
sensibilidade dos sentidos, principalmente no tato e na pele. A sexualidade era uma
forma sensualizada (com todos os sentidos) de liberar energia ou vitalidade — que é
- muita — de forma lúdica. E, claro, agradecer infinitamente o que a vida me traz, que me
dá muito e, por outro lado, preciso cada vez menos para viver.
 E1 Conservação (Autopreservação) – Preocupação

Ichazo ligouangústiaà paixão característica da única conservação. No entanto, ele preferiu usar a palavrapreocupar.
Pode-se dizer, de fato, que neste tipo de pessoa a preocupação é uma verdadeira paixão. E não é apenas o
comportamento que pode ser descrito como se preocupando demais - ou mesmo sentindo uma necessidade de se
preocupar - mas eles se preocupam com coisas que estão bem e, às vezes, estragam o que tocam tentando consertar
o que não precisa ser consertado. Essa necessidade de se preocupar pode ser entendida como uma necessidade
exagerada de previsão e de ter tudo sob controle, por sua vez motivada pelo medo de que sua sobrevivência ou
conservação seja ameaçada.

Na realidade, a imagem que ele tem de si mesmo é a de ser muito imperfeito e por isso sua atividade
se torna um aperfeiçoamento constante e obsessivo de si mesmo. Sua raiva, por outro lado, se esconde atrás
de uma benevolência amigável e uma atitude de serviço que não permite que sua raiva e ressentimento
transpareçam. Ou seja, transforma sua raiva em boa vontade.

A transformação na conservação E1 por Lluís Serra

“Não é difícil conceber que o questionamento possa ser mais criativo do que se ater a respostas feitas com
antecedência. A postura iconoclasta rejeita os símbolos e busca a fonte do significado além da forma. Se
uma postura iconoclasta moderada pode ser saudável mesmo diante de soluções válidas, quanto mais
diante de pseudo-soluções às quais nos apegamos para continuar dormindo tranquilos? Afinal, todos os
valores que amamos originalmente surgem da dúvida, da busca e até do desespero. A água que saciava a
sede de nossos ancestrais pode não ser a água de que precisamos hoje, deve ser encontrada novamente e
não pode ser armazenada”.

Cláudio Naranjo,“A única busca”, página 13

A perfeição, constituindo uma busca mecânica, é uma armadilha que impede alcançar exatamente o que
se busca. A raiva da conservação de E1, sendo tão controlada e reprimida, muitas vezes passa
despercebida. O controle da reação favorece essa falta de autoconsciência. A questão fundamental
aponta como deixar de ficar preso no círculo e no script egoico, ou seja, como acordar e como não
― continue a dormir em paz‖.

A conservação E1 acredita estar em pleno processo de transformação. Sua ânsia de

melhorar e seu esforço para melhorar a si mesmos parecem conter fortes doses de consciência.
Mais ainda. Sua opção pelo cumprimento do dever em detrimento do prazer o faz acreditar que
está no caminho certo. A consciência do ideal, o sacrifício para alcançá-lo, o juiz interno que
continuamente dita o bem e o mal, o sentimento de culpa que o acompanha, fazem-nos pensar que
tem tudo a seu favor. Essa é a armadilha que obnubila a consciência e a impede de perceber as
coisas. O perfeccionismo e a raiva ligados a ele são respostas mecânicas, roteiros pré-estabelecidos.
Não há liberdade, mas inflexibilidade. Não há amor, mas correção. Não há consciência, mas
controle. Não há essência senão o ego. Como ele pode ter
gastou todas as suas energias em favor da causa errada? Se a perfeição não for digna de ser buscada, não há
salvação possível. Se a preocupação e a angústia, que têm sido os termômetros que têm marcado a
temperatura do empenho pelo aperfeiçoamento pessoal, não funcionam, que outra alternativa cabe. Animais
ovíparos precisam quebrar a casca do ovo para viver sua vida e se desenvolver plenamente. A casca do ego, o
círculo egoico, como o círculo dos Yezids de Gurdjief, tem que ser quebrado. Portanto, o primeiro passo da
transformação envolve o despertar, a tomada de consciência dos mecanismos egóicos, o desencadeamento
das amarras que mantêm a pessoa presa em seu roteiro existencial. Mas como ocorre essa mudança, essa
consciência, esse despertar?

O despertar é traumático. O hábito de querer estar sempre certo e a rejeição sistemática da

realidade, que não se conforma com o padrão ideal de perfeição, dificultam o reconhecimento de
seu próprio mecanismo. Quando isso ocorre, a terra sob seus pés se abre e a pessoa é engolida
pelo abismo da aniquilação. Por outro lado, se o despertar causa trauma, o trauma causa o
despertar. Uma crise existencial, um rompimento amoroso, um colapso econômico, um fracasso no
emprego, o afundamento no desespero, uma experiência do limite servem para abalar o ego.
Perde-se o controle da situação, a exigência pessoal não dá retorno, o esforço é inoperante. Diante
da impossibilidade de administrar o próprio conflito, devemos abrir as portas da confiança nos
outros, sabendo que um professor e um terapeuta poderão ajudar, sem ser perfeitos, uma
abordagem que implica uma renúncia mais difícil do que parece. Deixe-se conduzir: “Quando você
era jovem, você mesmo se agarrava e ia onde queria, mas na velhice abrirá os braços e outro o
cingirá para levá-lo aonde não quer”. liberdade. Abra mão da perfeição como forma de alcançá-la.

Assim se elabora o paradoxo da transformação. “Se o grão de trigo não morre, não pode dar
frutos.” Para alcançar a segurança da conservação, toda segurança deve ser perdida. Quando não há
mais nada a perder, a preocupação se dilui e a angústia desaparece. Descer ao inferno é o primeiro
passo. Para que o elevador da essência suba, o contrapeso do ego tem que descer até o fundo. Tudo
desmorona. As maiores conquistas são valorizadas como insignificantes. Assim ele começará a recuperar
a visão, porque a raiva cega. O purgatório da raiva que Dante descreve está sendo cegado pela fumaça.
Desta forma, “eu não conseguia nem abrir meus olhos”. O caminho da consciência começa.

As dificuldades para que o despertar se prolongue num trabalho contínuo encontram-se no

perfeccionismo e preocupação que mantém a mente engajada no esforço pela virtude. Não pode haver
metanoia (conversão) sem descer ao mundo dos sentimentos e instintos.

Recupero um fragmento de minhas anotações pessoais:

“A imagem que usei para descrever esta situação centra-se no meu castelo interior.
Durante a minha vida percorri as diferentes dependências desde o rés-do-chão até ao sótão.
Eu me movi confortavelmente por eles, que representam o reino do controle e domínio. Mas,
de uma forma ou de outra, evitei descer aos porões onde conheço os cães e os dragões
são. É hora de enfrentá-los, encará-los e dialogar com eles. Tê-los escondidos, reprimidos, só
pode me causar problemas. Falar com eles tem seus riscos: eles podem me arranhar, me
morder, se atirar em mim. O medo de perder alguma coisa ou mesmo de descobri-la tem me
impedido de descer aos porões. Com a terapia, tentei visitar esses quartos proibidos ou dos
quais não havia cruzado o limiar. Houve tempos muito difíceis, em que experimentei medo e
angústia. Falei com os cães raivosos no subsolo do castelo. Já fui mordido em algum momento,
mas agora sabemos onde todos nós estamos.”

Algumas palavras de Friedrich Nietzsche vêm à mente: “Todo aquele que construiu um novo céu
obteve a força para isso em seu próprio inferno”.

A transformação
“Quando nasce o ser espiritual, o ser carnal sabe que está condenado a morrer mais cedo ou mais tarde, e
isso não o deixa muito feliz; mas no nível da consciência do indivíduo não pode haver felicidade maior do
que a do momento imediato após a metanóia (mudança de mente ou 'conversão', no sentido mais profundo
da palavra). A condição individual daquela época pode ser caracterizada por embriaguez espiritual e grande
felicidade, o que certamente é congruente com o momento de um renascimento. Não são muitos os que
vão tão longe, como o mencionado acima sugere: muitos buscam o renascimento para o espírito, mas
“poucos são os escolhidos”.

Cláudio Naranjo,“Cantos do despertar”, página 59

O conjunto: uma mudança fundamental

Vivemos em uma sociedade onde há muitas mudanças, algumas esperadas, outras temidas. Situações
estáveis têm pouco lugar. Busca mudar de andar, de emprego... até, às vezes, como casal após uma crise de
convivência. Nem toda mudança é melhor, pois pode-se piorar, mas muitas vezes é preciso arriscar se existe
uma necessidade interior e profunda de responder às inquietações que brotam no coração de cada um.

É possível uma mudança fundamental na relação entre essência e personalidade? Deveria nosso
trabalho eliminar a personalidade para que a essência floresça? Como nos tornamos conscientes de
nossa personalidade? Nicoll afirma: “A essência só pode crescer através da consciência cada vez maior da
personalidade e da descoberta lenta e gradual do que é a personalidade de uma pessoa.” (“Comentários
psicológicos sobre os ensinamentos de Gurdjieff e Ouspensky”, volume 4, página 235).

Para responder a essas perguntas, recorro a um texto do Evangelho de São Lucas (5:17-26):

“Um dia, eu estava ensinando, havia alguns fariseus e doutores da lei que vieram de todos
os povos da Galiléia e da Judéia e de Jerusalém. O poder do Senhor o levou a realizar curas.
18Nisto, alguns homens traziam um paralítico numa maca e tentavam apresentá-lo, para
colocá-lo à sua frente. 19 Mas, não tendo onde pô-lo, por causa da multidão, subiram ao
eirado, baixaram-no com a maca pelas telhas, e puseram-no no meio, diante
 Jesus. 20 Vendo-lhes a fé, Jesus disse: 'Homem, os teus pecados estão perdoados.' 21 Os escribas
e fariseus começaram a pensar: 'Quem é este que diz blasfêmias? Quem pode perdoar pecados
senão Deus?' 22 Conhecendo-lhes os pensamentos, Jesus disse-lhes: 'O que estais pensando em
vossos corações? 23 O que é mais fácil dizer: 'Seus pecados estão perdoados' ou dizer: 'Levante-
se e ande'? 24 Para que saibais que o Filho do homem tem na sua proximidade o poder de
perdoar pecados”, disse ao paralítico: “A ti te digo: levanta-te, toma a tua maca e vai para casa.”
25 E imediatamente, levantando-se diante deles, tomou a maca em que se deitou e foi para casa,
glorificando a Deus. 26 Todos ficaram maravilhados, e glorificavam a Deus.

Nosso protagonista é um paralítico que está deitado em uma maca e que precisa de
outros para ir de um lugar a outro. Não é autônomo. Ele não se sustenta sozinho. Depende
sempre dos outros. Mas ele tem quatro coisas muito positivas: a) tem consciência da sua
doença, da sua paralisia; b) deseja superá-lo; c) tem um grupo de amigos empenhados em
ajudá-lo na melhoria que procura e que tudo fará para a conseguir; ed) buscar na fonte da
vida, em Jesus, a solução para seus problemas.

Toda mudança fundamental geralmente envolve um preço e um trabalho, no sentido gurdjieffiano de

O termo. Ele quer chegar até Jesus, mas a multidão o impede. Não há espaço suficiente para
circular. A mudança requer comprometimento pessoal e não se perder na multidão. Ele não foge da
dificuldade ou abandona seus esforços. Com imaginação e audácia, ele faz o impensável: eles
sobem no telhado e de lá o penduram diante de Jesus através das telhas. O trabalho interior é
tecido de criatividade e dedicação.

A aventura espiritual requer contato com o divino. Jesus oferece a ela a chave para iniciar
uma mudança fundamental: o perdão dos pecados. O pecado é deixar de agir nos impulsos do
amor e, portanto, gera paralisia. O perdão implica a aceitação humilde dos próprios erros, das
próprias fraquezas e da própria fragilidade. A mudança interior tem como ponto de partida a
humildade e a renúncia à grandeza aparente. Jesus lhe oferece perdão porque ela descobre no
paralítico e em seus amigos uma grande fé. Eles fizeram um ótimo trabalho e superaram as
dificuldades porque acreditam que a paralisia não é o melhor estado para o homem. Eles querem
evoluir.

A palavra de Jesus anuncia a mudança fundamental: “Eu vos digo: levanta-te, apanha a tua
maca e vai para casa”. Nesse texto, há um fato surpreendente: por que ele manda ela levar a maca
dele? Mesmo agora que ele está saudável, ele não pode ficar sem ela? A maca é a personalidade e o
paralítico é a essência. A maca carregava o paralítico porque a personalidade governava a essência,
uma essência pouco vital e paralisada. Com a cura, o homem carrega a maca, porque a essência
rege a personalidade. Você não deve ficar sem ele, mas carregá-lo nele. O paralítico recupera sua
autonomia, sua liberdade de movimentos e pode ir para casa, ou seja, não depende mais das
expectativas dos outros, mas passa a viver da memória de si mesmo. Estar em casa significa
conectar-se com a autoconsciência.
 A narrativa do Evangelho continua: “E imediatamente, levantando-se diante
deles, tomou a maca em que estava deitado e foi para casa, glorificando a Deus”. Ele
faz exatamente como Jesus lhe manda, mas vai além de pegar a maca e ir para casa:
ele glorifica a Deus. A relação com Deus permite que a essência desdobre suas
enormes possibilidades. Não vamos eliminar nosso ego. Só vamos tirar o cetro e o
poder sobre a nossa essência, ao qual a personalidade servirá a partir de agora.

o roteiro
Uma conservacionista E1 comenta uma declaração de Claudio que diz: “E1 empurra o rio e não
depende dos ritmos naturais da vida”.

― Essa frase do Cláudio‖, diz a mulher, ―me atingiu muito no SAT 1, me atingiu como um tapa na
o rosto, com toda a força da verdade, percebi a entidade, a monstruosidade, a loucura do meu
esforço contínuo, de me forçar, das situações, dos outros. Esforço, controle e incapacidade de me
confiar à auto-regulação do organismo, aos ritmos naturais do corpo: inspiração-expiração, fome-
saciedade, cansaço-repouso, compromisso-diversão, expansão-contração, leveza-peso.

Cariy Simon canta em“Menina trabalhadora"a música“Deixe o rio correr”.Deixe o rio

fluir. É disso que se trata. A transformação, uma vez efetuada a ruptura do círculo, que implica
o despertar e o afundamento das construções egóicas, adquire alguns perfis de libertação.

A imagem de empurrar o river reflete muito bem o ego de E1:

― Estou convencido de que é preciso intervir no rio, solicitá-lo, pressioná-lo, criticá-lo

porque está atrasado, porque não segue o canal que eu indico, não me obedece, poderia fazer
mais e melhor, não perder tempo, não se distrair, mas concentrar-se na sua tarefa que é
chegar ao mar, logo e bem, da melhor forma, sem erros. Se continuar assim não chegará,
nenhum outro rio chegará primeiro que ele, e ele fará um mau papel, em todo caso não pode
se dar ao luxo de chegar ao mar segundo seus ritmos, não é justo, constitui um falta de
respeito por quem trabalha muito, e não concede pouco ou nada a si mesmo. Se eu não o
empurrar, quem sabe onde vai parar o rio, ele se perderá em mil voltas e reviravoltas, perderá
sua força e sua importância, o mar não o quererá mais se chegar tarde... ‖

Deixe o rio correr... Deixe o rio fluir. Não há necessidade de fazer nada. o rio vai
chegar ao mar. Antes de se fundir nas águas marítimas, traçará mais ou menos meandros, saltará
alturas talvez espectaculares tornando-se esplêndidas cascatas, descreverá um trajecto curto ou sem fim,
juntará a origem da nascente ao fim do mar. Sem pressa, mas sem pausas. Seguro de sua chegada,
convencido de que nada precisa ser forçado.
 O rio não precisa de nenhum empurrão. Basta que seja respeitada para cumprir sua missão.
Ver as coisas por essa perspectiva desativa em E1 seu perfeccionismo, seu desejo de controle, seu
nível de exigência e abre horizontes de liberdade e confiança na vida. Preocupar-se com o rio
chegando ao mar não faz mais sentido. Daí os efeitos virtuosos da transformação pessoal:
aceitação e serenidade, que são as qualidades essenciais do centro emocional superior do zangado.

A aceitação aponta para a virtude em oposição à raiva. Trata-se de abrir-se à realidade, à

dinâmica das coisas, a não querer forçar os acontecimentos, a aceitar-se e ao ritmo da vida. Envolve
a perda de controle exagerado e preocupação. O desejo infantil de onipotência dá lugar à aceitação
da realidade, sem a necessidade de manipulá-la ou simplesmente submetê-la aos próprios cânones.
Assim, o juiz implacável, o controlador crônico, o perfeccionista não redimido é desativado. As
coisas são assim. É preciso muito mais energia e virtude para aceitar a realidade do que para mudá-
la, sem esquecer que a aceitação é o primeiro passo de uma transformação profunda, porque não
há metamorfose profunda que não surja do amor. Que pausa para o obsessivo E1 saber que o rio
chegará ao mar sem empurrá-lo! ―Deixar-se levar é perder temporariamente as raízes. Não fazer
isso é perdê-los para sempre‖ (Kierkegaard), de que adianta me preocupar com algo que não
depende de mim? Se for um problema, está resolvido. Se for impossível, é aceito.

A serenidade também aponta para a virtude em oposição à raiva. Entendido como superação da
atitude (auto)crítica e como deixar fluir os acontecimentos sem neles intervir. Implica a atitude de relativizar as
coisas, os acontecimentos, os resultados. A perfeição pode ter muitas faces e muitos níveis. Pode ser assim de
outra maneira. A preocupação então perde a consistência, assim como as fixações que alimentam o
perfeccionismo. As emoções, pouco a pouco, vão se transformando. Da raiva e da raiva passa-se à aceitação e
à serenidade.

A consciência e a expressão da raiva adquirem novos perfis. Ele não recusa, mas se dá conta
disso: expressa-se sem a necessidade de manter uma pátina de bondade e correção: “Exprimo mais
claramente minha raiva, o que me irrita, me irrita, meu desamparo. Portanto, também expresso mais
minha dor, minha insegurança, minha vergonha, minha fragilidade, meu medo, ganhando em
humanidade.”

Técnicas educativas ou moralizantes não são usadas como subterfúgios para dar uma saída bem-
sucedida de uma raiva indescritível. Nenhuma causa justa é procurada para justificar uma raiva que irrompe
por dentro. Quando a raiva aparece, a resposta mecânica é agir. Por outro lado, o consciente
— e portanto transformadora — a resposta é enfrentar o sentimento, ver de onde vem, expressá-lo se
possível, domesticá-lo talvez. Isso evita a armadilha de querer transformar o mundo e os outros sem
olhar para si mesmo. O resultado é uma atitude serena e confiante. Conectar-se com a própria raiva leva
a conectar-se também com as próprias necessidades, que a conservação de E1 tende a adiar sua
satisfação. Necessidades não atendidas geram raiva e ressentimento. Eles traduzem o
gemido da criança interior negligenciada e abandonada. É o suficiente para ser amado. O perfeccionismo, a máscara
da bondade, a correção, são moeda falsa para conseguir um amor que, se comprado, é prostituição.

Um indicador de transformação é a fluidez e a espontaneidade dos sentimentos, que assim

deixam de interferir no desenvolvimento pessoal. Envolve ser mais confiante em si mesmo, deixar ir e
diminuir os comportamentos de controle. A conquista da perfeição não é o objetivo, portanto, ao
desativar os mecanismos de controle, os sentimentos podem surgir com mais naturalidade: ―Expresso
mais meu amor, meu carinho e minha doçura: sou mais brincalhão e carinhoso, uso mais o contato para
me comunicar, o riso e alegria, estou mais fresca e menos séria‖.

A perfeição não polariza mais as energias vitais e essa mudança se traduz em maior
sensibilidade e atenção ao próximo. Já não importa tanto que a outra pessoa se conforme com o
padrão de boa pessoa que o Ei elaborou, mas que prevaleça a aceitação serena de sua realidade e a
confiança em suas possibilidades. Não há julgamento, mas apreciação.

A ação deixa de ser uma fuga para não ter que enfrentar sentimentos incômodos ou
instintos, bem como o preço a pagar, através de um esforço árduo e sustentado, para alcançar a
perfeição. O vazio, a solidão, o silêncio, geram preocupação e angústia. Agir é a maneira de se
desconectar dessas realidades. E1, ao se transformar, modula sua ação: “Me preocupo menos, me
preocupo mais e fico cada dia mais inquieto: me deixando em paz e deixando o outro e o mundo
em paz”.

Pouco a pouco vai encontrando sentido em realidades antes ignoradas: “Posso ficar mais tempo
em silêncio sem fazer nada ou fazendo nada: em contato comigo mesmo”. Meditação, retiro, silêncio...
começam a ser possíveis.

A transformação também se mostra na descriminalização da vida instintiva e na abertura ao prazer. A ótica preocupada e ansiosa da conservação de E1 o

faz pensar que essa descriminalização o joga nas mãos do tabu e do proibido, como se o gozo da vida não tivesse muitas gradações. Trata-se de uma polaridade

insana: entre a repressão e o tabu. Talvez o tabu seja, em alguns casos, a porta para destruir a repressão, mas aos poucos ele aprende a gostar de passear, de ouvir

música, de contemplar a natureza, de conversar com um amigo, de compartilhar sentimentos: “Sinto-me mais livre para viver no presente, aproveitar as pequenas

coisas de cada instinto, sentir-me e relacionar-me com os outros. Isso me ajuda a acalmar a mente, me ajuda a me sentir vivo e de bom humor." Deixa para trás o fato

de ser muito você mesmo, de privar-se de muitos prazeres saudáveis (férias, descanso, uma boa massagem, cuidados com o corpo...). O dever está presente, mas

nem sempre é imposto em detrimento do prazer, que deixa de ser uma ameaça, um risco de descontrole, uma expressão do caos e da imoralidade. O desempenho, a

auto-exigência, o desejo de superação... são colocados no lugar, mas deixam de polarizar todas as energias, nem mesmo as principais. No entanto, o tique neurótico

da conservação de E1 luta para manter seu domínio, para colocar as coisas em seu lugar, para recuperar a ordem das coisas. Dois passos à frente e um passo atrás

continua sendo um caminho de transformação e progresso. um risco de descontrole, uma expressão de caos e imoralidade. O desempenho, a auto-exigência, o

desejo de superação... são colocados no lugar, mas deixam de polarizar todas as energias, nem mesmo as principais. No entanto, o tique neurótico da conservação de

E1 luta para manter seu domínio, para colocar as coisas em seu lugar, para recuperar a ordem das coisas. Dois passos à frente e um passo atrás continua sendo um

caminho de transformação e progresso. um risco de descontrole, uma expressão de caos e imoralidade. O desempenho, a auto-exigência, o desejo de superação...

são colocados no lugar, mas deixam de polarizar todas as energias, nem mesmo as principais. No entanto, o tique neurótico da conservação de E1 luta para manter

seu domínio, para colocar as coisas em seu lugar, para recuperar a ordem das coisas. Dois passos à frente e um passo atrás continua sendo um caminho de

transformação e progresso.
 Estas mudanças têm impacto nas relações sociais e na valorização da realidade: ―Sou mais
respeitoso, tolerante e flexível: o meu ângulo de visão é mais amplo e tenho mais perspetiva do que
antes (antes tudo parecia estar no mesmo plano, como se a realidade era plana), agora me caibo muito,
muito, muito, embora nem sempre tudo me pareça bom, ou aceito bem, ou entendo, mas acolho e me
cabe: são possibilidades do todo‖ . As pessoas importam mais do que as regras do jogo. Não empurre o
rio, mas aproveite suas águas. Não para orientá-lo, mas para contemplar seu layout. Assim também com
os outros. Deixe de ser um oleiro. Seja como for, seja lama, moldável, flexível, fluido. A rigidez é então
sem sentido. O meio (perfeição) para alcançar o amor tornou-se um fim. Assim, ele se move para o
objetivo mais importante da vida, o amor, em prol do reconhecimento. Essa mutilação existencial não
pode ser vivida sem raiva, sem ressentimento, sem preocupação, sem angústia. Transformação é colocar
o amor no centro.

Aqui estão alguns meios que a conservação E1 considera úteis para se tornar mais consciente
a paixão dominante:

― Terapia pessoal, SAT, silêncio, meditação, manter um diário, o estudo do caráter

através do eneagrama, regressões, trabalho com ideias malucas, teatro terapêutico, treinamento
gestáltico...‖ Para curar a paixão dominante, destaca-se: ―ter aprendido a reconhecer minhas
necessidades, que se escondem atrás da raiva, e ter aprendido expressá-lo; correr o risco de
expressar raiva sem temer que a relação com o outro sofra uma perturbação fatal que me leve a ser
rejeitado; ter uma atitude apreciativa e serena comigo mesmo, com meus fracassos e meus
sucessos, e com o outro; encontrar a perfeição no insuspeito; deixar ir e me deixar ir, aceitar as
coisas mesmo que eu nem sempre as entenda.

Mais indicadores de transformação:

― Enfrentar a minha realidade de forma completa (entrando nos porões), maior consciência
de mim mesmo, desativando alguma necessidade (afetiva, sexual) e aumentando o distanciamento, um maior
sentido da minha fragilidade (se jogo, admitindo a derrota ou a vitória), dialogando com os medos interiores
(relacionamento, perdendo a segurança...), deixando emergir a paixão dominante (raiva: na aversão ou na
raiva há uma necessidade minha insatisfeita. Posso pensar que a necessidade do outro é mais importante do
que a minha), maior capacidade de gozo e prazer, sentido espiritual mais espontâneo, fluindo de dentro.

Os valores de E1 como características de seu estado ótimo:

― Não me esforçar para ser amado, ouvir e respeitar minhas necessidades e as do outro,
sentir tolerância perante o que é, não tanto exigir a perfeição, não ver rejeição (intenção agressiva)
no outro, confiar na vida (no bem da vida), perder o medo, deixar-me ser espontâneo, abandonar o
controlo emocional, fluir, ser criativo, abandonar a norma, aceitar a realidade, as coisas são como
são, valorizar as coisas em si sem compará-las, conectar-me com minhas próprias necessidades e
com o que eu quero, dar-me permissão para desfrutar, para pedir, para
me mostrar, confiar e dialogar com as forças do instinto, ler a raiva como mais uma necessidade
sem expressar, sem cobrir, relativizar as soluções, não existe uma só”.

A transformação é realizada em fases. Siga um processo. Pode haver momentos em que

ocorram saltos qualitativos, mas o roteiro tem uma linha de continuidade. São João da Cruz
estabelece a via purgativa, a via iluminativa e a via unitiva. Purgar o ego, tentando arrancar os
embutidos característicos que ocorrem no verdadeiro eu, envolve um trabalho árduo e ascético. As
mudanças parecem imperceptíveis. O zangado, nas palavras de Dante, "não podia continuar a abrir
os olhos". A fumaça simboliza que a raiva ofusca o entendimento que impede o discernimento
entre o bem e o mal. Sendo cego de raiva, o papel do guia é essencial: "Como o cego que vai atrás
do seu guia para não se perder, nem tropeçar em nenhum obstáculo, ou talvez morrer". Esta fase
exige deixar-se chegar, deixar-se conduzir, deixando o controle. A resposta de Ei pode ser: "Pela
minha fé, prometo a você que farei o que você me pedir." No entanto, dúvidas surgem por dentro.

A fase iluminativa também é descrita por Dante: “Como, quando os valores úmidos e
espessos já estão dispersos, a esfera do sol entra por eles fracamente.” Quando a raiva se dilui, a
visão se recupera até atingir grande intensidade: “Um a luz doeu-me os olhos, muito mais do que o
habitual.” No nevoeiro, há uma preocupação com um mau passo, com cair inadvertidamente no
abismo, com prejudicar-se por não reconhecer os obstáculos. Na luz surge a serenidade, mas a
cada nova etapa surgem novos riscos. A paixão dominante é como um vírus em mutação. Ele se
metamorfoseia e assume outras formas sutis que novamente escapam da consciência da pessoa. A
satisfação de chegar a este novo promontório, após o processo purgativo, aumenta a visão dos
próprios erros, das próprias imperfeições, que agora são conhecidos e conscientes. O efeito é
trabalhado, mas a raiz causal é profunda. Ainda assim, o tique de raiva, como um piloto automático,
é a primeira reação. Deseja-se ter progredido para deixar de sentir a raiva, mas a transformação
não a anula, mas mostra formas construtivas de vivê-la. Você aprende a viver com raiva.

A fase unitiva abre novos horizontes: “Os últimos raios dos quais segue a noite já
eram tão altos que as estrelas apareceram ao redor” (Dante). Os mil fragmentos da pessoa
são chamados a se integrar. Ouve-se a bem-aventurança dos pacíficos, que não têm má
cólera. A luz das estrelas é magnífica, mas só pode ser vista se houver muita escuridão. A
escuridão volta, mas não é como no começo. Portanto, você pode ir “no escuro e seguro”.
O próximo círculo será a acédia, porque a noite pode ser um regresso à inconsciência,
acreditando que tudo já está conseguido, ou o desafio a uma maior consciência e a um
estado de maior vigilância. A essência toma conta da pessoa e o ego, sem desaparecer,
fica subordinado, não sem lutas ou novas tentativas de assumir o controle da situação. A
conservação E1 foi ferida pela perfeição. Querer obtê-lo egoicamente constitui sua ruína. O
problema dele é que ele não foca bem, porque ele a despojou de sua alma. Não é tanto
uma conquista, mas um presente. São João da Cruz exprime este mal: ―Quem poderá
curar-me?‖ A luz da essência em Deus:
são a luz deles, e só para vocês eu quero tê-los.” A chave é que: “Não crio mais gado, nem já
tenho outro ofício, que é apenas amar meu exercício.” A prioridade da conservação , da
preocupação, da angústia é abandonada: “Não tenho mais gado”. A perfeição se descobre no
amor: “só em amar é o meu exercício”.
 Eneatipo 2 – Orgulho

Em todas as tradições espirituais, o Orgulho é considerado o principal pecado, pois o orgulhoso resolve a perda do
sentido da existência e da conexão preenchendo o vazio com uma imagem grandiosa de si mesmo.

A construção de uma autoimagem brilhante e exaltada deve ser alimentada pela

necessidade de ser amado e adorado pelo outro. A sua soberba exige que o outro o considere
indispensável e insubstituível, sem se dar conta do quanto, na realidade, é ele mesmo que depende
do outro.

O E2 confunde o próprio prazer com dar prazer ao outro; ele não tem contato direto com
suas necessidades essenciais.

Em sua família, a criança E2 tem sido uma fonte de alegria e realização. Muitas vezes, ele
tinha o papel de aliviar dores ou carências e iluminar as sombras da família.

Este papel tão difícil não representou para ele um reconhecimento ou valor autêntico, mas foi a
única forma que encontrou para ser visto, mas tornou-se uma enorme defesa contra a dor da
humilhação de ter sido usado.

A grande satisfação narcísica de ser "a luz nos olhos da mãe" para os meninos, ou pai para as
meninas, paga-se com a impossibilidade de cumprir o próprio papel.

O E2 estabelece laços amorosos principalmente através da compulsão de ser sedutor. E2 pode ser
definido como um "especialista em apaixonar-se", uma situação que faz você se sentir vivo. Ele não consegue
deixar de conquistar pessoas e territórios e nem questiona se a pessoa ou território é realmente interessante
para ele.

Estar no centro das atenções, ou ocupar uma posição privilegiada (para a conservação
dos dois), dá-lhe a segurança de que não será abandonado, pois é o companheiro ou amigo
insubstituível.

Nos relacionamentos, você não pode se esquivar de sua tarefa, que consiste em realizar o outro
ou satisfazer suas demandas. Ele deve apresentar-se como aquele que tudo tem e pode dar; deve ser
visto como uma pessoa que não precisa e não tem necessidades; a falsa abundância é seu estilo
interpessoal, sua fixação.

A facilidade com que estabelece relações afetivas e eróticas é percebida em seu

corpo; terno e flexível, com um olhar que não teme o contato direto, às vezes beirando a
invasão. A expressão do erotismo é livre.
 E2 Social – Ambição

No social dois, a paixão do orgulho se manifesta como uma satisfação na conquista do público.

Para despertar uma grande paixão você pode não precisar desenvolver muita inteligência, ou fingir,
mas um social dois nunca poderia ser suficiente para ser considerado umloira burra. Um social
dois precisa ser alguém e, para ser alguém, você precisa usar mais sua mente. Sendo uma
pessoa que quer ser importante para poder alimentar seu orgulho, deve ser capaz de seduzir o
meio social, tornando-se um sedutor de grupos, um ser distinto e, talvez, não apenas alguém
superior, mas com dom de liderança. .

Ichazo falou deambição, mas poderíamos dizer que é uma paixão estar em certo sentido
acima; e por isso estar acima, ter influência e ter vantagens. Esse é o tipo de pessoa que se
apresenta ao mundo como grande ou importante, ao contrário do E2 sexual, que se interessa
principalmente em ser importante para sua parceira, ou do tipo conservador, que, como veremos, é
um contra-dois .

Transformação no social E2 por Paolo Baiocchi

A mudança terapêutica do dois sociais passa por um caminho de humanização que, no fundo, poderia
ser batizado como a passagem da liderança à paridade. A jornada se dá em etapas muito lentas,
pequenas conquistas, crises, descobertas, alimento para o espírito, curas e aberturas de novos
panoramas existenciais e relacionais. Nas páginas seguintes, descreveremos as principais áreas de
mudança terapêutica, observando as estruturas disfuncionais e as formas de evitá-las.

Posição de superioridade e desordem de papéis

A primeira consideração da mudança terapêutica do E2 social diz respeito à relação de

superioridade que esta estabelece para com os próprios pais e que posteriormente se projetará
para outras figuras de autoridade, sejam elas profissionais, afetivas, etc.

O dois social se posiciona acima dos pais de uma forma que não é autoritária, mas
ambivalente. Por um lado assume o papel de autoridade, por outro quer adquirir da autoridade
todo o poder para brilhar. Como se costuma dizer, o social two quer “sentar à direita do pai”. No
nível psiquiátrico, quando um dois social entra em uma crise psicótica, geralmente acontece que ele
se ilude em um sentido maníaco acreditando frequentemente - pelo menos em nossa cultura - que
ele é a reencarnação de Jesus Cristo. A imagem mitológica de Cristo acompanha bem a estrutura
maníaca dos dois sociais, caracterizada pela pseudogenerosidade, pela idealização interior do afeto
e pelo sentimento de superioridade. O primeiro movimento para a transformação então
consiste em se colocar no lugar certo em relação aos pais: o lugar da criança. Em outras
palavras, os dois sociais devem ser contidos pela autoridade dos pais.

De maneira muito especial, é necessário que o E2 social renuncie à ideia de ter que cuidar
das próprias dificuldades dos pais. Como é possível que ele venha a aderir a essa ideia?
Normalmente, ocorre conluio incestuoso com o pai. Em muitos casos, a mãe costuma ser
depressiva ou desamparada ou infantil, e exige que o filho exerça um papel genitório, enquanto o
pai coloca o filho em um papel de paridade ou superioridade. Essa desordem inicial, que também
persiste na vida adulta, cria um problema de limites e falta de clareza nos papéis.

Assim, o social dois se relaciona de forma pouco clara com as pessoas, comportando-se
amigavelmente e, então, colocando-se por cima como figura de discórdia, ou às vezes também pedindo
para ser contido. Neste caso é necessário desenvolver com os dois sociais muita clareza em relação à
definição dos papéis, dando especial atenção ao respeito dos limites.

Narcisismo

Tornar-se consciente dos traços de personalidade narcisista é um trabalho importante. O

dois social mostra um narcisismo baseado na competição territorial e sexual. A
necessidade de distinguir e conquistar nestes domínios é consequência de uma passagem
da auto-estima afectiva para a auto-estima territorial. A experiência traumática
fundamental tem a ver com uma privação afetiva materna que leva a um estado de
profundo desespero, um sentimento de não ser amado. A sensação de solidão e carência
profunda — vivência essencialmente depressiva — transforma-se em sensação de
incapacidade e inferioridade na disputa por território ou pela conquista do casal. Assim,
passamos do sistema de afeto, calor e afetividade para o sistema reptiliano,

As emoções positivas que emergem da área cerebral reptiliana têm a ver com uma autêntica força maníaca caracterizada pelo entusiasmo,

por uma firme confiança nas próprias capacidades e nas próprias percepções, por uma tendência ao arrebatamento e por um certo sentido do brilho de

objetivos que o estado maníaco faz perceber como ao seu alcance. O calor das sensações positivas, ampliado pela preeminência do comportamento

visceral, toma seu lugar na ausência de verdadeira intimidade nas relações, onde há uma profunda desvalorização afetiva. A desvalorização e a

consequente depressão se traduzem em estranhamento por meio de sentimentos de indiferença e ódio, de modo que é comum um certo

estranhamento autista nas relações afetivas, acompanhado de uma atitude desdenhosa e desdenhosa. Assim como uma criança costuma demonstrar

uma atitude de indiferença raivosa em relação à mãe que se afastou por um longo período, assim também o coração mamífero dos dois sociais se

distancia da relação afetiva. De fato, no fundo da profunda ferida afetiva dos dois sociais existe uma falta de desespero que, ao ser reativada, produz um

esfriamento da potencialidade relacional, uma frieza que se transforma em indiferença e desinteresse emocional. Da mesma forma, a mania erótica leva

a uma atitude constante de sedução sexual, outra fonte de aquecimento diante do vácuo do calor materno. no fundo da profunda ferida afetiva dos dois

sociais existe uma falta de desespero que, ao ser reativada, produz um esfriamento da potencialidade relacional, uma frieza que se transforma em

indiferença e desinteresse emocional. Da mesma forma, a mania erótica leva a uma atitude constante de sedução sexual, outra fonte de aquecimento

diante do vácuo do calor materno. no fundo da profunda ferida afetiva dos dois sociais existe uma falta de desespero que, ao ser reativada, produz um

esfriamento da potencialidade relacional, uma frieza que se transforma em indiferença e desinteresse emocional. Da mesma forma, a mania erótica leva

a uma atitude constante de sedução sexual, outra fonte de aquecimento diante do vácuo do calor materno.
 Uma grande mudança terapêutica no dois sociais ocorre quando ele deixa de se tratar como um
neurótico e passa a perceber o mal que é capaz de fazer aos outros: isso significa descobrir a si mesmo
natureza criminosacomo Fritz Perls o chamou. Em minha própria experiência, passei muitos anos de terapia
procurando as causas do sofrimento e sempre tentando aumentar meu bem-estar e força. Quando descobri
minha capacidade de ferir os outros, mudei de direção e comecei a me preocupar mais do que com os outros,
com o objetivo de aumentar meu bem-estar e força. O estudo de mim mesmo deixou de consistir na busca de
minhas fraquezas e tornou-se a análise de como me comportei de maneira impura com os outros e como agi
inconscientemente como um explorador.

Fritz Perls separou as pessoas em duas categorias simples: neuróticos e "criminosos". Os primeiros
são aqueles que tendem a colocar as próprias necessidades em segundo plano para satisfazer as dos outros,
os segundos apresentam uma impostura de base oposta: dirigem-se diretamente para os seus próprios
objetivos, deixando os dos outros em segundo plano. Embora em cada pessoa existam áreas da vida onde
uma ou outra dessas duas atitudes subjacentes prevalece, é crucial entender qual é a estrutura predominante
que domina nosso comportamento.

Um neurótico pode aprender uma série de habilidades que o ajudam a se afirmar, integrar a
culpa, suportar o peso da solidão e desenvolver habilidades de diferenciação e liderança. Os neuróticos
tendem a submeter-se, por isso, desde a terapia é necessário ajudá-los a desenvolver a capacidade de
afirmar sua própria territorialidade e domínio, a fim de restaurar seu equilíbrio interior e tornar ética sua
relação com os outros. Muitas vezes, para cumprir essas etapas terapêuticas, é necessário que as
pessoas estudem as feridas de sua infância e as curem para recuperar as forças perdidas, para que
possam vivenciar o caminho de se tornarem independentes e assertivas.

Pelo contrário, aqueles que apresentam uma estrutura de natureza criminosa tendem a impor
implícita ou explicitamente as suas próprias regras aos outros. Uma estrutura criminosa de caráter
agressivo é imposta pela força; quem, ao contrário, tem um caráter manipulador, alcança o mesmo
objetivo graças a instrumentos de controle menos visíveis. Na relação com os outros, a estrutura
criminosa tende a desequilibrar a seu favor a compensação entre dar e receber. A mudança terapêutica
para essas pessoas é perceber como elas tendem a ocupar uma posição de poder e controle sobre os
outros e como tentam tirar vantagem dos outros.

Uma primeira mudança diz respeito ao desenvolvimento da compreensão empática dos outros. Ajuda
um dois social a desenvolver um sentimento de culpa, bem como a tomar consciência de que suas ações
ameaçam seu pertencimento e que ele corre o risco de ser excluído. Também o ajuda a parar de encontrar
boas justificativas para cada ato antiético cometido. Uma mudança nesse sentido é desenvolver a capacidade
de receber críticas e expor suas profundas motivações.

CadaCriminoso, Perls nos diz, tem uma vida secreta e uma vida de cobertura, mostrando os outros e
representando uma face social de aprovação para evitar as penalidades da lei. Nas estruturas criminosas
existe toda uma série de intenções ocultas, vividas em segredo e invisíveis para os outros.
Traduzido do Inglês para o Português - www.onlinedoctranslator.com

A intenção secreta dos dois sociais é ser adorado, para alcançar o poder e o
sucesso individual. Já a fachada social consiste em ser caloroso e relacional, disposto a
ajudar de forma magnânima e fiel.

Uma mudança importante é, portanto, falar honestamente, revelando suas próprias intenções
egoístas, confessando suas próprias ações antiéticas e mostrando suas próprias partes de profunda
vulnerabilidade.

Assim como falar abertamente com os outros é uma forma eficaz de mostrar as peças secretas
do ego, pedir e aceitar feedbacks profundos e se esforçar para entendê-los se traduz em uma abertura
para ver os efeitos que suas ações causam nos outros.

O contraste entre a realidade dos feedbacks e as próprias ideias em relação às

suas próprias ações características evidencia por diferenciação as justificativas e a
loucura que sustenta a paixão. O colapso dos pensamentos justificáveis abre a
possibilidade de ver com maior lucidez a realidade das próprias ações e mostra à
consciência a motivação passional a que está submetida. Só então o social dois se
permite descobrir suas verdadeiras intenções, escondidas da consciência graças a
justificativas. Dessa percepção pode finalmente nascer um sentimento inicial de culpa
e a possibilidade de desenvolver a capacidade de perceber empaticamente o outro.
Esses trânsitos, ao longo do tempo,

Em minha experiência, percebi que muitas das emoções que sentia eram na verdade
emoções narcísicas. Dentre elas, destacarei a mania territorial e a mania do protetor, o desejo
exibicionista e o desejo erótico-sexual de conquista. Essas emoções narcísicas são exaltantes,
fortes, agradáveis e, sobretudo, capazes de engendrar uma barreira emocional positiva às
emoções de dificuldade vivenciadas pelo organismo. Sob uma estrutura narcísica como a do E2
social existe um organismo que sofre, seja pelas feridas e emoções alteradas da infância, seja
pelo atual desconhecimento e satisfação das próprias necessidades, devido ao investimento de
quase toda a energia na manutenção dos processos narcísicos. Em outras palavras, o
organismo que suporta as feridas e culpas da infância acaba vivendo situações emocionais
crônicas no presente da vida adulta. Quanto à consciência, ele não a considera e não a vê na
medida em que não considera ou vê as necessidades e emoções de outras pessoas: o
orgulhoso tem tão pouca consideração pelo coração dos outros quanto pelo seu próprio.

No caso da mania territorial e da mania genitorial — isto é, colocar-me no papel do pai —, a

superestimulação desses componentes viscerais me leva a experimentar uma sensação de onipotência e
superioridade, acompanhada de uma sensação de inviolabilidade e de total ausência de necessidades de
relacionamento.
 A mania territorial vem de um sentimento de luta pelo poder e de dominação. Este
engano perceptivo serve para lutar contra o medo comum da dor, e é reforçado pelo sucesso
territorial que, com efeito, o social dos costuma alcançar. O meu grande alimento para tal
mania era o meu grande empenho no trabalho, onde por um lado colhia sucessos e por outro
desenvolvia uma dependência a que os americanos costumam chamar vício em trabalho.

O mecanismo de ativação da mania territorial tem algo a ver com o desafio competitivo: há
outro homem, real ou simbólico, que aceita o desafio e que é efetiva ou simbolicamente derrotado,
o que se traduz num reforço do estado excitado e omnipotente da mania. Outro poderoso
alimentador da mania territorial era a tendência de desafiar a morte e sentir-se onipotente
praticando esportes de risco: motocross, paraquedismo, asa delta, artes marciais...

Outra grande fonte de alimento era relacional: rodeei-me de pessoas menos capazes, menos
evoluídas, dependentes de mim, para que pudesse vencer continuamente numa competição secreta
disfarçada de uma bondade pseudocompassiva da qual falarei em seguida. Essa competição secreta e
interna tinha o objetivo de estimular a mania territorial ao infinito. O efeito que esta atitude provoca nos
outros é devastador e traduz-se numa lenta e crónica sensação de desvalorização que envenena as
relações com as pessoas do círculo social, que se tornam dependentes e adoradores. Tudo isso tinha o
propósito secreto de escravizar o outro, sujeitando-o à minha vontade.

Um ingrediente dessa estrutura consiste na tendência a acreditar cegamente nas próprias

ideias e mapas cognitivos, e enunciá-los com tal senso de certeza e verdade que se obtém um
poderoso efeito sedutor em pessoas fracas e inseguras. Outra forma de seduzir é, como já indiquei,
disfarçar essa competição secreta de pseudocompaixão. A estrutura que é ativada no cérebro neste
caso é a mania genitorial. Todo mamífero perto de uma criança ou filhote experimenta um
sentimento onipotente de amor e generosidade que serve para superar as agruras e o cansaço de
um difícil dever biológico. No caso do desejo exibicionista e da pulsão erótico-sexual, a emoção
narcísica engendrada pelo dois sociais promove a construção de uma imagem idealizada de si
mesmo como vitorioso, belo e desejável. Em seus relacionamentos, predomina a busca pela
confirmação, que também serve para alimentar um estado permanente de excitação. O desejo
exibicionista poderia ser explicado metaforicamente como a percepção de ser protagonista de um
filme que os outros assistem com prazer e que gera inveja e sensação de imitação.

O desejo erótico-sexual, por outro lado, ativa a sexualidade e a paixão na busca de um

intenso calor emocional que, aliás, é capaz de oferecer um forte sentimento de invulnerabilidade,
auto-importância e coragem. O exibicionismo é alimentado por exibições públicas onde é possível
captar atenção e aplausos. Por outro lado, as experiências que alimentam o desejo erótico-sexual
são, por um lado, os contactos reais com o outro sexo e, por outro, uma forma particular de
imaginação onde a procura de estimulação é contínua: por vezes, meio jocosamente , Ouvi dizer
que o social two possui uma mente pornográfica. Essa imaginação exacerbada é uma forma de
droga, semelhante ao trabalho compulsivo ou à busca por disputas territoriais competitivas.
desafios, que permite alimentar ao infinito a estimulação do desejo erótico de forma a engendrar
emoções agradáveis.

O que é deixado para trás

A minha própria história é a de um longo trabalho de sensibilização e escuta atenta ao feedback que os
outros me deram para perceber a minha dependência do trabalho e o meu sentimento de superioridade
nas minhas relações pessoais. Depois de ter alcançado esse entendimento, iniciei um processo de
desintoxicação que sem dúvida envolve o contato com uma dor orgânica que eu não conhecia
claramente, mas que já havia experimentado em momentos de crise. Só depois de alguns anos consegui
modificar concretamente meus costumes profissionais, também graças a uma grande injeção de força
relacional e amorosa recebida durante um mês de vivência comunitária com Erving Polster.

Ao sair da dependência do trabalho entrei num estado depressivo ligeiro mas sustentado ao
longo do tempo, e só ao fim de meses percebi que a minha ferida mais profunda estava relacionada com
o sentimento de pertença, com a relação com a minha mãe e com o grupo de amigos, com pânico e com
desespero emocional. Também demorei alguns anos para elaborar as perdas traumáticas sofridas ao
longo da vida, nas quais não havia parado anteriormente. O objetivo deste trabalho foi restaurar a
função do vínculo afetivo.

A dinâmica da superioridade, a necessidade de competição, a indiferença por um desespero

oculto, a necessidade individual de glória e adoração, opõem-se, no dois sociais, à possibilidade de
relacionar-se de igual para igual com o próximo. Toda a estrutura narcísica do traço se baseia na
negação das emoções do outro, seja pela relação particular com o orgulhoso ou por acontecimentos
independentes; da mesma forma, também são negadas ao outro suas necessidades, que não aparecem
tão importantes no teatro da consciência do orgulhoso. Os desejos narcísicos pessoais, de fato, sempre
conquistam os holofotes e deixam as necessidades e emoções dos outros nas sombras.

A prática do relacionamento yo-tú de Buber representou para mim um verdadeiro tratamento

para a trapaça narcísica. A chave para acessar este nível me foi dada por Paolo Quattrini. Consistia em
perguntar às pessoas o que elas achavam que sentiam por elas, assim como revelar aos outros os
sentimentos que meu coração nutria por elas e, por fim, perguntar e ouvir com verdadeiro interesse o
que sentiam por mim. Essa tarefa, que pode parecer banal, na verdade é muito difícil para quem é
acometido por um narcisismo tão grande.

Treinar-se para ouvir o que se sente pelas pessoas, ouvir esses sentimentos, sejam eles
vulneráveis ou fortes, preocupar-se em perceber o mesmo nos outros, são tarefas que
ajudam a deslocar o ponto de vista da consciência da vida narcísica para a organísmica vida.

A metáfora que poderia ser utilizada é a do rei que vive num castelo isolado da
aldeia. O rei é a consciência, o castelo é a estrutura narcísica, o povo é a
necessidades orgânicas. A vida narcísica desenvolve-se entre confortos e jogos de poder no
castelo onde o rei se dedica aos seus vícios rodeado de uma corte que o venera, enquanto o
povo é tratado injustamente e explorado para permitir que a corte viva rodeada de confortos.
Praticar uma relação dialógica consistiria em dialogar com as pessoas para entender suas
necessidades e dedicar o trabalho do tribunal à satisfação ética delas. Durante anos,
experimentei com muita dificuldade a concretização de uma relação dialógica com os meus
pacientes, de forma a integrá-la e, posteriormente, pouco a pouco, poder exportá-la para a
minha própria vida. O efeito que consegui foi finalmente me sentir conectado com as pessoas
em um plano de paridade onde eu podia exigir e oferecer, rejeitar e aceitar, ser aceito ou
rejeitado. Na verdade,

Saindo da anestesia
Uma vez posta em causa aquela primeira ilusão do ego que engendrava as emoções narcísicas, iniciou-se
para mim um caminho de contacto com as emoções organísmicas. O processo consistia em aprender a
reconhecer emoções que por muitos anos foram encobertas e anestesiadas pelo sentimento narcísico.

Todas as emoções negadas pertenciam à categoria que poderíamos chamar de vulnerabilidade:

vergonha, pânico, desespero, resignação, culpa, autodesvalorização, desconfiança, ciúme, inveja... Percebi que
ainda não sabia nomear o difícil emoções que senti. Nisso, o confronto com amigos que eram emocionalmente
mais inteligentes e experientes do que eu foi muito útil. Em vez de esconder minhas emoções sob a fachada
usual de um líder onipotente, comecei a mostrá-las para pessoas em quem me sentia confiante e cuja
capacidade de nomear emoções me permitiu colocar um rosto e olhos em minhas dificuldades. Aliás, comecei
a entender e recuperar a linguagem perdida do meu organismo. Como diz Gedling, foi como começar a me
relacionar e dialogar com uma parte de mim que eu não conhecia e que passei a me relacionar com uma
atitude de carinho, contenção e firmeza. O próximo passo foi entender as necessidades dessas emoções.
Também comecei a usar minhas habilidades comumente desperdiçadas para aumentar meu poder
profissional e pessoal para cuidar dessas necessidades. Com o tempo descobri que elas teciam o tecido da
minha história afetiva, pessoal e familiar, e que vários dos momentos mais dolorosos da minha vida não
passavam de um eco, uma repetição daquelas feridas primitivas.

Assim, comecei a trabalhar sobre mim em duas direções principais: a primeira foi desenvolver
antídotos existenciais para acalmar essas emoções, assim como uma mãe acalma a angústia de um filho com
um ato de contenção e amor; a segunda foi curar uma a uma as feridas que tornavam minhas emoções tão
fortes e reincidentes. Nesse longo processo ainda inacabado, percebi experimentalmente até que ponto eu
mesmo era responsável por meus estados emocionais e como eles estavam arraigados em minha história
emocional.

As emoções que aprendi a reconhecer, modular e curar não pertencem a um único nível, mas estão
espalhadas por todos os estratos da psique e do corpo. Como nos vários infernos de Dante, alguns
as emoções são mais superficiais e mais fáceis de contatar e modular; outros pertencem aos estratos
mais profundos do ser e são mais difíceis de reconhecer e administrar.

Na minha experiência, o estrato mais profundo é o desespero afetivo, depois o pânico e, ainda por cima,
renúncia. Num estado ainda mais superficial estão o ciúme e a inveja, depois a vergonha e a desconfiança e,
finalmente, no estrato mais superficial de todos: a autoavaliação e a culpa.

Cada uma destas emoções pareceu-me ligada a determinadas vivências pessoais ou familiares
que ficaram registadas no meu mundo interior e que deviam ser cuidadas ou colocadas de forma a
poder relegar as emoções para o seu funcionamento natural e esvaziá-las do seu excesso ativação, tão
desorganizadora para a consciência.
 E2 Sexual – Conquista

O dois sexuais é o E2 por excelência, porque se dissermos que este personagem é um sedutor, também podemos
acrescentar que o dois sexuais é o mais visivelmente sedutor de todos.

Na cultura americana do eneagrama é mais comum dizer que o dois é um “ajudante”, tendo
em vista minha caracterização do E2 na década de 1970 como uma “mãe judia”, mas isso tem o
inconveniente de não discriminar a diferença entre um personagem verdadeiramente prestativo e
outro que busca afeto e reconhecimento por meio da gentileza.

Essas são pessoas que podem dizer: “Farei qualquer coisa por você”, mas quando surge a
oportunidade de cobrar por tal oferta, fica claro que elas são inconsistentes com suas ofertas de
ajuda. Por isso me parece mais correto dizer que o tema central ésedução(isto é, uma expressão de
afeto através da qual se pretende interesse, lealdade, afeto, proteção, etc., de outrem) e apenas
aparentemente ajuda.

O termovampiraprova muito, assim como a expressãofemme fatale. Ambos se referem a

uma pessoa linda, mas perigosamente linda, que precisa te abraçar e pode acabar te devorando.

A necessidade de sedução do E2 sexual implica uma necessidade do desejo do outro;

Mas dizer que o desejo é apenas sexual seria ver apenas o que é mais aparente; pesquisar o
assunto perguntando a essas pessoas o que elas querem pode render respostas mais
originais, como “eu quero tudo”. perder a vida, podemos dizer que os E2s sexuais aspiram a
uma irresistibilidade que pode inspirar as maiores paixões. É que a maioria dessas pessoas não
consegue ser honesta o suficiente para dizer: “O que eu realmente quero em um homem é que
ele seja um Sansão de bolso” ou “Quero um gigante que me dê tudo o que eu quero e quando
eu eu quero isso.‖

É compreensível que algumas pessoas pensem que inspirar uma grande paixão pode ser uma forma de
resolver tudo na vida, e que a sexualidade pode envolver dinheiro, castelos e essencialmente cheques em branco: é
assim que pensam os dois sexuais.

Transformação no E2 sexual por Consuelo Trujillo

Este trabalho inspira-se nos testemunhos escritos e nas transcrições das reuniões que durante três
anos, de forma contínua mas irregular, mantivemos um grupo de pessoas do eneatipo sexual 2,
convocadas por uma proposta de Claudio Naranjo para aprofundar o subtipo. Também tive em
Cuenca a contribuição de Alba Arenas, psiquiatra italiana e companheira de traço. O grupo de doses
era formado por: Pablo Caño, Rosa López, Enrique Pérez, Leda Luttman, Toni Aguilar, Angel Saavedra,
Pasqualle Centro, Magda Martín e eu. Todos eles contribuíram com seus
 testemunhos (que se reproduzem nas páginas seguintes), com as suas questões e com a sua
presença nos encontros.

Ouvi Claudio dizer mais de uma vez que “muitos dois nunca chegarão a um caminho espiritual ou terapia, mas
por meio de uma crise de relacionamento. Por que uma pessoa tão importante se questionaria se não é que o
apoio externo ou a confirmação lhe falham?” Esta reflexão tem sido um guia e inspiração para este trabalho,
meu processo e o processo de muitos.

O caminho de cura de um casal sexual é de descendência, mas essa descendência tem muitas camadas porque o
orgulho e a sedução podem ser facilmente camuflados, disfarçados, interpretados como boas intenções.

A justificação do amor é perigosa

Um dois sexual pode justificar para si mesmo muitos atos, palavras, loucura, destruição e egocentrismo
na busca do amor. Como se o amor fosse a única emoção, o centro da vida, aquela experiência que tudo
justifica...

Essa pessoa formou uma imagem de si mesma como alguém desejável, amável, afetuoso, caloroso,
uma boa companhia, uma pessoa que ocupa o coração dos outros. Assim, ele justifica todos os seus atos em
busca da amorosidade. Mas esse amor se confunde com gostar, encantar, seduzir, atrair, ocupando sempre
aquele lugar especial por direito próprio.

Um testemunho nos diz:

― Acho que a princípio nós dois não nos amávamos: nos amamos, e amamos o amor, isso
sentimento forte, intenso, profundo, no qual se é muito protagonista e muito desejado. Nós
amamos a magia de se apaixonar. Não vemos o outro. Não é amor, é deificação.

Este ser não pode ser questionado. Este ser não pode ser tocado, pois está em um lugar
muito alto, do lado do amor. Portanto, é inquestionável. Então, só sairá de seu encantamento,
de sua divinização, de sua imagem idealizada, quando sua amada o abandonar, quando viver o
fracasso amoroso, a separação do casal, o abandono dos filhos... a Queda.

Perder o amor: a Queda me ajuda

Mas esse ser muitas vezes evita tal experiência de abandono, de fracasso amoroso,
abandonando antes que o abandonem. Então o primeiro passo para a cura é não desistir,
ser vulnerável ao abandono, ficar. O seguinte é sentir o abandono, escutar as causas desse
abandono, poder ouvir que ele não é o amante maravilhoso que pensava ser, que não é o
único. Cair da cereja. Deixe doer. Sentir-se do lado dos que sofrem, dos que não são
eleitos:

― O abandono, como é possível que eu, que sou o amante ideal, seja aquele que eles deixaram?
Assim desabou uma grande torre do meu orgulho. Minha paixão neurótica me afastou do amor.
 Outro depoimento afirma:

― Eu me orgulhei para não perder o amor. A vida foi me despindo com seus golpes disso
sentimento de superioridade que o orgulho me ajudou a criar. Cair era importante e as quedas eram
sempre sobre experiências de abandono.

Para quem se aprecia como amante, é conveniente perder o amor — esse dom
precioso, pelo qual tanto lutou e no qual pôs tanta energia — para perceber as lacunas, a
falsidade, a sombra, a queda da imagem idealizada e, por fim, ver a si mesmo. Sustentar que o
outro destrói sua imagem idealizada de parceiro, amante e companheiro. E cair naquele vazio,
naquele espaço desconhecido de responsabilidade, de perda, de “eu também sou isso”. E cair
até que a imagem desmorone. Viva na solidão, no medo, no fracasso.

Essa experiência de perda de amor também pode ser uma libertação: pare de fazer o papel de ideal
amante, deixe essa imagem de superabundância, essa representação em que se está sempre atento para
perceber as necessidades do outro, pare de se fazer digno de amor. Deixe de lado a crença de que para ser
amado você tem que fazer, você tem que ser especial, único.

Aqui está um testemunho claro sobre isso:

― Sentir-me amado por quem eu sou, tem sido uma das experiências mais curativas. Dois
exemplos disso:

Com meus pais, quando contei que ia me casar com X (uma pessoa do meu mesmo sexo): foi a
primeira vez que pude estar diante deles com toda a minha verdade, sem ter que fazer nada para que
eles me amassem. Naquela noite minha mãe veio me desejar bons sonhos, ela me abraçou e me deu sua
benção, e eu senti que algo que estava separado se uniu para sempre, um calor muito forte encheu meu
coração e eu dormi tão profundamente como quando eu era criança criança. Sentir o amor e a aceitação
de meus pais por tudo o que eu era me lançou na vida com uma nova força cheia de amor por mim
mesmo.

Depois de um trabalho de regressão em um SAT 3, eu estava deitado no chão como um trapo, estava sem
vida, não conseguia me mexer, tinha a sensação de ser um anjo caído, de morrer. Nesse momento vi
Cláudio como um grande patriarca que se aproximava e, do alto, descia até mim, que morria no inferno.
Ele me incorporou e me disse: 'eu te amo como você é, por você'. Ele abriu meu coração. Se a professora
me amasse assim, despida de toda sedução, sem nenhum atributo de beleza, poder e inteligência; Se o
mestre me amou quando eu era uma criatura despojada de tudo, até mesmo do impulso primário da
vida, o que eu poderia fazer, que outra prova de Deus eu esperava para me sentir digna de seu amor,
para me curvar diante dele e me reconhecer como sua filha?‖

Limitação, fraqueza, contato com a morte me ajuda

Para quem se sente o escolhido, que vive sentindo que as dificuldades da vida não o
atingem, que tudo aguenta, para quem não aceita limites, contato com a dor,
a doença e a morte são antídotos necessários para sua cura. Passamos muito tempo conversando sobre isso
em nosso encontro de doses sexuais, e todos nós tivemos experiências transformadoras com a doença e a
morte:

― Me ajudou a me conectar com aquela parte obscura da morte do meu filho, me conectar com aquela dor. Esse

a morte foi uma lágrima que não me permiti viver. Passar por cima dessa dor tem sido muito doentio. Minha
fuga da dor e meu vôo para a frente me levaram a causar muitos danos em minha vida.

O que mais me ajudou foi tomar consciência das minhas misérias, me bater,
ficar desempregada, me sentir abandonada, me ver quase desamparada, impotente. Tem que ser
assim, infelizmente, para começar a ouvir e ver o outro, para começar a ser humano, do bando.
Aceite minha mediocridade.

Outro testemunho acrescenta:

― Tem me ajudado muito neste momento a tomar conta da minha limitação. nunca consegui
ouvir falar da minha perna, sempre me coloquei acima dela: ‗não sou manca, sou ótima'. Internamente, não lido bem
com a minha claudicação porque me põe em contato com a dor.

Agora a idade me faz ouvir o limite do meu corpo; não antes: minha energia estava
transbordando. Agora me conecto mais com o medo, com a dor, com a necessidade de apoio.”

E, mais uma, disponibiliza:

― No dia em que saí da sala de cirurgia, um pensamento me ocorreu: ‗eu não sou imune'. Internamente,
havia em mim a crença de que as doenças não iam me atingir. Na minha fantasia, eu acreditava que não
estava deste lado, do lado dos vulneráveis, dos fracos, dos necessitados.

Também percebi 'não posso controlar minha vida'. A doença me tira o controle, está me
ajudando a descer, a me sentir mais indefesa, mais humana.

Os dias que eu não podia fazer nada, eles tinham que me ajudar em tudo, e
comecei a entender algo mais sobre a entrega, o abandono, a experiência de estar nas
mãos dos outros. Já senti um vazio de mãe, de amor incondicional, me permiti não fazer
nada, me abandonar para ser cuidada, sem agradar ou me comportar bem, simplesmente
existindo. Suzy Stroke me disse: ‗Deixe-se cuidar apenas por cuidar e receba o dom de
Deus apenas por cuidar'.

Se não acontecer algo muito forte que nos faça entrar em contato com a dor, não há cura a dois:
como já ouvi muitas vezes o Cláudio dizer, a dor é o que realmente cura.

Ver minhas limitações me ajuda

Começo citando alguns depoimentos:

 ― Uma vez tomei ayahuasca e tive uma visão com o arcanjo São Miguel, e disse:
‗Arcanjo, sou uma pessoa normal, com meus filhos e meu trabalhinho, estou bem.' Em outro
momento eu teria reagido com algo como: 'vou salvar o mundo, estou iluminado'.

Durante a sessão fui levado para uma cama e percebi que tenho 56 anos, que não posso
estar aqui como se tivesse 20, que é o que normalmente faço. Aceite que não tenho mais as forças
de antes e que meu corpo não aguenta mais, e diga: 'Bem, o arcanjo São Miguel está aqui, mas eu
não posso'. E sinta tranquilidade.

― O contato com a doença me ajudou muito a entender que não sou nada especial e a
livrar-me daquele lado em que me sentia acima do bem e do mal. Aos 17 anos comecei a estudar
enfermagem. Eu era um bom aluno, mas era muito difícil para mim ir ao hospital para estar com os
doentes, para ver que morriam. Comecei a perceber que eu também poderia estar ali, a me ver do
outro lado da cama. Foi esse contato com a doença, com a solidão dos doentes, com os que
morrem sozinhos, o que mais me ajudou a descer, a me considerar mais um e a entender que
também posso me ver ali”.

― Com a doença surgiu-me um pensamento muito antigo: ‗tenho que pagar pela vida'. ‗Deus tem
me deu a vida e eu tenho que pagar fazendo, dando"'.. Até que pude ver que a vida é um dom. Que
onipotência, quem sou eu para poder pagar a Deus pela minha vida! posso fazer é honrá-lo.

No contato com a doença, com a dor, com a morte, percebemos que não somos especiais, que
compartilhamos a mortalidade com os demais seres humanos. Quando um E2 sexual se entrega a essa experiência,
há uma sensação de ter voltado para casa, de ter encontrado sua verdadeira existência.

Por fim, chega a possibilidade de sentir compaixão, de abraçar minha fragilidade, minha dor, minha
falta, minha fraqueza... Só na compaixão se encontra a verdadeira força.

O contato com a verdadeira necessidade e a aceitação da falta me ajuda

Há um longo caminho a percorrer para essa característica e subtipo até que possamos levar em
consideração que não é uma coisa ruim precisar, que é humano carecer. Isso implica reconhecer o valor
do outro sem que isso implique subestimar a mim mesmo, ser capaz de reconhecer que o outro é
melhor que eu em tantas coisas...

É uma cura descer para o E4, finalmente parar de fingir que não nos falta nada,
reconhecer que temos deficiências. Admita esse sentimento tão temido, tão qualificado como negativo,
tão evitado. E aceite-me com a minha sombra. Desça do altar para ser mais um entre os pecadores,
reconheça que não estou livre do pecado. Veja-me no pecado e na virtude.

Mas cuidado, o grande problema do E2 sexual pode ser acreditar que você está curado, superado,
curado. E então novamente você tem que começar a desmascarar outra nova imagem...
 Porque a transformação começa sabendo que a transformação absoluta nunca vem,
que nunca se está livre do pecado, que não somos apenas anjos, mas também demônios, que
nunca paramos de aprender, errar, sofrer, perder, que tudo isso faz parte da vida, que não existe
ser imune à falta .

E é bom sentir a necessidade:

― A crença de que não posso precisar, o tabu dessa palavra, o medo de depender, vem
para mim desde a infância... E agora preciso desfazer esse mandato, redescobrir essa experiência: a
necessidade primordial que é lícita, que é humana, que me aproxima dos outros”.

Esse personagem falsificou durante toda a vida essa necessidade primordial, transformando-a em falsas
necessidades, caprichos, dando-se o direito de fazer o que quiser, não pedindo e tomando por direito, exigindo,
dando por certo... Novamente, o caminho consiste na frustração dessas falsas necessidades de ir ao encontro da
verdadeira necessidade.

Querer me ver, conscientizar, me ajuda

O mais caro é reconhecer como seduzimos de mil maneiras diferentes, como
justificamos a sedução, como jogamos o fio e não largamos, por causa dessa vontade
de ter tudo, de agradar, de ser desejada, de manter aquela empolgação nas relações,
sentir a atratividade... Como desvendar esse jogo de sedução que está tão grudado na
nossa pele, que exercitamos de forma tão inconsciente? Ajuda quando a pessoa que
você ama lhe diz que não pode confiar em você, que está acabada. Mas tem que ser
alguém que você ame de verdade, alguém que possa te desarmar do amor e da
sinceridade. Aí a máscara começa a desmoronar e pouco a pouco aquele mecanismo
que estava tão fortemente escondido até de nós mesmos começa a vir à luz. É como
remover camadas e camadas. Demora muito, muito sofrer, muito amar,

― Suzy Stroke me disse um dia: ‗se você realmente quer se conhecer, se você colocar todas as suas
vontade e seus sentidos, você verá o mecanismo de sua sedução e seu orgulho'. E é verdade:
posso ver quando quero ver, e posso ver suas consequências na minha vida... Mas claro, isso é
doloroso.

Me desapegar da emoção me ajuda

O destrutivo é uma reação neurótica à frustração. Não consigo o que quero, dói, mas é uma dor egoica,
ligada ao orgulho, por não aceitar o “não”. Então, aqui podemos ter um comportamento muito destrutivo
em relação a nós mesmos em relação à comida, ao corpo, à sexualidade. Percebemos o “não” como
afastamento do amor, e se o outro não me ama, a vida não vale a pena ser vivida. Dentro, há um
sensação de fúria, de raiva, que imediatamente emocionamos para o choro. Pode até ser crível para
nós, pode parecer uma dor real, mas é uma cena, é um ego. A dor tem outro sabor, outra
profundidade.

Qual é a saída saudável? Às vezes começa-se a perceber que esse comportamento não é tão
verdadeiro e não produz os resultados esperados no outro. Então eu tento suprimi-lo...

Pela minha experiência, posso dizer que a repressão também não é o caminho. O jeito —
pelo menos um jeito possível — é respirar o que sinto, à maneira da meditação, observar como se
não fosse meu, passar por isso, ser um pouco descrente de mim mesmo, não levar minhas
emoções Tão sério. É algo como abrir mão da intensidade emocional, desapegar-me.

Para o depoimento a seguir, o que funciona é:

― Treinar-me para ser mais descrente com minhas emoções, dissolver o emocional
turbilhão e ser mais austero. Isso me ajuda a ficar em silêncio, não falar e colocar minha atenção em
minhas ações. Fatos são amor e não boas razões.

Como se curar da falsa generosidade?

A ideia maluca é que tenho que dar para receber, que tenho que satisfazer todas as necessidades do
outro, que não posso dizer não por medo de decepcionar. No fundo existe a crença de que sozinho, sem
fazer nada, não sou digno de amor, mas acho que o mais forte é a necessidade de orgulho em ser
excepcional para o outro.

E neste dar não vemos as reais necessidades do outro: ele se atropelou, um excesso de
generosidade sem sentido porque não parte do que o outro precisa ou me pede, mas do que eu quero
dar a ele ou do que Acredito que seja bom para ele, o que muitas vezes coincide com o que é bom para
mim.

O caminho se abre se, sentindo-me frustrado pelo outro, resisto à primeira reação orgulhosa de
sair, ofendido, e conseguir ficar e ouvir que talvez o outro não queira ou não precise do que eu
quero dar a ele. E também ajuda reconhecer que não percebi nem escutei a verdadeira
necessidade do outro porque estou cego pela minha doação excessiva.

Como poder sentir que o excesso de disponibilidade — essa superabundância, esse estar
tão presente na vida do outro — nada mais é do que um pecado de onipotência?

― Em uma profunda experiência de meditação pude ver até que ponto estou determinado a
apoiar o mundo, ajudar a todos... Quando percebo de repente, penso: quem sou eu para apoiar o
mundo? O mundo já é sustentado por Deus”.

Humildade, gostar de ser pequeno, me ajuda

No E2 sexual, a sedução é sexual porque tem um forte componente de querer pegar o outro,
possuí-lo... Mas esse desejo não se limita ao sexo, que é apenas a primeira camada. Se
continuarmos a aprofundar, podemos ver e sentir o mecanismo de sedução que está presente na
ânsia de ajudar, na bondade, nas boas intenções, na santidade... A sedução e o orgulho criam uma
imagem de pessoa inquestionável; alguém que não deixa transparecer sua escuridão, suas más
intenções, alguém que tem muita dificuldade em mostrar sua falta... E aí? É preciso ir muito fundo
para poder ver que o que está por trás dessa imagem que apresentamos é uma crítica feroz, um
juiz condenatório do que podemos chamar de sentimentos negativos. O caminho não é rejeitá-los,
mas vê-los, compreendê-los, aceitá-los: "Eu também sou isso", até que caiam na pequenez,

― É bom para mim curvar-me, ajoelhar-me, sentir a minha pequenez, a grandeza de Deus, de
A vida, dos que me cercam, reconhecem suas virtudes...”

As relações pessoais devem ser abordadas com humildade. Acostume-se a ir atrás do meu impulso de
dar. Aprenda a não oferecer mais do que você pode dar. Modéstia: Esta é uma palavra inspiradora para os dois
sexuais.

Tomo uma citação de Alba Arenas, extraída de sua obra autobiográfica sobre a
transformação:

― Para que haja uma mudança, acredito que aquelas feridas do ego que o
dois medos a mais são justamente aqueles que podem se tornar potenciais recursos transformadores,
pois ajudam a quebrar o orgulho. Nesse sentido, se o orgulho cede, a humilhação cede lugar à
humildade. Para que isso aconteça, o sujeito precisa aceitar as oportunidades que a vida cotidiana
oferece para assumir responsabilidades, essas tarefas simples que a existência propõe, com uma atitude
de aprendizado e com capacidade de adiar a gratificação. Acredito que, neste eneatipo, a humildade
pode se manifestar desenvolvendo uma tendência a se colocar um tom abaixo do que sempre foi,
embora por outro lado mantenha aquele pouco de orgulho sem arrogância que sustenta a dignidade
pessoal, a capacidade de criticar e aquele senso de justiça própria totalmente diferente da
autoindulgência.

Ser capaz de aceitar o que a vida me traz e ser profundamente grato por isso é o suficiente.

Verdadeira liberdade

Como pode alguém que aparenta tanta liberdade ser verdadeiramente livre, alguém que se mostra ao
mundo vestido com uma falsa espontaneidade, alguém que justifica suas ações em busca de seu direito
de ser livre? Não pode haver verdadeira liberdade na dependência, não pode haver liberdade quando a
intenção de minhas ações é obter o amor do outro ou encantá-lo.

Só há um caminho: abrir mão do outro para me levar, reconhecer minha verdadeira necessidade, meu
desejo, arriscar ser mesmo que isso signifique perder a pessoa amada. Seja e assuma as consequências,
comece a me ouvir, entre em mim, perceba o movimento sutil da minha alma.
 Para isso, é preciso buscar aquela liberdade que não consiste na busca obsessiva da
liberdade entendida como intolerância a todas as limitações — tão característica das pessoas desse
eneatipo. É necessário descobrir a liberdade intrínseca, que consiste na consciência da vontade da
minha verdadeira existência. Nele minha vontade é harmonizada com uma vontade maior. E nessa
liberdade há cura, há virtude, há um guia. Tudo isso é uma busca: você nunca chega, mas é um
caminho de realização.

A sexualidade como caminho para o sagrado

A sexualidade é o centro do relacionamento para um casal sexual: a paixão da intimidade que é sempre
entendida como intimidade sexual. A necessidade de ser amado que se confunde com ser desejado. A
busca pelo poder através do sexo. A busca pela intensidade para se sentir vivo. A crença que tenho de
dar prazer ao outro. Estou no controle, busco e dou o orgasmo e me apeguei ao meu jeito de fazer.

No fundo existe uma falta de criatividade disfarçada por uma aparente desinibição e
autoconfiança. Um apego a uma forma de fazer, uma rigidez.

A sexualidade é vivida como uma arma de conquista e, portanto, é mais genital,

mais masculina. O dois sexuais quer atingir o orgasmo, provocá-lo... E falta fé na
energia que move, na experiência de receber o outro, de deixar ir.

Como sempre, a pessoa começa a questionar quando experimenta frustração e insatisfação.

Será milagroso que o amante mostre sua insatisfação sexual, que nos tire da ficção, que nos
confronte ou que nos mostre sua necessidade de outro ritmo, de fazer de outra forma, com mais
sensibilidade, delicadeza, ternura. .. Esse crack nos dá a oportunidade de iniciar um dos caminhos
mais difíceis e caros para esse traço.

Devemos refazer o que aprendemos, abrir mão do controle e ter coragem de

permanecer sem armas, indefesos.

O caminho passa por não buscar o orgasmo, não buscar resultados conhecidos, deixar o outro fazer,
experimentar a passividade, a feminilidade...

Em um curso do Programa SAT, ouvi Claudio dizer para um grupo de pares sexuais:

― Será que pode ser útil para você praticar a experiência do sexo sem
um pouco de orgasmo, para ver se se transforma numa deliciosa ternura? Pode ser que as doses se
beneficiem da disciplina tão recomendada... Existem escolas que cuidam disso, de diminuir os
orgasmos para transformar essa energia em emoção maior, para alimentar o vínculo afetivo. Para
um casal sexual, deve ser muito difícil.

E é disso que se trata: dessexualizar a experiência amorosa para dar lugar ao coração,
os sentidos, a ternura, a sensualidade...
 Como sempre, trata-se de recuperar o pequeno, o mais subtil, o traço fino...

Alba Arenas diz em seu trabalho sobre transformação que um casal sexual em processo de cura
transforma a idealização romântica do amor em verdadeira intimidade, que é algo mais simples e
humilde. A sensualidade não é mais relegada à conquista sexual, mas se estende a uma sensibilidade
aberta ao prazer de olhar uma folha, uma pedra, um raio de luz, ou ouvir o barulho de água corrente ou
o rugido de uma tempestade. Deixando de ser escravo da busca pela intensidade e pelo prazer, ele
descobre pequenas e simples alegrias. O protagonismo de querer se sentir o centro dos desejos e da
admiração dos outros está dando lugar a uma nova percepção de si mesmo: a de ser simplesmente
“nada de especial”.

Citarei também o depoimento de uma colega sobre sua trajetória na prática do Tantra. Ela o
intitula: “Não procure o orgasmo que vem por si só”.

― Na questão sexual, eu achava que nada ia acontecer comigo se eu transasse com quem eu
queria e tinha bons e vários orgasmos e, por sinal, era mais poderoso do que qualquer homem.
Qual era o problema?

Conheci um homem e começamos um relacionamento. Ele tinha dificuldades de ereção e, acima de

tudo, era difícil para ele penetrar. Eu, craque, não tinha problema: era um filho da puta experiente.

Então ele começou a falar comigo sobre Tantra, sobre experimentar, sobre seguir outro
caminho. O caminho de trazer consciência para o momento, de entrar em contato sem propósito,
deixar a energia se mover com o mínimo de esforço, relaxar, soltar e abrir espaços por todo o
corpo...

Ahaha, amigos! Estar naquele lugar onde as coisas acontecem ou não, onde a energia
se move ou não, mas o papel se solta, fiquei sem palavras. Descobri que não sentia tanto
quanto pensava. Eu fazia muito pra sentir, eu não era tão filho da puta assim, eu me sentia
insegura. Eu vi minha dificuldade de entrega, de entrega ao masculino, de ser ativamente
passivo, de deixar ir e fluir. Viver minha feminilidade como algo belo.

Ah, claro, agora o prazer é muito maior, é alegria.

E posso abrir meu coração.

Verdadeiramente, a revisão da vivência da sexualidade é um caminho de transformação para esse

traço. E não só isso, mas pode se tornar uma das brechas que nos permite abrir a porta para uma realização
mais profunda, um encontro com um sentimento de amor mais autêntico e profundo para com os outros e
para com nós mesmos, uma oportunidade de entrega, a onda que nos leva à comunhão com a energia divina,
uma porta para a transcendência.
Resumindo: coisas que nos ajudam

- Viva experiências que me ajudem a demolir o ego, a desvendar essa necessidade essencial.
- Meditação.
- Silêncio.
- A revisão da intenção das minhas ações, das minhas palavras.
- Questionar-me e ser questionado.
- Permaneça consciente do desconforto, da dor. Respirar. Ouça
- minha limitação e siga-a, deixe-a ser minha professora.
- Constância, permanência, compromisso.
- O encontro com o gozo do quotidiano, com o pequeno, passando despercebido. A
- fé de que nesta vida posso me libertar do jugo do sofrimento.
- Peça por ajuda.

- Solidão, reflexão.
- Escreva sobre você (ou tenha um diário).
Traduzido do Inglês para o Português - www.onlinedoctranslator.com

E2 Conservação (Autopreservação) – Privilégio

No conservador E2, a sedução pode ser comparada à de uma criança para com os pais. Assim como o tipo
social aparenta ser grande, este é alguém que é visto como pequeno, infantil, em suas atitudes e até mesmo
em seus traços físicos. Assim como o dois social parece hiperadulto, supermaduro, e o E2 sexual — como a
Carmen de Bizet — aparece como uma força selvagem da natureza, o E2 conservador parece terno e infantil.

Precisamente, os psicanalistas chamavam isso deinfantilpersonagem. Ichazo usava para sua

característica necessidade neurótica a expressão: “Eu, o mais importante”, que em sua época eu
interpretei mal ao pensar que designava a atitude napoleônica de quem mostra o peito. Por fim, entendi
que, ao contrário do desejo de importância de uma pessoa ambiciosa, esse “eu, o mais importante” do
tipo conservador se refere ao egocentrismo infantil, que é um desejo de estar no centro das atenções
sem precisar serimportanteatravés de qualificações, performances ou feitos. Pois a criança quer ser
amada não por isto ou aquilo, mas simplesmente porque; isto é, por ser o que ele ou ela é.

O que é mais proeminente neste tipo humano, então, é a necessidade de amor, a necessidade nua de
amor, obtido nem por sedução sexual nem por auto-importância social.

Mas por que uma pessoa teria a necessidade de permanecer infantil ou agir como uma criança? Naturalmente,
há alguma vantagem nisso. Eles gostam mais de crianças do que de adultos, e os bebês são muito
atraentes para pessoas de temperamento maternal. Podemos dizer que os próprios traços infantis são
sedutores, e que a necessidade neurótica desse tipo humano é a de seduzir pela infantilidade — o que
implica necessidade de ternura, delicadeza e fragilidade, embora implique também egocentrismo e
evasão de responsabilidades.

A transformação na conservação E2 por Cati Preciado

Eu não quero ser um adulto!

Considero que o mais difícil no processo de transformação é crescer, amadurecer,

assumir que não sou mais uma menina a quem tudo se desculpa, por sua ignorância, por sua
inocência, por capricho, vivendo de mimos, privilégios e confortos, por direito e porque. Sair da
infância-adolescência tem sido um trabalho difícil, fui apaixonada pela minha imagem de menina
púbere por toda a vida; uma imagem que me seduziu, que amei e que deixei dirigir a maior parte
da minha vida. O apego à infantilidade do meu carácter é mais do que uma preferência ou uma
fixação: é um modo de vida, um estilo de vida onde as responsabilidades nunca recaíram sobre
mim e sobre as minhas decisões, mas sobre as circunstâncias, sobre os outros ou sobre o acaso da
vida .
 Crescer é um processo que, visto do passado, posso descrever como complicado, difícil,
incômodo, mas principalmente desagradável. Apaixonar-me por mim mesmo tem sido a tarefa mais
importante e decisiva para crescer. É por isso que os casais só crescem quando transcendem o estado de
enamoramento e caminham para o processo de construção do amor. Assim, é precisamente isto que
tenho encontrado: perceber que para crescer tenho de me construir, não com base na superficialidade
dos meus maus hábitos de carácter, mas com base na realidade agridoce que me rodeia
constantemente, tendo em conta que por vezes só preciso ficar parado ou em silêncio para ouvir a voz
interior das minhas necessidades, da minha alma.

O trabalho para crescer valeu a pena: significou entrar em uma realidade compartilhada por
outros e por mim, onde pude experimentar companhia, apoio, medo e poder enfrentar meus próprios
fantasmas, além de aprender a pedir ajuda .

O processo de transformação continua, não acaba, está acontecendo agora, e em parte

tem consistido em um esforço para tolerar a frustração, aceitar o peso das coisas, as
consequências dos meus atos. Só consegui tal condição por reconhecer um profundo
sentimento de incapacidade, ignorância e preguiça de ser.

Tornar-se mulher e crescer significa registrar a necessidade de contatar e relacionar-se com outras
mulheres como iguais, como irmãs, amigas, professoras e guias; significa ingressar no mundo feminino não
apenas para cultivar a sedução e a persuasão; significa entrar em contato com a receptividade diante da
demanda; contato com sensibilidade versus insensibilidade, com amor versus dependência, com realidade
versus fantasia.

Fazer de mim mulher me faz de carne e osso: eu sinto. Não só quero sentir com o outro: também
me sinto mortal, com a idade, com fronteiras que antes não via diante do meu heroísmo arrogante de
menina superpoderosa. Por que super poderoso? Por acreditar que posso sentar nas pernas do próprio
Lúcifer ou de um Deus todo-poderoso e acreditar que posso beijá-lo, acariciá-lo, bancar o encantador e
conseguir tudo o que desejo; Sempre senti que podia lidar com qualquer coisa, claro que era qualquer
coisa que me interessasse. Meu inconsciente certamente me protegeu ao abordar situações em que não
exigia grandes esforços intelectuais ou habilidades especiais; Bastava-me o meu encanto infantil e a
promessa de oferecer amor incondicional, como o das crianças, sem limites nem barreiras. Quem pode
resistir a tal oferta?

Lembro-me da sensação de me sentir uma espécie de domador de feras: quando o outro está com raiva ou
precisa de alguma coisa, quando surge o conflito, lá estou eu, quase pronto para tudo, como um oásis no deserto
para os sedentos, como uma canção de sirenes no meio do nada Em última análise, isso é precisar da besta e seus
modos grotescos de minimizar minhas próprias deficiências, meus desejos e necessidades mais profundos.
Claramente, minha própria besta acaba me dominando.

Minha busca começou quando cansei de morar em casa com meus pais, e aos
21 anos, recém-formado em psicologia, consegui um emprego que me permitia pagar um
apartamento para mim. Não pensei muito nisso e fui procurar um lugar para morar
sozinho. Minha fantasia era que meus problemas acabariam quando eu alcançasse a autonomia
econômica e física de morar sozinho: eu seria finalmente livre! Livre das exigências de meus pais, livre
para fazer com meu tempo o que eu quisesse, livre para usar meu espaço e assim por diante. Alguns
meses depois comecei a me sentir deprimido, ganhando quase 20 quilos de peso... A sensação de solidão
e de assumir o controle de mim me enchia de angústia e medo, mas não ousava confessar todos esses
sentimentos a ninguém. e eu os vivi em silêncio. No entanto, segui em frente com meu plano de morar
sozinho. Ele mal passava tempo comigo, sempre recebia visitas ou alguma atividade. Pedi ao namorado
de plantão para morar comigo e ele recusou minha oferta: lá me senti mais deprimida e depois tive
reações alérgicas na pele. Doente, ao visitar o dermatologista ele me disse:

— Você está sob muito estresse, o que está acontecendo na sua vida?

Ouvir essa pergunta me deu vontade de morrer. Uma raiva incontrolável me invadiu e eu queria
descontar em todo mundo, nos meus pais, no meu namorado, no mundo... Dava vontade de reclamar
pra todo mundo que não estavam cuidando de mim. A vida parecia-me tremendamente complicada,
sentia-me impotente, estava em crise total...

Agora sei que por baixo da raiva guardei uma dor de me sentir desprotegido, inútil,
insignificante e desvalorizado que ficou evidente quando me tornei independente.

Naquela época, eu estava tão desconectado de mim mesmo que morava em um

apartamento decadente. O antigo teto de madeira tinha cupins. Quando chovia, a água escorria
para a cozinha e para o quarto. Lembro que ele colocou baldes e barquinhos para que a água caísse
e não reclamou com o senhorio. Eu estava tão entorpecido que nem questionei se deveria mudar
de apartamento. Era como se ela não visse o negativo da casa nem de mim: eu morava naquele
antro fugindo da vida familiar, da qual estava farta, e onde não havia mais lugar para mim como eu
queria.

Após dez meses de independência mudei-me para um novo apartamento onde tudo era conforto,
proximidade e beleza. Levei quase um ano para perceber onde queria morar, já que a primeira tentativa foi
apenas um espaço para sair rapidamente da casa da família devido ao desespero que sentia ali.

Meu trabalho era administrar uma clínica de cuidados paliativos. Eu fazia o que queria, sempre me atrasava,
meu horário podia ser oito da manhã e era normal eu chegar às dez. Às vezes ela dizia que estava doente e saía para
passear. Também usei o dinheiro da caixa de despesas do escritório para gastar em minhas próprias despesas
pessoais. Fingi trabalhar e contei muitas mentiras para me desculpar constantemente.

A procura de mim começou nesta crise em que não tinha com quem falar sobre a verdade do
que me acontecia: não tinha em quem me apoiar, sentia-me tremendamente sozinha e desprotegida,
comia mal, dormia mal, tinha pesadelos e medos. à noite. Meu namorado era um menino deprimido de
quem eu tinha que cuidar. Sentia-me cada vez mais cansada, e para aguentar tudo isso refugiava-me em
festas todos os dias que podia, ou ia às compras com cartão de crédito emprestado, ou comia tudo o que
queria: pães, sobremesas, chocolates... estilo de vida totalmente bagunçado que era
procurando uma maneira de não entrar em contato comigo e queria evitar se sentir mal a todo
custo. Em troca, nunca havia descanso: a euforia era minha companheira e me distraía de minha
vida interior com uma busca constante de sensações e experiências que me distraíssem do
sentimento de abandono de mim mesmo. Apliquei constantemente uma atitude de não me frustrar
com nada, de não sentir o vazio que carregava dentro de mim, de evitar a ansiedade constante de
não saber o que fazer comigo mesmo, o que me levou a ser hiperativo e cheio de pessoas que me
ajudaram para me distrair.

Assim, um bom dia em que me sentia muito deprimida e sozinha, uma ex-professora da faculdade de
psicologia me ligou e me convidou para um grupo de treinamento e trabalho pessoal. Então eu vi uma
pequena luz no fim do túnel. Comecei no grupo e entrei em um processo de psicoterapia com ele que durou
cinco anos. O processo foi uma espécie de desintoxicação: passei a me alimentar melhor, comecei a fazer
exercícios e a mudar hábitos. Ele frequentava psicoterapia uma vez por semana e também fazia parte de um
grupo de treinamento que se reunia uma vez por semana. Esses cinco anos foram como sair do buraco para
ver que havia outro tipo de vida. Serviram para reconhecer minha depressão, minha dor, minha falta de
carinho, de apoio.

Hoje percebo que posso me proteger: ser autossuficiente e cooperar dentro do meu
relacionamento me dá a confiança de que posso fazer as coisas por mim e pelo outro. Sinto-me cada vez
menos ansioso, menos preocupado com o que fazer comigo mesmo.

Sinto-me comprometida com o que faço, com o meu trabalho, com as coisas simples do dia-a-dia, como cozinhar
ou passear. A vida está se tornando mais simples, menos complexa.

A euforia também se foi: sinto-me calmo e posso me divertir sem ter grandes expectativas
de mim e/ou dos outros. Muitas vezes me vejo falando a verdade sobre o que me acontece, o que
penso, o que sinto.

Nunca ganhei peso como quando tinha 21 anos. Para mim é um indicador muito concreto
aprender a controlar meus impulsos de comer compulsivamente ou comer desordenadamente, o que
desde a adolescência foi um assunto muito difícil para mim. Agora, em geral, mantenho um peso e
consigo me regular.

Também me sinto cada vez menos pesado: sempre me senti uma pessoa avassaladora e pegajosa,
como o mel do qual você não consegue se livrar facilmente, como uma menina mimada que exige carinho,
olhares e atenção o tempo todo. Agora me vejo mais leve: não me sinto mais menina o tempo todo, mas me
vejo querendo coisas de adulto, como compromisso, responsabilidade ou estar presente com outra pessoa
sem o costumeiro egoísmo de se aproveitar.

Eu me vejo entendendo a vida dos meus pais, vejo que a minha exigência para com eles
também diminuiu.
 Vejo-me levando a sério: minha voz vale por ser uma pessoa, não por ser
maravilhosa ou por escapar impune.

Vejo-me escolhendo situações nas quais quero me envolver, em vez de cair na

compulsão de me oferecer a todo momento para continuar sendo o favorito.

Me considero uma mulher, não uma eterna adolescente, e assim consigo cuidar
da minha saúde.

Sinto-me mortal: antes não via a morte nem a finitude da minha vida. Agora me vejo levando em conta
que a vida pode acabar a qualquer momento. Às vezes esqueço, mas cada vez a ideia de que a vida é finita está
mais presente em mim.

A maior diferença que percebo é que agora penso e decido por mim. Percebo que não estou no
controle total dos meus relacionamentos, mas sim que os relacionamentos são vivos, têm uma dinâmica
própria e sua evolução depende dos dois envolvidos ou de todas as pessoas que o formam.

Entrei no mundo das mulheres adultas, as vejo como iguais, e vejo minha
competitividade, minha cumplicidade, minha inveja e minha admiração por elas.

A novidade também é que hoje me sinto cansada, percebo a ausência de euforia e birras e
presto atenção à minha necessidade de viver de maneira ordeira.

Deixei de tratar minha família de origem como se fosse minha propriedade, como se tivessem que me
homenagear.

Aprendi a me comprometer em um relacionamento, a ouvir as críticas e os defeitos que

tenho dentro dela.

Admito minha preguiça intelectual, minha ignorância. E sinto a dor emocional que isso me
causa.

Aprendi a estar comigo mesma e também a conhecer a satisfação.

Aprendi a confiar na ajuda, no apoio. Isso me ajudou a identificar que o sentimento desendo maravilhosoé
um anteparo para toda a insegurança que guardamos por dentro, relacionada ao fato de nem sabermos o que
queremos para nós.

Hoje é mais fácil para mim sentir-me irmão das pessoas, viver a experiência de que sou um na
multidão, que estamos todos no mesmo barco.

E, acima de tudo, o que mais me ajudou a crescer é aceitar o erro, o defeito, ver o quanto
posso ser desatento, identificar que fui egocêntrico, que sempre agi como um parasita, me
alimentando dos outros sentir-se protegido, preferido e consentido por eles.
 Serviu-me para desidealizar o mundo em que vivi, para me desidealizar perante as pessoas,
para sentir a dor, a desilusão, para enfrentar a queda das fantasias...

Ajudou-me a trabalhar como psicoterapeuta, a tornar-me útil, a servir um propósito onde

tive de me esforçar, de ter disciplina. Como psicoterapeuta, tem me servido de viver a experiência
da saída dos pacientes: quando saem do processo, quando não precisam mais dele, quando não
precisam mais de mim...

Tem sido essencial impor-me disciplinas, rotinas onde há limites, onde não posso fazer o que
quero. Alguns exemplos são: fazer psicoterapia nos últimos dez anos ininterruptamente, manter a ordem
em casa, organizar a alimentação; comer sempre no mesmo horário, tomar café da manhã sem exceção,
sempre tomar meus remédios; cumprir os pagamentos do cartão de crédito em dia, sem entrar em
dívidas; cuidar do meu carro (levar para manutenção, botar gasolina, limpar), cuidar da minha saúde com
uma alimentação saudável, não ficar acordado, tirar uma soneca, descansar, não atender a todas as
demandas das pessoas ao meu redor, dirigir um grupo de psicoterapia ininterruptamente durante os
últimos oito anos, nos quais tive que me comprometer a oferecer um espaço de escuta e apoio, além de
preparar semana a semana o que vai ser trabalhado, etc.

Tudo o que foi dito acima eu não conseguia fazer dez anos atrás: vivia em um caos constante.

Deixo para trás uma infância idealizada, deixo para trás ser condescendente comigo mesmo a
cada momento, deixo para trás o medo de não ser querido, o medo de não ser encantador, deixo para
trás a ineficiência.

E deixo para trás a minha expectativa de que satisfaçam todos os meus desejos, de querer ser
único e especial; Deixo para trás a expectativa de que minha família seja como eu quero, o desejo de que
me amem como eu quero que me amem.

Se eu olhar para o passado, eu me vejo como um prisioneiro da minha necessidade de parecer bonito e agradável na maior parte do tempo.

a época: eu vivia preso na minha compulsão de ser querido por todos, na minha compulsão de dar
presentes sem ver os outros. Também deixei para trás a sensação de ter nascido na família errada e a
sensação de ser uma escrava.

Agora surge uma vida de simplicidade, surge uma pessoa de 40 anos que tem a presença de
uma mulher, surge o reconhecimento de que a morte existe, surge o cansaço, o interesse em aprender
aspectos da vida que me pareciam muito complicados, como a filosofia , a história, a própria vida: hoje
percebo que não me interessavam porque não queria me esforçar para aprender. Surge também uma
melhor organização com o meu trabalho: aprendi a gerir a minha economia, a poupar, a optimizar o meu
trabalho, etc. Surge também uma maior aceitação dos meus pais: consegui aceitar as minhas origens. E
sinto desejo por uma vida satisfatória, não maravilhosa. Com tudo isso, surge o sabor da liberdade.

A psicoterapia foi decisiva na elaboração dos conteúdos da minha vida, partindo da razão.
 O Dr. Claudio Naranjo me ajudou muito sugerindo leituras, e eu mesmo encontrei algumas que
marcaram meu autoconhecimento e me ajudaram a me identificar ou me diferenciar no processo.
Exercitar a leitura, a análise e a reflexão tem sido uma forma de ativar minha parte intelectual que tanto
desprezava.

Em meu processo de psicoterapia, tem sido muito útil para mim trabalhar com uma mulher: o
eneatipo dois geralmente tem uma relação distorcida com a mãe, e me reabilitar por meio de psicoterapeutas
femininas tornou-se um passo muito importante.

Conhecer a admiração e o divino através da música tem sido um exercício fundamental. A dança
tornou-se uma forma de acessar flexibilidade, espontaneidade e criatividade.

Se eu olhar para frente, para o meu processo futuro, quero não me antecipar, não me adiantar, não
ter ilusões, continuar com o trabalho de me construir, me sentir cada vez mais real, mais sólido, mais presente,
simples, vendo as coisas por mim, confiando na vida e no que posso fazer.

O que aprendi com meu processo de crescimento é que o importante é não se desesperar
ao se sentir sozinho, ter paciência e saber que basta começar a se conhecer para se sentir
acompanhado.

Para um E2 conservacionista é importante perceber até que ponto suas relações são
utilitárias: ver que sempre há uma vantagem e uma troca de conveniências. O Eneatipo dois
usa e acaba sendo usado por outros, então no final eles ficam com a sensação de ser um
objeto e/ou ver o outro como um objeto.

Pela minha experiência, recomendaria a um conservacionista E2 resistir às suas birras

quando somos confrontados por quem nos ama, aprendendo a ficar e a dar a cara, a dar
feedback à relação com o outro. É bom supor que ele quer estar no controle de seus
relacionamentos, e assumir como sua manipulação e suas mentiras querem levar o outro
aonde o E2 quer que ele vá.

Sugiro que a conservação de E2 veja o preço de seu comportamento infantil, o que ele perde toda vez que
se comporta como uma criança: como esse pequeno poder se torna uma forma de denegrir a si mesmo e ser
deixado em paz.

Na relação terapêutica, o conservador E2 é inicialmente um paciente complacente e

muito afetuoso que tentará seduzir o terapeuta com seus afetos infantis e grande idealização.
Essa sedução servirá de isca para que o psicoterapeuta não o enfrente ou o maltrate; ele vai
procurar o terapeuta para se apegar e sentir dificuldade em tratá-lo como um adulto. Através
de uma falsa ternura, ele tentará amenizar a relação para que se tratem como dois amigos,
como cúmplices: assim, seu ego conservador permanecerá intacto.

Na minha prática, tive contato com pacientes de conservação E2. Em todos os casos, eram mulheres.
Os motivos pelos quais dizem buscar ajuda psicológica sempre me impressionam: em alguns casos,
quando têm problemas com o parceiro, o conflito reside no fato de que a manipulação que vinham exercendo não funciona mais para eles, ou

receberam algum ultimato nesse sentido. Assim, costuma haver um problema de limites com o casal. Isso significa que gastam o dinheiro da

família ao acaso ou em segredo, não conseguem cumprir acordos, sentem-se vitimizados pelo parceiro sem ver sua parte no conflito, etc.

sexo, mais alegria, mais tempo, mais dedicação... Muitas vezes tenho visto muita dificuldade em se diferenciar da família de origem: são

pacientes que gastam energia, dinheiro e esforços para fazer a família se movimentar e se comportar como o paciente deseja, além disso,

muitas vezes a conservação do E2 também tem dificuldade em estabelecer limites, de modo que, em muitos aspectos, a família de origem

acaba sendo mais importante do que a família de origem. sua própria família. Soma-se a isso o fato de que não podem abrir mão do controle:

precisam ser protagonistas dentro da família de origem. Como mães, elas têm dificuldade em ser adultas e se comportam como crianças com

seus filhos. Há grande dificuldade em exercer a autoridade materna. Tenho percebido uma grande identificação com a infância das crianças e

desejo que vivam uma vida totalmente livre de dor e sofrimento. Como mães, elas têm dificuldade em ser adultas e se comportam como

crianças com seus filhos. Há grande dificuldade em exercer a autoridade materna. Tenho percebido uma grande identificação com a infância

das crianças e desejo que vivam uma vida totalmente livre de dor e sofrimento. Como mães, elas têm dificuldade em ser adultas e se

comportam como crianças com seus filhos. Há grande dificuldade em exercer a autoridade materna. Tenho percebido uma grande

identificação com a infância das crianças e desejo que vivam uma vida totalmente livre de dor e sofrimento.

Enquanto está em lua de mel com seu psicoterapeuta, o conservador E2 parecerá um

excelente aluno, o mais diligente, o mais carinhoso, mas no momento em que essa ilusão se
dissipa, ele tende a sair e encontrar alguém novo para mimá-lo, que o torne carinhoso e o trata
como ele deseja. É conveniente que as duas conservações sejam persuadidas a saber o que é
deixar de ser criança: o psicoterapeuta deve ser um agente que o inspire a experimentar a
liberdade de ser adulto, de poder decidir livremente sobre sua vida e não ser escravo de seus
desejos e de seus relacionamentos.

Outro aspecto importante para a conservação do E2 é perceber que seu narcisismo infantil
é implacável. Para se autorregular, é muito útil para ele entender que tudo o que faz está destinado
a ficar sem poder se defender: mesmo que consiga protetores, geralmente se torna escravo deles,
numa relação utilitária onde E2 a conservação se sente privilegiada enquanto reprime suas
frustrações e desejos pessoais, numa posição muito suspeita para o crescimento.

Por tudo isso, é muito importante que lhe digam a verdade, que o enfrentem apesar de
sua doçura, essa falsa doçura que é apenas a fachada de uma armação de titânio contra o
mundo incômodo e hostil que ele não quer ver ou reconhecer.

Para se transformar, o E2 deve aceitar desafios construtivos que o ensinem a se expor ao

mundo adulto, para que ele possa enfrentar o mundo com os recursos que realmente tem, não
com o que promete mas nunca cumpre. Você precisa saber como os caprichos dele não apenas não
a satisfazem, mas alimentam a frustração dele. Ele precisa ver que ser infantil garante solidão em
sua vida. E que, por não se esforçar, fica paralisado em sua imaturidade e, portanto, sente-se inútil.
 Em suma, seu caminho é conhecer seus limites: essa exploração lhe oferecerá uma experiência
inestimável de segurança e contenção.
 Eneatipo 3 – Vaidade

A Paixão da Vaidade é a necessidade de falsificar a si mesmo, construindo uma imagem pessoal

apresentável para o mundo, na expectativa de ser aceito, amado e confirmado.

Poderíamos dizer que a personagem Vaidade representa a construção neurótica daquela parte
da humanidade que é obrigada a se manipular para manter a relação afetiva (o livro de Winnicott falso
eu).

Essa paixão leva o E3 a transferir sua carga energética para uma ação funcional, para as
expectativas do mundo externo; desenvolve uma capacidade considerável de perceber o que o
contexto exige e se adapta a ele. A manipulação de si como “produto à venda” manifesta-se tanto
no plano estético quanto no da eficiência operacional; assim se forja a ilusão de que essa
transformação pode ser identificada consigo mesma. Essa estratégia envolve uma desconexão das
próprias emoções e necessidades; ele está tão imerso nessa atividade exaustiva que chega a
adaptar seus pensamentos e ações aos do outro; ele se identifica com aquilo que ele falsificou,
acreditando em sua falsa imagem (fixação) e perdendo toda conexão com sua verdade interior.

Para captar o olhar do outro, une a capacidade de transformar-se em atraente no

plano sexual, mas sua sedução é direcionada mais para responder ao prazer do outro do
que à satisfação do próprio prazer.

A paixão pela construção de uma imagem aceitável de si mesmo fundamenta a fuga de

tudo o que não é definido ou concreto. Assim, a incerteza, as situações inacabadas, o mistério, a
espera e a indefinição tornam-se motivo de angústia; todosombraé percebida como destrutiva da
imagem construída.

Durante a infância aprendeu a ser uma criança simpática, sorridente e complacente

para responder às expectativas de uma mãe que na maioria das vezes é exigente e fria, e que
tende a projetar na criança as expectativas de sua própria satisfação narcísica. Quer se trate do
pai ou da mãe, as pessoas com caráter três dizem que se sentiram como um belo objeto
apresentar ao mundo, como uma extensão dos pais.

Nos relacionamentos, eles mostram hiperadaptação e medo do conflito; em seusânsia

para isso se separam de seu mundo interior e também do mundo interior do outro.
 E3 Social – Prestígio

Pela paixão distinta do E3 social, Ichazo propôs o termoprestígio: podemos dizer que o trio social é
alguém que tem paixão por brilhar — não só no trabalho, mas também na forma como se
apresenta aos outros. É como se ele tivesse um departamento de propaganda intrapsíquica. Ao
trazer o desejo de prestígio, entendido como paixão pelo reconhecimento social, a uma
necessidade de aplausos de todos e não apenas de alguns, consome uma energia excessiva que
naturalmente interfere na ação espontânea.

Nenhum dos subtipos E3 é descrito no DSM-IV, o que certamente reflete o fato de que
os traços correspondentes, orientados para o bom desempenho, praticidade e sucesso, são
idealizados pela cultura moderna, na qual pode-se dizer que o social três, em particular, tornou-se a
personalidade modal do mundo secular e tecnocrático.

Social E3 é o mais camaleônico dos subtipos dos três. Ele também é o mais vaidoso dos
vaidosos. Em relação ao outro E3, é um personagem forte e reativo, amante do poder, mesmo que
o gere não diretamente, mas através das pessoas que apoia.

A transformação no E3 social de García Vallés

Se, como diz Claudio, o caminho que nos transforma não é tanto para cima, mas para frente e
para baixo, o processo no social três passa por ir além da forma externa, além da valorização
do outro, para poder olhar o que não mostramos, o que negamos e valorizamos
negativamente de nós e o que identificamos como estranho ao nosso eu ideal.

O processo de transformação geralmente começa com o sentimento de insatisfação do que foi

obtido e que nos mantém perdidos, com uma grande desconexão interna e com uma crise de objetivos
na vida.

Através do trabalho pessoal, entramos na busca e recuperação dos rejeitados. Aprendemos que
o que descobrimos é nosso e para nós, ao invés de alcançar um novo triunfo para mostrar ao mundo.
Temos que caminhar sobre a incerteza, o que implica perder-nos, perder-nos para assumir a mudança,
habitar uma desordem – fruto de uma dose de loucura – para reconhecer o mais autêntico de nós.

Trata-se também de manifestar o que não somos e não sabemos, abrindo assim um espaço
interior cada vez mais amplo e livre. Por fim, aquele redescoberto e valorizado como nosso também
começa a emagrecer, o que implica um tratamento mais brando e menos exigente para nós, podendo
assim ligar-nos com confiança e consciência ao novo, deixando-nos ser, deixando-nos perceber o que
vem, o que Deus nos traz.
 Descreveremos como foi o início da viagem, para depois apontar o que ficou para trás e o
que aparece de novo, e conseguir imaginar o que seríamos em plenitude. Por fim, adicionaremos
alguns conselhos aos colegas e amigos que nos ajudarão a entender como somos.

Nossa personalidade antes da viagem

A cena original, pelo menos aquela em que se lembra como o traço foi fixado, aquele momento em
que a angústia da criança abandonada encontra uma saída, no eneatipo social três é marcada pela
experiência do olhar: um olhar que nos devolve a um paraíso perdido, a um bem-estar, mas que, a
partir desse momento, nos falsifica para sempre. Eu tinha que encontrar algo para mostrar, algo
que me desse um lugar, algo que satisfizesse meus pais, para que eu recebesse uma espécie de
apoio em forma de olhar, não pelo que eu era, mas pelo que Eu mostrei.

Alguns testemunhos o expressam com muita clareza:

― Olha como a minha menina é esperta, mas ela já lê e só tem três anos!' eles
me disse. E eu, agarrado à saia de mamãe, sem um braço para me segurar, me virei em seu pano de lágrimas
e disse: 'Vamos, mamãe, não chore'.

― 'Mas você não pode imaginar como minha filhinha dobra bem as roupas', minha mãe me disse.

― Quando eu tinha cinco ou seis anos me perguntavam: ‗E você, minha menina, o que vai
ser quando crescer?' Morávamos em uma casa humilde, e eu andava com meu vestidinho
vermelho na roda-gigante do parque, e tudo girava e girava em uma ladainha em torno do
ferro. E eu vim responder: ‗Vou ter dinheiro pra arrumar essa casa e deixar bonita, e ter uma
geladeira! Quando eu crescer vou ter sucesso!' E aí, quando senti que assim seria, fiquei
tranquilo‖.

― Ensinaram-me desde criança como se fosse um troféu: ‗Mas como o meu filho é lindo, ele é loiro,
bonito como um anjinho'”

Antes de iniciar o processo consciente de transformação, os três sociais têm os olhos postos na
obtenção do sucesso social; este é o nosso motor, a procura de umPrestigiadoposição social no ambiente
onde nos movimentamos, onde podemos brilhar e ser admirados e onde quase sempre conseguimos.
Criamos facilmente uma rede de pessoas cuja função básica é ser admirado por amigos, professores,
chefes, alunos, pacientes...

Queremos ser o centro das atenções e do olhar de quem admiramos e para o conseguir
mobilizamos todas as nossas capacidades de sedução, que variam em função das diferentes apreciações
que biograficamente foram reforçadas. Para alguns, trata-se de mostrar inteligência, cultura, classe;
mostramos o quanto sabemos e quais carreiras universitárias temos. Outros mostram os símbolos
materiais de status social: ter uma casa bonita, um carro que arrebata o visual, roupas, relógios, etc.
Outros, o corpo e o rosto, ser fofo, saber dançar...
 Com todo este desdobramento ficamos com um olhar de reconhecimento, mas não para nós,
mas para aquela figura que há tantos anos sustentamos com esforço e com grande sentimento de vazio.
Sabemos vender e atrair a atenção com uma clara adaptação ao meio em que nos encontramos. Mas por
dentro não nos encontramos: em meio a tantos papéis que representamos, não sabemos o que
sentimos ou quem somos.

― Eu não era autêntico: o que eu achava que eram meus sentimentos, minhas emoções, não eram reais, e eu
queria ser autêntico, mas não consegui. Eu queria dizer a verdade e não sabia qual era a minha
verdade. Isso é muito exasperante, me perguntar o que sinto, e não saber, ou o que penso, o que
quero, e ver que também não sei. Isso, ao contrário de uma personalidade em que apareço muito
estruturada, aparentemente muito clara, em que sei o que quero, faço e imponho. Por muitos anos
acreditei que sempre sabia o que queria: isso era minha ilusão.

A adaptação a cada meio nos encaixota, nos esfria e nos congela. No entanto, acreditamos que
estamos sempre bem. Simplesmente, funcionamos no mundo e funcionamos bem, com eficácia, impaciência,
responsabilidade, competitividade, sem saber o que está acontecendo lá dentro.

Para preencher o vazio reforçamos a nossa cegueira no fazer: procuramos estar sempre ocupados,
recusando-nos a parar para não nos darmos conta do quanto estamos perdidos. Podemos tornar-nos
máquinas de trabalho e de produção, de temperamento exigente e por vezes autoritário, mas vestidos de
simpatia e bom humor, onde o outro não é uma pessoa mas um instrumento do nosso objetivo. Como aponta
Montaigne, geralmente não fazemos nada por alguém, a quem apenas fazemos algo enquanto fazemos outra
coisa.

Quando ganhamos admiração no trabalho, expandimos:

― Quanto mais pessoas me aprovam e me aplaudem, mais eu me expando, mais eu domino

e quanto mais eu controlo. Aqui nossa loucura se manifesta: buscamos nos sentir apoiados pelas
pessoas através da admiração e aplausos. A admiração é a base que nos sustenta e nos distancia da
experiência daquele menino ou menina que se sente triste, sozinho e abandonado. A cena temida é
ser inútil, não ter dinheiro, ser pobre ou não ter sucesso na profissão. Essa cena nos coloca em
contato com o abandono e a dor.

― Portanto, podemos afundar diante da possibilidade de nos sentirmos questionados. A reação é

congelar e esperar. O que dói não se mostra: é carregado friamente de distância e
desinteresse, por uma vingança sibilina, sem consciência da dor.

Conscientização do processo: o que surge como novo

Onde você vai se perder? Ficamos perdidos sem reconhecer o que realmente sentimos. Apegamo-nos à
superficialidade, ao que é visto e valorizado socialmente, olhando para o outro, sua aprovação e
costume, adaptando-nos constantemente às circunstâncias alheias. Realizamos e expressamos apenas o
que consideramos certo e adequado e tomamos como certeza, fugindo assim de nossa ferida.
 No processo de cair o que se abre é um sentimento de muita dor, uma dor muito grande ao ver a
falta de conexão, ocupada pelo desejo de agradar aos outros. É um sentimento de vazio desmascarado
por ver apenas vaidade. Uma náusea que brota de ver como são vãs nossas ações, como são inúteis,
como somos superficiais. Procuramos coisas ou situações impressionantes até começarmos a perceber
que o impressionante é o que não é, o que nos acalma. Assim, os desejos que antes preenchiam todo o
espectro começam a se romper.

Quando nos descobrimos, sentimos vergonha de ser assim e tememos que eles
descubra, de quebrar nossa boa imagem perante aqueles que nos importam. Que horror se
descobrirem! ―Eu nunca vou conseguir sair daqui.‖

No processo, imediatamente é ativado o mecanismo de nos modificarmos, de nos adaptarmos

agora ao saudável, ao certo, e de repente eles nos dizem: como você mudou! Mas é claro que
continuamos presos no mesmo circuito, tentando aperfeiçoá-lo e colocá-lo a nosso serviço.

O saudável sempre acontece em assumir o que sou, o que é, o que surge de mim
mesmo; olhe para a falha e habite-a em vez de encobri-la fazendo ou demonstrando.

Em nós, o saudável é saber o nosso fracasso, a nossa mentira, saber o que mostramos e o que
não somos, e verificar que não morremos por isso, que podemos nos sustentar. Também envolve olhar
para nossa ambição, fazendo apenas o que realmente podemos fazer. O contato com o corpo é o nosso
barômetro: devemos estar atentos ao desconforto e à capacidade de expressá-lo acima do medo da
rejeição e da inadequação. Mostrar o errado, o desagradável, confiante no espontâneo e sem se deixar
levar pela emoção para buscar a lucratividade do ato. Quando conseguimos nos apropriar disso,
aparecem o riso, a calma, a paz.

Nós nos curamos estabelecendo e aceitando limites, dizendo “não” quando é o que sentimos e
reconhecendo o que nos expande, como ficar com o cotidiano, aproveitar o que há: um passeio, um
simples prazer, o que nos desenvolve, o que encoraja colocar em causa a nossa capacidade de
cooperação e contágio.

Diante da necessidade de aplausos, surge a necessidade de pausa, que nos permite entrar em
contato conosco. Embora não desapareça, a necessidade de sucesso perde peso, e nasce uma certa
renúncia, uma contenção que já não é adequação. Como é saudável poder dizer e reconhecer: isto é para
mim e eu o guardo sem testemunhas externas. O motor do sucesso perde força, mas não se extingue:
podemos reconhecê-lo cada vez mais e também nos punir cada vez menos por sermos assim.

A transformação passa pela autodenúncia, atenta para não ser usada, mas compartilhada como
experiência dolorosa e curativa simultaneamente na medida em que essa experiência me conecta com a
autenticidade de mim. Observar como desprezo, como bajulo, como chamo a atenção, como manipulo
sem pedir diretamente o que preciso, enfim, como disfarço minha má imagem, agora me permite
denunciar a mim mesmo.
 As experiências de autenticidade reforçam-nos e afastam-nos de um sentimento de
falsidade, de indignidade, que assenta num “eu valho porque valho”, e em seu lugar aparece
um “vale porque existo”, que nos faz sentir dignos de nós e nos conecta com ternura e perdão,
que ajudam a derreter o iceberg que se formou no coração. Para nós, uma boa afirmação de
cura é: “Respeito o que sinto”.

A solidão após a queda aparece não como o temido, mas como o espaço necessário para estar presente,
conhecer-se: já não se foge do vazio, o vazio torna-se o espaço para estar presente e
olhar.

Nesta fase reconhecemos a importância da relação íntima, aprendemos a ser alguém que
precisa do outro e é necessário para o outro. Aprendemos a dividir o tempo: agora podemos soltar
mais e fazer menos: “ver que o outro precisa de carinho como eu me deixa mais mole, menos
exigente com o outro e também comigo”.

Mas, sem dúvida, o que surge como novo, o que se abre para nós no processo, é o
encontro com a vida, com o grande, com o espiritual, com Deus. Como em qualquer processo
de transformação, aproximar-se de nossos pais, olhar para quem eles foram, o que precisamos
e o que tiramos deles, o que eles puderam nos dar e o que não têm, os torna e nos torna
grandes, e isso nos permite acessar experiências não imaginadas anteriormente.

A partir daí, vivo a abertura espiritual como uma experiência que me leva ao humano, ao
encontro real com o outro, reconhecendo que qualquer pessoa no mundo pode me ensinar. O espiritual
se revela como o encontro com o espaço interior que nos tira das certezas ligadas ao controle e nos leva
para além da dor e da perda, para um espaço de encontro e reconhecimento. O que nos permite deixar
para trás o orgulho de viver como único, separado do resto.

O espiritual também se revela como uma força para passar pelo sofrimento quando a única coisa
que aparece em nossa vida é a desesperança: “isso é ego, isso é ego, isso é ego”, até que em um
determinado momento ocorre a calma. Aquele alienígena que carregamos dentro sai de novo e de novo,
e a única possibilidade de reconciliação com ele é dar-lhe um lugar, pois só a partir desse lugar
encontramos calma quando o reconhecemos e sabemos que não podemos aniquilá-lo. Além disso,
sentimos cada vez menos medo daquele alienígena, como no filme, já sabemos quando ele vai sair, seja
no segundo ou no oitavo passageiro.

Estar perdido, duvidar, deixa de ser algo a esconder, mas torna-se parte fundamental da
o processo que nos permite encontrar a nós mesmos. Já não é algo a evitar, mas fará parte da
nossa jornada. Como na carta do Tarô, o Eremita não enxerga além daquele lugar que ilumina sua
luz.

Como seria atingir a plenitude do desenvolvimento?

Como seria reparar totalmente aquela falta, aquela ferida original do amor, e superar
estratégias como a falsa modéstia e reencontrar o entusiasmo espontâneo e gostar de rir das
coisas, e participar sem medo de me isolar para não mostrar quem sou? Queria relembrar o
comando do Delphi:

“Olhem para si mesmos, conheçam-se, apeguem-se a si mesmos; vocês se escutam, respondem

um ao outro; concentrar, resistir; eles os traem, eles os dispersam, eles se escondem. Não vês
que este mundo mantém toda a sua visão encolhida para dentro e os olhos abertos para se
contemplar? Para você, trata-se sempre de vaidade, por dentro ou por fora, mas é menos
vaidade quanto menos difundida. Cada criatura é primeiramente estudada e tem, conforme suas
necessidades, limites adequados aos seus esforços e desejos. Não há ninguém tão vazio e
carente quanto você, que abrange o universo; tu és o escrutinador sem saber, o magistrado sem
jurisdição e, afinal, o bufão da farsa.”

Desenvolver envolve um nível de aceitação, de não julgamento, de não manipulação, de não

negação, sem ter perdido o ânimo e desfrutando de uma certa alegria de viver.

Na plenitude, encontraríamos um ser muito livre, estaríamos perante uma pessoa atenta a ela e não
ao que dela esperam, que assume o seu impulso de falsidade e que, com a sua capacidade de trazer à tona o
bobo da corte que carrega dentro de si, pode ir além de sua imagem e mostrar seu coração, sua dificuldade,
seu mau humor, sua necessidade, sua dor.

Na medida em que o impulso narcísico diminui e emagrece, diante da competitividade

característica há necessidade de colaboração; a autoestima deixa de ser sustentada pelo elogio
materno e começa a se reconhecer e se abrir para o presente e a sentir alegria por estar aqui, por
viver, fazendo as coisas simples da vida com mais calma.

Um ego social três realizado estaria em contato com um amor que não seria mais apenas um amor
admirador, referência permanente em sua própria busca por admiração e reconhecimento, mas certamente
alcançaria um equilíbrio entre os três amores.

Estaríamos diante de uma pessoa que expandiria o amor instintivo e maternal que o
liga não aos outros, mas ao outro; um amor que lhe permitisse entregar-se para além da
sedução e que, superando a sensação de ter sido instrumentalizado ou não respeitado,
passasse de uma experiência de utilitarismo a uma experiência de entrega real no encontro
com o amado, sem tentar dominá-lo , olhando diretamente para suas deficiências sem buscar
no outro a forma de cobri-las, e isso também lhe permitiu encontrar sua sensibilidade e
emotividade.

Poder estar com outros seres humanos de forma mais igualitária, ouvindo,
transmitindo, criando coisas belas, também seria uma consequência do desenvolvimento, de
modo que o social três passaria do olhar para controlar ao olhar para descobrir, como uma
criança que ao olhar descobre sons, espaços, perfumes, que deixa para trás o funcional e que
vive sozinho, sem a obsessão de ser útil.
Traduzido do Inglês para o Português - www.onlinedoctranslator.com

Como ajudar e entender

Ajudar um ego três, como qualquer outro, não significa apontar o caminho, mas acompanhá-lo, e
nisso ajuda a sentir se o amor está presente: com a tranquilidade da sua companhia, pode-se ir ao
fundo. O amor é a panacéia, o remédio universal. Se há amor, não há medo e você pode trabalhar a
fundo, porque é o campo onde você pode estar sem julgamento, sem passar pela máquina de
anular as pessoas.

Claro, o processo é contínuo e permanente. O ego sempre aparece e, nesse sentido,

nos une a todos. É difícil acompanhar sem deixar o ego de lado sem ficar preso, mas ainda
podemos acompanhar, com medo, com insegurança, com erros que também podem nos
ajudar, porque o mais importante é acompanhar de verdade.

O social três precisa reconhecer a sua verdade e para isso nos ajuda o contato real, além
dos automatismos, onde o importante não é alcançar resultados mas aprender a se sentir bem
sendo o que se é e tomando consciência da orientação para o exterior mundo como uma
compulsão disfarçada de prazer. É preciso tomar consciência da fragilidade, mas não é preciso se
identificar com ela para não colocá-la no circuito de uso.

Um pode ajudar a entender o outro pela presença: estar presente com o que está ali, prestando
atenção no que está acontecendo, sem mais pistas a que nos agarrarmos, levando apenas a nós
mesmos, como nos aviões, quando, antes de uma despressurização, te dizem que você deve primeiro
colocar a máscara, respirar, e só então ajudar o outro em sua dificuldade. Nesse sentido, uma colega de
classe teve um sonho revelador: “Ela acordou dela porque alguém a pegou pelo braço dizendo: alguém
me mandou te buscar! E, olhando para o rosto daquela pessoa, descobri que ela era eu mesma‖.

Ajudar a estar presente com o que está, atravessar o vazio e a solidão, não fazer nada, nos
leva diretamente a crescer, a desapegar-nos e a experimentar quem somos.

Também ajuda a tomar consciência do medo, do medo de ser, de se desvencilhar, de ser

inadequado, egoísta, de se aproximar do espontâneo, do descontrolado.

Nos ajuda a nos acompanhar para descobrir nossa real necessidade além do ideal, e isso acontece entrando
em contato com as emoções rejeitadas: raiva, vergonha, inveja, para alcançar a dor que as sustenta e vivê-la de
frente na frente de uma pessoa e validá-la eles mesmos.

Por fim, podemos desmascarar o ego com um contato real com o outro que nos ajuda a
vivenciar o silêncio e a reconhecer o que acontece dentro de nós sem ter que fazer nada. Tudo isso, não
por uma vontade aniquiladora, mas por um encontro conosco mais paciente, mais sereno e mais
amoroso.
 E3 Sexual – Atratividade

Para a paixão dos três sexuais, Ichazo usou as palavrasmasculinidadeoufeminilidade, dependendo do

caso. Em vez disso, eu costumava explicar isso como uma tentativa excessiva de se conformar às
imagens culturais (talvez de Hollywood) do masculino e do feminino. Hoje me parece que a patologia
fundamental dessas pessoas reside no fato de que, em vez de agirem por uma liberdade instintiva,
colocam toda a sua paixão na sede de amor e na correspondente sedução pela complacência ou pela
imagem que se supõe atraente. e emocionante. O resultado disso é que a mulher, preocupada demais
em agradar o homem, perde a capacidade de desfrutá-la. Acresce ainda a esta personagem uma certa
paixão pela família que, apesar de não aparecer como defeito, encarna uma necessidade exagerada de
agradar que perpetua a autoalienação.

Dos três subtipos, o sexual é o mais dependente. Não costuma demonstrar

agressividade e não tolera ser rejeitado. Sua sedução pretende ser acolhida e confirmada,
confundindo o valor de si mesmo com a atratividade de seu corpo.

A transformação no E3 sexual por Lorena García do Bayonne

Este trabalho foi possível graças a uma equipe que passou três anos colaborando comigo em
uma investigação sobre o subtipo sexual três proposta por Claudio Naranjo. A equipe é
composta pelas seguintes pessoas: Anik Billard, Mario Jiménez, Rosa Morales, Yolanda Catalán,
Bettina Deuster, María Guerrero Escusa e Axier Ariznabarreta. Há outras pessoas que entrevistei
especificamente para esta apresentação e que forneceram seus testemunhos. São elas: Lolique
Lorente, Isabel Serrano, Debora Gane e Kornelia Dietrich.

Os intertítulos correspondem a perguntas feitas por Claudio Naranjo, que servem de guia
para a redação deste texto.

Ao abordar a cura do caráter, o trio sexual fica livre para ser, sentir e se expressar com
autenticidade, sem se prender à bela imagem física, podendo até ser feio e mostrar o feio de
sua vida, como dores dolorosas. , raiva, tristeza, ciúme, inveja, ressentimento e tudo o que ele
considera vergonhoso ou que o faz perder o controle. Dessa forma, ele fica livre para errar sem
aquele medo de ficar querendo ele. Também fica para trás a dependência do olhar de
aprovação e amor dos outros, principalmente do casal, decorrente da falta de amor por si
mesmo. O que resta é um sentimento mais real de amor por si mesmo, com o qual ele pode
sentir um calor maior por dentro depois de passar pelo inferno de passar pelo congelamento
interior e pela incapacidade de amar.

― Eu entendo como meu ego me autodestruiu e não me deixou encontrar o amor. Agora, neste
fase da vida, o amor é antes de tudo o amor que posso sentir por mim mesmo, conhecendo-me realmente e
levando-me em consideração. Aí tudo começa a ser mais verdadeiro. O amor não é uma meca ou uma tarefa,
ou uma conquista, ou uma conquista.
 Enquanto se cura, um E3 sexualmente alterado parece mais relaxado e despreocupado: ele
abandona a compulsão de ter tudo sob controle e ser amado. Olhando para dentro em vez de para
fora, ele pode ver a diferença entre o que ele realmente sente e precisa e a auto-ilusão. Assim, ele
fica mais forte e adulto e esse sentimento de fragilidade do tipo: “melhor não tocar nele, pra ver se
ele vai quebrar” desaparece. Ele também se torna mais independente, sabendo que pode
sobreviver - às vezes até melhor - sem um parceiro e se sentindo amado e valorizado por quem ele
é, não pelo que faz.

A cura também envolve encontrar a liberdade de desfrutar do sexo sem ser um mero objeto para
o outro para desfrutar, podendo abrir mão do controle e ser menos consciente de sua imagem, o que não
permite que sinta prazer e, em muitos casos, chegue ao orgasmo.

― Depois de trabalhar comigo me abri muito na sexualidade e também estou mais consciente
o que quero e não quero e me permito mais prazer. Em minha vida, muitas vezes usei a sexualidade para
outros fins: para obter afeto, admiração, reconhecimento, sentir-se próximo, para agradecer ou como
forma de manipular, como recompensa ou punição. Também para manter meu relacionamento estável.
Muitas vezes sem contato comigo ou com o outro, apenas para agradar, consertar ou evitar problemas.
À medida que fui tendo mais contato comigo mesma e com meu corpo houve fases de não querer sexo
ou vice-versa, de grande excitação. Eu gosto de ter controle na sexualidade. Percebo que algo foi
desbloqueado a nível sexual, agora sinto muita energia, estou muito aberta, a desfrutar e a sentir muito
prazer e em maior conexão comigo e com o outro. O movimento e o trabalho corporal desempenharam
um papel importante nisso.

A mulher E3 sexual em processo de cura é vista aprendendo a viver sem a necessidade do

olhar e do reconhecimento do homem, relacionado ao fato de ter vivido algum tipo de ausência do
pai; para os homens, seria também uma questão de necessidade do olhar de uma mulher; uma
necessidade infantil e narcísica que busca aplausos constantes e que o deixa cada vez mais vazio,
pois suas relações amorosas se baseiam em fazer o outro o aplaudir. Muitas vezes, conquistar esse
aplauso torna-se muito difícil e vem uma grande frustração que te deixa com uma infelicidade
permanente na vida de casal.

Um tres sexual curado torna-se consciente do autoengano e da falsidade nos relacionamentos

amorosos. Desmascarando aquela imagem de serlinda e perfeitaser amado, e perceber sua dificuldade
em amar, é uma das maiores sombras para o sexual 3, pois ele sempre acreditou ter uma grande
capacidade de amar. No entanto, o narcisismo subjacente supõe uma frivolidade e uma falsidade com o
amor, como se pode constatar no texto a seguir, do romance“Bela do Senhor”, de Albert Cohén, cuja
protagonista acaba de se encontrar com seu amante e fica sozinha:

“Voltando para a sala, ela foi até o espelho para não ficar sozinha. Ela curvou-se diante do
espelho para a Beleza do Senhor, ensaiou rostos para ver que aparência ela havia oferecido
diante dele no final daquela noite, imaginou mais uma vez que era ele olhando para ela, ela
fingiu ser uma suplicante, estendeu-se seus lábios, parabenizou-se. Nada mal nada mal. Mas ela
se entenderia melhor com palavras. Sua esposa, eu sou sua esposa, ela disse ao pequeno
 espelho, extasiado, sinceramente emocionado. Sim, a expressão dela era muito boa, ela
deve ter parecido ótima para ele. E durante os beijos de grande paixão, os beijos debaixo
d'água, como ela ficava, de olhos fechados? Ela abriu a boca, fechou o olho esquerdo, olhou-
se com o olho direito. Difícil notar. A impressão de espanto desapareceu, ficou como se
fosse um olho. Que pena, nunca saberei que cara fiz durante a operação. Que horror, digo
operação, e há pouco com ele a coisa era tão séria. Resumindo, para ver como estou nos
primeiros beijos, basta fechar os olhos quase completamente e olhar de canto de olho pelos
cílios. Embora não, a verdade é que não vale a pena, porque nesses momentos sua cabeça
está tão perto da minha que ele não pode me ver, então ele não

Qual seria a motivação para um trio sexual entrar em um processo terapêutico?

Se você olhar um pouco para dentro, o três sexual perceberá que você sente uma tristeza que sempre esteve
presente. O que acontece é que, por não expressá-lo e estar constantemente preocupado em não demonstrá-
lo, ele não o mostra nem para si mesmo.

A motivação que um tres sexual encontra para iniciar a terapia tem a ver, a princípio, com o fato de
alguém que ele admira ter lhe falado sobre as virtudes do processo e lhe dito que ele pode precisar.

O três sexual também pode perceber que teve uma vida difícil. Digo pense porque talvez
você tenha se desligado de sua tragédia pessoal até contar algo sobre sua vida ou sua infância e
alguém lhe devolve a tragédia da experiência. Outro motivo para entrar no processo é,
simplesmente, que o mundo terapêutico está na moda e talvez todos ao seu redor estejam fazendo
terapia, então você iniciará um processo para ficar bem com alguém ou não ficar de fora e se sentir
um esquisito.

Raramente, a motivação pode estar em sentir a necessidade de transformação, algo que pode
demorar no processo devido à desconexão pode ser grande que os três sexuais costumam sofrer, e
também porque mostrar a necessidade é deixar cair uma parte da máscara e ensinar algo que é
considerado muito feio e que tem sido muito proibido. Talvez uma pessoa muito frágil e triste possa
sentir, mas não o demonstra, nem o embeleza para usá-lo como arma de sedução.

Onde você pode sentir claramente a necessidade de introspecção geralmente é após uma separação.
Nesse caso, certamente se conectará com uma dor primitiva que tem a ver com reviver um abandono do pai
ou da mãe.

Para o trio sexual, a separação é seu pior pesadelo: é melhor morrer do que se separar, ele
parece pensar, ou imagina que é a coisa mais próxima da morte. Diante de uma separação, você
pode até ter pensamentos suicidas e começar a usar drogas para abafar o sofrimento. Ele tem
muito medo da dor e, quando entra nela, a sensação é de que nunca mais vai sair, por mais que já
tenha entrado e saído antes. Você também pode deixar a terapia rapidamente quando outro amor
aparece, pois muitas vezes você se acorrenta para não viver a dor da separação e é incrível como
você pode se desligar rapidamente do amor anterior.
 “Minha vida girava em torno dos casais que tive. Desde criança tive a ideia de encontrar a
felicidade através de um parceiro amoroso. Um dia eu iria encontrar um príncipe que me
acordaria com seu amor para ser feliz até o fim da minha vida. Isso já fala da profunda
desconexão e entorpecimento do ser, que procurei encontrar através do outro... Desde os meus
16 anos nunca fiquei sem um relacionamento amoroso. Para sair de um, procurei outro”.

Existem perguntas que aproximam as pessoas de se conectarem consigo mesmas. O

que você sente? O que você precisa? O que você quer ou o que procura na terapia? Diante de
tais questões, o trio sexual entrará em contato com seu vazio e com a falta de identidade, com
o não saber quem é e com a constatação de que, se não for pelo outro, não tem olhar para si
mesmo. . Também é possível que ele entre em contato com uma grande fragilidade pelo vazio,
ou que comece a chorar os não lamentados em anos sem saber nomear o que lhe acontece,
percebendo que não teve espaço nem foi visto ou amado em essência, mas que ele era uma
criança que fazia coisas para ser amada.

O E3 sexual sente e vive uma prisão permanente. Ele vive afogado pela vaidade, e esse
afogamento o leva a querer passar despercebido e a ser hipertimizado por medo de dizer ou fazer a
coisa errada. A necessidade de se libertar disso também pode motivá-lo a fazer terapia quando
estiver mais consciente de si mesmo.

O que é deixado para trás?

No processo de transformação, a desconexão emocional, sexual e física fica para trás. O medo
da verdadeira intimidade. Dependência do amor e auto-engano com o amor. Foi-se a sede de
amar e ser amado, e a frivolidade associada a buscar e conquistar esse tipo de relacionamento.
Colocar toda a energia na sedução ou conquista e agradar o outro. A dependência de
reconhecimento e aplausos no casal.

― Deixei para trás a crença de que a felicidade é alcançada com esforço e cumprimento de metas,
a crença de que tenho que merecer esta vida. Deixei para trás expectativas de vida, ideais,
fantasias de infância. Deixei para trás minha parte boa demais: prefiro decepcionar alguém do
que me trair.

O medo do confronto também fica para trás, assim como o autoengano que anda de mãos
dadas com o que você diz a si mesmo para não enfrentar. Por fim, ousa viver o conflito e sustentá-
lo, algo tão temido e difícil para o E3 sexual.

Recomendações terapêuticas

A primeira coisa que um trio sexual precisa para entrar em um processo terapêutico profundo é poder
confiar plenamente no terapeuta para poder sair da sedução e da imagem. Você precisa sentir a
incondicionalidade do terapeuta, caso contrário, o medo de não gostar, não ser adequado, não fazer
bem, inevitavelmente o levará à sedução e ao autoengano.
 O processo é favorecido pelo fato de o terapeuta não ser ambíguo quanto à sedução.
Existe o risco de ficar muito tempo na sedução se o terapeuta for suscetível à sedução ou não
conhecer o eneagrama da personalidade. A auto-ilusão pode se tornar contagiosa. Com o
autoengano e a sedução, corre-se também o perigo de que o paciente acabe levando a terapia
e não chegue a se entregar ao ver que se repete o habitual em sua vida, em relação ao
relacional: sentir uma pessoa-objeto, vista apenas por seus encantos e beleza, e não por sua
essência, que é o que você realmente precisa.

Assim que conseguir passar pela primeira camada de sedução e desdobramento de seus
encantos na terapia, o paciente sexual três se conectará com o vazio de não saber quem ele é senão
através do outro. Nesse ponto você começará a viver um conflito por se sentir muito perdido que às
vezes pode ser insuportável. Se você sentir o carinho e o apoio incondicional do seu terapeuta você
conseguirá passar por isso, caso contrário, você pode não resistir ao processo. Depois de romper esse
vazio, você pode começar a ver a auto-ilusão em que viveu toda a sua vida. Você pode perceber que sua
vida é uma grande mentira que você construiu pela fome de amor e de ser admirado, não por uma
necessidade autêntica ou amor verdadeiro.

― Cheguei à terapia com uma grande confusão interna e fisicamente exausto, enredado em
um relacionamento abusivo sem poder sair ou reconhecê-lo. Depois de 15 anos acordei e o sonho
idílico se transformou em pesadelo e prisão. Vi que realmente não gostava da minha vida e que
estava extremamente cansado de me sacrificar e me sentir morto em vida.

Para que ele comece a valorizar sua essência, a pessoa precisa primeiro conhecê-la, e aqui o
terapeuta deve ter muita paciência. Você também deve ter cuidado para não cair na armadilha, por se
sentir seduzido, de começar fazendo um diagnóstico ao paciente. É muito importante que o paciente
chegue apenas às suas próprias conclusões e possa ver a si mesmo, claro que com a ajuda do terapeuta.
Com um diagnóstico externo ele nunca conseguirá se ver realmente e se tornará esse diagnóstico por
sua capacidade camaleônica, com a qual entrará novamente no jogo do autoengano.

O três sexual sente internamente que não tem nada a dizer: se ele olha para dentro, geralmente
não vê nada, apenas vazio. É aí que começa a cura deles. Poder ter à sua frente alguém que valorize seu
olhar e que consiga segurar e permanecer naquele vazio para acompanhar o paciente é muito
importante para então poder ajudar a nomear o que o paciente ainda não sabe nomear.

Para uma mulher que está começando a entrar em contato com a terapia, pode ser melhor
procurar uma terapeuta, pois ela ainda pode ser cega demais para perceber seu poder de sedução e, se
tiver a oportunidade de seduzir o terapeuta, ela pode não resistir.

É importante que, no início da terapia, a terapeuta não ceda à necessidade de se

colocar acima e esteja simplesmente ali para acompanhar, e que o faça no início sem
confrontar e sem fazer julgamentos ou críticas, sendo permissiva e simplesmente favorecer um
clima de confiança para que o paciente comece a se abrir.
 ― Na minha experiência, o trabalho terapêutico tem sido direcionado inicialmente para a descoberta do meu
engano, depois conectar-se comigo para além da minha mentira, terceiro, aceitar meu lado obscuro e
desmantelar minhas fantasias e, finalmente, ter coragem de me mostrar descoberto, nu, sem a imagem
que me sustentava‖.

A terapia de grupo também pode ser de grande ajuda.Opiniãodos outros ajuda, e ver e
entender que a neurose é universal, que não é nada grave ou feio, pode ajudar o paciente a não se
sentir esquisito e a se abrir mais.

Tarefas recomendadas

Recupere o corpo

Para ajudar a vivenciar a emoção, o trabalho com o corpo é fundamental, seja por meio de massagem, dança,
teatro ou qualquer tipo de movimento expressivo.

Por um lado, poder se conectar com o corpo e com as sensações físicas ajudará o trio
sexual a se sentir vivo no físico e não a partir da imagem, além de poder identificar e nomear o
que sente. Por outro lado, o trabalho expressivo ajuda a liberar o lindoimagem e investigue
outras questões que podem ser libertadoras.

― Com o teatro pude vivenciar e vivenciar meus sentimentos ocultos, reprimidos, ignorados
personagens. Tem me dado muita luz sobre quem sou, sobre minhas polaridades, e tem me ajudado a me
aceitar, a viver mais abertamente minha agressividade, minha vulnerabilidade, minha fragilidade, meu desejo,
minha inveja. Também tenho conseguido tirar muita força e poder colocar limites, dizer não ao que não quero,
reconhecer minha intolerância, minha dureza e também minha ternura”.

― Nunca esqueci qual foi a primeira exigência que fiz ao meu primeiro terapeuta. ‗Eu não
sabe o que eu sinto'. Eu não tinha ideia do que estava sentindo e não conseguia identificar as emoções em
mim. Ela era uma terapeuta que trabalhava com o corpo e através de posturas simples ela facilitou para mim
identificar o que estava acontecendo comigo no corpo‖.

Meditar

A meditação permite a conexão íntima, quebra automatismos e freia a compulsão. Isso torna mais fácil
desacelerar e se conectar com o autêntico. Ser capaz de ficar em silêncio deixando as identificações de
lado ajuda a elucidar o autoengano. Por exemplo, pode-se aprender que pensamentos, sejam feios ou
bonitos, são apenas pensamentos e não representam quem a pessoa é. Essa experiência interrompe a
compulsão de querer ser uma boa pessoa. Experimentar um espaço de silêncio para estar, é altamente
transformador e cria uma estrutura interna invisível e forte que permite sustentar o vazio tão temido
pelos três, permanecendo nele e descansando sem medo.

Tente ser autêntico

Mostre autenticidade sem sedução ou mascaramento. Ousar expressar o que você considera feio também ajuda,
assim como chorar para deixar ir.

Limites

Primeiro é preciso entrar em contato com as próprias necessidades para identificar o que você quer e o que não quer
do outro, colocando os limites necessários para não se sentir usado, sensação que o E3 sexual costuma sentir com
muita frequência.

Humildade

Consiste em passar pela vã necessidade de ser mais, de ser alguém diferente e de o casal
reconhecer cada uma de suas ações. Trata-se de poder liberar esse controle que o leva a
manipular para conseguir algo do outro, fazendo de conta que é o outro que precisa, e
não um, por não ter coragem de pedir diretamente. Pedir perdão e assumir a culpa
também é importante para os três sexuais. Viver a crítica como algo muito ameaçador, já
que destrói a máscara de uma pessoa boa e perfeita, leva-o a montar toda uma
manipulação para não supor que, por exemplo, conseguiu prejudicar o outro. A
manipulação envolve apresentar-se como vítima, enganando-se e virando tudo ao
contrário como se fosse o outro quem o magoa por criticá-lo.

Uma boa tarefa é se deixar cuidar pelo casal para sair do automatismo de ser
quem cuida de tudo: você pode começar com coisas simples, como pedir para
preparar um jantar.

Senso de humor

Ser capaz de rir de si mesmo é uma coisa muito boa para os três sexuais. Ficar um pouco
palhaço faz bem e afrouxa sua necessidade de perfeição e controle. Trabalhar com o palhaço,
por exemplo, é uma boa forma de rir e ver seus fracassos, além de passar pela temida
sensação de fracasso.

O que um três sexual tem que entender?

É importante que um E3 sexual entenda que está tudo bem ele se entregar emocionalmente ao outro ou
perder o controle, soltar a máscara e ser autêntico; muito pelo contrário: pode ser uma grande pausa e
você pode chegar a ter relacionamentos que o preencham real e profundamente, chegando a
estabelecer um vínculo verdadeiro com o casal.

Trata-se de abrir mão da necessidade de ter poder nas relações afetivas. Essa
necessidade de poder e controle vem do medo: há um medo de deixar de ser útil ou de seduzir
ou conquistar, ou de tentar ser o melhor amante ou a melhor esposa - o que equivale a vender-
se aos olhares dos outros. Quando você abre mão da perfeição, algo mais humano e sincero
aparece, mas esse algo é assustador, porque significa deixar cair a máscara. E por trás disso
cai fica a sensação de que não existe nada, apenas uma enorme fragilidade de alguém que no fundo precisa
de muito amor.

No casal, o trio sexual tem que entender que não se entregar a uma só pessoa e
viver seduzindo a todos caso algo melhor apareça o deixa cada vez mais sozinho e com
mais sensação de vazio.

Quanto mais ele usa a vida para aplausos e reconhecimento, mais infeliz ele fica. Você
tem que entender que a felicidade passa por ser capaz de sentir suas deficiências e suas
misérias. Se você não colocar a consciência nessas sombras internas, também não será capaz
de colocar a consciência na luz.

Testemunhos

A fome de amor

― Tenho confundido o amor com a exigência de tudo aguentar. Se eu amo minha parceira, eu a suporto e, por
meio da perseverança, recebo seu amor.

Eu me senti tão desesperada pela rejeição sexual e emocional do meu marido que minha
conclusão foi: ele não gostar mais do meu corpo é igual a ele não gostar de mim. Ela estava
disposta a tudo para conseguir o amor dele (eu teria me jogado nos trilhos se ele me pedisse) e, na
mais completa desconexão, por impulsividade, fui a um cirurgião plástico para fazer uma
reconstrução do meu tórax. Ele estava no auge da minha neurose, da loucura da vaidade, onde o
ser se confunde com o corpo e receber e dar amor, com a imagem. Eu estava convencido de que
conseguiria o amor dela sendo sexy de novo! Quando comecei meu caminho interno, percebi que
era um ato autolesivo e um ataque à minha feminilidade.

A desconexão entre dor e medo me levou a fazer outra coisa: no dia do meu aniversário, há
alguns anos, eu e meu marido brigamos tanto que a discussão acabou em violência física. Ele queria me
estrangular, queria me matar... Eu congelei, entrei em pânico, fui para a cama e algumas horas depois
me deixei foder. Não sentia mais nada, era como um pedaço de carne, como um zumbi, mas abri as
pernas gritando silenciosamente de dor emocional. Porém, mesmo tendo passado por toda aquela
violência algumas horas antes, ela me disse que havia amor... Eu não sentia mais nada, estava
anestesiado, mas me sentir amado através da sexualidade me fez ficar naquela relação e continuar
dizendo a mim mesmo que Eu o amava e que ele me amava.

Ser capaz de me separar do meu marido e sair de um relacionamento tão

destrutivo e obsessivo me parece um milagre. Confesso que me separei do meu marido
porque em mim não havia o menor amor por ele. A verdade é que não sei o que é amar
uma pessoa, muito menos o que significa amar a Deus. Sempre pensei que amava muito
meu marido, mas por causa de seu alcoolismo e violência não podia viver com ele.
Hoje sei que desgosto não tem nada a ver com o outro, mas sim comigo. A verdade está em mim,
não no outro‖.

A verdadeira confiança

― Minha confiança sempre dependeu dos homens. Não conheci a verdadeira confiança em mim mesma,
apenas uma miragem em que às vezes me sentia uma super mulher. Se um homem por quem eu estava
interessada ou amada me amava ou se preocupava comigo, então eu era alguém valioso, valioso. Assim, eu
poderia cuidar de mim e acreditar que ele sentia um interesse real por mim. Se aquela pessoa perdesse o
interesse por mim, ocorria o cataclismo em que aparecia a farsa da autoconfiança e eu percebia que ele não
sentia por mim senão ódio e desprezo por não conseguir ou manter o amor.

O que vejo agora é a absoluta necessidade de fortalecer o que é meu: minha casa, meu trabalho,
minha forma de ocupar o tempo... que meus desejos não sejam entretenimento enquanto aparecer
alguém que me ame de verdade. Procuro evitar apaixonar-me ou amar compulsivamente, como uma
alienação que me salva de enfrentar o dia a dia, o tédio, o vazio, o disparate em que por vezes me sinto
preso. Tento ficar em silêncio com frequência: silenciar as fantasias descontroladas, parar o impulso e a
necessidade de ir e fugir a qualquer estímulo leve, de preferência masculino. No mínimo, tento observar
toda a maquinaria de charme e sedução entrar em ação e respiro o mais fundo possível antes de
permitir que todos os aviões decolem. Eu digo a mim mesmo e repito para mim mesmo que ninguém vai
cuidar de mim do jeito que eu cuido de mim, que se vou me vender por mimos e carinhos, também estou
apto a me dar e a me tratar com amor e ternura. Depois, com um pouco mais de calma, olho para quem
tenho à minha frente e procuro ver se gosto, se me interessa e se consigo olhar sem projetar toda a
minha ansiedade de séculos‖.

Sair da confluência

― Em minha vida, o olhar que mais tenho buscado é o do homem, e foi à custa de me perder:
diante do homem, não me dei espaço para saber quem sou, o que quero e o que precisar. Eu
apenas me dei bem com ele. Tenho procurado homens que inicialmente me mostraram ausência, e
isso exigiu de mim um esforço acrescido para ser olhado, como se eu repetisse e repetisse a busca
contínua pelo meu pai ausente, preso a uma fantasia maluca que, se o fizesse, chega, o outro
estará ao meu lado. Assim, eu me responsabilizava pela presença do outro dependendo de como
eu era capaz de ser e fazer as coisas. Busquei homens que idealizei a partir do que representavam
no mundo, pois a partir deles pude construir uma identidade mais sólida: ‗se estou com alguém
que vale a pena, talvez seja por isso que eu também valho'. ..

Cada vez me conecto mais com a necessidade de sentir ao meu lado homens capazes de
me ouvindo e me reconhecendo. Comecei a ter amigos homens, talvez já não os procuro apenas como
desafios de conquista para me sentir válida, mas como companheiros onde às vezes posso apoiar-me no
ombro e deixar que me apoiem.
 Nos últimos anos, meu aprendizado nas relações com os homens também foi
um caminho de sofrimento. Precisei me separar do homem que amava e amo porque
meu processo de autonomia, de saber quem eu era sem o outro, não poderia ser feito
em casal. Tive que sair da confluência e da confusão me afastando fisicamente do
outro para me conhecer na minha solidão. Embora tenha sido uma separação
dolorosa, experimentei que minha vida não gira apenas em torno dos homens, mas
também posso ser alimentada por amizades e mulheres. Até então, as mulheres eram
as rivais com as quais eu tinha de competir para obter o reconhecimento dos homens.
Não percebi que, ao negá-los a eles, estava negando a mim mesma em minha
identidade feminina. Comecei a senti-los como iguais:

Nesta viagem tenho encontrado o meu papel de mulher emocional e sexual depois de viver
muitos anos separando-os. Eu não podia mostrar minha parte sensual de mulher — eu a
controlava, censurava ou fingia — diante do homem a quem me entregava fusionalmente pelo
afeto de uma menina carente. O processo de me reconhecer, de me sentir mais autônoma e de me
permitir ser mais eu, tem me levado a vivenciar minha sexualidade de forma mais plena. A relação
sexual com o outro não é mais um contato em que simplesmente busco a aprovação como se fosse
a um exame, mas tornou-se uma entrega aos meus próprios sentidos, ao meu próprio prazer
espontâneo. Abri uma porta para o prazer e a alegria de sentir meu corpo.

Meu processo continua: é o caminho de me descobrir que muitas vezes me ajuda a dar sentido a
cada momento. A consciência e o contato comigo mesmo que tantas vezes me trouxe fragilidade
também vem me dando um suporte sólido, uma força interna que me impulsiona a continuar me
olhando nos meus momentos mais doces e bonitos e nos mais loucos e desconectados. E sou
profundamente grato às pessoas que, nesta jornada, estão me ajudando a encontrar um lugar de
descanso no contato comigo mesmo e com o outro‖.

Recupere a autenticidade

― Sempre achei que tive uma infância feliz, mas depois percebi que desde pequena eu estava muito desligada
de mim mesma. Embora me percebesse sensível, aprendi rapidamente que, se externasse o que sentia,
poderia incomodar outras pessoas, basicamente meus pais, que eram muito ocupados: minha mãe criando os
filhos e meu pai sempre tenso, trabalhando. Então aprendi a não expor minhas emoções e minhas
necessidades e a me controlar muito bem. Tornei-me autossuficiente e era uma menina prudente, boazinha,
realizada, sem grandes complicações, mas muito solitária no que diz respeito às emoções. Às vezes passava
despercebida, outras vezes fazia sucesso, era reconhecida na escola ou escolhida como coordenadora de
alguma coisa, e adorava, embora fosse um pouco tímida.

Hoje vejo que na minha infância havia muita dificuldade em reconhecer o que eu sentia, o que eu
queria ou quais eram as minhas necessidades. Tive muita dificuldade de acreditar nas minhas sensações, na
minha intuição, porque sempre foi negado. É como se eu tivesse que sentir o que meus pais queriam; por isso
senti muita confusão em saber qual é a minha verdade. Eu estava reprimindo o prazer e o
espontâneo. Eu me desconectei fácil e adequadamente do sentimento, pois pensei que isso traria
complicações para os outros e eu não deveria incomodá-los. Parei de validar o que sentia e comecei a
esconder o que achava que não era bom. Eu tinha dificuldade de enxergar a sombra das coisas, das pessoas e
de mim, ou de enxergar o abuso, o lado negro das coisas. Eu não vi meus medos.

Eu me sentia inseguro por dentro, mas por fora eu mostrava segurança. Agora vejo quanta
energia gasto mantendo uma imagem, não mostrando minha insegurança, encobrindo o que não quero
que vejam, sendo legal. Tive e tenho muito medo de ser ridícula, medo de decepcionar. Portanto, sinto
uma grande necessidade de controle.

É como me maquiar ou consertar o que não gosto, o que me deixa com vergonha de mim. Mais
tarde, acredito e vem o autoengano. Não sei mais o que é real e o que não é. Agora posso ver isso com
muita clareza e estar ciente do momento em que coloco esse mecanismo em ação. Posso me mostrar
mais vulnerável e com medo ou inseguro, e por outro lado também tenho um contato maior com o meu
medo.

Na adolescência o jogo da sedução começa com muita força. Ser olhado é como existir, como ser
confirmado. Lembro-me do olhar de papai, um olhar de orgulho, confirmação, prazer, desejo. Os homens se
tornam a parte principal da minha vida. Nasce o prazer que está mais em agradar, e o desejo surge quando
existe o desejo do outro, quando sinto o seu olhar. Eu não era responsável pelo meu desejo. Se eu estivesse
com um homem em um bom relacionamento, me sentiria segura e em paz. Eu tinha uma grande necessidade
de carinho e ao mesmo tempo era muito erotizada, então assimilei carinho com amor erótico sem perceber.

O jogo da sedução continuou, mas algo mudou e agora me permito sentir mais, estar em
contato com o amor e o prazer, e sinto que estou em um momento de grande expansão em que
quero e me deixo amar. Acho que pela primeira vez estou sendo fiel ao que quero e preciso.
Atualmente estou feliz com meu marido e não estou mais lutando para mudar as lacunas que sinto
no relacionamento. Não acredito mais tanto na fantasia do parceiro ideal, principalmente depois de
muitos anos de relacionamento: o que encontro com meu marido é bom.

Atualmente, meu trabalho é estar comigo. Vou também para o outro, mas sempre
voltando a mim, deixando-me sentir sem me anular, e vendo também o outro, porque percebo
que não vi ninguém: só fiz coisas por mim, e embora aparentemente fizesse coisas para
outros, apenas procurei me ver no espelho do outro. Agora me sinto mais presente comigo e
com o outro, embora às vezes ainda me perca.

Com o parceiro, consegui parar de esperar pelo homem ideal: há maior aceitação.
Posso reconhecer minhas deficiências e as do outro, meus desejos e como me satisfazer sem
que o outro cuide das minhas necessidades. Há mais diálogo, menos brigas, mais limites,
menos agressividade, melhor capacidade de ouvir, esperar e aceitar o outro como ele é sem
querer mudá-lo para que ele seja como eu gostaria.
 A partir do trabalho no Programa SAT, tenho passado por muitos medos que não sabia
que existiam, fui a lugares profundos, escuros, dolorosos e outros de grande luz e amor.
Encontrei maneiras amorosas e honestas de me relacionar com a minha verdade. Eu ousei ser
vulnerável, inseguro, aberto. Pude ver minha dureza e falsidade, meu ciúme e inveja, meu
apego, meu imenso vazio, minha timidez. Posso me mostrar vulnerável, fraco, terno, doce,
amoroso.

Acho que há mais honestidade e menos auto-ilusão em mim, embora muitas vezes me
encontre sem saber o que é real e o que não é.

O contato com a dor me permitiu ter compaixão de mim e dos outros, abrir meu coração e poder
acompanhar os outros a lugares mais verdadeiros e profundos, embora muitas vezes dolorosos.

A transformação também consistiu em poder ver com mais clareza o que estava acontecendo e o
que está acontecendo, o que eu precisava e o que preciso. Agora estou mais consciente dos meus
mecanismos e da minha auto-ilusão. Posso me mostrar, falar mais do meu interior, da minha sombra,
ser mais transparente. Dizer o que não gosto correndo o risco de decepcionar ou alienar quem amo. Seja
mais verdadeiro. Estar no simples, no singelo, sem tanta exigência, com maior confiança.

Eu tenho meu corpo de volta. Estou em conexão com minha respiração, com minhas sensações, com o
instintivo, posso brincar e me conectar com minha menina, com minhas necessidades e minhas emoções, posso ser
vulnerável, ver minha sombra, ver meu desejo, reconhecer que seduzo e Como eu faço isso. Sendo eu, simplesmente,
sem tanto arranjo. Posso parar de dar a impressão de que o cotovelo está indo bem. Sinta Deus. Confiar.‖

A título de conclusões

Em muitos casos, os três sexuais foram crianças abandonadas, esmagadas, usadas, abusadas, maltratadas,
espancadas e estupradas. Fomos ensinados a ser objetos e nossos entes queridos nos usaram de acordo com
suas necessidades. Eles não sabiam nos amar pelo que éramos, mas pelo que fazíamos. Nós nos tornamos
cuidadores de nossos pais. Nunca nos ensinaram a diferença entre o bem e o mal e aprendemos a nos desligar
do doloroso, embelezando-o para não trair nossos agressores. Confundimos abuso com amor e aprendemos a
assumir a responsabilidade por seus atos e transformá-los em seres bons, idealizando-os para manter intacta
a sua imagem e, portanto, a nossa.

Isso nos deixou com a autoestima muito baixa e sem nenhum amor por nós mesmos, pois
acreditávamos que merecíamos tudo o que nos acontecia e assumimos a culpa fazendo cara de
bonzinho, meigo, sendo complacente e escondendo nossa força . Com perfeição, obtivemos instâncias
em que nos sentimos amados e adorados acima de tudo por nós mesmos.

Apaixonados pelo amor e sendo adorados, vampirizamos nossos amantes e parceiros,

afogando-os com nosso amor narcísico e exigindo atenção impossível de cumprir, vendendo
perfeição para ser amado e exigindo essa mesma perfeição em troca. Vivemos boa parte de nossas vidas
escolhendo parceiros que nos desprezavam ou nos maltratavam para confirmar aquela desvalorização
que sentimos profundamente, suportando situações insustentáveis que terminaram em doces
reconciliações. Quando sofremos novamente o abuso, voltamos a comprar a qualquer preço o palco da
conquista onde fomos adorados e protagonistas do olhar do outro. Por isso valeu a pena. Continuamos a
proteger nossos agressores originais e repetimos tudo por amor.

Quando começamos a nos conectar com a nossa interioridade vimos que procurávamos no casal
o que eles nunca nos deram e que sentíamos cada vez mais frustração e ressentimento quando não o
encontrávamos. A vaidade consistia em pensar que nosso falso amor seria capaz de transformar o
monstro em príncipe.

Em nosso processo percebemos nossa vaidade e arrogância em querer nos colocar acima
daqueles que nos maltratavam para manter intacta nossa imagem de bondade, generosidade e
asseio, privando-os de sua responsabilidade. Quando finalmente pudemos entregar sua
responsabilidade a eles, vivemos isso como uma libertação. Nesse momento conseguimos começar
a distinguir o que é nosso e o que não é, e conseguimos começar a sentir a dor e a raiva, que por
sua vez se transformaram em uma força que nos permitiu saber o que queremos e o que não
queremos para nossas vidas. Assim, quando começamos a encontrar poder dentro de nós,
deixamos de dá-lo aos outros.
 Conservação E3 (Autopreservação) – Segurança

Ao considerar o eneatipo três de forma panorâmica, ficamos impressionados com suas manifestações sociais e
sexuais. Mas quando encontramos pessoas do tipo conservador E3, não podemos dizer exatamente que
estamos lidando com um terceiro tipo de vaidade, pois assim como os orgulhosos do subtipo conservador não
parecem orgulhosos, os vaidosos da conservação não parecem visivelmente vaidosos para nós também - e
passei a caracterizá-los como compensadores, usando uma linguagem análoga à da psicanálise quando
introduziu a noção do caráter ―contrafóbico‖, que esconde seu medo por meio de atitudes visivelmente
audaciosas.

Ao longo dos anos, descobri que o mesmo é verdade no caso da conservação de cada um dos
as paixões. Em E1, por exemplo, chama a atenção o fato de ele não parecer zangado e de mascarar
sua raiva, defendendo-se por trás de atitudes benevolentes.

O caso da conservadora E3, que não parece muito vaidosa, assemelha-se ao de alguém tão
determinado a ser uma boa pessoa (ou seja, a seguir o modelo perfeito ou ideal da boa mãe, da boa
dona de casa etc.) uma maneira se traduz em um tabu implícito sobre a vaidade. Portanto, pode ser
difícil para uma pessoa inexperiente reconhecer um E3 de conservação, que pode ser confundido com
um E1 ou outras características.

Se nos perguntarmos qual é a sua necessidade neurótica, o que um três conservativo precisa
acima de tudo, pode parecer que ele tentaria antes de tudo ser bom; mas esse é um mandamento
universal, presente na vida de quase todas as pessoas (embora algumas pessoas se rebelem contra isso).
Mais específico para a conservação do E3 é o conceito, sublinhado por Ichazo, desegurança, e me parece
que uma segurança ameaçada faz com que essas pessoas também desenvolvam uma autonomia
especial. Como não foram suficientemente cuidados, aprenderam a cuidar de si mesmos e,
posteriormente, cuidar também dos outros. Há uma atmosfera de segurança em torno da E3, e eles
costumam ser pessoas a quem você pede conselhos, pois parecem se especializar na solução de
problemas. Essa paixão pela segurança pode simplificar demais suas vidas, no entanto, ao restringir seus
interesses ao que é mais prático e útil. Além disso, quando você quer priorizar demais a eficiência, acaba
tornando a própria eficiência eficiente.

A transformação na conservação E3 por Assumpta Mateu

No seguinte texto também participaram como editores: Amor Hernández (Espanha), Elia Gerardi
(Itália), Ferran Pauné (Espanha), Ilse Kretzschmar (México), María Teresa Ceserani (Itália), Maribel
Fernández (Espanha), Nilda Paes (Brasil), Sandra Geralda Ferreira (Brasil), Suzana Stroke (Brasil),
Vera L. Petry Schoenardie (Brasil)

Claudio Naranjo fala de gesto quando se refere ao processo de transformação de uma pessoa:
como se fosse um sinal, de que algo nos dá uma indicação de que já estamos “no outro”, em
outro estado de consciência, noutra atitude, noutra dimensão percetiva do ego e do seu
funcionamento, na certeza de que cada vez a máquina nos domina menos.

Se a inércia da conservação de E3 está baseada no ser visto, na ação dirigida a partir do

olhar do outro, o gesto rumo à cura estaria no olhar para dentro, enfatizando que esse gesto deve
ser posto na atitude, não no esforço para alcançá-lo.

De tudo acumulado entre nós, destaca-se a evolução para uma consciência, uma
compreensão do processo compulsivo e uma captura nas próprias armadilhas. Fala-se de uma
consciência mais desperta, o que nos remete a uma diminuição do autoengano.

A partir daí, questiona-se a necessidade de nos vendermos a uma imagem externa.

― Me percebo refazendo caminhos, menos preocupada com minha imagem. tenho menos necessidade de ser
bom para todos. Converso mais abertamente com as pessoas, falando do que gosto e do que não gosto. Isso
significa não enterrar a pessoa viva quando me sinto magoado, e digo francamente o que me machucou. Sinto que
hoje tenho uma autoestima mais verdadeira, menos narcisista, menos dependente da avaliação do outro”, escreve
Nilda.

O processo de maturação e transformação da conservação E3 permite que a pessoa deste

eneatipo se torne mais lenta, menos agitada, menos ativa e exuberante; você se conhece melhor capaz
de estar em contato com o sentimento de vazio sem a necessidade frenética de preenchê-lo, e mais
capaz de estar em qualquer situação sem sucumbir ao impulso compulsivo de fazer algo para fugir ou
modificá-lo.

― Se antes era um mar espumoso, então é um mar calmo, diz María Teresa.

Quando a conservação E3 começa a levar a vida como ela vem, sem se esforçar para levá-la
aonde quer, como fazia antes, começa a poder descansar, apoiar e confiar.

Há na 3 conservação aquela necessidade imperiosa de acreditar que pode com tudo mesmo correndo
risco com a própria saúde e autocuidado. Aos poucos, essa atitude está sendo deixada para trás. Um fator que
parece ser determinante é a idade, pois as forças físicas diminuem; alguém gostaria de pensar que a sabedoria
e a compreensão também estão aumentando.

― Deixei de ser a supermulher da família e do trabalho, algo que me orgulhava.

Peço ajuda e reconheço meu cansaço e as limitações impostas pela idade. Não tenho medo de
envelhecer; Estou passando bem por essa fase... mas ainda tenho medo da dependência, de perder
minha capacidade intelectual. Outro ponto a ser trabalhado, certo? Acho que é o mais difícil”, diz Nilda.

Um dos loops que observamos na conservação da vaidade é que, quando finalmente se percebe
que é vaidoso, surge a censura: ―como é possível ser vaidoso?‖ ―Não é bom ser vaidoso.‖ ―Ele não é
vaidoso. virtuosa.” Mas se não ousarmos mostrar a vaidade clara e autenticamente, então
Traduzido do Inglês para o Português - www.onlinedoctranslator.com

são acusados – ou, pior ainda, somos acusados – de falsa modéstia, e começamos tudo de novo:
“Eu mostro vaidade, não devo; Eu mostro modéstia, descobri que é falso‖... É o peixe que morde o
rabo.

― Reconheço em mim uma sensibilidade que antes desconhecia, bem como uma genuína
gentileza que dispensa reconhecimento (será que estou sendo vaidosa?)”, escreve Nilda.

Ela se pergunta se sentir o que sente é ser vaidoso: o gesto necessário aqui
consistiria em um: ―e daí?‖, em assumir a parte da dúvida quegera a atitudeaqui e agora
como algo natural e não querer constantemente corrigi-lo, deixar-se sozinho.

Uma pessoa três conservação, à medida que avança no caminho, dilui as preocupações. A
obsessão pela segurança é relaxante, e entra-se num caminho mais rápido de relativização dessa
necessidade, mesmo que se sinta que lhe faltam as forças físicas. Trata-se de nos abandonarmos ao que
é, para que possamos descobrir a dimensão espiritual, o sagrado dentro de nós, reconhecendo-nos
como dignos de amor.

― Sinto-me mais confiante em mim, sendo esta uma segurança que vem de dentro,
do sentir vontade de ser, e dificilmente vem de conquistas externas”, diz Ferran.

― A minha prática diária continua a dar-me um contacto contínuo que se mantém

ao longo do dia. Posso dizer que me sinto capaz de morrer e ao mesmo tempo viver com
entusiasmo e intensidade”, diz Suzana.

― A maior mudança está ligada ao abandono de uma visão puramente mecânica da vida,
de causa/efeito e material, em prol de uma nova dimensão mais espiritual, onde pude recuperar ou
descobrir o sentido de devoção a Deus e a consciência de que cada coisa que acontece, mesmo a
mais dramática, faz parte de um plano divino incompreensível para uma mente racional e objetiva
como a minha”, diz Elia.

A meditação é um caminho muito fundamental nesse sentido, e alguns dos participantes

desta pesquisa falam de sua experiência em retiros, principalmente no retiro meditativo com
Claudio Naranjo, onde encontraram oSanta Idéiaque corresponde ao seu eneatipo.

― A percepção de que existe uma Ordem Universal a que estamos submetidos foi o ponto de partida
ponto para a transformação que está em processo. Deus não precisa da minha ajuda”, acredita Nilda.

― Quando eu realmente me coloco na prática da meditação, ela representa um bálsamo para mim em
experimentando não ter que correr para lugar nenhum e perceber que tudo é o que é, do jeito que é, e
que eu não tenho que controlar isso. Gosto de lembrar uma frase que uma vez ouvi quase como uma
piada: ‗Você quer fazer Deus rir? Então conte a ele seus planos. Isso rapidamente me ajuda a entender
que minha necessidade de tanto controle é ridícula, uma construção mental”, argumenta Assumpta.
 A evitação de conflitos, para quem age a partir do olhar do outro, torna-se algo intrínseco
ao ser, à máscara. O processo de enfrentamento, de enfrentamento do conflito, é marcado pela
necessidade de que tudo dê certo para todos. Esse fato, tão bem aceito socialmente, dificulta o
avanço para sua transformação. Alguns começam a conseguir deixar os mal-entendidos seguirem
seu curso, evitando interferir no andamento das coisas, tentando fazer com que as áreas escuras e
caóticas da vida não sejam evitadas.

A conservação E3 transformada tem menos medo da raiva do outro, é mais atenciosa e dá mais
respeito às suas próprias necessidades, deixando um pouco de lado as dos outros sem se sentir culpada.
Aprenda a se amar bem. Ele se permite entrar em contato com suas próprias emoções, principalmente a
tristeza. A capacidade expressiva é multiplicada ao mesmo tempo que é menos dramatizada. É mais
direto e deixa para trás os rodeios, a manipulação. Ele é mais capaz de aceitar e manifestar sua
insegurança, vulnerabilidade, medo e sua necessidade de ser ajudado. Ele é menos arrogante, mais
assertivo e menos violento. Ele descobre e aceita sua inveja, sua competitividade e seu sentimento de
inferioridade, aspectos que antes negava totalmente a si mesmo e aos outros.

Na ação compulsiva, por inércia neurótica, a conservação de E3 perde os referentes de

sua autenticidade. No processo de transformação ele percebe o quanto é importante aprender
a não fazer e desaprender como faz. Isso lhe permite viver a ressurreição de seu interior, de
sua essência. Claro que não é tão fácil: à partida só acontece às vezes, e trata-se de cultivar a
vontade e a intenção de nos descobrirmos.

― Percebo, antes de tudo, a consciência do meu corpo, de como somatizo (sinusite), de quais alimentos
me atendem bem e quais não, do sono, das tensões... E, embora ainda tímida, estou colocando minhas necessidades
em um lugar preferencial”, escreve Maribel.

― Qualquer situação fora do meu controle me deixava confusa, assustada, perdida. as situações
incluiu eventos em que eu não tive uma resposta adequada. Tive então a impressão de injustiça, de
mal-entendido ou mesmo de estar perdido. Isso poderia crescer a ponto de eu congelar, fazendo o
oposto do movimento normal de atuar, atuar, atuar. Depois de congelar, ela chorou como uma
menina: uma reação histérica da qual o gelo derreteu. Eu precisava de lágrimas para me sentir,
para respirar e entrar em contato comigo. Hoje, com uma presença mais marcada, a desorientação
abrandou: consigo respirar e acalmar a ansiedade situando-me e tomando consciência do que se
passa. Hoje sou menos invasiva e um pouco mais íntima (este é o paradoxo das três conservações).
Consigo ver com outra qualidade de olhar: o olhar de reconhecimento do outro a partir de seu
ponto específico, diferenciado”, diz Vera.

O três conservação tem medo de se permitir sentir emoções e sentimentos, perder a

independência, precisar de ajuda... Enfim, quando reconhece o medo, reconhece também que precisa do
outro, que precisa se entregar, se soltar.

«Acreditava que amar era satisfazer as necessidades do outro, corresponder às suas expectativas, fazer o
que ele precisava: acreditava que era fazer. Nunca acreditei que amor fosse só sentimento. Mais tarde eu percebi
uma enorme dificuldade de dar e de receber. Eu tinha medo de ficar nas mãos do outro”,
afirma Sandra.

― Imaginei que poderia ir e fazer o que quisesse, com uma sensação de total independência,
percorrendo o mundo, trabalhando até a exaustão, obtendo reconhecimento e aplausos. Claro... sem
vaidade, sem ostentação, com modéstia. Eu não sabia que era uma escrava de mim mesma. Ver isso
ainda é crítico em alguns momentos”, diz Assumpta.

No subtipo de conservação, predomina o amor materno como forma de canalizar o amor por
meio da utilidade para os outros. Para um indivíduo deste subtipo existe uma compulsão para assegurar
a manutenção de condições de segurança e estabilidade que proporcionem a necessária sensação de ter
o seu ambiente de vida sob controlo.

A necessidade de afeto se reflete, portanto, em um cuidado constante com o outro e em

evitar que surjam situações conflituosas ou inadequadas. Adaptação, adaptação, chega ao ponto de
esquecer o próprio sentimento em favor de um modelo amoroso. Essa atitude, embora autogerada
na infância em relação às suas figuras parentais, atinge seu conflito máximo nas relações
amorosas.

Admirar o amor, por outro lado, nunca chega a abarcar tudo no sentido existencial, ou
seja, não ocupa tanto espaço no seio do indivíduo. Assim, uma conservação E3 sente amor
admirado apenas em relação a certas pessoas; a admiração é dada apenas a pessoas muito
óbvias. É o caso de alguns mestres espirituais, cientistas ou pessoas relevantes em algum
campo de importância para o indivíduo.

O amor erótico costuma ser o mais subdesenvolvido ou adormecido no nível consciente. De certa forma,
dir-se-ia que a compulsão de fazer, de estar sempre fazendo, impede a abertura ao prazer. Assim, não é
de se estranhar que esse tipo, no caso de sentir amor admirado por alguma das figuras acima
mencionadas, se volte para o trabalho em favor do mundo que o admirado representa, negligenciando a
esfera do prazer e da vida cotidiana.

Como o amor vive então uma conservação E3? Em geral, ele espera receber amor admirado em todas
as áreas de sua vida, dando pouco, ao contrário, sua admiração aos outros. Como ele vai dar amor de
admiração se é para isso, para ser admirado?

Do casal ele espera receber os três tipos de amor, pois este representa um dos
as áreas de maior importância para ele. O casal é tudo para a conservação de muitos E3, sobretudo para a
conservação sexual, e importante nas restantes, essencialmente na conservação social; neste último, a esfera
profissional assume maior protagonismo e, com ela, a necessidade de valorização obtida por seus serviços ou
esforços.

No caso de figuras relevantes, como professores, o indivíduo espera amor

compassivo e apreciativo. Em troca, dá valor ao amor e, em grande parte, também
tende a dar amor compassivo, na forma de admiração, lealdade, compromisso, carinho e
serviço. Os seguintes testemunhos são muito esclarecedores no âmbito do domínio dos
diversos amores:

― O amor erótico se camufla em ser útil ao outro. Se eu sou útil para o outro, o
outro me dará o que preciso por obrigação. Não entendo um amor de partilha em
igualdade, um amor sem preço. Por isso, o amor pela satisfação dos instintos e do prazer
me parece sem sentido”, diz Amor.

― A aceitação da minha insegurança foi uma das minhas conquistas mais importantes. Mas o
trabalho definitivo foi o retiro de meditação. eu dei o meuarmas de guerrapara a
professora: batom e relógio (aparência e controle). Entrei no retiro com muito medo,
acreditava que não conseguiria estar com nada que não fosse eu. O que eu tinha a
oferecer de mim? No entanto, foram dias de alegria, de sentimento de liberdade, de paz,
de amor por mim. Pela primeira vez desde a infância, consegui entrar em contato com
meus verdadeiros sentimentos, sem bloqueios. Finalmente, ele sabia o que sentia. Eu
chorei todos os meus erros verdadeiramente. Senti uma alegria profunda que a gratidão
foi capaz de me trazer. Eu tinha plena consciência do amor que dedicava ao meu
professor, minha família, meus amigos. descobri uma pessoa muito melhor do que eu
imaginava; Comecei a gostar mais de mim e a me cuidar respeitando a vontade do meu
corpo. A professora despertou em mim a fé e a entrega ao universo do que está fora do
meu alcance resolver. Hoje,

A crise costuma ser um portal importante na realização para o início do processo de

mudança, rumo à transformação. Sem esse obstáculo praticamente intransponível, a três
conservação — e isso é comum a muitos eneatipos — provavelmente teria uma chance muito
difícil de mudança. Especialmente, a dificuldade torna-se grande nas três conservação ligadas
à idéia onipotente de poder com tudo e o poder do esforço. O depoimento a seguir trata do
autoengano típico da conservação do E3:

― Em relação à minha experiência, posso dizer que, para um três, abordar um processo terapêutico é
muito difíceis, não se sentem naturalmente levados a entrar em discussões, pois em suma vivem a vida
sem a percepção de terem problemas importantes que resolvam.

Na verdade, até me encontrar com a possibilidade real de morrer e com uma aparência
física completamente modificada, não levei realmente a sério a importância do trabalho em mim.

Acho que tive a necessidade de ver concretamente o colapso da imagem idealizada de mim mesmo, de
a conservação três, assim como a imagem física derrotada (de uma mulher atraente e carismática),
para me convencer da necessidade de olhar além do lado material.
 Quando me vi com o rosto deformado e não pude mais contar com a influência de
o físico, eu necessariamente tinha que me perguntar quem eu realmente era, já que a imagem
agora não me dava mais segurança. Assim, tenho vergonha e tenho visto isso até no
relacionamento com outras pessoas, porque me encontro isolada”, diz Elia.

Por seu lado, Sandra acrescenta:

― Acho que, para uma conservação três, trilhar seu caminho de verdadeira cura exige fazer
alguns sacrifícios e uma escolha: abandonar o apego ao trabalho que gera segurança econômica como
um círculo vicioso que alimenta o ego, e permitir-se uma entrega pura e verdadeira a si mesmo. a si
mesmo, às pessoas, ao divino, sem se preocupar com a aparência. Mude a forma de se relacionar com o
ego, tendo a sabedoria de enxergar a criança faminta e desnutrida que há dentro de si, ou seja, consiga
não dar importância à fome interna que alimenta o fazer como forma vingativa de não precisar de
ninguém e se tornar autossuficiente antes pessoas e perante o mundo, escondendo de si e dos outros
um grande sofrimento interno por não se permitir sentir e por se tornar cada vez mais solitário. Acho
que quando um três conservacionista consegue fazer essa escolha, que claro que não é fácil, ele entende
o que significa Santa Esperanza‖.

O que foi deixado para trás?

A segurança, aquela fixação...

― Segurança agora é uma segurança interna. Sou menos afetado pelo que não gosto. Eu assisto, mas fico
menos brava. Agora sou muito mais honesto comigo mesmo e com os outros; Estou mais em contato com
meu mundo interior e suas necessidades. Me sinto mais equilibrada entre o mundo externo e interno. Eu levo
o mundo exterior menos a sério,” diz Ilse.

A compulsão pela imagem, pela boa aparência, pelas conquistas

― Sinto que não estou esperando a aprovação dos outros. Sinto-me livre para fazer, ser e viver
conforme o meu coração, com capacidade de reconhecer os erros e corrigi-los quando ocorrem,
sem culpas e/ou dissimulações. Eu ouço, avalio e posso aceitar críticas, conselhos ou pontos de vista
quando vêm de pessoas de quem gosto, que me inspiram respeito e que, acima de tudo, me
amam”, diz Suzana.

― A necessidade de ser como uma menina boa e bonita é diluída e desmascarada e substituída pela
desejo de ter contato com a verdade interior”, acredita Assumpta.

― Minha energia agora está mais focada em aprofundar e refletir, mais em detalhes finos
do que plantão, naquilo que realmente gosto, sou apaixonada e isso me abre janelas por dentro e por
fora”, confessa Ilse.

― Fica para trás o esforço inconsciente, a luta pela conquista, a necessidade de construir uma
ambiente seguro (estar em boas relações com os outros, casa, trabalho), o medo da transgressão (um
pode se dar ao luxo de transgredir qualquer norma ou papel social). Em certo sentido, um E3,
energeticamente, torna-se um pouco um E8. Ele se torna capaz de gritar, de se irritar, de expressar raiva, de se
relacionar sexualmente com quem ele quiser, de aceitar e sair de empregos como quiser, de se valorizar
financeiramente...”, testemunha Ferran.

Falsidade

― O processo de transformação me levou a entender como adotei um falso modo de contato com o outro,
sem escuta real ou empatia, apenas com minha presença física inautêntica, apenas para salvar a face. Ele
também pensou que os outros se comportaram falsamente; talvez fosse uma forma de me justificar e não de
avaliar uma alternativa”, acrescenta Elia.

― Outra coisa que ficou para trás é a forma indireta de falar, com
sujeito, com metáforas e meias palavras; Acho que agora as pessoas se sentem mais à vontade comigo, pois
também sentem mais liberdade de expressão, sem diplomacia ou fingimento. Tem sido importante aprender a
dizer sim e não diretamente. Uma ausência real é melhor do que uma presença mentirosa”, diz Vera.

O falso amor materno

― Sinto que trapaceei menos. Sou mais sincero com meus sentimentos, apesar de raramente deixá-
los explícitos. Sou mais tolerante, menos exigente com os outros. Não me sinto o melhor, mas ao
contrário, muitas vezes me sinto pior. Tenho muito menos energia para a ação, apesar de ainda ser
uma pessoa muito ativa. Me sinto muito mais emotiva e muito mais sensível, mais compassiva, mais
compreensiva com a dor humana em geral”, escreve Suzana.

― A constatação de que não importa tanto que o outro me ame, me admire,

me reconhece, mas que o importante é que eu o ame, é como uma onda suave que chega sem
fazer barulho, cresce e se dissolve; e novamente chega, cresce e se dissolve, num movimento
ritmado que me faz sentir muito bem. Me conecta com gratidão, com paz e serenidade”, diz
Vera.

― O amor materno parece ser o mais desenvolvido em nosso subtipo, empatia, agradar e
compreender o outro, até o extremo insano de nos apagarmos: isso é dar para ser amado.
Sinto que, lentamente, tal coisa está se dissolvendo. Aprendi a receber e quero receber
pela honra que mereço, não pelo apalpar emocional, que era o que eu fazia”, diz
Assumpta.

Esforço inconsciente, autoexigência

― Me sinto muito meditativo, com o observador bastante ativado. Um desejo é sentar em meditação
com mais regularidade, o que ainda não faço. Mas já não exijo isso de mim mesmo, mas espero que
chegue quando surgir. Gosto de ter menos disciplina”, diz Use.
Ao controle

― Estou menos exigente e menos controladora, tanto esforço me cansa, tenho relaxado mais‖,
contribui Ilse.

― Autocontrole e controle dos outros: o desejo de que tudo impeça qualquer possível alarme
sinal, a convicção de que as emoções, sentimentos e pensamentos são os certos e os que devem ser
sentidos para ser uma boa pessoa. A demanda constante é: o que devo fazer?, em vez de um saudável: o
que eu quero fazer?”, explica María Teresa.

― O cansaço físico que vem com a idade me ajuda a entender e aceitar os limites da
minha necessidade de controlar tudo e, portanto, me ajuda a entender a falsidade dessa necessidade”,
conclui Assumpta.

A desconexão do instinto

― Uma conquista fundamental do meu processo foi reencontrar meu instinto, apesar de enterrado
depois de tantos anos de controle. Ver e aceitar minha parte instintiva significou também aceitar minha
parte mais humana, ligada ao meu ser mais terreno. Isso significou recuperar a força física e, em alguns
aspectos, até a saúde”, diz Elia.

Ação compulsiva, pressa

― Sinto uma grande necessidade de ter mais tempo livre para ver com o que estou ocupado
ou não. Pensei em usar o tempo para escrever um livro, mas resolvi aproveitar sem planejar,
sem já tratar de algo definido de antemão”, completa Ilse.

― A compulsão à ação e à velocidade vai ficando para trás, a ordem da velocidade, a

‗não há tempo', a ideia de que ‗tenho de fazer tudo porque faço melhor', a dificuldade de estar em
contacto com o sentimento de insegurança, dúvida e ambivalência”, diz Maria Teresa.

― Uma das melhores coisas é que um grande opressor ficou para trás: a pressa. a urgência
fazer, fazer, fazer... Prejudiquei muito a eles, principalmente aos meus filhos, sempre que, pela correria, os
impedia de assumir a responsabilidade por seus aprendizados, iniciativas e tarefas, fazendo por eles”,
acrescenta Vera .

Onipotência, autossuficiência, compromisso

― Gosto de receber muito mais do que antes,‖ diz Ilse.

― Um aspecto do medo, pavor, também surgiu, e é muito mais evidente e constante

do que em qualquer outro momento da minha vida. Me conecto com a minha angústia básica, com a
ansiedade que sempre senti, e que relacionava com o fazer contínuo, e agora vejo que se baseia naquele medo
terrível em relação à dor, à tortura, à destruição (provavelmente relacionado às experiências da guerra) que
reprimi e tentei manter enterrada toda a minha vida”, confessa Suzana.
Narcisismo

A ideia onipotente de ser capaz de determinar o curso de sua vida e ação. A ideia de fingir
“conseguir à custa de tudo”. A dificuldade de confiar e confiar. A ideia de saber o que é certo e
querer salvar o mundo. A necessidade de se sentir melhor. A negação da própria
competitividade. A negação da própria inveja e do próprio oportunismo.

Frieza

― A pretensão de controlar o mundo, a insensibilidade, a mentira, a arrogância, o medo de sentir, a

super-heroína, as fantasias em relação ao mundo e ao eu ideal, o falso poder, a idealização da
felicidade, um pouco de rigidez e um pouco de distanciamento”, diz Sandra.

Recomendações terapêuticas e tarefas úteis

O terapeuta deve ficar atento para perceber a condescendência da conservação do paciente

três e sua atitude de “vai tudo bem”, já que esse subtipo costuma ser colocado no papel de
bom paciente que exalta a aliança terapêutica. Ele tentará entender tudo o que o terapeuta
deseja dele, o que ele gosta e o que não gosta, quais são os aspectos que mais lhe interessam,
para atender da maneira mais eficaz possível às suas expectativas e, assim, se sentir seguro.

É importante conduzi-lo sempre a si mesmo, trabalhar suas expectativas, o imaginário do

paciente ideal de quem ele tenta se aproximar para ser aceito. Muito habilidoso na manipulação,
jogará com o narcisismo do terapeuta: sendo ele o melhor paciente, o terapeuta deve ser o melhor
terapeuta. Conforme você o idealiza, ele também pode destruir facilmente sua autoimagem.

A maior dificuldade da conservação do paciente três é se desprender e demonstrar as emoções,

principalmente a tristeza através das lágrimas, pois a vive como uma fraqueza perigosa. Cada aspecto da
sombra que emerge durante a terapia é vivenciado como uma ferida narcísica ameaçadora.

Sua principal forma de evitação é ficar na superfície e contar os fatos em detalhes, perdendo
assim de vista o processo, a dinâmica e o nível simbólico. É importante que você reconheça o seu
tempo interior, que experimente estar na dor e na dificuldade sem ter pressa de ter que fazer algo
para sair dali, para que descubra que não se afoga na dor, que a corrente da a vida permite que
você veja mais claramente o caminho.

Quando está em dificuldades, o constrangimento de se desfazer permite-lhe tomar

consciência do controlo que actua sobre o fluxo das emoções, reconhecendo-o fisicamente numa
contracção ao nível do estômago, peito, costas e garganta; contrações que você reconhecerá
imediatamente como medo de perder o controle e sentir a dor.
 É fundamental trabalhar a inveja, a competitividade e o sentimento de inferioridade, aspectos negados e
centrais que muitas vezes alimentam o impulso do comportamento neurótico quando o paciente os desconhece.
Esses aspectos podem ser um grande recurso para o processo de evolução quando são conscientes.

É útil facilitar a expressão de raiva e discordância diretamente com o terapeuta.

Quando a imagem idealizada de si mesmo começa a se estilhaçar como um espelho atingido por uma pedra,
os três conservação entram em contato com uma dor profunda e, com o terror desendo nada, um copo
vazio, dá-se conta de ter representado uma personagem durante toda a sua vida, de modo que agora já
não sabe quem é.

No terapeuta, as três conservações procurarão um suporte sólido que lhe dê segurança, alguém
em quem possa finalmente confiar, através de quem possa descobrir o estado de necessidade e,
lentamente, de acordo com o seu tempo, reencontrar a sua identidade humana. É importante recuperar
a permissão de existir além de tudo. Funciona para fornecer muita contenção física e contato
(experiências de: “assim como você é, tudo bem, você não precisa fazer tantas coisas para ser aceito”).

Importa desmantelar o mecanismo de autojustificação e atribuição de

responsabilidades fora de si, para que tome maior contacto com a sua interioridade.

Convém indagar sobre o fácil entusiasmo que a conservação desenvolve pelas

atividades (passatempos, trabalho), e a facilidade com que estagna e perde o interesse. É
necessário mergulhar para ver o que o move e o que o retarda.

Primeiramente é preciso oferecer um ambiente psiquicamente seguro (que o paciente se sinta visto,
acolhido, ouvido e respeitado). A princípio não é aconselhável enfrentar fortemente já que o E3 pode ser
retirado, afastado. No entanto, em algum momento da evolução, deve ser confrontado e não gentilmente
retribuído.

É curador redescobrir a energia do homem ou da mulher, conforme o caso: isso

significa dar espaço à possibilidade de confronto direto e claro, para ir em direção ao que
realmente se quer ou precisa (penetrar no mundo). Para isso é preciso viver (verificar) que
existe algum outro homem (ou mulher) ali que te apoia, que serve de referência e com quem
você colabora (não compete), o que equivale a recuperar a confiança no outro .

Como terapeutas, estando conscientes de nossas defesas neuróticas e compreendendo que a

qualidade como Figura no Fundo é um defeito, e o defeito como Figura está na qualidade do Fundo, podemos
usar essas características como um valor terapêutico no processo.

O terapeuta de três conservação é capaz de dar muita segurança e contenção ao paciente.

Quando está em sua autenticidade e em contato consigo mesmo, favorece e estimula a pessoa a
ousar ser mais autêntica. O autoconhecimento da falsidade possibilita facilmente desmascarar a
impostura no outro.
 Querer bem feito, quando deixa de ser uma necessidade neurótica, permite ao terapeuta estar
atento à impecabilidade de sua presença e, portanto, de seu fazer terapêutico. Os três terapeutas de
conservação não se contentam com pouco.

A tendência ao controle pode reverter para uma presença terapêutica que tem uma visão panorâmica do
o processo e o campo.

― Sinto que utilizo as características que considero positivas da minha personalidade, apesar
percebendo-os menos ativos, como eficiência, rapidez na ação e no pensamento. Também aprendi a esperar
por sinais que demonstrem a validade da minha intuição para agir”, escreve Suzana.

O que uma conservação E3 tem que entender?

- Que deveria direcionar a atenção para dentro, não para fora.

- Aqueleéindependente dos outros.
- Aquele é independente de qualquer ambiente que dê algo (segurança, aceitação,
valorização).
- Que o importante é o presente e seu cultivo; nem o futuro nem o passado
importam.
- Que não deve ser projetado, deve ser sentido e estar atento. Principalmente, é preciso
não projetar expectativas nos outros e nas situações.
- Que o processo terapêutico não é um processo externo, mas interno: não se trata de resolver as
coisas com um terapeuta, de contar as coisas para receber confirmação, segurança, mas de fazer
uma viagem interna, uma reconexão com o sentimento e a experiência mais profundos. qual não
- émuitooumais importante do que. Você é mais um na humanidade. Que o relevante não é a
- pessoa, é a presença.
- Que você é uma presença, você não é um ego.
- Que você está feliz em doar, não por compulsão, mas por sentimento. E também que
você fica feliz em receber em vez de seguir o impulso compulsivo de retribuir.
 Eneatipo 4 – Inveja

A inveja é a paixão de controlar e calibrar a própria existência comparando-a com a de outro. O

sentido da existência depende muito do nível do que falta e da frustração em relação ao que é
percebido como desejável nos outros.

O desejo de ter o que o outro tem não é um desejo cujo objetivo é obter justamente
o que o outro tem, mas a única possibilidade de estar em relação com ele: “enquanto me
faltar, tenho a possibilidade de estar com você e no mundo”. A dependência do outro ou
de suas qualidades dá a E4 a ilusão de que pela falta conseguirá escapar da separação
inelutável. A falsa falta é suafixação.

Ele está muito em contato com seu desejo de ser amado e reconhecido, e idealiza essa
realização de forma tão totalizante que nada pode satisfazê-lo. Essa busca paradoxal da
infelicidade é como uma casa sempre ligada, esperando a volta de quem partiu.

Ser invejoso apaixonado significa, de certo modo, ser eternos filhos com o olhar exigente voltado
para o outro. Mas como a inveja é uma necessidade neurótica, o objetivo é manter sempre o estado de
expectativa e carência.

É bastante comum que na vida infantil de um E4 tenha ocorrido uma experiência real de
frustração e perda: eventos típicos podem ser a perda de um dos pais, a presença de um irmão tido
como privilegiado (ou que ocupou um cargo importante pela necessidade de curas especiais), ou
uma situação familiar em que o E4 tenha sentido que deveria se afastar e abrir mão de um paraíso
que já havia provado.

Na relação com os outros, percebe-se inadequado, culpado e se submete a

relações de abuso e prevaricação para reconfirmar sua posição de vítima.

É muito emotivo e empático com o sofrimento alheio, empatia cuja função é sublinhar o
seu próprio sofrimento.

Ele é muito dedicado ao relacionamento e está sempre pronto para se sacrificar. A dedicação ao
outro não visa adequar-se a ele, mas tende a reconquistar uma posição onipotente de vítima sacrificial.

Na maioria das vezes, o apelo sedutor (especialmente no subtipo social) é o da

fascinante sereia chorona que estimula no outro a necessidade de proteção e de ser
narcisicamente poderoso.
 A agressividade não expressa (exceto para o subtipo sexual) produz retroflexão no nível do corpo, chegando
até à automutilação; o próprio corpo é utilizado como canal para chamar a atenção do outro, expressando
necessidades profundas por meio do sofrimento ou da doença.

No subtipo sexual, a expressão da inveja assume características distintas: o choro é substituído

por gritos e reivindicações agressivas. A exigência de suprir sua profunda carência é arrogante,
chegando ao ponto de destruir ou odiar aquele que ama quando se mostra com seus limites humanos e,
portanto, não no auge de suas grandes idealizações.
 E4 Social – Vergonha

Os contrastes entre os tipos de personagens do E4 são os mais marcantes, já que seus diferentes
subtipos parecem mais diferenciados do que nas outras paixões. Quando explico este tema em
espanhol, costumo dizer que existem “sofredores, longânimos e insuportáveis”. Os sofredores são os
quatro sociais.

O E4 social é uma pessoa que reclama demais, é muito chorosa e muitas vezes se coloca
no papel de vítima. No DSM-IV, sugere-se uma categoria de pessoa dada à autossabotagem. A
característica apontada por Ichazo para esse personagem évergonha, que descritivamente me parece
um sucesso, mas não é suficiente para descrever uma necessidade neurótica. Certamente, são pessoas
que se subestimam e, portanto, se sentem menos do que os outros. Mas como você explica por que
essas pessoas são tão propensas a se culpar e a se comparar desfavoravelmente com os outros?

A resposta, parece-me, está no que Melanie Klein chamou de posição depressiva,

por meio da qual o menino ou a menina prefere se culpar a descarregar sua raiva na mãe,
de quem precisa exageradamente. De forma semelhante, podemos considerar que o E4
social é aquele que prefere engolir o próprio veneno a externalizá-lo para os entes
queridos; aprendeu a introjetar sua agressividade em vista de uma dependência afetiva
exagerada.

A transformação no social E4 por Sonia Gajnaj

Há muito tempo, eu não reconhecia os pensamentos acorrentados de inveja ou emoção invejosa. O mundo
estava contra mim e ninguém me dava o que eu queria ou precisava; Eu não desistia: eles me deixaram. Assim,
eu criava situações em que eu era a vítima e os outros eram meus vitimizadores. Projetei meu próprio ódio nos
outros e não me encarreguei de minha inveja. Sentia uma competitividade feroz que não conseguia
reconhecer: uma competitividade pelo reconhecimento, por ser único e especial, pelo lugar... Um lugar para
estar, mas um lugar procurado a partir de um ego eternamente boicotado, mantendo-o sempre ocupado com
lamentos e reclamações.

minha personalidade imatura

A raiva que senti foi muito intensa e me transformou em lágrimas e vitimização. Era também uma desculpa para
deixar que os outros tomassem decisões por mim e, dessa forma, voltar repetidamente a um sentimento de
insatisfação e ódio contra o mundo e contra mim mesmo por não poder fazer minhas próprias escolhas ou defender
minhas opiniões. O confronto tornou-se naturalmente impossível.

O amor só era dado através da reclamação e da dor. Coloquei-me em situações em que o outro
poderia me deixar, de modo que só pudesse ver o casal através da minha desvalorização e ódio de mim
mesmo, desprezando-os mais quanto mais tempo ficasse ao meu lado. Essa manipulação ocorreu em todos os
relações que estabeleceu. Serviu para que os outros me dessem, e também foi a forma de refletir meu
ódio e inveja para com os outros. Outro aspecto comum nas relações de casal era a minha dependência
da figura materna e a falsidade consciente colocada a serviço da manutenção do relacionamento a
qualquer preço. Eu também era muito bandido e, ao mesmo tempo, achava que me abandonavam:
primeiro me entregava ao supercontato e depois meu retraimento era total.

Eu vivia de forma desordenada como forma de gerar situações de rejeição social. Era típico de
mim não conseguir manter nenhum compromisso de trabalho se não fosse do meu jeito manipulador,
que consistia em exibir um estilo muito amoroso e pseudo-restritivo às vezes e depois abandonar a
tarefa com a sensação de que a energia estava se esgotando. mim e que não pude sustentá-lo a tempo
por causa de algum acontecimento menor que ocorreu, graças ao qual criei a sensação de ser rejeitado,
de não ser reconhecido, de que outros receberam mais do que eu...

Naquela época eu não percebia tudo isso; Simplesmente senti que não poderia sustentar as
responsabilidades, nem estar em relacionamentos porque, definitivamente, havia me tocado menos que os
outros na distribuição da vida.

Lembro-me de uma sensação marcante toda vez que me via em situações de exposição:
meu estômago revirava com o constrangimento que sentia. A tremenda ansiedade gerada
pelos momentos em que me expunha ao mundo costumava compensar com
desaparecimentos temporários: me tranquei e me isolei, me dediquei a comer e então comecei
a ter grandes problemas de excesso de peso.

Minha autodepreciação era obsessiva e era impossível para mim ficar sozinha desde torturador
pensamentos vieram à minha mente que produzi sem descanso. Agora relaciono o doce sabor da
autodepreciação à introjeção da pobre imagem materna. É a forma infantil, perpetuada na idade
adulta, de ter mãe.

Relembrando aqueles tempos, fico com uma sensação de grande superficialidade, embora também
me julgasse muito profunda por ter pensamentos emaranhados e viver fortes emoções sob um disfarce de
suavidade e doçura.

Eu poderia ser muito doce, amigável e extremamente bom em público, e tornar-me agressivo e raivoso na
intimidade, colocando também uma grande energia nisso por causa das emoções que eu guardava em situações
sociais e que descarregava ao ficar a sós com aqueles que eu desvalorizava .

A repressão de emoções mal vistas socialmente, como a raiva ou o ódio, foram

transformadas em tristeza e a vitimização na impossibilidade de enfrentá-las.

O amor de casal era o tema central da minha vida: ter ou não um relacionamento era o
propósito da existência. A vida era melancólica e cheia de experiências empobrecedoras a esse
respeito.
Os frutos do trabalho

Através do meu trabalho com eneagrama, terapia individual e de grupo, e também graças à minha
formação como atriz e depois professora de teatro, pude desenvolver uma maior consciência, traduzida
na tomada de responsabilidades no trabalho e na capacidade de sustentar por muito tempo
-compromissos a prazo. Tudo isso é acompanhado por uma atitude mais positiva diante das dificuldades,
que consiste em buscar estratégias de saída para situações complicadas. Também posso ser mais prático
e um pouco mais eficiente em tarefas concretas; Nos meus objetivos de trabalho e estudo, tenho maior
capacidade de ir buscar o que me interessa, sou mais ativo, consigo atender a vários assuntos ao mesmo
tempo sem cair no desespero ou na ansiedade, e costumo atingir quase sempre os objetivos que
proponho.

Da dificuldade que senti para encontrar o meu lugar num grupo e na sociedade, hoje consigo viver
mais profundamente o sentimento de pertença. Ao mesmo tempo, encontrar o meu lugar me devolveu a
sensação de ser mais independente nas relações afetivas, onde agora posso me colocar e colocar limites mais
claros.

Também sou menos radical e dou-lhe um valor mais relativo às situações da vida e às
emoções que me invadem. A vergonha — minha paixão egoísta — diminui muito em situações
sociais e de trabalho: sou mais falante e claro no que quero transmitir.

Nos relacionamentos, pude ficar vários anos sozinha, tendo relacionamentos casuais,
curtindo o momento e não me amarrando a nenhum relacionamento estável. Priorizei a vida e
todos os seus aspectos, e não o amor de casal, e consegui ser coerente com ela em meus
pensamentos, emoções e ações até hoje.

Aprendi a ter pensamentos incríveis, desconhecidos, positivos e reconfortantes sobre mim. EU

Aprendi a me encorajar. Até hoje, a autodepreciação desapareceu e me sinto capaz de cumprir minhas
responsabilidades, tenha energia ou não. Também me sinto mais piedoso com algumas das minhas
impossibilidades egoicas: não me castigo tanto pelo que não consigo largar ou transformar e tenho
menos ambição com a minha transformação pessoal.

Ao mesmo tempo, sinto mais fé em algo superior e tenho mais fé de que posso me ajudar
em meus processos internos sem buscar ajuda externa. Sinto uma necessidade urgente de maior
autonomia e neste momento procuro-a.

Sinto-me mais satisfeita com o meu presente e não sinto saudades do passado, sou mais feliz e sinto-me
mais realizada no momento presente.

Para isso, tem sido muito importante relativizar e idealizar menos o que os outros dizem ou
fazem, e me permitir viver às vezes uma alegria pelas conquistas dos outros. Também tem me ajudado a
dar um pouco mais de crédito ao que penso ou acredito ao invés de ouvir tantos comentários de ajuda,
mesmo que venham com boas intenções e possam até ter sucesso e me ajudar, já que
quero viver minha própria experiência de vida e cometer erros se necessário, assumindo assim a responsabilidade
por meus erros.

No meu processo futuro rumo a uma maior evolução da consciência e maior saúde, percebo
que seria bom desenvolver mais minha autonomia através do trabalho e do estudo; situar-me
perante as minhas relações com os outros com uma atitude mais generosa, para poder dar sem
especulações e sair da velha necessidade neurótica de estabelecer relações simbióticas.

Nas relações pessoais, um quatro social age a partir da competição e da comparação, através
das quais tenta encontrar um valor em si mesmo. Portanto, para mim, saúde é encontrar meu próprio
reconhecimento e satisfação.

No relacionamento, o saudável é me colocar em um lugar de igualdade com o

outro sem me deixar levar pelo tremor emocional.

Para desenvolver harmonia e estabilidade, tanto internamente quanto no casal, é fundamental cultivar o
pensamento e a capacidade de elaborar cognitivamente as experiências.

O que ajuda a trabalhar o ego

Inicialmente, a principal ajuda que recebi foi passar por uma relação terapêutica individual, onde
transferi minha dependência para minha terapeuta. No entanto, foi uma relação positiva que me
permitiu passar pela experiência de introjetar umboa mãeque me devolveu um olhar favorável sobre
mim mesmo.

A terapia de grupo e o compartilhamento colocaram meu trabalho em jogo com inveja, ciúme, ódio e
competição; quando cheguei ao Programa SAT e compartilhar essas características com outras pessoas do
meu eneatipo, junto com minha terapia de grupo, foi uma grande ajuda: de repente, senti que tinha irmãos
buscar, e esse sentimento abriu para mim – às vezes aos poucos – a possibilidade de trabalhar mais
profundamente o ego.

Tarefas úteis para trabalhar o ego

No trabalho sobre a minha vergonha, o teatro tem sido a forma irredutível de abertura e o canal de expressão
das minhas emoções e da minha criatividade. A par do teatro, são muito úteis a dança, o canto e as expressões
artísticas que envolvem progressivamente a exposição pessoal através de uma linguagem criativa.

Para um social four, exercer um papel de liderança por um certo tempo e com apoio externo costuma ser, a
princípio, muito importante: ajuda a desenvolver uma autoimagem positiva e a desdramatizar a vida; também
diminui o terror da vergonha em situações de exposição.

No teatro, colocar emoções em uma situação ou em um personagem representa uma primeira

forma de não ser visto e ao mesmo tempo poder se expressar. Assim, a vergonha, que retém o
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sempre emoções intensas e faz com que os pensamentos emocionais se enredem, pode atrapalhar a forma de
se expressar e integrar diferentes aspectos de si mesmo.

Como para qualquer outro eneatipo, o trabalho de meditação é uma grande ajuda. Ao longo do meu
caminho, alguns mantras como: "Você tem que fazer o que tem que fazer" têm me ajudado muito, principalmente
nos momentos em que sou invadida por emoções que me impedem de agir.

No meu processo, também foi muito útil realizar ações concretas, mesmo quando não
senti-los, como apresentar uma imagem pessoal melhor, me consertar mesmo que não me visse
com incentivo para isso, e assim por diante. É como um teatro: procuro o personagem por fora para
depois ele se tornar carne por dentro. Começar a dar foi muito útil para mim em relação à minha
autoimagem empobrecida e à atitude de pedir atenção.

Também ajuda a realizar pequenas tarefas em relação à organização das minhas atividades, bem
como manter uma agenda simples. Nessas atividades, ajuda se colocar em situações em que é preciso
brincar para desenvolver a musculatura do pensamento: estudar algo teórico está sendo muito bom
para mim.

No relacionamento interpessoal, é saudável encontrar o meio-termo entre o contato e o

afastamento, o que ajuda a desfrutar de maior independência: aquele se torna essencial ou aquele
alguém se torna essencial para você, sem dúvida aumenta o ego.

Algumas mudanças de comportamento

Uma das mudanças mais óbvias que experimentei é a minha autossustentação: antes de me sentir à
sombra dos outros, fazia pelos outros por quaisquer motivos egoístas, mas não assumia a
responsabilidade pela minha vida. Mais tarde no meu processo, comecei a dar aulas sozinha, primeiro
com vinte e cinco alunos, que hoje já são cem; Tenho quatro auxiliares pedagógicos e uma secretária.
Crianças, adolescentes e adultos dizem que vêm às minhas oficinas pelo tipo de orientação que dou: algo
da minha identidade está presente no meu trabalho. Dizem que tenho uma marca própria no que faço.
Na minha vida eu teria sonhado com algo assim. Por fora pareço muito confiante, firme, comprometido e
sólido... E a verdade é que acordo todos os dias querendo trabalhar minhas inseguranças; faz parte da
minha tarefa agora e parece estar funcionando bem.

Hoje consigo sustentar minha casa e meus filhos sozinha. Já não há tanta distância entre
minhas reações no público e no privado; minhas emoções fluem mais equilibradas e tenho uma
relação muito amorosa e de muita comunicação com meus filhos: vamos combinar que me tornei
adulta e, hoje, estar em casa é uma alegria e ficar sozinha é um prazer: ler, ouvir música , rezando,
sem fazer nada... Também estou vivendo um relacionamento em que ambos desfrutamos de muita
independência e muito amor.

A sexualidade é a melhor viagem: não há mais repressão ou inibição, valido tudo o que
vem de mim, sem acorrentá-lo a situações tortuosas, superegóicas ou culposas.
 Amo meus pais como eles vieram da fábrica e os vejo como seres que estão neste mundo não apenas
como pais: eles têm sua vida, sua missão ou o que quer que seja; eles fazem o que podem, como todos nós
fazemos o que podemos.

Lembro-me de uma época em que vivia uma espécie de pseudo-espiritualidade. Mais tarde
passei por alguns anos em que me senti muito descrente: tinha a ver com o facto de me livrar de toda a
minha dependência. E então veio a fé, a confiança absoluta em algo superior. Eu o experimento através
de sonhos e sensações que nada têm a ver com o psicológico e que produzem uma enorme paz e
alegria. Esta é a minha busca hoje: mais feliz e entusiasmada. Sinto Deus à minha maneira, não seguindo
nada nem ninguém. E acho que assim será, pelo menos, por mais alguns anos.
 E4 Sexual – Ódio

Se o E4 social sofre mais do que os outros subtipos por se sentir culpado por qualquer desejo, o E4
sexual se volta contra a vergonha tornando-se desavergonhado para satisfazer seus desejos
intensos. Portanto, mesmo que seja embaraçoso, baterá em todas as portas possíveis. Torna-se
insistente, mesmo contra as frustrações, como se pensasse segundo o ditado de que o bebê que
mais chora é o que melhor mama. "Quanto mais eu reclamo, mais vou conseguir", ele parece
pensar. Só que essa estratégia, que funciona bem na infância, não funciona tão bem na vida adulta.
Pessoas muito insistentes, exigentes, exigentes, tendem a ser incomodadas e rejeitadas, e assim
surge seu círculo vicioso, no qual a rejeição leva ao protesto e o protesto à rejeição.

O nome de Ichazo para a paixão característica do E4 sexual foiodiar, que é descritivamente

apropriado para essas pessoas que são tão expressivas sobre sua raiva. Mas isso pode não explicar
suficientemente sua motivação, por isso me parece melhor falar em competição, ou
competitividade.

Poderíamos caracterizar a inveja do subtipo sexual como uma inveja oral agressiva, que
morde. A psicanálise fala de impulsos "canibalísticos". Não é apenas desejado, mas é desejado com
raiva. Este é o pecado de Caim, nosso antepassado: “Eu te invejo e por isso te mato”. Eu invejo os
ricos e começo uma revolução. Invejo sua superioridade intelectual, e por isso vou cortar sua
cabeça (então... vou parecer mais alto!) E quando falamos em cortar cabeças, estamos falando da
invalidação, do desprezo, da agressão que se expressa em a desvalorização do que é invejável,
como no caso da raposa e das uvas supostamente verdes.

A transformação no E4 sexual de Annie Chevreux

O grande obstáculo que o E4 sexual encontra para conseguir trabalhar a fundo seu
personagem é reconhecer que está doente, render-se à evidência, livrar-se da teimosia que
supõe que, na maioria das vezes, o que que ele considera sincero e autêntico em sua forma de
se expressar é na verdade puro ódio e competitividade.

É essencial que o E4 sexual entenda que o ódio é uma droga pesada, um vício do qual não
se pode curar para sempre. Insisto neste ponto porque tem a ver com as posições extremistas que
os deste subtipo costumam adotar e que são verdadeiros obstáculos ao crescimento. A euforia
produzida ao ver o progresso no processo de cura, como o desespero quando se estagna, são
emoções perigosas que justificam o desânimo, jogar a toalha, entregar-se ao caos. São emoções
que retroalimentam o ódio de si mesmo e o expandem para fora com tudo o que traz consigo e
com a infelicidade dos outros. Eu vivi tudo isso através do meu processo terapêutico. Os textos que
cito a seguir correspondem a fragmentos de minha autobiografia:
 ― Nas primeiras sessões individuais com a professora, percebi plenamente a carência da infância, a
terror e fascínio por meu pai, os medos sexuais. Ao mesmo tempo em que me livrava da culpa por
me sentir o vilão da história, o responsável por as coisas não terem corrido melhor para nós em
casa, me sentia ouvido e valorizado por Claudio. Até o momento, ninguém havia me dado essa
oportunidade, de poder falar sobre o que estava acontecendo comigo sem ser tachado de
mentiroso como meu pai. Isso marca para mim o início do trabalho e, dentro do trabalho, a
primeira memória curativa. Depois vieram as sessões menos idílicas, aquelas em que parecia que
nada acontecia além de perceber meus próprios limites. Por mais que ele aparentemente lidasse
bem com essas situações, acho que não soube suportar plenamente o tédio do deserto interior. Era
como se nada me servisse se faltasse a intensidade emocional. Eu estava tentando me acalmar,
mas sei que estava me deixando agitado, me distraindo do vazio. Era tão insuportável para mim
aguentar que me distraía de fora... No trabalho de grupo, quando os meus colegas sentiam algo
diferente do meu, se eu estava com dor e eles com alegria, eu os chamava de frívolos e superficial.
Se acontecesse o contrário, eles eram chatos. De tanto olhar para fora e comparar experiências,
perdi meu centro, perdi a atenção no que tinha para trabalhar. Com o tempo percebi que cresci
acreditando ser o mais transparente, o mais maduro de todos mas que no fundo tudo isso servia
para não me responsabilizar pela minha preguiça espiritual. Se as coisas corressem bem, eu ficava
animado. Se eu jogasse vazio, ficaria de mau humor. Refletindo sobre o processo no presente,
embora saiba que trabalhei muito, Entendo que o que me fez voltar naquela época foi acreditar que
eu fazia parte de um grupo muito especial, algo fora do comum. A escola SAT foi para mim Arcadia,
Camelot e minha Bloomsbury particular. Também éramos uma família naquela época e eu queria
compensar a minha verdadeira. Eu ainda era ingênuo de que isso seria perfeito, idílico. Descer
daquela crença infantil foi o que mais me fez amadurecer.

Reconhecer-se viciado no ódio já é curativo por si só, pois implica aceitar as recaídas, não
para desanimar, mas para aprender com elas e como se deixou levar. Nessa tarefa de auto-
observação, o E4 sexual se depara com uma barreira interna que precisa nomear sem se enganar,
mesmo que doa; ou justamente por isso, porque incomoda, daí começa o verdadeiro empenho no
trabalho interior. Essa barreira é chamada de preguiça intelectual e se manifesta em atitudes a que
estão propensos os deste subtipo: impaciência, resistência ao esforço contínuo, muita fé na
improvisação, no impulso, com todas as dificuldades de enfrentar o vazio sem preenchê-lo ,
palavras e emoções díspares que distraem e oprimem. Quando você se conscientizar dessa
limitação, você começa a desenvolver a atitude certa para um trabalho aprofundado e estabelece
para si mesmo as tarefas necessárias para crescer. Não se trata de desconfiar do impulso, porque
ele é o motor de partida, mas de aprender que não basta, que é preciso praticar a perseverança.
Tomei consciência dessa dificuldade no campo profissional:

― Ao mesmo tempo que comecei a formação em Gestalt-terapia, interessei-me pelo Tarot

e Claudio me disse como eu poderia trabalhar com as cartas. Meu primeiro workshop foi um sucesso
retumbante que me subiu à cabeça. Ele pensou que tinha seu futuro planejado e as pessoas se reuniriam para
isto. Eu gostava muito da minha forma de trabalhar com o Tarô, mas claro que não era tão fácil ter
uma clientela e eu ficava impaciente. Agora, desde minha experiência como psicoterapeuta, a
mesma coisa se repete. Sei que as novas propostas de trabalho experimental que faço interessam e
são úteis para as pessoas, mas tenho que ficar alerta para não desanimar ou não jogar tudo fora
quando não há uma resposta rápida e unânime, mas sim me ajuda pegar na ideia, ver o que falta
ou o que sobra, numa palavra: trabalhe, não desista. Acho fundamental para o E4 sexual não
confundir falta de perseverança com falta de talento porque isso leva ao distanciamento da
realidade, odiando-a, odiando a si mesmo e odiando os outros ao longo do caminho.

A auto-realização e a transformação acontecem então por meio da frustração, da desdramatização e do

desenvolvimento da compaixão.

Frustração

O E4 sexual precisa entender que está fadado à frustração porque toma seus desejos
por realidades.

Ele tem que aceitar que nem ele nem o mundo são como ele imaginou. Que nem tudo será
insuportavelmente monótono e enfadonho se ele deixar de lado sua visão romântica da vida. Que
essa forma irrealista de apreender o mundo não é inofensiva e que o ódio e o desprezo pelos
aspectos básicos da sobrevivência se aninham nos excessos do valor estético. Curar envolve
maternar, perceber que se é de carne e osso como os outros e que para não morrer é preciso
comer, abrigar, organizar, desenvolver o senso prático, ou seja, aprender a se colocar do seu lado
como forma de desapego , para se odiar. Você tem que se comprometer com a tendência à
autodestruição. Imponha tarefas e horários, seja produtivo para não afundar no caos. Você tem que
se disciplinar em qualquer coisa que faça você se sentir bem consigo mesmo. O desconforto
causado pela falta de auto-estima aumenta o ódio e é um círculo vicioso do qual é preciso se forçar
a sair. É uma questão de vontade.

Acho que o que é transformador nisso tudo é perceber que não se trata apenas de fazer
uma disciplina que o E4 sexual tem que se impor para sair do caos e da desordem doentia em que
está propenso a afundar, mas também descobrir o que fazer no dia a dia é gratificante. Que não
seja um parêntese dentro da vida esperando algo mais emocionante. É a própria vida que passa
enquanto o faz. Minha primeira percepção de como distorcia a percepção da realidade ao enfeitá-la
foi através de um trabalho com a professora em que descobri:

― A maneira óbvia de olhar. Usando os olhos para ver, não para o benefício da imaginação.
A escada era a escada que eu via no momento, não a que eu tinha visto em não sei em que
lugar, ou em que filme, ou em que museu não sei quantos anos antes. Também não precisava
ser nostálgico sobre as montanhas ao longe, ou tentar se lembrar de qual humor ou
circunstância especial ele estava na última vez que as viu. As montanhas estavam lá e eu olhei
para elas. Agora que o tempo passou e depois de mergulhar no processo interior, eu
perceber como essa distorção cognitiva e emocional me levou a me separar da realidade, a não
pertencer ao ambiente em que a vida se desenrola a cada momento‖.

O que foi transformador foi perceber depois como muitas vezes o simples facto de
adjetivar a realidade era uma forma subtil de a discriminar, de me separar dela, de não a viver,
e descobri que as viagens de carro ou de autocarro não eram episódios transitórios e que as
tarefas cotidianas faziam sentido se eu não quisesse terminá-las o mais rápido possível para
me dedicar ao que considerava meuverdadeirovida. Para aprender a saborear o que está
acontecendo a cada momento, me ajuda muito me tratar como uma criança caprichosa e
repetir para mim mesmo: boca. Ok, conhecer essa pessoa ou o que você tem que fazer hoje
não te entusiasma. Mas você pode fazer isso sem entusiasmo.

Acho que para o E4 sexual é fundamental proibir sistematicamente a discriminação em

relação ao que a vida te traz no dia a dia porque é o antídoto para inibir a tendência quase
automática de ir sempre contra e de gostar de estar vivo.

Quando criança me diziam que eu era muito imaginativo e agora, tendo uma visão mais
panorâmica com o tempo que passou desde então, sei que ao longo da minha vida inventei
muitas histórias, cultivei lendas, inventei papéis e Embelezei a realidade para sobreviver ao
ódio que sentia de mim mesmo por ser fisicamente desajeitado, por ter sido pobre,
inadequado e medroso:

― Superprotegida pela minha avó e excessivamente vigiada pelo meu pai, cresci
longe das outras garotas. Estou proibido de ir ao parque, caso os maus modos e as doenças me
peguem. Desajeitado tanto nas brincadeiras quanto nas relações sociais, procuro ser o centro das
atenções nos intervalos, interpretando as operetas do teatro de meu pai. Tenho meio sucesso,
porque o que canto para vocês soa estranho, ridículo. Eu disfarço a dor de me ver inadequada ao
me aliar a meninas migrantes. Eu tento entendê-los melhor do que ninguém. Com eles construo um
mundo à parte contra os locais, que relego ao lado dos insensíveis e medíocres. Eu os mato
internamente com ódio e desqualificação‖.

― Na verdade vivíamos em apuros porque meu pai era ajudante de palco e não de teatro
decorador, como ele costumava dizer. Ele também me envergonhou no meu bairro. Ele disse que
éramos de Montmartre e não era bem verdade porque nossa casa ficava bem mais adiante na rua,
numa rua que se enchia de prostitutas. É verdade que o lugar chegou a menos, mas o uso que fiz
dos dados foi exagerado‖.

― Mais tarde, em Madri, não parei de mentir sobre minhas origens e minha “grande atuação” em
Maio de 1968. Primeiro, essa revolução terminou antes de eu entrar na Universidade. No máximo, eu o
havia vivido à distância do instituto, onde frequentava as reuniões da escola, e sobretudo não era o
compromisso político que me interessava porque me parecia enfadonho. O que ele gostava era a
liberdade sexual da moda e a originalidade do vestuário. Ela cultivou a imagem de um livre
e ousada por fora, sabendo por dentro (e me odiando por isso) que ela era tão medrosa, ela estava com
tanto medo de ser espancada pela polícia, que ela não participou das manifestações‖.

O E4 sexual tem dificuldade em reconhecer que está inventando personagens, embora

aparentemente lhe dê segurança e o torne interessante, ele se odeia e se mata. Além disso, ao
trabalhar consigo mesmo, percebe-se que esse modo irreal de estar no mundo, com ênfase na
estética, não é inofensivo, mas também se transforma em ódio ao outro, em competição com os
outros. ele em nome deexóticosensibilidade. que issoeleganteforma de atacar é apoiada por outra
forma guerreira, contundente, sectária e maniqueísta de julgar os outros. Que na amizade
prevaleça a afinidade elitista (gostos, hobbies, opiniões e humores compartilhados) sobre o estar
com o outro sem ter que provar nada.

É difícil reconhecer sem enganos ou justificativas que um não é tão empático como se
pensava, que um é desajeitado no relacionamento com o outro porque lhes falta naturalidade
nas relações, como se não bastasse o afeto. Observando-se nisso, o E4 sexual esbarra no
narcisismo do subtipo: não vê o outro, não é levado em conta, mas se vê tentando chocá-lo,
provocá-lo, desperdiçando brilhantismo, humor, etc., ser o protagonista do encontro.

É preciso aprender a se acalmar. O E4 sexual tem que entender que na maioria das
vezes ele acredita no que fala, que ele se explica, e só fica agitado. Ele tem que admitir que é
difícil acompanhá-lo quando está apaixonado, que é difícil entendê-lo e não romper o contato
com o interlocutor quando isso acontece. É preciso observar como se passa mensagens
cruzadas ao se comunicar com o outro: excesso de gestos, suspiros, risos, pular de um assunto
para outro, buscar cumplicidade, seduzir com piscadelas, com eufemismo... Tudo isso são
cortinas de fumaça, performances que não são relevantes e desviam o real conteúdo da
conversa e do encontro. À medida que se cura, percebe-se que esta é outra forma de atacar, de
lutar.

Essa postura de poder diante do mundo se esvazia quando o sexual E4 está sozinho. O
que cura é descobrir como a oralidade para fora se torna um canibalismo para dentro: não
parar de andar pelo umbigo revendo estados de espírito, lembrando quem te ofendeu, te
ignorou ou te parabenizou, quem concordou e foi contra, etc. para curar, inibir a tagarelice
interior e perceber que ela leva ao congelamento da própria existência, fossiliza-a no passado.

Por outro lado, a exigência extrema de amizades transparentes, a busca impossível

do amigo ideal que tudo entenda, que tudo compartilhe, é entrar num labirinto sem saída
em que se encontra diante de um ódio reduzido. ao absurdo: “Meu amigo incondicional e
perfeito deveria ser igual a mim, mas acontece que eu me odeio, então não tem
solução...”. Acho que é aí que se esconde a raiz do ódio, em tocar o verdadeiro sentimento
de falta, a verdadeira falta. É melhor perceber, embora seja esmagador admiti-lo, que
sozinho consigo mesmo tende a querer morrer porque não sabe realmente quem é, nem o que quer, nem o que deseja. É crucial no processo

reconhecer a tendência à autodestruição e querer destruir o outro porque evidencia carências que a arrogância encobre. Ajuda a entender

melhor um pouco do subtipo se ver como uma criança mimada e mimada quando o comum na biografia sexual do E4 é atribuir isso a outro

irmão. Não é tão fácil aceitar que não foi o favorito. Sabe-se mas é preciso render-se à evidência sem inventar histórias, nem se colocar acima

dela, rendendo-se à dor que tem sido assim, que não se teve cuidado ou atenção suficientes. O sexual E4 reclama, lamenta, está insatisfeito,

sofre muito, mas não se deixa tocar completamente pelo que dói. É preciso deixá-lo sentir profundamente, sem fugir da dureza da descoberta

com excessos de choro, chutes, saídas odiosas que distraem da real falta. É curador trocar a reclamação e o lamento pela convicção de que, se

você tem força para se opor, também tem que enfrentar a realidade, por mais dolorosa que seja. Este último me traz de volta às memórias de

infância de como me defendi de não ser sua favorita, competindo com minha irmã com qualidades que eu tinha e que faltavam a ela. É

curador trocar a reclamação e o lamento pela convicção de que, se você tem força para se opor, também tem que enfrentar a realidade, por

mais dolorosa que seja. Este último me traz de volta às memórias de infância de como me defendi de não ser sua favorita, competindo com

minha irmã com qualidades que eu tinha e que faltavam a ela. É curador trocar a reclamação e o lamento pela convicção de que, se você tem

força para se opor, também tem que enfrentar a realidade, por mais dolorosa que seja. Este último me traz de volta às memórias de infância

de como me defendi de não ser sua favorita, competindo com minha irmã com qualidades que eu tinha e que faltavam a ela.

Com amadurecimento e aprofundamento no trabalho com o personagem, o

sexual 4 percebe que continua especialmente vigilante quando o assunto é afeto, que
é difícil para ele não sentir inveja medindo se é amado mais ou menos que os outros. É
curador esfriar a emoção, pararsentindo tantoe se acomodar percebendo como é
absurdo querer controlar algo tão incontrolável como os afetos e também negar aos
outros o que se permite com total liberdade: expressar o amor e o ódio como quiser,
dá jeito. Assim, o caminho da cura passa por deixar de sentir-se excepcional (no
sentido de que cada um é à sua maneira) e conduz ao desejo genuíno de ser igual e de
pertencer. A raiva e o mau humor muitas vezes servem para evitar sentir-se
desajeitado, cansado, deprimido... É curador amolecer, não brigar, não ir contra o que
se considera fraqueza e reconhecer-se em sentimentos compartilhados por todos,
inclusive a dependência , que é o burro de carga da sexualidade E4 porque ele se
recusa terminantemente a reconhecê-la. É como se sua vida dependesse disso porque
a imagem interna de ser livre e independente está tão arraigada e distorcida.

― Pessoalmente, sei que tive que caminhar sozinho, mas me agarrei em boas árvores
ao longo do caminho: meu parceiro, meu professor, pessoas que me apoiaram,
professores que me apoiaram nos momentos difíceis... de perpetuar a insatisfação e
justificar os maus-tratos por dentro e por fora. Tem sido difícil para mim dissolver a
atitude arrogante de não me sentir em dívida com ninguém, de que o bem alcançado
foi apenas devido ao meu charme pessoal ou ao meu próprio valor, e não à
generosidade de outras pessoas”.

O sexual E4 é apaixonado pela crença de que se o mérito não for todo dele, ele fica sem
nada... Tudo e nada são palavras especialmente perigosas para esse personagem porque
abra as portas para a irracionalidade, para o excesso do inferno odioso. É preciso proibir-
se de entrar ali e aceitar-se carente e vulnerável porque humaniza e, enquanto se dissolve
a crença de que se fez, começa-se a poder agradecer-se com o coração. Quando você
consegue fazer isso, percebe que pode seguir seu próprio caminho, aliviado do fardo da
contradependência.

Parar de se colocar acima ou abaixo, nas relações pessoais, ajuda a integrar aspectos
de seu caráter que se projetam alegremente para fora. O E4 sexual resiste a ser visto como
autoritário, intolerante e/ou rígido. A mudança profunda ocorre quando ele percebe como
cobre a boca ou intimida com mau humor, raiva, grosseria:

― Acho as mudanças de planos especialmente insuportáveis: passeios, viagens, reuniões, e coloco um mau
encarar os responsáveis por essas mudanças como se nunca os perdoasse por estragar a
festa: ou seja, frustrar a representação maravilhosa que fiz de mim. Não suporto alguém
aparecer em casa inesperadamente e fazer pagar com meu mau humor o pecado imperdoável
de atrapalhar meus planos do dia. O verdadeiro motivo da minha raiva é que não tive tempo
de preparar algo para que o encontro não seja trivial e a explicação racional que me dou para
justificar minha raiva é que não haverá comida, quando é óbvio que a geladeira está
completo...‖

Nesses casos, ajuda se colocar no lugar da outra pessoa para enfrentar os efeitos causados
pelo comportamento odioso. Para isso, é benéfico desenvolver a atitude receptiva em relação ao
exterior, que falta ao subtipo. Isso ajuda a capturar com que frequência os outros tendem a ser
diplomáticos com você. É bom levar a sério a suspeita de se sentir temido. É transformador
investigar, perguntar e sobretudo ouvir a resposta. Ouça o feedback sobre aspereza, agressividade
e explosões sem se defender com o slogan banal: "Sim, é verdade, eu sou desagradável e você
ainda mais!" Reconhecer-se como prejudicial ajuda a tirar o direito de atacar quando algo incomoda
e machuca. É um bom choque para o subtipo perceber que não tem a exclusividade de se ofender
com a falta de consideração dos outros. Em todo caso, é salutar mergulhar nisso, perguntar por
que o outro se nega a ser ofendido quando se é tão sensível à ofensa.

Destaque para a dificuldade de ouvir e desenvolver a receptividade: “O trabalho em equipe tem me

servido muito, para reeducar o pequeno selvagem que tenho dentro e dar força total à competitividade: a
resistência de compartilhar, de produzir, de realizar tarefas, atrapalhar o comum projeto. É curador observar
como alguém se torna hipersensível e se refere sistematicamente às coisas que os outros dizem
(especialmente as ruins)‖.

É curador inibir a manipulação de se sentir mal, de não aguentar, porque

é a forma egoica e indireta de obter mais poder:

― O trabalho em equipe me ajudou a me socializar e me disciplinar para não fazer tragédias

dos mal-entendidos inerentes ao atrito da convivência. Isso me ajudou a perceber que eu
ter cabeça boa, que seja capaz de pensar, tomar decisões e desenvolver o bom senso: estou
nessa equipe porque preciso trabalhar e preciso dos outros porque não consigo dar conta de
tudo sozinho‖.

No trabalho como terapeuta, é fundamental que o 4 sexual dê crédito à sua capacidade de

permear a atmosfera emocional do grupo, principalmente no que diz respeito à agressividade
velada. Transformar essa habilidade em uma ferramenta terapêutica significa ter cuidado para não
se intoxicar engolindo ou encenando o conflito e apontar para o grupo como eles se intoxicam e
atacam sem consciência.

No trabalho individual aprende-se a inibir a tendência de resolver a vida do outro. Muitas vezes
um corre para fazer uma rápida composição de lugar a respeito de como é o outro e o que acontece com
ele. O ofício ajuda o terapeuta sexual a perceber o quão apressado ele é para retribuir e que as
conclusões rápidas que ele faz servem para encobrir o sentimento de insegurança, constrangimento,
falta de inspiração. É curador suportar o vazio ou dizer ao paciente: “Não sei como ajudá-lo”, ou “Não o
entendo”, ou “Como o que lhe dou ressoa em você?”

Tudo o que foi dito acima sobre inibir comportamentos de ódio, desenvolver empatia e
reconhecer aspectos que você tende a não querer ver significa assumir o controle, se auto-
observar, corrigir-se, tentar melhorar e, acima de tudo, minimizá-lo.

Desdramatização

A dramatização boicota a tarefa. Por exemplo:

― Na atual situação de incerteza política e econômica e perda de direitos civis,

Vejo-me acreditando condenado ao desemprego e passível de ser expulso do país como um pobre
emigrante, até que percebo o drama que estou inventando e que obviamente não estou. Não tem
nada a ver com a realidade‖.

Para se curar, o E4 sexual tem que desenvolver, em relação ao seu processo e à sua vida,
uma visão de continuidade. É curativo aprender com a própria experiência para não cair
sistematicamente nos infernos em que o subtipo tende a cair. Você tem que ligar os pontos entre o
que é agora e o que foi, para não se apegar dramaticamente ao passado e estar no presente. É
salutar livrar-se da ideia maluca de que tudo tem que ser mudado, como se se pudesse começar a
viver do zero, que o que existe não vale nada, que tudo tem que ser feito, e parar de reclamar por
não ter percebido antes cegueira do ego:

― Muitas vezes, qualquer censura feita contra mim, por menor que seja, eu vejo como uma desqualificação de
toda a minha pessoa. Embora seja desanimador descobri-lo, é importante destacar quanta
fragilidade se esconde sob a aparente facilidade e segurança do caráter que se construiu‖.

O E4 sexual tem que entender que os excessos dramáticos são choques para não
focar no que realmente importa: atuações pontuais do dia em que foi ultrapassado, foi
desajeitado ou fez besteira, e que isso não significa condenação eterna, mas sim deixar para
trás a autoimagem desvalorizada ou supervalorizada (acreditando-se o pior dos safados e sem
remédio ou o mais autêntico e com direito ao ataque).

Para curar, é necessário inibir a tentação de caricaturar-se internamente como um monstro

perigoso ou um idiota.

É transformador descobrir como o exagero dramático muitas vezes envolve questões

de culpa. Do lado de fora, não é difícil reconhecer o E4 sexual como profundamente culpado.
No entanto, a experiência de ter negado a culpa devido ao excesso de confiança na veracidade
do impulso é comum ao subtipo. Não se admite a culpa porque a culpa é um estado natural
em que se pede desculpa sistemática e roboticamente sem saber porquê. A cura envolve
assumir o controle, estar ciente de quando realmente machuca o outro. Pedir perdão também
envolve perdoar-se com naturalidade, sem dramatizar, sem bater no peito, sem se dar muita
importância, porque o ódio se reacende.

A transformação acontece disciplinando-se, não esquecendo a facilidade com que entra

na dinâmica agressão/culpa/agressão e tente cortá-la pela raiz. Para isso é preciso desenvolver
o intelecto, parar de confiar cegamente na emoção como verdade absoluta. É preciso
desenvolver uma visão de futuro, projetar-se nele e valer-se da experiência: sabe-se que o
prazer de explorar não dura muito diante do remorso e da culpa que atormentam depois.

Estar atento a esse aspecto do caráter ajuda a deixar para trás o apego ao masoquismo e,
ao mesmo tempo, desenvolver habilidades sociais.

Para o E4 sexual é transformador aceitar que ele não é imune a críticas ou más
opiniões que possam ter sobre ele. Que é bom pensar antes de agir e dizer a si mesmo:
― A pequena encenação que vou fazer agora, quantos inimigos vai me fazer? Vale a
pena entrar lá se vou me arrepender depois?” Porque você não é tão forte quanto
parece. Em relação à discórdia, o E4 sexual faz água, se confunde, se protege ou
enfrenta a besta. Quando ele percebe que não cultiva mais maldições. Muda a
perspectiva de si e da vida: ele quer ser aceito, reconhecido e amado e é um péssimo
negócio ir contra isso.

Quando você aceita que tem medo, reconhece que os outros também podem atacá-lo,
farto de você, deixá-lo de pé. Não é falta de coragem ou preguiça, como muitas vezes se
recrimina. Ninguém vai desaparecer da face da terra se concordar em ter medo. É curativo
desenvolver prudência. Para o sexual E4, é sábio concordar socialmente, cuidar dos próprios
interesses, do meio ambiente, sair da insatisfação e começar a ficar bem no mundo.
Desenvolvimento da compaixão

Para o subtipo sexual E4, é uma questão de vontade de pacificar. Uma espécie de ginástica mental e
espiritual para se sentir bem e cultivar o bem-estar.

Compaixão é reconhecer que somos feitos da mesma matéria que os outros. Que cada um é
como é, tem sua biografia e trajetória de vida e que todos façamos o que pudermos. Que somos todos
filhos da puta e filhos de Deus em partes iguais, como Perls disse, embora o E4 sexual tenda a ser
valorizado alto ou baixo.

Se alguém se reconhece dependente do outro, torna-se mais autônomo, faz suas

próprias coisas, deixa de interferir no outro, não há porque odiá-lo se ele não pensa, sente ou
pensa o mesmo.

Desenvolver a compaixão é não se defender do que o preocupa antecipando

infortúnios: deixar de ser pessimista, ficar estóico com a dor, sentir-se sozinho quando chega é
dar trégua e não estimular a boa convivência para se tornar um campo de batalha, porque
para o sexual E4 é um aprendizado descobrir que estar tranquilo e em harmonia com o meio
ambiente não é viver a meia velocidade, mas sim um estado ao qual todos naturalmente
aspiramos. É fundamental chegar a compreender que não se merece os maus tratos que se
infligem nem aos outros. Que viver é complexo e simples ao mesmo tempo que não precisa
tirar nada da vida, não pare pra pensar se gosta ou não, se ama ou não, apenas respire.

Respirar é ouvir o corpo, tomar consciência de como se acelera roboticamente. Compaixão é

perceber como a pessoa se esgota e como isso sobrecarrega e tensiona o ambiente. É preciso parar
o liquidificador que carrega dentro de si e gastar o excesso de energia em outra direção, para o
trabalho, diversão e criatividade. Não é uma atitude leviana e superficial, é pura gratidão por estar
vivo. Não há nada melhor para fazer na vida. Ser assim é viver. Pare, experimente o que a vida traz,
conheça e depois dê sua opinião. Conheça e depois julgue.

Para mim, desenvolver compaixão é deixar de franzir a testa, não se contrair, relaxar os
músculos, recuar, rir de mim mesmo. Percebendo que não é crime estar errado, que não vou
afundar se admitir, nem o mundo vai parar, embora egoicamente eu queira.

Tornar-se compassivo é também recuperar a auto-estima, sentir-se digno. Não se trata de uma atitude
solene ou arrogante, mas de uma forma aberta, benevolente e natural de se colocar na vida. Pessoalmente, ele
relacionou isso com o abandono dos excessos do histrionismo:

― Sei que tenho de ter cuidado, porque a tendência de banalizar ou frivolizar o que
quero dizer é puro automatismo, e muitas vezes percebo isso mais tarde por causa do gosto ruim
na boca. É como me degradar, me vender barato, não me manter firme no que defendo, perder o
equilíbrio e assim me atacar e enganar o outro‖.
 Compaixão é continuar trabalhando consigo mesmo sabendo que o cavalo descontrolado do
ódio nem sempre pode ser detido: vigiar-se e não perseguir-se. Compaixão é olhar para dentro e se
entregar à evidência de que se você tem tanta capacidade de odiar, você tem a mesma capacidade de
amar.

A dificuldade que o subtipo encontra para manter a atitude amorosa é confundir doçura e
benevolência com enjoo. A pessoa teme se dissolver no mundo, ficar cinza, perder o lugar,
desaparecer. O E4 sexual tem que entender que esta é uma ideia maluca, uma distorção cognitiva;
o que soa como inautenticidade e pastelaria é na verdade se deixar guiar pelo verdadeiro
sentimento amoroso que flui naturalmente quando você para de se martirizar.

Fui aprendendo tudo isso em encontros com amigos, quando percebi o prazer que me
dava ouvi-los, reconhecer seus gestos, seu jeito de rir e falar tão conhecidos e reconfortantes
por sê-lo, e também gostar de não entendê-los de forma alguma. vezes, mas estar lá e rir e
calar a boca um pouco e fazer uma pausa de sempre querer ser o centro das atenções.

Compaixão é dar o braço a torcer, perder em intensidade emocional e ganhar em lucidez:

perceber que tudo é mais simples do que você imagina, que tem um temperamento muito ruim e um
coração muito bom.
 E4 Conservação (Autopreservação) – Tenacidade

Diferente do "sofredor" (E4 social) e do "insuportável" (E4 sexual) é o que se chama em

espanhol o "sofrido" (ou "longânimo"), expressão que nos fala de uma capacidade de
autofrustração e resistência.

Em vez de ser uma pessoa muito chorosa, o sofredor é aquele que não reclama e evita
chorar na frente dos outros, e que aprendeu a engolir muito e suportar a dor sem pestanejar.

Como poderíamos explicar isso em termos de motivação? Que necessidade pode levar uma
pessoa a se tornar um masoquista? É algo como dizer a um pai ou a um ente querido: “Você vê que não
estou reclamando? Você me quer agora? Você vê que bom menino, que boa menina eu sou?

A conservação E4 visa fazer da resistência à frustração uma virtude. Muitas vezes

expliquei com uma anedota de Lawrence da Arábia, segundo o famoso filme, que o mostra em
um escritório no Cairo acendendo o cigarro de alguém e depois apagando o fósforo com os
dedos. Alguém lhe pergunta surpreso: “O que você está fazendo?” E ele explica que, assim, se
treina para suportar a dor. Desenvolvera desde a infância essa suposta virtude de suportar
estoicamente a dor, e com certeza lhe serviu durante suas façanhas, que lhe valeram a fama de
grande herói, pois nem mesmo entre os árabes alguém soubera resistir à dureza do deserto
em tal maneira.

Na conservação do E4, apoiar é uma paixão, mas como explicar? Acho que a chave está na
introjeção da ganância. A inveja visível que apresenta o E4 sexual como agressivo oral exigente e
insistente, torna-se aqui uma contrainveja dirigida contra a própria pessoa, ora na forma de uma
autoexigência que também se autodevora.

A transformação na conservação E4 por Cristina Nadal

O caráter invejoso é baseado na desvalorização. Para fazer isso, ele olha para o que não funciona e o que
está faltando. Instala-se em sua falta e desenvolve um anseio muito intenso de completude que maneja
de maneira diferente conforme cada subtipo. Quem inveja sai perdendo na comparação que estabelece
com os outros, com o que são, com o que fazem ou com o que os outros têm.

No subtipo de conservação, denominado tenaz, a paixão é a do esforço. Como nos

demais subtipos invejosos, este sujeito apresentou a mãe abandonadora como forma de
manter contato com ela. Ao introjetar aquela mãe que não acolheu emocionalmente o bebê (a
quem por diversas circunstâncias rejeitou ou separou dele), o mau olhar sobre si mesmo
também se incorpora ao seu caráter. Desta forma, o delírio constante é servido. O superego
resultante dessa incorporação é, ao mesmo tempo desvalorizador, muito exigente,
especialmente neste subtipo. É por isso que é essencial ver o rosto desse personagem
exigente e desmontá-lo e tirar o enorme poder que a pessoa tenaz continua a lhe dar.

No meu processo terapêutico foi muito importante identificar a enorme voracidade da

minha parte exigente. Também foi importante identificá-la, me desidentificar dela, toda vez que ela
saía e ficava namorando. É uma excelente tarefa de longo prazo, cujo resultado é reduzir sua
virulência ao poder usar sua inteligência.

Nesse subtipo, a saudade e o esforço para alcançar o que está distante traz a sensação
de poder obter aquela coisa maravilhosa que se perdeu. O tenaz finge deixar de ser carente e
libertar-se da má imagem através de um esforço constante, como uma formiga, baseado em
uma importante autodesvalorização. Um esforço que diz: ―Eu vou a todo custo‖, e que
perpetua a ideia maluca de que “viemos a este mundo para sofrer e suportar”. Assim, ele finge
ser adorável.

Ele tem que superar a mancha, a deficiência — pela qual interpreta que a mãe não
lhe deu o que precisava — por meio de uma atividade intensa, extenuante e tensa. Muitas
vezes, na infância, a situação era precária ou difícil devido a deficiências ou doenças dos
pais e/ou irmãos. E aí ele diz: “custe o que custar, eu vou na frente”. Outro lema comum
nesse subtipo é “a vida é trabalho”, até que isso se torne “trabalho é vida”.

Reconheço que sou viciado em trabalho; embora ao longo dos anos tenha aprendido a aproveitar as
férias, ainda agora continuo a preencher o escasso tempo livre que disponibilizo.

A tensão tem várias fontes de alimento:

Por um lado, o quatro conservação é uma pessoa impulsiva que, além de explodir de vez em
quando em relacionamentos íntimos, é inibida para conseguir reconhecimento externo. Em geral,
vive com angústia e culpa quando se descontrola, invade, se impõe ou dá mostras de admiração ou
amor apaixonado. A possibilidade de descontrole, como veremos, será necessária para sua
saudável transformação, já que sua estrutura de caráter é sustentada por um alto controle de seus
impulsos. Essas pessoas concordam que, quando crianças, foram reprimidas em sua intensidade,
espontaneidade, alegria, ingenuidade e/ou palavreado.

Por outro lado, grande parte da tensão é alimentada pelo fato de que o esforço que você faz é
para superar uma deficiência que está na base do traço e é realmente apenas inventada. Portanto, essa
deficiência não pode ser sanada com realizações concretas. É por isso que, enquanto esse sujeito estiver
disposto a fazer o que for preciso para conseguir o que for preciso para lhe dar legitimidade (títulos,
trabalho...), enquanto seu sistema de desvalorização continuar operando, o que ele conseguir não será
suficiente, ele não negue sua deficiência, ele não o salvará de sua falta, ele não o salvará de sua falta,
nem o afastará de seu apego a ela.
 Então, em maior ou menor grau, tanto esforço pode ser pouco operacional. Essa pessoa
gasta muita energia temendo que o que está sendo feito não seja alcançado e elevando a fasquia
da exigência para combatê-la. Ele gasta muita energia adiando ações necessárias para o
desenvolvimento do que deseja alcançar e se culpando por isso. Também se desgasta buscando e
se esforçando onde já sabe que não vai dar certo, e isso garante a perpetuação do esforço e da
desvalorização.

Partindo da convicção de que não serei eficaz, entretenho-me nos detalhes de uma ação, seja
encomendar um desenhista ou redigir um artigo, ou fazer questão de contemplar todos os pontos de
vista, em vez de ir direto ao ponto em um maneira mais operacional.

Nesse tenaz sistema de caráter, viver bem, sem tanta tensão e pressão, não cabe,
não dá. Desde logo, refrear a atividade permanente e tensa aumenta o nível de angústia,
pois abre espaço para sentir tudo o que se escondia por detrás da tenacidade.

Como acompanhar a angústia é uma boa forma de acessar o autoconhecimento transformador,

interromper a atividade tenaz será um bom começo para o processo de transformação, embora desde o início possa
implicar um aumento da ansiedade e da raiva, e também um contato profundo com a tristeza.

Quando meu marido e eu fomos morar em uma casa que só tínhamos que começar a pagar
depois de um ano, longe de Barcelona, e decidi reduzir muito o trabalho para ficar mais com ele e
comigo, vivi um inferno períodos. Os diálogos internos autoperseguidores estavam à vontade e também
a exigência sobre ele.

Assumir as emoções contidas, dando-lhes espaço e expressão, é necessário

para curar. O que cura é sentir a raiva e a tristeza sem exagerar ou justificá-las com
pensamentos que as alimentem e que as privem da transformação que envolve
simplesmente vivê-las e expressá-las.

Meu primeiro movimento de cura foi a intensa catarse que experimentei nos dois
primeiros treinamentos terapêuticos dos quais participei. Percebi que, no final dos anos 70 e
início dos anos 80, as explosões emocionais estavam na moda como método terapêutico.
Embora precisasse de terapia individual para elaborar o material que ia aparecendo neles, eles
foram uma libertação não só pelos conteúdos que emergiram como também por poder me
assumir como intenso e vital. Ao mesmo tempo, tive que assumir a tristeza ao fundo, que não
havia catarse que eu pudesse evacuar. Eu a alimentava não querendo saber nada dela (além de
me sentir uma vítima), tentando resolvê-la, por exemplo, através do casal, sem cuidar dela.

Reconhecer a própria intensidade é, paradoxalmente, calmante. É mais perturbador não

conhecê-la e temê-la.
Traduzido do Inglês para o Português - www.onlinedoctranslator.com

Querer viver melhor não é fácil e até punível, não é permitido. Pode ser confundido com uma
pretensão ambiciosa, injuriada e temida. De fato, muitas vezes, como nos outros subtipos invejosos,
quando a conservação é boa, ela "pega na videira"; infla narcisicamente em vez de satisfazer e auto-
sustentar; com a qual, diante de qualquer contratempo, o balão é esvaziado novamente. Não
esqueçamos que ele se esforça para ser salvo da falta em que se sente falho. Acrescentemos aqui que
essa imagem ruim que ele pretende resolver com esforço esconde e preserva uma fantasia grandiosa de
si mesmo. Aabaixonarcisismo alimentado pela capacidade de tolerar pressões e sensações
egodistônicas, mas também pela profundidade de sua sensibilidade e pelo que poderia emergir de si
mesmo (fantasiado) caso conseguisse um amor ideal, um emprego ideal... ou fosse descoberto por
alguém importante.

Substituí minha autobiografia emocional como“Autobiografia de uma Menina que — sem

confessar — assumiu para si a tarefa de reconquistar o prestígio supostamente perdido pelo pai,
emulando a dureza da mãe e tentando ser ela mesma um pênis ereto”.Essa mulher já está
sobrecarregada com a tentativa, já sabe que essa não é a única posição que pode assumir diante da
vida. No entanto, ele ainda continua com a tarefa de tentar se livrar dessa pretensão, transformada
em obrigação, sem negar seu desejo de poder, finalmente revelado.

Muitas vezes, principalmente quando a relação com a mãe é mais traumática devido à
rejeição, abuso e/ou alguma doença mental da mesma, vemos neste eneatipo uma impossibilidade
de ser feliz. Uma proibição, por princípio misteriosa, que se dilui na medida em que é confrontada e
na medida em que a dor, a raiva e o amor são trabalhados em relação a esta mãe. Como em
qualquer eneatipo, sabemos que é preciso trabalhar não só com a figura materna, mas também
com a figura paterna.

Em geral, e mais nestas situações, será necessário autorizar-se a ser mais feliz que a
mãe ou a conseguir mais que os pais, diferenciando-o do jogo da rivalidade que mantém a
pessoa presa a um vínculo arraigado. Eu também precisava me autorizar a ter mais
sucesso social do que meus pais.

Em um nível emocional, é curador reconhecer o medo e o susto, como tal, em seu nível
mais natural. Embora o tenaz E4 possa nomear muito seu medo, na verdade é bastante
ousado. Em geral, a vivência da fragilidade não é permitida. Ele o cobre com tensão e ação. A
vulnerabilidade o aproxima demais do sentimento de abandono diante do qual se fortaleceu,
sentindo-se vítima e resistindo ao que lhe é lançado. Sentir-se vulnerável desencadeia
expressões emocionais intensas que precisarão ser capazes de navegar

Outras vezes, tocar a vulnerabilidade aumenta o medo da depressão. Sentindo o declínio de

tonicidade, sem justificá-la com os receios com quecachorro acimacontinua a pressionar para
continuar com a atividade tenaz, abre espaço para acomodar, por exemplo, a necessidade,
diferenciando-a da falta.
 Reconhecer a sensação de cansaço será outro bom suporte para poder assumir
seus limites e também os dos outros. Para poder largar o esforço, largar o controle e
largar a pretensão neurótica.

Aprendi a reconhecer o cansaço graças à pneumonia. O que era terrível na época – não
poder fazer – ajudou a me sensibilizar para o cansaço, que não fazia parte do que eu sentia
antes. Também me ajudou a saber reconhecer e admitir o limite do outro.

Dado o apoio narcísico que a conservação do E4 tem dado ao esforço, colocar limites às
exigências dos outros, sem se refugiar na culpa, vai ser um grande passo. Significa que você
tem valor além do que faz.

Poder dizer “não” é uma grande libertação. Às vezes não é fácil para mim, exijo muita atenção
para mim. Atualmente, quando pelo trabalho interno e externo, e pela idade, fui adquirindo e
reconhecendo minhas próprias habilidades, dizer que não é abrir mão de receber um reconhecimento
ao qual continuo apegado.

No processo de transformação desse subtipo, seu corpo muda de tenso para mole, pelo menos
dentro. Ele também vai de ser mais encolhido para ser mais expansivo. O trabalho corporal, tanto
muscular e expressivo quanto sensorial e de atenção, contribui para essa mudança.

A qualidade de macio, vulnerável, fofo... tem aparecido de forma significativa, bendito

seja! — no meu sentir, na minha percepção corporal. Primeiro tive medo de perder minha
identidade, tive medo de ficar burro. Aos poucos, essa fofura é o que me permite acompanhar-
me e sentir-me no meu espaço com a possibilidade de estabelecer as relações que se dão e as
que procuro.

Essa mudança no tom e na postura corporal servirá de base para um maior contato íntimo consigo
mesmo, a capacidade de desfrutar e a capacidade de amar e ser amado.

A transformação do E4 envolve poder, aos poucos, identificar o que dá certo, o que é

bom em si e ao redor, ou seja, nos outros e nas situações em que está imerso.
Especificamente, no tenaz, acontece de se aproximar para aproveitar o que está bem
descansado nele, sem pretender melhorá-lo, apenas saboreá-lo e deixar-se satisfazer com isso.

Lembro-me da vertigem que me deu nas primeiras vezes que me propus a ver o que funcionava bem
na minha vida. Quando me entretinha com o que gostava em meu parceiro, percebi a
dependência à qual sempre fui fóbico. Em relação aos meus filhos, relaxar curtindo eles sem
tantopretensão educacionalestá sendo muito gratificante, e eles também.

Demorei muito para confiar na boa qualidade do meu trabalho, para saber saborear os
sucessos, mesmo sem desaparecer por completo a voz crítica que aponta tudo o que poderia ser
melhorado.
 Reconhecer o bom, o fofo, o satisfatório... significa renunciar para alcançar o que nos
salvará da falta, da mancha, da carência. Significa renunciar a ser tão especial quanto as quatro
conservações se sentem, e significa renunciar ao seu bastião: o esforço compulsivo.

Na reta final da minha psicanálise descobri que iria mais diretamente aos aspectos
e conteúdos nucleares se valorizasse o positivo do que vivi do que se me entretivesse no
negativo.

Paradoxalmente, aceitar e acomodar as insatisfações e carências permite desfrutar de

satisfações específicas e concretas que permitem que você se sinta confortável consigo mesmo. Em
última análise, esse caminho permitirá que você desfrute além dos resultados e das conquistas
concretas, pois poderá dar mais espaço ao vazio e não precisará mais ser salvo de sua imagem
ruim. Essa será uma das maiores transformações.

Como a conservação do E4 não está mais fixada na sua falta, ela é mais capaz de assumir suas
necessidades e buscar sua satisfação sem evitar frustrações, ela encontra sua capacidade de amar. O afeto e o
amor podem brotar de dentro sem maior pretensão do que desfrutá-los. Ele encontra maior alegria em seu
amor pelo outro do que em ser amado. Essa qualidade amorosa serve de lubrificante para desfrutar também
da capacidade de trabalho que desenvolveu ao longo da vida.

Estou achando muito gratificante poder oferecer aos outros um pouco do que aprendi.
Ainda que com muita angústia, pela pretensão e pela ambição negada de ser chefe de equipa,
acabei por aprender algumas competências de coordenação, que neste momento gosto de poder
oferecer em grupos de pares.

A criatividade e a arte, típicas de todos os E4s, poderão estar a serviço da satisfação, mais despojados
da exigência e da necessidade de chamar a atenção.

Todos os E4s têm uma alta capacidade de diversão, alegria, diversão e loucura. O tenaz poderá
se abrir para ela sem tanta pretensão de fugir de sua falta, de obter reconhecimento ou de buscar
segurança. Você poderá aproveitá-la, alimentar-se de sua capacidade criativa e desfrutar da dos outros.

Em seu saudável amadurecimento, esse subtipo encontra uma profunda tranquilidade baseada no
desenvolvimento do temperamento emocional que proporciona o descanso de tanta resistência. Desta forma, a
equanimidade surge junto com a capacidade de dar expressão às suas vibrantes pulsações emocionais com muitos
tons sutis.
 Eneatipo 5 – Avareza

A Paixão da Ganância é a necessidade neurótica de conservar o pouco que se sente ter conquistado, ou o
pouco que se carrega dentro de si.

Com a experiência existencial de ter perdido a união originária, o E5 renuncia ao que não tem, ao
mesmo tempo em que busca não perder o pouco que lhe resta.

No que diz respeito à necessidade de sentir que existe e é amado, o E5 distancia-se da própria
necessidade e do outro, que representa alguém que poderia despertar essa necessidade.

Para obter essa renúncia, ele é forçado a se separar de seus sentimentos e colocar sua energia
em uma paixão intelectual que ele imagina que poderia preencher a sensação de se sentir pobre e
deserdado.

Como os outros personagens mentais, o Eneatipo Avarento busca — por meio da

aquisição de conhecimento intelectual — preencher a distância que sente nas relações —
distância que ele mesmo cria para não se sentir dominado pelo caos emocional que as relações
afetivas implicam.

A ganância deve ser entendida como uma dificuldade em dar as outras partes de si mesmo -
sejam elas emoções ou laços íntimos. Mesmo sob o aspecto concreto, o E5 não consegue se
desvencilhar: o apego neurótico a objetos concretos ou simbólicos serve para não entrar em contato com
uma sensação de fragmentação que em sua origem remonta à falta de contenção afetiva.

O E5 descreve sua infância como um lugar e um tempo de solidão que vai além dos
acontecimentos; as relações têm sempre um estilo formal e afetivamente asséptico.

A mãe, embora intrusiva e controladora, mantém uma distância emocional. Ela não
facilita a expressão dos sentimentos, não é empática e não participa do mundo da criança.

O cuidado pode não faltar, mas não se transmite por meio do contato íntimo,
inclusive físico.

Para o E5, o corpo —espaço primário para a definição de si mesmo— com suas percepções,
os impulsos e pulsões deixam muito cedo de ser a base de acesso a si, ao outro e ao
mundo, e a informação cognitiva torna-se o canal preferencial de troca relacional e de
construção da própria identidade.

Cláudio costuma dizer que o personagem cinco: “substitua o leite materno por livros”.
 Os relacionamentos são caros de manter e, portanto, não apenas são limitados a um número
sustentável, mas também são classificados em categorias precisas e inconfundíveis: um amigo é um
amigo; se ele se torna um colega, uma turbulência interna incontrolável é criada em um nível emocional.
Isolamento,fixaçãodos cinco, deve ser entendido não apenas como isolamento dos outros, mas também
como isolamento das experiências umas das outras e isolamento entre os mundos intelectual e
emocional.

Para o E5, a maior tarefa no relacionamento interpessoal é sustentar a expectativa

e a exigência do outro, pois representam um vínculo e um compromisso do qual ou ele
não saberá se livrar ou não se sentirá em condições de satisfazer ; Além disso, trazem
consigo o perigo do abandono. Há uma desconfiança básica nos relacionamentos e no
amor.

Ele constantemente tem medo de ser invadido pelo outro, medo devido à hipersensibilidade e
sensação de vulnerabilidade.

De todos os eneatipos mentais, o E5 é, sem dúvida, aquele que apresenta um maciço

mecanismo de cisão que tende a isolar a área do prazer da área instintiva: o prazer em todas
as suas formas não pode ser cultivado porque seria uma fonte de perturbação e um perigo
que levaria à perda de controle.

O E5 parece frio, inexpressivo, pensativo, inibido, desconfiado e fisicamente

retraído.

Dentro de si ele não tem consciência de ser também um corpo, assim como também é estranho ao
corpo do outro, como se caminhasse em um mundo que não lhe pertence.
 E5 Social – Totem

Se os E4 são tão intensos, que isso os torna personagens muito diferenciados ou

contrastantes, os E5, por outro lado, na sua habitual falta de intensidade, parecem-nos mais
difíceis de diferenciar entre si.

Em referência à paixão do social E5, Ichazo usou a palavratotem, que considero muito
sugestivo, uma boa imagem. Mas a paixão do E5 social é algo semelhante à necessidade do
essencial, do sublime, digamos, ao invés da necessidade do que existe. Totem indica tanto a altura
quanto o caráter de ser um objeto construído em vez de um ser humano. A altura de um totem
evoca uma tendência dessas pessoas de olhar para cima, para o ideal, e se relacionar com o que há
de mais destacado e proeminente entre as pessoas, algo como Midas queria que tudo que tocasse
virasse ouro.

A tragédia é que, ao buscar no E5 social um supervalor, despreza implicitamente a vida comum e

as pessoas comuns. Ele está interessado apenas na quintessência da vida, o elixir da existência, o
significado último. Mas nessa orientação para as estrelas ele se torna alguém que pouco se interessa
pela vida aqui embaixo... Torna-se, portanto, espiritual demais, pois o empobrecimento afetivo, que se
afasta da compaixão, é justamente contrário à realização espiritual. Assim, nesse personagem,
estabelece-se uma polaridade entre o extraordinário e o que não faz sentido, de forma que nada faz
sentido até que o extraordinário ou o mágico seja alcançado.

A transformação no social E5 por Angelo Contarino

As linhas que seguem condensam experiências, intuições, reflexões e empenho de muitas
pessoas: as que participaram diretamente da escrita com seu relato biográfico e seus
escritos, e as que participaram das reuniões de debate para compartilhar, refletir ou
diferenciar-se com outros. cinco sociais. Colaboraram na preparação deste capítulo: Luis
Fernando Cámara, Eduardo Guedes, Paco Aguayo, Miguel, Marian Quintillá e Pablo.

O que foi deixado para trás

Uma das primeiras coisas que vem à tona é o abandono de um modo monótono e deprimido de estar no
mundo. Perde-se uma espécie de tristeza, de opacidade, que torna as coisas iguais e repetitivas, sem
futuro, sem projeto. Perde-se aquele tipo de preguiça que pouco tem a ver com um ritmo natural que
permite aproveitar a vida e que está relacionado, ao contrário, com a dificuldade de sentir e perceber os
estímulos e de responder a eles.

Oefeito silenciadordesaparece, que serve para abafar as percepções, e através do qual, por
exemplo, percebemos apenas umposteriorias emoções que sentimos. E mais: em alguns casos há
um excesso de sensibilidade e suscetibilidade. Você reage com mais força e espontaneidade; com menos
ambigüidade; com menos necessidade de rebeldia; com menos ressentimento; e a agressividade é experimentada.

Antes, a carga emocional ia parar na caixa discreta, mas ativa, do ressentimento, que
muitas vezes se expressava de forma indireta e velada, e quase nunca no momento certo.
Perde-se o hábito de engolir tudo e fica mais fácil lidar com situações difíceis ou que causem
desconforto. Não há mais um esforço para evitar ou esconder.

O “não” é natural, passando primeiro pelo período do “não posso” e depois do “não quero”.
para‖. A ambigüidade é perdida em favor da clareza e da transparência.

Antes, era como se as percepções chegassem abafadas. A consciência do estímulo veio muito mais
tarde. Como se em uma época remota da vida se sentisse a necessidade de abafar a emoção por medo de sua
carga excessiva. Seguiu-se uma indecisão de comportamento que se manifestou por meio de dúvidas ocultas e
fingimento de que nada estava acontecendo.

A ideia maluca consiste em preferir não sentir: “Aqui não acontece nada, e se
acontecer eu aguento e escondo, até de mim mesmo. É então que o cinco faz cara de
pôquer, como se tudo lhe escapasse e ele estivesse acima do bem e do mal, de tal forma
que não sente nem sofre. O que acontece é que os cinco resolveram desde muito cedo
trancar o coração num baú para não sofrer e jogar a chave no fundo do mar”, conta
Miguel.

Para que, à medida que o processo de cura avança, a sensação de estar no limbo acabe, de navegar
em uma área de relacionamentos mal definidos, em que as coisas poderiam ser feitas, mas não são feitas,
poderia ser dada uma resposta que não é da, e você' não tenho certeza se você sente o que sente. Uma
sensação de suspensão em que, para passar o tempo, nos entregamos a atividades como estar em frente à
televisão ou ao computador, sem querer, sem perceber que estamos matando a energia que carregamos
dentro de nós.

― Percebo que há menos tempo de reação entre o que penso e o que expresso. O
cinco é conhecido por ser profundamente inseguro sobre o que percebe e percebe muito lentamente,
então ele adia tudo. Esse tempo diminuiu para pensamentos, emoções e ações. Agora me sinto mais
falante, mais comunicativa. Há menos costumes, menos censura porque o medo de errar diminuiu. Há
uma expressão mais fluida de pensamentos e sentimentos, e eu descanso em não ter a posição de
especialista”, diz Luisfer. ―Aprendemos a dizer o que sentimos, o que nos incomoda e o que precisamos
mesmo que não tenhamos “argumentos sólidos” para sustentá-lo. Para dizer basta e conseguir mantê-lo.
Para pedir claramente o que precisamos”, diz Marian.

A liberdade expressiva é um lado da medalha; a outra é dar menos importância à aprovação

dos outros
 ― Dou menos importância ao que os outros pensam de mim. Gostei de saber que sou grande e
importante e percebo que ainda existe uma parte do desejo de aprovação e prestígio. Mas não dou
tanta importância; Percebo mais como quero isso e ao mesmo tempo consigo deixar isso de lado,
não acredito mais tanto”, confessa Luisfer.

Diminuir o tempo gasto no diálogo interno. Procuram-se menos explicações e racionalizações que
impliquem um atraso na ação. Estamos mais conscientes de que tantas voltas são fruto de uma tentativa de
automanipulação que não leva a lugar nenhum. “Os limites da mente e da vontade são experimentados como
reais, perdendo a fé na onipotência do intelecto”, diz Marian.

Abandona-se as lucubrações para buscar a causa dos acontecimentos em razões externas à

experiência vivida. Nós nos contentamos com o que acontece. A resposta é encontrada onde surge a
pergunta: A confiança nas teorias, no acúmulo de conhecimento, nas visões extraordinárias, é retirada.
“Estou bastante cansado de aprender teorias, ler livros... Neste momento estou mais interessado no que
tem a ver com o corpo,” diz Miguel.

Somos menos planejadores e estratégicos: percebemos que qualquer tipo de plano, fruto do medo ou
do sentimento de inadequação e desconforto em determinadas situações, não dá os resultados esperados e,
muitas vezes, nem é viável. ―Não busco o extraordinário para me desvencilhar do cotidiano e da vida real.
Não substituo emoções e experiências humanas por 'masturbações mega-intelectuais' ou por ‗imagens
sobrenaturais' e, acima de tudo, não acredito nelas... Também não acredito nas minhas fantasias”, diz Marian.

Enquanto o sentimento de superioridade imaginada em relação aos outros se dilui até

desaparecer e nos entregamos mais à amizade do que a uma relação de especialista e professor,
também abandonamos o sentimento de inferioridade e culpa; abandona-se a identificação com o seio
ruim ou com o que não existia.

Tão longe quantocoisas de amornos preocupamos, a experiência agradável do contato é bem-

vinda e pouco a pouco se abandona a ideia de que é melhor ficar sozinho: não nos imaginamos mais
sozinhos na vida e damos espaço aos encontros, à convivência e à família. O casal e as relações sexuais
são mais completos e gratificantes, e não querem desistir. A ideia de solidão sentimental e a fantasia deo
solteirosão abandonados para se abrir ao mundo desconhecido das relações e/ou da constituição de
uma família. “Deixamos para trás a ideia maluca de que alguém poderia nos amar com o quão estranhos
somos”, pensa Miguel, e deixamos para trás a fantasia de que nossa imagem misteriosa e inacessível
pode realmente servir para estabelecer relacionamentos.

Claro que a conquista de novos equilíbrios é resultado de um processo que pode passar por
várias fases. No que diz respeito às experiências sentimentais significativas, tendo abandonado a
casca, a abertura emocional traz consigo o prazer de estar com o outro e, ao mesmo tempo, o
medo de perder a própria independência.
 Às vezes, a rejeição inicial do relacionamento se transforma em sua própria: desejo de
exclusividade e grande cobrança em relação ao casal.

Reconhecendo a dificuldade de integrar o amor erótico com o amor afetivo e tendo consciência
de que a sexualidade nos defende de sentir amor, encurta-se a distância entre eros e sentimento e
iniciamos um caminho de integração progressiva das duas esferas do sentir amor. A sexualidade antes
reprimida ou vivida de forma distorcida e com fantasias ousadas retoma seu caráter prazeroso. Ao
mesmo tempo, “não se confunde mais o vínculo de dependência com a amizade, e o enamoramento com
o amor verdadeiro, e evita-se o mecanismo de fusão, confluência ou dependência por gratidão ao outro”,
diz Miguel.

Não nos sacrificamos, ou outras pessoas ou relacionamentos, no altar do totem. Isso é

muito importante e supõe uma mudança de raiz.

Principais mudanças

― Ei, eu vou ser um cara normal!‖ avisou outro da nossa tribo... O filme do genial cineasta
aragonês Luis Buñuel“Simon del Desierto”, em que apresenta um eremita que vai viver no
deserto no alto de uma coluna, termina numa discoteca de uma cidade mexicana em que o
velho eremita, barbeado, despido do saco e vestido de mais um, faz tudo possível flertar com
algumas garotas.

Entre as principais mudanças destaca-se um novo sentido de vida que flui por dentro. Um sentimento
de estar e estar em situações vibrando com o que acontece, embora às vezes sejamos assaltados por emoções
por falta de treinamento emocional. É como se fosse retomado o caminho rumo à própria humanidade,
abruptamente interrompido na primeira fase da vida, interrupção sucessivamente renovada sem nenhuma
motivação real.

― Cuidamos de nossas necessidades básicas, físicas e emocionais, com qualidade. Pessoas amadas,
nutrir relacionamentos, descanso, cuidados com a saúde. Consciência e respeito aos próprios limites.
Comprometemo-nos com a vida e com as pessoas, ao contrário desse ser eterno à margem, na pureza,
na irrepreensibilidade e no nada”, diz Marian.

― Estou mais consciente do que faço. Estar mais presente no dia a dia, essa é minha referência.
Agora, se não encontro sentido na vida cotidiana, algo deve estar errado”, diz Luisfer.

Claro que esse pouso no mundo é consequência de um processo, às vezes doloroso, de

perda de confiança nos velhos ideais que pode causar medo e mal-estar e que faz com que os
cinco se vejam diante do vazio. Você sente que falta o chão sob seus pés, que tudo o que
costumava servir agora é inútil e que mesmo os valores mais altos não o sustentam mais; e há
também um momento em que é percebido de forma terrena e desintegradora. Esse será o
momento em que a máscara cairá, o ingênuo cairá de sua coluna e o galo pode ser muito
doloroso. Aquilo que ele amou como o mais precioso, aquilo pelo qual ele
se sacrificou, parecerá não ter mais valor. ―Isso é o vazio, um momento de pânico total que
pode fazer pensar em loucura. A vida perde todo o seu sentido. Depressão, pânico, desespero,
estar sozinho em um poço escuro e não conseguir sair.”

Pânico, vazio. O vácuo. E agora isso? ―Aí podem chegar momentos estranhos, marrons e
sem sabor; de ser frágil e não poder confiar em ter um norte, um refúgio na própria vida. E dúvidas.
Dúvidas sobre continuar colecionando, por hábito, sabedoria transcendente que pode levar a
algum tipo de saúde profunda ou, ao contrário, intuitivamente mais do que racionalmente, desistir
de encontrar aquele antigo tesouro inexistente”, diz Marian.

Quando tudo parece não fazer sentido e a mente acostumada ao entendimento não consegue
desfazer os nós, as emoções tomam conta da turbulência e a gente se sente arrastado para lugares
desconhecidos e indesejados. Literalmente, uma maneira de ser se desfaz. O antigo equilíbrio é rompido e os
ingredientes da personalidade são liberados para se cristalizar novamente em torno de um centro essencial.

― Você não pode de repente sair do vazio, aquele deserto de cinzas de livros queimados, que
nos leva a um sentimento interior de inutilidade, de sermos incapazes de realizar qualquer coisa. O
substituto da vida mostrou sua mentira e a busca pelo amor é dificultada pela falta de fé e
autoconfiança”, diz Miguel.

Mas o processo continua. A abordagem da vida, que antes se manifestava através do

pensamento, toma cada vez mais forma através do sentimento, tanto físico quanto emocional. Você
redescobre a sensação de ser, de estar presente. Coisas simples como o prazer de respirar, de
sentir que respiramos na companhia de outras pessoas, são reconhecidas.

Do ponto de vista prático, tudo assume uma intensidade maior. Ao contrário de antes,
não é mais possível não estar presente. Uma carga se manifesta, uma força que leva ao
contato e, às vezes, ao confronto duro. Tudo assume uma intensidade e drama desconhecidos.
Pegue o touro pelos chifres: lidar com a resolução do problema sem adiá-lo. A consciência das
necessidades, a ligação com as emoções, a vivência da satisfação dos desejos, da sua
amplitude, o sabor da vida, já não nos fazem recuar, rabugentos, para algo que se resolve
pedindo uma mão para a pessoa que pode nos ajudar.

― Antes eu estava em tarefas que estavam acima; antes, tarefas elevadasexigiutoda a minha atenção.
Livre disso, agora tenho mais amor por mim mesma, tenho mais consciência do que quero e sou mais livre-
corajosa para dizê-lo. Eu me atrevo”, diz Luisfer.

Torna-se significativo o sentimento de amizade, que os cinco sempre cultivaram por meio do
afeto relacionado à estima e admiração, base de apoio fundamental para se sustentar e entender o que
está acontecendo. O ditado “Antes sozinho do que mal acompanhado” tem sido seguido mais do que o
necessário.
 ― Abrir o coração a um amigo, descobrir que ele pode nos amar e escutar mesmo em
situações que nos parecem estranhas e ainda não compreendidas é uma das coisas que mais cura o E5”,
acredita Miguel.

Ao descobrir o valor da relação de amizade, torna-se também inaceitável abrir mão de antigas
amizades com as quais possam ter surgido desentendimentos e aborrecimentos, tornando-se
igualmente importante reparar os conflitos, suportando as angústias e tendo o coração aberto para
mostrar a própria vulnerabilidade.

― Consolidando o território das amizades, à medida que avançamos no nosso caminho de crescimento
vai descobrir que também podemos aprender com as pessoas comuns, e também com quem não coube no
nosso horizonte”, continua Miguel.

Abandona-se a ideia de estar na verdade e acolhe-se a experiência de compreender

outras formas de ver a vida. Cada um tem seu jeito de ser e é difícil dizer qual é a melhor
forma de se aproximar.

― Também aprendi muito com as pessoas com quem me dava mal (inimigos e
odiado): tem sido surpreendente ver como você pode passar da intolerância à amizade, ver até que
ponto eu tenho a mesma coisa que não suporto, entender essas relações e torná-las amizade”,
acrescenta Luisfer.

Novas atitudes que nascem

Se algumas mudanças antes impossíveis são agora viáveis, assistimos à cristalização de uma
nova forma de ser, de viver, fruto do trabalho realizado. Uma modalidade interior que
encontra uma correspondência numa forma de sentir no físico. É, de certo ponto de vista, uma
postura psicofísica perante a vida, uma forma de estar nela. Sentimo-nos com os pés mais
firmes no chão e a coluna ereta: ambos os gestos contribuem para criar a sensação de “estou
aqui” com dignidade e força. A verticalidade não é a do monólito, mas sim a de uma forma
mais redonda e lisa; menos ângulos e mais curvas; menos seriedade cinza e mais
entretenimento.

O cuidado com o corpo, a atenção ao aspecto estético, a disponibilidade ao contacto e à

troca, a ética da participação, a maior segurança, são frequentes e reduzem uma velha forma de
parecer descuidado e indolente.

― A novidade é estar mais no corpo e me cuidar, me cuidar

vida. Agora, nesse momento, eu como, me cuido, me cuido no corpo orientando alimentação,
saúde”, diz Luisfer.

Não há mais motivos para se identificar com a parte infantil agredida eculpado, e a
percepção de ser pequeno e de ser visto o mínimo possível desaparece.
 ― Não me apetece fazer mais nada a não ser o que faço... O meu trabalho actual é ficar lá,
sentimento, até que eu descubra e, na medida do possível (isso inclui meus próprios limites neuróticos), coloque os meios
para satisfazer minha necessidade”, explica Marian.

É como aceitar seu lugar designado no universo e honrar a vida que flui. Entre os pólos
opostos de medo e submissão existe um ponto intermediário que leva a uma atitude assertiva,
calma e autoconfiante, que enfrenta o que vier sem perder a calma. A sensação de
verticalidade é acompanhada e complementada por uma atitude menos séria e reflexiva.

― Descubro dentro de mim uma atitude mais lúdica, mais infantil, mais em contato com o
criança interior. Tenho mais capacidade de brincar deixando para trás a solenidade/grandiosidade. Ser mais
leve, não me levar a sério”, confessa Luisfer.

Desenvolve-se um sentimento de confiança no fato de que o que pode ser feito está feito, e que não
há nada a temer se seguirmos o fluxo da vida:

― Também é inevitável que um cinco desajeitado decida agir aceitando a possibilidade de

estar errado", diz Miguel. O sentimento de aceitação estende-se a tudo, também às partes
mais sacrificadas e carregadas automaticamente. “Parece-me que uma das coisas mais
transformadoras que tenho aprendido é validar-me em todos minhas facetas, inclusive as
mais características, a suposição é que parei de lutar”, diz Marian.

O prazer de algumas habilidades, de alguns interesses e competências que foram

impregnados de motivações egoicas e que são, em todo o caso, fonte de prazer pessoal e de
ligação com o mundo (ler, escrever, valorizar a arte, dimensão estética).

― Superado o sentimento de incapacidade causado por um juiz muito severo, passa-se por
estados de euforia (como uma criança com sapatos novos), decepção diante dos primeiros
obstáculos e necessidade de ajuda. Mas isso não afeta a necessidade de sair para o mundo e
aprender com os próprios erros. Fica a atitude de ir com o coração aberto e olhar o outro nos
olhos, fica a vontade de receber com naturalidade e você aprende a pedir perdão quando
erra”, diz Miguel.

O sentimento de carinho e da mesma compaixão que se sente ao crescer, não pertence

ao indivíduo, mas inclui-o. É natural. Você sente menos medo de demonstrar e compartilhar o
carinho que sente. Ao estar em contato e ser fiel à corrente de vibrações, surge o compromisso
com o outro e com o mundo.

Por vezes não nos sentimos preparados para acolher tamanha intensidade, e neste caso também se
abre outro horizonte:

― Tenho o sentimento de um profundo amor pelo mundo... Algo me move, e eu sinto

esse amor. Não sei o que fazer com algo tão grande... É um amor compassivo que vive
mais facilmente na solidão. Em algum momento, pude compartilhá-lo com as pessoas que amo. Ainda tenho
vergonha de expressar isso. Eu valorizo as pessoas, vejo o melhor nas pessoas. Às vezes é mais difícil para
mim ver isso em mim do que nas pessoas”, confessa Eduardo.

Este é um momento do processo que leva à rendição à evidência de que não há mérito em
sentir emoções como o amor e a compaixão, que não há nada elevado e especial. É algo natural
que surge do relacionamento; algo humano, profundamente humano, para o qual infelizmente não
estamos preparados em princípio, mas que pode se transformar em uma simples vontade de estar
com o coração aberto para nós mesmos e para os outros.

O que nos ajudou? Práticas e ferramentas terapêuticas

O E5 social tem mais dificuldades do que o E1 para se identificar com seu ideal totêmico. Esta
dificuldade leva-o, por um lado, a procurar algo cada vez mais extraordinário que o salve de vez e,
por outro, a perceber a distância que separa o seu quotidiano do ideal. Não poder estar confortável
no local a que estamos habituados, dispõe-nos a viajar, a conhecer novas pessoas com quem
estabelecer diferentes modalidades de relacionamento e a estar em locais onde algo significativo
possa acontecer. Isso é suficiente para cristalizar um estado de equilíbrio e bem-estar profundo. É,
no entanto, útil “saborear o vazio de ter conseguido o que queríamos, conhecimento,
reconhecimento, etc., e ver que isso não satisfaz a fome interior de amor e contato”, diz Marian.

No entanto, “não consegui muito com minhas pesquisas ou com os muitos livros que li.
Meus relacionamentos foram poucos, e geralmente com mulheres distantes ou desequilibradas e
muito carregadas emocionalmente. No trabalho, e apesar de saber que eu era um músico muito
talentoso, tive dificuldade em me valorizar e aceitei arranjos econômicos abaixo do que eu
merecia”, acrescenta Pablo.

― A insatisfação é percebida e percebemos que, trancados na torre de marfim do

totem, mesmo excitado, hipnotizado e devotado a ele, tem algo errado”, observa Miguel.

À percepção da insatisfação junta-se, por vezes, a profunda experiência do desespero: quando se

vê que tudo o que foi construído — e muitas vezes sobre terrenos que a dada altura eram sólidos —
começa a desmoronar-se como depois de um terramoto, pode-se viver um momento de desespero
cósmico. Você não sabe o que fazer, não sabe para onde ir, qualquer movimento parece agravar a
situação e não há saída.

A dor há muito contida emerge e se expressa de forma imprevisível, às vezes

violenta e vingativa.

No momento em que vive esta experiência de desmembramento emocional e racional, não

podemos sequer imaginar que possa ser útil e que represente a ruptura de um esquema egoico
que deixa aberto o caminho para novas possibilidades de reconstrução interior e novas
estados de consciência. Quando estamos no escuro, outras modalidades existenciais imprevistas de estar no
mundo são acionadas, novas possibilidades são descobertas e, sobretudo, tomamos consciência daquilo que
nos constitui profundamente.

Naquela época, a pequena chama da meditação, amizade com amigos e professores e confiança
no processo ajudam a superar muitas dificuldades.

Nesses casos, a presença de um guia e de um grupo de amigos é importante para facilitar e

agilizar o retorno já iniciado. Pode ser o momento em que coisas simples e essenciais são
descobertas ou redescobertas: ―…um belo dia percebi que enquanto minha cabeça estava
ocupada com esses pensamentos catastróficos, meus pulmões mal respiravam. Então comecei a
prestar atenção na minha respiração e percebi que as ideias obsessivas que invadiam minha mente,
se não morriam completamente, perdiam força. Quase por acaso descobri uma receita mágica:
contra a obsessão, respirar”, narra Miguel.

As muitas ferramentas que promovem a consciência do corpo e de si como corpo são

descobertas e valorizadas. As diferentes terapias corporais, dança, contato físico, respiração
consciente, massagens, tai chi, chi kung, gestalt terapia, etc. Também é útil dedicar tempo e
atenção a atividades como caminhar, sentir o sol e o ar na pele , ouvir os sons que nos
rodeiam, passeios, contacto com a natureza.

No caminho da transformação, a experiência da Gestalt-terapia é uma das mais úteis porque

ajuda a tomar consciência do corpo e permite uma integração entre corpo e emoções. Para um
personagem esquizóide como o número cinco porque, durante a infância, para sobreviver, ele teve que
se desconectar da intensidade de suas emoções e depois continuar por esse caminho por preguiça
automática ou medo mental de se expor a outras pessoas.previsíveleventos catastróficos, o caminho da
integração é o caminho principal para a saúde psicoemocional.

― A terapia Gestalt representa uma forma rápida de contacto com as emoções, com a sua existência,
a sua importância e a sua utilidade face à vida quotidiana. É uma forma simples e rápida de
descer do burro e entrar na lama das emoções”, diz Marian.

O encontro autêntico com outras pessoas que são colocadas em discussão – característica da
terapia de grupo – oferece uma grande oportunidade ao E5 social, sem confiança e retraído em si
mesmo:

― Para mim, não houve nada tão surpreendente, ou tão inesperado, ou tão transformador quanto
ser visto e levado em conta como pessoa. Genuinamente. Com interesse. Sem me abandonar e sem me
sobrecarregar. Por esse motivo, poucas coisas foram mais benéficas para mim — uma cura mais
revolucionária — do que descobrir que outras pessoas tratam com respeito e se importam não com o
que penso, mas com o que sou”, diz Marian.
 Ao descermos do limbo totêmico, descobrimos como colaboramos para nos
enredarmos em situações conflituosas. Nos descobrimos feridos e doloridos, e com uma carga
explosiva de sentimentos agressivos. Tem sido um alívio para todos poder gritar, atacar, se
rebelar e liberar um animal interior selvagem e implacável que gosta de lutar.

Depois de ter descarregado tudo o que fervia por dentro, percebemos que era uma importante
energia vital, que faz parte do nosso patrimônio animal e que não é sinônimo de violência como acreditávamos
anteriormente. Quando a raiva é desvinculada de ressentimentos de longa data e você está aberto não apenas
para sentir emoções, mas também para confrontos em conflitos, você aprende a dizer "não" sem muita
dificuldade.

O antigo comportamento de engolir e se recusar a responder e esclarecer as coisas não faz mais
sentido porque nos sentimos prontos para colocar nossos limites com palavras e postura.

O conhecimento do mapa da personalidade expresso através da Protoanálise e do

Eneagrama da Personalidade tem sido, para todos, uma das coisas mais significativas no caminho
da formação pessoal. E isso por muitas razões importantes; alguns deles são: a densidade das
informações recebidas sobre si mesmo; simplicidade a visão que a sustenta e a dinâmica possível
para se afastar da periferia de si mesmo para ir em direção ao próprio centro.

Para muitos foi de grande importância ―saber que houve outros cinco que tiveram uma
infância parecida com a minha, seus hobbies, experiências e modo de ver eram equivalentes aos
meus. Isso me aliviou muito. Eu não era mais a criatura mais rara do mundo, havia outras
parecidas”, diz Miguel.

Outro ponto significativo foi, para quem teve a oportunidade de fazê-lo nos países onde é
permitido, a experiência com plantas sagradas ou psicoativas; pode ser muito importante colocar-se
temporariamente em uma dimensão em que você nunca esteve antes, um lugar onde existem mais
coisas do que você imagina. A jornada xamânica é uma grande oportunidade para nos conhecermos
melhor, para ver onde estamos na vida, quais são as dinâmicas fundamentais, além de ser uma grande
ajuda para sair de uma situação de estagnação e superar gargalos psíquicos.

O que mais nos ajudou na jornada para a consciência?

Para quem cresceu com medo de ser invadido, o encontro com os seus pares torna-se uma
prova decisiva: é o que mais procura e de que tem extrema necessidade, e o que mais teme
pelas desordens que pode causar.

As relações mais próximas e, portanto, familiares, são as mais transformadoras. É

importante compreender a relação com os pais e fundamentalmente a relação amorosa: uma
verdadeira escola de crescimento que testa e impulsiona para metas mais ambiciosas.
 Poder se doar, reunir modos de amar que costumam estar separados, trocar
apreço e prazer de estar com o outro, pode criar um fluido tão doce e nutritivo que
repara e regenera tecidos existenciais danificados.

― A relação do casal tem sido um importante fator de mudança, uma influência capital.
Agora tenho mais capacidade de estar presente, de me abrir, de me divertir que antes não era possível. Esta
experiência de amor é mais profunda do que no passado, por causa de uma mudança interior. Acho que não
encontrei um parceiro melhor”, diz Luisfer.

Através da relação de casal percebemos como nossos três centros (instintivo, emocional e
mental) estão separados e como, por amor a si e ao outro, pode-se estabelecer um processo de
harmonização. Amar o outro sem esquecer de si mesmo, equilibrando a modalidade de expressão
amorosa e, portanto, harmonizando os três tipos de amor que como seres humanos podemos sentir e
expressar (amor materno, erótico e devocional), significa cultivar uma planta cujos frutos podem ser
saborosos e nutritivo, e se aventurar em um caminho de transformação que certamente está entre os
mais trabalhosos para um cinco.

― Pude ver o quanto da necessidade de amor, sexualidade, erotismo e afeto

o que faltava foi colocado em outro lugar, foi deslocado em busca de espiritualidade. Era como se
houvesse uma erotização do espiritual, do extraordinário. Agora me sinto mais na realidade”, diz Luisfer.

A chegada dos filhos é vivida como uma graça e com um sentimento de profunda gratidão.
É uma experiência de alegria e emoção, difícil de descrever, que abre o coração e conecta com a
humanidade. As crianças permitiram-nos abrir-nos a uma ternura e a sentimentos que só podem
ser vividos com elas. É uma experiência que pode quebrar o egocentrismo enraizado dos cinco
sociais, direcionados a cuidar de suas próprias coisas. Ao aprender o prazer de se colocar a serviço
da criança, fica evidente a necessidade de cuidar do mundo para torná-lo habitável para as novas
gerações.

Uma das coisas mais importantes é a presença de um amigo especial, reconhecido como guia e
professor, com quem se inicia um processo rico em experiências. É uma sorte ter encontrado amigos
queridos —alguns mais significativos que outros—, mas para muitos de nós foi um encontro
particularmente significativo com Claudio Naranjo.

― A relação com Claudio como professor foi a mais extensa no tempo e a

mais importante. Primeiro pelo que ele ensinava, depois pelo contato informal: comendo, andando...
aprendendo sobre a sua liberdade, sobre a sua capacidade de estar presente, de dizer o que era
importante. Aprendi com a devoção dele e também com os conflitos que tive com ele”, diz Luisfer.

Quanto a mim, acho que não poderia ter passado por aquela que foi a crise mais difícil
da minha vida — na qual senti que poderia perdê-la, física ou espiritualmente — sem o
reconhecimento de sua presença e o sentimento de devoção que o acompanhou. acompanha.
Traduzido do Inglês para o Português - www.onlinedoctranslator.com

Quando me senti explodir e vi os fragmentos da minha personalidade se afastando uns dos outros,
o nível de solidão e desespero era tão alto que eu não teria conseguido atravessar aquele momento
difícil - que durou muito tempo, vários anos - se eu não tivesse sentido a amplitude de sua
presença, se não tivesse confiado que de alguma forma poderia encontrar nele proteção, e se não
tivesse sentido que ele poderia me ajudar porque entendia sem preconceitos o que eu estava
passando . A presença dele me deu segurança até mesmo quanto ao fato de que certos processos
devem fluir e que, mesmo quando não há luz, a saída do túnel é uma questão de deixar o processo
fluir, tentando manter a chama da consciência.

Nesse sentido, foram fundamentais algumas experiências comuns de meditação nas quais senti uma
conexão tão profunda que aliviou o estado em que me encontrava para me levar diretamente a outro estado de
presença.

Outro elemento importante relacionado à presença de Claudio foi a existência de um grupo de

amigos reunidos ao seu redor; especialmente alguns deles, com quem nos encontramos há vários anos
para confrontar e compartilhar experiências individuais e coletivas. Naqueles momentos críticos ficou
claro para mim que era uma comunidade de trabalho psicoespiritual que influenciou e influencia
positivamente esta parte da minha trajetória existencial.

Uma relação diferente com o ego

Agora, depois de muitos anos de trabalho pessoal, enxergamos os limites e tomamos cuidado quando
somos atraídos por caminhos pouco frequentados por pessoas comuns. No caminho da transformação,
aprende-se a reconhecer o mecanismo subjacente que alimenta o ego e também aprende a aceitá-lo
quando poderia ser funcional para a situação, mas não se dá espaço quando fica claro que leva ao
reforço de não -tendências funcionais de caráter.

É por isso que se desenvolve uma espécie de bússola interior cada vez mais refinada que nos permite
perceber os elementos que fazem parte do “retorno para casa” ou quando esses elementos, ao contrário, nos
afastam. Aprendemos a dizer sim ou não para nós mesmos. É como se nos preparássemos para não nos deixarmos
seduzir pelo canto das nossas próprias sereias, enquanto, por outro lado, aprendíamos a sentir os ventos que
desenrolam as velas rumo a casa.

Progressivamente, assim como se renuncia ao isolamento inútil das pessoas e das

situações, renuncia-se também ao esforço de manter um mundo paralelo de ideais e ilusões. O
que antes parecia um dever de coerência lógica e moral, agora aparece em sua falsa e
inconsistente função de máscara.

― O retorno ao mundo terreno e real implica abrir mão de nossas expectativas e

fantasias sobre a mesma transformação pessoal (a nossa e a dos outros). Entrando no 'não sei'
e aí se segurando, renunciando à vida extraordinária, em troca estando cada vez mais presente
no cotidiano, cuidando de nós, nos atendendo, estabelecendo contatos mais satisfatórios”, diz
Marian.
 ― Na vida cotidiana, com seus aspectos práticos, a necessidade de prestar atenção às coisas e às pessoas
não se manifesta de uma vez por todas; resta um território por explorar e descobrir,
onde avançar com capacidade de surpresa e muita vontade de experimentar”, diz
Miguel.

Ao cair na terra dos homens — depois de ter navegado por muito tempo em universos
paralelos — você pode sentir uma grande desorientação porque ainda não sabe o que quer e como
fazer. Sentimo-nos incomodados em muitas situações e “assusta-nos simplesmente perceber que
boa parte do nosso bem-estar depende de questões tão simples e concretas, e da sua gestão. Isso
nos desencoraja a admitir para nós mesmos quão pouca confiança temos em conseguir o que
precisamos nesse sentido para ficarmos satisfeitos”, diz Marian.

De fato, carregamos dentro de nós uma criança pequena que precisa aprender muitas coisas
que antes nos pareciam de pouca importância e que agora têm um grande significado na vida. É
necessário ter uma atitude educativa em relação a nós mesmos e pegar em nossa mão. Trata-se de abrir
espaço para aquela criança e iniciar um diálogo compreensivo com ela para ajudá-la a caminhar pela
vida com as próprias pernas.

Percebemos que, embora por um lado nos sintamos mais próximos de nós mesmos e mais nus,
sem necessidade de disfarces e perfumes identificadores, por outro ainda existem áreas da existência
que não são funcionais, não respondem a necessidades autênticas e que tenderiam a prolongar sua
permanência autoritária.

No que diz respeito às partes do eu relacionadas com os velhos mecanismos automáticos, podem ser
formados substitutos da vida, ilusões, subtotens — amadurece uma necessidade de aceitação e benevolência.
Amadurece também um sentimento de amor que o avarento social nem mesmo concedia a si mesmo.

― A certa altura resolvi parar de me bater, de me maltratar, de censurar

mim mesmo e me chamando de inútil. Decidi que o 'cachorro de cima' tinha sua utilidade para alertar
sobre erros e deficiências, mas que eu não deveria me tornar um escravo de seu passatempo torturante.
A partir desse momento, os momentos de depressão e desconforto ou descontentamento comigo
mesmo não desapareceram, ainda me censuro de vez em quando, mas esse desacordo interno dura
muito menos do que antes. Não passo mais semanas ou meses inteiros me maltratando. Procuro
detectar o mais rápido possível aqueles momentos em que pensamentos catastróficos vêm à minha
mente, mas não luto contra eles, mas tenho a confiança de que eles irão embora, por exemplo amanhã,
especialmente se eu fizer algo diferente do que eu fiz hoje”, diz Miguel.

Por um lado, é preciso deixar fluir, aceitar que há uma parte que ainda não está limpa e, por
outro, não fazer concessões ao adiamento da tomada de consciência dos acontecimentos e desejar
que certas situações e os comportamentos não se repetem. Com determinação, se necessário,
libertando nossa casa de obstáculos inúteis, de resíduos comportamentais que não levam a nada,
diminuindo o campo da preguiça e renovando a intenção de trabalhar sobre si mesmo.
É o momento da impecabilidade do guerreiro, da determinação, como a de Ulisses com os pretendentes,
mas também do amor infinito por si mesmo.

É necessário dar origem tanto a uma atitude como a outra. Aceite-se, tanto nas partes claras
quanto nas partes sombrias. Realizar o trabalho em um contexto de confiança no processo
organísmico. As coisas são como são; eles têm sua própria dinâmica; a mudança não depende de
um ato de vontade, mas da fé de que estão revestidos. Percebemos que o ego não mais nos cobre,
não nos domina; reduz-se a sua periculosidade e começa-se a ver que há lugar para tudo, que a
realidade não tem duas faces, mas é única.

De outro, vê-se quão longa é a estrada, quão insistente é a força do carma. No entanto,
assistimos a um processo benéfico: enquanto novos horizontes se abrem, alguns traços típicos
de caráter permanecem por diluir e, finalmente, dissolver. O importante é fazê-lo com
confiança e com espírito de entrega.

Quando nos entregamos com confiança à vida, percebe-se o distanciamento de nossa

própria personalidade. Sentimo-nos bem com a percepção das necessidades que ganham voz e
expressão; São ativados desejos que, antes percebidos, eram vivenciados como algo impuro, uma
interrupção inútil da atividade normal. Brincar, passear no campo, buscar satisfação, gozar,
trabalhar, etc. tornam-se as coisas mais naturais da vida, e não uma contradição com a própria
busca de realização. Parece profundamente bom e natural, e nos perguntamos como poderíamos
ter passado tanto tempo sem ele.

― Depois de um processo de transformação que me levou a derrubar todos os meus ídolos celestiais,
incluindo mil e uma concepções de Deus, e a desconfiar de tudo o que cheire a transcendentalismo
escapista, continuo a sentir no fundo que não sou daqui; No entanto, esse sentimento não é mais
apresentado como uma desculpa confortável para não me envolver com o mundo, para sublimar a dor
ou fugir dos inevitáveis conflitos do dia a dia, e muito menos o utilizo como uma manobra para me
sentir especial, melhor ou diferente dos outros... Então, estou mais presente no dia a dia, e essa é a única
referência”, explica Pablo.

Sabe-se também que o caminho é longo e que deve ser percorrido com confiança. Já
tivemos experiências suficientes para consolidar nossa fé na natureza profunda das coisas.

O trabalho interior e a realização

O E5 social investe muito no autoaperfeiçoamento e, portanto, é naturalmente inclinado ao

trabalho interior. Porém, é surpreendente constatar como o fruto de um trabalho muitas vezes
disciplinado e motivado eticamente pode ser contaminado pela vaidade de um eu insatisfeito com a
própria imagem em tantas outras esferas da vida. “Olha como sou bom... que experiências sou
capaz de realizar”, é algo que todos nós já nos dissemos mais de uma vez. No entanto, o caminho
psicoespiritual já percorrido é e continua sendo um campo arado para semear.
 É claro que é possível retomar e essencializar esse caminho, e felizmente as práticas
espirituais têm seus antídotos, que geralmente têm a ver com o corpo. E, do corpo, o social E5 tem
muita carência.

Práticas espirituais dinâmicas como o Latihan, práticas sufi dinâmicas, meditação zen, escuta
meditativa de música, todas as práticas que envolvem movimento e redução do controle da mente têm sido
muito importantes para nós: você experimenta uma mudança constante de experiências, a capacidade do
corpo de se auto-recuperar e o auto-equilíbrio através da suspensão da interferência do controle mental é
descoberto. Para o E5 social que arde de vontade de buscar, é fundamental descobrir a possibilidade de
relaxar, sem fazer os esforços que muitas vezes serviam para se alinhar a um ideal de comportamento e
imagem.

O E5 social tem uma tendência marcada para se entregar a experiências como a meditação, mas tem
grande dificuldade em integrá-las à realidade cotidiana.

Além disso, há um momento que todos nós que contribuímos com essas falas já vivenciamos em
que tudo o que se aprende parece inútil ou insuficiente para estar no cotidiano e uma fase de
― experimenta-se a desilusão das conquistas através do extraordinário. As referências ao caminho espiritual
desapareceram. Houve uma queda das linhas gerais sobre como as coisas devem ser e uma permanência no
não saber. Sem referências. Abandonar conceitos, ideias emprestadas de mestres, adotadas pela harmonia,
mas sem uma abordagem muito profunda ou muito corporificada”, diz Luisfer. É como se a vida, grande
mestra, nos perguntasse o que é verdadeiramente nosso, não emprestado, não roubado.

Existem episódios na vida que realmente nos testam e a experiência de estar no escuro,
desorientado e, às vezes, desesperado, pode ser uma oportunidade de mudança e transformação.
Percebemos que a quantidade de experiências acumuladas, o currículo de cursos e o suposto nível
de maturidade espiritual não ajudam. Renuncia-se à pretensão de saber para onde se vai e o que se
vai procurar, o que representa uma notável novidade. Ficamos maravilhados com a capacidade do
corpo de se autorregular e resolver o que pode ser resolvido.

― Não há necessidade de saber o que ainda não se sabe. Também não precisa saber ser ou
encontre o lugar”, diz Marian.

― Não sei para onde tenho de ir, esta necessidade compulsiva de saber para onde ir
diminuiu muito. A necessidade de confrontar uma imagem ideal tem sido forte”, diz Luisfer.

Essa mudança de perspectiva, de direção, produto do trabalho anterior, contém e

expressa valores mais enraizados. É a importância de ser versus ter, de sentir versus
acumular dados e experiências sonoros. “É muito importante saber, sentir, se é uma ideia
vivida ou se está na cabeça”, diz Luisfer.
 O sentimento de ser leva à percepção da vida como real. Tudo se torna algo simples. “Você vai
para um estado de simplicidade. Uma confiança progressiva em nossa natureza humana que percebo
que não tinha antes”, diz Marian.

― Agora que a fumaça está se dissipando, você pode ver as imagens mais reais. Neste período que eu
vivo como novo Não tenho uma direção precisa, não comparo com imagens ideais. Hoje sei que
não sei e me sinto muito mais terreno”, acrescenta Luisfer.

A sensação de estar vivo se estabelece e descobre-se que com isso não é preciso fazer
muito, fazer muito esforço. É o suficiente para se deixar ser. Aderimos à sabedoria do organismo,
deixando para trás qualquer — inútil — intenção de controle. Vive-se a experiência de que o rumo
da vida não depende de uma reflexão ou de um ato de vontade. A transformação é produto de uma
nova cristalização dos elementos físicos, emocionais e mentais a partir de um equilíbrio que deixa
mais espaço para o físico e para algo que vem de dentro de forma inesperada e misteriosa.

Tem-se a experiência de um amplo espaço na consciência, no qual há espaço para si

mesmo e para o mundo. Às vezes tudo parece brotar da consciência. É ao mesmo tempo ator e
cenário, potencializando as relações microcosmo-macrocosmo. Às vezes parece haver uma
única teia de energia. De alguma forma, descobre-se pertencer ao mundo, fazer parte de um
processo evolutivo expandido no espaço e no tempo sem tirar nada da própria individualidade.

Sem dispensar a intensidade das emoções, o espaço maior em que estão contidas
amortece o impacto alienante da identificação com elas, e também permite acolhê-las com
maior abrangência.

― Aceitamos a vida como ela vem, o que ela traz e o que ela leva, abrindo-nos ao
diferentes experiências e sentimentos, e sem se apegar a eles... ou evitá-los”, diz
Marian.

No fundo, descobrimos que participamos de um destino maior e aceitamos a parte que nos
compete viver. Mais do que tudo, ser o que somos naturalmente.

Também a consciência do fim da vida, que durante muito tempo foi o que nos levou a aproveitá-
la, a motivação para uma busca mais autêntica, agora perde a tonalidade dramática que a acompanhava
para ser vista como uma possibilidade real que pode vir em qualquer momento e que se esvai num
processo onde cheios e vazios, existência e ser, vida e morte, se relacionam e convergem uns nos outros.
 E5 Sexual – Confiança

A palavraconfiarseria a questão básica para os cinco sexuais. Entre eles há muitos poetas ou artistas. Nijinsky
era um desses cinco. Ele tinha uma expressividade extrema, mas cortava de várias maneiras.

Se você tentar encontrar a diferença entre o E5 sexual e os outros subtipos dos cinco,
não vai ser fácil. Mas se você conversar com eles, vai ouvi-los dizer que se sentem muito
apaixonados por uma pessoa; geralmente sobre uma pessoa que eles não conseguem encontrar
em suas vidas. Aqui ocorre um caso semelhante ao extraordinário na busca do cinco social — o
extraordinário seria o que está no topo do totem: o sexual E5 busca um exemplar muito alto. O
mesmo vale para o amor: esse subtipo está em busca do amor absoluto, e sua busca é tão forte
que, se você é o procurado, é muito difícil passar no teste. Se alguém busca o absoluto, é muito fácil
se decepcionar.

Temos que entender essa busca apaixonada no sentido da confiança, de poder confiar
a outra: o E5 sexual procura aquela pessoa que estará para ele e com ele, independente de como
ou o quê, muito além dos votos normais de um noivado ou casamento. O pensamento do cinco
sexual é que ele deve ser capaz de se apresentar a você com o pior de seu mundo interior, e que
você, como parceiro dele, deve manter total equanimidade diante de seus monstros interiores, já
que ele te ama. muito…

Então ele vive o amor de casal como uma espécie de ideal, mas é um ideal que não existe no mundo
dos humanos. O E5 sexual é bastante romântico - este é o menos cinco dos E5s. Eles podem ser muito
parecidos com os outros cinco até que você atinja o ponto romântico: então uma vibrante vida interior será
despertada. Chopin pode ser um bom exemplo disso. Quem senão o mais romântico entre os compositores?
Chopin era mais um aristocrata. Ele estava um pouco rígido. Alguém que o conhecia muito bem — a amante
de Liszt — disse que ele era como uma ostra com glacê: ele não era muito aberto, não era aberto a uma
intimidade profunda, exceto com uma ou duas pessoas em sua vida. Chopin veio da Polônia e veio para a
França quando adolescente, mas não fez novos amigos na França. Ele estava no centro da alta sociedade e
toda a sua vida sentimental foi substituída pela música.

A transformação em sexual E5 por Mireia Darder

Claudia López (Argentina), María Luiza Duarte Frade (Brasil), Javier Egurzegui (Bilbao), Nick
Gardner (Reino Unido), Mireia Darder (Barcelona), Andrés Waksman (Uruguai) e Víctor Arans
(Barcelona) colaboraram contribuindo com suas experiências para a descrição do processo de
transformação do eneatipo sexual cinco.

Cinco personagens do tipo Ennea vivem em um mundo interno no qual a razão e a objetividade são reis. Ao mesmo
tempo, acreditamos no amor incondicional como uma aspiração fantástica, e pensamos em nós mesmos como tendo
a capacidade de dá-lo, assim como esperamos encontrar uma pessoa que nos leve para fora
do nosso isolamento e secura. E assim podemos viver indefinidamente, enquanto observamos o que acontece ao nosso
redor de forma desapegada.

Nos isolamos, não esperamos nada dos outros e não confiamos na vida; tanto as pessoas quanto
a própria vida constituem um cosmos localizado atrás de um vidro que nos separa de tudo. A partir daí
observamos o que acontece lá fora como algo estranho a nós por medo e culpa de existir. Por um lado,
experimentamos qualquer relação com o exterior como ameaçadora, o que, no melhor dos casos, nos
causará dor. Ao mesmo tempo, no fundo, nos sentimos culpados ao interagir com os outros porque
sentimos que podemos atrapalhar. Acreditamos que se não precisarmos e formos autossuficientes
podemos subsistir, e assim não nos farão mal nem nós. Experimentamos o mundo emocional como
ameaçador e complicado, como algo de que podemos prescindir, pois causa desprazer. Portanto,
preferimos não nos envolver emocionalmente e permanecer no papel de observadores da vida. Esse
mesmo não envolvimento nos dá um certo infantilismo emocional e ao mesmo tempo uma
hipersensibilidade inibida, já que não colocamos em prática nossas próprias emoções.

― Quando eu era jovem, lembro-me de andar na rua observando tudo o que

acontecendo lá fora como um filme do qual eu era apenas um observador e não conseguia entrar. Eu me senti
muito angustiado e desconectado de tudo.

Nas relações familiares, costuma haver uma desconexão com os pais: o cinco sexual
não se sente ligado a eles, e essa desconexão convive com uma dependência por necessidade.
Em muitos casos o vínculo com a mãe não existiu ou foi rompido, em outros foi um vínculo frio
ou foi vivenciado como agressivo. A ferida no vínculo costuma ocorrer nos primeiros meses de
vida, quando o bebê ainda não estabeleceu a diferenciação entre o mundo e ele mesmo por
meio do vínculo materno.

― Nos primeiros meses de vida tive dois episódios de separação da minha mãe, que
não lembro, mas que me deixou com a sensação de que o mundo não era um lugar seguro e
agradável de se viver. O primeiro episódio foi quando quase me afoguei no parto, com o
consequente desligamento. A segunda foi aos nove meses: fiquei desidratada e meus sinais vitais
caíram por alguns dias. Eu estava entre a vida e a morte e eles me operaram para me salvar. Por
tudo isso fiquei internada, sem a presença da minha mãe, que estava em outro hospital porque
estava grávida da minha irmã e corria risco de perdê-la‖.

O cinco sexual fechou-se em si mesmo, criando um mundo interno seguro, cheio de ideias,
teorias, fantasias românticas e utopias sobre a busca do amor incondicional. Desta forma,
separa-se do mundo exterior, que vive tão perigoso e cheio de obstáculos diante dos quais é
melhor não se mostrar, inibir-se emocionalmente e esperar que apareça a pessoa certa com
quem podemos existir e nos mostrar. como somos, já que ela, em nossa fantasia, nos aceitará
incondicionalmente e poderemos então viver, com a segurança obtida, tudo
que não ousamos viver no mundo. Esperando por esse encontro, a única vez que nos permitimos ser nós
mesmos é quando estamos sozinhos, nos sentindo isolados na vida cotidiana.

― Eu cresci em um relacionamento. Desde os dez anos brincávamos de namorados, de

quatorze anos nos tornamos realmente namorados, e até os vinte e um ficamos juntos. Sempre acreditei
que o relacionamento duraria a vida inteira e, quando ele terminou, senti que o mundo estava
desmoronando. Foi a maior oportunidade da minha vida, e com isso percebi como o mundo realmente
era. Levei muito tempo para me recuperar. Foi o relacionamento mais longo da minha vida.

Nossa fantasia é que esperamos poder ser e ousar amar quando finalmente aparecer o parceiro
que nos compreende. Dessa forma, acreditamos que podemos ser totalmente nós mesmos, e podemos
nos tornar muito exigentes com o outro, dadas as expectativas extremas depositadas sobre ele. Essa
pessoa é uma idealização e, como tal, é impossível que ela exista. No início de uma relação pode-se sentir
que o outro é tudo, mas à medida que avança vê-se que a pessoa é humana, com a consequente
frustração, perante a qual nos inibimos emocionalmente com o consequente isolamento. Até que as
necessidades básicas de relacionamento e afeto se acumulem, essa demanda deve ser satisfeita e deve
ser canalizada novamente. Então procura-se alguém escolhido para contar confidências ou procura-se
um novo parceiro para recomeçar.

Nós, E5s, nos sentimos neuroticamente diferentes e queremos ser diferentes: uma diferença que
acontece porque não sentimos as mesmas emoções que os outros e não nos movemos na vida por sede de
poder e desejos consumistas. Desistimos de ser e existir como forma de sobrevivência, desistimos de mostrar
nossos sentimentos. Procuramos abrir mão também das nossas necessidades, priorizando o conhecimento
como forma de controlar a vida. Assim, fica garantida a não dependência emocional, exceto a do companheiro,
sendo neste caso uma dependência exagerada.

― Estudei psicologia porque não me entendia nada. eu não entendi o que

estava acontecendo com meu corpo e minha sexualidade, eu vivia tudo como se fosse de outra
pessoa. Eu também não entendia nada dos outros: eles eram movidos por coisas que não me
afetavam. Esperava encontrar na faculdade as ferramentas que me ajudassem. Na corrida
encontrei muito conhecimento científico, basicamente behaviorismo, que não ligava para mim.
Alguns meses antes de terminar tive alguns ataques de pânico, não sabia o que tinha a ver com a
minha vida. Só quando descobri a psicologia humanística e comecei a fazer terapia é que pude
validar meus sentimentos e sensações e me entender mais.”

O caminho da transformação

O primeiro passo para a transformação é ser capaz de perceber a existência de um mundo interno no qual se
vive separado da realidade, tanto em fantasias românticas de encontrar o amor incondicional quanto em
fantasias catastróficas sobre o que pode acontecer se alguém desmoronar. mostra e abre. Ser capaz de
perceber que você vive em um mundo extremo de fantasia, que não está em contato com a realidade, é o
primeiro passo para a mudança.
 A transformação começa quando você sai do mundo da razão e pode dar lugar à sensação,
ao reconhecimento das necessidades, poder sentir-se parte integrante do mundo, sem ter tanta
necessidade de isolamento. É importante perceber que o corpo é o lugar onde se pode sentir
gostos e desgostos, e a partir daí podemos saber o que precisamos e queremos.

― Fiz musculação e a primeira vez que movi o quadril em cinco anos, senti que estava quebrando
ao meio; Achei que tinha que ser rígido.

Quando alguém se dá permissão para existir e deixa a renúncia como modo de vida, pode
ocorrer uma mudança psicológica que influencia o modo de pensar. Essa nova forma de pensar
influencia os sentidos; ver, ouvir, ouvir, sentir, provar, tocar, fazer e não fazer. Além disso, recuperam-se
os sentidos perdidos, o que equivale a recuperar a própria vida, tão pouco sentida, tão seca para um
cinco sexual.

Para que tudo isso seja possível, é necessário passar pelo processo de matar
psicologicamente os pais: com ele morrerão todos os introjetos que engolimos sobre
como devemos ser e agir, e que nos levaram à paralisia e isolamento, à
compartimentalização.

― Para mim foi muito importante poder ver meus pais como pessoas com defeitos e
que eram normais. Quando fiz um curso de Eneagrama pela primeira vez e consegui colocar um traço neles,
senti como se tivesse me libertado de seu jugo. Mais tarde, quando fiz o Processo Hoffman, pude
experimentar o desapego deles e me senti muito livre e individualizado.

Quando finalmente começamos a soltar as correntes que nos prendem aos nossos pais e podemos nos
sentir mais enraizados na vida, o coração também se abre e, por sua vez, surge um sentimento de sermos os autores
do nosso próprio destino, recuperando a figura paterna ou interior autoridade, castrado por um familiar
excessivamente autoritário.

É preciso sair das exigências a que fomos submetidos, da invasão sofrida, desprender-nos
dos pais internos e matá-los psicologicamente, para podermos afirmar-nos na nossa própria forma
de fazer e de ser, como um primeiro passo para poder sentir e viver de nós mesmos. Assim,
podemos deixar para trás o medo e a culpa de existir, exteriorizar o que nos acontece e sentir,
encontrando o direito de ser como somos. Poderemos nos deixar mais em paz e não ser tão críticos
conosco, ao mesmo tempo que perceberemos que podemos sair do isolamento para poder
satisfazer nossas necessidades agradavelmente. Conseguiremos entender que o risco de sentir
pode ser aceitável e que viver com mais emoção pode levar a resultados agradáveis. Poderemos
deixar os comboios passarem à nossa frente sem os apanhar, mas também podemos entrar num
deles e desfrutá-lo, sofrer e verificar que ainda não desaparecemos, nem eles nos aniquilaram.
Seremos capazes de aceitar a realidade mais plena, sem a parcializar, sem esquemas prévios,
seremos capazes de sustentar o vazio de não saber e ousar sentir, assumindo a responsabilidade
de nossas próprias vidas pelo caminho que quisermos, sem determinação prévia .
 Desta forma, ora entraremos em contato com a sensação de felicidade e
realização, ora sentiremos dor e tristeza, e aceitaremos a raiva dando-nos o direito de
expressá-la, passando da secura e inibição à capacidade de sentir-se vivo e vital.

Sem as influências do medo, da culpa e dos fantasmas que limitaram a nossa existência, seremos
capazes de viver o sentido profundo da vida e recuperaremos a capacidade aberta e clara de comunicar com
os outros: estabelecer e remover limites, transformando o medo dos outros em amor . que surge
espontaneamente no contato com o outro, etc.

Se antes dávamos materialmente, como forma de compensar a nossa desmotivação para com o outro,
agora damos e recebemos. Como diria Fritz Perls, agora mordemos e mastigamos bem em todos os sentidos, como
resultado da perda do medo, da desconfiança e do sentimento de pobreza de espírito.

No processo de transformação, fazer terapia pode nos ajudar a estabelecer um vínculo

com o terapeuta e ver que nada está acontecendo, que continuamos ali e estamos mudando e
sendo aceitos como somos. Tal processo nos ajuda a poder nos aceitar sem julgamento e a nos
encarnar no corpóreo.

― Uma das coisas que mais me entusiasmaram na terapia foi que meu terapeuta validou
o que estava acontecendo comigo e me ajudou a expressá-lo sem restrições, dizendo-me que "o que
acontece com você está bem, você tem o direito de sentir isso", sem me questionar.

O que serve para o início do caminho de um cinco sexual, também pode ser usado para outros
inícios de caminho: confie e arrisque-se a deixar-se tocar pelos outros e pela vida.

No processo, passamos de bons meninos a rebeldes, e de rebeldes a boas mulheres e homens.

Deixamos de ser sujeitos passivos, observadores de nossa vida e do mundo, para nos tornarmos protagonistas
de nossa própria trajetória existencial. Enfim ousamos amar sem mais ninguém que possamos encontrar,
dando o que somos sem a necessidade de reter ou acumular para quando não houver. Podemos estabelecer
uniões, somos capazes de ter sentimentos e expressá-los aqui e agora. Podemos fazer parte da vida em todos
os momentos, levando-a em sua totalidade. Podemos sentir que fazemos parte de um grupo com outros, que
pertencemos. Ousamos expressar o que pensamos e somos mesmo em circunstâncias adversas, e podemos
estar com alguém porque amamos e não apenas por praticidade.

― Uma das primeiras vezes que ousei mostrar minha emotividade foi ensinando. eu senti que eu tinha
sido medíocre, senti que não tinha me saído bem e expressei isso. Qual não foi minha surpresa ao ver que os
outros me valorizaram muito positivamente e que gostaram da minha forma de ensinar.

O que serve no processo de transformação

A expressão emocional é fundamental para poder entrar no processo de transformação. A Gestalt-terapia pode ser
uma ferramenta importante, pois promove a expressão. Expressar e pedir um pouco mais do que aquilo
você acha que precisa das pessoas em geral - e não apenas do seu parceiro - é uma maneira eficaz
de não se isolar.

É preciso se comprometer com a vida, com a psicoterapia, ter companheiro, filhos, arriscar a
vida. E, claro, ajuda a passar pelo triturador de ego, ou seja, o Programa SAT.

O tipo de terapia que pode ajudar o cinco sexual é aquele que valoriza o
espontâneo, que desculpa e promove deixar-se ser o que se é, sem muita teoria. Não se
exigir e se deixar sozinho implica, por vezes, paradoxalmente, reconhecer a necessidade
de isolamento que se pode ter e não se exigir ser o que não se é.

A ligação com o corpo como caminho para a recuperação dos sentidos é fundamental! Isso é
especialmente útil para o trabalho corporal como forma de recuperar energia e vitalidade perdidas. Na
medida em que a pessoa se sente vital, ela pode sair pelo mundo, para encontrar o outro. O corpo
também é o lugar onde você pode sentir suas necessidades e, a partir daí, poder satisfazê-las. No
trabalho corporal, o importante pode ser recuperar a sensação de enraizamento na terra e, assim, a
energia.

Trabalhar com a sexualidade, como lugar de prazer e gozo, pode ajudar a encontrar partes
desconhecidas de si mesmo, ou com lugares que antes pareciam não existir. Em outro sentido, aprender a
relaxar e alongar os músculos pode ajudá-lo a se sentir mais fluido.

A meditação enfraquece os impulsos negativos do nosso ego e nos liberta de outros aspectos que
aprisionar a mente saudável. Nele você pode experimentar experiências de sentir-se unido ao mundo e de
pertencer a ele, até mesmo de recuperar a vontade de viver, o que significa um passo fundamental para se
abrir.

O trabalho voluntário, como o envolvimento em algum tipo de trabalho social, onde se pode
interagir, discutir com outras pessoas e realizar tarefas sem esperar nada em troca ou qualquer
remuneração, são especialmente indicados. Idealmente, seria interessante se fosse um trabalho para
ajudar grupos marginalizados, ou se houvesse um envolvimento com crianças ou animais, como forma
de ter contato com o mundo real sem que ele seja sentido desde o início como ameaçador.

Poder recuperar o vínculo com a mãe nutridora, uma vez falecida a mãe introjetada, exigente,
ausente e ao mesmo tempo invasiva, serve para sentir que não há separação, que fazemos parte de uma
mesma coisa. Por meio desse vínculo, abre-se de forma fluida a chave para amar e ser amado, querendo-
se deixar de preenchê-la apenas através do casal. É quando, finalmente, o cinco sexual pode se encher
de amor para dá-lo sem relacionamentos exclusivos ou muito seletivos, e pode amar a vida e as pessoas
em geral pelo simples fato de existir. O trabalho passará pela abertura do círculo de relações em que
possamos expressar nossas emoções e deixar que esse fluxo nos alimente espontaneamente, para que
possamos verificar se a troca é necessária para não ficarmos secos.
 Experimentar formas de expressão como arte, dança, poesia, criar histórias ou
os contos, de forma a dar vazão ao que está acontecendo internamente, colocarão nosso processo de cura no
caminho do amadurecimento.
 E5 Conservação (Autopreservação) – Refúgio

A necessidade de recuar é uma característica clara dos cinco conservacionistas. Mas lembre-se de que todo
subtipo E5 tem um pouco disso: alguns precisam recuar. No caso da conservação, a paixão tem muito a ver
com encontrarrefúgio, erguendo altos muros que te separam de um mundo que pode te invadir, que pode te
tirar de um mundinho precioso que se esconde dentro de você. A ideia de autopreservação fica mais clara se
os imaginarmos como fortes defensores do retiro em cavernas. A conservação do E5 limita extremamente suas
necessidades e desejos, pois cada desejo pode significar um estado de dependência para ele.

Como cada subtipo de conservação, este também está ligado à sobrevivência e ao concreto,
apegado aos objetos e ao espaço pessoal; mas como E5, que é o mais mental dos personagens mentais,
é no pensamento, na reflexão incessante sobre como sobreviver e viver limitando as perturbações
externas, que encontra o maior refúgio.

A transformação na conservação E5 por José Ignacio Fernández

“Descobri o eneagrama em 1998 e foi um grande impacto para mim me identificar no
personagem cinco, vendo pela primeira vez que existiam outras pessoas como eu. Sabendo que
o criador da adaptação do eneagrama à psicologia moderna foi Claudio Naranjo, sempre quis me
aprofundar abordando ele, sua escola e seus livros. Isso me levou a realizar o processo SAT e a
oferecer minha colaboração após o II Simpósio Internacional de Psicologia dos Eneatipos,
realizado em Pilas, Sevilha, em 2008. Agradeço profundamente a Claudio por ter criado este
sistema que me ajudou tanto muito e continua a me ajudar. outros a irem além de si mesmos.”

Como começa o processo: veja a caverna em que estou

No início, o trabalho principal para a cura do ego consiste na consciência da atitude

vingativa em relação ao mundo, que se manifesta com separação. É o desfazer da
autoimagem vitimizada que julga o mundo como hostil, inadequado, hipócrita,
ignorante, brutal, etc.

O processo também envolve tornar-se consciente de sua própria vulnerabilidade,

hipersensibilidade e medo de ser esmagado, e perceber que essas dificuldades são tão grandes que
levam à evitação e ao desengajamento.

É ver como a vida é pequena, que a escolha de viver com pouco implica em viver pouco.
Que abrir mão de necessidades implica ter uma vida bastante insatisfatória. No final, é ver que
existe uma grande paixão por não se desgastar, por conservar as próprias energias, já que não
tem fé em conseguir mais.
 É necessário identificar o ideal de si tão inatingível que você possui. Um ideal construído de
visões de sabedoria e conhecimento profundo e elevado, de grandeza, de força avassaladora, de poder,
até onipotência. Tomar consciência disso já ajuda a começar a aproximar um pouco mais esse ideal da
realidade, elevando assim o nível de autoestima, que é especialmente baixo.

Prevenção de conflitos

O conflito é vivido internamente e é preciso ver as homenagens que isso acarreta. Por um lado, o preço é
a automutilação pela raiva internalizada, raiva interna. Além disso, matando o outro internamente: o
cortador interno do cabeçote. É útil reconhecer o mecanismo pelo qual, diante do que é percebido como
uma agressão particularmente dolorosa, um grande ressentimento se desenvolve internamente, o que,
no entanto, o Cinco de Conservação dificilmente pode expressar externamente. A consequência mais
comum desse ressentimento é uma reação de retraimento que pode estar ligada a certas ações se o
próprio espaço seguro for ameaçado. O ressentimento é uma constante e em algum momento você
precisa ver até que ponto ocorre um apego a ele. Tanto que esse apego leva a uma atitude vingativa
internalizada. Um testemunho pode esclarecer tal processo:

― Na verdade, tenho saído de muitos relacionamentos depois de me sentir magoado com alguma coisa. O
processo é sempre muito parecido: primeiro acontece algo que me machuca, não expresso, guardo
dentro e depois começo a ter sentimentos de rejeição ou desvalorização por aquela pessoa e me
afasto, deixo de ter contato com ela. Normalmente, a pessoa em questão nunca fica sabendo o
motivo da minha saída”, diz Ignacio Fernández.

Uma forma típica de vivenciar o conflito é inibir a resposta, às vezes mudando-a para o
comportamento oposto ao que se sente. Assim, por exemplo, quando alguém inesperadamente
mostra uma atitude agressiva e exigente com uma conservação cinco, ele pode aceitar o que lhe é
exigido para escapar da pressão, mas ao mesmo tempo começará a sentir uma raiva de si mesmo,
dentro a si mesmo, por não ter reagido de forma mais condizente com seus desejos, deslocando a
ação.

― Quando eu comecei aquele trabalho já eram três pessoas lá, e uma delas tinha o
única cópia da chave para entrar. Durante o dia o prédio ficava fechado, então tínhamos que abrir e
fechar na entrada e na saída. Eu tinha tendência a me atrasar e desde o início achei muito
humilhante ter que ser à custa de outra pessoa se abrir para mim, me fazendo ver meus atrasos.
Talvez no começo eu tenha questionado o sistema, mas logo o aceitei, pelo menos aparentemente.
No entanto, após um ano desta situação, quando as circunstâncias eram favoráveis, consegui obter
outra cópia das chaves do responsável, o que enfureceu muito a pessoa que até então tinha
usufruído desse poder. Isso deu origem a um conflito que ficou escondido por muito tempo até que
estourou anos depois”, diz Ignacio.

A ação clandestina
Agir em segredo para que suas ações não o comprometam torna-se uma forma de evitar
confrontos e evitar gerar expectativas ou relações de dependência.

A hiperadaptabilidade se manifesta, por exemplo, na forma compulsiva de dizer sim a uma

demanda externa, se a recusa pode ser incômoda ou gerar conflito, e em dizer o que se pensa que
o outro quer ouvir. A mudança consiste em ver até que ponto isso implica uma traição de si mesmo
e leva à renúncia à satisfação das próprias necessidades.

A tendência a anestesiar, esquecimento e confusão mental é outro traço notável desse

personagem. Trabalhar a atenção e a intenção no momento em que as coisas acontecem é uma boa
forma de contrariar esta tendência. Existe uma ideia interna de não se desgastar prestando atenção em
coisas que são triviais para você e uma resistência em se lembrar desse tipo de coisa. Além disso, o
próprio hábito de estar desconectado dificulta a plena consciência do que está acontecendo ao seu
redor. A informação é perdida e então a ação se torna desajeitada.

― Parecer invisível, bancar o surdo, era uma forma de me esconder do meu próprio sentimento de
desconforto, de me perceber um covarde, uma pessoa medrosa que, a qualquer sinal de ameaça, corria para se
esconder dentro de casa. [...] nunca soube se minhas percepções eram corretas, se minhas reações eram adequadas,
se meus sentimentos eram aceitáveis”, conta Luciano para descrever sua infância.

Ver sua retirada como uma agressão também ajuda, permite que você assuma a responsabilidade por
e, portanto, abre a porta para ver o tributo que está sendo pago por essa retirada em sua própria vida.
Também nos permite entender os conflitos de nossa história pessoal, deixar de nos ver neles como
vítimas e abrir caminho para entender os outros, especialmente aqueles que nos machucam. É o começo
para desativar o ressentimento ao qual ele está tão apegado.

A ganância do tempo

Não perder tempo é uma obsessão. Há na conservação de E5 uma paixão por aproveitar o tempo,
mas sem um propósito claramente definido, é algo difuso com o qual ele se conecta quando está
“perdendo tempo”.

Esse personagem precisa ver até que ponto se sente apegado a objetos e lugares seguros, até
que consiga transferir seus vínculos afetivos para eles. Algo semelhante também acontece com os
poucos relacionamentos que estabelece: embora tenha pouca consciência de seu apego a eles, na
realidade sente um grande apego e possessividade.

― Recentemente eu entendi o que era o apego. Que se perder no outro sem nenhum
limites. Que dar tudo para o outro e ficar sem nada, por um pouco de merecimento,
[compreendi] que me defendi de me bater de uma distância extrema, mas que quando me
abri e me relacionei não só me abri como me fui ao outro extremo de me bater no outro e
perder meus sonhos, meu apartamento, meus limites”, diz Beatriz Helena Vega.
 A conservação E5 também precisa perceber o grande apego que tem às suas próprias intuições,
ideias ou deduções, e o empobrecimento de se apegar a elas, fechando-se a outros pontos de vista.
Perceba que a crítica ou desacordo com essas ideias é muitas vezes sentida como desvalorização pessoal
e agressão. E também como isso leva a uma reação que pode ser ofensiva ou arrogante, mas também
autodepreciativa.

Dada a paixão pelo elevado, pelos mundos fantasiosos, é preciso ver que constitui uma
busca estéril se for feita a partir da desconexão numa vã tentativa de dar sentido à vida.

Comece a se conectar

O primeiro ponto para se reconectar consigo mesmo é reconhecer as próprias necessidades:

― Durante o meu primeiro ano de terapia vivi uma situação que foi decisiva para mim. EU
lembro de uma noite com meu parceiro quando de repente o vejo começar a chorar. Eu não entendo
nada. Então, depois de alguns momentos, ela me diz que decidiu me deixar. Fico no suspense, começo a
pensar: bom, tudo bem, vou conhecer outros mais interessantes, vou ficar livre, melhor, e coisas assim.
Porém, após alguns instantes, começo a sentir uma dor muito grande, uma dor infinita. Algo dentro de
mim dizia: viu?, ela aconteceu com você de novo, você perdeu de novo. Então eu senti que estava
arriscando tudo naquele momento e chorei como nunca antes na minha vida, literalmente senti que
estava quebrando por dentro. Isso também a tocou profundamente e o relacionamento continuou. Foi a
primeira vez na minha vida que percebi que precisava de outra pessoa”, diz Ignacio.

Cuide do corpo, da aparência e da imagem pessoal: perceba que não é coisa para os outros.
Permita-se querer agradar aos outros e a si mesmo... Tudo isso é fundamental.

― Para mim, cuidar de mim é tratar meu corpo com amor e prazer. Por exemplo, eu
via a atividade física como algo útil para atingir um ideal, ter um corpo forte, sujeitando-o à
disciplina, dobrando-o, e era como lutar contra mim mesmo. Agora aprendi que a atividade
física pode ser um prazer. Sem perseguir um objetivo ideal, o prazer está na própria atividade,
que também me dá uma sensação de mais presença, de mais conexão com a minha
existência”, diz Ignacio.

A alimentação é outro fator a mudar. Pode haver falta de interesse, descuido, comer só
comer. Outras vezes, comer compulsivamente pode ocorrer para preencher o vazio. Também podem existir
automatismos que devem ser banidos: comer lendo, vendo televisão, etc. Trata-se de transformar tudo isso
em alimentação consciente e também em comer com prazer, com prazer.

A princípio há um grande desinteresse pelas pessoas em geral, por exemplo, perder tempo
conhecendo alguém que não se interessa por algo. A mudança vem quando você presta atenção
nos nomes, nas curiosidades que eles te contam, mas é uma atenção amorosa, que deve ser dada
quando surge um interesse verdadeiro, sem implicar em obrigar-se a fazê-lo com todos.
Traduzido do Inglês para o Português - www.onlinedoctranslator.com

Respeitar a si mesmo nisso é importante. Você tem que aprender a dizer não quando realmente não quer
prestar atenção.

Vivenciar situações de felicidade, júbilo, riso descontrolado, brincadeira espontânea,

é outro elemento de transformação. É preciso reconhecer e identificar dois mecanismos: o
congelamento e a racionalização ou intelectualização. Só vivenciando essas situações podemos
tomar consciência do efeito paralisante desses mecanismos e permitir que eles se tornem mais
comuns e duradouros. Não levar as coisas tão a sério e não se levar tão a sério é uma atitude que
também ajuda.

E, claro, serve para sentir prazer. Perceba que você só pode desfrutar da confiança no
outro.

Outra área a explorar é experimentar a própria assertividade. Esse personagem é tão

pouco assertivo que às vezes é difícil para ele entender o que ele é. Começar a responder
diferente faz parte da transformação: ser mais congruente consigo mesmo, tentar dizer o que
se quer dizer, mesmo que não seja o que o outro espera ouvir...

Quando entra em cena a raiva tão característica do cinco de conservação, que consiste em
castigar em silêncio, não falar, fazer beicinho, etc., trata-se de tomar consciência do desconforto interior
que ela causa e experimentar outras formas de reagir. Por exemplo, compartilhar o que você está
sentindo pode ser muito libertador.

Mostrar-se mais é uma parte muito importante do processo. Sair da caverna também é
deixar que os outros o conheçam melhor. Às vezes, o medo de gerar expectativas nos outros é tão
grande que há uma ocultação intencional de si mesmo. É daí que vem o olhar estranho. O trabalho
é perceber que você pode compartilhar informações sobre você, opiniões, emoções, gostos e, ao
mesmo tempo, reservar um espaço de intimidade. Por vezes existe uma vontade de partilhar tudo o
que há de mais íntimo, e é poder partilhar este espaço com quem quiser e quando quiser.

Abrir mão de objetos queridos e lugares seguros é um grande passo à frente. Há muito
apego e transferência emocional a certos objetos pessoais; O primeiro passo para fazer isso é
tomar consciência desse apego e seguir em frente tentando se livrar do lastro.

Como fica todo esse processo? A transformação consiste em sentir mais vida,
na aquisição de uma nova visão de si e do mundo. É também descobrir que a vida dói e sobretudo é descobrir
o que é o amor. E esta é uma grande descoberta. Abre as portas para viver as relações com mais intensidade,
para desenvolver a confiança. Também a partir daí pode haver uma nova intuição do que o espiritual
realmente significa.

Ocupe seu próprio espaço

Assumir o próprio lugar é ativar um antídoto contra a resignação. É típico da conservação de
E5 resignar-se antes de arriscar: “arriscar, para quê?”, “não vale a pena”, são os pensamentos
habituais. É uma forma de renúncia ao medo de não conseguir o que deseja. Há desejos, mas
eles são sublimados, desviados, substituídos por pequenas coisas ou simplesmente anulados.
Bom, trata-se de tentar correr riscos, começar a identificar seus próprios desejos e
necessidades e partir para a ação para alcançar pelo menos alguns deles e sentir o que
acontece com isso.

O próximo passo é desenvolver ainda mais a sua presença, participar onde você estiver. Isso
abre a conservação do E5 para estar mais conectado e gera relacionamentos mais intensos com as
pessoas do ambiente. Implica estar mais disponível às exigências dos outros e também permitir-se
precisar dos outros. É um trabalho de desenvolver a confiança em si mesmo e nos outros.

Você precisa aprender a se expressar mais diretamente. Pergunte com mais

clareza, fale mais alto. Aceite que às vezes eles vão ouvi-lo e prestar atenção em você e às
vezes não. A mesma coisa acontece com opiniões e ideias: trata-se de expressá-las quando
quiser, aceitando que às vezes você vai gostar e às vezes não. É importante desapegar-se
de suas próprias ideias e conclusões.

Desenvolver empatia significa se colocar no lugar do outro. Veja da perspectiva do

outro. Desenvolva compreensão e compaixão.

Ocupar seu próprio espaço é outro atributo que ajuda. Em ambientes sociais, no trabalho, etc.
é transformador ocupar o seu lugar. O oposto de esconder e desligar é moserar e estar
conectado, respeitando o que sai de si. Não é uma saída abrupta e desajeitada, mas consciente
e conectada, coerente com os próprios sentimentos, com a consciência das próprias
necessidades e dos próprios medos.

Muitas vezes, será necessário fazer o que é mais difícil para um cinco de conservação: ensinar
grupos, liderar grupos de terapia, fazer terapia individual, dar palestras, liderar uma equipe, para dar
alguns exemplos. E também se permita viver suas emoções e seus instintos. Tente deixar ir.

― A minha sexualidade despertou desde muito cedo e esteve sempre ligada à minha fantasia, podia
dizem que as criações da minha imaginação sempre mediaram minha experiência e desejo
sexual. Uma forte contradição entre uma grande necessidade e desejo e um grande medo
me levou ao final da adolescência sem ter uma experiência real com uma mulher. E
também sempre precisei recorrer às criações da minha imaginação. O primeiro grande
passo foi a experiência de sentir a minha parceira como alguém real, sentir o desejo dela
por mim, pelo meu corpo, e reconhecer o medo que sentia de me abandonar ao prazer, de
me entregar ao prazer com ela. Eu experimentei um avanço. Anos depois, outra
experiência me conectou com um grande desejo por outra mulher, recíproco, que me
levou a sentir pela primeira vez na vida que estava totalmente entregue, de forma
apaixonada e instintiva,
 Outro passo é reconciliar-se com sua masculinidade ou feminilidade, conforme o caso, que estão
tão reprimidos por tão pouca experiência de sua parte instintiva. Isso significa recuperar a própria
agressividade, entendida como adgredere, ir em direção, colocar energia para alcançar um objetivo,
satisfazer uma necessidade.

Fazer uma festa de aniversário e, em geral, organizar festas para se divertir vai longe. Isso pode
ser muito bom porque é estranho para esse personagem hospedar um desses eventos. Além disso, é
provável que você descubra que realmente gosta.

Permitir que seus amigos se conheçam, tirá-los dos compartimentos estanques

onde você costuma mantê-los, e fazê-lo com consciência, será um passo à frente.

Pode ser bom aprender piadas e contá-las. Para fazer rir. Ria de si mesmo e dê
vida à sua criança interior.

― Para mim é me permitir fazer loucuras, me dar ao luxo de dizer o que

Acho que me permitir um pouco de narcisismo, autoengrandecimento, autocomplacência, me dar uma
folga, uma satisfação”, diz Maurizio Cei.

Florescer

É para acontecer. Dê vida através dos outros. Dê seu tempo e sua atenção. É descobrir para que serve no
mundo. Descubra o que a vida e o mundo esperam de nós. Isso não é um objetivo, é um processo.
Requer o desenvolvimento de uma intenção de ir e agir sobre o que está no presente. Um exemplo pode
ser ilustrativo:

― Durante meu processo terapêutico e minha formação como terapeuta passei por diversas
fases. No começo foi algo que fiz para meu próprio crescimento, nem me imaginava como
terapeuta. Mais tarde, surgiu em mim o desejo de ser terapeuta um dia, pois percebi o quanto
isso me ajudava a me conectar, mas eu via isso como algo distante, algum dia quando eu
tivesse me preparado suficientemente e obtido os diplomas necessários. Finalmente comecei a
praticar como terapeuta com meus recursos atuais. Primeiro foi organizar e dirigir um grupo
de meditação Zen. Aí surgiu a ideia de fazer um workshop de gestalt, depois um ciclo de
workshops de bioenergética. Aí apareceu uma pessoa que me pediu terapia individual, aí uma
colega me mandou outro paciente... Ao longo desse processo pude viver meus medos, minhas
inseguranças, meu desconhecimento, mas também descobri que tinha muito mais recursos do
que eu pensamento.

Desenvolver o compromisso com o serviço é essencial, numa área que tem um significado pessoal
para cada um. Por exemplo: trabalhar com grupos, atuar como terapeuta ou similar.

A meditação, naturalmente, será mais útil uma vez iniciado um processo de

autoconhecimento, pois sem tal processo haveria o risco de utilizá-la como elemento de refúgio.
Pode ser útil conectar-se com o “sem propósito”, “nada buscando” do Zen.
 Liderar, conduzir, motivar, tomar as rédeas, em todo caso a partir de um propósito com significado
pessoal, são elementos transformadores, sempre a partir de um propósito coerente com a auto-realização.
Não importa onde você esteja no caminho.

― Embarcar em um projeto que envolve abrir meu próprio consultório, fazer uma psicoterapia
centro com outras pessoas, significa ousar me deixar ver, sair para a esfera pública, consciente
dos meus medos e dificuldades e também das satisfações e oportunidades que ofereço”, diz
Ignacio.

Ajudar os outros a se curar é outro passo. De onde você estiver e com seus próprios
recursos, seja como terapeuta ou como professor, pai, irmão, amigo ou o que for. Isso pode levar a
conexões cada vez mais frequentes e neutralizar a tendência de se tornar auto-absorvido.

Finalmente, ajuda especialmente a trabalhar e equilibrar os três amores através dos relacionamentos,
dando mais espaço ao amor compassivo-materno e recuperando e dando vida ao amor erótico ou amor-
alegria.
 Eneatipo 6 – Medo

Se o E9 procura superar a angústia da separação com o esquecimento ou a ilusão de que nunca

existiu, o E6 tem uma surpreendente consciência doperdae, diante disso, reage compulsivamente
para se defender do perigo irremediavelmente espalhado no mundo externo.

A paixão pelo medo implica uma necessidade compulsiva - não determinada por eventos
internos ou externos - de se mover no relacionamento e no mundo sempre em estado de alerta. A
angústia da perda de sentido torna-se uma ansiedade subjacente constante que consegue atenuar com
uma separação líquida entre o bem e o mal. É como se, diante da angústia de se sentir perdido e
fragmentado, o E6 só encontrasse alívio ao se defender incessantemente do perigo, com a ilusão de que
o Medo garantirá o controle para prever de onde ou de quem chegará esse perigo. A angústia é
canalizada através da busca pelo inimigo – o causador do dano sofrido – preferindo, inclusive, sentir-se
culpado para evitar navegar em um oceano incontrolável.

Essa tensão implica um desligamento das próprias emoções e uma paralisia da

ação, pois como toda ação seria uma possibilidade de erro (culpa que merece punição) e
todo erro seria irreversível, fica paralisado pela experimentação.

Tente prever as dificuldades usando o pensamento como uma possibilidade de controle e

estudando a conseqüencialidade de causas e efeitos (como em uma partida de xadrez). No fundo, a
ansiedade está intimamente ligada ao medo de ser ele próprio a causa (culpa) da separação, da rejeição
e, por isso, o seu estilo interpessoal e a filosofia que o move na vida assentam sempre numa acusação e
desvalorização de si mesmo, numa profunda rejeição de si mesmo (fixação).

Durante a infância, muitas vezes observa-se a falta de uma orientação ou autoridade

paterna (entendida aqui como uma função não necessariamente identificável com o pai físico)
conectada com a realidade, irracionalmente punitiva ou emocionalmente perigosa, e uma relação
com o pai ou a mãe vivida, em por um lado, como castrador e prejudicial, e por outro, como fonte
de proteção.

Como todo esquizóide, o E6 divide o bem e o mal, o bem e o mal, identificando-se alternadamente
com um ou com o outro, numa tentativa constante de se sentir bem para se proteger do perigo de ser punido
e, portanto, merecedor de rejeição; encontram refúgio na busca de significados e interpretações da realidade,
com um modo de pensar ruminante e labiríntico, perdendo assim por completo o contato com a própria
realidade.

No que diz respeito às relações interpessoais, essa atitude muitas vezes se concentra na
percepção do outro como um eventual inimigo; cultivar a desconfiança em vez de manter contato com as
dificuldades ou dores que o relacionamento íntimo pode acarretar. A acusação é o seu estilo de
contato consigo mesmo e com o mundo, e tem como objetivo controlar onde está o mal, onde está o
inimigo, acabando posteriormente por se reconfirmar como inimigo de si mesmo.

A instintividade deve ser controlada e mantida sob controle porque se render significaria abrir as
portas para uma invasão externa devastadora, pensa o E6: a cabeça deve estar sempre no comando das
experiências.
 E6 Social – Dever

Isso é o que chamo de “caráter prussiano”. O E6 social é frio, muito formal. Kant, por exemplo, foi um
grande filósofo. Ele era um prussiano, e os prussianos tinham aquela forma de caráter que tem um
grande amor pela precisão e uma intolerância à ambigüidade. Isso é exatamente o oposto do
Conservation Six, que é caloroso e muito permissivo em relação à ambigüidade.

Entre os nazistas, havia muitos seis sociais. Seu comportamento é bem visível: “essa é a
linha, a linha partidária, a linha que define quem são os mocinhos e quem são os bandidos... e o
que precisamos fazer e fazemos com muita eficiência”. , o social E6 é semelhante a um E3.

Ichazo usou a palavraobrigação, é mais do que apenas estar preocupado com o dever, pois os
seis sociais estão preocupados principalmente com o ponto de referência. Eles têm a mente de um
legislador, categorias claras. Sua orientação intelectual é saber muito bem onde fica o norte, onde fica o
sul, e o oeste, e o leste, e...

E se eles quisessem se tornar humanos, primeiro precisariam enlouquecer e esquecer todos os

marcos. Eles precisam esquecer o dever - nenhum dever - e se conectar com o instinto e a intuição, com
a vida.

A transformação no social E6 por Gerardo Ortiz

Depois de anos de trabalho pessoal, o que fica para trás?

Parece-me uma tarefa muito difícil fazer uma autoavaliação do meu processo ao longo do tempo e não
cair na tentação consciente ou inconsciente de me favorecer na avaliação, fingindo vender a ideia de que
estou melhor no momento. No entanto, poder reconhecer a grande subjetividade em que posso cair ao
fazer esta auto-avaliação, obriga-me a ser mais rigoroso e exigente na aplicação deste exame, fazendo
um exercício de honestidade.

Com este preâmbulo explícito, posso referir-me à minha conclusão, partilhando que um elemento
significativo neste diagnóstico é o sentimento de bem-estar comigo próprio, alcançado nos últimos tempos. Isso é
uma verdadeira novidade, pois durante muitos anos da minha vida senti uma profunda rejeição de ser como era e
mantive uma luta feroz contra mim mesmo.

Essesentimento sincero—como Eugene Gendlin chama em seu livro Focusing — de profundo bem-
estar, gosto e alegria em ser quem eu sou, é a marca da garantia de que não estou me enganando e que esse
apreço que agora sinto por mim mesmo é o fruto obtido ao longo de anos de trabalho e comprometimento
com a minha transformação pessoal.
 Reconheço que vários traços característicos e definidores da minha personalidade não deixaram
de se manifestar. No entanto, posso garantir-vos convencidos de que atenuaram a sua intensidade.

Não deixei de sentir ansiedade, mas já não é uma experiência que me agarra e toma posse
de mim. Agora é mais leve e esporádico em sua apresentação e, na maioria das vezes, controlável.

Estou aprendendo a ser paciente e a não ficar com raiva quando as coisas não saem do jeito que pretendo ou não
tenho controle sobre elas.

Da mesma forma, incorporei a flexibilidade ao meu repertório comportamental e ao meu corpo

por meio da dança e da expressão corporal, o que me ajuda a não ficar obcecada em fingir que tudo tem
que ser feito sob meus códigos ou pontos de vista.

Também consegui reduzir significativamente a acusação - aquele esporte ou passatempo favorito que
nos prende as pessoas no social six - também reconhecendo que esse aspecto está intimamente ligado à auto-
estima, porque toda vez que fiz um julgamento, estava expressando indiretamente com orgulho de que as
pessoas que eu sentei no banco dos réus eram inferiores a mim.

No momento não preciso diminuir ou tirar a autoridade de ninguém para me sentir valioso.
Agora me reconheço importante e corajosa, sem precisar sair por vaidade ou arrogância. Não tenho
mais medo de me mostrar ou sentir culpa por não ser como os outros querem que eu seja. Os episódios
de inadequação aparecem com cada vez menos intensidade, são mais esporádicos e sinto-me mais apto
para o convívio, deixando para trás a timidez que me acompanhou durante longos anos da minha vida.

Entre as pendências, reconheço que a tomada de decisões ainda é uma questão para continuar
trabalhando, porque embora seja verdade que paro muito menos diante do desafio das mudanças, ainda não
o faço na velocidade que gostaria.

Características e atitudes adquiridas durante o processo

Ao entrar em contato com minhas emoções mais profundas e expressá-las adequadamente, encontrei tranquilidade e calma
interior, desenvolvendo a capacidade de ser paciente, de me emocionar e emocionar.

Ao tomar decisões com força e coragem, senti minha auto-estima aumentar e pude me
livrar da crença de que “tudo vai dar errado”. O mesmo acontece comigo ao discordar das
autoridades e expressá-las, e também ao lidar melhor com a frustração, aceitando que não
posso agradar a todos e deixando de imaginar o que os outros podem pensar de mim,
evitando o autojulgamento e o julgamento dos outros.

Nasceu em mim uma autêntica joie de vivre, que me levou a conhecer novas pessoas e a
estabelecer um maior número de vínculos afetivos; agora me entrego confiante ao fluir da vida,
aceitando o que é, o que está por vir, fluindo com a intuição, parando apenas o necessário em
pensamento para, imediatamente, agir com liberdade e coragem.

Eu me reconheço com mais senso de humor, rio com mais facilidade, até de mim mesmo.
Sinto-me flexível e aberto a ouvir opiniões diferentes das minhas. Encontro benevolência com
aqueles que me confrontam, sem desacreditá-los automaticamente em minha mente. Sou mais
autocomplacente, me vejo com olhos menos críticos e consigo me acolher, me envolver, me aceitar
nas minhas fragilidades e com os meus erros.

Eu confio em mim mesmo. Estou mais confiante no meu físico, na energia que a minha presença
irradia, no meu conhecimento e sabedoria, na minha potência sexual. Tocar e ser tocado. Vivo prazer
com prazer, desfruto.

O que ajuda ao longo do caminho?

Confesso que, no meu caso, o caminho ainda está a ser feito e, no entanto, tenho caminhado com passos
decisivos, dados graças a desbloquear ou completar, através de exercícios terapêuticos, situações
íntimas que têm sido barreiras na minha vida.

Como, por exemplo, enfrentar o medo. Frequentemente faço algo que me assusta ou que pode
me causar, sem colocar em risco a minha vida, sabendo que o medo é um aliado, não um obstáculo.
Reconhecer isso, reconhecer minha dúvida, minha ambiguidade, foi doloroso e ao mesmo tempo
libertador. Eu deixei de lado a necessidade de ser perfeito. Outras vezes falhei intencionalmente em
alguma responsabilidade que me foi confiada, como chegar atrasado a um dos meus grupos
terapêuticos, por exemplo

Ao expressar minha discordância com a autoridade e defender minha posição, consigo agir
com determinação e força, com coragem, sentindo o impulso não importa o que digam. Por outro
lado, praticar o amor compassivo comigo mesmo me ajudou a me curar da autoexigência e da
autocrítica.

O teatro terapêutico me ajudou. Exagerar meu próprio caráter, meus gestos ou agir ao
contrário me libertou, porque me permitiu trazer para minha vida cotidiana uma ferramenta
antídoto contra meu caráter. Todos os dias saio de casa como se fosse corajosa.

Como psicoterapeuta que sou, a abordagem gestáltica e corporal, o processo SAT, o

contato com Claudio Naranjo, com seu ser e seu trabalho, meditação, trabalho corporal,
expressão, biodança e movimento autêntico me ajudaram no meu processo de me descobrir :
tirando o que me cobre e não me permite brilhar com luz própria.

De uma forma mais particular, o trabalho com as minhas figuras parentais serviu-me bem:
valeu-me dissociar-me da toxicidade da minha mãe, uma mulher muito medrosa que me
amamentou com a sua insegurança, além de me livrar da sombra cinzenta de um pai sem coragem.
Uma relação diferente diante do ego
Em primeiro lugar, quero mencionar a consciência e a aceitação do ego como a estrutura psíquica
que me ajudou a chegar onde estou. Conhecer-me, reconhecer-me e aceitar-me como covarde tem
sido uma missão dolorosa e triste, e também tem sido a catapulta que me lançou para sair de mim
e começar a ousar. Aprendi a viver sem roteiro prévio, com a certeza de ter coragem de esperar o
que vier, sabendo que a cada momento terei a resposta certa. Estou aprendendo a tolerar a
incerteza.

Aqui, quero me referir às mudanças alcançadas em meu trabalho profissional como terapeuta.
Antes, ao fazer terapia, eu ficava muito preocupado em determinar qual seria minha próxima
intervenção e me enchia de ansiedade antecipatória buscando cumprir meu esquema mental de como
deveria seguir o processo em cada sessão. Agora nunca sei qual será minha próxima intervenção, fico
em silêncio, sem recorrer a nenhum padrão estabelecido em minha mente, de como ser um bom
terapeuta e como uma boa sessão se desenrola. Em vez disso, espero estar totalmente presente, em
contato comigo mesmo e com meu consultor, e sempre surge algo, e é apenas isso que aparece, que me
indica meu próximo passo. Isso me faz gostar muito mais do meu trabalho e cada sessão é uma
experiência única e maravilhosa. Não há dois iguais.

Estou em contato profundo com meu desejo versus o quedevesinto, julgo menos severamente,
criticamente. Reconheço os meus medos, dúvidas, anseios e ambiguidades, embora, paradoxalmente,
encontre serenidade e alegria, com menor dispersão mental. Estou mais atento.

O que nos ajudou a abrir nossos corações

Obviamente, o processo SAT, cujos módulos fiz duas vezes, foi fundamental. E também o retiro de meditação com
Claudio Naranjo durante dez dias, onde a sua presença e a sua indicação, num momento decisivo em que me sugeriu
a prática do movimento autêntico, levou-me a entrar em contacto com uma experiência transpessoal que começou
com pânico e terror da minha parte, onde às vezes pensei que estava enlouquecendo, mas que poderia sustentar, e
esse sentimento se transmutou em uma experiência muito profunda de contato com uma presença infinitamente
amorosa dentro de mim.

Fui ajudado por meditação, trabalho terapêutico gestalt e corporal, trabalho energético, respiração,
expressão corporal, desbloqueio de segmentos corporais; os workshops de sensibilização e contacto em que
sou facilitador; exercícios respiratórios holotrópicos com música clássica, especialmente música sacra.

No meu trabalho como terapeuta deparo-me constantemente com as realidades dramáticas dos meus
pacientes, que partilham generosamente a sua intimidade ferida, gerando em mim o efeito da gota de água
que cai constantemente e que, pela força de bater na pedra, gradualmente perfura isto. O mesmo efeito se
produz em meu coração pela partilha diária da dor de meus pacientes, dando-se sutil e lentamente uma
abertura, de compreensão compassiva e solidariedade.
 Ajudou-me a participar de rituais indígenas e celebrações com plantas sagradas,
como o yopo, cuja influência me fez conectar por dentro com o que chamo de álbum da minha vida. Vi
muitas pessoas das quais já não me lembrava, como o motorista do transporte escolar do jardim de
infância que frequentei quando tinha quatro anos, e muitas outras pessoas que ao longo da minha vida
julguei insignificantes, com ou a velha Doña Cande , que frequentava a lojinha onde eu e meus irmãos
íamos comer doces quando éramos crianças.

Também vi minha mãe e meu pai com meus avós e com meus bisavós e muitos outros
homens e mulheres que desfilaram com eles na minha frente, e dos quais eu tinha certeza de que
eram meus ancestrais. Não faltou nessa visão um grupo de pessoas que foram, ao longo da minha
vida, os meus benfeitores ou professores. A certa altura, comecei a chorar, sentindo uma profunda
gratidão por cada uma das pessoas que apareceram em minha jornada, reconhecendo que todas
elas contribuíram com algo para minha vida e me enriqueceram.

Em outra ocasião, a cerimônia indígena foi animada pela planta sagrada do yagé e,
correndo o risco de parecer irreverente para um público religioso, ouso comparar esse ritual à
recepção do sacramento da eucaristia. Uma presença mística manifestou-se em mim e uma voz
profunda que emergiu de dentro de mim apelou à entrega ao divino, reconhecendo em tudo o que
existe e em todas as pessoas, a manifestação de Deus.

As experiências com estes permitiram-me praticar am ou com passivo e abrir mais amplamente o meu
coração, assim como ir ao encontro do outro, para além da aparência, procurando a sua essência, aceitando-o
tal como é e reconhecendo a sua riqueza interior como ser humano.

Recomendações para o trabalho terapêutico com um seis ego social

A premissa é que pessoas desse caráter fazem muito trabalho corporal, exercícios de enraizamento, dança,
movimento espontâneo, exercícios de sensibilização e contato, promovem a exploração do prazer
(experiências dionisíacas); trabalhar com criatividade e expressão artística (argila, pintura, escultura, etc.),
favorecendo a expressão de sentimentos e focando o contato com as emoções.

Também ajuda a meditar e até praticar a técnica da parada de Gurdjieff, na qual vários
vezes ao dia, paramos para responder o que estou fazendo, o que estou pensando e o que estou sentindo. Também
é necessário trabalhar o amor compassivo para equilibrá-lo com o amor de admiração ou devoção, que é quase
sempre o mais desenvolvido.

Você tem que colocar muita ênfase na construção de autoconfiança. Você deve ajudá-lo a
descobrir a coragem de agir e tomar decisões seguindo o impulso de questionar normas,
estruturas, submissão, obediência e a necessidade de parecer bem. É importante que o paciente
aprenda a agir imediatamente, pois isso não dá tempo para que a dúvida apareça e, portanto, a
ansiedade também não apareça.
O estado ideal de um seis sociais

O estado ideal de um eneatipo seis, subtipo social, será, na minha opinião, a aceitação total de mim
mesmo e de meus medos. Essa aceitação me permitirá relaxar e conceber um profundo estado de
gratidão, alegria e autoconfiança. Liberto do sentido do dever, poderei escolher dia a dia a vida que
quero viver, confiando no meu coração e na minha intuição, sentindo-me amado pelo que sou e não pelo
que faço.

Desta forma, o próximo passo será viver livremente as minhas emoções, contendo-me com
bondade, ser sóbrio mas com sentido de humor, optimista, alegre, viver a vida com serenidade, calma e
serenidade, aberto à diversão, à alegria e ao prazer.

Expressarei meu amor incondicional e ausente de julgamento, equilibrado nos três amores;
Vou me mostrar e ser assertivo e confiável sem explicar ou justificar as ações, aceitando o erro
e a capacidade de corrigir, da minha parte e dos outros. Vou viver criando um mundo de
possibilidades, com mais tranquilidade, encarando o que vier no momento sem pensar em
hipóteses, riscos ou perigos.
 E6 Sexual – Força

E aqui está o chamado caráter contrafóbico: o E6 sexual vai contra o medo. Então poderíamos chamar essa
necessidade de força neurótica. Em um nível descritivo, podemos dizer forte da mesma forma que um seis de
conservação pode ser marcado como umfracopessoa. Um é um coelho e o outro é um buldogue: um
contrafóbico é muito parecido com um cachorro latindo. Nem sempre morde, late mais do que morde, mas
tem uma aparência feroz. A necessidade não é apenas sentir força, mas também poder intimidar. O programa
interno diz que a melhor defesa é um bom ataque.

Uma piada muito ilustrativa sobre isso: uma mulher foi visitar vários psiquiatras porque ouviu
barulhos de asas em seu quarto que a impediam de dormir. Um novo psiquiatra lhe dá uma arma
dizendo que ele vai acabar com sua fobia atirando, “porque você sabe que é mais forte”. O que
aconteceu em seguida foi um grande escândalo: o homem matou seu anjo da guarda.

Então esses são os loucos que vão contra o perigo, que podem matar qualquer um porque qualquer
um pode se tornar algo perigoso.

A transformação no E6 sexual de Grazia Cecchini

Com contribuições de Mireya Aregui e Barbara Grassi

A consciência da paixão

O primeiro passo para a transformação do seis contrafóbico não é fácil: reconhecer-se no E6 significa
entrar em contato com a parte passional/emocional que é o medo. Para reconhecer o medo como a
motivação subjacente do comportamento e da estrutura cognitiva, o contrafóbico precisa dar um passo
paradoxal: sentir oemoçãode medo.

No nível emocional, o contrafóbico sente medo, mas há uma redefinição dele em termos de
obstáculo, limite e defeito vergonhoso do qual deve se libertar. Para isso, desenvolve uma série de
comportamentos cujo objetivo é convencer a si mesmo e aos outros de que não é vítima do medo. Ser
descobertocomo medo significa reviver o sentimento de indignidade e insegurança que ele tenta
esconder através de sua paixão específica: a força.

Pode-se dizer, portanto, que o primeiro passo é sentir a insegurança e o sentimento de

indignidade, bloqueando qualquer tentativa de atribuí-la a eventos ou pessoas culpadas de serem más
ou antipático.

Felizmente, a vida nos oferece muitas oportunidades para isso: no meu caso, o primeiro contato no nível
consciente com o medo e a insegurança aconteceu aos 17 anos, quando fui atropelado por um carro:
 "O impacto foi suave e sem danos, mas a isso se seguiram dois meses de ataques de pânico.
O medo veio de improviso, foi vasto, e a consciência básica: você pode morrer. A emoção foi fixada
na ideia obsessiva da morte e impediu a passo seguinte: a consciência da necessidade de segurança
e proteção... Mas percebi a existência do medo."

Para Bárbara, o primeiro contato significativo ocorreu quando ela foi encaminhada para uma escola:
―...naquele lugar, sozinha e com a obrigação de ficar (porque minha mãe queria) e controlar meu irmão
gêmeo, senti um terror enorme que paralisou minha capacidade de expressar o que sentia mesmo com um
choro normal, mas ao mesmo tempo foi essa incapacidade de chorar que aumentou em mim a consciência de
força e resistência‖ A situação paradoxal aqui é muito clara.

Para Mireya, o contato intenso com o medo ocorreu por ocasião da internação da mãe em um
hospital: “Eles levaram ela, ela ainda estava anestesiada e ela não atendeu a minha ligação. Um calafrio
percorreu meu corpo; Achei que minha mãe tinha morrido. Lá estava eu, petrificada, e quando as
enfermeiras me viram, começaram a perguntar quem eu era, quem tinha me deixado entrar e me
tiraram do quarto.

Do ponto de vista da consciência, o processo SAT e o reconhecimento do caráter seis de

acordo com o eneagrama são fundamentais, porque a consciência de que o medo é a necessidade
neurótica fundamental e força sua manifestação direta, ajuda o contrafóbico a dar um significado
existencial ao seu modo de ser, superando o obstáculo do medo como emoção sintomática que
deve ser eliminada. O horizonte da consciência é ampliado para além do aspecto estritamente
psicológico. É difícil para um caminho psicoterapêutico clássico focar neste ponto significativo.

Uma vez que o medo é reconhecido como paixão, o contato com o verdadeiro autoengano é comido: a força.

Nos antifóbicos, a força costuma ser cultivada no nível físico (quase todo mundo já passou algum
tempo em esportes ou experiências físicas que serviram para se sentir forte muscularmente). Outra
característica é a da força como resistência ao cansaço, à repressão, à humilhação e à própria dor. Este aspecto
faz com que pareça uma conservação E4. A diferença é que o E6 sexualcultiva forçacomo uma ilusão para
sustentar o ataque e o medo um do outro.

Porém, para que ocorra uma transformação, é preciso atingir níveis mais profundos:
reconhecer a força como uma identidade substituta que preenche o profundo sentimento de não
ser digno e que se coloca a serviço de não sentir necessidade do outro. ―Se eu for forte não vou
cair na relação e eles não vão me machucar.‖ ―Se eu for forte, posso existir, esteja você/o outro em
relação a mim (porque saberei defender-me), ou se você/o outro me abandona.” A ilusão neurótica
de força está diretamente ligada à ilusão de independência e incolumidade, e também ao traço
narcísico da megalomania.

Para penetrar profundamente no significado de força, é importante entender o que

significa ser um subtipo sexual; no contrafóbico não é fácil perceber a energia que ele põe
no relacionamento porque ele esconde isso de si mesmo e dos outros. Na verdade, sua busca apaixonada por
força está intimamente ligada ao relacionamento amoroso (ataque e fuga da intimidade).

No processo de transformação, a experiência da fragilidade e da necessidade do amor do outro

são fundamentais. Às vezes, a fraqueza física também é importante. Para mim, as experiências de jejum
através da prática de yoga têm sido muito importantes: “O jejum leva a um contato emocional interior ao
qual você não pode reagir com adrenalina, só podemos nos entregar. Isso me ajudou a sentir um jeito
suave e lento de ser, sem nenhuma relação com estados de fraqueza afetiva ou que pudessem estar
relacionados a eventos externos”.

É difícil para um contrafóbico se entregar a uma paixão louca e apaixonada. Mas na verdade
é uma experiência que ele precisa. Algumas mulheres contrafóbicas dizem que tem sido muito útil
não fugir de um relacionamento amoroso e difícil. Após ter tido uma relação conjugal em que me
sentia protegida e dominadora ao mesmo tempo, a mudança em minha vivência como mulher
ocorreu devido a uma relação extremamente conflituosa e insegura:

― Como sempre, eu teria mantido distância controlando meus sentimentos. graças ao

trabalho analítico que eu estava fazendo na época, não entrei automaticamente no mecanismo de
defesa de evitação e permaneci no relacionamento. Isso trouxe consigo estados emocionais
intensos e uma sensação de loucura. Mas quando saí do túnel encontrei-me interiormente mais
forte e com um novo estado de plenitude, produzido pelo facto de ter vivido intensamente as
emoções. Foi uma experiência de integração, porque esse ser não me permitia separar sexo/amor e
pensamento/emoção. E, acima de tudo, desarmou minha convicção básica: que ele era o culpado e
eu a vítima.

A acusação. A rejeição de si mesmo

Não é fácil reconhecer a acusação como umaFilosofia de vida. A distorção cognitiva é certamente
compreensível no plano racional, mas é a parte que mais resiste à mudança.

O medo sexual parte de uma desconfiança básica em relação ao outro, do qual ele pensa
que certamente irá feri-lo ou enganá-lo; portanto, ele deve se preparar, com suas forças, para não
sucumbir. Mas a concepção profunda que um seis tem de si mesmo é que ele causou a raiva de
outro (porque foi mau, ou porque não é adequado, ou não é bonito, ou chato), e isso
constantemente o leva a rejeitar ele mesmo.

Outro passo fundamental (provavelmente o mais fácil) relacionado à desestruturação

do erro cognitivo nuclear é reconhecer o mecanismo de defesa da projeção. O difícil é
reconhecer como a acusação do outro permite preservar a parte boa de si mesmo. O
contrafóbico, acusando o outro de culpado, faz questão de não ser apontado como mau e,
portanto, culpado; se isso for alcançado, ele não será punido e, como consequência, expulso.
 Por trás da fixação da acusação há uma busca constante e extenuante de não ser punido, mas o
comportamento acusatório permite encobrir a crença profunda de ser o verdadeiro preso, o verdadeiro
cara mau.

Para o contrafóbico, o monstro é o castigo de Deus e a consequente expulsão do

Paraíso: essa rejeição de Deus foi o castigo original indelével e ele não tem outra
possibilidade senão projetá-lo fora de si mesmo, sobre outro culpado.

A mudança está em abandonar a busca ansiosa e ilusória de serbom, aceitando e

reconhecendo a parte agressiva. O contrafóbico não tem consciência de viver com um gesto e uma
atitude agressiva para com o outro.

― Hoje posso situar o reconhecimento do meu caráter contrafóbico na adolescência (12-13

anos), quando depois de árduas tentativas de "ser bom", constantemente fazendo votos e promessas -
que nunca consegui respeitar - à Virgem, por ocasião da preparação da Primeira Comunhão, abandonei
todo tipo de controle e tive um comportamento de agressividade descontrolada. Hoje penso que os
ensinamentos sobre o bem e a santidade têm funcionado como um espelho do meu sentimento de
exclusão, e decidi passar para o lado oposto: ficar do lado dos excluídos”.

Para um E6 sexual, os loucos, separados da realidade, devem mudar de valência: “Mesmo que eu seja
mau, não perco o amor”, “mesmo que você seja mau, você pode me amar”, “mesmo que você seja ruim, eu
preciso de você‖. Para alcançar essa mudança cognitiva, o contrafóbico tem que reconhecer a própria parte da
criança que precisa de afeto e ternura. Ele tem que reconhecer que a eliminação da boa mãe (como diria
Melanie Klein) não resolve a dor da renúncia ao amor. E você deve perceber que coloca toda a sua energia no
controle para não se sentir enganado ou manipulado, negando assim a necessidade de ternura.

A mudança mais substancial é a integração do bem e do mal em si mesmo e no outro.

É abandonar a ilusão de encontrar na vida outra pessoa totalmente boa (e, portanto, confiável e
não perigosa).

Para obter essa integração, uma técnica milagrosa é a cadeira quente gestalt; Acredito que
não há outro método terapêutico que possa ser tão bem-sucedido quanto este para revelar a decepção
cognitiva do E6 sexual. A cadeira quente revela o mecanismo de defesa da projeção e das generalizações
cognitivas, desmontando a lógicaacusação-perigo-desconfiançaesquema e desarmar o contrafóbico
diante do contato com a realidade.

Pensamento e fixação

A qualidade do pensamento contrafóbico reflete a ambivalência no contexto relacional. Como todos

os E6s, o contrafóbico tem, no nível afetivo, a sensação de estar preso em um relacionamento ou
situação da qual não pode escapar. A relação amorosa é o lugar mais procurado, mas
Traduzido do Inglês para o Português - www.onlinedoctranslator.com

é este mesmo lugar que pode te machucar e onde você pode perder totalmente sua liberdade e, acima de
tudo, sua capacidade mental.

O estilo de pensamento do contrafóbico é a dúvida. Tomar uma direção é agir, e

agir é correr o risco de cometer um erro irreparável. Todo erro é, para o personagem seis,
um erro fatal e definitivo.

No fundo, o contrafóbico tem um forte senso de precariedade, seja no relacionamento ou

na própria vida. Ele nunca tem a segurança de pertencer. Ele quer pertencer e, ao mesmo tempo,
tem medo de perder sua liberdade e independência psíquica (integridade). Para resolver a angústia
do não pertencimento ou do pertencimento ficando dos dois lados, sempre duvida do caminho que
deve seguir. Isso é funcional para ele manter o desejo de pertencer e, ao mesmo tempo, ser livre,
sem perceber também.

Conseqüentemente, ele não consegue se sentir amado e parte do outro, e não consegue se sentir completamente
livre. A verdade é que ele tem medo da liberdade. É melhor ser heróis em um recinto delimitado.

Ficar na dúvida significa salvar a pele.

A mudança no reino do pensamento é uma parte muito difícil da transformação. Não estou usando hesitante
pensar significa expor-se completamente; é como se jogar no vazio, porque envolve
necessariamente uma ação. E se você não tem certeza de que é a ação certa (ou seja, não está
errada), é melhor não se mexer e usar a dúvida.

A fixação da acusação e da dúvida mantém de pé o medo de agir, porque agir

significa caminhar para o risco do erro irreparável. Não agir reforça a sensação de
vazio, o auge da paixão da força e do medo.

Para transformar o estilo duvidoso em pensamento ligado à emoção e à ação, é

preciso experimentar que não existe uma única verdade. Para o contrafóbico, é como
passar da lei causal de Newton para a teoria do caos. Nada é mensurável, nada é
previsível, a única verdade é um nada flutuante. Para o contrafóbico, essa é a verdadeira
loucura, é a perda de si, a dissolução, que ele tenta evitar mantendo o estilo hesitante de
pensar e agir.

― A aposentadoria marca em mim uma nova forma de enfrentar meus pensamentos paranóicos, cheios de dúvidas e

julgamentos. O jogo nasceu, coloquei meus pensamentos contrastantes e ambivalentes para lutar com
espadas e ri. Uma vez me surpreendi porque ria sozinha no ônibus e as pessoas me olhavam como se eu
fosse louca, o que me fazia rir ainda mais. Cada vez que conseguia brincar comigo mesma, meus
pensamentos se dissolviam, perdiam o valor e minha luta obsessiva com meu temido deus era aliviada”,
diz Bárbara.

Perder-se na loucura, ou seja, no vazio sem espaço nem tempo, é a cura. Nesse sentido,
aventuro a hipótese de que o zazen pode ser um importante tipo de prática de meditação em
esta fase de transformação, porque cria uma contenção interna em relação ao medo de enlouquecer. Ao
mesmo tempo, o seis sexual tem necessidade de experimentar coisas loucas, extravagantes e fora do
comum.

Virtude: coragem

Coragem é uma palavra que um contrafóbico não sente profundamente até que experimente que a
única maneira de se livrar da angústia da vida é a ação. Não é importante agir com justiça, mas agir.
Para o contrafóbico, coragem significa decidir uma ação, errar, não se defender do erro, não acusar
a si mesmo ou ao outro, aceitar as consequências. É importante que alguém o acompanhe na
tomada de decisões para que possa verificar que o erro não é fatal, que pode ser recomposto, que
pode pedir desculpas. Você pode cair sem morrer e sem se machucar (foi minha descoberta mais
importante na prática de artes marciais). Você tem que experimentar que a angústia vai embora
quando você age e não quando você agiu bem.

Desarmar é coragem também diante da dor da relação amorosa: desarmar para se

abrir à ternura.

― Com a meditação pude sentir ternura para comigo, aprendi um

novo diálogo interior em que há lugar para tudo. Em um momento de profunda tristeza, visualizei-me
como uma mãe confortando seu filho triste e desesperado em seus braços e, pela primeira vez, senti
amor por mim mesma, uma mãe que transmitia coragem”, acrescenta Bárbara.

Quase todos os antifóbicos têm dificuldade de se sentir apoiados e sintonizados com o mudra da
coragem que corresponde à virtude. Os punhos cerrados no peito parecem refletir a rigidez de quem
está fechado e a força que usa para se defender. Quando aprendi o mudra da minha virtude no SAT, não
pude sentir sua ajuda, foi mais útil deixar meus braços e minhas mãos abertas para descobrir meu
coração. Só com muita prática e aprofundamento no meu trabalho pessoal é que entrei em contato com
o profundo sentido da coragem: entrar no desconhecido e espontâneo elouco Ação. Assim, o mudra
revelou-me o seu significado profundo, ou seja, a coragem de me abandonar, de me entregar quer no
plano cognitivo (aceitar que não estou certo), quer no plano emocional (render-se ao desconhecido).

Espontaneidade, raiva e sexualidade

O E6 sexual tem a ilusão neurótica de ser espontâneo. Somente a experiência profunda da

espontaneidade, como realizada na gestalt-terapia ou no movimento espontâneo do processo
SAT, coloca o contrafóbico em posição de reconhecer sua inibição diante da ação espontânea.

O seis contrafóbico manifesta um controle acentuado sobre o corpo com o objetivo de

cultivar a força e não sentir as emoções caóticas ligadas à liberação da raiva ou à sexualidade
livre.
 É importante ressaltar que, embora a agressividade seja a forma predominantegestono
contrafóbico, a raiva não é facilmente expressa no contexto do relacionamento íntimo — área que seria
útil para expressar sentimentos ou direitos; é mais fácil para o seis sexual, certamente, expressá-lo em
relacionamentos sociais do que em relacionamentos íntimos. Expressar raiva no contexto do
relacionamento amoroso significa reviver o medo de receber agressões, o medo de ser punido e o medo
do velhoexpulsão. Mas isso significa colocar em prática o verdadeiro heroísmo.

Da mesma forma, a livre expressão do erotismo e da sexualidade é inibida porque

significaria colocar em jogo a área do prazer.

O seis sexual também experimenta o prazer com ambivalência: se por um lado ele o busca
(instinto sexual), por outro não pode demonstrá-lo porque o prazer está intimamente relacionado à
entrega ao outro. E para pessoas com esse caráter, o outro é sempre um inimigo em potencial.

Além disso, liberar a sensualidade e o erotismo significaria abrir espaço para a ternura,
isto é, mostrando o lado fraco. Ser terno traz consigo o medo de que o outro possa se
aproveitar do lado fraco e também revela a vergonha de sentir medo.

O contrafóbico resolve esse conflito separando as emoções: a agressividade

comportamental está desconectada da vivência profunda da raiva, e o sexo, completamente
separado do sentimento de amor e intimidade.

Sob esse aspecto, a transformação tem apresentado avanços significativos na prática do

movimento espontâneo. Todas as pessoas sexuais do E6 se declaram estupefatas com a potência deste
instrumento e todas reconhecem que o movimento espontâneo deve ser praticado por toda a vida, não
apenas para conectar e integrar as partes divididas, mas também para cultivar a entrega e a confiança.

Confiança e fé

Falar de confiança para um contrafóbico é como falar de gatos para um rato! Não apenas o outro, como
inimigo em potencial, não é confiável, mas o contrafóbico não confia em si mesmo. A convicção cognitiva
de que todo erro pode ser fatal arraiga a ideia de que toda decisão pode ser fatal e, portanto, nenhum
argumento que o contrafóbico tenha minuciosamente construído em sua lógica separada da realidade
será suficiente para alcançar a confiança. A separação entre o bem e o mal, e a projeção do mal para
fora, permitem-lhe cultivar a ilusão – à beira da defesa psicótica – de se apresentar sempre como bom e
justo. Mas se a divisão não é totalmente psicótica, ela se mantém e se esconde dentro de um monstro
brutal.

O contrafóbico constrói uma explicação intelectual a partir da qual o monstro tem

toda a razão de existir: foi injustamente maltratado, injustamente mal compreendido,
injustamente abusado, tem que se proteger da humanidade, que é má... a base disso
abordagem, desencadeia batalhas incessantes que defendem contra a injustiça social, pela igualdade
dos povos, pelo direito de todos à existência...

Mas se o monstro tem que lidar com o amor, é quando ele não sabe por que ele existe:
diante do amor, o monstro é apenas uma criança assustada que não tem confiança, que aprendeu
a desistir, que se sente um dos os demônios expulsos por Deus porque não eram dignos, que
pensa que nunca conseguirá preencher a distância que o separa de seres belos e dignos.

Recompor o diálogo com a criança interior é a única forma de transformar o monstro:

de um menino mau (que quer ver a mãe e o pai mortos) a uma criança assustada.

E6 sexual muitas vezes percebe a beleza como uma característica não apenas estética, mas
como representativa de uma categoria de pessoas da qual está irremediavelmente excluída. O feio
e o mau são equivalentes. Embora dedique sua vida a demonstrar que a beleza estética não é
importante - cultivá-la é um índice de estupidez - nos esconderijos de sua psique ela é uma
qualidade inatingível. A única coisa que ele pode fazer é conquistar o belo objeto cultivando (às
vezes em segredo) a arte poética ou visual, ou tentando conquistar o outro/belo, projetando assim
no outro todas as qualidades de perfeição e dignidade. Uma vez conquistado, ele pode dizer a si
mesmo que se o outro/bonito estiver acompanhado por ele, isso significa que ele não é tão feio.

A reconquista do artístico é uma das etapas essenciais da transformação. Supere a

vergonha de ser um criador de arte. Voltar a escrever poesia, prosa, desenhar ou compor música
significa mostrar-se e expor-se, reconhecendo o seu direito de ser veículo de criatividade.

A reconquista da capacidade sedutora e erótica é uma etapa do fundamental

transformação: ser sedutor e sensual significa aproximar-se do outro e estar em contato com o
desejo, ao invés de se opor a ele (passar de seis para três). Para isso, a Gestalt-terapia, juntamente
com o movimento espontâneo, certamente são instrumentos importantes. Uma espécie de
disciplina de contato físico é muito eficaz. Pratique tocar o outro. No nível experiencial, pode ser útil
praticar algumas técnicas corporais e todos os tipos de dança em casal que envolvam contato físico
e dança juntos. A dança a dois baseia-se no movimento do outro, em senti-lo e mover-se dando-se.

Além do trabalho terapêutico focado na projeção e cujo objetivo é desmantelar

generalizações, o trabalho corporal é muito mais eficaz porque está além da conceituação
da qual o contrafóbico sempre foi especialista, pois sempre tem em mãos mais um
argumento para provar o oposto.

O nó da desconfiança ao nível relacional é muito importante no processo de transformação não

só para reconstruir uma confiança básica que abra caminho à experimentação sentimental (o social e
concreto é bastante acessível). Tomando como referência as teorias do vínculo, o contrafóbico poderia se
enquadrar no estilo inseguro/evitativo, como todo E6, mas o subtipo sexual tem um histórico de vínculo
inseguro/ambivalente. Essa combinação dificulta a reconstrução de um
bases de ligação. Ao nível relacional, o trabalho terapêutico deve envolver o seis sexual na aproximação
ao outro pelo contacto, estabelecendo claramente as fronteiras entre o contacto e o afastamento,
deixando ao mesmo tempo o livre acesso ao afastamento, ou seja, a possibilidade de se diferenciar/
separar do outro sem sentindo culpado. O contrafóbico deve aprender a sair, a separar, a construir seu
processo de diferenciação, com coragem de perder o relacionamento. A próxima fase envolve praticar a
coragem de entrar em relacionamento. Essa clareza de limites é útil para construir um alicerce de
sustentação para a fé.

A fé é uma experiência que dispensa a construção mental e sobretudo a compreensão

intelectual. Para E6 sexual, como para todos os personagens mentais, o concreto e o
pragmático são ideologias seguras que permitem o controle do mundo. A fé na auto-regulação
organísmica implica entrega e confiança de que o mundo temjustiça e beleza, e que faz parte
deste mundo. Não há mais nada a fazer, pode ficar sozinho, depor as armas e apreciar a
tranquilidade (passagem ao ponto nove do eneagrama).

Na realidade, o acesso à fé para o contrafóbico passa por viver a experiência de ser um

criatura de deus, um filho como os outros, pertencente à família suprema do todo. Se ele
consegue perceber que sua origem não éamaldiçoadoe que sua existência não depende de
quem o deu à luz ou de quem o cerca aqui e agora, ele pode então se perceber como um ser
espiritual.

Para mim, a técnica da linha do tempo reformulada pelo processo SAT foi de grande ajuda. Se
esta técnica é vivida numa pintura que não tem um sentido estritamente psicológico mas sim
existencial e espiritual, pode conduzir o seis sexual a uma experiência de pertença ao todo
fundamental. Abriu-se para mim a porta da pertença que transcende a relação interpessoal
concreta, e pude começar a sentir-me digna e bela, a abrir-me ao outro sem me questionar se
é de confiança, aproveitando, ao contrário, a oportunidade do prazer, do amor e também
carinho.

Se um contrafóbico consegue reconstruir essa experiência de si mesmo, pode contar com uma fé que
vai além do visível, desfrutar do desconhecido e recuperar sua capacidade de construir o amor.

os tres amores

Na teoria de Claudio Naranjo, E6 é um personagem predisposto à admiração do amor, ou seja, à

busca de alguém superior e confiável em quemacreditar. Depois de passar por vários testes, o
outro pode ser reconhecido como portador de qualidades que o sexo seis gostaria de ter, ou como
uma boa autoridade (contraposta à má autoridade que viveu na infância) e com a qual pode
resolver seu conflito entre entregar/confiar.

Ao contrário da conservação E6, que busca proteção no outro idealizado, o E6 sexual,

em contato com o sentimento de não ser digno, busca no outro um reconhecimento que lhe
permitasere não serexpulso.
 Nesse sentido, o seis sexual é um idealista, um sonhador, um herói de grandes batalhas e grandes
Ideias.

Esse amor o leva a desenvolver empatia e a abordar o outro com compaixão. Mas,
uma vez que carece de amor maternal (caritas), o contrafóbico pode se tornar muito protetor, mas não
quente. Para desenvolver um amor verdadeiramente compassivo, o contrafóbico deve passar pela
compreensão do outro maligno que o expulsou e pelo entendimento de seu monstro interior. Se
conseguir ver o inimigo como uma criatura sofredora, poderá reconhecer a criança interior como uma
criatura terna e, além de travar grandes batalhas por ela, começará, talvez, a abraçá-la. As crianças ficam
felizes se alguém as defende do abuso, mas se ninguém as abraça, elas podem morrer.

Para desenvolver esse nível de compreensão compassiva, o trabalho com a família interna,
conforme reformulado no Programa SAT, é muito válido. Neste programa, o trabalho sobre a família tem
uma abordagem personalizada do processo e a fase de compaixão e perdão é sustentada por uma
atitude autêntica, indispensável para o contrafóbico.

O desenvolvimento do amor materno leva a dar permissão de existir à criança instintiva e,

sobretudo, ajuda-a a ter confiança em seu instinto. Seus instintos são sabedoria, beleza, bondade. O
amor erótico é seguramente o menos desenvolvido em E6 — mesmo E6 sexual, até parece o contrário.
Poderíamos dizer com Freud que a sexualidade do contrafóbico é mais fálica do que genital. Existe um
enorme tabu do prazer erótico. Para os antifóbicos, é mais fácil ter atividade sexual impulsiva do que se
entregar aos doces prazeres das preliminares. É como se a ereção fosse mais importante do que o
orgasmo com ejaculação (e em termos metafóricos essa experiência vale também para as mulheres). O
contrafóbico é sexualmente levado a demonstrar seu poder e domínio sobre o outro (também para as
mulheres), em vez de motivado a desfrutar do outro.

A transformação está em perder-se no prazer, em entregar-se ao prazer orgástico e

extático da união com o outro: recuperar o amor erótico como experiência apaixonada e
terna de união com o todo, com o supremo.
 E6 Conservação (Autopreservação) – Calor

A conservação E6 é o oposto da social E6. Este é caloroso e ambíguo, insípido, sentimental. Não
lhe ocorre dizer que isto ou aquilo é branco ou negro. É preciso muita coragem para dizer que
algo é preto ou branco. Para ele é melhor dizer: ―ah, tem vários tipos de tons de cinza no
meio. E eu realmente não sei de que tipo de cinza estamos falando, porque a vida é muito
complexa.” E então ele pode continuar indefinidamente, sempre fazendo rodeios.

Temos uma pessoa aqui que precisa de muita proteção. Ele tem medo de não ser protegido,
medo que se manifesta como insegurança. E sua paixão característica é a necessidade de ter algo
parecido com a amizade: um pouco de calor. O que caracteriza a conservação do E6 entre os três
tipos dos seis, é justamente essa busca pelo calor. Eles são ursinhos de pelúcia. Querem sentir o
abraço de uma família, estar num lugar quentinho, num ambiente familiar onde não haja inimigos.

No contato social há uma espécie de formação de aliança de “eu não vou te machucar e
você não vai me machucar”, “eu sou seu amigo, seja meu amigo”. Freud disse que tais alianças eram
a essência da amizade, mas é claro que são apenas a essência de uma amizade neurótica: unir-se
na presença de um inimigo comum, amontoar-se diante do perigo. O fenômeno "eu apoio você e
você me apoia" é humanamente geral, mas a conservação seis faz isso constantemente, em seu
anseio por um mundo pequeno e quente.

A transformação na conservação E6 por Betina Waissman

Meu primeiro contato com o eneagrama ocorreu no Rio de Janeiro em 1985. Nessa época participava de um
grupo de crescimento com Guillermo Borja,Memorando, que todos os anos vinha do México para o Rio de
Janeiro. Foi ele quem me levou para conhecer Claudio Naranjo, seu professor, com quem fiz o curso de
Protoanálise. Aquele encontro marcou um antes e um depois na minha vida.

Nesse primeiro curso não me identifiquei com a dinâmica do Medo, mas sim com a da Gula, que
me tocou mais pelo que eu vivia então. Eu tinha 28 anos, fazia teatro de grupo como primeira atividade
profissional e vital, estava muito envolvida com meu processo de terapia e treinamento corporal
reichiano e com o trabalho corporal expressivo do sistema Rio Abierto. Também estudei e trabalhei com
Tarô e me interessei por astrologia e cabala. Meu grupo de teatro era especializado em teatro de rua e,
embora também fizéssemos teatro, o foco principal era a pesquisa de linguagem e nosso engajamento
social.

Me formei em Sociologia, pois o social sempre me importou muito, mas encontrei no teatro
meu caminho de expressão e trabalho social mais gratificante. Eu morava sozinho em um pequeno
estúdio em um bairro boêmio e longe da minha família. Ganhei dinheiro para sustentar
mesmo, mesmo tendo a ajuda dos meus pais quando precisei. Fiquei solteiro depois de terminar meu primeiro
grande caso de amor, que durou seis anos morando em casas separadas.

Dos 20 aos 28 anos rompi com os padrões e expectativas da minha família. eu senti
idealista, me sentia me libertando e descobrindo a vida, gostava de viajar sozinha, me vestir
fora do convencional, era vegetariana e me cuidava com medicina alternativa. Foi uma fase
expansiva da minha vida, que ressoou bastante com as características do eneatipo sete.

Por tudo isso me coloquei no traço da gula e durante uma boa temporada trabalhar nessa
perspectiva foi muito enriquecedor. Aprendi a ter um estilo de vida mais aberto e me aproximei de
algo que buscava: ser mais livre. Entendi o valor de se olhar de outros pontos de vista, e também a
importância de se aprofundar sem se apegar, deixando finalmente aparecer o central. Com o
tempo, percebi que não era a gula que me impedia de crescer, não era essa a minha principal
defesa e mecanismo. Tive dificuldade em ver o medo como a questão neurótica central.

Medo e busca por calor

Viver com medo veio naturalmente para mim: não o via como um impedimento ou como
algo problemático. Desde criança me sentia tímida, insegura, mas não percebia o medo
como um problema e o normalizava. Embora a timidez e a insegurança me afastassem um
pouco, sempre tive um amigo mais corajoso e extrovertido do que eu, e essa cumplicidade
me impulsionou para frente. Talvez por isso não tenha registrado que o medo poderia me
impedir de viver o que eu queria viver. Minha mãe, sua família e amigos eram da
Argentina, e lá passávamos nossas férias anualmente. Estudei em uma escola americana
onde frequentavam crianças de vários países. Aprendi idiomas, viajei e conheci pessoas de
outros lugares. Tudo isso me deu uma certa facilidade de relacionamento social, embora
em grupo eu fosse sempre retraído e quieto.

Essa forma de se relacionar, tão comum na sexta conservação, reconheço desde criança: sempre tive
algum vínculo estreito, de intimidade e confiança, com o qual me sentia seguro, e a partir daí pude me
relacionar mais amplamente com o grupo . A busca pelo aconchego como estratégia continua atuando até
hoje, quando chego sozinha em um novo grupo: costumo ficar um pouco à margem e naturalmente localizo
alguém para me aproximar. Não costumo ficar muito tempo em ambientes ou situações em que não consigo
gerar algum sentimento de cumplicidade e apoio, alguma proteção caseira e calorosa. Quando o faço, relaxo,
a tensão interna diminui e consigo aproveitar o grupo.

Na infância fui vista como uma boa menina, bondosa, amorosa, calma, obediente. Eu nunca dei guerra.
― Doce,‖ era assim que meu pai me chamava. Acho que ele tinha uma aparência
contente, dócil e adaptável. A minha mãe diz que desde bebé não lhe deu trabalho: dormia
bem, comia sem problemas, sorria. Foi tão fácil e tão bom... Não me lembro de ser
especialmente alegre mas sim suave e colaborativo, com boa disposição e bom humor,
características típicas dos seis conservacionistas.
 Meus pais eram jovens - minha mãe me teve com meus anos - e eles tinham uma vida social
muito ativa, então eles me confiaram cuidadores durante toda a minha infância. Lembro-me de amar
muito minha primeira babá. Ela me contou histórias sobre monstros e seres fantásticos que me
fascinaram, mas também me impressionaram. Sonhei com essas criaturas e costumava ter pesadelos e
delírios quando tinha febre.

O próximo cuidador me marcou profundamente. Aconteceu entre as idades de três e seis

anos. Eu era uma alemã muito cruel que me batia muito, me ameaçava e me torturava fisicamente
e com a palavra. Ele estava sempre atrás de mim, olhando-me com frieza e extrema severidade,
dizendo-me que fazia tudo para o meu bem, pois estava me educando. Fiquei totalmente
apavorada, e eu, a mais velha de duas irmãs - a terceira nasceu neste período e a quarta ainda não
havia nascido - vivia em um ambiente de medo, alerta e silêncio. Meus pais não podiam saber de
nada porque senão ela ia se vingar de mim. Também não queria que soubessem o que estava
acontecendo, pois poderiam se assustar, sofrer ou se desiludir, e preferi não lhes causar problemas.
Cheguei a pensar que a cuidadora podia bater na minha mãe, como ela batia em mim.

Fui uma criança que nunca falava do negativo, não contava o que me machucava, não
reclamava e não pedia o que precisava. Fiz ou respondi ao que me pediram, ao que devia ou ao
que esperavam de mim. Olhando minhas fotos dessa época, acho meu olhar triste, diferente
do que eu tinha antes dos três anos de idade. Nessa fase passei a ter uma alergia contínua nas
pernas que durou até meus 20 anos.

Aos poucos fui deixando de identificar o que estava acontecendo comigo e não sabia o que dizer
quando me perguntavam sobre mim. Não que eu soubesse e escondesse ou ocultasse, mas diluí o
conflituoso, suprimi-o internamente, deixando-me em branco, desconectado. Transmitia ingenuidade e
uma aparência de que estava tudo bem, e eu mesmo acreditei. Todo o doloroso e difícil da minha
infância foi escondido, minimizado, não compartilhei com ninguém, não considerei a possibilidade de
nomeá-lo até que depois fui fazer terapia. Do ponto de vista do eneagrama, entendi que foi assim que
meu caráter de conservação seis se cristalizou.

Aguentei os maus tratos da cuidadora sem dizer nada até a véspera de uma viagem de
meus pais, após a qual as três irmãs ficariam sozinhas com ela por um mês. Embora eu já tivesse
me visto naquela circunstância, eu já tinha seis anos, me senti mais forte ou mais desesperada e
tive uma explosão de lágrimas, presa do pavor, e revelei o abuso aos meus pais. Não contei os
detalhes das barbaridades a que a cuidadora me sujeitou, mas elas ficaram muito assustadas,
cancelaram a viagem e a expulsaram. Algum tempo depois, ela veio nos visitar e quis me
cumprimentar, me pediu um beijo e eu dei a ela, timidamente e com medo. A mesma coisa
aconteceu algumas vezes no parque em que eu ia brincar. Não me lembro de sentir raiva, apenas
medo.

Também não me lembro de expressar raiva na infância, e as únicas brigas que guardo na memória
foram bem inocentes, um pouco depois, com meu primo da Argentina. Além disso, eu me senti muito mal
Quando eu tinharuimpensamentos em relação às pessoas ou quandomonstrosapareceu em minha mente e
em meus pesadelos: assumi a culpa e o medo do castigo.

Fiquei muito arisco. Qualquer ruído, uma mudança de luz, uma sombra poderia desencadear
meu medo. Ele vivia como se a realidade fosse sempre povoada de seres invisíveis e ameaçadores. Esses
seres e Deus cuidaram de mim e até examinaram o que eu pensava e sentia; eles estariam sempre
atentos para me punir, porque seriaeducacional, pelo meu bem.

Cresci sendo uma boa aluna, uma boa filha, uma boa amiga, e na escola consegui fazer
amizade também com os mais barulhentos e rebeldes. Talvez porque eu fosse colaborativo e leal e
porque gostasse do artístico e do trabalho em equipe. Nunca fui líder mas ajudava nos grupos e
eles contavam comigo, oferecia apoio.

Na transição da puberdade para a adolescência comecei a perceber minha angústia. E descobrir

que eu tinha dificuldade com o relacionamento com os meninos. Eles me assustavam, eu me sentia
desajeitada, tímida, ficava vermelha, não sabia conversar nem me divertir, aí preferi não sair com eles.
Refugiei-me no meu grupo de amigos e quando começaram a namorar rapazes, percebi a minha timidez
e medo da intimidade. Lembro-me de querer ser mais aberto e franco do que antes, mas quando eles se
aproximavam, eu me retraía.

Ambigüidade, contradições e culpa

Os adultos ao meu redor diziam de mim que eu transmitia equilíbrio, serenidade, paz, tranquilidade. Isso me
incomodava, porque por dentro eu sentia o contrário: parecia apertada, tensa, reprimida, um pouco
atormentada, angustiada. O que eles me contaram era tão diferente do que eu sentia ou vivia! Convivi com
diferentes realidades e estas só se unificam no meu silêncio e na minha resistência. Tudo isso ajudou a
confirmar uma característica dos seis conservacionistas: a sensação de que cabeça e coração estavam
separados, e que o instinto desconhecido e ameaçador está associado a monstros, ao mal.

Comecei a engordar e isso me fez sofrer mais. Eu tinha muito medo de raiva, agressão,
provocação, confronto, como é típico desse subtipo. Retraía, retraía, encolhia, mas também
não queria ser visto como covarde. Ela me mostrou ser pacífica e conciliadora.

Eu tinha fantasias de ter um monstro que pudesse invadir e que um dia eu fosse descoberto, que o
feio e o mau aparecessem dentro de mim e depois decepcionassem, decepcionassem as pessoas. Ser vista tão
diferente do que eu sentia internamente me fez sentir falsa, mentirosa e culpada. Era como um fantasma que
poderia aparecer a qualquer momento e revelar o mal que eu tinha dentro de mim.

Esse foi um dos temas que me levou a me colocar inicialmente no eneatipo sete quando fiz
o curso de Eneagrama I (como era então chamado) com o Cláudio. Quando eu ouvi a palavrafraude
em relação ao E7, associei a essa sensação familiar de sentir dentro algo diferente do que eles viam
de fora: eu tinha medo de ser uma fraude. Nunca pensei que estivesse preparado ou capaz, mas
parecia gerar essa expectativa nos outros.
 Senti muita ambiguidade: uma parte de mim procurava ir para a frente, fui atraída pela expressão,
liberdade, coragem. Outra parte era pura insegurança, impotência: não saber como me posicionar, o que
dizer ou fazer diante de situações ou pessoas problemáticas ou conflituosas. Tive dificuldade em aceitar
minha dualidade, minhas contradições, como se isso em si fosse algo ruim e mentiroso, fraudulento.

Sendo a dúvida uma questão tão importante no eneatipo seis, não a reconheci como tal,
mas minha experiência foi a contradição. A integridade, sendo verdadeiro e consistente, era
fundamental para mim, assim como o medo de ferir os entes queridos, de desapontá-los, de não
corresponder. Da mente sempre tive claro que as contradições são inerentes à vida e à nossa
humanidade. Intelectualmente, é muito fácil para mim relativizar, justificar, incluir diferentes
aspectos do outro e da realidade. Mas, emocionalmente, tenho dificuldade em sair da dicotomia do
bem e do mal.

A culpa foi outra das pistas que me levaram a colocar-me no E6: foi baleado com muita
facilidade, com o consequente desconforto e medo do castigo. Quando criança, na escola, quando eles
ameaçavam toda a turma porque queriam descobrir o responsável por algo que não deveria ser feito,
eu, que nunca me meti em confusão, comecei a queimar por dentro como se eu fosse o culpado e eles
fossem para me descobrir. Quando jovem, a mesma coisa acontecia comigo quando passava por algum
posto policial, que naquela época era muito comum na minha cidade. Eu sabia que não tinha nada a
esconder, que meus papéis e minha vida estavam em ordem, mas vivia como se fosse culpado de
alguma coisa.

Da desconexão para uma maior liberdade

Teatro, expressão, movimento e trabalho corporal foram a minha salvação. Comecei a dançar desde
criança e na escola participava de tudo - teatral e artístico que se organizava, mas não me passava pela
cabeça protagonizar. Eu gostava do expressivo e do lúdico, e quando aos 18 anos me envolvi totalmente
neste mundo, comecei a me transformar.

Nesse mesmo ano, a irmã que me acompanhava morreu de leucemia. Foi uma reviravolta na minha
vida. O contato com a morte me impulsionou para a vida. Comprometi-me com tudo o que fazia e comecei a
ter uma consciência indagadora e a ver a vida como um caminho de crescimento. Acho que minha reação à
morte de minha irmã foi minha primeira grande vitória sobre o medo. Lembro-me da força, da certeza e da
coragem que senti um dia no cemitério visitando seu túmulo, chorando e dizendo que estava empenhado em
minha vida, em dar sentido à vida, em não deixar passar em branco, em não me acomodar ... Foi quando tomei
o teatro como profissão e caminho de vida. O teatro me fez sentir viva.

Alguns meses depois ingressei na Faculdade de Teatro, participei de outros cursos livres e fiz minha
primeira grande viagem ao exterior sozinha. Esta viagem aos Estados Unidos foi uma aventura para mim.
Hospedando-me em casas de amigos consegui me sentir protegida o suficiente para me deslocar sozinha e procurar
o que me interessava. Senti-me corajosa e aventureira, tive a minha primeira experiência de meditação: uma
Meditação Transcendental intensiva, algo totalmente novo para mim. Visitei escolas de teatro, vi espetáculos,
andei pelas ruas sozinha, tive minha primeira relação sexual e até uma experiência de consciência
alterada. Em suma, senti coragem e a efervescência da liberdade.

Na volta dessa viagem me juntei ao grupo de teatro que seria o centro da minha vida
pelos próximos 20 anos e busquei uma terapia menos analítica e intelectual: fiz três anos de
bioenergética e depois continuei com a terapia reichiana.

Tanto a expressão artística quanto o enquadramento clínico foram os mais curativos e

transformadores para mim. Em ambos os contextos ultrapassei o tabu de colocar para fora o que acontecia lá
dentro, o que implicava conectar-me com o meu mundo emocional, tão bloqueado pelo medo inconsciente.

Não sabia que o bloqueio que percebia na relação com minhas emoções e vida interior,
típico da conservação E6, era consequência do medo. Medo de sentir, medo da dor, medo da
intensidade. Tive a fantasia de que não suportaria a intensidade e que isso me desintegraria. E,
por outro lado, ansiava por ultrapassar a barreira que me impedia de sentir.

O que mais percebi foi minha desconexão: não sabia o que estava acontecendo comigo, não
identificava o que sentia ou se sentia algo, ficava em branco, paralisado, meio morto. Esse mecanismo de
conservação do personagem seis, de desconexão com a realidade que assusta ou incomoda, ocorre
principalmente em situações conflituosas ou dolorosas. Eu não sabia o que me afetou até algum tempo
depois. Quando finalmente acordei, me senti pior comigo mesmo porque só então percebi as coisas, seu
efeito sobre mim e o que eu poderia ter feito e não fiz.

Algo assim aconteceu em relação à doença de minha irmã, que durou dois anos até sua morte.
Senti que algo importante estava acontecendo. Eu tinha quase 1 6 anos e percebi que era sério. Mas
como não se falava em casa, também não mencionei, nem perguntei. Meus pais queriam que ela
continuasse com uma vida normal, e optaram por esconder a situação dizendo que ela tinha uma forte
anemia, pensando que assim evitaria sofrimento. Eu vivia como se nada de grave estivesse acontecendo,
embora fosse muito atencioso com minha irmã. Senti angústia, me senti um pouco congelada e comecei
a engordar. Quando ela entrou em coma e finalmente tudo foi revelado, meu coração se abriu. A emoção
jorrou, me senti viva e presente e sem medo da dor. Uma dor que me abriu para sentir como nunca
antes o amor pela minha irmã, pela minha família e pela vida. Naquele momento, entendi a tensão
interna que havia experimentado sob minha desconexão durante os dois anos anteriores. Compreender
isso, assim como vivenciar as consequências de tudo o que aconteceu então, desvendou em mim a
possibilidade de mudanças mais profundas.

Corpo, expressão e transformação

Uma mudança fundamental foi começar a perceber e dizer o que está acontecendo comigo sem passar
muito tempo. Quando estou com medo, tenho dificuldade em perceber o que vejo, sinto e penso. No
medo tudo se desvanece, como se eu estivesse numa nuvem que me confunde, me bloqueia e aí fico. Se
me deixo levar por este sentimento, o medo cresce e cada vez me bloqueio e me encolho mais, e a
distância entre a cabeça e o coração aumenta.
 No meu processo aprendi que, se eu conseguir sustentar o medo e passar por ele com
consciência, começo a ver, a perceber o que está acontecendo comigo, além do medo. O mais
transformador acontece quando consigo dizer o que sinto/penso/vejo. Tenho aprendido muito
sobre esse assunto no meu casamento, pois em casais anteriores quase não falava o que sentia,
principalmente o que não gostava. Guardei, adaptei, moldei e disse a mim mesma que o tempo
resolveria. Ele justificou tudo porque se nomeasse o conflituoso poderia piorar as coisas, perder o
outro, ser rejeitado. Tive tanto medo de me manifestar que achei melhor não dizer nada: vai passar,
vai mudar.

Ver o medo como elemento central na minha dinâmica neurótica, e não como algo natural, tem
sido decisivo e muito curador. Antes estava tão perto de mim que eu não conseguia focar nele e,
portanto, também não conseguia delimitá-lo. Como também costumo ser confiante e otimista em
relação aos outros, não me identifiquei com as descrições de paranóia e desconfiança associadas a esse
personagem. Agora, sempre que consigo nomear o medo, ele se torna mais concreto e localizado, e
depois diminui.

O que mais me ajudou na minha transformação foi prestar atenção ao corpo: identificar as
sensações físicas do medo — como me sinto quando estou com medo — e me permitir, principalmente
quando se trata daquele sentimento difuso, ambíguo, disfarçado medo que me desencaminha e me
descentra. Esse medo não parece medo e enche minha mente derazõesque me desvalorizam, enredam,
confundem e paralisam cada vez mais.

Uma das experiências especialmente curativas que tive durante um trabalho no contexto de
o Programa SAT. Consegui sentir o medo por todo o corpo, sem contê-lo ou controlá-
lo, sem julgar e sem fantasiar ou trazê-lo à mente. Pela primeira vez deixei meu corpo
tremer livre e conscientemente: tremer de medo.

Eu havia experimentado tremor e vibração em exercícios de bioenergética e terapia reichiana, mas

isso era completamente novo. Entregar-me ao medo foi uma experiência corporal intensa que me trouxe uma
enorme libertação e consequentemente uma grande sensação de vitalidade. Antes minha estratégia
inconsciente era a contenção, e a partir daí esfriava, desconectei, sequei e bloqueei. Então ele me julgou e me
culpou por isso.

Agora, quando sinto o medo em meu corpo sem evitá-lo, posso tomar decisões. Se me
permito tremer, mesmo que sutilmente, e consigo aguentar, respirar e estar ali, ocorre uma
mudança. Passo a sentir o meu corpo, a estar no corpo, e isso por si só já me tranquiliza, sinto-me
mais real. O foco muda: não é mais só tremor de pânico, é também vibração e me conecta com o
fluxo de energia do meu corpo. Sinto-me vivo e posso seguir em frente, ainda que com medo, estou
aqui e faço o que posso.
Raiva, agressividade, inocência e punição
Entrar em contato com a raiva, vivê-la, expressá-la e sustentá-la tem sido o mais curador. Quando
comecei meu processo de terapia corporal, não conseguia me conectar com a raiva. Eu sabia que era
importante, entendia, mas não conseguia viver. Fazia os exercícios clássicos da raiva: bater nas
almofadas, usar a raquete para bater, empurrar, gritar, tudo o que tinha que ser feito, mas não sentia. A
culpa e o medo eram tão inconscientes e internalizados que só consegui me acalmar e me desconectar.
A desconfiança e o descrédito em relação a si mesmo e à própria experiência, parece-me uma defesa
muito ativa na conservação do traço seis, que pode nos levar a desistir ou não dar valor a questões
importantes.

Buscar o contato com a raiva – a princípio de forma mecânica – me ajudou a me aproximar e desmistificar o
tabu em relação a essa emoção e, aos poucos, a permissão interior para vivê-la foi se abrindo.

À medida que comecei a sentir raiva, vi com mais clareza como o medo da punição era
constante e interno: a vida poderia me punir. Eu vivia a fantasia de que se alguém ficasse com raiva
ou brigasse comigo, nunca mais me amaria. Portanto, eu temia que, se me irritasse, também não
amaria mais o outro. Eu não conseguia juntar amor e raiva. Para mim, o grande aprendizado da
raiva foi no casal, no amor e na confiança. O esforço tem sido passar pelo medo de que isso acabe
ou que o amor seja retirado. Agora quando há confiança posso ficar com raiva, divergir ou ter uma
opinião diferente e o mundo não acaba. Mas se não houver confiança, ainda posso ter a tendência
de me calar, de me retirar.

Com a agressividade, o tabu também era imenso. Senti-me incapaz de me defender, sem
recursos e, portanto, com medo do mundo e da vida. Eu conhecia minha força de resistência, mas não a
força para enfrentar. Não era apenas a ideia de que o mundo é perigoso, mas que eu não saberia ou não
poderia me defender. Claudio me perguntou sobre a tendência da conservação do E6 de fazer como
alguns cachorros pequenos, que são jogados no chão de costas oferecendo o peito, barriga e partes
moles ao agressor. Acho que muitas vezes fiz isso: ser frágil, fraco, aberto e submisso para me defender
das agressões.

Há também um uso inconsciente da ingenuidade como defesa na forma de “eu não sabia” ou “eu
não sabia”, uma atitude infantil. Uma posição de fraqueza inocente. Acho que isso também tem a ver
com culpa e medo de punição. É um mecanismo que me cega e que realmente me impede de percebê-lo
no presente, portanto não posso assumir a responsabilidade e me defender no momento. Hoje, quando
estou assim, paro e me pergunto o que está acontecendo comigo, que estou com medo. Quando
percebo, algo muda, posso assumir a responsabilidade e, mesmo que doa, me reconecto com força e
confiança.

No processo compreendi que por trás de tanto medo do mal que poderiam me fazer está o
medo de me fazer mal. Quando comecei a sentir a raiva, apareceu o medo de explodir, de perder o
controle e fazer muito estrago: o monstro.
Segurança e proteção

Já ouvi muitas seis conservações nomearem a busca e a importância da segurança externa. Acho
que esse assunto se torna compulsivo porque não acreditamos que essa segurança possa ser
alcançada: um apartamento pode ser queimado, dinheiro pode ser roubado, o destino não é
seguro, nada é certo, ninguém conhece o futuro... Mesmo assim, há é uma tentativa constante de
ter certeza, de prever para o caso; tantas vezes investindo energia em criar uma segurança na qual
não acabamos de confiar. Essa tendência costuma aparecer no material, mesmo no mais cotidiano
e banal. Mais de uma vez contive a tentação de comprar dois de algo que preciso ou gosto, caso
acabe, se desgaste ou quebre. Nas minhas malas e malas sempre carrego tudo para o caso de
precisar, não gosto de pedir ou depender do outro. Existe uma satisfação em poder atender um'
própria necessidade e também a dos outros sem ter que pedir. Embora haja uma rejeição
consciente da dependência, a proteção é buscada nos vínculos. Os amigos são meu principal apoio
desde a infância, e sempre os vivi como minha família, como o que tenho de mais valioso.

Uma ideia maluca que alimenta o comportamento neurótico é: “Se eu tiver

amigos, pessoas que me amam e que eu amo, estou protegido”. meu. Por outro lado,
há falta de confiança no amor. Não achava que eles pudessem me amar de verdade,
muito menos que pudessem me proteger. A garotinha dentro de mim não entendia
por que meus pais, que me amavam tanto, não haviam me defendido dos maus tratos
do cuidador. Minha fantasia era que os amigos se esqueceriam de mim, que não me
veriam. Por isso, era importante ter muitos amigos e cuidar dos vínculos. Na maioria
das vezes era eu quem oferecia a mão, quem protegia. Como se isso garantisse uma
compensação futura, em caso de necessidade. Uma espécie de seguro de vida, que
como todos os seguros,

Tenho observado a dificuldade de cortar relações mesmo quando elas deixam feridas. Há uma
tendência a manter um relacionamento gentil com todos, como se isso pudesse afastar um perigo ou
um próximo ataque. Hoje em dia posso cortar um relacionamento com alguém que me machucou, e isso
me faz sentir mais forte.

Confiança
Outra grande mudança é perceber a certeza e a confiança internamente e não apenas depositá-la do
lado de fora. Quando consigo reconhecer minha intuição, perceber o que é real para mim sem que o
externo me confunda, me sinto conectado e seguro. Quando ouço uma voz interior que sinto como
verdadeira, mesmo que não seja perfeita, e a vida me confirma, sinto-me mais forte e consistente. Esse
voz corresponde às sensações do meu corpo: eu o localizo entre o plexo solar e o baixo ventre, num
lugar central dentro de mim.

Não se trata das vozes em minha mente, que são muitas e podem me confundir.
Quando estou inseguro e de fora sou questionado, minha mente se confunde e perco
Centro. Começo a duvidar ainda mais, a pensar que talvez haja algo que não estou vendo, que
devo considerar e que o outro pode estar certo. Isso me traz de volta a sensação de fraude, de
impotência, de não saber, de não valer ou de ser inconsistente.

Se eu ficar conectado ao meu corpo, dando crédito à minha percepção, me sinto mais completo e
posso defender meu ponto de vista. Essa experiência é outra coisa: ela me conecta com a confiança. É uma
experiência e não uma ideia. O trabalho com o Movimento Autêntico, praticando-o e difundindo-o, tem sido
fundamental nesta conquista.

Escrever sobre mim, me mostrar e permitir que esse texto seja publicado, é uma
conquista diante de outra fantasia: que me expor é perigoso e que é melhor não
aparecer. Expor-se significa estar muito focado e isso é muito perigoso, uma ideia
confirmada pela minha experiência de punição severa na infância. Essa é outra ideia
maluca: se eu aparecer, eles vão cortar minha cabeça. Não é um pensamento
consciente, é algo que quando acontece é tão rápido e automático que me invade por
completo: me queima, fico vermelha, quero fugir e sair do foco; é uma ameaça demais.
Lembro-me de ouvir da minha avó paterna, que eu amava muito e que era um modelo
para mim, um ditado judeu que dizia: melhor não se destacar muito, nem para cima
nem para baixo.

Há uma espécie de tabu a destacar, a tornar-se bem visível que parece comum às seis
conservações. Assim como a imagem infantil de um Deus severo, controlador e punidor, como
o do Antigo Testamento, com o qual devemos estar constantemente negociando, pedindo
perdão.

O percurso lúdico, expressivo e criativo, tanto artística como terapêutica e

sobretudo teatral, permitiu-me expor-me com sentido e prazer, com menos culpa e
mais liberdade.

Conhecendo a obra de Claudio Naranjo, que integra a sabedoria da compaixão

- tão central para o budismo - com sua própria herança cultural judaica, foi profundamente curador para mim. Eu não
entendia conceitualmente o significado da compaixão: para mim era uma visão muito nova, mas em sua presença eu
a sentia como um bálsamo correndo por mim internamente. Como um néctar que curou dentro do meu corpo,
minhas células, meu coração e minha mente. E continua assim.

O amor de meu marido é para mim outro milagre de cura. Aos 42 anos me mudei para a
Espanha para me casar. Com meus parceiros anteriores, eu não morava junto e mantínhamos casas e
economias separadas. Não me entreguei totalmente, temi a intimidade mesmo querendo. Eu não
confiava que eles realmente pudessem me amar e, portanto, não transigi. Ele me protegeu em meu
independênciaenquanto anseia em fantasia por um amor maravilhoso. Até a relação com meu marido,
Juan Carlos, com quem sou muito mais feliz do que poderia imaginar.
Traduzido do Inglês para o Português - www.onlinedoctranslator.com

Hoje sinto-me mais provido, mais autónomo e mais capaz de me defender, embora de vez
em quando voltem as fantasias e os medos, sobretudo em relação ao futuro. Isso me ajuda a
lembrar que tudo isso faz parte da dinâmica neurótica. Eu também continuo corando, mas menos,
e já não me importo tanto...
 Eneatipo 7 – Gula

A gula é a necessidade irreprimível de saborear tudo o que o mundo tem a oferecer. Degustar sem
digerir significa tirar do mundo apenas o que há de mais excitante e saboroso, e sobretudo rejeitar
com facilidade tudo o que faz mal ou faz mal.

O E7 evita o contato com a sensação de vazio “enchendo a boca” com experiências e estímulos
agradáveis, cultivando assim uma grande capacidade de estar sempre na superfície. O E7 acredita
preencher o vazio com uma camada ilusória composta por múltiplos comportamentos tendentes ao
deslocamento e à distração.

O prazer da busca de estímulos exige um movimento constante que impeça o E7 de sentir a

falta ou a frustração que o mundo obviamente enfrenta.

Se algo ou alguém desaparece, basta partir para outro estímulo prazeroso.

Desde a infância, o E7 desenvolve uma bagagem intelectual que lhe permite entender
como se mover com agilidade diante dos obstáculos. Essa função tem sido vivenciada nas
relações familiares, nas quais E7, na ausência física ou emocional do pai, muitas vezes se
encarregava de aliviar a dor ou a depressão da mãe.

Para os homens, isso significou um relacionamento distante — ou rejeição — do pai; para as

mulheres, por outro lado, tem sido cumprir um papel masculino, deixando de lado a dimensão
feminina (seja no aspecto erótico ou emocional).

Esta função de apoio não se traduzia, como para E1, numa assunção rígida de responsabilidades,
mas conduzia a uma necessidade compulsiva de agradar e ser reconhecido como um hábil arlequim que
se coloca ao serviço do outro sem abdicar das suas próprias vantagens.

Embora tocado pelo sentimento de culpa, ele tenta escapar distraindo a atenção de
o outro (e o seu próprio) de seus erros.

As armas que utiliza para encantar e obter o perdão e a aprovação do outro são a astúcia e
a sedução (o comodismo é sua fixação). Ele sente prazer em suas conquistas, confundindo astúcia
com inteligência. Fazer o outro cair em suas redes devolve a ele uma avaliação narcísica de si
mesmo; ele não está interessado em saber o real sentimento do outro; sua busca constante é o
sentimento de satisfação produto de suas próprias habilidades.

Liderar um relacionamento — seja sentimental ou social — significa, para E7, adotar estratégias. No
amor, na amizade ou na profissão, você sempre tem em mãos um plano B que pode resolver tanto o
sofrimento emocional quanto o peso de um compromisso.
 Assumir um compromisso, para um E7, é encontrar-se novamente imerso naquela
obrigação sutil de satisfazer as expectativas impossíveis do ambiente familiar (e também de parar).
O maior fantasma de um E7 é não conseguir escapar ou não ter saída.
 E7 Social – Sacrifício

O E7 social é o contratipo sete, no sentido de que é difícil reconhecer nele a paixão da gula,
pois ele se esforça para escondê-la com um comportamento altruísta que, de alguma forma,
deveria purificá-loda culpa de sentir uma atração pelo prazer ou em benefício próprio. Esta é
uma atracção que procura não sentir perseguindo um ideal de si e do mundo: sacrifica a sua
gula para ser melhor e para um mundo melhor onde não haja dor nem conflito.

Os sete sociais são pessoas que, aparentemente, não querem explorar os outros, não querem ser
amarrados aos seus desejos. Eles estão muitopuropessoas, muito puro. Existem alguns setes que estão muito
preocupados com sua dieta, com a fome mundial e assim por diante. A moda da Nova Era foi um viveiro dessas
sete culturas sociais.

Parece que o indivíduo teve a intuição de que esconde um porco dentro de si e disse:
“Não! Vou me definir como um porco desapegado”. Esse é o sete social.

A palavra que Ichazo usou foisacrifício. Mas é um sacrifício de gula. É um adiamento de desejos
diante de um ideal. O engano é que essas pessoas realmente têm uma grande gula em reconhecimento
ao seu sacrifício. Eles querem que os outros os vejam como muito bons.

Agora vou dar um péssimo exemplo sobre os sete sociais, pois me referirei à vida de
um verdadeiro santo, muito venerado no mundo cristão. É óbvio que estou falando de San
Francisco, que era esse tipo de pessoa.

São Francisco seguiu o tipo de conselho que William Blake deu: se vivêssemos a loucura e a
seguíssemos, ela se tornaria sabedoria. Se o homem louco e neurótico vivesse plenamente sua loucura,
tornar-se-ia um sábio. É um caminho.

Então São Francisco queria ser bom. Portanto, ele fez todas as coisas que um sete precisa para se
transformar: viveu miseravelmente, levantou pedras para consertar o santuário, beijou leprosos... Nada
poderia ser mais horrível. Então ele fez todas as coisas certas para se separar dos sete dele. Mas se
examinarmos o início da vida de São Francisco, encontraremos uma anedota muito reveladora. Junto com seus
monges, o santo construiu uma espécie de tenda para se abrigar. De repente começou a chover e São
Francisco e seus monges foram para o abrigo descansar. Mas quando chegaram encontraram um fazendeiro
com sua vaca dentro da loja. E a generosidade franciscana era dar prioridade ao camponês e à sua vaca.

Parece-me que a saúde, tanto mental como espiritual, tem a ver com amar o que o próximo lhe
pede. Mas quando você ama seu próximo mais do que a si mesmo, então você está tentando ser bom
demais. Isso é muito típico de freiras, e alguns setes sociais também podem entrar nesse tipo de
estereótipo da bondade, que consiste em tentar ser bom de acordo com um código ou um
consenso social.

Talvez os humanos de hoje sejam tentados a pensar que têm mais direitos do que uma vaca,
mas talvez estejamos errados sobre isso também: a ecologia profunda tem algo a nos dizer sobre isso.
Mas onde está o limite da bondade? Há uma espécie de gentileza por aplauso, muito típica dos sete
sociais.

A transformação no social E7 por Francisco Peñarrubia

A palavrasacrifíciocom que Claudio Naranjo tradicionalmente rotulou o subtipo social do eneatipo
sete retrata bem uma personalidade complacente e generosa, capaz de gerir projetos e mobilizar
energias para um determinado fim, ao qual pode entregar-se com grande dedicação. Isso requer
entusiasmo, idealismo e habilidade social, e de tudo isso ele costuma ter em abundância um sete
sacrificado. Tal posição perante o mundo tem muitas compensações egoístas: valorização,
reconhecimento, boa imagem, redução de conflitos e criar dívidas no outro (para que por sua vez o
trate bem), enfim gerando relações de interesse que acabam desprovidas de real significado (yo-
yú), e com tendência à superficialidade.

O caminho para a auto-realização envolve a dissolução dessa compulsão de umbom

filho, passando por duas armadilhas internas complexas e complicadas: culpa e egoísmo. A
culpa é escondida, antes projetada, culpando os outros pela falta de empenho e dedicação (a
queixa latente é: ―com o que eu fiz... e como sou injustamente respondido‖), ou
recriminando-se por ser ingênuo e delirante, por esperar tanto da raça humana.

Mas por trás de tudo isso há culpa por se interessar tanto sob a máscara do
bem, por manipular pelo entusiasmo, por delegar excessivamente em nome da
tolerância, etc. confusão entre o que é altruísmo e/ou egoísmo.

Mudar o “ser para o outro” para “ser para si” é um processo complicado: atender às
motivações mais profundas é extremamente difícil porque, ou você não as vê, ou elas parecem
“más” (interessadas). Então você tem que vesti-los com altruísmo, idealismo, dedicação e
sacrifício para torná-los aceitáveis. O caminho inverso é reconhecer o conforto, a preguiça, o
narcisismo... e depois a fome de reconhecimento e amor, tão insaciável.

A maneira saudável de um E7 social é descriminalizar o egoísmo, virar esse tabu e começar a se

amar de verdade, legitimando suas necessidades reais em vez de disfarçá-las de forma fraudulenta.
Abundam as contribuições nesse sentido, recebidas de outros E7 sociais:

― Ser mais para mim e menos para o outro. sendo maisegoístaprofundamente, sabendo o que eu
querem e precisam.” (Irene Díaz)
 ― Legitimar o 'não' próprio e alheio, sem condicioná-lo ou mercantilizá-lo...
Geralmente usamos o sacrifício para cobrir nossas carências e deficiências, para reivindicar reconhecimento e
admiração, para sermos amados (pois não sabemos amar a nós mesmos), para legitimar nossos desejos e
caprichos.‖ (Enrique de Diego)

― Sacrifício e serviço é o preço a pagar pela minha necessidade neurótica de admiração de

outros.” (Josep Micó)

― Aceitação de que ‗nada acontece', mas não num sentido superficial de falsa alegria, ou melhor,
de alegria superficial, mas na linha da confiança nos outros e, sobretudo, confiança real em mim
mesmo.” (Jaime Locutura)

― . . . quando a mente complicada se aquieta, pode-se estar em paz, aberto, ao ritmo da

os dias atuais, sem nada a provar ou a esconder.” (Katriona Munthe)

― Às vezes me sinto culpado por não estar dando o que esperam de mim, mas é como um
carga de culpa que me resta, melhor estar atento à minha responsabilidade, não virar criança
para evitar as coisas que faço. Assumir. Não é culpa, mas responsabilidade.” (Manuel González)

O que ficou para trás, o que mudou

A coisa mais notória que vem caindo é o idealismo, aquela mistura de ilusão, boas intenções, idealização
e ingenuidade que funciona como uma droga intelectual (um estimulante cognitivo) para a ação. Com
uma dose de idealismo você pode manter a energia e o esforço que todo sacrifício implica, caso
contrário, a força e a dedicação decairiam, o tempo continuaria sonhando e não fazendo. E o E7 social é
ativo, é movido por ideais que tenta captar na vida, e que, geralmente, se referem a melhorar o mundo,
seja a partir de orçamentos religiosos, sócio-políticos, terapêuticos... com um certo sentido de missão ,
não na versão mais tremenda do messianismo, mas na do visionário, aquele que é capaz de imaginar um
mundo mais livre, ou pacífico, ou saudável ou o que quer que o mova. Há neste idealismo uma
componente considerável de racionalização e ideologia, quase sempre a favor da passagem do obsoleto
para o moderno. Se algum desses credos estiver errado, ele é alterado para outro, explicando essa
mudança como evolução.

A dissolução dessa estrutura idealista é, portanto, muito difícil e ao mesmo tempo inevitável
se levarmos a sério o amadurecimento. O medo de deixar de se mover por ideais é cair na apatia,
perder o combustível que permite intervir no mundo, existir socialmente, ser reconhecido.

No fundo existe um profundo pessimismo consigo mesmo, com as pessoas e com o mundo: com
um pouco mais de confiança na vida não seria preciso tanto doutrinamento nos próprios ideais nem
tanto esforço para agradar e mobilizar os outros com esses ideais. Parte disso está sendo abandonado
em troca de uma confiança maior e mais autêntica.
 A mente de um E7 social tem algo de um adolescente permanente: provocador, esclarecido,
simplista e confortável quando a tarefa se torna muito exigente. Crescer significa literalmente
envelhecer, ser mais realista, menos subjetivo e obstinado. Mais simpático aos modelos
anteriormente vilipendiados ideologicamente.

― Mudar é enxergar com mais precisão até o que acho feio ou doloroso... Descubra o
simplicidade... Colocar em suspeita o entusiasmo excessivo...” (Katriona M.)

― Eu pareço e me sinto mais normal. Estou ciente de quesacrifícioé alcançar o meu ideal... para o
busca de reconhecimento (narcisismo), de não estabelecer limites... e também é uma compensação da parte
mais manipuladora, que deixa o outro em dívida.” (Irene D.)

― Deixei de ter fantasias de futuro perfeito, onde tudo era como eu queria.
Agora só tenho fantasias catastróficas, e outro dia entendi que são uma forma de dar vazão
aos meus medos.” (Xavier Florensa)

― Quebrando a máscara do bem, tirando minha força e meu poder... Não evite
dissonância, conflito... Deixar de querer ser o salvador ou ajudante permanente do outro, que tem suas
próprias responsabilidades e não me pede ou precisa de mim para ser o salvador.” (M. Gonzalez)

― Entendo melhor minha necessidade de ser amado, o medo de não fazer o que esperam de mim. EU
posso olhar com compaixão para a necessidade que tenho de ser valorizado pelo que faço, como se constantemente
perguntasse: 'Olha, mãe, o que eu sei fazer'. Eu posso dizer e sorrir quando isso acontece.‖ (Pep Duran)

O que um E7 social teria que entender para se transformar

Que o mundo está sem esperança. Que a raça humana é bastante abominável.

Essas crenças são auto-hipnóticas.

Que existem alguns (poucos) valores sólidos e respeitáveis: a busca da verdade e do

conhecimento, a ação correta, a compaixão… Todo o resto é questionável (ou totalmente falso)

E, com tudo isso, não caia no cinismo, aceite a dor da lucidez e honre a vida como uma brincadeira
sagrada, que não é o mesmo que sobreviver ou se adaptar.

Eu criei uma espécie de manifesto, uma declaração anti-idealista de uma renúncia um

tanto cética às ideias altruístas para poder me curar da natureza ilusória desse subtipo. Então,
vejamos outras contribuições menos iconoclastas que a minha:

― Como estar totalmente acordado e sem fazer nada. Desperto e sensivelmente vazio. Com fome
sem ficar triste. Mas evitando a armadilha de se colocar entre parênteses ("Vou atender suas necessidades
agora e pensar nas minhas depois"). O sacrifício de meio período (uma forma de adiamento ou abnegação)
idealiza o esforço intermitente. E adia o ser. Para a transformação, precisamos entender
o continuum... o presente, no aqui e agora... Que cada uma de nossas ações tenda a abrir e revelar
o desenvolvimento simples e dinâmico da vida.” (K. Munthe).

― No renascimento (SAT 3) tive uma espécie de visão de Jesus Cristo com estas palavras: ‗Tu
já sacrificado o suficiente, agora é hora de viver.'” (J. Mico)

― A fantasia de que tudo tem que ser perfeitamente divertido e que qualquer dor, por mais
pequeno, não vale a pena viver, faz você perder o sentido da vida. Você tem que entender o sentido
da vida. Você tem que entender que a felicidade não é uma ideia, é algo real, em muitas ocasiões
(quando há harmonia em casa, etc.), e que o preço que pago é ficar triste, dolorido ou com raiva
quando, nessas mesmas ocasiões, as coisas não fluem.” (X. Florensa)

― Entenda que as coisas são simples. Que não importa o quão brilhante alguém acredite, não pode
enganar a todos o tempo todo, principalmente a si mesmo. E tudo bem ser fraco ou desajeitado: pior é
ser um idiota emocional.” (J. Locutura)

― Que o mundo pode funcionar sem a sua presença. Que o que o corpo sente é real e
adequado... Que o que você deve fazer é o que a vida coloca na sua frente. E isso deve ser feito no
momento. Isso requer tempo, consciência e presença.” (P. Duran)

Dificuldades no amor

O mais difícil é reconhecer no amor as próprias limitações e as dos outros. Nem tudo é
puro e perfeito nem o contrário justifica a descrença.

O difícil é humanizar-se, ver o outro como tal e não como expressão de seus
modelos inatingíveis; tudo isso são sonhos, fantasias ideologizadas para evitar a entrega
amorosa, sem garantias ou reservas. Sinta (emocional e sensorialmente) ao invés de
pensar e imaginar o amor transcendente, aquele que te faz tocar os céus. Esse amor, como
força transformadora, existe, é uma experiência real e conhecida. O erro é não aceitar sua
gratuidade e impermanência. Querer contê-lo é condenar-se ao limbo e depois afundar no
inferno. A aspiração amorosa é a de uma paixão perpétua, mesmo negando que seja
impossível e exaustivo manter tal nível de exaltação.

A experiência da maturidade coloca as coisas em um lugar menos absoluto: o

coração é generoso e também mesquinho, o amor às vezes é incondicional e às vezes
calculista etc. lugar arrogante de se sentir melhor que seus parceiros e deesperando
resignadamente para que evoluam rumo à perfeição. Essa posição esconde uma má
opinião interna: a incompetência para amar, as limitações para confiar e se entregar.
Sem atravessar esses baldios fica difícil reconstruir a auto-estima e tornar-se mais
permeável ao amor.
 No meu trabalho uma certa emoçãoindiferençaapareceu, a princípio proibido e recriminado, mas
depois reconhecido: na realidade não é sentir menos, mas sentir-se melhor. Qualidade em vez de quantidade.
Eles movem menos coisas, mas aqueles que são genuínos tocam seu coração mais profundamente.

Quanto à admiração, mantém-se o mesmo amor venerativo por tudo o que já foi
realmente significativo. A maioria das verdadeiras apreciações sobreviveu ao processo de
desidealização. Mas acho mais caro reconhecer novas ideias, pessoas, ensinamentos. Em parte
há menos disposição e abertura, em parte a experiência é decepcionante: quase tudo parece
déjá vue geralmente perde quando comparado ao que já foi recebido e aprendido. Acontece
com professores, livros, música, artistas, etc. A perda do antigo entusiasmo deixa um certo tom
de indiferença em relação às novidades, com alegres exceções.

Nesta mesma linha dos três amores (pai-mãe-filho), apresentamos mais algumas
contribuições, seguidas de outras reflexões mais genéricas sobre o amor e os afetos:

― Em meu sentimento dos três amores vejo fraude. No amor do pai (admiração)
há competição: é um exemplo a seguir para superá-la imediatamente... com o sonho ilusório de se
tornar outro que supera os antigos limites do seu... O amor de mãe (compaixão) parece uma
torrente avassaladora de empatia, mas é um engano: passo por cima da minha solidão, escondo-a
na ilusão de 'estar nisto juntos', procurando companhia e conforto neste vale de lágrimas, mas sem
revelar os meus sentimentos, sem me deixar tocar. O amor infantil (prazer) às vezes é confundido
com indisciplina ou distração. Reconheço sentimentos de culpa ou introjeções que contaminam
minha naturalidade e controlam a fluidez, o abandono e a confiança na vida. O medo paralisa a
criatividade da criança.” (K. Munthe)

― O mais caro é estar de coração aberto... Se eu ficar paranóico, meu interior

o diálogo dispara, fico com raiva e assim evito me sentir mal. Isso fecha meu coração e me
tira do mundo.” (X. Florensa)

― No casal sempre tive um alto conceito de compromisso, fiz o

impossível cumprir o que prometi. Essa consciência de responsabilidade eu acho que é o que me
dificulta o compromisso, principalmente com uma mulher, já que vai ser para a vida toda. O que,
junto com a idealização da mulher (a certeza de que existe uma melhor) tem sido um coquetel de
difícil solução.” (J. Micó)

― A minha maior dificuldade é me entregar, me entregar. Às vezes eu sinto que a situação

de não ter amor é um castigo por não ter tomado quando tive.” (M. Gonzalez)

― Não encapsular ou esconder raiva, raiva ou feridas narcísicas, que só buscam falsas
isolamento e solidão rancorosa.” (E. de Diego)
Recomendações

Na onda geral de praticar a virtude da sobriedade, o E7 social faz bem em parar, desacelerar suas
ações, interromper a ação ansiosa e priorizar o que tem importância intrínseca.

O desenvolvimento do não-fazer como atitude psicoespiritual é o campo de experimentação

mais potente para sua transformação, pois não corresponde à passividade ou ao conforto que
arrasta todo E7, mas a um desprendimento da ação interessada, egoica, narcísica e uma
aproximação para açãoper se, ao trabalho bem feito (não no sentido de perfeccionismo mas de
impecabilidade): faça o que toca em cada momento sem exagerar e sem ficar aquém. Então muito
da atividade compulsiva deixa de fazer sentido, as coisas se simplificam e a química interior vai
transmutando o fazer pelo ser, auxiliando a experiência do ser.

A meditação é a prática por excelência para cultivar essa atitude. No meu caso, que não é
meditação estática, sou mais auxiliado pela meditação em movimento, atenção às atividades físicas/
manuais (jardinagem...) ou atividades artísticas que exigem concentração e ao mesmo tempo
liberdade interior.

Ouvir o próprio corpo é um caminho régio, assim como a prática do presente,

principalmente distanciando-se das metas e focando no processo.

Essa atitude é altamente recomendada na hora de ministrar a terapia, assim como as anteriores:
desenvolver um terapeuta mais paciente, menos salvador e mais companheiro, preciso ao invés de
opressor, mais tolerante com as fases secas; e sem mapas absolutos de saúde, despertar,
amadurecimento e muito menos sucesso terapêutico.

Aqui estão algumas contribuições a esse respeito:

― Realizar os projetos, transformá-los em obras realizadas, sofrer conscientemente

a dor da decepção quando o resultado final não condiz com a ideia original... Praticar os preceitos
da Gestalt: prepare-se, viva o presente e assuma a responsabilidade!... Como terapeuta, o trabalho
sobre o próprio caráter me ajudou a desenvolver uma atitude de ajuda e serviço ao outro, não para
ser protagonista mas testemunha discreta... com mais paciência comigo e com o mundo...
incorporando a relação como fator essencial do processo terapêutico... que ajuda a sentir a dor em
companhia, sem se sentir julgado ou consentido... com a ajuda do silêncio, da consciência corporal
e principalmente com o trabalho feito com as mãos‖ (E. de Diego)

― Meditação, estar no óbvio, no aqui e agora, como mantra para estar em contato
realidade, me ajudou muito. E trabalhar com o corpo.” (I. Díaz)

― Conecte-se com a dor de se ver com julgamento e desprezo pelos outros.‖ (J.
Mico)
 ― Ajudar o social E7 a focar sua mente de macaco e desafiá-lo... a alcançar um lugar de descanso e
quietude. Ele tem que encontrar um santuário interior... frustrando seu escapismo: ninguém pode fazer o trabalho por ele, é
a única chance que ele tem de realmente viver.‖ (K. Munthe)

― Dizer ao outro: ‗Até agora estou com você, agora vou embora, ou preciso de um tempo para mim'.
Ultimamente tenho conseguido ficar mais em casa, lendo, quietinha, e parei de andar
tanto na rua sem direção concreta.” (M. Gonzalez)

― A prática da meditação para não se perder em fantasias... saber realmente

ouvir os outros e a mim mesmo. Ser. Ria, não ironize... Preste atenção no corpo... Vá na
essência do problema e não fique na superfície... Reconhecer que não sei alguma
coisa.” (J. Locutura)

― No meu caso tenho encontrado prazer no físico, no corpo, através de atividades simples:
caminhar, cozinhar, cavar a terra, descansar... A fórmula de Cláudio tem sido mágica: “faça o que é
certo no momento”. (Pe. Duran)
 E7 Sexual – Sugestionabilidade

O sete sexual não é terreno, mas celestial. Ele não está interessado nas coisas deste mundo. É a
gula das coisas de um mundo mais elevado e avançado. O E7 sexual é o que poderíamos chamar de
sonhador. Para defini-lo, Ichazo usou a palavrasugestionabilidade, que entendo como a paixão de
imaginar algo melhor do que a realidade desolada. É a paixão de encantar a realidade, de fantasiar,
de pintar as coisas de rosa. Em outras palavras, é uma forma de idealização. Se a palavra para o E5
social é totem — totemizar é uma espécie de superidealização — aqui é mais uma idealização do
comum: o sete sexual olha para as coisas com o otimismo de quem está apaixonado. Dizem que o
amor é cego. Pode ser que o sete sexual seja cego no mesmo sentido. Ele é muito entusiasmado.

Sua paixão é sonhar, ir em direção à doçura do imaginado em vez de entrar em contato com
a realidade comum e não tão interessante. Carl Abraham, um colaborador de Freud que tinha um
olho melhor do que Freud para a descrição de personagens, falou de um personagem
completamente otimista em todos os sentidos: “Estou bem, você está bem, está tudo bem”. muito
terapêutico... para quem não é um sete. Ou, dito de outra forma: a vida virtuosa é boa para quem
não é freira.

A transformação no E7 sexual de Enrique Villatoro

Aspectos que ficam para trás no processo terapêutico

Pensar.

Hoje sinto mais desconfiança no pensamento racional e mais credibilidade na sensação e no

instinto. Eu não ouço tanto o fluxo intelectual, o que torna mais fácil para mim silenciar aquele
ruído mental interno de multipossibilidades, planos, oportunidades, ideias excitantes e assim por
diante. Esse silêncio interno também se manifesta em maior silêncio externo, em menos falar. Ficou
para trás para andar no mato conversando, se empolgando com a própria fala. Agora há mais
precisão e capacidade de usar melhor a linguagem, tanto nas palavras exatas quanto na
estruturação do discurso, e posso especificar com mais precisão o que quero expressar. Não tenho
tanta necessidade de exteriorizar essas ideias e possibilidades maravilhosas que surgem na mente
porque você mesmo não acredita nelas: elas são menos importantes,

Acontece de forma semelhante com o planejamento constante. Há menos antecipação do

futuro, menos histórias da leiteira e mais contacto com a realidade, tanto interna, com o que se
sente, como externa, com o que se passa: é um estar mais no aqui agora. Sinto mais desconfiança
no improviso ou numa força divina que tudo resolve, que vejo como fuga e fuga,
o que implica mais e melhor preparação das coisas, e uma realização por si mesmo, com aceitação
do que acontece. Há menos necessidade de estratégias antecipatórias.

Nesta mesma linha de desconfiança do próprio raciocínio, o apego a idealizações,

fantasias e sugestões diminuiu. É mais fácil reconhecer e desmantelar as fantasias,
diferenciando-as da realidade. Há mais realismo, um ser mais terreno, mais enraizado e ainda
mais primitivo e instintivo. Levo a vida mais a sério, com mais responsabilidade, compromisso
e menos evitação, e encaro-a de forma mais adulta e madura.

Ando perdendo aquele ponto de humor de tudo, de ironizar qualquer coisa e em qualquer ocasião.
Não manifesta exclusivamente o aspecto palhaço, despreocupado, como se não afetasse nada, mas pode
parecer sério para os outros. Internamente, é como se fosse mais chato, menos engraçado e interessante
porque tem menos piadas. Mas, como no intelectual, énão é mais engraçado para mim.

Sentir.

Há uma sensibilidade mais generalizada, as emoções estão mais à flor da pele desde a tristeza, a raiva, a dor, a raiva,
à alegria, à satisfação, ao contentamento... É um sentimento aparentemente menos intenso mas mais verdadeiro,
mais autêntico.

Você poderia compará-lo a tirar os óculos cor-de-rosa para ver as cores escuras, ou seja,
perceber e suportar mais dor, frustração, desânimo e tudo mais.desagradável sensações sem ter
que manipular sua própria percepção da realidade. A insatisfação e o que não agrada são sentidos
e manifestados de forma cada vez mais clara e direta. Há menos autoengano, falsidade e
manipulação. Por outro lado, aparece mais transparência consigo mesmo e com os outros na
expressão dos sentimentos (agradáveis ou desagradáveis), dizendo o que quer ou não quer, de
modo que a imagem denada acontece, de ser bem crônico com cara de palhaço feliz e envolto em
ironia e aparente alegria, diminui. Nesse sentido, surge uma faceta de mais reclamação que chega
inclusive a poder se mostrar como rabugento e protestante. Fica para trás buscar a aceitação, a
valorização, o reconhecimento à custa da falsificação e da manipulação com a sedução, a boa cara e
a não expressão do que dói ou não gosta. Com essa maior integridade e transparência nas
divergências, a rebelião é diminuída na forma de agressão passiva, boicote e resistência oculta,
ironia ofensiva e assim por diante. Há mais honestidade a esse respeito.

Tantas inquietações e ansiedades ficam para trás. Havia um estado permanente de alerta e
ativação, sem saber o quanto era uma forma defensiva ou o quanto era uma forma oportunista e
egoísta, possivelmente ambos. Em geral, não há mais tanta sensação de estar ameaçado ou de que a
vida é como uma selva em que sobreviver é um esforço excessivo, possível apenas para os mais
experientes. Esta diminuição da angústia interior tem a ver com uma maior consciência e ligação com o
medo, com as dificuldades e limitações. Antes eu vivia um superdimensionamento da crença de poder
com tudo que, na verdade, escondia tão pouco o sentimento e o desconforto que isso causava.
Conduta.

Em primeiro lugar, há uma diminuição considerável no movimento físico. Isso implica maior
estabilidade ao conseguir ficar mais tempo parado, sem se mexer, no mesmo lugar e com a
mesma atividade. Por um lado, já não há tantas frentes ou atividades simultâneas e, por outro,
não há tanto sentido de provisório na vida, no sentido de que um dia chegará aquele futuro
idílico e promissor em que tudo será tranquilidade , paz e felicidade. Torne-se consciente de
que este momento já existe, aqui e agora.

Há um ser mais tranquilo, mais equilibrado, como se antes, interna e externamente,

havia constantemente uma vibração e salto de um lugar para outro devido à falta de consistência,
solidez e firmeza. Transformação tem a ver com descobrir um lugar interno onde você pode parar,
onde há paz e tranquilidade e, simplesmente, nada precisa ser feito. Além disso, essa diminuição da
agitação, oscilação crônica, permite canalizar a atividade e facilita maior concentração e
centramento. Há uma maior capacidade de focar no que é feito a cada momento. No concreto, isso
se manifesta no fato de que, aparentemente, menos coisas são feitas, mas, ao contrário, há mais
disciplina e as que são feitas são concluídas. Há menos frentes abertas e mais autodomínio em
poder fazer uma coisa de cada vez, não como antes, quando se acreditava que podíamos fazer
várias ao mesmo tempo.

O mundo deixou de ser um grande mercado de ocasiões extraordinárias que devem ser
aproveitadas, onde, quanto mais você pega, mais você tem e desfruta. Embora tenha causado
muita empolgação e entusiasmo pelo grande número de cenários que se abriram, o custo
emocional foi alto pela dispersão e ansiedade que causa pela dificuldade de não poder estar em
todos os cenários ao mesmo tempo e ter abrir mão de algo. Diante dessa dispersão pelas
multipossibilidades e pela quantidade de experiências, surge o concreto, a rotina, a disciplina, a
austeridade, valorizando as situações de maior qualidade e profundidade.

Agora, o grande e tentador mundo externo foi reduzido a um reino menor: casa,
trabalho, família, alguns relacionamentos, espiritualidade e pouco mais. O foco da atenção é
direcionado mais para dentro do que para fora. De olhar e priorizar o externo, o público, o
fora, passou a valorizar o interno, o pessoal, menos espetacular e luminoso por fora, mas mais
próprio, mais íntimo, simples e profundo. Há uma mudança na regra de medir, valorizando
mais o que se tem do que o que falta ou vai fazer falta. Causa mais desconforto a perda do que
já tem para abrir mão do possível, por mais interessante que pareça. É um mais conservador.
Como diz o ditado, “melhor um pássaro na mão do que cem voando”.

De certa forma, não se trata apenas de conseguir sustentar o próprio desejo, o impulso, o gatilho
que desencadeou a voracidade, mas também esse mesmo desejo se concentrou em outros interesses. A
emoção produzida pelo consumo de muitas experiências transformou-se na tranquilidade de saborear
menos experiências mas com mais profundidade. O oportunismo foi reduzido em
descobrindo que o que realmente me atraiu foi a emoção de tudo novo. Não é que antes era
preciso mais, mas que foi pior digerido, simplesmente porque não deu tempo de fazer a
digestão. Agora, embora seja menos quantidade, chega mais ao fundo, aprofunda e aproveita
mais.

A mudança também tem a ver com agir sem tantas expectativas e sem colocar tanto
entusiasmo na ação ou autossugestão que o que vai ser feito será tão emocionante e
espetacular; exige-se uma autoconfiança diante dessa busca de intensidade e daextra em tudo,
além de manter um nível menor de ativação, de excitação. Na verdade, trata-se de sustentar a
monotonia, a rotina, o costume. Aquele futuro promissor que se vende já não é credível.
Automaticamente, mais atenção é dada ao real, ao presente. O sete sexual age como quem
chega em uma confeitaria e pede de tudo um pouco para experimentar de tudo, e até come
misturando os diversos sabores. Assim, as nuances não se distinguem, e a satisfação consiste
apenas em ter tentado de tudo, em não ter perdido nada. Agora gosto de comer um único bolo
inteiro e saboreá-lo. Em suma, sinto-me mais satisfeito.

Novos traços e características que aparecem no personagem

A seguir apresentarei com mais detalhes uma série de novidades e aspectos que surgiram neste
processo de amadurecimento psicoespiritual. A ordem de apresentação não significa que sigam uma
certa hierarquia, mas que constituem diferentes frentes e caminhos de desenvolvimento e evolução
simultâneos e paralelos desse processo de amadurecimento.

Um dos aspetos mais marcantes tem sido a descoberta do silêncio, entendido como
diminuição do ruído interno, diminuição da interação com o mundo exterior e um trabalho de
atenção e filtragem das perceções.

Por um lado, esta diminuição do ruído permite-me acalmar a constante e permanente

efervescência e efervescência mental, até atingir um ponto de centramento em que a mente está mais
recolhida em si mesma. Dessa forma, é possível ficar menos preso a estímulos externos, menos tentado
a bicar o que o mundo oferece. Hoje tenho mais controle de minhas próprias percepções e da direção
que o foco de atenção toma. Embora os sentidos estejam abertos, vendo, ouvindo, sentindo, e a mente
percebe isso, ela não vai atrás de tais percepções.

Nesse lugar interno de silêncio, além de poder se tornar independente e se desprender dos
ruídos externos (não só auditivos, mas de qualquer tipo de estímulo), não são gerados novos ruídos
internos (pensamentos, fantasias, estratégias). Claro, tudo isso tem a ver com falar menos, tanto de
palavras para fora como também em termos do próprio discurso interior: literalmente, pensar menos.

Também abre um espaço de maior escuta do que está ali. Em vez de ser tão ativo na captação de
estímulos sensoriais ou na apreensão de conceitos e ideias, há uma maior receptividade; procurar dá
lugar a simplesmente encontrar. No simples fato de parar de tentar alcançar
algo, desaparece muito do esforço e, conseqüentemente, a excitação e a ansiedade que obscurecem a
própria percepção da realidade. Quanto menos você fizer e menos reagir, mais as coisas fluem. É um
tanto paradoxal no sentido de que se sai do “eu”, mas, ao contrário, se encontra mais a si mesmo. Um
auto menos protagonista, menos ápice, mas mais aberto, tranquilo, amplo e livre. É como se alguém
tivesse saído do primeiro plano do palco da experiência, onde tentou controlar e dirigir tudo, para agora
dar uma espécie de passo atrás e se colocar em um segundo plano, mais como espectador, deixando a
vida fluir sem tanta intervenção manipuladora e interessada. Dessa retirada do protagonismo surge uma
espécie de sexto sentido, de intuição que orienta e direciona para onde a energia está e se movimenta a
cada momento. Também favorece a contemplação e facilita uma maior liberdade de movimento. A partir
daí, quase qualquer atividade ou sensação se torna uma forma de conexão e contato consigo mesmo.

Outro aspecto digno de nota é a quietude. De uma forma muito simples, a quietude se
assemelha a ter descoberto um lugar íntimo onde você pode parar, ficar sem fazer nada e descansar.
Surge uma sensação de tranquilidade generalizada, como se as rotações do motor tivessem diminuído.
Há menos atividade, tanto de pensamentos e sensações quanto no nível do corpo. É uma consciência da
emoção extra, do esforço que estava sendo feito na vida sem um objetivo específico e do desgaste que
isso acarretava: quanto mais você corria, mais demorava para chegar não sei onde.

Quietude é ter descoberto aquele lugar onde você pode descansar a cabeça, descansar e
relaxar quase indefinidamente, porque tudo tem uma importância e transcendência relativas. Essa
quietude decorre da diminuição de tanto processo analítico, julgamento e contaminações mentais
do bem/mal, adequado ou não adequado, e assim por diante. Já não existem tantos extremos, tudo
tem um lugar e você não precisa se preocupar tanto. Reduz a dualidade e a divisão entre o agente e
a ação. Aquele que constantemente observa, pergunta e questiona está mais desfocado; assim, a
atividade muda e a própria ação ocupa toda a consciência. Em última análise, há uma maior
aceitação do que está acontecendo em cada momento. É um certo pasotismo que, ao contrário da
indulgência, não é evitativo, mas se conecta com algo semelhante a uminteiro está bem,nada está
faltando,nada tem que ser feito, e a um sentimento completo, pleno e satisfeito no aqui e agora.

Com essa relativização da realidade, em que não importa tanto o que é a percepção em
si, mas como e de onde ela é percebida, reduz-se o apego e a necessidade de alcançar,
alcançar, resolver ou esclarecer qualquer coisa. Da mesma forma, a voracidade muda e não é
mais tão agressiva ou selvagem. Claro que o impulso e a vontade de engolir continuam, mas
podem ser sustentados com mais facilidade, colocando-se no centro de si, onde tudo se torna
mais relativo, relaxado e com menos pretensões. A estrada ficou mais espaçosa e com menos
referências.

Este processo e experiência de deixar-se levar por este novo olfacto tem a ver, precisamente,
com estar puramente no presente, aberto e fundido com o que acontece. E assim este presente torna-se
maior, abre-se enormemente, como se entrasse numa outra dimensão muito subtil.
Traduzido do Inglês para o Português - www.onlinedoctranslator.com

Embora possa ser percebido, é impossível descrevê-lo porque no ato de tentar essa abertura é
interrompida e o eu volta para o primeiro plano. No instante, nenhuma avaliação da experiência
pode ser feita, o presente não pode ser apreendido.

Essa quietude não é forçada, rígida ou congelada, mas fluida: o movimento é reconhecido a partir do
repouso. Ao andar de bicicleta, a estabilidade e o equilíbrio são alcançados com o próprio movimento, e tentar
ficar totalmente parado é quando você cai. O fluxo de ideias e percepções não desvia a atenção da quietude,
mas aumenta com o reconhecimento dos próprios pensamentos. Se você tentar congelar a consciência e a
atenção, eles serão bloqueados, se você deixá-los oscilar livremente com uma consciência observadora, eles se
estabilizarão por conta própria.

Um terceiro aspecto neste processo de amadurecimento é a simplicidade, simplicidade,

austeridade, no sentido de não complicar tanto, de tornar a vida mais fácil, mais concreta,
menos complexa e com menos ramificações desnecessárias. Trata-se de se posicionar em um
lugar mais concentrado e recolhido, no qual o foco da atenção não seja tão aberto nem tão
ativo. Como se o radar de busca permanente estivesse desligado e não mais perscrutasse
persistentemente o horizonte das experiências. Fisicamente, seria fechar um pouco os olhos,
os ouvidos e o resto dos sentidos, fechar até a musculatura interna do raciocínio, do pensar. Os
sentidos, o mundo, a vida tornam-se mais sóbrios, não tanto porque há menos quantidade
mas porque há menos voracidade e apego a essa aparente abundância. Esse distanciamento
perceptivo não é uma retirada do isolamento, tentaçõesque atraem e incitam a cair, enfim,
naquilo que não é tão prioritário.

Essa simplicidade também envolve tirar emoção, enfeites e fogos de artifício das coisas. A
experiência em particular e a vida em geral são menos transcendentais e espetaculares do que se pensa.
Isso reduz aquela tentativa constante de injetar uma excitação e sugestão extra para tornar a
experiência mais interessante ou valiosa do que realmente é. O volume da vida é reduzido. Torna-se mais
natural, mais espontâneo, menos previdente e antecipatório com o que pode acontecer. Ele deixa de
planejar ou montar estratégias de sucesso permanentemente antes de qualquer evento.

Finalmente, simplicidade também é estar um pouco além da consciência dividida. Cada vez,
os diferentes aspectos da vida são menos fragmentados e separados: família, trabalho, pessoas,
espiritualidade. Existe um funcionamento mais holístico e global entre as diferentes áreas.

O próximo aspecto a destacar na transformação é o de uma orientação para a espiritualidade e,

principalmente, um despertar para a devoção, entendendo-a como uma entrega a algo e a todo guia
maior que um, que se encarrega de níveis superiores, com a proteção, segurança, ordem e descanso que
isso implica. O sentimento é semelhante à entrega de uma criança, mas ao contrário da criança
caprichosa que espera ser entregue, entrega-se por tranquilidade e confiança filial de que há alguém
que sabe o que fazer em cada momento; isso permite que a criança se solte e seja puramente criança,
sem ter que se sobrecarregar com papéis ou responsabilidades que não
não corresponde a ele. É uma sensação de estar pleno, protegido e, novamente, em um lugar interno e
externo onde você pode descansar. Da mesma forma, este lugar facilita ser mais honesto, mais
responsável e, paradoxalmente, mais adulto. Com essa dedicação, aceitação e abertura para algo
superior, o posicionamento na vida torna-se mais claro e permite fazer o que corresponde com mais
empenho, envolvimento e presença.

Paralelamente à devoção, surgem a humildade e a compaixão. Por um lado, implica

olhar mais para o outro, vê-lo, levá-lo em conta, perceber que o outro também tem suas
necessidades, sofrimentos, interesses. Perceba que eles são outro eu. Por outro lado, tem a ver
com ser menos centrado em si mesmo, menos interessado em si mesmo, menos caprichoso,
menos criança, e poder valorizar e sentir-se mais satisfeito com o que existe: ser menos
rentável e oportunista na tomada em levar em conta os interesses dos outros e não pensar
unilateralmente nos próprios. Dito de outra forma, a humildade e a compaixão têm a ver com
estar mais consciente do narcisismo e seu aliado, o picaresco. Devemos perceber o quão difícil
é para nós colocar o outro em primeiro lugar, ceder, ou simplesmente ver e levar em conta os
outros,

A mudança vem do reconhecimento e aprofundamento do que está por trás dessa busca pela grandeza,
por interesse, para lucrar para si mesmo. Por um lado, existe a sensação de se sentir pequeno, inseguro
e, até certo ponto, em condições inferiores. Por outro lado, há uma grande desconfiança de que a
autoridade seja justa e proporcione segurança e proteção. Com tal forma de pensar, parecia mais
confiável tornar-se a própria referência, a própria autoridade, com um interessado senso de justiça,
segurança e autoproteção. Um E7 tem sua mente programada para sobrevivência e astúcia. Quase em
qualquer oportunidade, surge o pensamento e o plano de como obter algo de benefício.

O antídoto é o compromisso consigo mesmo e com o que se quer e deseja, é se dar permissão
para ser transparente e honesto, expressando com mais clareza o que se quer ou o que te incomoda.
Você pode expressar as demandas mais claras e também suportar mais a frustração do próprio desejo e
falta. Essa honestidade e transparência consigo mesmo e com o mundo é o antídoto contra a rebelião e a
conspiração oculta.

Paradoxalmente, não há tanto interesse pelas relações sociais, pelas pessoas, pelos
contatos. Com o processo psicoespiritual, surge uma maior consciência do aspecto antissocial do
E7. Agora tenho mais vontade de estar comigo ou com os meus, e não tanto de descobrir quem é
mais estranho. O que antes era uma dolorosa solidão que se traduzia em abandono,
marginalização, rejeição e medo, agora é segurança, conforto, descanso. O facto de gozar de maior
honestidade, transparência e franqueza na expressão dos desejos e necessidades liberta de ter de
aparecer, de ter boa aparência, o que facilita poder entrar e sair do contacto com os outros.

O sentimento geral é de amadurecimento, de se tornar mais adulto, sério, sensato e criterioso.

Pare de se sentir uma criança dependente do mundo para assumir as obrigações e tarefas,
tornar-se mais presente e competente no mundo, e entender a responsabilidade não como um fardo ou um
peso, mas como uma liberdade de poder escolher e decidir por si mesmo.

No meu processo, passei de me sentir bloqueado por medo de rejeição, para não ser adequado, para
não saber exatamente como me comportar (como se houvesse um jeito certo, um estar à altura da tarefa, em
um determinado nível que você está não tenho certeza de conseguir) a confiar mais em mim e me dar mais
credibilidade, sem tanto julgamento invalidador e neutralizador, sem tanta dúvida ou medo.

Isso representa uma libertação em um nível muito essencial que tem a ver com dar a si
mesmo permissão para ser como é, sem crítica, sem julgamento, com aceitação sem esforço. É uma
permissão genuína que nasce sem dúvida: você não precisa escolher nada. Não há escolha entre
melhor ou pior, certo ou errado, a permissão começa antes do próprio dilema. A ação surge como
uma mola que simplesmente brota sem se perguntar se é melhor fluir para a esquerda ou para a
direita.

A maturidade implica maior resistência à dor e à frustração. Em vez de parar para sentir a falta, a
armadilha típica do E7 sexual é que a frustração de não ter algo seja substituída por uma fantasia cor-de-
rosa que satisfaz de forma substitutiva. Tal é a insistência mental comlógico argumentos que sustentam
a fantasia de que, de antemão, você começa a gostar. Isso significa um desligamento da sensação de
desconforto causada pela falta: a ilusão é construída para não assumi-la, e também perde
progressivamente a consciência da realidade, a ponto de, rastejando cada vez mais entre as próprias
mentiras, o sete sexual torna-se incapaz de distinguir a fantasia da realidade.

A interrupção desse ciclo evitativo é alcançada quando o impulso do próprio desejo é

sustentado sem necessariamente acioná-lo, tanto em seu aspecto de atração pelo novo e
estimulante quanto na evitação do desagradável, da frustração, do doloroso. Paciência,
serenidade, temperamento cresceram. Poder sustentar o anseio e o desejo com maior
tolerância, calma e fortaleza, e não se deixar alterar tão facilmente por circunstâncias externas,
é um dos grandes frutos. A solidez se manifesta na estabilidade interna e na perseverança
externa. É como se a força de vontade tivesse sido revigorada e fortalecida. Há mais diligência,
disciplina, determinação, a ponto de conseguir se manter na rotina, no repetitivo, no chato e
relutante.

A forma de entrar nessa parada interna, nesse repouso e tranquilidade, consiste na conexão
e descoberta do corpo como outro lugar de si para estar. Isso começa saindo da sua cabeça,
deixando de ser cognitivo o tempo todo. Para fazer isso, você tem que se tornar dono do seu
próprio desejo, ser capaz de segurar o desejo, o apetite, o desejo. No início, foi especialmente difícil
sustentar o impulso de sempre ter que genitalizar e sexualizar as relações, principalmente com
mulheres, que sempre busquei como elemento de excitação, novidade, ativação, e também de
reconhecimento, validação e assim por diante. Após esta melhor gestão do desejo sexual, vem a
domesticação da tentação perante outros estímulos diversos, por
exemplo, com drogas e estados alterados de consciência, ou com o desejo consumista e doce de
qualquer tipo de experiências que possam produzir excitação, entusiasmo e novidade, e que
também costumam ser usadas pelos setes para evitar sensações desagradáveis. Por fim, serve para
poder sustentar a atração neurótica de ir sempre atrás dos próprios pensamentos, sensações e
percepções. E esse é um aspecto muito sutil do processo.

Intuições sobre o estado de autorrealização

Um dos principais temas da transformação psicoespiritual é deixar de olhar para o céu como
uma fuga da terra, ou seja, tornar-se mais realista, mais terreno e até visceral. Essa maior
objetividade implica em menor defesa cognitiva na forma de sugestão, fantasia, ilusão e,
conseqüentemente, menos manipulação e autoengano, tanto para si quanto para os outros.
Não há tanta cabeça, tanta racionalidade, e há mais coração, mais emoção.

Pensamento e planejamento são concretizados e sistematizados, são mais reais e menos

cósmicos. O esforço e as energias são concentrados de forma mais metódica, com maior diligência,
perseverança e determinação. Esta maior presença e envolvimento no que se faz permite-nos usar a
estratégia e a programação como procura de maior empenho e não como evitação, fuga ou
oportunismo. Para isso, é útil confiar que a felicidade está em trabalhar no momento presente e se
obtém passo a passo e pouco a pouco, não de repente ou avidamente.

Nesse sentido, honestidade e transparência são fundamentais. Por um lado, com maior
contacto e consciência daquilo que sente, quer e necessita em cada momento e, por outro, com
maior autoconfiança e integridade em o mostrar e governar a partir dele, expressando tanto o que
não gosta e gratidão e reconhecimento aos Outros. Isso implica ser mais confrontador, direto e
claro, em vez de se mover pela retaguarda, do oculto, do manipulador, do boicote ou da rebeldia
típica do E7. Teria a ver com assumir-se como autoridade e tornar-se responsável pela própria vida.
Ou seja, desenvolver mais seriedade, comprometimento e presença não só perante os outros, mas,
principalmente, perante si mesmo, perante as próprias sensações, desejos, objetivos.

Ajuda nesse caminho poder segurar e olhar para a dor, a frustração e as sensações
desagradáveis. Esteja mais em contato com suas próprias insatisfações, valorizando o que você tem.
Busque mais satisfação no real, na qualidade e profundidade da vida do que na quantidade e variedade.
Confie mais no que a vida traz em vez de passar do medo e pavor à carência, à insatisfação e, a partir
dessa confiança, abrir mão da estratégia preventiva. Também ajuda a gerar uma sólida autoconfiança
interna, contando com os próprios recursos e reconhecendo as limitações, ao invés de apelar para a falsa
tranquilidade e descomprometimento de confiar no improviso e que as coisas se resolverão por si
mesmas, o que ainda é um comportamento evitativo.

Serve para estar na vida com maior tranqüilidade, simplicidade, singeleza e até ingenuidade, ao
contrário do bagunçado, turvo, ramificado e enrolado que há em um sete sexual. É conveniente procurar
mais espaços sem preencher nada, mais tempo de inatividade sem exteriores ou
atividade interna. Claro, isso significa mais silêncio, menos palavras e mais escuta. O objetivo é
viver sem evitar nada que surja ou apareça, sem fugir para um futuro idílico tão típico desse
personagem planejador.

A espiritualidade de um sete sexual transformado não é tão fantástica ou ideal, mas mais
prática e materializada em fatos e ações concretas. Por exemplo, é possível desenvolver
generosidade, colaborações e tarefas mais altruístas e altruístas, bem como maior dedicação
devocional e compaixão baseada em realmente ver o outro por si mesmo, não como forma de
engordar o ego de “como eu sou bom” .

Nesse processo, um senso de humor e otimismo mais aberto e limpo, menos irônico, escapista e
ofensivo, entendido não como mais um mecanismo de defesa e agressão, mas como uma forma de
distanciamento e leveza diante da vida, foi despertado em mim. É uma capacidade de gozar e de fazer
gozar com um otimismo contagiante a partir da transparência e da honestidade.

Não é que o ego e a neurose tenham deixado de fazer as suas, mas suas travessuras e
escapadelas são cada vez menos irritantes, porque o personagem é menos indomável. Como aqueles
cachorros que tem uma coleira bem comprida, com um mecanismo que permite ao dono dar um puxão
a qualquer momento para pegar a corda e fazer o cachorro vir. Dependendo da situação, a coleira é mais
longa ou mais curta, mas o cachorro sempre é governado. Observo um distanciamento e distanciamento
dos impulsos e hábitos neuróticos, mas não da repressão e sim da consciência de sua existência. Às
vezes, também tenho a capacidade de aproveitá-los como sementes para desenvolver mais consciência e
atenção. Não se trata, portanto, de evitar nada, mas de integrar e gerir melhor o que está aí.

Sugestões para o trabalho terapêutico com um sete sexual

Do ponto de vista terapêutico, os E7 em geral – e os sexuais em particular – costumam

vir à terapia ou por causa de uma crise aguda da qual não conseguem escapar, ou por
curiosidade, para experimentar um novo brinquedo de ilusão e fantasia. Em caso de
atendimento de uma crise, superados os primeiros sintomas mais dolorosos, é fácil
para o sete sair do processo iludindo-se com a convicção de se julgar melhor do que
realmente é e se contentando com um curativo em vez de um -cura em profundidade.
No caso de frequentar a terapia por curiosidade, passada a excitação e a ilusão inicial,
juntamente com o facto de começar a tocar em questões mais dolorosas, facilitarão a
fuga para outras questões mais motivadoras e menos angustiantes. Por isso,

Portanto, uma das primeiras dicas para os terapeutas que atendem setes sexuais não é outra
senão fazê-los notar a importância de criar um clima favorável para o desenvolvimento da perseverança,
paciência e comprometimento com a terapia para que o processo se desenvolva. A partir daí, pode ser
útil recontratar periodicamente sessões em pacotes de um determinado número. Isso permitirá, por um
lado, realizar mini-processos com sua devida integração e fechamento. Sobre
por outro lado, zelaremos para que o processo não seja interrompido repentinamente com fuga de fuga
ou rebelião, e deixaremos a porta aberta para que, se desejar, possa retomar o processo em outro
momento. Com isso, daremos a você espaço e flexibilidade suficientes para que você possa entrar e sair
com certas margens de liberdade.

Também é muito útil para gerar um pouco de sua própria curiosidade. Deixe você com um pouco
de fome de uma sessão para a outra. Desta forma, aproveitaremos a sua própria gula, insinuando ou
mostrando-lhes que existe um lugar melhor do que aquele que habitam psicologicamente e que podem
conseguir algo mais essencial do que aquilo que vivem.

Antes de um E7 sexual é necessário, de fato, encontrar o meio termo entre um quadro

terapêutico claro, conciso e firme, e uma certa suavidade, delicadeza e amplitude para
favorecer sua confiança. Se lhe forem impostos limites muito fortes e rígidos, ele interromperá
a terapia; se os limites forem muito brandos, ela tenderá a invadir o espaço do terapeuta e
escapar do processo. É importante encontrar o equilíbrio para não invadir, para respeitar a
terapia e não confundir o terapeuta com um amigo; ao mesmo tempo, também é preciso que
você sinta um clima de tranquilidade, alento e confiança, para que vá entrando aos poucos e
consiga se abrir e se deixar cair na dor. Tudo isso significará um cabo de guerra constante em
que você terá que ser lembrado dos limites durante quase todo o tratamento. Será um
processo de confronto contínuo mas muito delicado, uma luta suave com muito acolhimento e
proteção para quando começar a cair. Será preciso dar-lhe espaço para que se mostre sem
arrastar o terapeuta, seduzi-lo e iludi-lo com suas confusões. Será algo como deixá-los
acreditar que têm o poder. Esse dar e receber, com certeza, desgasta muito o terapeuta, pois o
E7 sexual vai colocar os limites que marcamos para testar constantemente.

O desafio é o lado intelectual, a racionalização como mecanismo de defesa. Você tem que se
distanciar o suficiente para não ser fisgado por seus jogos, armadilhas e filigranas mentais. Tem que
colocar tudo na peneira para tentar diferenciar o rolo da experiência, a manipulação da autenticidade, a
fantasia da realidade. Trata-se do sete sexual aprendendo pouco a pouco a ficar em silêncio e a se ouvir a
partir de outros níveis. Nesse sentido, o trabalho corporal costuma funcionar muito bem para silenciar o
ruído mental contínuo.

É preciso captar sua confiança a partir da capacidade de acolher sua dor, sua
sensibilidade e fragilidade. Custa-nos transmitir segurança, tranquilidade e alento para
que vão até onde podem, comunicar-lhes que é melhor um pouco, desde que seja
genuíno, do que querer avançar muito com falsidade. Devemos apoiar a autenticidade
genuína, a honestidade e a transparência. Vamos ajudá-los a entrar em contato com o
sentimento do que não tiveram, do que lhes faltou, baixando-os da fantasia de ter tudo e
facilitando seu contato com a dor.

Essa entrada na dor — a descida ao fosso — costuma ser um momento muito

delicado do processo. Tem a ver com lembrar e chorar pelo passado, pela infância. É um
consciência da auto-ilusão em que foram imersos e do tempo que perderam. É uma consciência de
vulnerabilidade, insegurança, medo, sentimento de abandono e solidão. Nesse momento, você vai
precisar de muito acolhimento, compreensão, incentivo e esperança de que o caminho é continuar por
aí. Nesse ponto a resistência pode aparecer na forma de atrasos e faltas até que, diretamente, ele escapa
para não voltar. Por isso, é importante ter desenvolvido previamente um vínculo sólido e genuíno
baseado na confiança. Nessa hora é importante enraizá-la, no sentido de que ela encontra suportes
internos diferentes da razão: a terapia será um lugar interno (e externo) onde ela pode parar, depositar.
De qualquer forma, os estados depressivos são um sinal de que o processo está avançando.

Finalmente, deve-se notar que é necessário não perder uma das manipulações de um
sete. À medida que vão se envolvendo e ganhando a confiança do terapeuta, é preciso
denunciá-los cada vez com mais rigor. Não importa que ele acredite estar no controle da
terapia, desde que não a use para agredir ou fugir com expressão de rebeldia. Nesse caso,
será preciso desvendar progressivamente esse jogo, desvendá-lo, para que cada vez se
expresse uma honestidade maior no campo terapêutico.

Basta acrescentar que, como recurso eficaz, pode ser útil usar seu mesmo mecanismo:
o senso de humor e a ironia, levando em conta que é uma área que os sete geralmente
manejam muito bem.
 E7 Conservação (Autopreservação) – Família

Geralmente é mais fácil reconhecer um sete sexual ou social do que um sete de conservação. Para
se referir a ele, Ichazo usou a frase "o guardião do castelo". Ele também usa a palavra “castelo” para
as cinco conservação – eu preferi usar a palavra refúgio, covil. Mas qual é o significado da frase "o
guardião do castelo"?

A conservação E7 é a pessoa que faz alianças.Famíliapoderia ser uma palavra alternativa. Mas
não no verdadeiro sentido do termo, cheio de conotações positivas. A palavra família descreve um
aspecto da vida. Mas, no vocabulário especializado sobre o ego, existe uma espécie de jogo familiar que
pode ser jogado. Nela, os sete conservacionistas constroem relações com as pessoas a partir de ideias
como: “Eu serei uma família para você e exijo que você seja uma família para mim”, “vamos nos reunir, eu
vou servir você e você vai me servir”, „juntos, podemos criar uma boa máfia juntos“...

Abandonei a palavra contrabando porque esse tipo de comportamento pode levar à astúcia. É um
claro partidarismo. Há um elemento de corrupção muito presente nele. O interesse próprio, o egoísmo, está
por trás dessa aliança, mesmo que pareça ser negado. Naturalmente, toda forma de ego depende de uma
mentira que faz parecer que não existe. É por isso que a confissão é tão boa, tão interessante para o trabalho
da consciência — principalmente quando a confissão é pública, porque é assim que a pessoa percebe que
pode continuar com tudo, permanecer a mesma.

Então o conservacionista E7 é o oportunista, a pessoa que tem que achar vantagens, para lucrar.
É como se pairasse sobre ele uma ameaça à conservação que deveria ser compensada. Portanto, a gula,
nesse caso, se expressa como uma preocupação excessiva em sair dessa ameaça à conservação fazendo
bons negócios e negociando em todas as oportunidades.

Um amigo meu foi dentista durante parte de sua vida. Ele parecia ser gentil, amigável,
pessoa falante. Alguns gostam muito da profissão de dentista porque mantêm a boca um do outro
fechada o tempo todo, para que possam falar e falar o quanto quiserem. Certamente você
conheceu dentistas muito falantes. Eles podem não perceber - a inconsciência prega peças. E é
típico dos sete grupos de conservação gostarem de fazer algo com as mãos, algo útil para os
outros. Eles são práticos.

Falando e falando, o sete conservação logo descobre as fraquezas do outro. “Vi

que você comprou um carro novo, como vai?”, diz o dentista, “Bem, é um carro
excelente, estou muito feliz com ele” – responde o paciente – “mas infelizmente tenho
que venda‖. „Ah, bom‟ – o dentista aproveita – „então eu compro para você!”

Parece que com os sete conservacionistas não há conversa que não leve a negócios. Você
faz negócios instantâneos porque sua mente está tão alerta à oportunidade que você nunca
saudades. Sua posição é a de quem pensa que se você não estiver alerta, se não ficar com o nariz em
contato com o vento para capturar as oportunidades, você será um perdedor.

A transformação na conservação E7 por Albert Rams

As páginas seguintes contêm várias citações do autor que vêm de seu texto “Biografia do
personagem” (1996). O restante das citações entre aspas correspondem às pessoas identificadas
com a conservação do eneatipo sete que tiveram a gentileza de colaborar neste relatório, que
preferiram permanecer anônimas e a quem Albert Rams agradece profundamente por suas
contribuições.

O que é deixado para trás

Parece que o que fica no processo é essencialmente uma espécie de ansiedade, um estado de
nervosismo, de agitação indefinida que por vezes se manifesta como “ganância, impaciência,
vontade de comer tudo”, como diz uma conservação de E7; outros, como „um pensamento que
sustenta que sempre posso focar tudo do positivo; a vontade de estar rodeada de pessoas que me
anestesia e me permite não ter consciência de mim mesma, viver adormecida, num sonho”, afirma
uma mulher com o mesmo traço. É também, segundo outro, „a sensação de uma vida fictícia, como
se vivida fora de mim. Quando jovem, costumava defini-lo como se fosse um filme; Foi rápido,
engraçado, era o protagonista mas eu não me reconhecia por dentro: eu me reconhecia
dissociado‖. Às vezes é „[fantasia, ] entendendo assim o fato de trocar a realidade pelo que é
inventado (claro, inconscientemente), chegando mesmo a defender o que é inventado como
realidade‖, segundo outra conservação E7. Outras vezes, isso se traduz em “sempre se safar; gastar
tanta energia controlando tudo, gerenciando tudo e não sendo notado.”

No meu caso pessoal, resumi assim:

„Até pouco tempo atrás eu achava que tinha nascido com seis quilos e no tempo normal.
Mais tarde descobri que na realidade os quilos não eram exatamente seis, mas 5.800, e que o
motivo era que eu havia nascido após dez meses de gravidez. Acredito que três dos principais
elementos da constituição do meu caráter estão contidos nessa anedota: o senso de decepção (e a
consciência difusa do autoengano), a compulsão retroativa ao útero (onde parece que passei um
mês longo demais ) e a fantasia de grandeza.

Esse estado costuma ser acompanhado de “vícios de álcool, drogas e outros excessos que também me
convidam a anestesiar”.

As sete conservações parecem ter, então, um self constituído como uma espécie de eu-
tu interessadamente erotizado pela mãe, no caso dos homens, e pelo pai, no caso das
mulheres. No primeiro caso, o pai não ocupa o papel paterno porque está sujeito à mãe, por
excesso de autoritarismo ou porque é percebido como fraco; então não há boa lei. A norma, os
limites, não são confiáveis. No caso das mulheres, parece haver um pai-não-pai,
um pai que não deixa suficientemente claro que sua esposa é a mãe e não a filha (que geralmente é
a filhinha do papai).

O paraíso, o falso paraíso, parece truncado, quebrado (separação, abandono,

trauma...), e a gente fica com a ideia de que foi mentira... Aí é tudo mentira... Posso fazer o
que eu quiser porque não tem lei: vale tudo. No meu caso:

― Aos treze anos fiz uma viagem a França que me marcou profundamente. passei um mês em
a casa de um velho vizinho de rua, cujos pais, imigrantes espanhóis, odiavam os espanhóis e carregaram
sobre mim, suponho, todo o ressentimento acumulado por anos de sofrimento e esforço. Para mim, foi o
primeiro golpe forte de que me lembro. A imagem que eu tinha de mim e do mundo desabou.

Em primeiro lugar, eu era menor que meu amigo em uma idade em que as diferenças são
bastante significativas. Além disso, eu era gordo, então as meninas não gostavam de mim, tinha que
falar uma língua que não conhecia e praticar atividades como velejar ou andar a cavalo, que eram
totalmente novas para mim. Senti muito ridículo, muita vergonha, muita solidão e, hoje eu sei, acumulei
muito ressentimento contra o mundo e contra minha família por ter me mandado para lá. Também é
verdade que fiquei muito mais esperto, e muito do que aprendi lá me foi muito útil na vida... Mas acho
que engoli demais sem mastigar e fiquei artificialmente sozinho sem perceber.

Acontece que esse menino brilhante e aparentemente querido era uma bola de sebo
desajeitada. Que o mundo que eu conhecia era apenas um dos mundos possíveis, e tudo o que era fácil
para mim tornou-se terrivelmente difícil ou quase impossível. Acontece que aquela criança tão elogiada
porque era muito comportada, dizia sempre que sim, tirava boas notas, não se metia em muitas
pegadinhas... e muito particularmente comia de tudo e muito (que era o summum na balança dos
valores familiares da época); Acontece que aquele não era o único eu que me habitava. E naquela época,
isso significava que não era eu, já que eu só poderia ser um. Então era lógico concluir que alguém havia
me enganado, que as coisas não batiam. Lembro-me que ele escrevia diariamente aos meus pais e em
nenhum dos postais consegui dizer-lhes como estava a correr mal ou, claro, peça para eles virem me
buscar. Ele estava em estado de choque e não foi capaz de perceber isso. Tampouco consegui desfazer a
fantasia que antes de irmos para a França havíamos feito em família: que tudo seria maravilhoso e muito
emocionante, claro: mais uma vez, rosas”.

Assim, a vida vai ser dedicada à busca e restauração desse estado paradisíaco
primordial, essa família-máfia em que os sete conservadores ocupam um lugar de tácito
privilégio.

Uma das evidências do processo é que “desaparece a forma de construir famílias para se sentir
vivo; Continuo com eles, mas agora me permito ter minha própria família de verdade.

Da mesma forma, a fuga – muitas vezes inconsciente – do disfórico, da solidão,

do desagradável, do vazio, do tédio, do pouco que fica: „o desejo de
constantemente experimentar coisas novas para evitar o tédio e preencher meu tempo”, afirma uma
conservação sete; não mexer em emoções desagradáveis, sensação de já porque a vida acabou,
impaciência, necessidade de que tudo fique bem permanentemente; “O barulho excessivo em minha
vida”, acrescenta outro conservacionista; “Acreditar que sou tão bom e generoso, que ajudo tanto,
acreditar que todos dependem de mim, ao invés de eu depender deles”, conclui outro.

O que emerge no processo de transformação

Quando se descobre a mentira do muito, aparece o pouco, o silêncio, a bondade da escassez; a

liberdade de não precisar tanto quanto se dizia. A calma, a serenidade (relativa, é claro), não ter que
correr para lugar nenhum porque você já alcançou aquele lugar específico que está aprendendo a
apreciar como bom o suficiente.

Outra mudança importante consiste na distinção entre desejo e necessidade — fundamental —,

que se confundia desde o início. Consideramos a nós mesmos e aos outros nossos próprios desejos
como necessidades. E, na realidade, pouco precisamos mesmo, embora muito se possa desejar.

Ajuda a sair da ditadura do “este sim, este não, imperativamente” e também a

desenvolver uma maior flexibilidade: ficar no “...ou não”. Ajuda não ter que discriminar a priori
entre o supostamente eufórico e o supostamente disfórico; pare de se apegar ao primeiro e
fugir assustadoramente (e secretamente) do segundo. Acesso à tristeza, vazio, raiva sem
justificativa, ao sentir a própria maldade.

Aqui estão algumas maneiras concretas de dizer isso:

― Questionar-me, ser crítico, deixa-me só, liga-me à realidade; Ser

concreto, serenidade, andar devagar e curtir me relaxa. Quanto mais insignificantes forem as
coisas, melhor. Por exemplo, sinto um grande prazer em separar o lixo para reciclagem, colocando-
o nos lugares certos e sentindo-me responsável e solidário. A rotina me dá paz, sabendo que, se eu
quiser, posso fugir dela.”

― Quando me permito sentir as experiências em profundidade, sinto-me extasiado e

feliz, positivo com os benefícios que o cosmos me oferece.

― É emergente, serenidade. A consciência de 'isso é o que é'. E eu gosto disso. Antes, isso
foi mais difícil para mim permanecer nas coisas como estão.

― [Aparece] a necessidade de estar mais comigo, a necessidade de estar verdadeiramente presente e conectado

com o que sinto, e a sensação de que basta, de que está tudo bem com o que existe. Eu também
tento seguir o princípio budista de que 'se você não está feliz agora, agora, você nunca será'. E me
apoio nisso como a única verdade que existe, porque passei minha vida perseguindo uma felicidade
fantasiosa que sempre estava por vir: pensei que a próxima coisa sempre seria melhor do que a
que tenho agora.
De que adianta transformar
Minha impressão geral é que o que mais ajuda é poder conhecer alguém (um terapeuta, um
professor, às vezes um amigo) que combine saber dizer “não” claramente e que possa fornecer
apoio na queda. ―Não‖, então, aos jogos, armadilhas, manipulações... Essa pessoa será uma
parede contra a qual se esbarrar e também uma companhia amorosa, às vezes silenciosa, sempre
próxima no colapso, que permite a descoberta do que foi evitado, tornando-o possível para mim
sem experimentá-lo como uma catástrofe: silêncio, solidão, nada, tristeza, raiva, maldade...

Aqui está mais uma passagem da minha biografia:

― No verão de 1988, fiz meu primeiro curso do programa SAT e acabou sendo o
início de uma longa crise que duraria até o verão de 1993: a crise que depois vi se repetir de maneiras
diferentes em muitas pessoas quando se concentram no trabalho. com personagem. Foram cinco anos
muito duros, muito intensos, durante os quais senti pelo menos duas vezes de forma muito clara a
fronteira entre estar vivo e estar morto. Ou seja, senti muito claramente o desejo de estar morto. Foram
anos em que descobri aspectos de mim que nem suspeitava, como sentir-me absolutamente tolo por
coisas em que sempre me senti capaz, ou como ver os tantos maus hospedeiros que havia dentro de
mim e as atuações agressivas que acidentalmente erros podem significar, piadas, esquecimento ou auto-
esquecimento.

Naqueles anos, o processo se tornou extremo, principalmente no SAT:

― Ali senti que alguém me quebrou e que alguém me conteve ao mesmo tempo;
que alguém me bateu e alguém me curou; esse alguém me comoveu e esse alguém me sossegou no
mais íntimo. Que tudo estava quebrando, quebrando... E lá estava ele, Memo, e eles (Paco, Antonio,
Cheriff, Juanjo...), e eles (Annie, Graciela, Use, Silvia...). E Cláudio. Durante o outono e inverno de 88-89,
pensei que estava ficando louco. Visto a partir de agora (janeiro de 1993), acho que o pensamento
mágico disparou pela minha cabeça, a angústia disparou pelo meu coração e a paralisia disparou pelo
meu corpo. Fiquei paranóico e entrei no pânico mais terrível que senti desde os quatorze anos [...]. Eu,
Alberto Rams, 'famoso terapeuta conhecido em todo o Sul da Europa', caguei de medo. Lembro que ele
nem conseguiu ligar para a agência de viagens para reservar passagens. Tudo era um esforço enorme,
até a ninharia mais absoluta. Eu me sentia incapaz de escrever o menor bilhete ou carta, e qualquer
telefonema me assustava. Na verdade, eu era totalmente culpado, mas não sabia disso na época...”

O que ajuda no processo? Seguem mais depoimentos:

― Diminuir a atividade, contatar o corpo como fim e como meio para atingir a emoção. Especificamos,
dimensão. Tomar a resolução de ser pontual, no meu caso, levou-me a respeitar o outro, a
levá-lo em consideração, a vê-lo e a cuidar de mim. Ajuda a entender antes de encontrar algo
dentro de mim, confrontar, correr o risco de ser direto, de ser mesquinho. Abre o teu
olhos, ver a realidade, ver o presente sem inventar, aceitação, silêncio, solidão. Acreditar que
existe algo maior do que eu, a espiritualidade.”

― Para mim, acima de tudo, [ajuda] a segurar minhas emoções, a não fugir do que acontece com
eu, pelo que sinto (vergonha, raiva, desconforto, frustração); Ouse dizer o que está acontecendo comigo,
como me sinto, o que penso, o que quero fazer, mesmo que isso gere conflito. Por trás desse medo do
conflito sempre há dor e medo da rejeição.

― [Serve-me] para me deixar balançar e cair na dor. A solidão me ajuda a poder ser
comigo mesmo e depois me perder menos nos outros. Quanto mais paro de fugir de mim mesmo, menos negocio
com os outros. Não fique superficial, vá mais fundo. Perceba que eu uso as pessoas.

― A observação. Algo de auto-absorção (que dizia Ortega). A terapia. O

meditação. Os espaços solitários. Contemplação sem julgamento. O silêncio do campo.

O que não é útil para o processo de transformação

― Acção e mais acção, pensar, traçar estratégias, fugir, sexo e comer para fugir, deixando-me
alimentar pelo aroma da minha própria sedução. Desgastando, me esforçando demais, tentando
realizar minha fantasia. Salve o mundo permanentemente.

― Deixar-me levar pela ansiedade, fazer e fazer sem consciência, começar

muitas coisas e não terminar nada, deixando-me vencer pelo tédio, não aceitando a realidade da
vida como ela é e deixando-me levar pela ideia de que a vida pode ser cor de rosa.”

― Sempre culpo o outro e não me responsabilizo pelo meu. Vire-se para o meu caprichoso
criança interior. Evitar conflitos — como é difícil para mim enfrentá-los, principalmente quando não há
intimidade e minha imagem de boa pessoa está em perigo.”

― Eu vivi algo que me deu muita dispersão, que mais me alimentou

inconsciente e o menos autêntico. É uma espécie de permissão para tudo vale, pois tudo é
permitido. Eu precisei estabelecer meus próprios limites, mas sem dúvida isso também me ajudou a
ver os limites dos outros, do mundo cotidiano.”

― Aquele espaço, tão nutritivo para os outros, que favorece a expressão do interno,
criatividade, espontaneidade e outras facetas do indivíduo, me levaram um pouco a me perder. Não estou
dizendo que não é útil, mas é de pouca utilidade para mim. No entanto, posso trabalhar com isso facilmente.
Posso usar o mais instintivo, básico e espontâneo a favor do trabalho interno dos outros. Mas, para mim, o que
há de mais conciso, claro e simples me favorece, contra outras explosões de ser”.

Quais tarefas são favoráveis à transformação?

Mais uma vez, alguns depoimentos:

 ― As tarefas mais favoráveis são as próprias tarefas. Um processo que consiste em uma proposta
com começo e fim, e a responsabilidade de alcançá-lo, já faz sentido por si só. O trabalho através do
eneagrama tem feito muito sentido porque precisa de continuidade, acompanhamento,
atualização, revisão, consistência e, acima de tudo, autenticidade. Estou tão em conflito com o
engano, a trapaça e a complexa jornada da fraude, que faço muito sentido entender e praticar algo
sincero e autêntico, ao mesmo tempo em que me esforço seriamente.

― A meditação como contato comigo mesmo e ataque à realidade é essencial. A prática de um espaço
pelo espiritual, pelo caminho divino, acreditar e me entregar a algo mais do que eu ou meus
supostos desejos, me faz sentir uma pessoa melhor‖.

- O silêncio.‖

- Natureza.‖

- Diga não. Faça as coisas devagar. Cuide das plantas. Faça coisas onde depois não há
recompensas de qualquer tipo. Para meditar.

― É-me favorável tomar decisões e executá-las. Criação de autoprogramas e

cumpri-los (para evitar a tendência à dispersão). Comprometa-se e cumpra o compromisso. Reflita antes
de agir. Tente agir com a máxima sinceridade emocional possível. Veja os outros.

O que precisa ser entendido

Parece-me que o que nós setes conservacionistas precisamos entender é, fundamentalmente, o

respeito, que acho que foi o que perdemos na elaboração desse monstro que tudo devora porque
tudo é mentira...

E não, claro: nem tudo é mentira. Há a honra, há o que ela é em si, e não porque
serve para nada em particular...

Precisamos entender também que o limite, o não, que podemos ser saudáveis, porque não só
limita a gula, mas também porque protege. Como a fronteira, que marca um „não lá―, mas também um
„aqui sim... é minha casa... meu país”.

Alguns depoimentos dizem:

„O mundo não foi feito em dois dias nem vai acabar em três. Que sem mim também
não acaba. Nem tudo precisa ser tão intenso para estar vivo e feliz. Ajuda descobrir que existe
o pequeno, o insignificante, de dentro.”

― Que a dor, a tristeza, a solidão e o tédio não matam: fazem parte da vida e enriquecem.
Que você pode se sentir confortável com a realidade. Que nem tudo vale só para estar bem. Que sou
escravo das minhas ideias e de um eneagrama da psicologia que vou tornando cada vez maior para não
entrar em contato com o que não gosto. Que dor e amor andam juntos. Que o escudo contra a dor
só é removido com dor. Essa dor e sofrimento, a longo prazo, me aproximam das pessoas e de mim
mesmo.”

― O belo presente que é a vida. O nada como o começo e o fim de todas as coisas.

Para finalizar, resgato outro fragmento de minha biografia:

― [...] me sinto mais conciso e com menos necessidade de reconhecimento externo. O profissional
estilo que começou aparecendo como algo muito desproporcional, muito estridente e muito
berrante [...] foi ganhando requinte e calma. Ainda tenho o olfato para detectar o falso que então
brotou tão brutalmente, mas já não tenho tanta necessidade de usá-lo para me exibir. Ou,
simplesmente, dou-me a oportunidade de calá-lo na medida em que consigo distinguir o que
realmente quero naquele momento e, sobretudo, o que estou disposto a aceitar. Eu posso ser
confrontador sem ser violento. E, sobretudo, fui desenvolvendo a experiência de estar num coração
que não vivia antes, ou que não vivia assim; que se mostra profissionalmente, às vezes, como a
graça de tocar a alma das pessoas de formas cada vez mais simples. No entanto, sinto o peso dos
anos de trabalho, sinto-me menos apaixonadamente interessado nele,
 Eneatipo 8 – Luxúria

A paixão da Luxúria denota uma paixão pelo excesso, “uma paixão que busca intensidade, não apenas através
do sexo, mas em todos os tipos de estímulos: atividade, ansiedade, temperos, alta velocidade, música alta,
etc.” (C. Naranjo,“Caráter e Neurose”).

Transformou a intensidade do sofrimento na intensidade da satisfação, dos sentimentos, do

prazer e da guerra contra os abusos que sofreu.

O E8 é um personagem excessivo, o mais impulsivo dosAçãopersonagens. O consumo de

energia, a busca por estímulos intensos, a atração pela violência e pelo risco e a manifestação
efusiva do entusiasmo são expressões típicas da Luxúria.

A luxúria se manifesta através de uma tendência incontrolável para a satisfação de

impulsos e necessidades; uma busca incessante pelo prazer entendido não como entrega aos sentidos
ou como bem-estar, mas sim como uma experiência intensa que devolve ao indivíduo a sensação de
estar vivo e que pode ultrapassar a barreira da dureza e insensibilidade.

Em resumo, poderíamos dizer que sua paixão é obter satisfação e gratificação aqui e agora,
como um adolescente. O futuro não existe e o passado não é necessário.

É pragmático e concreto; você tem que resolver o problema imediatamente (eo problemaé a
sua necessidade de possuir e obter satisfação).

A ferida é uma ofensa recebida, um abuso: o E8 sente e vive com a convicção de que deve ser
imediatamente compensado. Seu estilo interpessoal é a vingança (fixação); as contas não podem ser deixadas
por fechar; quando ele realiza vingança, ele encontra satisfação novamente.

A origem dessa estrutura de caráter está em uma infância em que lhe foi negado ser
criança; não recebeu cuidados adequados tanto no nível concreto quanto no nível afetivo-
psicológico. Em casos extremos podemos encontrar abusos e maus tratos que o humilharam e
subjugaram.

Esta situação de opressão e prevaricação leva-o a cultivar no seu interior uma aspiração de
responder à violência com a mesma veemência e força, enquanto espera o dia da vingança final.

Ele é uma criança que teve que crescer rápido, que não pode se entregar à fraqueza,
ternura ou fragilidade.

Aprenda a lutar e defender a si mesmo e aos outros da injustiça. A experiência mais forte é a
atribuição de ser uma criança má.
Traduzido do Inglês para o Português - www.onlinedoctranslator.com

O sentido de justiça deriva, por vezes, de um contexto familiar em que o poder paterno
a figura paterna exerceu concretamente violência, física ou psicológica, ou abusou de seu poder,
enquanto a mãe — ou irmãos — é percebida como vítima dessa violência e como objeto de resgate.

A compulsão de restaurar o próprio poder a todo custo se manifesta claramente no relacionamento

com os outros. O sentimento de justiça também pode ser um ideal, mas é sobretudo uma forma de acertar
contas pendentes.

Desse ponto de vista, a relação de amizade é aquela em que o E8 se compromete a

defender as pessoas próximas desde que não interfiram em seu poder. Poder é manter o
domínio e o controle de seu território e das pessoas que a ele pertencem.

O E8 não tem capacidade empática. Considerando que ele não tem contato com suas emoções,
o vínculo com os outros pode ser muito forte e intenso não porque seja sensível às necessidades do
outro, mas sim porque é movido pela compulsão de defender quempertencepara ele. Por causa
dessa falta de empatia com relação ao relacionamento afetivo (sentimental ou de amizade), ele não
percebe a forma como vem subjugando seus parentes, e não se preocupa com o julgamento alheio;
ele entra em contato com a culpa com grande dificuldade.

Ele é autônomo e muitas vezes despótico e arrogante. Sua motivação não é mostrar-se
superior, mas obter a satisfação de suas necessidades.

Ele aprendeu a ser forte; seu corpo prova isso: pele grossa, musculatura sólida, bem plantada,
comportamento seguro sem revelar estado de alarme, grande resistência à dor física e psicológica.

Assim como ele não se dá permissão para sentir suas emoções, também não dá espaço para
dores físicas, descuidando até mesmo do corpo; mesmo quando sofre, encontra satisfação na
intensidade.
 E8 Social – Cumplicidade

O social E8 é uma espécie desocial antissocial. Se quisermos usar as categorias da psicologia moderna, o
oito responde à chamada personalidade antissocial: mais ou menos, uma pessoa que é contra as normas
sociais. Ou melhor, uma pessoa rebelde.

Mas um oito social é um tipo que só é explicado em termos contraditórios. É como uma
criança que se tornou violenta defendendo a mãe contra o pai. Sua violência surgiu da
solidariedade. Ele ressoou muito com a frase “trovejar diante da injustiça”.

O tema central do E8 social foi nomeado por Ichazo comoamizade. Não gosto de usar palavras
que tenham um significado universal ou que possamos associar a grandes significados para descrever
jogos específicos do ego, pois muitas vezes acabamos usando essas palavras para justificar esses
mesmos jogos. Então me sinto mais confortável com a palavracumplicidade. Tem a ver com a palavra
lealdade, como a de uma criança que se alia à mãe para enfrentar o pai e que desenvolve um forte
distanciamento do vínculo paterno, pelo que certamente se torna uma criança difícil na escola. Ele rejeita
a escola porque toda a instituição está associada a uma autoridade paterna e passa a experimentar o
distanciamento intelectual porque o intelecto também faz parte do complexo paterno. Não
surpreendentemente, a cultura patriarcal é composta de intelecto, autoridade e controle de impulsos.

Olhando para o oito social com a mente de um freudiano, o conceito de cumplicidade será
melhor compreendido. Poderíamos falar de um complexo de Édipo. Poderíamos dizer que o menino
precisa do amor da mãe e não tem esperança de encontrar o amor do pai. Portanto, conclui,
― Vou me unir a minha mãe contra meu pai, vou proteger minha mãe e vou conquistar o amor de minha
mãe.‖ Se entrarmos na psicodinâmica freudiana, podemos também acrescentar que esse mecanismo
não composto de pura lealdade, mas sim uma questão de interesse próprio.

Mas, para qualquer pessoa desse caráter, é muito difícil ir além da experiência sentida
da simples lealdade. Se perguntássemos a Karl Marx sobre a natureza de sua solidariedade
com os explorados, não creio que ele aceitaria a reprovação freudiana de que diria que
simplesmente se aliou à mãe contra o pai explorador. Ou que sua afinidade com a mãe era
edipiana e ele tinha algo a ver com sua própria necessidade de amor.

É difícil conscientizar um oito de sua necessidade de amor. Somos todos movidos pelo amor.
Cada forma de personalidade perturbada é uma alteração na maneira como agimos para encontrar o
amor. Um age muito bonito ou muito bom na escola, outro é muito perfeito em sua moralidade e assim
por diante. Em um oito, parece que a questão principal é a renúncia, o abandono do amor. Ele acha
melhor buscar o poder, o prazer, o que ele quer, ao invés de esperar pelo amor, ao invés de ficar
sentimental. Para um oito, as pessoas que procuram o amor são sentimentais. Portanto, um oito é um
personagem que se volta para o cínico, para o rude, para o duro.
 Aliás, os oitos não costumam se interessar por atividades relacionadas ao autoconhecimento, pois é
um pouco mais difícil para eles desenvolverem esse tipo de insight em sua própria vida emocional: eles têm
muita repressão do lado suave, como se tivessem tiveram que enterrar sua criança interior para poder sair
para a vida de forma armada, rumo a uma luta pela existência, vermelhos de dentes e unhas, como dizem os
darwinistas. Um oito é alguém armado até os dentes.

A transformação no social E8 de María Elena Tinoco

Eu tinha talvez quatro ou seis meses de idade. Estou olhando para mamãe, ela é muito linda, cheia de
luz; ele parece um ser celestial. Eu me sinto tão cheia em seus braços; o néctar em seus seios é tão cheio
de amor que me estremece; Eu olho para ela e me sinto em êxtase de amor por ela. Quando ela me
deixa no berço e a vejo ir embora, quase morro de dor. Acho que daqui sai aquela sensação horrível de
estar morto, de um sentimento enorme de vazio e abandono, extremamente profundo.

Decido odiá-la, mas na verdade daria minha vida para estar em seu colo; Pergunto-me: foi aqui
que senti pela primeira vez este vazio existencial que me leva a preenchê-lo pela luxúria, sem nunca o
conseguir?

Entre os dois e os três anos eu quero sair e, perto da porta, mamãe tem um fogão cheio de
carvão em brasa; ele está prestes a cozinhar alguma coisa e eu passo... mal consigo me esgueirar entre
as pernas dele. Eu perco o equilíbrio e apenas coloco minha mão aberta nas brasas ardentes. Sinto uma
dor enorme que corre pelo corpo todo, e eles me tiram de lá. Na minha mão aparece uma espécie de
balão, dói tanto que explodo contra papai e mamãe, e de alguma forma decido que eles são uns babacas
porque não sabem cuidar de mim.

A vingança aparece como companheira da minha vida. Não é uma vingança premeditada ou preparada,
é antes uma vingança escondida, agachada, como um ato próprio para quem não sabe cumprir
com suas obrigações (que foda!).

Uma adolescente também surge, assassina? Não sei onde ela estava agachada, escondida.
Usava o cabelo estilo Yoko Ono, o corpo sem forma, sentia um ódio enorme pelas mulheres e um
desprezo total pelos homens. Media um metro e 54 centímetros e pesava 38 quilos, ossos puros:
era “La Flaca”.

Era quase plano, porque meus seios e nádegas não cresciam, então eu não era muito atraente. Eu me
sentia mais homem do que mulher, embora sexualmente não me excitasse com garotas. Ela era muito ousada
nas brincadeiras e muitobrônquica.

Eu tinha um ódio doentio contra meu padrasto. À menor provocação, damos a ele alguns golpes muito
fortesmadrinhas. Meus irmãos eram mais novos do que eu, então eu disse a eles: “Se você não foder com eles, eu
vou foder com você”.

Meus amigos eram principalmente homens. Amigos, só tive um da escola; os outros eram
conhecidos, dea explosão.
 Meu desejo de continuar com o ensino médio foi impedido pela miséria em que
vivíamos; então eu tive que ir trabalhar. Eu fiz a limpeza em um spa. Saía de casa às cinco da
manhã e voltava às cinco da tarde.

Eu não sabia o que queria, não sabia quem eu era, me sentia perdida no meio de uma situação muito
difícil em casa. Eu só vivia para dar meu salário para mamãe e ficar na defensiva com meu padrasto. Minha
existência não parecia fazer sentido. Acho que foi aí que mais desenvolvi um desprezo muito grande pela
própria vida; e ao mesmo tempo reconheço que também em mim surgiu um desejo de suicídio, mas mais
como vingança, para que os outros se sintam culpados. A vontade de matar ou de que alguém morresse
também era constante.

Senti um esmagamento enorme, me doeu muito não poder largar o emprego, já que precisávamos comer;
a patroa era a mais foda e não tinha como mandar ela pra merda. É também nesta fase que mais
me sinto no meio da ambiguidade.

A família religiosa deu sentido à minha vida. Ainda assim, eu sentia fome em tempo integral.

Tornei-me missionário e, naqueles anos, era como viver plenamente para esse objetivo. Mas por
mais que eu trabalhasse e a missão fosse bem-sucedida, havia um vazio muito grande que nunca era
preenchido. Manifestava-se na luxúria desproporcional de projetos. Agora procuro me aprofundar mais
no trabalho que iniciei há 14 anos.

Hoje vejo que fui uma adolescente muito morena e desvalorizada, com um instinto muito grande de
acabar com tudo e ao mesmo tempo vivendo como a faxineira, que fala pouco e recebe demasiadas
humilhações de patrões gringos que nunca ficam contentes.

O início da busca
Quando conheci Claudio em minha vida, aparentemente tudo estava indo bem. Naquela época, vi o
Programa SAT como um caminho muito libertador para os indígenas com quem trabalhei na missão. Eu
vi isso como uma síntese da educação para a paz.

Enquanto percorria o caminho do SAT percebi como ele estava envolto em um casco maior que o de uma
tartaruga. Encontrar a minha verdade consistia em reconhecer a luxúria como uma doença que automaticamente me
arrastava para estar intensamente apegado à vida dos grupos o tempo todo, sem me reconhecer em minhas
necessidades mais profundas. Era estar acorrentado ao poder que um grupo dá, mas a que preço.

Reconhecendo meu eneatipo, o que surgiu primeiro foram osmadrinhas: a dor,

a impotência diante de situações tão dolorosas que vivi, e daí a decisão de que era
melhor defender e se vingar do quedeitar no peito.

O processo passou por assumir uma vida onde a constante estava; — Eu bato em você onde dói
mais, para que tome cuidado para não entrar no meu território.
 Surge também uma garotinha muito pequena, que tem a ideia maluca de salvar o pai e a
mãe porque eles são muito burros. São tão imprudentes que usam a força da violência para tudo.
Então essa menininha vai mostrar para eles uma violência mais fina, mais sábia, feita de menos
golpes no corpo e mais golpes no ego do outro. E dá a volta ao mundo como um mosquito morto,
fazendo o jogo do bem e sacaneando os que se aproveitam dos fracos.

É algo como: ―Eu não posso te bater ou te matar... mas eu te mato por meu desprezo interior e
movo tudo ao seu redor para que você perceba o merda que você é, e eu sempre estarei lá para te
lembrar . Essa seria a “Merda Elena” de cinco anos em mim.

Na verdade, aquela menina vale como mãe para os adultos, não tem medo deles, sua força são
aqueles que a cercam, seu grupo, a quem ela protege com a própria vida e que também manipula contra
todos aqueles considerados inimigos.

"Merda Elena" não consegue se comprometer com uma única pessoa, já que não suporta
submissão, nem quer pessoas penduradas nela. Assim diz o ditado: “O boi lambe bem”. Dirigindo
tudo do oculto, é disso que ele mais gosta. Se ela vai bem, ela pensa; ―Nossa, que chingona eu sou!
‖ Se ela errar: ―esses babacas não fazem nada certo.‖

Ciumento, fofoqueiro, mal educado, mentiroso, mandão... Tenho a intensidade de um vulcão!

―Reconheça-me!‖, é o meu grito de infância. Me reconheça! Eu sou apenas uma menina muito pequena, cheia de

necessidades, cheias de fome de ternura. Ternura escondida, escondida sob o casco de uma tartaruga.
Ternura que muitas vezes eu odiava admitir.

Escondi minha primeira necessidade: reconhecer que preciso ser amado para me amar.
Reconheço a mim mesmo, minha vergonha de ser um cachorrinho. Meu medo de rejeição e
abandono.

No fundo, minha falta de compromisso com um parceiro tem mais a ver com o medo do
abandono. A minha forma peculiar de comprometer-me com a missão da Congregação a que pertenço é,
na verdade, um caminho de busca onde, através do serviço aos outros, me encontrei, com a minha
própria realidade de anjo e demônio.

Meu maior sofrimento foi a decisão de deixar a congregação para ficar de pé e sem saber o
que eu precisava ou o que realmente queria. Era como estar na adolescência de novo: eu vivia com
muita vergonha reconhecendo como minha vida era tortuosa e complicada, e era muito difícil para
mim me ver como eu sou.

Hoje começo a caminhar com uma consciência maior, percebendo quando quero subjugar alguém ou
quando estou manipulando. E eu recuo. Isso me deixa mais livre e menos apegado aos relacionamentos e ao
trabalho em equipe, às coisas materiais ou espirituais.
O que tem mudado no processo?
Uma das maiores diferenças em relação ao passado é que agora posso me dar muito tempo para refletir. É uma
capacidade de entrar no pensamento de uma maneira nova, é olhar o ego como uma prisão, um rinoceronte de
olhos pequenos e chifre pronto para atacar quando não derem o que ele quer.

Também me descubro podendo escolher melhor em cada situação, percebendo que posso
responder do rinoceronte ou da Brisa (o novo nome que assumi em minha vida religiosa, que
significa misericórdia), sentindo com o coração e pensando o que é mais benéfico.

Afinal, isso não é automático: às vezes ando para um lado ou para o outro. eu ainda estou nisso
caminho...

Vejo-me caminhando aqui e agora com o que cada dia me dá.

Encontro-me noivo de um parceiro.

Com 80% menos ansiedade, continuo na associação civil que fundei, a Edupaz, trabalhando
em equipe e assumindo o que tenho que fazer: deixei de ser a mãe protetora. E me sinto livre.

Minha vida, eu agora a vivo comigo, de acordo com minhas necessidades. Comecei
alugando uma casa e estocando o básico. Antes, até a comida dependia do grupo.

Continuo trabalhando em grupo; o que mudou é o meu desapego.

Estou recuperando minha sexualidade, que havia perdido há alguns anos.

Sinto-me honesto comigo mesmo por me enganar um pouco menos.

O que funciona no caminho para o crescimento

Em minha trajetória tem sido especialmente útil o autoconhecimento que possibilita o SAT e reconhecer
o ego, sua magnitude, sua força doentia.

Agora sinto uma capacidade de entrar no pensamento de uma nova maneira, e posso olhar para o ego como uma
prisão, como aquele rinoceronte de olhos pequenos, com um chifre pronto para bater quando não derem o que ele quer.

Também me pego escolhendo melhor em cada situação, sabendo que posso responder pelo
rinoceronte ou pela misericórdia, sentindo com o coração e pensando no que seria mais benéfico.

Acima de tudo, tenho nas minhas mãos a responsabilidade dos meus atos, o que equivale a entrar num
espaço onde cada acontecimento que vivo é um ensinamento para mim. A sensação é de uma agradável unidade
interna.
O que ficou para trás e o que está surgindo agora?

A cegueira fica para trás. Da luxúria sempre esteve presente uma grande ansiedade que agora ficou
para trás. Nem a convido nem a evito, ela chega e dela me reconheço carente.

Deixado para trás é opatoteraou membro de gangue, como diríamos no México. Aquela menininha
tão instintiva fica para trás.

A ânsia desproporcional por projetos fica para trás: busco aprofundar o trabalho que iniciei há dez
anos. Começo a caminhar a partir de uma consciência maior, percebendo quando quero subjugar alguém ou
quando estou manipulando.

Tudo isso me deixa mais livre e menos apegado a relacionamentos, trabalho em equipe, material ou espiritual
coisas.

Agora a intensidade também surge, a diferença é a forma como eu uso.

Agora é como compartilhar essa força das necessidades que tenho como pessoa. O
compromisso concreto com o SAT para o povo indígena maia foi muito importante, tentando ter um
equilíbrio saudável entre trabalho e minha vida pessoal.

Também sou mais tolerante com a frustração e reconheço os direitos dos outros.

Entendi que se meu tormento vinha de quando eu era um bebê de dois anos, é um absurdo total
estar em um lugar como se fosse o ultra plus do universo.

Neste momento, a minha função é ocupar o meu espaço real, um espaço mais humilde, do autêntico.
Trabalho para ser mais receptivo, mais vulnerável, menos arrogante, assumindo que não posso fazer tudo,
admitindo minhas necessidades e dando espaço para elas. Entendo que os demais estão fazendo o melhor e
não sou eu que os desqualifico. Entendo minha dificuldade em reconhecer minha própria ternura e amor pelos
outros. Abro-me para trilhar um caminho com os outros, aceitando o enfrentamento necessário como parte do
processo de amadurecimento e crescimento, jogando limpo, sem trapacear.

Eu também me coloquei em um lugar diferente na minha equipe de trabalho. Procuro encorajar

cada um a ocupar seu espaço, sem ser “doña proteção”. Ao mesmo tempo, sinto-me livre de
expectativas, feliz com um projeto mais concreto, democrático e exequível.

Como eu trabalho as especificidades do meu personagem

Eu trabalho com meu personagem e pratico trabalhar com os outros. Ajudou-me muito estar no
SAT para educadores e no SAT para Indígenas Maias. É uma constante ruminação e percepção.
Acho que tenho um personagem que é ação constante e, com isso, aprendo. Não tem sido fácil.
Não encontrei outra forma de crescer senão na ação, reconhecendo meu ego, que muitas vezes
machuca a mim e aos outros.
 Eu reviso minhas ações todos os dias, apenas para perceber de onde eu estava respondendo, o que
eu disse, como interagi, quais partes eram egóicas e para onde essas ações estão me levando: para a
transformação ou para a armadilha do ego.

Se eu quero caminhar, preciso me olhar. Se não, nem tenho conhecimento das ações que
boicotam meu processo de crescimento. Estou caminhando a partir da observação, olhando com
curiosidade meu modo de proceder, ouvindo minhas falas, estudando minhas reações, contando-me
tudo como é, sem inventar.

Ajudado por amigos que se aproximam sem julgamentos, livros, teatro... E, acima de tudo,
amor.

A meditação me fez muito bem na minha vida: também foi um longo processo no início.
Há alguns anos fiquei viciado e, em vez de fazer uma hora de meditação, como o professor
indicou, me joguei até cinco horas seguidas. Isso queimou meus fusíveis, pois a certa altura
abandonei tudo, sem entender o que estava acontecendo. Agora percebo que foi o gosto pela
intensidade, preso na dureza, que nos primeiros instantes rachou. Mas ele não estava ciente
disso.

O caminho para a autoperfeição

O gosto que sinto pela intensidade é muito forte, e o caminho para mim é aprender a viver com
limites. Os colegas e colegas da Edupaz no dia a dia me ajudam muito nisso. É por sentir afeto que
travo minhas ações, principalmente quando elas têm um caráter desproporcional e lascivo. A
meditação é outro espaço que me permite focar e fazer uma pausa antes de me lançar em ações
estéreis.

No futuro, gostaria que meu processo me conduzisse à unidade e integração de minha

mente, emoção e instinto. Quero ser cada dia mais humano. É hora de confiar mais na menor parte;
Fritz Perls o chamava de “o cachorro abaixo”.

Na minha experiência, a regulação orgástica assumiu grande relevância; Foram muitos

anos vivendo sem saber o que estava acontecendo: o instinto não pedia licença e queria fazer
tudo do seu jeito.

No meu futuro vejo uma maior harmonização, unidade, autenticidade, sabedoria, liberdade, misericórdia...
São muitas palavras extremamente bonitas. Isso é o que gera olhar para o que realmente somos.

Ainda não está feito: tenho que fazer todas essas coisas momento a momento, como se fosse um desafio
constante.

Para mim, o caminho para a perfeição é ser o que sou. O ego tem seu lugar, mas não posso permitir
que ele me arraste para baixo o tempo todo. Ele é um pouco como um demônio a serviço da verdade
buscadores. Ao dar espaço ao ego, também ajuda no processo. Acho-o presente toda vez que penso que
sou iluminado ou que quero me colocar acima dos outros, esmagando-os.

Recomendações para o trabalho interno de um oito social

Embora custe muito trabalho, seria bom se o E8 social anotasse suas ações todos os dias e
visse para onde as levam. Fui muito ajudado pela biografia que o Claudio me pediu, assim
como pela terapia de grupo.

O trabalho corporal também é muito útil. Em Buenos Aires, meu primeiro terapeuta me abraçou
como um bebê e passou a hora chorando, até que pouco a pouco me levou a trabalhar com o corpo, a
recuperar a confiança no meu valor pelo que sou e não pelo que sou o que faço fazer. Perder-se em
ações de grupo e o fato de que devem ser grandes ações para nos valorizarmos e nos sentirmos
poderosos é uma grande decepção. Como um oito social, eu estava perdido na megalomania. Se eu não
focasse na concretude das ações, iria para uma fantasia selvagem. Dediquei-me a gastar muita energia
para que me reconhecessem como o porta-estandarte dos pobres; que absurdo ou . . . Dessa forma,
também alimentei meu narcisismo.

Definitivamente, o SAT e o retiro de meditação com Claudio foram uma ajuda. E também
escrevendo minha autobiografia emocional, revisando meu discurso: quem eu digo que sou? Quem sou
eu verdadeiramente? O que digo de mim na fala e o que escondo ou não reconheço?

A meditação tem sido fundamental, principalmente a meditação vipassana.

A terapia corporal ajudou-me a libertar-me e a recuperar a minha sexualidade.

Para o processo de um oito, é útil deixar um pouco as entranhas e ir para o coração,

do serviço real e desinteressado aos outros.

Serve para passar mais horas em reflexão, meditação, observação.

Terapia de grupo e retiros de silêncio são as técnicas que mais me ajudaram

Como ajudar um oito social da terapia

Tenho dificuldade em admitir que preciso de ajuda. É difícil encontrar um terapeuta em quem confiar,
pois minha sensação interna é a de ter um radar que me leva a perceber imediatamente os traços e
fraquezas ou sombras dos outros, e isso é muito foda para a terapia. Quando eu era cego, achava que o
que me incomodava era minha franqueza. E doeu-me quando me disseram que não me tinham dito a
verdade, porque tinham medo de mim. Pior ao invés de me deixar machucar, ela reagiu me deixando
furiosa. Claro, eu era do tipo que enfiava o dedo na minha bunda e não largava minha presa até que a
quebrasse. Além disso, minha consciência nem me incomodava.

Com os terapeutas, senti muita desconfiança: às vezes, sentindo-me rejeitado ou julgado, simplesmente fechava a
porta.
 Portanto, é necessário que o terapeuta seja fiel a si mesmo, seja sincero. O que mais me ajudou
nos professores do SAT é que eles me aceitam como sou. Na terapia de grupo eles me contêm, não do
discurso, mas do corpo, de me sentir aceito como sou. Sinto que os terapeutas que mais me ajudaram
são aqueles que estão mais próximos de mim do que aqueles que estão preocupados com minha
neurose

A terapia de grupo me permitiu, de dentro do grupo, me observar até que pouco a pouco eu
soltou meu lobo solitário disfarçado de ovelha. A terapeuta me acompanhou e me convidou para ficar no
meu lugar sem ter que atacar ou me defender. O reconhecimento dele foi o suficiente.

Também ajuda que o terapeuta faça referência constante às ações que o oito social
está realizando, pois é na ação que se perde. É bom focar no seu mundo de relacionamentos pessoais,
principalmente aqueles fora do grupo, pois o oito social tem muita dificuldade em se comprometer com
relacionamentos individualizados.
 E8 Sexual – Possessividade

Um oito sexual tem tendência ao distanciamento social. Ele é uma pessoa rebelde, muito mais que
o outro E8. Ele também é uma pessoa mais provocadora, que ostenta, que proclama que seus
valores são diferentes da norma. Isso ocorre com todos os oito, mas no subtipo sexual essa
tendência se torna um claro distanciamento do intelecto.

A palavra para defini-lo éposse. E eu achava que isso também tinha a ver com
posses físicas, mas depois percebi que essa paixão se limita a agarrar o outro: o oito
sexual é muito possessivo em seus relacionamentos. Essa palavra também tem a ver
com apropriar-se de toda a cena: o oito sexual sempre quer ser o centro. É sempre
fascinante. Seu poder vem de uma maior sedução, de um maior poder de fascínio, que
os diferencia estilisticamente dos demais. Os outros subtipos não possuem tantas
cores nas penas. Em relação aos outros subtipos, o sexual é mais emocional, enquanto
o conservador é pura ação e o social é o único intelectual oito.

A transformação no E8 sexual de Alice Maria Ribeiro

O texto a seguir é baseado em entrevistas com cinco alunos do Programa SAT (três mulheres e dois
homens), todos situados no eneatipo sexual oito, de diferentes profissões (açougueiro, terapeuta,
médico, policial e aposentado), e com idades entre 40 e 50 anos. Cada um deles está em um estágio
diferente de seu caminho de busca (um já dura 20 anos, outro tem apenas cinco), dentro da escola
SAT.

A impressão geral é que nenhum deles conseguia se expressar como na infância.

Não havia carinho, afeto, atenção, valorização, reconhecimento e muito menos respeito.

Apenas um dos entrevistados preferiu não falar nada sobre sua infância, mas pela sua
história de vida pode-se depreender que sofreu muito desrespeito e falta de carinho e atenção,
como os demais.

Todos eles tiveram dificuldade em escrever sobre si mesmos. Parece indisciplina, mas pode ser uma
desculpa para não se colocar nas mãos do outro e não revelar seus pontos fracos ou mostrar sua
vulnerabilidade.

Quatro delas citaram o fato de não reconhecerem a autoridade paterna ou materna.

Perderam a confiança, sentiram-se traídos e recusaram-se a ser guiados por alguém que não
lhes desse a segurança necessária. Daí a rebelião.

Todos eles quebraram as regras da sociedade, não respeitaram as leis do mundo e desrespeitaram as
leis divinas como se fossem imunes a elas.
 São todos antissociais, sentem-se excluídos e atraídos pela ilegalidade, revestindo-a de
legalidade.

A timidez também está presente, mas aparece aliada à sedução, estratégia e medo de ser
engolido pelo social. É também uma forma de esconder a marginalidade. Uma das explicações que
surgem consiste na necessidade de domínio e poder: como não gostam ou não querem se expor,
precisam saber onde estão pisando, o que é uma forma de controle. Assim, conseguem esconder
sua insegurança, sua desvalorização e seu medo de parecer fracos.

Nenhuma das mulheres concluiu a faculdade ou se interessou em desenvolver seus verdadeiros

talentos. Todos buscavam aventuras, desafios, riscos e muita adrenalina; um deles estava envolvido com
drogas. Todas são mulheres masculinizadas; nunca deram atenção à aparência, vaidade ou imagem.

Um dos homens, apesar de se considerar vaidoso, diz que essa vaidade era funcional para
a conquista do sexo oposto como forma de domínio ou prazer. E o outro entrevistado não
fez referência a imagem ou vaidade, mostrando que não dá a mínima importância a isso.

Dois dos entrevistados (uma mulher e um homem) buscaram profissões de

poder: um na polícia e outro foi policial e hoje é cirurgião.

São muito generosos quando consideram que o outro merece ajuda. Caso contrário, eles
desconsideram isso como uma forma de punição.

Todos afirmaram — unanimemente — que, por meio do trabalho pessoal intencional, descobriram
novas formas de se relacionar com o companheiro, família, trabalho e outras pessoas em geral.

A personalidade antes de iniciar o caminho de crescimento

Possessão/dedicação e sexualidade, raiva/intolerância, intensidade/excesso, histrionismo/rebeldia.

Todos os oitos sexuais buscavam vorazmente amor, sexo e prazer excessivo na vida. Era uma forma de rebelião,
como se todos tivessem sido privados de seus sonhos, de seus desejos e de sua sensibilidade. Sem dúvida, eles
poderiam desenvolver uma armadura para esconder a desvalorização

Durante a infância foram obrigados a fazer o que não queriam, foram

desrespeitados e tiveram pai ou mãe autoritário. Eles se comportavam de maneira
diferente dentro e fora de casa, porque não tinham o direito de ser como eram.

― Quando eu tinha oito anos, minha irmã se casou. Eu fiquei em casa com três irmãos
e meu pai. As três mulheres da minha vida desapareceram ao mesmo tempo e eu fiquei sozinha
com os homens e com o sentimento de medo de serem abusadas e não respeitadas; Senti-me profundamente só”, conta-
nos C.

Como criaturas, por não serem reconhecidas por sua sensibilidade e amadurecidas muito cedo,
passaram a confiar no valor que as coisas têm no mundo e a não diferenciar entre pessoas e
coisas materiais. Já adultos, hoje, compram o que a infância sonhou.

O valor dado às coisas materiais e às pessoas não visava fornecer nenhum tipo de
segurança material, mas sim obter poder sobre elas. Eles não mencionam que possuir serve para
sustento ou segurança na vida; Muito pelo contrário, os cinco vêm de famílias ricas e/ou poderosas,
ligadas à política, pecuária, construção civil, etc.

― Desde pequeno me virei para o material. As pessoas valiam o que possuíam e

não o que eles eram. Fui educado assim: totalmente focado em ter e não ser. Havia essa ideia
maluca de que tudo e todos têm um preço, não importa o quanto”, diz A.

Todos, sem exceção, eram pessoas possessivas em relacionamentos amorosos ou com amigos,
coisas e situações.

― Quando eu era pequeno tinha a nítida sensação (acho uma ideia maluca) de que o mundo começava a
trabalho quando cheguei. Tudo me pertencia”, diz G.

― Minha relação com a possessão era com todas as pessoas ao meu redor. eu queria saber
o que estava acontecendo com cada um, não queria perder o controle de nada, a não ser
influenciar com minhas palavras as coisas que o outro ia fazer”, acrescenta P.

― O mundo era meu. O que faltava eu pegava, comprava, apropriava. Ele não deu nada,
ele não deu nada. Porque ninguém era digno de receber nem o que sobrava. Não uma bota furada ou
uma meia rasgada”, confessa E.

Receber/dar está relacionado à sexualidade. Percebe-se que há moralismo nisso, que é apenas
um jogo para proteger a si mesmo e ao outro de que se apropria. Tudo por medo da traição e da perda,
como se o outro fosse um objeto. Daí a dificuldade em aceitar qualquer comportamento dionisíaco no
trato com alguém.

Os E8s sexuais controlam o parceiro dominando-o completamente, distanciando-o de

amigos e conhecidos, tornando-o dependente. Exigem fidelidade e muita coerência e ficam muito
bravos quando isso não acontece. Isso mostra uma capacidade de controle e poder sobre o outro,
como se fosse seu dono, seu mestre e responsável. Assim satisfazem ainda mais sua posse, que
alimenta a vingança, que fortalece a luxúria, criando um círculo vicioso.

― Me senti muito poderosa e muito dona de tudo. É aqui que entra a posse.
Ao querer, me sentia dono do objeto amado, principalmente do casal, que não tinha o direito de ter
uma vida diante de mim. Eu tinha que ser o centro, o foco. Eu queria tudo do outro, mas não
entregar qualquer coisa. Na relação sexual ficou muito claro: fiz o outro se entregar à minha alegria
mas não quis me entregar. Parecia que minha alma ia escapar e eu tinha medo de perdê-la”, diz C.

Em relação à sexualidade, três pessoas relataram que tiveram contato com sexo precocemente.
Descobriram muito cedo os comportamentos sexuais dos adultos e o despertar perturbado da
sexualidade tornou-se peça preponderante para o desenvolvimento do possuir e, consequentemente, da
dificuldade de se doar. Eles não tiveram orientação a esse respeito, cederam aos seus instintos e narram
que gostaram daquela sensação.

― O meu interesse pelas mulheres surgiu muito cedo, por volta dos seis ou sete anos. Rachaduras na porta
ou buracos de fechadura eram uma festa para mim. Sexo é minha base neurótica. Mas, junto com isso, vem a posse acima
de todas as coisas”, narra G.

― Comecei a me interessar por meninos quando tinha dez anos. Mandaram-me para um internato
escola no Rio de Janeiro e só voltei a ver meus pais seis meses depois”, acrescenta A.

Quanto às outras áreas, não há moralismo. Pelo contrário, foram violadas as normas e não
foram respeitadas as leis, a ética, a moral ou os bons costumes, que foram atropelados quando quiseram
obter o que desejavam: oitos sexuais são amorais.

― Convivi com armas desde pequeno e ser policial era para mim como se eu
poderia ser aquele que consertaria as coisas. A polícia pode usar o revólver”, explica G.

Eles estavam profundamente zangados, intolerantes com a fraqueza, dependência e

pessoas lentas e burras. Isso os tornava impacientes ao ponto do histrionismo e da explosão, às
vezes provocando situações de agressão física. Tudo aconteceu muito rápido pela rapidez com que
tiraram suas próprias conclusões, sem ao menos ouvir ou permitir que o outro se defendesse.

Nenhum dos entrevistados tinha conhecimento da culpa.

― Já passei por muitas lutas. Antes, eu atacava fisicamente”, diz E.

― Antes eu não me considerava briguenta, eu jurava que não era. O que ele estava dizendo era que
eu era justo. Eu tinha uma justiça muito pessoal, muito peculiar, muito minha”, acrescenta G.

A auto-exclusão é muito forte em três dos cinco. É um estado que consiste em sentir que não pertence
a ninguém nem a nada. Todos foram encaminhados para escolas distantes da família, causando um
sentimento de abandono, rejeição e solidão. Isso fortaleceu ainda mais a marginalidade, que no fundo é uma
forma de se sentir incluído.

― Soube desde muito jovem que meu pai havia sido excomungado da
Igreja Católica. Eu sabia que ele pagava propina para eu estudar nas melhores escolas (que eram
católicas). Mais uma vez, o dinheiro falou mais alto, e assim cresci pensando que poderia comprar até de
Deus”, diz A.
 ― Tive e tenho aquela sensação de me sentir excluída. Depois do SAT 2 comecei a perceber isso.
Primeiro eu entro nos lugares, estudo todo o ambiente e vejo onde tem brecha para entrar;
uma coisa muito estratégica. Hoje sei que é estratégia. Era tão comum que não percebi. Era um
jogo, uma sedução inconsciente. ‗Onde está o ponto fraco? Ah! Aí eu vou entrar aqui'”, diz G.

― Quando entro em lugares que não conheço muito bem, sempre fico sozinho, de lado,‖ diz
C.

Mudanças mais relevantes no processo de autoconhecimento.

Nenhum dos entrevistados tinha consciência da possessividade, intolerância, agressividade, e não

souberam responder com precisão quando endureceram e começaram a desenvolver aquela couraça e
insensibilidade. A frieza com que lidavam com seus problemas não era reconhecida por nenhum deles.
Há uma ambigüidade na aparência e na forma como foram mostrados ao mundo. Foi uma surpresa
imensa — depois de entrarem no caminho do crescimento — entrarem em contato com aquele estado
de guerra, pois consideravam que a verdade tinha que ser dita “doe a quem doer” e em nenhum
momento se consideraram frios e insensíveis. Pelo contrário, pareciam ardentes, ardentes, muito
sinceros e autênticos.

- Frio? EU? Como pode o fogo ser frio? Eu não sabia da minha dureza. estou com frio, estou
insensível. É por isso que sou cirurgião. Foi difícil admitir”, diz G.

Durante o processo, eles perceberam a vingança como uma resposta a qualquer coisa que não estivesse de
acordo com sua vontade. Três deles ficaram chocados quando perceberam esse sentimento e estão observando
como reagem ao ficarem chateados.

― Eu não sabia que ele estava me vingando. Ele não sabia que o que ele devolvia aos outros era
uma forma de vingança. Sabendo que foi uma grande surpresa, sempre me considerei muito bom e ainda não
consigo perceber todos os momentos em que venho”, diz A.

― Eu não sabia o que era vingança, achava que essa palavra não fazia parte da minha vida,‖ acrescenta C.

― A impotência era total. Eu estava perdendo a pessoa amada e não pude fazer nada (aquele golpe
me diretamente contra a possessividade). Lembro-me daquele dia em que pensei que fosse morrer. Eu só
conseguia dormir às cinco da manhã e rezava o tempo todo. Quando acordei no dia seguinte, estava grato por
estar vivo”, diz C.

Um deles disse que se viu num vazio árido e num poço muito profundo ao perceber que
não era dono de nada nem de ninguém, e que precisou vivenciar outras perdas para sentir que
não tinha outra saída senão abrir seu coração e entregar tudo nas mãos de Deus.
 Outro entrevistado disse ter percebido a capacidade de amar e ser amado após sentir o amor divino
em si mesmo, durante um trabalho no SAT.

De acordo com suas respostas, apenas quatro se sentem mais próximos da espiritualidade. Apenas
um afirma não ter religião ou sentido espiritual da vida; mas só a constatação do fato já é um passo para
alcançá-lo, um meio para obter a paz.

No processo, todos começaram a controlar a raiva e a fúria quando estavam chateados e procuraram,
observando esses sentimentos, onde os verdadeiros motivos estão escondidos. Um deles afirmou:

― Foi difícil tomar consciência das características egóicas. Perceber luxúria e

a agressividade me causou dor, mas é inegável que também me fez sentir que existe um caminho”. Essas são
as palavras de G.

Quatro deles disseram que mudaram, passaram por momentos de reflexão e viram que
intensidade e exagero não poderiam continuar sendo o combustível de suas vidas. Um deles disse que
ainda precisa e que ainda é vital.

A mudança mais relevante é que todos estão mais tolerantes e, observando a possessividade,
têm consciência de que o processo de autoconhecimento pode levá-los a um caminho menos árduo e mais
amoroso. Percebeu-se que as coisas não podem ser alcançadas “a ferro e fogo”.

Também há consenso de uma maior percepção das artimanhas do ego. Todos

entendem que precisam recuar e recomeçar ou não. Todos procuram diminuir a
intensidade com que fazem as coisas, prestando muita atenção aos excessos e
explosões.

― Na vida, em relação ao ego e ao caminho a seguir, tenho procurado melhor

observar as pessoas e seus mistérios. Me sinto mais humanizado, menos invulnerável e menos vulgar”, explica
G.

― Quando meu ego começa a se manifestar, principalmente em relação às pessoas, percebo e sinto que
há um alarme dentro de mim”, acrescenta P.

― Tomar consciência das características egóicas não foi fácil. Perceber luxúria e
a agressividade me causou dor, mas é inegável que também me fez sentir que há um caminho. Sinto-me mais
calmo, mais calmo e menos exigente comigo e com os outros. Eu me sinto uma pessoa melhor”, diz G.

― Estou menos possessivo com minhas coisas. Eu até empresto meu carro para outras pessoas. estou fazendo mais coisas

aos poucos, não tenho mais tanta pressa, sei que os outros têm seu tempo e não posso mudar
isso”, diz A.

― vendi meu carro que me dava muita força (um jipe); Eu terminei sete anos
relação...”, explica C.
Traduzido do Inglês para o Português - www.onlinedoctranslator.com

― Estou começando a pensar antes de responder, me sinto até muito lento. diminuí a agressividade,
intensidade, excessos, possessividade e aquisições”, conclui E.

Há também uma disposição unânime para a disciplina, como o esforço para me organizar
em relação ao trabalho da universidade, ou a dedicação ao profissional e à família.

Quanto às mulheres, todas as entrevistadas estão resgatando sua feminilidade, buscando seu
papel de mulher, mãe ou filha. Uma entrou nesse processo após tomar conhecimento da maternidade,
após o nascimento dos netos.

― Minha verdadeira realização estava diretamente ligada ao meu talento como terapeuta. Então eu entendi
que da mesma forma que me castrei na maternidade, estava castrando esse talento”, diz C.

― Estou cultivando mais minha feminilidade, mas tem sido muito difícil, porque em certos
situações eu não consigo. Posso olhar para mim e dizer: 'Você é uma mulher!'”, diz P.

― Hoje tenho um relacionamento excelente com meus filhos, embora ainda tenha muitos
controle sobre eles. Tenho que estar atento a isso 24 horas por dia”, acrescenta A.

O futuro imaginável: como seria o pleno desenvolvimento?

O grupo enfatizou a necessidade de responsabilidade consigo mesmo e com os outros. Foi destacada a
importância da disciplina nas tarefas diárias e profissionais, aproveitando e reconhecendo os
verdadeiros talentos.

É preciso desenvolver a consciência da responsabilidade do uso da energia sexual (antes usada

exclusivamente para o prazer). Livre-se do conceito religioso/pecaminoso ligado ao sexo e vá em busca
do amor próprio e da dignidade.

Há um esforço de todos para sair do estado de anestesia egoica e um profundo interesse em

melhorar, na tentativa de recuperar algumas fases da vida que foram negligenciadas, principalmente no
âmbito familiar. Apenas um dos entrevistados não fala sobre o que deseja para o futuro, mas percebe-se
que ele tem vontade de permanecer no processo de crescimento por meio da atenção, intenção e
diminuição do ritmo de vida.

― Eu preciso de paz. Tenho que aprender a ficar quieto”, diz E.

A meditação foi o principal ponto apontado por quatro entrevistados para desacelerar e se
aproximar da espiritualidade, como suporte para viver bem. Também é visível a compreensão da
impermanência e a aceitação da natureza das coisas.

― Acho que uma das minhas saídas é desacelerar, através da prática da meditação, desacelerar
diminuir meu ritmo e ficar mais focado. A consciência da impermanência reduziu a voracidade
que é e sempre foi o alimento do meu ego”, diz A.
 Também foi proposto que será necessário encontrar o vazio interior para que seja ocupado
por algo maior. Buscar a referência em si mesmo, tendo um professor como ponte; um guia que
ajuda a substituir o alimento do ego por compaixão e amor a Deus, curando a ferida original.
Porque só assim eles se sentirão incluídos como seres humanos e filhos amados do coração do Pai,
para que possam resgatar o elo que faltava na infância, que é a doçura e a espontaneidade onde
mora a inocência.
 E8 Conservação (Autopreservação) – Satisfação

O mais armado de todos os E8 é o conservador. A palavra que lhe corresponde é satisfação:

“Tenho que ter. Isso é meu. Eu tenho que ter." É mais uma intolerância com a frustração do
que ele quer ter do que com o próprio ter. Nesse sentido, é um pouco como uma característica
do E1 sexual, que também é obcecado pelo desejo para ele. Mas um E1 é muito diferente de
um E8. Um é hipersocial, enquanto o oito é completamente antissocial. Um se preocupa
demais com as regras e o outro muito pouco.

A conservação E8 persegue a satisfação das suas necessidades. Ele não costuma falar muito.
É como o leão. Um leão só se move quando está com fome. Ele procura satisfazer sua fome insatisfeita e
depois dorme o resto do dia. Muito majestosamente. É como sem bobagens, sem palavras, sem trocadilhos
em um oito de conservação.

Poderíamos dizer que sua necessidade é de um egoísmo exagerado. São as pessoas que
sabem fazer negócios e sabem pechinchar para chegar à frente de todos. Existe a expressão:
vendedor de carros usados. Essa é a arte ou o talento dos oito conservação. Mas também é sua
necessidade: ele é um sobrevivente, um termo que tem sido usado para oitos em geral, mas é mais
indicativo do oito de conservação. Ele sabe como sobreviver nas situações mais difíceis. Ele sabe
como conseguir as coisas, como se safar.

A transformação na conservação E8 de Juanjo Albert

Cláudio: Não sei se todos aqui conhecem Juanjo Albert, parte da mitologia psiquiátrica nacional. Faz
muito tempo que não o vemos por aqui. Eles são escassos, os oito conservação. Portanto, estou
muito feliz por ter alguém que não é apenas oito conservadores, mas também um psiquiatra
experiente que não apenas se viu em uma longa jornada, mas também atendeu muitos pacientes
ao longo de sua vida e, com certeza, ele levou em consideração pessoas parecidas com ele.

Juanjo: Bem, eu tinha feito um trabalho sério, com etiologia, etc., mas vou me limitar à indicação do
Cláudio de falar como é o caminho do autoconhecimento para uma figura da conservação. Então
vou ler meu texto e assim economizar tempo.

Em primeiro lugar, o que os oito da conservação precisam entender é que, baseando-nos em nossa ideia de
que bondade e boas intenções não existem, o que fazemos é desqualificar e desacreditar perante nós mesmos
e perante os outros qualquer sentimento ou pessoa, ideia ou instituição que se opõe aos nossos desejos. Além
disso, desqualificamos pelo simples fato de ter algo contra o qual ir.

Quando um E8 se aproxima da terapia, isso é algo que ele já sente. Embora não
acreditem muito no processo terapêutico, é a partir dessa intuição que o abordam.
 A partir daqui, é preciso começar a assumir a angústia causada pelo vazio de não ter
motivos para ir contra nada. Devemos também assumir que este movimento compulsivo
responde apenas à intolerância, à frustração e à angústia, e que, no fundo, não passa de um
desejo de vingança do qual nem sabemos porquê. É saudável, portanto, abrir-se ao
entendimento de que algo deve estar encobrindo essa compulsão de atacar, já que não há
razões objetivas para atacar.

Os oito conservacionistas também precisam se abrir para o entendimento de que, na realidade,

existe algo mais do que o puramente material e físico, e que somos algo mais do que um corpo. É
preciso entender que a vida vai além do que é percebido sensorialmente. Esse amor existe e que, em
princípio, para nós é uma experiência completamente desconhecida. A partir desta ignorância do amor
podemos supor que é precisamente o amor, porque é desconhecido, que nos assusta. Ajuda a
reconhecer a impotência para amar e a desqualificação com que olhamos para o mundo dos
sentimentos, justamente para esconder essa impotência em relação ao amor.

Nós, E8s conservacionistas, também precisamos reconhecer que a proteção generosa do grupo – chegando ao
ponto de permitir que outros se apoiem em nós – é mais do que uma maneira de garantir nosso status e esconder a
insegurança. Devemos perceber que esta oferta generosa impõe a condição de que as coisas sejam sempre feitas do nosso
jeito, e requer que os outros abram mão de uma parte de suas vidas e de seus modos de fazer as coisas. Tudo isso implica
uma obediência que falsamente chamamos de lealdade.

Nós, oitos conservacionistas, aplicamos uma contagem de gotas, sob estrito controle, no que nada mais é do que
uma forma de gerar dependência. Dependência da qual mais tarde somos igualmente escravos.

Sob a capa de garantir a fidelidade dos outros, o que buscamos é sentir segurança. Além disso,
culpamos então os protegidos por serem dependentes de nós, por não fazerem as coisas bem e
independentemente, por si mesmos, já que queremos tudo do nosso jeito.

Um passo muito importante na evolução é abrir mão da necessidade de posse. Tanto no material
quanto nas emoções dos outros. Tratar-se-ia de chegar à convicção de que o mundo e as pessoas não
nos pertencem e não estão à nossa disposição.

Reconhecer o direito à própria vida dos outros, abrir mão do desejo de possuir pessoas
e bens, confiar na generosidade dos outros e na própria vida também são passos para a cura.

É possível que esta renúncia à possessividade seja um dos passos mais difíceis e que necessite
de mais tempo para estabelecer um núcleo saudável na personalidade, pois a posse é uma das formas
com que sentimos que asseguramos a nossa vida, e renunciar a ela significa confrontando-nos com a
angústia da insegurança. A sensação é semelhante a ficar sem qualquer proteção possível.

Ajuda a assumir a responsabilidade por nossas ações e, principalmente, por nossas próprias falhas,
excessos e explorações, tanto de nós mesmos quanto dos outros, e não culpar ninguém por suas fraquezas. Esse
inevitavelmente acontece ao reconhecer a dor que causamos a nós mesmos e que causamos
aos outros.

É necessário assumir o uso que se faz, com total desprezo, das pessoas e das suas
vive, tanto emocional quanto fisicamente, para seu próprio benefício – mesmo aqueles que se
acreditavam ou diziam amar – por maldade ou ignorância.

Convém ver a insensibilidade à dor, ao desprezo, ao descaso, não levando em conta

a vida alheia a não ser como mero arremesso de objetos... Esta é a ponte crucial para a
conservação do eneatipo oito, e atravessá-la supõe tamanha laceração da e dor física que
você nunca mais quer causar esse dano, nem para o outro nem para si mesmo.

Acho que esse é o ponto sem volta. Uma vez que tomamos consciência das consequências da dor que
causamos a nós mesmos e aos outros, não queremos passar por isso novamente.

Na minha experiência, este tem sido o ponto crucial. A experiência da dor causada não deixa
outro caminho senão seguir em frente para tentar não cair nela novamente. E repor, na medida do
possível, os danos causados.

A partir desse reconhecimento, ficamos intensamente sensibilizados para a dor emocional que
podemos causar desnecessariamente. Vendo a dor, um se esforça para ser impecável na ação e no cuidado do
outro.

Nesse caminho chega-se ao entendimento e ao conhecimento de que a dor do outro também é

minha. Não em teoria, mas na própria carne. E podemos escolher ser prejudicados em vez de prejudicar os
outros.

Assim, a consideração pelos outros, seu reconhecimento como pessoas livres e sensíveis – não
como objetos de exploração – é a conquista a partir da qual esse eneatipo começa a crescer e
amadurecer.

Mas essa consciência não é fácil de manter, tanto pela tendência à ação
inconsciente, baseada no puro hábito de não dar atenção a nada além do próprio nariz,
quanto pela dificuldade de controlar o próprio impulso.

Controle sobre a impulsividade, tanto para aquelas ações que do ponto de vista moral
poderíamos considerarruime para aqueles que consideraríamosbom, é uma ferramenta sem a qual se
torna muito difícil avançar. O controle do impulso envolve não apenas parar a ação, mas o mais
importante: estar ciente no presente das consequências que as ações podem ter sobre os outros. Ou
seja, ter outras pessoas presentes, para evitar agir sem prestar atenção nas consequências. É difícil, mas
essa consciência ajuda na tentativa de se aproximar da impecabilidade na ação. Vale a tentativa.
 Parar o ímpeto e ficar ocioso lhe dá a oportunidade de ver o que está por trás da
compulsão para a ação. Além disso, tem a oportunidade de conhecer o que realmente
precisamos e queremos, e abre a possibilidade de perceber que a compulsão à ação responde
apenas à intolerância à frustração e à angústia tão típicas da conservação E8, em permanente
fuga de isso, em um comportamento de evitação. Em suma, uma covardia.

Parar o ímpeto também significa dar aos outros a oportunidade de nos verem desprovidos
do poder com o qual nos investimos. É a oportunidade de nos apresentarmos como pessoas
limitadas e normais, algo que se evita porque pode sufocar a fonte de segurança.

O pensamento neurótico garante que, “enquanto você for leal a mim, atenderei
às suas necessidades”. já que a oitava conservação é considerada onipotente, capaz de
satisfazer a si mesma e satisfazer qualquer necessidade.

Tudo isto pressupõe que o caminho passa por compreender e assumir que os limites não são
estabelecidos para me limitar precisamente a mim, para limitar a minha liberdade, mas pelo contrário: os
limites são estabelecidos para ser livre. Normalmente, tendemos a considerar que os limites marcam o
lugar onde algo termina, quando antes poderiam ser vistos como um suporte a partir do qual algo novo
pode ser iniciado. Aceitar limites significa ser capaz de conter a angústia e não fugir dela. É parar de
pedalar ladeira abaixo e sem freios, gritando sem que ninguém nos ouça: “Meu Deus, alguém ou alguma
coisa me pare!” Aceitar limites é deixar para trás a rebeldia: a rebeldia contra o exterior e a necessidade
de dominar a realidade. É uma pausa.

Mas é muito mais importante saber deixar para trás a rebeldia contra si mesmo:
isso significa saúde constante e sólida no presente. Você tem que aceitar que as coisas são como são,
que você é do jeito que é, com seus próprios limites físicos, emocionais e intelectuais; algo tão simples
quanto perceber que estar cansado não é estar doente, e que estar doente não é algo sem importância.
Significa aceitar a si mesmo e ser capaz de ver que pode ser mudado por dentro. Que eu preciso mudar
por dentro e que você pode influenciar o caminho de forma mais eficaz indo a favor do que indo contra.

Sair da rebelião interior, contra si mesmo, é chegar ao remanso que esse sujeito precisa,
a paz que ele anseia, o amor que ele não conhece. Oferece a possibilidade de cuidar de
si, de se amar e de ser amado.

Pela minha experiência, isso significa ser capaz de amar e ser digno de ser amado, além de
deixar de lado a necessidade de fazer demonstrações de poder: entregar o poder. Então, puro e simples.
Admitir que o outro também tem razões e sentimentos que, provavelmente, ainda não conheço em mim
e com os quais talvez possa desenvolver e crescer.

Ajuda, pela música, a admitir que o outro pode estar certo, em vez de seguir com uma
atitude anterior de rejeição. Ajuda a parar de pressupor a outra malignidade: isso abre a porta para
ser capaz de estabelecer um contato emocional real, e leva a ser realmente generoso,
terno e gentil.

Acredito que é a partir da entrega do poder que começa uma outra etapa do caminho onde há mais
verdade. E então o caminho se torna mais rápido: percebe-se mudanças mais profundas e permanentes e,
embora também seja mais doloroso, ao mesmo tempo se torna muito mais amoroso, acima de tudo amoroso
consigo mesmo.

Percebe-se que as pessoas são boas e merecedoras. E, a partir daí, o que vier é aceito. É, no
fundo, desenvolver uma atitude de confiança e dedicação à vida tal como ela se apresenta.

Cláudio: A coisa boa [sobre Juanjo] é que ele é acreditado. Suas palavras soam como se ele tivesse passado por
isso.

Juanjo: Sim... a sangue e fogo.

 Eneatipo 9 – Preguiça

Por preguiça entende-se a preguiça da consciência. Ter paixão pela Preguiça significa ter a
motivação de manter um baixo nível de consciência para que nenhum estímulo, emocional ou
ambiental, entre em conflito com um status quo ou equilíbrio pré-constituído. Diante da perda
do sentido da vida, o E9 reage com indolência espiritual e psíquica, uma “surdez para o espírito
e perda do sentido do ser a ponto de nem saber a diferença: um esgotamento espiritual” (C.
Naranjo ,“Caráter e neurose”).

As energias são investidas na ação externa que tende a resolver compulsivamente qualquer tipo de
conflito ou confusão, sem que essa ação seja desenvolvida a nível cognitivo ou relacionada com necessidades
internas e a sua valência emocional; todo conflito é anulado pela perda da interioridade.

O E9 é, em geral, uma pessoa que, desde a infância, foi obrigada a colocar em prática uma
espécie de dormência para não entrar em contato com a ferida da criança, que não foi considerada ou
vista como tal. Trata-se de uma criança que teve de renunciar profundamente à sua natureza e ao
contacto consigo própria, procurando preencher o seu vazio existencial através da confluência com o
outro e colocando-se ao serviço das necessidades dos outros. O incessante fazer dele esconde um
profundo sentimento de não ser adequado ou importante para ninguém. Ele reagiu à falta de cuidado e
reconhecimento identificando-se com o papel materno, com o objetivo de cuidar da própria mãe (e
muitas vezes de toda a família) e só assim poderia cuidar de si e ter um lugar na família. mundo.

Diante da dor da separação, o E9 nega a própria separação, pois não tem consciência e,
sobretudo, não diferencia o sentimento de um eu da consciência de um você. Se não houver
separação entre você e eu, ilusóriamente também não haverá possibilidade de ser
abandonado.

Para manter essa falta de diferenciação, o E9 demonstra uma considerável rejeição à

introspecção e à mudança; desenvolve um estilo de vida voltado para o auto-esquecimento
(fixação). No nível comportamental, realiza ações de distração, como abuso na comida ou no
trabalho, ou atividades de preenchimento e acumulação, mesmo em nível intelectual ou laboral,
como ler ou passar horas na frente da televisão.

Desempenha as suas atividades como um robô e sem queixar-se de fadiga, apresentando um

elevado grau de anestesia, mesmo a nível físico. Ele não escuta as necessidades ou as dores do corpo e
negligencia o aspecto estético.
 E9 Social – Participação / Pertencimento

O nove social é uma pessoa de boa índole. E o que move uma pessoa de boa índole? O que há por trás
dessas pessoas alegres e despreocupadas? De acordo com este mapa, a paixão do E9 social é
participação. O que você precisa é se sentir parte disso. Mas quem tem uma necessidade intensa de
fazer, de fazer parte de alguma coisa, é uma pessoa que não se sente parte de nada.

Para o E9 social, a experiência de não se encaixar, de se sentir diferente, de acreditar que

não têm o que é preciso para fazer parte de um grupo ou de uma comunidade, leva-os a
sobrecompensar, a expressar uma espécie de generosidade, estando muito atentos aos outros e ao
grupo. É um personagem muito dotado em satisfazer as necessidades dos outros. E ele se torna um bom
líder. O melhor tipo de líder, no sentido de ser uma pessoa boa, generosa e sacrificada diante de
qualquer tipo de responsabilidade que os outros queiram lhe dar.

Sua paixão é fazer o que for preciso para pagar o pedágio que lhe permite ser admitido no
grupo. Mas, para isso, é preciso muito esforço: os E9 sociais são os workaholics do eneagrama. Eles
sentem que precisam dar muito, mas ao mesmo tempo precisam ser legais e agradáveis. Seu lema
interno é: “não mostre a dor, não ponha peso na cabeça do outro”. Sua expressão é mais alegre do
que triste, mas isso não significa participação, mas uma espécie de participação parcial: um
substituto.

A transformação no social E9 por Miriam Ortiz de Zárte

Como começou a pesquisa?

Qual foi o momento de maior sofrimento?

Não creio que tenha havido períodos de grande sofrimento em minha vida, assim como nunca houve períodos
de grande alegria. Uma característica marcante da minha vida é que transcorreu anos sem grandes altos e
baixos ou alterações. Zero graus: nem quente nem frio. Encefalograma plano. Às vezes eu olhava para os
outros curtindo e comemorando momentos de felicidade, mas não me sentia como eles, eles pareciam
excessivos. Então eu não pensei que tinha um problema. Tudo na minha vida estava bem, sob controle. Eu era
cego e insensível, a melhor fórmula para não ver, não sentir, não perceber.

Minha busca começou meio sem querer (estou colocando em itálico porque não acredito em
acidentes). No final de 2003, aos 44 anos, deixei meu cargo de gerente em uma empresa multinacional.
Não foi uma mudança pensada, mas sim uma decisão que tomei por impulso, pois tomei algumas das
decisões mais importantes da minha vida. Foi parar de trabalhar que me permitiu desacelerar, pensar
com mais cuidado sobre como eu queria abordar minha vida, decidir que queria mais equilíbrio entre o
profissional e o pessoal. Nos meses seguintes decidi tirar um ano de férias para treinar como treinador,
por isso aproximei-me do ano de 2004 com esta ideia.
 Durante um semestre, fiz otreinandocurso, iniciando assim um processo de autoconhecimento e
aprendizado transformacional. Na Páscoa daquele mesmo ano fiz um curso de Introdução à Psicologia
dos Eneatipos (novamente, seguindo uma decisão impulsiva e o conselho da minha irmã, que há anos
me falava sobre o SAT). Naquela mesma primavera participei de alguns seminários de constelação
familiar, comecei a fazer ioga e meditação e, depois do verão, ao completar 45 anos, comecei a terapia.
Tudo de uma vez!

Quando penso nessa etapa e no que me deu início, penso que foi um misto de sorte e intuição,
como se uma parte de mim, da qual eu pouco sabia, tivesse tomado a decisão de que chegara a hora de
fazer mudanças. Quando comecei minha terapia, declarei que queria viver com mais consciência, não
tanto por mim (eu estava bem), mas por minhas filhas. Lembro-me também do medo de perder o que
tinha (minha companheira, minhas filhas) e de como fui cego por anos, muito focado no mundo do
trabalho, com cargos de grande responsabilidade, acreditando que tinha tudo sob controle quando, em
na realidade, era bem o contrário: minhas filhas tinham problemas, meu relacionamento com meu
companheiro estava completamente deteriorado... Essa é a situação que encontrei ao meu redor quando
abri os olhos e comecei a olhar.

Em outros parceiros sociais E9, o início ativo da busca é marcado por um acontecimento
doloroso. E essa dor, em muitos casos, é causada por uma separação: afastamento de pais e filhos,
afastamento de parceiros... A separação pode ser por morte ou rompimento de um relacionamento.
Mas, em todos os casos, a pessoa mais significativa para um nove social deixa de estar presente em sua
vida, e isso desencadeia um cataclismo consciente, como o descrito por uma jovem do eneatipo nove
social referindo-se ao seu parceiro:

― Quando ele morreu, caí num vazio profundo; Percebi que tinha vivido a vida dele e que
tinha morrido com ele‖.

Ou se manifesta com o aparecimento de sintomas, como o de uma mulher que

descreve como, após a morte do pai, começa a sofrer ataques de pânico que levam a uma
agorafobia paralisante.

Na maioria dos casos, a pessoa que causou a dor concordou em dar um senso de identidade e
realidade aos nove sociais, que frequentemente duvidam de sua própria existência. Nas descrições do
antes e depois de iniciar o processo que os noves fazem de si mesmos, muitas vezes aparecem frases
(cito textualmente) como: “Eu não sentia que existia”, “Eu não existia”, “Eu tinha um vida cheia de coisas...
mas sem mim‖.

Como me vejo agora?

Quais são as maiores diferenças que percebo?

Uma das principais diferenças tem a ver com a minha capacidade de ver, de sentir, de perceber as coisas.
Antes eu vivia muito mais automaticamente, menos conscientemente, mais desconectado das emoções e
sensações. Por exemplo, ela era muito sem noção. Para mim, estar distraído era um
mecanismo de defesa. Não é que agora deixei de o ser, mas vejo-me muito mais consciente e
menos distraída.

Quanto à minha capacidade de sentir, experimentei claramente o que Claudio chama de “pele de
elefante”, tão típico dos noves. Aprendi a afiná-lo e, com esse trabalho, minha capacidade sensível foi se
desenvolvendo. Lembro-me de uma época do meu processo em que usava o toque para entrar. Toquei coisas,
texturas, me toquei, e isso me ajudou a me conectar, a focar a atenção, a me localizar. Lembro-me de sonhos
nessa altura relacionados com a ideia de habitar a casa.

Trabalhar a sensibilidade, a capacidade de perceber sensações, foi a porta de entrada para

abordar as emoções. No começo, toda vez que eu parava para olhar e pensar sobre minha emoção, a
tristeza invariavelmente aparecia. Quando o fiz, pareceu-me estar encontrando um velho conhecido que
esteve comigo toda a minha vida. No entanto, por trás da dor e da tristeza estava a raiva. E o medo, que
apareceu muito depois. Antes, eu mal tinha a experiência de emoções intensas. Poder sentir e evocar
emoções de amor, gratidão, alegria, plenitude... e também sentir tristeza, medo ou raiva, são coisas
muito novas para mim.

Tive dificuldade em lidar com situações de conflito. Na verdade, tive dificuldade em vê-los.
Eu podia ter pessoas ao meu redor que me machucavam, que me atacavam, e eu tinha uma
capacidade de resistência enorme, não percebia, agia como umbola de boxe, e deixei-me receber
os golpes sem acusar recebimento. Agora percebo claramente os ataques; Eu sei quando algo me
machuca ou me machuca. Isso aconteceu especialmente comigo com meu parceiro: tem sido difícil
aceitar seus mecanismos de vingança (e os meus). Definir meus limites, me defender, abordar
conversas difíceis, são coisas que antes eu não sabia fazer e que agora faço muito melhor.

Antes eu controlava muito mais do que agora. As coisas tinham que ser de uma certa maneira. No
trabalho, com colaboradores. Em casa, com minhas filhas e com meu marido... Eu organizava, mandava... Tudo
tinha que ser feito como eu mandava. Ele não confiava, tinha que intervir, supervisionar tudo. Ainda tenho
muito a aprender aqui, mas aos poucos estou deixando ir, controlando menos e confiando mais. Aceitar que
existem outras formas de fazer as coisas, que o meu jeito não é o jeito. Que o estilo de vida da minha filha mais
velha, por exemplo, não é nem melhor nem pior que o meu. Antes ela intervinha o tempo todo na vida dela,
nas coisas dela, na forma como ela agia. Então parei de intervir, pensando, porém, que ela estava errada, que
não estava fazendo as coisas direito. Agora aceito que ela tem seu próprio julgamento e respeito suas
decisões... quase sempre.

Uma característica da minha vida sempre foi a de não me sentir pertencente. eu era uma garota de sanduíche
(mediana de cinco), não pertencia ao grupo dos mais velhos nem dos mais pequenos. Sempre tive
que fazer algo a mais para me sentir no direito de estar em grupos e nunca me vi totalmente
integrado: era uma saudade que não se satisfazia, uma fantasia que não tinha correlação com a
realidade. Por exemplo, sou membro fundador de um coro há dez anos e um dos cantores mais
antigos, sou o presidente e tenho uma relação especial com o diretor, com quem
são bons amigos há vinte anos. No entanto, sou constantemente atacado pela ideia de que não
pertenço, que não ganhei suficientemente o direito de estar ali, que não canto tão bem quanto... É
totalmente irreal, uma fantasia. Eu posso ver e posso rir, mas é um pensamento recorrente,
especialmente se eu for sensível ou surgir alguma dificuldade.

Tive todo o meu mundo instintivo negado: desejo, sexualidade, minha criança interior. Este
trabalho foi a parte mais difícil para mim, porque significou quebrar um mandato familiar, lidar com algo
que eu sentia como muito ameaçador e perigoso. Estou nisso agora, percebendo, fazendo pequenas
mudanças, me permitindo sentir e desejar, brincando um pouco mais, banalizando, me levando menos a
sério. Pouco a pouco o medo e a ameaça se dissolvem e estou aprendendo a me sentir melhor comigo
mesmo, mais livre.

O que me ajudou a crescer?

Da própria tensão dessas vidas impossíveis, dominadas pelo esquecimento de si, surge a energia
necessária para que o E9 social empreenda a busca. Às vezes quase magicamente, por acaso, como
medida de emergência, ou por questão de sobrevivência.

Todos os trabalhos que enfrentei me deram algo. Claro, o processo SAT, terapia,
o Processo Fisher-Hofifmann, meu próprio trabalho como coach e treinador, constelações familiares...

Acho que o trabalho em grupo me faz muito bem, me ajuda a me conectar, a reorientar, a não
esquecer de mim. Eles são como uma recarga de bateria para mim, como um catalisador que acelerou
processos de aprendizado e mudança.

Meditação e ioga me ajudaram a focar minha atenção, a estar presente. E também para me conectar
com a minha respiração e com o meu corpo.

O trabalho corporal e o trabalho de movimento autêntico foram especialmente importantes.

A busca por professores e companheiros de viagem, sabendo que eles estavam ali para me ajudar, me
permitindo seguir em frente e me deixando cuidar de mim, muitas vezes sem saber o que viria pela frente, me
obrigando a confiar.

Algumas leituras que me ajudaram a entender e processar intelectualmente o que estava acontecendo
para mim.

Escrever um diário emocional e revisá-lo com frequência, para não esquecer, para trazer de volta ao
presente o que eu tinha tendência a deixar passar.

E, claro, escrever e trabalhar com sonhos.

Pela dor, surgem dúvidas, questionamentos... Um E9 social se pergunta: “E se toda a minha aceitação
fosse fruto da minha indolência?” Aparecem também temas tabus ou simplesmente ignorados. ―E se fosse
tudo uma máscara, e se meu amor não fosse tão incondicional? E se a verdadeira origem de
incondicionalidade era o medo do abandono, o medo do conflito, o medo da separação, de
perder a aparente e fingida paz e harmonia?

Claudio disse que a essência do caminho espiritual é a transformação de nossa atitude em

relação ao sofrimento. E isso pode ser observado em todos os casos. Eles sentem e aceitam emoções
indesejadas como medo, raiva, tristeza... Abaixo, podemos ler alguns depoimentos sobre isso:

― Antes, eu mal tinha a experiência de uma emoção intensa. Ser capaz de sentir e evocar
emoções de amor, gratidão, alegria, plenitude... e também sentir tristeza, medo ou raiva, são coisas muito
novas para mim‖.

― Aprendi a sentir e suportar a dor‖.

― Sinto muito mais a dor e também o prazer. Tanto fisicamente quanto mentalmente. Eu vivo
mais‖.

― A consciência do que faço ocupa uma parte importante dos meus pensamentos‖.

― Eu deixo doer as coisas que me machucam, fico menos bravo e gosto mais‖.

O que você deixou para trás e o que está se aguçando agora?

Não tenho certeza se deixei alguma coisa para trás, definitivamente. Para mim, a imagem da cebola e das
camadas é muito clara. Acho que posso lidar com muitas conversas difíceis agora, mas há outras que
continuam me desconcertando. Eu me vejo mais focado e menos esquecido, mas ainda tenho esquecimento e
esquecimento. Me sinto mais conectada, com mais capacidade de sentir, mas ainda me desconecto às vezes.
Eu controlo menos, mas ainda controlo. Sinto-me mais pertencente, mas ainda anseio por não sei que tipo de
impossível. E assim por diante.

Em todo caso, ao retirar as camadas da cebola, aparecem coisas novas. Algo novo para mim, por
exemplo, é sentir medo. Antes, quando eu tinha medo, eu disfarçava, ficava com raiva, controlava,
culpava os outros... Agora percebo que é medo e sinto na boca do estômago e é uma emoção totalmente
nova para mim.

Outra novidade que está surgindo é uma necessidade de transcender, uma dimensão espiritual, que
ainda não sei como manejar ou para onde canalizar.

Como trabalhar as especificidades do novo personagem social?

Para mim existem duas fases: a primeira é a realização. A segunda, ação, mudança. E para ambas as coisas
tenho que ter atenção, consciência, porque o automatismo é esquecer e desligar. Eu tenho meus truques para
não esquecer, para ficar conectado. Por exemplo, eu uso uma medalha com o símbolo do eneagrama, que uso
como âncora. Eu toco e isso me lembra, me ajuda a acordar. A meditação, ou simplesmente a respiração,
também me ajuda.
 Eu tento ir mais longe, fazer algo com o que eu dou conta, tomar uma atitude. A maior parte do tempo,
a ação se traduz em uma conversa, um pedido, uma reclamação, uma afirmação...

Ajuda-me também a perguntar-me o que preciso, o que quero, como me sinto... Dedicar
tempo a mim, a cuidar de mim, a estar só.

O que proponho para o futuro?

Continue com esse trabalho, que é um trabalho para a vida toda. Olho para trás e vejo muito crescimento, mas
olho para frente e ainda parece que tenho um longo caminho a percorrer. Este ano termino a terapia, mas
decidi começar o treinamento gestalt. Quero continuar tendo apoio do grupo, mas também pretendo fazer
alguma coisa com tudo isso que estou aprendendo. Quero continuar ligado ao SAT de alguma forma, gostaria
de ser observador ou monitor no futuro. Não consigo pensar em nada melhor para continuar com meu
processo pessoal do que estar vinculado ao processo de outras pessoas. É por isso que sou apaixonada pelo
meu trabalho como coach e como formadora e supervisora de coaches, e é por isso que quero trabalhar no
SAT e, no futuro, talvez, também como terapeuta.

Como imagino que seria meu próprio caminho para a perfeição?

Acredito que o meu caminho de perfeição está orientado para esta dimensão espiritual de que falava
antes. Um caminho mal vislumbrado, mas um caminho que sei que vou percorrer.

Uma resposta à pergunta de um E9 social merece ser destacada:

― Curiosamente, para o amor incondicional e compassivo, o que eu pensava ter no

começo, mas com a autenticidade que vem da consciência de que não existem atalhos, de que
não é possível amar os outros sem amar a si mesmo”.

O que você recomendaria aos E9s sociais para seu próprio trabalho interior?

No trabalho de conscientização, nós noves temos que prestar muita atenção e muita consciência, para
não nos confundirmos, para não esquecermos. Estabeleça mecanismos para não ser burro e ficar
desperto e consciente. Ajudou-me a abordar o meu trabalho de uma forma massiva e de várias frentes:
meditação, ioga, terapia, trabalho corporal, trabalho de grupo, leitura, escrita, contacto com outras
pessoas que estão a fazer o mesmo trabalho, etc. nenhuma escapatória! E, apesar de ter todos esses
apoios e lembretes, a gente esquece de novo e de novo...

Também acho importante refinar a pele do elefante trabalhando com o sensorial. Conecte-se
com o corpo, com as sensações, habite a casa.

Esta é uma jornada que dura. Os E9 sociais que empreenderam a pesquisa realizam várias
práticas que lhes permitem continuar crescendo e evitar outras que foram prejudiciais no passado. Eles
agora são mais seletivos sobre suas circunstâncias, buscando qualidade em vez de quantidade em seus
relacionamentos, sobrecarregando-se com menos coisas e administrando o tempo para
sua vantagem. De todas as coisas descobertas nos testemunhos, destaca-se a necessidade de ter tempo
para si. A maioria deles está envolvida em práticas como meditação ou ioga. O trabalho corporal é muito
importante e frequente para E9s sociais porque permite que eles reafirmem seu sentido de ser. Também
é importante participar de grupos para trabalhar esse sentimento de inadequação e poder se sentir
aceito sem ter que fazer méritos especiais para conquistar o direito de estar ali. Escrever uma
autobiografia emocional tem sido uma ótima ferramenta, de acordo com um E9 social, que conseguiu se
conectar com sua vida dessa maneira.

A pessoa que sai deste processo de mudança define-se como mais feliz, mais feliz, mais
verdadeira, mais atenta a si mesma, mais centrada, com maior capacidade de sentir, responsável
pela sua própria vida, menos acelerada. Em suma, como diz um deles, ela sente sua própria força
interior.

Conselhos aos futuros terapeutas para acompanhar um nove social em seu processo

Meu terapeuta tem me ajudado muito, fazendo repetidamente a pergunta mais difícil para mim:
“como vai você?” Minha tendência era responder com a cabeça. — Como devo estar? As coisas estão
indo bem para mim, então eu deveria estar bem‖. Ser capaz de baixar a atenção para o corpo, ouvir
o que vem das entranhas, ousar abrir a caixa de Pandora onde estão encerrados o instintivo e o
emocional e olhar para dentro: eis a resposta.

O trabalho com os sonhos tem sido muito revelador: as metáforas apareceram com muita clareza e nos
deram muitas pistas. Sonhava muito pouco, mas sempre que precisava, tinha o sonho que precisava para trabalhar
terapeuticamente uma questão naquele momento.

Um nove social é muito ajudado pelo confronto, sacudindo-nos com amor, mas com firmeza, porque
fugimos muito. Uma das maneiras de fazer isso na terapia era com muita conversa, que era como uma cortina
de fumaça com a qual distraía meu terapeuta.

E por fim, como é importante saber dar um bom feedback, ou qualquer outra coisa que ajude a
perceber...
 E9 Sexual – Simbiose

Eu preferiria usar a palavraUnião—a palavra que Ichazo usou - em um sentido mais elevado. União significa a
resposta que encontramos no amor, o desejo de comunhão com a pessoa amada. Portanto, tal palavra não
deve ser usada para descrever um jogo neurótico. Portanto, prefiro usar palavras comofusão, confluência,
simbiose...

O E9 sexual experimenta a necessidade de ser através do outro, a necessidade de ser através da união
com o outro, através da fusão com outra pessoa. Ele usa o relacionamento para alimentar seu ser porque não
consegue ficar de pé sozinho. Uma verdadeira união exigiria que as duas pessoas andassem com os próprios
pés antes de realmente se encontrarem.

Mas neste caso ocorre uma espécie de substituição. Porque essas pessoas não têm um
lugar próprio, um ser próprio, e por isso querem estar no mundo através do outro. Isso os torna
pessoas muito afetuosas, mas é uma afeição suspeita, como uma das muitas formas de amor
substituto que ocorrem no repertório do ego.

O que se destaca nos nove sexuais é que eles não pertencem a ninguém: são pessoas que não vivem
plenamente sua paixão — no melhor sentido da palavra. Eles são precisamente muito desapaixonados. Quando os
Beatles escreveram a música“Homem de lugar nenhum", talvez eles estivessem se referindo a alguém desse
personagem.

Na Espanha existe o “mosquito morto”: ninguém notaria essa pessoa, confunde-se

com o desenho do papel de parede. Em inglês diz-se que há pessoas que são como as
flores na parede: perdem-se no que as rodeia.

Elias Canetti escreveu um livro sobre personagens chamado“A testemunha que escuta”e descreveu
alguém que é obviamente um nove sexual:

― O Legado nunca pede certidão e também não conseguiria, pois não vai
em qualquer lugar em seu próprio negócio, ele não precisa deles. É verdade que ele come, mas o
faz com moderação e sem causar desconforto. Ninguém o viu de boca aberta, tem o bom senso de
fazer isso num canto, sem barulho. Apalpa furtivamente os dentes, ainda lhe restam alguns‖.

É uma caracterização muito cruel: essa pessoa trai tanto suas necessidades, está tão focada em
satisfazer as necessidades do outro, que lhe restam poucos dentes.

― As pessoas tiram muitas fotos em viagens e, às vezes, quando não têm tempo para pisar
de lado, ele também está na foto, sem ser convidado. A família do dono olha para ela e faz uma careta.
Mas também nesses casos você pode confiar nele. Ele mesmo leva as bobinas para revelar e, quando
volta com as fotos, sumiu delas. Como ele faz isso é um mistério, eles não perguntam a ele
Traduzido do Inglês para o Português - www.onlinedoctranslator.com

e ele não explica nada, o importante é que a família do dono fica assim na família e o
Legado não aparece em lugar nenhum‖.

Tudo isso é resultado da necessidade de fusão. Você pode se fundir com outra pessoa, com um grupo
ou até mesmo com seu próprio corpo. Mas ao custo da vida, do nível sutil da vida...

A transformação no sexual E9 de Juanita Richter

Agradecimentos: a Wilma Hannig, por me receber em sua casa em La Serena, Chile, e abrir sua vida
para mim sem reservas. À Mónica Ventura, por ter me enviado carinhosamente a entrevista
biográfica dela feita pelo Dr. Claudio Naranjo, ajudando-me assim a escrever a minha.

Minha vida antes de iniciar o processo de autoconhecimento

Quando nasci, minha mãe passou as três primeiras semanas comigo, depois ela e meu pai foram ao litoral
buscar minha tia Helga, que vinha de barco de Hamburgo para cuidar de mim. Minha tia tinha acabado de
estudar cuidados neonatais e eu fui o primeiro caso dela. Ela, de 20 anos, chegou a Bogotá vinda de sua terra
natal, a Alemanha, tornou-se minha segunda mãe, enquanto minha mãe voltou a trabalhar como secretária do
embaixador na Embaixada da Alemanha na Colômbia. Tornei-me independente três semanas depois de
nascer, o que deixou uma marca profunda de necessidade emocional em mim.

Dentro de mim há um espaço extremamente necessário. E o que esse lugar faz é levar toda a
energia para dentro, até que ela desapareça. A sensação de pertencer ao mundo desaparece e a
sensação é de que vivo em Marte, não na Terra. E os sons da Terra me alcançam de longe.

― Você era uma garota desejada e amada,‖ minha mãe me diz. Para mim, tem sido muito
difícil entender essa profunda lacuna emocional.

Quando eu tinha dois anos, me levaram para morar no campo, a duas horas de Bogotá. A casa era
enorme e eu tinha dois cômodos grandes em frente ao quarto dos meus pais. opa! quão solitário eu me sentia.
Eu não era capaz de dormir lá. Eles finalmente tiveram que se aproximar de mim. Eu costumava ir para a cama
dele à noite.

Naquela casa grande morei até os cinco anos, idade em que entrei na escola. No
nessa época nasceu meu irmão Christof e minha mãe largou o emprego na embaixada e foi criá-lo em
casa. Meu pai largou o emprego na universidade e mudou-se para casa para pintar em tempo integral. E
fui morar em Bogotá, na casa da minha tia. Meu primo Stefan havia nascido lá, e eu o achava muito mais
legal do que meu irmão. Ele morava lá durante a semana, enquanto ia para a escola, e no sábado ao
meio-dia voltava para casa para voltar, na segunda-feira bem cedo, a Bogotá com minha mala.

Com o nascimento do meu irmão nasceu em mim a inveja.

 Morei com minha tia por cerca de dois anos, depois me levaram para morar com Frau
Jung, com quem fui muito infeliz e marginalizado. Cerca de sete ou oito meses. Como seria
doloroso que, apesar da dificuldade em me defender, conseguisse sair daquela casa.

Quando mal era segunda-feira, a perspectiva de voltar para casa estava tremendamente
distante. Lá eu me tornei rebelde. À noite tinha que tomar banho, e eu colocava a touca no chão da
banheira para fazer barulho, ligava o chuveiro, esperava um pouco e saía sem tomar banho. A outra
rebeldia que eu fazia, pela qual me castigavam deixando-me sem almoço e na cama a meio do dia,
era que nunca comia o bolinho com manteiga que a senhora me mandava para a escola, mas
continuava a recolher na minha mesa, no meu quarto de inquilino. Ela encontrou cerca de cem
pãezinhos velhos espalhados e ficou muito brava.

Finalmente aquele tormento acabou e fui morar com os Franck: Karl e Gisela
Franck, com seus três filhos, Silvia, Gine e Lolly, o caçula.

Foi um pouco melhor lá para mim. Eu me lembro de me ver embaixo dos peitos
enormes da Gisela Franck e dizer pra ela: “ei, quando eu crescer quero uns assim
também”. carinho, e Gine tinha algo disso também, algo bom. Eles não eram tão
endurecidos quanto Frau Jung.

Depois da família Franck, cheguei à casa de Frau Pieper com sua filha Susanne. Lá,
finalmente, me senti bem. Ela era professora na Escola Alemã e havia transformado sua casa em
pensão para professores. Cheguei e me senti nas mesmas condições que os outros. Ela estava entre
iguais, não perto de uma família. E isso foi muito bom.

Naquele momento da minha vida houve uma mudança. Comecei a me sentir melhor dentro da minha pele.
Comecei a sentir mais prazer, mais alegria.

Após a estadia com Frau Pieper, minha mãe organizou um sistema de transporte com alguns
vizinhos e pude voltar para casa depois da escola. E eu realmente gostei disso. Minhas lembranças aqui
têm outra luz, têm alegria. Eu me vejo andando no vintage VW Beetle do Sr. von Rotkirch. Compraram-
nos gelados e foi uma delícia aquela viagem até ao posto de controlo, onde a minha mãe nos esperava.

Em casa, nos finais de semana ou à tarde, depois das aulas, eu ia a cavalo até uma fazenda
vizinha. Aladdin era o nome desse ser que me levava de costas para a montanha. Esse foi meu
primeiro contato com a liberdade. Eu o amava. E a floresta. E sempre tive a fantasia de poder
compartilhar esses momentos com um homem humano. Esse era o meu desejo. E montado nesse
animal tive meus primeiros orgasmos. Este tempo é uma luz na minha vida.

Finalmente, eu tenho o meu período. Eu estava feliz. Eu queria contar para minha mãe, mas ela não ousou.
Finalmente, eu disse a ele, e o olhar em seu rosto me fez entender que eu não iria encontrar nenhum
apoio lá. Novamente a sós comigo, fui até a cozinha e discuti o assunto com a empregada. E então
eu me desconectei da minha menstruação.

Ao longo da minha vida como mulher, esqueci minha menstruação. Mês após mês, isso me
pegou de surpresa. E foi também aqui que perdi o contacto com o meu local de origem. Com o
pessoal da escola, com os alemães em Bogotá. Minha relação era com o povo simples do campo,
com os empregados da minha casa.

Os meninos da escola de quem eu gostava não me viam. E imaginei amores que não se realizaram.
Aqui começou a aparecer minha dificuldade de relacionamento com os homens. Eu não sabia me relacionar
com homens da minha idade ou com os da minha condição. Meus pais não eram propícios a falar sobre essas
questões. Nunca.

Se eu tinha experimentado a solidão e o abandono desde as três semanas de idade, agora eu estava
experimentando a solidão e o abandono da minha sexualidade, do meu corpo e das minhas emoções.

Mas fui impulsionado por meu impulso sem limites e com uma força que esses pais não
conseguiam mais parar com suas débeis tentativas de fazê-lo. Quando a maconha chegou à escola, ela
teve um forte apelo para mim. Eu queria ser usuário de maconha, mas fumar me causava angústia e
paranóia.

Na escola deixei de entender o que me ensinavam. Arranjei um namorado totalmente

inadequado para mim, um homem já velho, viciado, que me levava para fazer sexo em alguns lugares
escuros de Chapinero. Era tudo muito deprimente, e ele não podia dizer que não queria isso. Além disso,
não gostei de nada disso, mas havia uma força dentro de mim que me levava adiante. Eu estava de
frente para minha mãe, ela estava pronta para sair de casa, ela clamava por um limite que ninguém tinha
coragem de colocar em mim.

Nessa época eu ficava em casa estudando com meu pai e ficando muito entediado. Mas também
me recusei veementemente a entrar em uma escola, que foi o que minha mãe me pediu para fazer.
Depois de um tempo, procurei uma escola de pintura e aulas de cerâmica. Na cerâmica conheci o
Fernando Villar, meu professor de rodas, e me apaixonei por ele. Eu o segui, procurei, consegui fazer
parte de sua oficina e finalmente ele se tornou meu sócio. Eu engravidei e tivemos Esteban.

Esteban nasceu em 1º de abril de 1975, dois dias antes de eu completar 18 anos. No dia do
nascimento dele nos deram uma casa na Cota chamada Rancho Alegre, para alugar. Moramos lá por 15
anos.

minha pesquisa

Para meus pais foi muito difícil eu ter engravidado tão jovem e para mim teve dois
aspectos. Estava grávida e sem estudos, e a única coisa que sei fazer é muito pouco. O que
meu pai me ensinou e também a fazer cerâmica com meu parceiro.
 Minha mãe, poucos dias antes do nascimento de meu filho, contou-me que sonhou que um
indiozinho vinha ao mundo. Esse sonho dela me mostra sua não aceitação do neto vindo dela. Ela,
com seus introjetos da Alemanha nazista, teve que produzir tal sonho. E essas coisas tornaram
nosso relacionamento menos do que próximo e amoroso.

Quando meu filho nasce, fico sozinha, sem mãe e sem marido. É meia-noite e sou levada
para a sala de parto, de mãos e pernas amarradas. Eles me injetam algo que me faz dormir minutos
antes do nascimento do meu filho. Sinto falta daquele momento e o recebo não sei quanto tempo
depois, já desconectado, saindo da anestesia. E então toda a história se repete. Nem meu marido,
nem minha mãe, nem eu realmente sabemos o que fazer. Todos nós fazemos coisas sem
consciência, sem conexão, sem amor.

Desde o nascimento de Esteban, tenho enfrentado o fato tremendamente doloroso de não

saber o que meu filho quer. Não sei ser mãe. E aí, naquela situação de profunda realidade, se
manifesta minha desconexão, minha vivência em Marte. Agora é a vez de Esteban sentir a solidão e
o abandono desde sua chegada a este mundo. Passei muito tempo com meu filho, mas ele era um
ser sem ser, sem uma presença real.

Tudo emocional era caótico e sempre me dominava. Eu tinha muito ciúme do Fernando e o
atormentava, e ele me atormentava também. Portanto, nossa sexualidade também não era muito
satisfatória. A raiva e as reprovações começaram a surgir e também havia muito pouco dinheiro e
comecei a saber como ganhá-lo melhor do que ele. E a distância entre nós foi aumentando. Quase desde
o início do nosso relacionamento eu o apoiei financeiramente, e isso é uma característica muito nova. Eu
sou o generoso, o que posso com tudo, mas por dentro o desprezava por essa fraqueza. E ele o avisou.

Tornei-me uma mulher intensa, abandonada, histérica e louca. Mas eu não conseguia me
separar. Ela estava colada a Fernando.

A esta altura da minha vida na Cota lembro-me que tropeço muito, bato com a
cabeça, mato o dedo, etc. E digo a mim mesma que prefiro que doa fisicamente do que
por dentro. Acho que a dor também me conecta.

A situação é difícil e meu filho está sozinho. Começo a sentir que não vale a pena viver assim. Eu começo a
pesquisar. Eu encontro leituras. Nasce uma saudade. Estou começando a sentir que preciso de ajuda.

Meu pai morreu dois dias depois de completar 88 anos. Eu estava com ele naquele dia. Estou sentado
na beira da cama dele, digo à enfermeira que sinto que meu pai deveria morrer agora, porque ele está muito
doente, está há um ano em estado de criança pequena, tudo deve ser feito por ele .

Depois de um tempo a enfermeira me chama para acompanhar meu pai à morte.

Estou com ele em seus últimos minutos de vida. Sei que estou recebendo um grande presente, mas
não sei o que fazer. Peço a ele que me leve um pedacinho com ele.
 E ele morre. E um grande silêncio invade a casa. E meu filho naquele dia estava contando cruzes
mortas ao longo do caminho.

Doeu-me muito enterrar o meu pai. E alguns meses depois de sua morte, cheguei ao fundo do poço.

Naquela época, um amigo levou Esteban e eu para ver um sábio hindu, Sanjay, que havia chegado à
Colômbia. Uma semana depois dessa visita, o diretor da escola de Esteban me disse: «Juanita, você tem um
filho triste, recomendo uma terapia para ele. Vá para onde Felix Canton /». E Esteban começou a trabalhar com
Berta Gamarra, mulher de Félix. Com a ajuda de Sanjay, Esteban e eu começamos a jornada de recuperação de
uma vida. Ele ficou cinco anos com Berta e eu dez com Félix Cantoni.

Dois meses depois de iniciar minha terapia me separei de Fernando.

Com Felix, tenho consulta duas vezes por semana. Eu trabalho no meu grande problema de
identidade. Minha total falta de estrutura. Eu me vejo como gelatina, sem ossos. Ele coloca limites em mim.
Saio de tanta religião estranha para mim. Posso me separar porque agora tenho apoio emocional. Trabalho
meus aspectos masculino e feminino, eros e thanatos. Sinto um sentimento de esperança nascendo em mim.
Eu choro muito, é muito difícil ver o estado em que vivo. Veja a dor do meu filho.

Trabalho com o Félix no luto pela morte do meu pai. Aprendo a expressar meu carinho ao meu
filho, meu amor por ele, a recebê-lo com o coração. Aprendo a expressar minhas necessidades, aprendo
a falar, a ligar, a dizer sim ou não, e paro de latir e morder. Lentamente, eu me torno humano. É um
aprendizado muito bonito. E muito difícil. Posso ver a relação simbiótica com minha mãe. Para mim, o
que ela diz é a lei. Aprendo a me afastar dela, a visitá-la por duas horas, tomar um chá e sair de novo.
Minha mãe interna costuma aparecer como castigadora toda vez que faço amor: imediatamente, minha
paixão é cortada e a partir daí tenho que fingir.

Sonho que estou na sala da casa do meu pai, e dentro da sala tem um grande caminhão
vermelho, fazendo muito barulho e soltando fumaça do escapamento. Na análise vemos que é meu
pai quem ocupa todo o meu espaço erótico e sexual de forma tão gráfica.

Muitas vezes esqueço minha consulta com a terapia ou chego uma hora depois: as resistências fazem
sua própria sabotagem. É um trabalho árduo e um trabalho corajoso. O dinheiro está apertado. A única coisa
que está clara para mim é que preciso de ajuda e que, agora que a encontrei, não vou abandoná-la.

Eu conheço um homem em uma festa e nos apaixonamos. Descubro o prazer erótico com ele e o
vivo. E novamente faço uma relação de dependência. E é porque no começo do relacionamento ele tem
outra mulher. Quando ele sai é como se um pedaço de carne fosse arrancado de mim. Só depois de um
tempo ele se separa dela.

Sinto que não posso viver sem Duny. Dói-me não ver isso. Mais uma vez eu me perco. E isso
é a partir desse sentimento que abandono meu filho. O outro é mais forte. Eu não tenho os internos para
lidar com esta situação. É ele ou meu filho. Meu ser mãe é apenas ser treinado em terapia e minha
carência afetiva é muito grande.
 Ele não tem as ferramentas para me aceitar de todo o coração com meu filho. Esteban se sente
abandonado novamente, reage muito fortemente contra Duny e vai com seus amigos e se envolve com o
álcool.

Em terapia. Cantoni me diz: “o dia em que seu filho aceitar seu homem, é porque ele é um bom
homem para você”.

Não me esqueço desta frase.

meu acidente

Em 15 de setembro de 1991, sofri um acidente de carro ao sair da casa de Duny. Ele teve 33 fraturas
faciais. Meu rosto, depois do acidente, está diferente e nunca mais será o mesmo. Nunca. Quando me
encontro com essa realidade sinto uma vertigem tremenda. Mas o mesmo acidente me dá dois
presentes importantes. Isso me mostra o meu profundo amor pela minha mãe, sinto quando a vejo
entrar na clínica às duas da manhã. Sinto muito amor por ela naquele momento em que não tenho
nenhuma máscara dela. E no dia seguinte, quando meus amigos vêm me ver e choram ao ver meu rosto
todo inchado e decomposto, percebo sem dúvida que meu rosto não foi fraturado, mas a casca. Essas
duas experiências se tornam fundamentais: buscar poder me relacionar bem com minha mãe e buscar
minha verdadeira face, meu ser.

E recebo outro presente nestes dias, inesperado. Apesar de ter perdido meu rosto, que não
era feio, mas que nunca pude aceitar como meu ou como bonito, agora me aceito melhor, não
tenho mais essa repulsa pelo meu rosto, aceito. Ela é torta, é irregular, é bem menos bonita que a
primeira e é minha. Eu aceito, eu amo isso. Eu tive que morrer para o meu velho rosto para me
aceitar com o novo.

Meu relacionamento com Duny fica mais forte nos primeiros três meses após meu acidente. Para
ele também é um golpe que a abre. E depois de três meses acabou. Ele acaba porque vai para sua
fazenda em Raquira com uma antiga namorada por alguns dias e eu, em meu lugar vulnerável desde o
acidente, não resisto e me separo.

Agora começa uma longa etapa de cirurgias em que muitas coisas acontecem, mas só vou citar
dois fatos importantes. Depois de uma das tantas cirurgias sofri outro acidente, e agora meu filho cuida
de mim. E em outro momento de outra cirurgia que me faz morrer de anestesia e eu volto, eles me
mostram meu coração em uma tela através de um cateterismo. E eu o vejo batendo sem parar, fazendo
o dever de casa sem desmaiar, comovente sempre presente. Eu choro quando vejo e me sinto muito,
muito sortuda por ter um presente tão maravilhoso. E aí eu decido viver, curtir, vir pra terra. Pare de me
deixar.

Depois dessa experiência, Cantoni trabalha comigo pegando minha mão para transmitir calor e me
trazer de volta à vida. Ele me ensina a ganhar meu dinheiro com meu trabalho, fazendo parceria com
outras pessoas, ele me mostra minha arrogância, minha raiva, minha ganância. Cada vez, vejo e reconheço
mais a importância do meu tempo com Felix.

Após o acidente, começa um tempo dedicado a viver minha vida, cuidar do que é meu e ser mãe
do meu filho. No nível profissional, tenho que aprender a abrir mão do meu trabalho pessoal para um
trabalho de produção. Tenho que lidar com minha resistência à prosperidade. Minha relutância em
acreditar que sou capaz. Minha resistência à felicidade. E é nestes anos que começo a ter um sentimento
de pertença. Às vezes surge a sensação de fazer parte desta cidade, desço a rua e de repente me sinto
daqui.

Meu trabalho no grupo do Senhor Gurdjieff

A mesma pergunta sempre me assombra: o que é a fé? Então, por sugestão de Felix, juntou-se
ao grupo de Gurdjieff. Para mim é maravilhoso ver como os caminhos de Deus são mostrados
e como tudo é um processo. Aqui vou citar um escrito do meu pai que sempre tenho comigo.
Ele diz assim: “Uma ideia, uma obra, nunca nasce do nada. Uma folha cresce após a outra,
depois vem a flor e o fruto. O desenvolvimento sucessivo é o caráter íntimo de todo trabalho
criativo.

No grupo de Gurdjieff em Bogotá eles me ensinam a sentir meu corpo com aceitação e
carinho. Eles me ensinam a baixar a imagem de minha mãe ao meu coração e começar a aceitá-la
com doçura, com carinho. É aqui que, por momentos, no trabalho com as danças sagradas, se abre
o transpessoal. Chamam as dificuldades que a vida nos põe de “a terrinha com que trabalhamos”.

Para mim, acordar de manhã foi acompanhado por um sentimento de depressão e isso
o teto ia cair na minha cabeça. Certa manhã, esse sentimento apareceu novamente. Sentei-me na cama e
comecei a meditar conforme aprendia no grupo. E eu podia ouvir as vozes gravadas no meu disco rígido
que me diziam desde a minha infância: “Janni, você é um inútil”, ou “Janni, vou tirar você da escola”, etc...
Ouvi todos eles e disse a cada um que eu não iria ouvir aquelas mensagens novamente. E minha
depressão e minha sensação de que o teto estava caindo sobre minha cabeça se foi para nunca mais
voltar.

Este foi um dos eventos mais significativos da minha vida. Ali vi que realmente estava sendo
ajudado tanto por mim quanto pelos outros. E esses outros estão aqui, e também em um nível espiritual
mais sutil.

Com o trabalho nesse grupo, meu trabalho com Félix se complementa: depois de dez anos
de terapia psicanalítica peço a ele que me dê alta. Aqui vejo algo muito novo em meu
comportamento: fiz terapia criteriosamente por dez anos por mim, mas também por Felix. Havia
uma voz em mim que não queria decepcionar o analista.
 Nessa época eu vivia um relacionamento com o Alberto, um homem casado. Para ambos, essa
relação é um respiro e uma ilusão de vida. E vejo também como me relaciono com os outros,
desaparecendo a mim mesmo. Isso acontece comigo com Alberto, com Azucena, uma mulher que
trabalhou comigo por sete anos, com minha mãe, com minha analista... É assim que me relaciono: meus
limites são apagados e me perco em agradar os outros. Por isso foi importante para mim que, depois de
quatro anos de amantes, um dia eu abrisse a porta e expulsasse Alberto. E isso me vem sem que ele
possa prever, como que do nada, porque eu o tenho incubado, por dentro, sem falar muito. E de repente
um devastador "você está indo embora" irrompe.

E vejo que não tenho motivos para ser culpado, pelo contrário, estou fazendo o que sinto e estou
me defendendo de ser infeliz. Esse relacionamento foi bom por um tempo, não mais. Ele não é um
homem com quem eu possa ter um relacionamento real. Adormeço com uma profunda sensação de
bem-estar e alegria. Eu estou me apoiando.

Meu processo trabalhista e econômico

Começa para mim uma etapa de aprender a viver do meu trabalho. E, como um bom nove, não sou
organizado, me distraio com muita facilidade, deixo tarefas essenciais para depois e também não
acredito em mim e no meu trabalho. E quando aparece um cliente, quase acabo entregando a ele meu
único trabalho pendurado sozinho na parede, e ele até me dá vontade de agradecer por ter se
interessado por algo meu. O meu não vale a pena. A situação econômica é difícil devido a essa atitude.

E quando ganho algum dinheiro, porque sempre que tenho um trabalho vendo e ganho, posso
dá-lo sem hesitar aos outros para que me amem, esquecendo-se das minhas necessidades e das do meu
filho.

No meu trabalho com Félix, combinamos que ele deveria procurar ajudantes. Tirso Junco chega a
o workshop, um consultor de negócios. Ele me ajuda muito. Logo tenho várias pessoas trabalhando comigo.
Isso novamente é um aprendizado de anos. Fazemos grandes murais. Tenho que aprender a desenhar para os
outros aplicarem a cor. Eles exigem que eu desenhe melhor e com mais clareza. Sinto inveja, não quero que
outros pintem a minha. Qualquer questão que surja posso trabalhar, conversar e resolver com o Tirso e o Félix.
É um momento de grande conflito, de choro, de não saber fazer frente aos outros, de não saber defender o
que é meu. Tenho que sair procurando clientes com uma mala com meus catálogos e fotos. Agora devo
responder com os pagamentos dos meus funcionários. E esse é o momento de reconhecer que meu trabalho
vale a pena. E isso é valioso para os outros. E o que posso cobrar por isso?

Hoje, trabalho com três dessas pessoas que vinham à minha oficina naquela época, pintores,
desenhistas e ceramistas profissionais, Pedro, Indira e Pilar. Na semana passada, Indira nos convidou
para sua casa para comemorar seus 15 anos de trabalho na oficina. Hoje em dia a oficina não ocupa todo
o meu tempo, o que me libera e me permite fazer outras coisas ou nada, às vezes. E hoje tenho uma boa
relação com dinheiro e abundância. Uma relação de confiança e merecimento. E as pessoas gostam do
meu trabalho e me procuram para comprar meus quadros. E eu gosto de vendê-los e ser pago em troca.
E sou capaz de cobrar bem por uma boa pintura e também sou
capaz de doá-lo, de coração. E também sou generoso com os outros da minha abundância. Como
meu pai, que era muito generoso. (Obrigado pai, você sabia o que estava fazendo quando me tirou
da escola e me ensinou o caminho estreito da independência. E obrigado mãe por me deixar tão
sozinho, porque aquela solidão me obrigou a procurar ajuda).

Meu caminho com Jorge Llano e sua escola

Minha amiga Janine Spitz me convidou um dia para o grupo de quarta-feira de Jorge Llano. E eu me lembro
como se fosse ontem o que aconteceu naquela noite. Jorge nos pôs em duplas para trabalhar a respiração, que
se tornava cada vez mais erótica. Trabalhei com Germán, namorado de Julieta. E no final do trabalho, Jorge nos
convidou para fazer uma ninhada. Senti que finalmente havia chegado em casa ao sentir o calor de tantos
corpos embaixo, em cima, ao lado do meu. Consegui rir por dentro e o Jorge também riu comigo. Ele foi muito
libertador e muito feliz naquele momento. Foi assim que Jorge me recebeu para me mostrar o caminho da
vida. Passei dois anos nas quartas do Jorge. Eu me inscrevi em seu treinamento terapêutico.

Comecei meu treinamento e percebi que não poderia ir ao grupo do GurdjiefF e também ao
treinamento do Jorge porque ia enlouquecer. Saí do grupo e fui com o Jorge até terminar e me formar.
Foi um processo pessoal como se eu nunca tivesse feito um. Desde o início. Tudo novo. Limpeza.
Desaprender. Aprendizado. Também fiz o processo Fisher-Hoffmann nessa época com o Jorge. Como
isso me ajudou a ver que meus pais são quem são por causa do que aconteceu com eles em seu próprio
caminho de vida, e nunca porque foram maus. Hoje estou aqui para cuidar da minha mãe na velhice,
quando antes só esse pensamento já me embriagava.

A meio da formação pude ir ao México com o Jorge e outras pessoas do grupo. E ali tive a
experiência de estar aqui e agora, sem vestimenta de ego, parado no meio do deserto, oprimido,
em meu verdadeiro tamanho, minúsculo diante da enormidade planetária, respirando. E aí também
tive que ver de novo a minha arrogância por não querer entrar no carro do Aurelio, que veio atrás
de nós, e se perder, e ver que é isso que eu faço com os homens: subestimá-los, não receber o que
eles querem me dar , sai com atitude de sobra e depois se perde, chega em casa sozinho, tarde e
com frio e não encontra ninguém.

Ali pude ver meu filho em sua grandeza, depois que duas águias me viraram e me
colocaram no caminho de volta. Então encontrei Jorge e minhas companheiras Beatriz e Nerea,
enfiados em um saco de dormir debaixo de algumas árvores, no deserto, rindo. Como é bom
chegar e encontrar almas amigas. Obrigado Jorge, que viagem. Mais tarde, em Tepoztlán, bebendo
tequila e café, na antiga casa de Jorge, integrando o que havíamos vivido, encontramos Don Lucio e
recebemos sua bênção. E aí eu sabia que não ia continuar meu caminho sem um companheiro.
Aprendi isso ali com o Jorge, porque Jorge é o dono da vida e dos seus sabores, da casa, da terra, do
casal, dos filhos, dos bichos, do serviço e da fartura.
meu parceiro

Sempre me perguntei por que sou tão invisível para os homens. E percebi que não os vejo. Quem não
tinha permissão para ter um para mim era eu mesmo. E também vi que na realidade eu não estava
sozinha, mas tinha feito um casal com meu filho. E quando vi isso coloquei minhas baterias para libertá-
lo e me igualar. E eu realmente comecei a buscar pela minha falta de jeito para fazer e pelo meu desejo
genuíno de companhia. E primeiro conheci uma personagem estranha, meio bruxa, negra. No dia
seguinte, tive uma noite erótica com um jovem. E alguns dias depois, sentado na sala de minha casa,
olhando o pedacinho de céu que se vê dali, uma nuvem passou e uma abertura se abriu dentro de mim e
eu soube que amor e companheiro também são para mim.

Naquela noite fui sair com meu cachorro, por volta de meio-dia, e María Helena saiu
correndo do bar da esquina, me chamando: “Juanita, Juanita, Hildebrando convidou você para a
aula do filho dele no sábado”. Adorei aquele convite, há muito tempo queria ver Hildebrando.

E naquele sábado aquela coisa tão nova me pegou: aquela preguiça misturada com aquela
deixando para depois, com isso não merecendo, e pude ir para Marte novamente. Eu quase decidi não ir
àquela festa, fiquei com medo. Até que finalmente comecei: cheguei por volta das cinco da tarde para
aquele almoço, conheci primeiro Pablo, filho de Hiide, cujo diploma estava sendo comemorado, depois
Hilde, tão diferente de quando o conheci há 25 anos, tudo vestido de pano. Hilde me apresentou a cada
uma de suas filhas para que ela pudesse conhecê-las. Então a mãe de seus filhos me cumprimentou.
Teve uma festa e acabei ficando na casa dela, no quarto de uma filha. Ela acordou e eu saí feliz.

Uma semana depois, numa sexta-feira, Hilde veio à minha casa com um gravador de
presente. E desde aquela noite ela ficou na minha vida. E um ano depois ela já tinha construído a
casa dela na esquina da minha. ―Eu fiz uma casa para você, ela disse, para que pudéssemos morar
lá.‖ Estamos juntos há quatro anos, acompanhando um ao outro. E, claro, tivemos nossa parcela de
dificuldade. Nossa sexualidade não é das melhores. É aí que nós dois temos que trabalhar e é de lá,
de onde eu mais amo minha Hilde. Tem-se aberto às oficinas, às leituras, a todo o pensamento
transformador do Claudio, do Jorge, do Ramón, do Félix. Que homem maravilhoso que ele me
enviou vida. Ao lado dele, para! finalmente posso ver minha loucura e minha arrogância e meu
classismo e meu ego. Como as palavras que Félix me disse, um dia, no início da minha terapia com
ele, tornaram-se realidade: “Juanita, quando seu filho aceita o homem que vem atrás de você, é
porque esse é o homem para você”. E assim tem sido: Esteban e Hilde se amam. Hilde me ajudou a
libertar Esteban sem abandoná-lo. E com minha mãe tem sido a mesma coisa: ela me ensinou que
um dos seus velhos os ama, do jeito que são, ponto final. Não há discussão sobre isso e aprendi a
amar seus filhos.
O encontro com Claudio Naranjo

Conseguimos o SAT 2. Fomos. Trabalhamos com Ramón Resino e Suzanna Stroke. Ramón me deu a
tarefa de procurar meus irmãos mais velhos, os primeiros filhos de meu pai. E o trabalho do eneagrama
com Suzy foi revelador para mim.

E finalmente veio o encontro com Claudio no SAT 3. Jorge Llano o trouxe. E finalmente consegui
encontrar um professor ocidental, da minha própria cultura. Eu me sinto em casa lá.

Naquele primeiro momento eu estava com o quatro, mas o Cláudio me disse que não, que meu rosto era
doce demais para ser um quatro. E ele me disse para tentar nove. Ele me bateu forte, porque eu não me via ali por
vaidade, mas no tempo que estou trabalhando vejo que o Cláudio tinha razão.

O trabalho de meditação com música que Claudio pratica é uma bela experiência para mim. Sempre
tenho que lidar com minha resistência, rigidez, mente intrometida, etc., mas o que Claudio traz e a forma
como ele transmite é muito comovente.

Neste SAT tive uma experiência muito importante trabalhando com Ginetta. Atirei-me em
cima de Leda para lhe dizer que a amava, porque sentia que naqueles dias ela não a amava. Sentei-
me em cima dela e contei-lhe sobre ela. Naquele momento percebi como ela a estava invadindo. Eu
expressei isso e saí. Disse a Ginetta que a invejava por ser tão próxima de Cláudio. Percebi que
tenho que exagerar tanto porque na realidade sinto que não sinto. Ela me convidou para percorrer
o grupo e ver na frente de cada pessoa o que ela sentia. Que trabalho lindo pra mim, um nove
sexual desconectado...

O que me faz virar um sexual E9

Principalmente abandono. Partir, desconectar é minha principal estratégia de sobrevivência. Minha
voracidade, confluência, desvio, insaciabilidade, oralidade. Minha perda de contato comigo mesmo.
Porque o contato é muito doloroso, porque o que eu encontro é um vazio muito grande, não tem nada
ali, não tem contenção, só tem um grande espaço sem limites. O lugar entre Marte e a Terra é muito
desabitado, solitário e frio.

Sinto muita raiva que não sei expressar: aí mordo, arranho, rosno e grito. Sinto
melancolia às cinco da tarde. Não resisto a ser repreendido. Eu não posso resistir a isso.
Não consigo resistir a algo negado. Não tenho limites e não sei como recebê-los ou defini-
los. Não sei receber. não sei dar. Começo a dar para que me amem, a ser generoso com os
outros sem ter para mim ou para os meus. E não sei receber nem pedir para mim.

Eu não existo. Eu não tenho direito. Eu não apareço. não tenho carinho. Eu não tenho
empatia. Tenho muita inveja... não reconheço minha ternura. Não reconheço minha fragilidade ou
minha vulnerabilidade. posso com tudo. Eu levo tudo. Eu sou o duro.
 Não há tempo para mim e se houver, eu me perco nele.

Eu busco a dor para me sentir vivo. Eu me machuco. Eu sou um masoquista. E se você me machuca, eu te machuco
mais com minha indiferença.

Eu fiquei assustado. Há algo muito duro na minha falta de afeto, na minha indiferença, na minha
indolência, no meu julgamento, na minha não aceitação do meu corpo, da minha sexualidade, de mim, em me
sentir feia, em me vestir feia.

Um homeopata de Estrasburgo, Dr. Levy, receitou-me o medicamento Hioscyamus. Esta droga

tem a seguinte descrição, entre outras características:

― Ela quer morder, ela xinga, ela blasfema, ela amaldiçoa, ela é cruel, desumana,
arrogante, indolente, impaciente, muito irritável, impaciente. Às vezes, a agressividade se volta
contra si mesma, com tendência ao suicídio. Ela se censura e se censura. rude Sentimentos de
culpa, remorso. Medo constante de tudo. Com choques. Ela tem aversão a responder perguntas.
Fofoqueiro, reservado. Ela ri constantemente ou excessivamente. Histeria pré-menstrual. Ela fala
sobre temas religiosos. Erótico. Exuberante alegria ou inquietação. Difícil de focar. Confusão.
Grande veneração e respeito por aqueles ao seu redor.

O trabalho interior nos nove sexuais

Sem trabalho interior, não há chance. Porque só de dentro do trabalho eu tenho a chance de ver o meu
jogo. E se meu jogo vier de longe, meu trabalho será minha vida inteira. Da análise, quebrar minhas
resistências, ano após ano, para poder voltar a este mundo com suas tristezas e suas alegrias, suas
dificuldades e seus benefícios, aos poucos, passo a passo. E começar a falar, dizer o que quero e o que
não quero. Para tirar do mundo o que eu preciso. E reconhecer o que não preciso. E para criar meu
próprio espaço de vida. A não abandonar Aprenda a deixar ao outro o seu espaço e o seu tempo, sem
necessidade de fugir, abandonando.

O trabalho corporal tem sido vital para mim. Estou aqui e agora, sentindo minha cintura, seguindo
minha respiração. Eu me aceito com o que é. Que alívio, de volta para mim. A desconexão tem sido uma
rejeição do meu corpo e a conexão ocorre a partir da minha aceitação do meu corpo, da minha respiração
mais profunda, reconhecendo minha intuição, meu conhecimento mais profundo. Da meditação.

Trabalhar em grupos de terapia é extremamente valioso, porque eu me vejo nos outros e os

outros me veem. E a contenção do grupo é vital. E a proximidade dos outros é viral. E tocar os
outros é vital. E amar os outros é vital.

A homeopatia também me ajudou.

O trabalho também se dá pelo amor à minha mãe, que hoje vejo e me aquece o coração.
Posso abraçá-la e também posso pedir que ela não interfira nas minhas questões, sem machucá-la.
E quando ela se abre e me conta sobre sua vida, eu me emociono, sem julgá-la.
 Também do amor ao meu pai, cujos filhos e netos alemães conheci há um ano, graças a
Ramón Resino. E, graças a isso, agora também tenho família por parte de pai, pois antes eu só
tinha família por parte de mãe. Agora estou mais completo, mais equilibrado. E sempre o amei,
agora de um amor mais justo por mim.

Também do meu amor pelo meu filho, que amo como ele é, com quem adoro conversar, viajar,
compartilhar. Se ele tiver que desmamar sozinho, deixe-o fazê-lo: estou aqui para ele.

Do meu amor por mim. Assim como sou, e com o corpo que tenho, que desde que entrei na
menopausa está mudando. Estou ficando mais hippie. Tenho mais braços e mais seios e sou mais larga.

A aceitação de tudo isso foi possível graças ao meu parceiro. Obrigado, não estou sozinho.
Obrigado estou apoiado. (Obrigado, Hilde, que você me ama do jeito que eu sou).
 E9 Conservação (Autopreservação) – Apetite

Terminaremos, então, com a conservação E9, para a qual Ichazo usou a palavraapetite. É óbvio que essas
pessoas tendem a ter corpos maiores, então é muito provável que também tenham um apetite maior. Sancho
Pança é um exemplo literal da conservação de E9 e é interessante que a barriga tenha sido escolhida por
Cervantes para batizá-lo, sendo algo tão central para esse personagem.

Vamos explorar a ideia de que alguma pessoa pode ser dita; “como, logo existo”. Cada um
dos personagens está aberto a essa aproximação cartesiana: “Penso que existo, logo existo”, diria
um E6. “Eu sofro, logo existo”, diria um E4. Na verdade, são expressões muito descritivas sobre
como cada um dos personagens sente o vazio de seu ser. Veja o exemplo do E4 sexual, cujo tema
central é o ódio competitivo e que gira em torno de cortar cabeças. Eu poderia dizer: “Odeio, logo
existo”. Essa característica principal de cada subtipo é a que melhor responde a essa equação de
resolver a questão do ser por meio de uma substituição ou miragem do ser.

Os seres humanos têm todos os tipos de substitutos para o ser: uma verdadeira fúria de pirulitos.
Temos todos os tipos de chupetas que nos dão a impressão de que isto ou aquilo é o que procurávamos. E
erramos o caminho porque corremos atrás dessas ilusões que nos prometem estar onde ele não está.

No caso da nove conservação, há uma semelhança excessiva com um bichinho. Isto

não é apenas sobre “eu como, logo existo”, mas também sobre “eu durmo, logo existo”,
“eu tenho, logo existo”, “estou aqui, logo existo”... Os fatos de vida, tudo comum, eles têm
a capacidade de obstruir sua consciência. Para ele não há nível metafísico. De alguma
forma, a questão do ser foi apagada da vida de uma nove conservação. Não se pode falar
de estar com Sancho Pança. Há apenas sua barriga. A substituição da mamadeira pelo seio
materno foi tão completa que não há memória do amor materno no vocabulário.

Portanto, esses conservacionistas são pessoas muito amorosas, mas no fundo não têm a sensação de
serem amados. Sua renúncia é a mais proeminente. E há neles uma espécie de alegria, uma espécie de ternura
que, no entanto, está longe da plena experiência do amor.

Erich Fromm já o diz: ter ou ser. Provavelmente é a mesma coisa para eles. No mundo dos
grandes banqueiros, por exemplo, você vê muitos rostos amigáveis, com queixo duplo, pessoas
muito práticas... Isso é o Homo Economicus.

A transformação na conservação E9 de Emilia Ligi

Hoje, 4 de março de 2012, completo 55 anos e ainda tenho a oportunidade de contar coisas sobre
mim.
 Sou uma mulher que mora em Florença; aqui estão minhas raízes e nunca tive vontade de
fugir da beleza disso.

Nasci no centro desta cidade e, depois de ter mudado várias vezes de casa, comprei a minha,
mesmo ao lado da casa onde começou a minha vida, como se tivesse fechado um círculo, uma gestalt
que não tinha aberto. Com esta casa tive amor à primeira vista; Moro aqui há 25 anos e hoje acredito que
é verdadeiramente o meu espelho. É como se esta fosse a minha dimensão real, embora a escolha de
comprar uma casa tivesse sido feita com o homem que pensei amar para sempre. Hoje ele é um amante
a menos e um amigo a mais, e isso me parece mais importante!

O dinheiro para viver é-me dado por um trabalho que, apesar dos anos e das saudáveis
desilusões, ainda gosto: sou empregada doméstica, serviço público que o município oferece a munícipes
que se deparam com dificuldades sociais de todo o tipo.

Todos os dias vou à casa das pessoas; Podem ser crianças que acompanho à escola ou
para outros lugares, pessoas com problemas psiquiátricos, idosos que precisam ser limpos ou
levantados, ou alguém que exige que eu faça compras ou coma para eles. Em suma, tudo o que possa
referir-se às necessidades diárias, e ainda mais.

Não é apenas um trabalho, mas também um exercício de vida. Gosto porque me sinto à vontade: há
um gabinete e também os meus colegas, apoio essencial, mas quando se trata de casos, sou autónomo e
enfrento situações muito diferentes durante o dia. Tenho autonomia tanto para decisões quanto para
métodos, e vou das casas para as ruas faça chuva ou faça sol. Não poderia trabalhar trancado em um
escritório, sempre com os mesmos rostos — talvez insuportáveis — e com um trabalho que não muda.

Como conheci o Cláudio? Simples: ele estava fazendo terapia individual, gestalt. Era o ano
de 1992 e minha terapeuta me informou que havia a possibilidade de ter uma nova experiência
através de uma terapeuta americana que vinha passar quatro dias na Toscana para falar sobre
Protoanálise.

Como um bom eneatipo nove - mas eu não sabia disso na época - aceitei a experiência, mais para
satisfazer meu terapeuta do que por qualquer interesse real ou curiosidade. Mas como eu obedeci!

A partir daí, da Protoanálise, comecei minha jornada: não sabia que estava procurando algo,
mas sem dúvida era assim, porque todos os anos, sem expectativas específicas, nunca perdi a
oportunidade de conhecer Claudio e seu trabalho feito de experiências, que para mim são mais
fáceis do que a teoria. Com o passar do tempo, o encontro tornou-se cada vez mais a alegria de
estar com Claudio, aconteça o que acontecer...

Talvez até hoje eu não saiba dizer em que consiste a obra, mas nunca me perguntei: só sei
que algo se moveu, além da minha vontade, e que, pela primeira vez, uma parte de mim assumiu o
comando quando ouvi Claudio falar sobre eneatipos. Ele me ofereceu um tópico, chamado
indolência, que tomei nas mãos para entrar no meu labirinto e não me perder, e dar corda até encontrar
o fim, ou seja, o vazio que está no centro do meu labirinto: um lugar para descansar.

De quando, por desejar, pagava um preço muito alto... E então, para não errar mais, desisti de perseguir
meus desejos: “melhor tentar não existir verdadeiramente, melhor dormir, talvez sonhar, e mostrar eu
pequenininha”

Uma menina abandonada a si mesma na dor, na frustração e na raiva, para sobreviver e não
enlouquecer, troca seu verdadeiro eu pela ilusão de ser. A alma, derrotada e traída, adormece,
esquecendo-se de si mesma. A partir desse momento, o eneatipo nove experimentará a ilusão de
poder viver sem existir, sem desejos de perseguir.

Essa lembrança é de uma menina de seis ou sete anos: minha mãe me dá um castigo
desproporcional por ter comprado alguns doces a prazo no bar sem ela saber. Sua reação ao
embaraço que meu desejo lhe causou foi aniquilar me principalmente com palavras, ao invés de
violência física. Sua raiva desesperada tomou conta de mim como um maremoto, deixando-me
derrotado, ferido e, acima de tudo, sozinho em uma terra de ninguém.

Desde então, desisti de lutar e me emocionei com a possibilidade de haver uma forma
indolor de recuperar o olhar e o amor da minha família; assim começou minha feliz carreira de
hiperadaptação.

Especificamente, fiz de mim uma máquina que está sempre em espera. Se eu só sei
errar e criar problemas, melhor parar: me oriente!

Assim, a máquina vive quando é ligada: imagens são vistas, sons são percebidos; então,
ela existe e se expressa. Pode ser ativado simplesmente pressionando os botões no controle remoto. Pode-se
sempre procurar o mesmo programa sem sentir vontade de mudar: ela, obedientemente, sempre nos dá o
que queremos. Se o volume da sua voz estiver muito alto, basta apertar o botão para abaixá-lo suavemente;
ele também pode permanecer mudo, embora continue transmitindo. Se nos aborreceu, podemos desligá-lo
deixando-o novamente em stand-by. Quando ela está em stand-by, ela permanece em espera sem se
encontrar abandonada, rejeitada ou qualquer outra coisa, porque ela não tem emoções adequadas para
interpretá-la como não vivendo. Por isso ela também fica muito tempo sozinha, mas quando liga de novo ela
volta a sorrir, chora, ama e odeia.

A máquina não tem vida própria: é quem tem o telecomando na mão que escolhe a
intensidade da sua cor, a sua luminosidade e o seu volume.

Era assim que eu era antes do trabalho; Eu dei meu controle remoto para outras pessoas (pais, irmã, professores,

amigos, queridos). Deixei-me levar pelos outros, deixei que eles decidissem o que era bom e o que era
ruim para mim; Foi o suficiente para eles me dizerem o que fazer para ser bom, prestativo e útil aos
olhos deles. Em suma, uma eterna, pequena e boa abelha Maya que se entusiasmava em amar e ser
amada.
Traduzido do Inglês para o Português - www.onlinedoctranslator.com

Exerci também o controle remoto sobre mim mesmo: quando não gostava da realidade que
vivia, sofria com ela e, para não correr o risco de querer mudá-la, me colocava de novo em stand-by. A
preguiça se tranquilizou e aceitou o tédio.

A nota positiva para mim, conservação E9, é que, no meu cancelamento quase completo, uma
parte infinitesimal de mim não cedeu e continuou acreditando no prazer e na espontaneidade da menina
que eu era. A partir daquela pequena chama de fé em mim, tudo poderia recomeçar.

Se eu não conheço o preto, não sei o que estou chamando de branco. Tenho que mudar de posição: este ovo
em que continuo a me adaptar é estranhamente transparente e pequeno. O que está acontecendo? Eu sinto ar
fresco! Que prazer! Então, há algo além da casca... Agora estou com medo. E se eu morrer? Senhor, eu
permaneço em suas mãos. (Isto é o que o verme pensou antes de se transformar em borboleta)

A magia do trabalho me fez iniciar um caminho no tempo: um caminho até mim. Cada memória foi
um passo em direção a algo que eu havia esquecido: de dor em dor, como Tom Thumb, percorri a
história da minha vida. Lembrar-se de mim, aceitar seguir o caminho da dor, foi o primeiro ato de
amor para com aquela menina desaparecida que, inconscientemente, eu queria reencontrar.

Foi uma jornada de anos; Nunca tive dúvidas sobre seu significado ou valor. Pela primeira
vez encontrei um homem/pai/professor e, desde o primeiro dia em que o conheci, minha mão foi
espontaneamente para a dele.

Reencontrar a menina significa me redescobrir com aspectos de mim que pensava não
existir: a abertura espontânea para a vida e para a experiência. A garota não tem nada a
perder; vê-la torturada, ferida, suja, mas viva e ainda inocente, pura, me fez sentir sua
sacralidade, e descobri que havia espiritualidade em mim também.

Graças à garota que não perdeu a confiança no mistério, todas aquelas partes de mim que eu
imaginou de olhos abertos e que acreditou na existência extraordinária do outro, passou a sentir
que era legítimo viver. Lembro que em um SAT, durante a experiência do renascimento, enquanto
ela interpretava o papel de mãe, mas sem ser na realidade, ela não sabia reconhecer quando era
preciso ajudar estimulando o parto. Não queria criar obstáculos ao renascimento da pessoa e
chamei [a terapeuta] Ginetta Pacella. Ela se ocupou atuando como o canal de parto e eu observei
fascinado: o que ela estava vendo era verdadeiramente o mistério do nascimento. Ao passar pelo
canal, aquela pessoa foi deixando para trás quem ela era: quem nasceu foi uma página em branco.
E eu pensei: “isto é o que acontece quando a gente vem ao mundo”. Um mistério havia sido
revelado.

O processo de abertura me fez conhecer e integrar os opostos, o masculino e o

feminino, e moldou meu sujeito. Também dei permissão ao meu egoísmo e ao meu prazer de
existir. Conhecer o lado sombrio, aceitá-lo, fez de mim um ser tridimensional e não uma
pintura egípcia. Num trabalho xamânico em nosso animal-guia, surgiu uma mosca e
insistentemente empoleirado na minha mão. Aceitei-a como animal-guia. Mas como aceitar esse ser
amarrado, pela cultura, ao mal, ao diabo? Simplesmente, aceitando ter em mim aquele lado humano
pouco conhecido e indesejado: ouvindo suas razões, pude dar-lhe a liberdade de agir e descobri que ele
não queria matar ninguém. Pelo contrário, é um egoísmo saudável que torna a minha vida melhor e que
coloca o sentido do altruísmo num lugar menos absoluto: um passo importante para o equilíbrio interior.

Minha barriga tem sido o recipiente para a expressão de minha espiritualidade; Da

criança interior acessei uma espiritualidade que me permitiu ver as coisas de outro plano. E a
partir daí eu vi e compreendi qual é a minha matéria e o meu caos primordial, e como vim
parar ali ou parar, usando apenas a parte do cérebro reptiliano. Se quisermos ver a marca do
nosso pé, devemos nos livrar dela.

Conhecer minha espiritualidade me permitiu reconhecer minha materialidade; só então

minha alma despertou e reencarnou em mim.

Os automatismos me desestruturaram, mas a menina, com sua intuição que mais parece alquimia,
encontra respostas e soluções. Hoje, a intuição e a criatividade são os instrumentos com os quais tento
substituir o comportamento compulsivo e a inércia.

Honestamente, muitas vezes me vejo como um estranho olhando para o céu em busca de uma saída.

Ontem eu acreditava que meu dever era um só: obedecer ficando na prisão para me adaptar ao mundo;
hoje penso que nunca conseguirei adaptar-me verdadeiramente a este mundo e à humanidade: na
verdade, talvez não queira e prefiro seguir o meu caminho, sozinho mas livre, como o louco do tarot!

Talvez aquela menina, no momento em que salvou os outros drogando-se, sentisse que não
amava este mundo, que não amava aquela família.

Posso amar muito poucas pessoas: não sou uma boa menina, respeito as regras, mas sou guiada
pela minha ética, que vai além das regras. Não tive família porque não acredito nisso.

Há alguns anos, uma noite, enquanto ouvia música, tive esta visão de mim mesmo: eu era um
pequeno robô capaz de reparar os danos de uma grande nave espacial. A minha vida era fora daquela
grande máquina, mas eu estava ligado a ela por um tubo muito comprido e, de lá, olhava a vida das
pessoas que viviam dentro da nave. Sendo um robô, ele não sentiu nenhuma emoção pelo que viu, mas
sabia que não queria fazer parte disso; era melhor ficar do lado de fora, na escuridão daquele espaço
imenso e silencioso.

Sinto a desarmonia: não sei como encontrá-la dentro de mim.

Fico feliz por não ter perdido completamente o sentido dionisíaco da vida.

Que desconforto é esse? Não posso estar errado; Eu tenho que ajudar o mundo! E o Superman não pode ter
dúvidas! Ouça, vou lhe contar todos os meus sintomas, vou lhe dar todas as informações úteis para
você; você investiga e analisa para mim, porque não sei como fazer e estou ocupado. Mas ele
diz "sente-se e conte-me sobre você"

Para um E9 de conservação, o mais difícil é admitir que o outro tem razão. Há sempre um “mas”.
Rapidamente, foge do desconforto distraindo-se, cobrindo-se de névoa, talvez perdendo-se numa
frase ou observação. Ele não concorda, fica desconfortável, mas ao invés de entrar em contato com
raiva ou admitir sua discordância, ele cria confusão e neblina para si mesmo, tentando distrair a si
mesmo e aos outros.

Compreender a capacidade de se perder como forma de defesa é essencial para aumentar a conscientização.

Muitas vezes há uma dificuldade real em entender especificamente o que o terapeuta está nos pedindo, como se
as palavras não fossem conhecidas. A confusão interna e a névoa obscurecem a parte intuitiva do cérebro.

Além disso, fui muito bom em me adaptar ao terapeuta: tentei gostar dela e não entediá-la. No
entanto, era eu quem a pagava e muitas vezes me encontrava com ela porque tinha a clara sensação de
que a estava ajudando a me conhecer e lhe contava tudo sobre ela para que depois ela pudesse resumir
para mim.

Acho que conseguir uma síntese só de si é uma grande conquista para uma
conservação E9.

Se o nove veio para a terapia, talvez ele sinta que há um problema em sua máquina
que não permite que ele dê o melhor de si e que deve ser consertado para que tudo volte
ao que era antes.

Mas o desconforto existe e o cliente não sabe que aquele cubo de gelo que inesperadamente
escorrega por suas costas, causando-lhe sofrimento, não é um cubo, mas a ponta de um iceberg. E esse
sofrimento nada mais é do que a enésima ilusão de ser tão bom em não permitir que a dor seja mais que
um desconforto passageiro, enquanto o gelo se dissolve e a água está prestes a transbordar o dique da
mentira.

O que fazer na terapia com uma conservação de nove?

Dê à sessão uma sensação de sacralidade: sinta que o espaço entre terapeuta e paciente,
inclusive o físico, é um lugar onde ambos vão colocar algo de si, e que esse lugar é
sagrado porque é a linha que separa o eu-tu.

Estabelecer um formulário de contato, com o qual encerrar a sessão; o gesto mais eficaz é o
abraço. Em uma pessoa que não conhece a introspecção, vivenciá-la pode ser como entrar em
outro mundo onde não há certezas, e o contato tem a finalidade de devolvê-la à certeza terrena
após uma viagem ao centro desse nada que ela encontra dentro.
 Um nove vive na superfície e mergulhar fundo é extremamente cansativo; mas fá-lo-á
se souber que, quando voltar a emergir, já à beira do ar, alguém lhe dará a mão para o ajudar
a regressar à terra.

Convidar um E9 da conservação a lançar-se sobre si mesmo significa, concretamente, pedir-lhe que

recorde: recorde a sua vida, a sua infância, a sua adolescência...

Para mim, o trabalho que Claudio me propôs foi extremamente importante:

recordar através da dor, graças ao método regressivo; lembre-se, lembre-se e ainda
lembre-se: tudo está contido nesse verbo! Volte para reconhecer que você tem uma
experiência feita disso e daquilo, de dor, de frustração, de amor e descuido.

Relembrar foi ir contra a corrente do rio da minha vida, descobrir a corda que permite
navegar sempre perto da margem e não no meio do rio, onde a correnteza é mais forte; cada
lembrança tem sido um refúgio onde, depois da dor e da frustração, sempre encontro a
confirmação da mesma ideia maluca: ―estou sozinha, enfim, tenho que fazer sozinha, não
posso pedir ajuda, pedir tempo para eu mesma criaria problemas‖.

Foi pela memória e pela história de mim mesma que, aos poucos, comecei a moldar
o bloco de barro que fui.

Acho que pode ser útil pedir frequentemente a um E9 conservador para contar a sua infância, a sua
adolescência, demonstrando interesse pela sua vida.

Para ajudar a pessoa a ir mais fundo, a associação livre também ajuda, porque nos aproxima da
sinceridade, e também ajuda a perguntar de novo toda vez que a pessoa se distrai porque está se
aproximando de algo interessante.

Quando Cláudio me disse pela primeira vez “fale-me de você”, fiquei tonto: eu estava um caos,
meu nevoeiro apareceu em um segundo, não entendi nada, não só por causa da pergunta do professor,
mas porque alguém estava interessado em mim pela primeira vez na minha vida.

Agora que percorri o caminho do herói, agora que superei provações e obstáculos para me reencontrar,
agora que escolhi, agora me sinto amado pelo céu e pela terra, agora que o desejo impulsiona a ação,
agora posso abrir mão de minha bagagem e seguir o caminho sozinho com a bengala e a lhama

Achei que se eu me encontrasse de novo tudo seria mais fácil, que essa era a cura, mas não!
Reunião não é cura. É simples reencontrar!

Agora que percorri o caminho do herói, que superei os obstáculos e reencontrei minha alma e a
menina que há em mim, agora que estou enfrentando a origem da minha neurose, agora que viajei pelo
mundo e voltei para ao ponto de partida, agora é a minha vez; Estou de volta aos trilhos para a viagem
de volta.
 Dou os primeiros passos sem saber qual será meu objetivo. Reencontro o mundo com seus
excessos; Vivo como se fosse fazer uma operação de coração aberto todos os dias sem anestesia: dói
demais e me sinto incrivelmente frágil.

No templo de Apolo estava escrito: “Conhece-te a ti mesmo”. Mas também: “Nada em excesso”.

Excesso. Esta é a causa de tudo. Meu caminho foi pavimentado com excessos até agora, também
durante a jornada do herói. Mas agora voltei a ser e não quero desistir. Finalmente, sinto que posso ser
para mim, por mim mesmo.

Não conheço uma jornada de cura, mas sei que lembrar de mim todos os dias é o único caminho
possível, o grande ato de amor para comigo mesmo.

Quando entendi que tudo é uma ilusão, inclusive eu, e que esta presença é a única verdade
necessária, tive uma sensação de liberdade imensa: me entreguei e caí sobre mim, como quando
cai um véu.

Agora posso deixar tudo e posso parar e ser. Eu não preciso mais repetir para mim mesmo
que existo porque ajo, sinto, penso, amo, desejo. Sou! Todo o resto é apenas uma manifestação do meu
ser.

Mas, como as manifestações do ser, também ilusórias, podem ser dionisíacas, é melhor que você as
viva cada vez que elas aparecem e faça delas um tesouro enquanto estiver neste mundo.

Viva Dionísio quantas vezes ele se lembrar de mim e eu me lembrar dele!

Tenho certeza que o ser saudável da conservação E9 é muito dionisíaco!

Se eu me deixar, o que acontece? O que acontece se eu começar a não acreditar mais nas minhas ideias
malucas? Não sei, mas sinto uma sensação de liberdade. A experiência da aposentadoria me chama. Lá
eu me expando, talvez me dissolva e mais uma vez me sinta parte daquele todo que a consciência e a
mente comuns não podem ver

Acho que um passo importante na minha evolução foi a queda do sentido dogmático da ideia maluca: eu
a tinha como mandamento, como se a ideia maluca, com seu poder, tivesse substituído Deus. O trabalho
me deu autoconfiança e comecei a correr o risco de poder viver, morrer, causar sofrimento ou ficar
sozinho, desafiando a mesma ideia maluca; Comecei a enfrentar minha caminhada contra a vida, me
entregando mais ao que está aqui, agora, neste momento e não em outro, e o resultado é me sentir
simples e espontâneo.

O apetite, em todas as suas formas, não serve mais para exorcizar o medo do vazio
ligado à neurótica falta de amor. Ao me entregar ao amor, descobri que o vazio só me
assustava porque eu não o conhecia. Descobri que é um vazio fértil, um lugar neutro dentro de
mim, onde nada tem forma e há um silêncio atemporal. A experiência do vazio é relaxante,
não há ansiedade e a fome de estímulos se acalma porque no vazio não há mais ilusão
e ausência.

Agora acho que estou mais perto do verdadeiro sentido das minhas ações: ler é ler,
comer é comer, amar é amar, pensar é pensar e viver é viver!

Tenho vontade de viver a experiência de um retiro de meditação aceitando não existir

pelo mundo por oito dias, aconteça o que acontecer. Essa experiência transformou o sentimento quase
onipotente de responsabilidade excessiva e admiti para mim mesmo que o mundo pode continuar sem
mim.

Sair da condição ordinária de consciência, mente e coração tem sido um estado de

graça que alcancei entregando-me à contemplação. A contemplação viva é como uma forma
de sequestro místico dos sentidos, onde tudo aparece na sua simples verdade; mas não sei
como descrever essa experiência, só sei que é uma felicidade profunda de existir, é descobrir
um estado natural de felicidade e amor que pertence a outra dimensão.

Na contemplação, tudo se dissolve, eu me dissolvo até me tornar apenas um contato, uma

vibração, talvez erótica, com o divino; mas ao mesmo tempo a realidade do mundo está aí,
presente, como uma manifestação do aqui e agora que não precisa de nada.

Amar o mundo através da contemplação é como fazer amor a Deus. E compreendi que,
para mim, Deus se manifesta de forma imanente e também de forma transcendente: são duas
faces de uma mesma manifestação.

Contemplar é entrar profundamente na realidade e depois ir mais longe no mistério do

espiritual, passando pela expansão e não pela concentração.

Certa manhã, ao acordar e observar a natureza, compreendi que não existem opostos
separados, mas que existe uma dualidade que é ao mesmo tempo unidade, que tudo começa e
termina em seu oposto, em um continuum, sem começo e sem fim. .

Observando uma fruta, perguntei-me onde está a forma e onde está a substância; todos os aspectos
estavam presentes, mas o fruto era uma unidade inseparável de ambos. É este o Tao, yin e yang? Talvez sim.

Definir com palavras é uma necessidade humana, é o primeiro passo para a compreensão que
não prevê palavras, porque tudo está em contínua manifestação, tudo simplesmente é.

Entendi que sou uma mente neutra, infinita, indescritível e atemporal, mas ao mesmo tempo
uma mente comum que vive e se alimenta daquilo que projeta através do olhar.

Agora não sei de nada, mas através da experiência do retiro encontrei o sentido da
minha meditação, que não é um exercício de estilo, mas sim um estado de presença e
consciência.
 Termino minha contribuição com esta canção de Julio Numhauser, poeta chileno, cujo título é uma
verdade irrefutável.

TUDO MUDA

Mude o superficial

também muda a profundidade

mudar a mentalidade

mudar tudo neste mundo

O tempo muda ao longo dos anos

o pastor muda seu rebanho

e assim como tudo muda

que eu mude não é estranho

mudar o mais brilhante mais fino

de mão em mão seu brilho

o pássaro muda o ninho

muda o sentimento de um amante

O caminhante muda de rumo

mesmo que isso doa

e assim como tudo muda

que eu mude não é estranho

 Muda, tudo muda

Muda, tudo muda

mude o sol na sua carreira

quando a noite subsiste

troque a planta e o vestido

verde na primavera

A besta muda de pelo

mudar o cabelo do velho

e assim como tudo muda

que eu mude não é estranho

Mas isso não muda meu amor

não importa o quão longe eu esteja

nem a memória nem a dor

da minha terra e do meu povo

E o que mudou ontem

vai ter que mudar amanhã

assim como eu mudo

nesta terra distante.

 Biografias dos participantes

Antonio Ferrara

Psicóloga e psicoterapeuta. Diretora do IGAT, Instituto de Gestalt Psicoterapia e Análise

Transacional, e da Escola Quadrienal de Especialização em Psicoterapia, reconhecida pelo
Ministério da Universidade e Pesquisa Científica (MIUR), na Itália. Ele vive e trabalha em
Nápoles. Membro fundador e ex-presidente da FISIG, Federazione Italiana delle Scuole e Istituti
di Gestalt. Conselheiro do Colégio de Psicólogos da região da Campânia, Itália. Professora e
supervisora em Gestalt Psicoterapia reconhecida pela FISIG. Membro da EAGT, European
Association for Gestalt Therapy. Também é formado em Análise Transacional e é professor-
supervisor reconhecido pela ITAA, International Transactional Analysis Association e EATA,
European Transactional Analysis Association. Especialista em terapia transpessoal, ele faz parte
da equipe de supervisão dos programas SAT internacionais de Claudio Naranjo. Ele elaborou o
modelo “Teatro Transformativo”, um caminho criativo para o desenvolvimento do indivíduo e
do grupo.

Isabel Herrera

Terapeuta corporal, vive e trabalha em Barcelona. Este nome é um pseudônimo, pois a autora preferiu
manter o anonimato por motivos relacionados ao seu processo pessoal.

Lluís Serra

É Doutor em Psicologia (URL, Barcelona), graduado em Teologia (PUG, Roma) e licenciado

em Filosofia (UB, Barcelona). Diretor do Centro de Vida Religiosa e Espiritualidade. É
professor da Faculdade de Teologia da Catalunha, do ISCREB e do Espailúdic. Colabora na
linha de Psicologia e Espiritualidade do Grupo de Investigação em Psicologia, Pessoa e
Contexto da Universidade Ramón Llull de Barcelona, onde desempenhou tarefas de
gestão e docente. Especialista no estudo do Eneagrama de Claudio Naranjo, sua tese de
doutorado intitula-se O Eneagrama das Paixões. É autor de numerosos artigos e livros,
entre os quais se destaca Codes of Inner Awakening. Ministra seminários e cursos em
vários países da Europa e América. É colunista do Catalunya Cristiana e apresentador de
talk show da Rádio Estel.

Paolo Baiocchi

Doutor em psiquiatria e psicoterapeuta gestáltico. Ele é fundador e diretor do Trieste

Istituto Gestalt Trieste, Scuola Quadriennale di Specializzazione in Psicoterapia della
Gestalt (reconhecido pelo MIUR). É co-fundador do método Comunicazoine Sana. É autor
de inúmeras publicações científicas e do livro Affective communication and human
contato, feito com o Dr. Danilo Toneguzzi. Formou-se em psicoterapia gestáltica com Claudio
Naranjo, com Erving e Miriam Polster e, na Itália, com Paolo Quattrini. É colaborador de
Claudio Naranjo.

Consuelo Trujillo

Atriz e diretora de teatro. Professora de atores e pesquisadora de processos artísticos

aplicados à educação e à psicoterapia. É discípula e, desde 1998, colaboradora do
Programa SAT. Meu vínculo com Claudio Naranjo como professor me levou a ser um
buscador de realização na arte e na vida. O meu caminho tem a ver com a procura de um
sentido mais autêntico de amor e liberdade, com a abertura à consciência e com a
aceitação da minha verdadeira existência, a entrega incondicional e a entrega a uma
Vontade maior que me leva a aceitar aquilo que aquilo a vida me traz é o suficiente.
Percorro este caminho de transformação e busco na espiritualidade a expressão artística,
e o sentido da transcendência na grande arte que é a vivência e o compromisso com o
cotidiano. Anseio por encontrar a paz dentro de mim,

Cati Preciado

Tenho 40 anos, sou casada, não tive filhos, sou a filha do meio de uma família de três filhos, a única
mulher. Estudei psicologia clínica porque fantasiei que poderia ajudar minha família e outras
pessoas se entendesse como funciona a psique humana. Porém, no fundo era a minha forma de
pedir ajuda e estar perto de adultos que pudessem cuidar de mim. Fiz uma pós-graduação em
psicologia e inúmeros cursos e experiências diversas em busca de encontrar a paz interior, pois ao
terminar o curso de psicologia me sentia muito deprimida e solitária. Nesse caminho, aos 24 anos,
me deparei com o Eneagrama e minha vida mudou completamente: me apaixonei por ele e
comecei a sair da minha profunda depressão. Também comecei a perceber que ele era muito
insensível e ignorante comigo. Um ano depois conheci o Dr. Claudio Naranjo. Ele foi um grande
despertar para a vida e para o amor em muitos aspectos, e desde então não me separei de sua
obra, de sua lucidez e de seu grande amor pela humanidade; Hoje trabalho sozinha há mais de 15
anos como psicóloga de crianças, adolescentes, adultos e grupos; tudo é um recurso para mim: a
escuta, a arte, a terapia, os jogos, o movimento, o silêncio... Sou muito feliz por poder me sentir
uma mulher que sabe viver sozinha e com os outros.

Eustaquio García Vallés

Psicoterapeuta Gestalt, trabalha no centro Gestalt Therapy Bitácora em Madrid. As suas áreas de
trabalho são a terapia individual com adultos, a terapia de grupo, a terapia de casais e a área
empresarial. Ela foi treinada no Programa Claudio Naranjo SAT.
Lorena Garcia de las Bayonas

Atriz, diretora de teatro e professora de atores. Formada como atriz principalmente na escola
de arte dramática em Sydney, Austrália, e na Espanha com Juan Carlos Corazza, com quem
também colaborei por 14 anos em sua escola Estudio Corazza for the Actor, Formada em
Gestalt Therapy pela AETG e em Psicologia Integrativa e Transpessoal com Dr. Claudio Naranjo.
Colabora com Claudio Naranjo no programa SAT desde 2002 na parte teatral. Atualmente
dirige o Centro do Ator em Madrid. Eu vim para o SAT em 1998, antes de iniciar o treinamento
em Gestalt-terapia. Tem sido um dos lugares mais importantes da minha vida, tanto pessoal
quanto profissionalmente.

Assumpta Mateu

psicólogo. Especialista em psicologia clínica. Gestalt e psicoterapeuta integrativa. Diretor do

GestalTransformació, Centro de Psicologia, em Mallorca. Discípulo e colaborador de Claudio
Naranjo na equipa internacional do programa SAT, Representante da Fundação Claudio
Naranjo em Maiorca. Especializada em Cuidados Paliativos e formada em Acompanhamento
Criativo de Doença Terminal e Luto. Membro Titular e Membro Fiscal da AETG. Membro da
FEAP e Psicóloga especialista em Psicoterapia pela EFPA (Federação Europeia das Associações
de Psicólogos). Formada em Terapia Familiar Sistêmica na área de conflitos de casal. Mestre
em Terapia Breve Estratégica. Mestre em Intervenção Ambiental (UB). Treinado em
Restauração de Relacionamento com Suzy Stroke.

Sonia Gajnaj

Formou-se em 1990 como Atriz Municipal pela Escola Metropolitana do Governo da Cidade de
Buenos Aires. Dediquei-me a explorar disciplinas artísticas corporais e vocais, e treinei com
diferentes professores relacionados à atuação, incluindo Bartiz, Gaspio e outros. Comecei a dar
aulas em 1992 sem interrupção. Crianças de todas as idades, adolescentes e alguns anos depois
adultos interessados em teatro vocacional, são a experiência constante em minha prática até hoje.
Enquanto desenvolvia minha carreira de ator, no teatro e no cinema, a partir de alguns dias de
ensino com Hilda Elola me apaixonei pelo ensino no âmbito do teatro vocacional e fiz dois níveis de
treinamento para líderes de oficina com Roberto Vega. Me interesso pelas terapias Gestalt e, há
sete anos, faço treinamento nesse sentido, que contribui fortemente para a minha experiência de
ensino. Muitas vezes, os benefícios de “ser o que fazemos” são proclamados. Neste caso, felizmente,
“eu sou o que faço”, porque a minha alma e o meu coração se expressam através da minha
profissão docente.

Annie Chevreux

Psicoterapeuta Gestalt formada pela Associação Espanhola de Gestalt Terapia, da qual é

membro titular. É co-fundadora e professora da Escola de Gestalt-terapia de Madrid. Ela é uma
discípulo e colaborador de Claudio Naranjo. É autora de The Berlin of Perls: The avantgarde
spirit in art and gestalt therapy (Mandala, Madrid, 2007).

Cristina Nadal

Psicoterapeuta desde 1981. Formador de Gestalt e terapeutas humanísticos desde 1983.

Entre 1983 e 1989 fui um dos promotores da psicoterapia humanística e gestalt nas Ilhas
Canárias. Sou formado pelo Instituto de Potencial Humano de Londres. Tive a honra de
codirigir o Instituto de Psicoterapia Humanista. Sou membro titular da Associação
Espanhola de Gestalt-Terapia. Tenho desenvolvido uma abordagem gestáltica para o
trabalho corporal. Desde 1988, minha trajetória pessoal e profissional está impregnada
pelo trabalho realizado primeiro com Guillermo Borja e depois com Claudio Naranjo,
diretor do programa SAT, para quem me convidou em algumas ocasiões como
colaborador. Ao mesmo tempo, tenho me interessado pelo conhecimento psicanalítico,
especialmente em alguns de seus desenvolvimentos clínicos.

Ângelo Contarino

Formado em História e Filosofia pela Universidade de Catania, começou como professor. Foi
palestrante em universidades da Colômbia e do México e, posteriormente, tornou-se Adido Cultural
da Embaixada da Itália na Tunísia. Nesses países, ele se abriu para outra visão de angústia
existencial e o caminho do crescimento. No México, lugar de encontros e experiências
particularmente significativas, embarcou nos ensinamentos de Claudio Naranjo, com quem
continua aprendendo. De regresso a Itália, cria o centro Educarte em Noceto, perto de Siena, onde
se promove a procura de novos estilos de vida e se partilha a experiência formativa (é diretor da
Escola de Aconselhamento e mediação artística), segundo uma visão integrada psicologia , arte e
espiritualidade.

Mireia Darder

Membro fundador do Instituto Gestalt de Barcelona. É doutora em Psicologia e psicóloga com

especialização em Psicologia Clínica. Gestalt-terapeuta. Trainer em PNL. Técnico em Animação
Sociocultural. Formada em Psicoterapia Integrativa no programa SAT. Membro docente da
AETG. Psicoterapeuta reconhecida pela FEAP. Professor da Universidade Ramón Llull
(1997-2003).

Jose Ignacio Fernández

Formada em Documentação e bibliotecária por muitos anos, hoje sou terapeuta integrativa de
gestalt, bioenergética, PNL e eneagrama, entre outras. Combino o meu trabalho com o estudo
e formação em psicoterapia e a prática da meditação Zen. Co-diretora do Centro Human Space
de terapia integrativa e desenvolvimento pessoal na cidade de Málaga (Espanha). Descobri o
eneagrama em 1998 e foi um grande impacto para mim me identificar
no personagem cinco, vendo pela primeira vez que havia outras pessoas como eu. Sabendo
que o criador da adaptação do eneagran para a psicologia moderna foi Claudio Naranjo,
sempre quis me aprofundar abordando ele, sua escola e seus livros. Isso me levou a realizar o
processo SAT e a oferecer minha colaboração após o II Simpósio Internacional de Psicologia
dos Eneatipos (Pilas, Sevilha). Sou profundamente grato a Claudio por ter criado este sistema
que ajudou a mim e a outros a “ir além de si mesmos”.

Geraldo Ortiz

Graduado em Psicologia Clínica, psicoterapeuta gestáltico, terapeuta corpo-mente, é professor de

Terapia Gestalt Integrativa, colabora com Sateducación em Chiapas, faz parte da Escola Viva Claudio
Naranjo Gestalt no México. Diretor do Yut O'ntal, Centro Psicoterapêutico. Discípulo e colaborador
de Claudio Naranjo em diferentes Escolas SAT na América.

Grazia Cecchini

Gestalt e psicoterapeuta sistêmico-relacional, conheceu Claudio Naranjo em 1986 em um

workshop na Itália para gestalt-terapeutas. Depois de ter sido aluna do programa SAT,
começou a colaborar como terapeuta no SAT em Espanha e depois em Itália. Ao longo dos
anos, reforça a sua colaboração com Claudio e no SAT na Europa e América. Suas investigações
na Psicologia dos Eneatipos tornaram-se seu maior compromisso pessoal e profissional. É
patrona da Fundação Claudio Naranjo.

Betina Waissman

Formada em Authentic Movement desde 1995 com Marcia Plevin, Neala Haze, Zoé Avstreih,
Joan Chodorow, Tina Stromstead e Janet Adler. Psicoterapeuta corporal formada no CIO no Rio
de Janeiro e no centro ESTER em Valência. Ela co-fundadora do Espacio Movimiento. Professora
do Sistema Rio Aberto. Atriz. Professor de Movimento e Expressão no Corazza Studio for the
Actor (Madrid). Discípulo e colaborador de Claudio Naranjo no Programa SAT desde 1992.
Membro da FEAP e ADMTE.

Francisco Penarrubia

Pioneiro da gestalt na Espanha, é psicólogo pela Universidade Complutense de Madri, foi

diretor da equipe Ciparh por 30 anos (1976-2006), centro pioneiro de Psicologia Humanista na
Espanha, criado por Ignacio Martín Poyo (1973), pelo que o considera seu primeiro mestre e
iniciador na gestalt. Co-fundador e primeiro presidente da Associação Espanhola de Terapia
Gestalt (1982). Discípulo de Claudio Naranjo e colaborador em seu programa SAT
periodicamente. Membro Honorário da Sociedade Espanhola de Psicoterapia e Técnicas de
Grupo (SEPTG, 1993) e da Associação Espanhola de Gestalt Terapia (AETG, 1999). É autor dos
livros “Integração Emocional e Psicologia Humanista” (Marova) e “Gestalt Terapia, o caminho
do vazio fértil” (Alianza, 1998).
Enrique Villatoro

Bacharel em Psicologia. Diploma em Relações Trabalhistas. Mestre em Gestão de Recursos

Humanos e consultoria de processos nas Organizações. Professor do Departamento de Economia e
Organização Empresarial da Universidade de Barcelona. Ele tem mais de dez anos de experiência na
área de RH e treinamento. Psicoterapeuta gestáltico, é discípulo e colaborador do Dr. Claudio
Naranjo no programa SAT. Ele é um membro pleno do AETG.

Albert Rams

Psicóloga, psicoterapeuta desde 1979. Membro Honorário da Associação Espanhola de Gestalt-

Terapia. Co-diretor da Gestalt Workshop School de Barcelona. Autor de ―Gestalt Clinic‖,
―Metaphors of travel‖ e ―Vinte e cinco anos de Gestalt‖, ambos em Ediciones la Llave.

Maria Elena Tinoco Zavala

Eles me chamam de Brisa, que significa misericórdia. Sou Gestalt-terapeuta, fundadora de uma
associação civil chamada Educação para a Paz (Edupaz), no México, dedicada às áreas de
agroecologia, economia solidária (microcréditos para comunidades indígenas) e saúde
holística. Este projeto se conecta com o Mayan SAT, com Roberto Gutiérrez e outros. Faço parte
da escola de terapia corporal integrativa, juntamente com Toni Aguilar. Depois de trinta anos
como freira católica, agora, há dois anos, saí com a dispensa dos meus votos perpétuos.
Dedico-me ao trabalho da Edupaz e a fazer terapia de grupo e individual. Aproximei-me do SAT
em 2002. Em 1989 li o livro de Claudio Naranjo A única busca, e desde então comecei a
procurá-lo. Depois de ler “A Agonia do Patriarcado”, fiquei ainda mais ansioso para entrar em
contato com ele. Gerardo Ortiz nos disse um dia que Claudio iria prestar um SAT em Tonalli, no
México. Eu nem pensei nisso: era minha grande chance...

Alice Maria Ribeiro

Tenho 59 anos e sou formada em História {lato sensu). Sou terapeuta, com formação em
Restauração de Relacionamento pela Suzana Stroke pelo Instituto Eneasat do Brasil e pelo
IGAT desde 2008. Realizo atendimentos individuais para orientações após os cursos SAT.
Descobri o eneagrama em 1994 com Alaor Passos e depois fiz o SAT School em 1996 com
Claudio Naranjo. Desde então tenho feito todos os graus do Programa SAT e dois retiros de
meditação. Reconheci Claudio como meu professor no retiro de 2003, onde ele iniciou minha
jornada de transformação.

Juanjo Albert

Psiquiatra. Neurologista. Psicoterapeuta clínica integrativa. Coordenador clínico do IPETG,

Membro da Sociedade Espanhola de Psicoterapia e Técnicas de Grupo (SEPTG.) e
Membro Docente e Supervisor da AETG. Membro da Federação Espanhola de Associações
de Psicoterapia (FEAP.) e da Associação Espanhola de Neuropsiquiatria (AEN).

Miriam Ortiz de Zárate

Coach Executivo, pela European School of Coaching. Diplomado em Coaching pelo Centro de
Estudios Garrigues. PCC (Professional Certified Coach) pela ICF. CP {Professional Coach) pela AECOP.
Licenciatura em Psicologia (UAM). Diploma em Liderança e Gestão de Equipas (IE). Mestre em
Recursos Humanos (IDE CESEM). Programa SAT de Desenvolvimento e Psicoterapia Integrativa.
Formada em psicoterapia gestáltica (dois anos em EMTG). Atualmente, atua como coach executiva,
formadora e supervisora de coaches. Sou formadora e supervisora na European School of
Coaching. Ela também ministrou programas de treinamento de coaching no Colégio Oficial de
Psicólogos, entre outros. Anteriormente, ocupei cargos de responsabilidade no Departamento de
Recursos Humanos de empresas nacionais e multinacionais: Diretor de RH na PC CITY, Gerente de
Departamento na AT&T, Gerente de Área do Metrô de Madri, etc. Escrevi o livro Não é a mesma
coisa (Tampa Editorial) junto com Silvia Guarnieri. Sou membro da International Coach Federation.
Membro da AECOP, Associação Espanhola de Coaching e Processos. Membro do Colégio Oficial de
Psicólogos.

Juanita Richter

Oleira, é herdeira da escola do pai Leopold Richter (1896-1984), renomado entomologista, pintor e
ceramista alemão. Ao longo de anos trabalhando com cerâmica, cor e inspiração, ela conseguiu que o
artístico tomasse conta de seu trabalho e que a cerâmica fosse o meio de expressão pictórica. Seu
trabalho gira em torno de dois temas centrais. Uma é a natureza selvagem, fauna e flora colombianas, a
outra é a natureza humana interior, formada por seres que vivem dentro de outros seres, transcendendo
e transmitindo significado. A sua experiência e a sua evolução no trabalho mural levaram Juanita a
integrar uma equipa de artistas plásticos em 1993, o que lhe permitiu agilizar os processos de desenho,
gravura, aplicação de esmaltes e pintura, desenvolvendo assim um elevado nível técnico e criativo.

Emília Ligi

Ela nasceu há 55 anos em Florença, cidade onde sempre residiu. A sua profissão é a de
assistente domiciliária do município de Florença, onde é responsável pela prestação de
serviços sociais à comunidade. Desde 1992 ela treina com Claudio Naranjo no Programa
SAT na Itália.
 Sobre Claudio Naranjo

O Dr. Claudio Naranjo, renomado psiquiatra chileno, escritor, professor e palestrante

de renome internacional, é considerado um pioneiro em seu trabalho experimental e
teórico como integrador da psicoterapia e das tradições espirituais. Um dos primeiros
pesquisadores de plantas psicoativas e terapia psicodélica e um dos três sucessores de
Fritz Perls (fundador da terapia gestalt) no Instituto Esalen, desenvolveu
posteriormente a Psicologia dos Eneatipos a partir da Protoanálise da xilogravura e
fundou o Instituto SAT (Seekers Depois da Verdade), uma escola de integração
psicoespiritual. Quando não está escrevendo, ele viaja pelo mundo,

Trajetória

Claudio Naranjo nasceu em 24 de novembro de 1932, em Valparaíso, Chile. Cresceu num ambiente
musical e, após uma incursão precoce no piano, estudou composição musical. Pouco depois de
entrar na faculdade de medicina, entretanto, ele parou de compor e se dedicou mais a seus
próprios interesses filosóficos. Influências importantes da época foram o visionário poeta e escultor
chileno Tótila Albert, o poeta David Rosenman Taub e o filósofo polonês Bogumil Jasinowski.

Depois de se formar em medicina, em 1959, foi contratado pela Faculdade de Medicina

da Universidade do Chile para fazer parte de um pioneiro Centro de Estudos em Antropologia
Médica (CEAM), fundado pelo professor Franz Hoffman. Paralelamente, fez residência em
psiquiatria na Clínica Universitária de Psiquiatria sob a direção de Ignacio Matte-Blanco.

Interessado em pesquisar os efeitos desumanizadores da educação médica tradicional, viajou

brevemente aos Estados Unidos, em missão atribuída pela Universidade do Chile, para explorar o campo
da aprendizagem perceptiva, e é neste momento que toma conhecimento da trabalho do Dr. Samuel
Renshaw e Hoyt Sherman na The Ohio State University.

Em 1962, ele estava em Harvard como professor visitante Fulbright no Center for
Personality Studies e em Emerson Hall, onde participou do Seminário de Gordon Allport sobre
Psicologia Social. Da mesma forma, ele também estudou com Paul Tillich. Antes de retornar ao
Chile, em 1963, associou-se ao Dr. Raymond Cattell, no 1PAT, Institute of Personality and Ability
Test, em Champaign (Illinois), e foi convidado a ir a Berkeley (Califórnia), para participar das
atividades do Centro de Avaliação e Investigação da Personalidade (IPAR). Após um novo período no
Centro de Estudos de Antropologia Médica da Faculdade de Medicina da Universidade do Chile, o
Dr. Naranjo voltou a Berkeley e ao IPAR, onde continuou suas atividades como pesquisador
Traduzido do Inglês para o Português - www.onlinedoctranslator.com

associado até 1970. Durante esse tempo, ele se tornou aluno de Fritz. Perls e parte da comunidade inicial
da terapia gestalt, e mais tarde começou a realizar workshops no Esalen Institute.

Nos anos anteriores a ser uma figura-chave em Esalen, o Dr. Naranjo também recebeu
treinamento adicional e supervisão de Jim Simkin em Los Angeles e participou de workshops de
percepção sensorial com Charlotte Selver. Tornou-se amigo íntimo de Carlos Castañeda e também
fez parte do inovador grupo de terapia psicodélica de Leo Zeff (1965-66). Essas reuniões renderam
frutos nas contribuições do Dr. Naranjo no uso de harmalina, MDA, ibogaína e outras fenil-
isopropilaminas no campo da psicoterapia, parcialmente descritas em seu livro The Healing
journey.

Em 1969, foi contratado como consultor de políticas educacionais no Research Center,

criado por Willis Flarman no SRI. Seu relato do que era aplicável à educação no campo das técnicas
psicológicas e espirituais então em voga apareceu mais tarde em seu primeiro livro, The Only
Quest. Nesse mesmo período, ele foi co-autor de um livro, com o Dr. Robert Ornstein, sobre
meditação (Psychology of Meditation), e também recebeu um convite da Dra. Ravenna Helson para
examinar as diferenças qualitativas entre os livros representativos do “matriarcado” e o
― patriarcado‖ a partir de sua análise fatorial de escritores de ficção infantil, que o levou a escrever seu livro
―A Criança Divina e o Herói‖, que foi publicado bem mais tarde.

A morte acidental do seu único filho, ocorrida em 1970, marcou uma viragem na vida de
Claudio Naranjo que o levou a empreender uma longa peregrinação, sob a orientação de Oscar
Ichazo, que incluiu um retiro espiritual no deserto perto de Arica, Chile. Em sua opinião, este é o
verdadeiro início de sua experiência espiritual, sua vida contemplativa e sua orientação interior.

Depois de deixar Arica, ele começou a ensinar um grupo no Chile, que incluía sua mãe, alunos de
gestalt e amigos. Esse grupo, que começou de forma bastante improvisada, moldou sua atividade em
Berkeley na década de 1970 e possibilitou a criação de uma entidade sem fins lucrativos chamada SAT
Institute. Os primeiros programas SAT foram visitados por vários professores convidados, incluindo
Zalman Schachter, Dhiravamsa, Chu Chu Fang, Sri Johari Harish e Bob Hoffman.

Em 1976, o Dr. Naranjo foi professor visitante no Campus de Santa Cruz da Universidade da Califórnia
por dois semestres e, posteriormente, de forma intermitente, no Instituto de Estudos Asiáticos da Califórnia.
Ao mesmo tempo, ele também começou a oferecer workshops de forma intermitente na Europa. Dessa forma,
ele pôde refinar ainda mais alguns aspectos do mosaico de abordagens contido no programa SAT.

Em 1987, ele lançou um Instituto SAT renascido para o desenvolvimento pessoal e profissional
na Espanha. Desde então, o programa SAT foi estendido com sucesso à Itália, Brasil, México e Argentina
e, mais recentemente, à França e Alemanha.
 Desde o final dos anos 80, o Dr. Naranjo divide sua agenda anual entre suas
atividades no exterior e seu trabalho literário em Berkeley. Suas numerosas
publicações daquela época incluem uma versão revisada de um antigo livro de terapia
gestalt, bem como três novos títulos. Ele também escreveu três livros sobre as
aplicações do Eneagrama à personalidade, um novo livro sobre meditação (The Way of
Silence and the Talking Cure) e Songs of Awakening, uma interpretação dos grandes
livros do Ocidente como expressões do interior. jornada e variações do conto do herói.
E, em seu livro, The Death Throes of Patriarchy (o precedente para Healing Civilization),
ele ofereceu pela primeira vez sua interpretação da crise global como uma expressão
de um fenômeno psicocultural intrínseco à própria civilização – ou seja, a
desvalorização da paternidade.

Desde o final da década de 1990, o Dr. Naranjo participou de muitas conferências sobre
educação e tentou influenciar a transformação do sistema educacional em diferentes países. É sua
convicção que "nada é mais esperançoso em termos de evolução social do que a promoção coletiva
da sabedoria, compaixão e liberdade individuais". Por meio de seu livro Mudando a Educação para
Mudar o Mundo, publicado em 2004, ele tem procurado estimular o esforço dos professores entre
os egressos do SAT que começam a se envolver no projeto SAT Education, que oferece a
professores e alunos das escolas de educação um currículo complementar no autoconhecimento,
reparação das relações parentais e cultura espiritual. Devido a essas contribuições, a Universidade
de Udine lhe conferiu, em 2005, o título de Doutor Honoris Causa em Educação.

Em 2006, a Fundação Claudio Naranjo foi criada para aplicar as propostas do Dr. Naranjo
sobre a transformação da educação tradicional em uma educação que não negligencie o
desenvolvimento humano do qual, em sua opinião, depende nossa evolução social.
links
Página web pessoal:http://www.claudionaranjo.net

Fundação Cláudio Naranjo:

http://www.fundacionclaudionaranjo.com/

As principais edições:http://www.edicionestallave.com

Outros livros de Claudio Naranjo

- A velha e a nova gestalt: atitude e prática A

- agonia do patriarcado
- A única pesquisa
- Gestalt sem fronteiras
- Caráter e neurose
- Entre meditação e psicoterapia
- O eneagrama da sociedade. Males do mundo, males da alma
- Mude a educação para mudar o mundo
- Canções de despertar
- Gestalt de Vanguarda

- Coisas que eu venho dizendo A

- criança divina e o herói Por
- uma gestalt viva
- A mente patriarcal
- Civilização de cura
- Transformação por meio do insight
27 personalities in search of being
Claudio Naranjo
BASIC INFO+DISCLAIMER
All the experiential wealth of 40 years of personality research, condensed in a collective book on
the 27 characters described by the enneagram.

For the first time, a work comprehensively addresses the 27 characters described by the
Psychology of Enneatypes —popularly known as the enneagram. To prepare this volume, Dr.
Claudio Naranjo has brought together a team of collaborators made up of prestigious
psychotherapists from various countries, such as Francisco Peñarrubia, Juanjo Albert, Assumpta
Mateu, Mireia Darder, Albert Rams, Consuelo Trujillo, Cristina Nadal or Grazia Cecchini. The
result is a living map of the human personality where each of the nine enneatypes is analyzed in
its social, sexual and conservation variants.

―27 personalities in search of being‖ is an exercise in collective transparency in which the

authors shed the mask of the ego. The characters in this book open up to us the intimacy of their
process of self-knowledge, offer advice to seekers, shed light on the diagnosis and therapeutic
treatment of each enneatype, and provide in-depth answers to essential questions about
personality transformation.

This is the translated version of the book made by Mel, the translation is not perfect due to being
run through a translator, but I tried my best to fix any major mistakes that might have shown up.
The original book has been written in Spanish and can be found here, which I would recommend
reading over this DM if you are fluent in Spanish:

https://cdn.discordapp.com/attachments/853041553931763732/981537614924488784/27_Person
alities_in_Search_of_Being.pdf

Either way, I hope you enjoy the book and have fun reading it.
COPYRIGHT
First edition: 2012

Second edition: 2012

© Claudio Naranjo

© Ediciones La Llave, 2012

Claudio Naranjo Foundation

Zamora, 46-48, 6th 3rd

08005 Barcelona

Tel. +34 932097938

Fax+34 934141710

www.edicioneslallave.com

info@edicioneslallave.com

www.fundacionclaudionaranjo.com

info@fundacionclaudionaranjo.com

ISBN: 978-84-95496-86-7

DL n°: B-2.694-12

Printed in Anman Grafiques del Valles, S.L.

The following experiential reports on each of the 27 characters described in the Psychology of
Enneatypes have had the contribution of numerous testimonies that emerged in work groups
guided by Claudio Naranjo.

Each of these groups was made up of volunteers of the same enneatype and subtype. All of them
had previously been trained in the study of character and other subjects through the SAT
Program, whose constant activity over time and the geography of 12 countries on three
continents has made it a true consciousness research laboratory and of personality.

These lines serve as a thank you to all these people who, selflessly, have collaborated in the
making of this long-awaited book.

The editors.
INDEX

 Prologue, by Claudio Naranjo

 Enneatype 1 – Anger
 E1 Social – Inadaptability/Superiority
 E1 Sexual – Vehemence/Zeal
 E1 Conservation (Self-Preservation) – Worry

 Enneatype 2 – Pride
 E2 Social – Ambition
 E2 Sexual – Conquest
 E2 Conservation (Self-Preservation) – Privilege

 Enneatype 3 – Vanity
 E3 Social – Prestige
 E3 Sexual – Attractiveness
 E3 Conservation (Self-Preservation) – Security

 Enneatype 4 – Envy
 E4 Social – Shame
 E4 Sexual – Hate
 E4 Conservation (Self-Preservation) – Tenacity

 Enneatype 5 – Avarice
 E5 Social – Totem
 E5 Sexual – Trust
 E5 Conservation (Self-Preservation) – Refuge

 Enneatype 6 – Fear
 E6 Social – Duty
 E6 Sexual – Strength
 E6 Conservation (Self-Preservation) – Warmth
 Enneatype 7 – Gluttony
 E7 Social – Sacrifice
 E7 Sexual – Suggestibility
 E7 Conservation (Self-Preservation) – Family

 Enneatype 8 – Lust
 E8 Social – Complicity
 E8 Sexual – Possessiveness
 E8 Conservation (Self-Preservation) – Satisfaction

 Enneatype 9 – Sloth
 E9 Social – Participation/Belonging
 E9 Sexual – Symbiosis
 E9 Conservation (Self-Preservation) – Appetite

 Participant biographies
 About the Author
 FOREWORD

The common theme of these pages is situated in the field of the applications of the enneagram to
the personality.

For those who have never read or heard of the enneagram, it will suffice to say for now
that it is a geometric figure that was made known by G. I. Gurdjieff, who referred to it as a
symbolic representation of certain universal laws and attributed it to certain esoteric tradition still
unknown today in the Western world.

The enneagram of personality, however, comes from Oscar Ichazo, who presented the
enneagram of passions, as well as the enneagram of fixations and other applications of this
geometric map, before the Association of Psychologists of Chile in 1969.

Ichazo said that the set of notions related to this subject —which he called
Protoanalysis— constituted a discipline transmitted by a ―Christian esotericism‖ with which he
had had contact in Afghanistan.

Later, after having participated in a study period of a few months with Ichazo in the
company of forty colleagues near the city of Arica, in northern Chile, I felt prepared to integrate
my previous experience in the world of therapy (as well as Buddhist meditation and other
elements) with what I had learned from him. In the context of the work that originated from such
integration, I understood better and better and explained in more detail a set of notions that I
have been referring to as the Psychology of Enneatypes.

Over time, I have already published three books on various aspects of the Psychology of
Enneatypes: “Character and Neurosis”, “Transformation Through Insight”, and “The
Enneagram of Society”, in addition to having developed other aspects of the subject in the book
“Between Meditation and Psychotherapy” — where I explain the Enneagram of Meditation —
and in my political books “Changing Education to Change the World”, “Healing Civilization”,
and “The Patriarchal Mind”—in which I delve into the application of the Enneagram to social
pathologies.

This book differs from the previous ones in that, through its pages, it communicates
something that until now I have reserved for my experiential workshops, in an effort to prevent
certain information, when passing to the psychological and academic market, not only from
being distorted by vulgarization, but separated from the living experience in which they reach
their full meaning.

It contains 27 characters in search of being, in addition to the present prologue, a

presentation of each enneatype — which the editor of La Llave has seen fit to include and which
Grazia Cecchini has been in charge of preparing. After that, a brief introductory text written by
me for each of the papers of my invited collaborators is also included. These texts come from a
conference that I offered years ago — at the beginning of a congress held in Arlington, Virginia,
by the International Enneagram Association — about the neurotic needs of the 27 characters
recognized in Ichazo's Protoanalysis.

When I first introduced the Psychology of Enneatypes during my work at Berkeley in the
1970s, I limited my topic to the nine passions and the corresponding nine fundamental fixations,
without going into the subject of subtypes and their corresponding neurotic needs. Thus, I did not
want to teach about the virtues, the cognitive aspect of the ego and other issues that, in my
subsequent work in the Latin world, I wanted to reserve for those who participate in the
experiential program that I have been developing: that is why I have omitted such topics in my
books.

With the passage of time, I feel confirmed in my reservation policy, since I have had
ample opportunities to verify how the popularization of knowledge becomes an obstacle for
future transmission, generating many errors and prejudices that later interfere with a serious
application; a situation comparable to that of amateurs who learn musical instruments in the
wrong way and then have to work very hard to unlearn their bad habits.

Having reached the threshold of 80 years of age, however, I feel that it is time to put on
record some of the topics that I have so far reserved for experiential situations; and I think of this
book as a first volume in a larger project. Through its chapters, the reader can form an
approximate idea of the 27 characters in which the nine basic forms of personality that have
already inspired so many books are subdivided. More specifically, in the following pages the
theme of how each of the corresponding people lives the maturation process that is the essence of
therapeutic and spiritual progress is developed.

I imagine that most readers of this book will already have some understanding of the
basic typology of the nine enneatypes: the present distinction between 27 characters is but a
refinement of it. But, for those who have not had enough contact with the Psychology of the
Enneatypes, I will tell you that the application of the enneagram to the explanation of character
constitutes something close to the classic Christian doctrine of deadly sins (to which cowardice is
added here). and vanity, considered as something different from pride). That said, there is really
no need to add more in this foreword, apart from recommending reading the simple description
of the aforementioned nine basic characters that I presented in “The Enneagram of Society”.

To conclude, I would like to thank my co-authors for their work, and I also thank those
who, through the Claudio Naranjo Foundation, contributed to the organization of the Symposium
on the Psychology of Enneatypes, held in Seville in 2008, in which these works were initially
presented as presentations. I also want to express my gratitude to Grazia Cecchini, who has been
in charge of transforming the series of transcripts of that symposium into a book, mainly through
the substitution of such oral presentations for written ones through a contact of more than a year
with those who write here.

Having been someone who has seen many of his ideas passed into the community
through premature and misappropriation, it is an additional satisfaction for me to feel that for the
first time a book appears in which a legitimate and mature transmission operates, and I think
readers will appreciate the difference. But, above all, I hope that by making available to the
public these findings hitherto reserved for those who have participated in experiential seminars,
the corresponding information will not become a substitute for the living learning process that is
the path of transformative self-knowledge.

Claudio Naranjo

Tonalli, Mexico, April 2012.

 Enneatype 1 – Anger

To understand the Passion Anger, first of all we must distinguish it from rage understood as an
emotion.

While by anger we understand the emotional reaction of attack as a response to a danger

or an invasion, Anger, on the other hand, is a raging and out-of-control impetus that this
personality feels in the face of the existential emptiness caused by the loss of the original
condition of fullness.

It is as if, having lost the earthly paradise, the E1 considers this loss a mistake that needs
to be repaired.

While for mental characters —and even more so for emotional ones— passion is an
attempt to regain existential plenitude through contact with suffering and fear of loss, E1 moves
away from both pain and fear, assuming an attitude of repairing superiority of detachment,
considered by him a mistake.

It follows then that its repair will be an impulse towards concrete, perfect and action that
will eliminate suffering.

The E1 has not, in general, had the experience of having been a guided and cared for
child but rather that of a child who was forced to behave judiciously, renouncing instinctiveness,
emotionality and expressiveness – qualities typical of his being a child. In short, they invested
him with very high expectations that did not foresee the possibility of making mistakes.

The child's sensitivity to the parents' suffering was quickly transformed into a willingness
to solve the problem for them.

What excites the E1 is the solution; In this sense, it can be understood to what extent
Anger is not an emotional aspect, but a fiery energy that always carries it forward, skipping
contact with the feeling linked to the context and the respective mental elaboration.

The E1's attitude of ―pushing the river‖ demonstrates the inner need to try to modify the
context instead of considering the possibility of adapting to it; from this derives his feeling of
superiority and contempt for those who ―are not right.‖

Anger manifests itself in different styles, depending on the subtype: in the social, as well
as in the conservative, Anger underlies a reactive formation that transforms it into
imperturbability or benevolence.

In relationships, the E1 demonstrates an automatic tendency to impose his own mental

and behavioral rigor, expecting from others the same perfectionism (fixation) that he demands of
himself; controls and demands discipline so that, both at a behavioral and emotional level, an
order and rigor are respected that he believes will lead to the elimination of errors

His feeling of superiority derives from a self-certification —since he has a concept of

himself as a virtuous and just person— which gives him the merit of occupying a position of
authority and dominance.

It is a normative and neurotically ethical character, with the specificity of dictating

personal norms that it considers absolute codes. This allows him to transform the desire into a
behavioral rule, so that he is exempt from feeling imperfect due to having had impulses or
emotions (which he considers defects).
 E1 Social - Inadaptability/Superiority

The character one social is very different from the other subtypes of E1. This is the result of a
characteristic designated by Oscar Ichazo — from whom I learned — as inadaptability. For a
long time I preferred to simply use the word rigidity in describing this character, referring to
something akin to a kind of schoolteacher mentality, and also to what Wilhelm Reich saw when
he spoke of an "aristocratic character"; it's just that the word rigidity describes a behavioral style
or a specific personality trait rather than a need or passion. Therefore, it remained pending for me
to formulate a neurotic need from which the rigid character would become understandable.

In this search, the case of a woman who, in addition to being an intellectual and cultured
woman who was part of the philosophy department of a university, spoke with a marked
American Midwest accent, was very illuminating. And it was striking that she, despite having
moved to California a long time ago, she continued with this strong accent that is usually
associated with people with little educational level. Being a social character, it could be said that
her inadaptability was expressed in it; but how to understand such a behavioral trait from an
underlying motivation?

In this case, since people tend to adapt their way of speaking to that of the environment, it
was worth asking: why did she care so little about it? It was enough for him to ask me that it
became clear to me that the answer lay in his general attitude of feeling right. He acted as if the
thought ―my form is correct‖ implied that it is up to others to adapt. And this was also noticeable
in the fact that he made language errors that did not correspond to his cultural level, which could
be easily understood as a result of that attitude of believing himself to be someone exemplary.

However, the feeling that I am right does not constitute a motivation, or a passion. And if
we want to explain the contrast between a conservational one - who, as we shall see, is the
perfectionist proper, in view of his chronic awareness of his imperfections, which leads him to
perfect himself -, and the social one - who already feels perfect and therefore it can make serious
mistakes—, we must go back to the need for superiority, by virtue of which the social adopt the
position of impeccable and perfect. The social one has a real passion for feeling ―I'm right, and
you're wrong‖; and this, in turn, implies a certain power over others, because when he can make
others feel that they are wrong. It is as if he were saying, ―If you are wrong, then I have more
right than you to dominate the situation.‖

It is a great technique, that of dominating through making others feel that they are wrong,
and it can be understood as an alternative to the dominance that the sexual one establishes
through mere assertiveness in taking possession and feeling with it. corresponding right. But,
since these characters feel above all an implicit moral superiority, it is useful to point out the
great difference between morality and moralism: what is immoral in E1, apparently so upright
and honorable, lies precisely in that its apparent morality is nothing more than moralism.

The transformation in the social E1 by Antonio Ferrara

This analysis of the social E1 is the result of the testimonies of five participants in the SAT
program and data from the exercises that were carried out in said program, in addition to the notes
collected during various therapy sessions.

I begin my talk by referring to the paradox that the social enneatype one adapts to the world by
being a misfit. To demonstrate how this character form is organized, I have chosen some
experiences from my childhood with images of me as a very young child.

I am at home, there is little light, almost darkness, and a lot of silence. My parents
(especially my mother) are immersed in their chores and are worried; they don't talk. Later I will
learn that his life, at that time, was difficult. Both have had several mournings and a sense of
precariousness predominates. You can still feel the echoes of the war and the memory of the
shelters in which we protected ourselves from the bombings. They live in a small town in
northern Italy, on the border with Austria, in an unknown world, with a mainly German-speaking
population. They feel strange in that environment and in that culture so different from theirs,
southerners who come from Naples. It is easy to imagine that the child, faced with these
difficulties that are constantly breathed, has decided not to create further problems and to
withdraw, limiting their demands and minimizing their needs and desires. "I don't want to
bother" would seem to be the basic decision; and from this, he learned not to ask and not to
support himself. He numbed his natural vivacity and transformed into a quiet child—too much—
a good child. He doesn't ask, but he also doesn't agree to receive, timidly saying no, even when
it's a small gift. He was embarrassed when they worried or paid too much attention to him,
according to him. He was considered a fragile, weak child: ―Don't get tired... don't run.. . Are you
tired?‖ they would say. I didn't like it.

When I was older, I discovered that I had valve insufficiency in my heart and that I was
taking some risks. At that time you could not operate and there was nothing to do. I had
understood my parents' concern a little, but I didn't want special treatment; I was very careful not
to talk to anyone about my situation, which, on the other hand, had become a family secret.
Luckily, I reacted. With the strength of unconsciousness and the desire to live in full mode, I
organized my life from evaluations and decisions such as: "What you give me and do for me
makes me suffer, I am wrong, I better do things on my own, as I like, and, if it is too much for
you, I will manage alone. I want to feel capable, I want to get tired, I want to run, I want to risk
hurting myself, I want to live up to my teammates." And I began to challenge this fragile heart.

This all started when I was about ten years old. However, I did not stop being a sensitive
child, very emotional, who retained emotions by repressing them; I didn't want to show them, but
inside they devastated my chest. I blushed and embarrassed even for little things. Little by little,
over time, I learned to control myself, I became stronger, harder; I didn't want them to find out
what actually lived. I didn't want to be ―weak, fragile, sensitive‖ and therefore hid my moods, the
difficulties, and didn't ask. The way they loved me made me feel different, incapable, limited.
Deep down I had no confidence that Mom and Dad could respond to my demands. It was
important to exchange with the neighborhood colleagues, find social diversity, play with my
classmates and then, growing, organize more structured activities with them. He put a lot of
effort into what he did by defying the limit and enduring fatigue, even ignoring it. "Still a little
more" — and I didn't even need to tell myself — had become a way of life: under effort, tireless.
Later, during adolescence, the life patterns of my family and the environment in which I lived
began to be narrow. I wanted something else. I wanted things different from what my world
offered and I wanted to feel them mine. While fearful and shy, he was curious to face other
realities. In discussions with friends, my ideas were often different from those of others and it
seemed strange that they did not share them, but I kept them and defended them to the end
because this made me feel whole. At school he was not a brilliant student; he had difficulties
with scientific subjects, but he was still ahead. He did the bare minimum and with little interest.
It is likely that in this case too the environment did not meet my expectations. Even though I
wasn't formally a rebel, I wanted to do things the way I wanted and tended to go against the
grain, imposing my views. And it wasn't against others: I just wanted to be true to what I thought
was worthwhile and important to me. These traits developed mostly during adolescence, when I
began to make choices that were not only outside of family schemes but also those of the rather
large group of people I frequented. Over time, I realized that many of my behaviors covered a
deep sense of devaluation and inadequacy, and that they were intended to satisfy a great desire
for recognition. Paradoxically, I was embarrassed and blushing when I received it. Actually, as a
boy, the recognitions they gave me referred to the fact that I was a good boy, of good judgment,
polite, obedient. But I wanted to show myself and others that I was capable in what interested
me, that for which I felt a vocation. My inadaptability was presented as an anti-intrusive attitude.
I did not accept being considered a child. I wanted to be seen as a little adult who didn't create
problems. I was always with the older people—albeit silently—instead of being with my siblings
and their playing peers. It was as if he said, "See? They are children and I, on the other hand, am
already big and I can be with you and your friends, I participate in the conversations of the great
ones. Even though I listen only, yet I am here." With the passage of time, my maladjustment
became more and more a need to differentiate myself, to be special. It was also a way of
disobeying the boring routine, they were wanting to escape from home, to breathe...

All the people interviewed said that from very early on they had been older than their
age. P., one of them, says that as a child she took care not only of her sick mother, but also of
other relatives. C., since childhood, went to the hospitals where the relatives were hospitalized
and spent whole days there taking care of them. At first it was terrible, I was obliged to do it, but
then she got used to it; he no longer felt even the fear and suffering of being in such harsh places.
She quickly forgot that she was a girl. Returning to P., she was not just a little nurse: at the age of
ten she accompanied her father — whose social role was important — to parties and ceremonies.
Like a wife. He replaced his mother, who was ill. She learned very quickly to be a boss among
her peers and, in this case, assumed a male role that she maintained even in adulthood. In
general, the social E's with whom I have spoken — albeit with different nuances — have similar
histories, not only because of the contents — often diverse — but also because of the existential
decisions to which these stories led. One of them, B., underlines his desire to maintain his own
identity: ―If I adapt, I die,‖ he says, ―it's like suffocating. The explosion is almost obligatory, it is
a matter of life or death. It's important to do what I feel, I don't want to be manipulated. The
consequence is not feeling at home anywhere. A sense of non-belonging.‖ O. says something
similar: for him, ―the feeling of estrangement and non-belonging is recurrent.‖ He never felt
―entirely‖ in the environments in which he has found himself. In the environment of the family
of origin he feels "a movement of rebellion, estrangement and also of fighting". Returning to B.,
he has the conviction of not being able to be part of a group: ―the group can lead to error‖, it is
better to resign. He doesn't want contamination. It could be "dangerous" and gives no
explanation as to why. You could imagine that in his fantasy he would relive what he necessarily
lived as a child. He should be opposed to his wishes. M. also feels a need for estrangement. In
her case, of a world in which she does not see a space for herself because values, she says, "are
mercantile and linked to power games." "I seek honesty, integrity, coherence and spirituality," he
says. O. also engages in spiritual experiences and attends meetings of religious groups. M,
stresses that he usually has very high expectations and aspirations to a kind of purity that does
not belong to this world. The experience that rejects reality as it is, to a greater or lesser extent, is
a common and fundamental feature of social E1. He doesn't want to be a whole part of it. There
is, deep down, a lack of trust in fellow human beings that holds him back. But he is also afraid of
being unpleasant if he clearly says no. Consequently, when it does, it expresses itself with an
often unconscionable vehemence and determination.

In a scene lived during a therapeutic experience conducted with the timeline technique
(coming from NLP), both A. and U. tell an episode from the past in which there is a group of
people talking to each other. They keep a certain distance and observe. They would like to meet
the group, but they do not dare to approach. They are afraid to bother with their presence and not
be well received. U.S., in particular, will say: ―There are people gathered inside, but I stay
outside; it might not be well received, I feel alien to them.‖ Several of the people consulted show
little willingness to participate when they are in a group. For A., the main concern is: ―don't
make yourself seen... do not express your ideas and opinions.‖ They might find out how
uninteresting it is what he says and thinks. And so, he prefers to remain silent.

Parents
Feelings and consequent behaviors of maladjustment can be considered the result of the child's
encounter with his environment, especially with the parents, and also of specific internal
elaborations. All the interviewees speak of a father endowed with a certain fascination,
intelligent and quite admired. For some he is a good talker, with a marked tendency to dialectics,
able to prove his theses and be right. It comes, usually, a severe aspect. A glance of his is enough
to obtain obedience. O. describes his father as ―strong, hardworking, responsible; he liked to joke
with people,‖ make friends. O. lived his father as a sycophant, and he didn't like this. Regarding
the education of his children, he was severe; sometimes he would hit them and argue a lot with
his wife. ―Because of this, I thought he was violent and I was very afraid of him.‖ He felt neither
presence nor care on the part of the father.

The mother is presented with more diversified images. Unlike the father, he seems to be
afraid of life. In most cases she seems to be subject to the husband and dedicated to the family.
Sometimes it is a counter-dependent and others describe it as superficial. For B. she is more
affectionate and protective than the father. It gave him a lot of freedom, bordering on
unconsciousness. In other cases, however, he suffered physical suffering and hysterical
tendencies. P. was, from birth, rejected by the mother and this is why she has hated her. O.
presents her mother as a ―strong, combative and hard-working woman, very smart and present.‖
She has a remarkable religious feeling and, like the father, is critical and authoritarian. But also
gentle and generous: she likes to help those in need. She tends to isolation, while the husband is
more sociable. ―He gets very involved in the lives of the children, feels responsible/guilty,‖ and
expresses his love through concern. She is stubborn and stubborn, holds a grudge and ―does not
easily forgive the offenses received.‖

The parent that the social E1 incorporates with more evidence and with whom it most
identifies is the father. From this derives a greater development of love-admiration. Secondly,
empathic love is present, which usually increases with age. The least developed is erotic love.
For A. and O., in particular, love-admiration is also directed to knowledge and spirituality, not
only to people. For almost everyone, the initial idea is to have lived a happy childhood, although
over time this way of seeing it changes.

In short, the social E1 is convinced that what his parents offer him is not enough for him.
They believe they can't meet their needs. Think that it is better to organize yourself. From a very
young age he has pretensions of autonomy, whether obedient or rebellious. From very early on
he is a small adult. He wants to do his things directly, declaring it, or, more subtly, pursuing his
goal without making much noise. Finally, it tends to impose its own model and it is difficult for
it to adapt to what the external world offers it.

Existential decisions
Inadaptability is organized around decisions like: if things go like this and I don't like them, I'll
do them my way. Even when I need help, it's best not to lean on others; surely I will not receive
what I need and in the end I will have to fend for myself. I have to strive and strive to achieve it.
I will be strong, so I can face life and overcome my limits and my inability. Neither fever nor
disease will stop me, I will always be standing. I will not disturb, and so they will love me. I will
strive to deserve, so they will recognize me and I will be able to have the right to live in this
world...

P. literally states: ―I take care of myself and I don't let myself be taken care of. I take care
of everything that concerns me, especially the difficult things. Since I need but it is difficult to be
satisfied, I will fend for myself. I will be strong, good, bright, perfect. I will be like my father
and the opposite of my mother.‖ For others, the paternal and maternal roles are reversed, but the
final decisions substantially do not change.

Perfectionism
Inadaptability foresees a constant effort and commitment to do things well; this becomes an
unrealizable pretension: to be perfect. So, you need to do things better and better and you are
never satisfied with what you get. This attitude produces a state of constant tension that prevents
you from relaxing and enjoying the results. It quickly departs for another adventure or another
obligation to fulfill. Whoever walks this path is supported by a crazy and irrational idea: ―Only if
I am perfect will I be loved,‖ says B. The challenge with yourself is that ―you have to arrive
trusting only in your own ability and so others will admire me‖.

Demand
The claim to be perfect needs an executive instrument. How do I get perfection? Demanding,
demanding. Even torture. With sacrifice and using only my means. The goal is to improve,
improve and improve. I will show those parents, sometimes both, sometimes above all the father,
but also the mother, what I am capable of. It is a kind of rescue that the child wants, and today
the adult: prisoner of his own history, unconsciously pursues an impossible end of perfection.
Develop a special eye to discover the error, the stain. Commitment and demand have the
objective of giving a good image of oneself.

The defensive system

The social E1, like the other subtypes, takes as a basis of its defensive systems above all the
reactive formation. Suppressing experiences is not enough. It transforms them. He wants to
improve. He believes that what he thinks or feels does not have enough value, or that it will not
be well received, and then transforms it into something else. The social subtype, in particular,
expresses little of its anger — unless it has sexual as its second subtype — and replaces it with
more socially acceptable forms. Their attitudes and expressions tend towards seriousness and
circumspection. It shows controlled coldness, a subtle smile and a certain kind of gentleness,
until it reaches an aristocratic superiority that can lead to indignation. It tends to show calm and
control. In the activities that produce the greatest tension, anger becomes a diffuse demand that
leads to the obsessive desire to improve and correct, especially the other, but also himself. Anger
hides, remains in the background and becomes a push to improve, a pretension and control of
oneself and others. Thus, the goal becomes seen as nobler: to do things better, to be better. For
P., the result of all this is disastrous. Not being programmed to have children, she manages to
have one through artificial insemination. He is mother and father at the same time. It does not
recognize the effective father sufficient capacity. He tries very hard; he wants to offer the child
as much as possible. "I raised him as I was raised." The father wanted her to be perfect; she
wants her son to be perfect. "You don't cry, you don't laugh, you don't feel afraid." The result is
that the child self-produces small cuts and suffers; it does not tolerate all this presence and
perfection.

Other characteristics
The social subtype is the most intellectual of the three subtypes of E1 and is often a great
reasoner. Claudio Naranjo affirms: ―Hides rage with imperturbability‖. And then he adds:
―Aristocratic, elegant, circumspect. Underneath is the fire.‖

Several of the people involved in this research are dedicated to volunteering and helping.
B. is dedicated to the defense of workers, although with an administrative role. He works in a
union he considers ―moderate.‖ Everyone wants to be recognized for their own value, which is
lost as soon as a criticism arrives or they realize that they have been wrong. There is a tendency
to have the norm in mind: ―the true norm is the one I believe in.‖

The Transformation
The aforementioned people went through the SAT experience. For B., the important change is
manifested in the fact that he has achieved, during the last years, a certain type of serenity. Today
he accepts that he can make mistakes; it used to be unthinkable. It gives more room to the game
and allows it more often — albeit with some doubt — without fear of getting out of the mold.
You no longer feel, as before, fear or a sense of danger if others see things differently from your
own. There is more surrender, even if you do not know perfectly everything that the other to
whom you give yourself knows. Today he realizes that if he goes to war he has to wait for the
bombs. He still uses strong and determined language, and is aware of it. He hopes to be able to
further develop erotic love: he has the feeling that it is not so dangerous.

P. Noticed a big change after the wedding — which was out of love, he stresses — even
though you had the family against you. As he relates, from then on he began to "live the
emotion", those emotions that he had always repressed. Another strong experience was the birth,
at an already mature age, of a son. She couldn't have children, and when she arrived, she was a
"full mother." Then she realized how her character influenced the relationship with her son,
understood it, and put herself into discussion. She began a process of psychotherapy and attended
the SAT program; worked on the whole aspect of delivery and trust. Controlling every single
thing doesn't help. He began to trust even those he did not know. He understood, moreover, that
it did not matter that people were more or less ―competent‖ to relate to them. Also for other
social E1s, the tendency to evaluate the competence of the other to establish a relationship is
evident. She realized, above all, that it was not necessary to be perfect to love herself, and that
neither did the husband and son have to be perfect for her to love them. Today, he still has goals:
he wants to develop gratitude, accept others even more, and make all kinds of pleasure his own,
not just what he deserves. She wants to learn to have people closer and to be a mother, living old
age without always looking for a meaning: what is worth. Let things flow by themselves, taking
them as they are, and stop thinking, "What should I do?" trying to program it and figure it all out.
She recently had a great feeling of gratitude towards a person who had helped her through a
difficult time. He told me a few days after the interview. A feeling for which I had never left
room; it was like admitting that I needed the other, that I couldn't. He felt happiness and
liberation. He was finally able to recognize the absurdity of the claim never to rely on the other.
And he was finally able to say thank you.

M. has, as a project, above all love as a couple (as B.); he wants to develop erotic
pleasure — always neglected — of which he feels the lack today. In the SAT Program he
discovered meditation and in it he finds today the ―energy‖ coupled with a sense of gratitude and
compassion. She also has the intuition that the meaning of life is something subtle, it is
―vibration‖, and these are the experiences in which she feels involved today. Spiritual practice
represents the only antidote to what he calls "the fatigue of existing," and thanks to it he is
learning to be confident. Her aspiration is to be a serene mother and to fulfill herself in a job she
believes in: to help others.

L. had decided very early that to save himself he had to know, to know. He did it until he
reached arrogance: "I know." He made many efforts to make a living. He had to prove that he
was responsible (he was asked to do so since he was little). But then he exaggerated... He tried
too hard, without pause. It has been a conquest to accept that things are as they are and that it is
okay to surrender. Today, it gives more room to desire and chooses more and more often to do
what it wants. He discovered erotic love. He takes pleasure in natural and simple things: "the air,
the people..." Their aspiration is to substitute duty for pleasure. He is admiring about knowledge,
and no longer cares so much about teaching others to gain recognition. He wants to understand.
He looks to the divine, to the higher, and understands that things are perfect just as they are.
There is no need to change them.

A significant transformation of O. has been to recognize that rejection of others has to do

with his own rejection of himself. In addition, he realized that he had sought in homosexual
affectivity ―the care of the father that I never had, and in the way I was in need.‖ Over time he
came to the conclusion that he had suppressed the heterosexual desire for ―the search for the
father's love.‖ Finally, he dared to indulge in a sexual attraction to a woman.

For E., the tendency to educate and convince others of his reasons decreased. Very
focused on her own convictions, only recently, and already in middle age, she is learning to be
more tolerant and to accept that people might have other characteristics, be different from what
she stubbornly wants to see.
 U. wants to be more spontaneous, to make himself known by expressing himself more
freely, and he wants to play. She starts talking about herself and would like to feel freer to show
herself in the groups she participates in. Committed to the fight against injustice, she feels the
need to give more space to the erotic, open, cheerful, carefree child. He wants to give more value
to emotions, to feeling, and seeks spirituality.

As for my own transformation process, it occurred gradually and under different

circumstances. Starting from the challenge of the teenager who no longer wants to be the good,
fragile and withdrawn child, I faced my peers and looked for a place that was mine. In addition, I
am helped by theater, creative expression, improvisation. Being able to experience different roles
and work in a group. Theatre is an antidote to shame, but above all something I chose and like
beyond what my parents expected, and in the end it became a profession. The friends of the
neighborhood and the social center have been very important because it was there that I opened
up to relationships and learned to manage the activities from a model of assembly and
collaboration. There I had a sense of belonging. Later, came the encounter with Gestalt therapy,
which opened the doors to transparency and spontaneity and also to the expression of emotions
(always retained).

It has been essential to be a transactional analyst, thus completing my entire career. This
school has given me clarity and structure, even at work, ingredients that I integrated to complete
the Gestalt experience. Moreover, the meeting with Claudio Naranjo was fundamental, who from
1982 became a constant presence in my life. With him, thanks to the SAT Program and our
personal encounters, I have lived profound changes and I have learned to integrate everyday life
with the subtle levels of consciousness. My personal development proceeds slowly, and I
perceive it as a harmonious process in which the different aspects tend to form a unitary whole.
With Claudio Naranjo I have learned to feel gratitude; I have learned to see the phenomena of
life from different points of view; and I have nurtured confidence in growth and transformation. I
was always moved by his faith in transformation. In truth I had it too, but with it it was
reinforced.

I believe that everything I have explained so far in these lines constitutes a set of
important factors that characterize the path of transformation of the social E, who in the face of
its own coldness and rigidity needs a loving welcome as well as to be appreciated for its capacity
because it does not recognize itself. He needs to resize the criticisms and the negative judgment
he has about himself and that are then reflected in the world. There is also the central aspect that
occupies the spiritual experience, for a long time little felt but that little by little became
something very important. I found it outside my tradition — Catholic — in Riverside Buddhism,
through Namkai Norbu Rinpoche — whom I consider my first and foremost teacher — and then
in the model and person of Claudio Naranjo. Spiritual teachings gave me more lightness to face
life and more altruistic love, two factors that I consider very important for the transformation of
social life. Spirituality has helped me to let go of perfectionist desires and useless idealisms.
Altruistic love leads me to be less demanding and more benevolent in relation to others.
Hear changes
As far as my parents are concerned, I have admired my father and then I have confronted him. I
learned to love him when he was old, with his weakness and fragility. I was no longer the man I
had idealized in my early years. He was human. Being able to accept it so different from the
childish image I had of him allowed me a greater acceptance of my fragility and my limits, being
able to show them. The time came when I was able to say ―I don't know‖ and declare my
ignorance without feeling inadequate.

I started late to appreciate my mother. She had always rejected her fear and it has been
very nice to recognize her for her forms of courage — which I did not see — for the generosity
with which she always supported the family, and for her loving capacity. Then came my own
family. My children. With them I discovered tenderness, the capacity for care and play. I've
played with them. They became an important point of reference for me — I would never have
imagined it. I had them late and didn't feel ready to be a father. And instead I took care of them
and liked them. It was a great transformation. I took them with me even when I worked. Since
they were little they came with me and their mother to the courses of the SAT Program in Spain
and we were, all, a symbol for the participants. That's what they told us. Later, thanks to my
profession as a therapist, I learned to respect others — not with the formal respect I had always
had, but with respect for people beyond what I consider to be their limits, the rejection I receive,
or not finding them sympathetic (a principle of altruistic love). Today, even when I express my
discomfort or anger, I do so from behavior, I do not devalue or offend the person, even when
there is a confrontation. Working with patients and students has been a great school, and what I
have learned with them I poured into life, into everyday life. In the therapeutic field I prefer a
type of work that goes to the depth, but at the same time I learned to give directly, in the
immediate, more permissions and more freedoms so that they are lived now. I say ―it's okay like
that‖ more and more often. I laugh at the idea of being able to do more and better. It's okay like
that. I don't look so much for perfection anymore. In therapy I like to joke and tease in a good
way. I often use irony, metaphor, paradox, and have fun (especially at the Teatro Transformador
— another gift from Claudio Naranjo, who gave me the idea and stimulated me to realize it).
Theatre is a therapeutic work in which I developed creativity and a lot of intuition. My most
hidden and numb parts emerged. I let myself be guided by sensations, emotional states and a
great desire to see the transformation of people; and this happens, sometimes completely
unexpectedly and in a short time. I stimulate their vitality and I like what I do; I am amazed by
what emerges. Finally, I recognize myself. Sometimes I become a clown, a fool, a seducer and
other characters along with the other actors. I live many sensations and I feel free to express
myself without shame or shame, and the permission I give myself I also transfer to them, to my
actors. Obviously, the trick of theater helps me.

And then...
 And then there's life and the adversities — sometimes improvise — that it brings us. Like
never before, I feel like a person who lives a day. It's not literal what I'm saying, and yet it makes
sense. Living up to date is about allowing things to happen without constant control. That
perspectives and projects have time to organize — even alone — and take on a form that is
gradually being defined. This means for me to open up and surrender to the unforeseen. The
formula I use from a few years to this part with myself in times of stress is: "Get what you want
to get there." Such a phrase has become a great antidote to the effort and pretension of wanting to
perfect my person and the world. Most of the time I smile and feel peace, and in the moments of
greatest surrender I can laugh and play with the weird things that I myself say or do. I don't care
if I can sometimes seem superficial or ridiculous; It costs a lot to always be serious, capable and
intelligent. Now it is really pleasant to ―do paperwork‖ and discover that no one criticizes me, it
is more, I like it and I am also nice. More and more often the Neapolitan is shown hiding behind
the mask of English, a metaphor with which many years ago I presented myself at a seminar led
by Claudio Naranjo, and I like to use the colorful language of my city. For some time now my
mood has been changing and I move quickly from seriousness to joy or sudden fits of rage that
are quickly reabsorbed. The control has decreased a lot and I feel in a moment of change.
Change yet? And what? I do not know... Perhaps little and perhaps insignificant. But for me it
has to do with feeling alive. In general, I feel more at peace with life and, as I said, with a deep
capacity for understanding and respect for others. I like to look for the motivations of people
who hurt me or hurt me. I don't think about evil, I want to know its motives. I don't like to break
relationships. The greatest conquest is that I begin to reap the fruits of my meditative practice
and this also passes through greater acceptance when I do not do it well. If at one time I thought I
had to be perfect to be recognized and be part of this world, today I can say, "What a gift not to
be; so I can grow and enjoy life!" In recent years my thinking has become volatile. Sometimes I
lose the thread of what I'm saying or forget; I feel lost and then,., then I tell myself that it's okay
like that, it doesn't matter, I relax and maybe I laugh. If I had to say what there is to do about my
transformation, the list would be very long. But there is one thing that has particularly caught my
attention. Recently, a therapist I cherish so much told me, ―Make yourself protect a little, support
yourself a little.‖

A concrete example
In mid-2007, after a hard experience that lasted for a while (an improvised and unforeseen
separation while living what seemed to me a rebirth, and while I was even emotionally
reorganizing my life with a new partner), I again lived a traumatic event: I discovered that I
needed heart surgery to replace a valve that I had been in the aorta since 1977. for it was ruined.
It was urgent. My life was at stake. I was clearly told that the risk was high given the age and in
the case of an organ that had already undergone an operation. I liked the surgeon I was advised.
And I surrendered. Today I feel a lot of gratitude towards him. During the time that elapsed
between the diagnosis and the operation I carried out all my activities. Deep down, he was
confident and almost didn't believe it; I felt serene, although at times I was afraid and thought
about a possible death. I had work commitments and didn't want to give them up. I prepared
everything I needed and traveled to return just a few days before the operation. I talked to friends
and also strangers about the experience I was going to have a short time later. While doing so, I
was struck by the lack of reluctance. I didn't feel like an invalid — like years before, when I was
ashamed that my birth defect was known: a disability whose secret had to be kept. I had surgery
in the first days of June and suffered, naturally. I had my loved ones around me and let them take
care of me, even if I was capricious. The postoperative recovery was quick and I didn't have any
complications — which was not excluded. The doctors were very satisfied. I also attributed this
very positive result to some meditation practices and a different life energy. How different from
the previous experience in which, even when I was younger, my life was effectively put at stake
with a viral pneumonia (due to contagion in the operating room), very strong chest pains for
months, and a deep depressive state. Now none of this was happening. After a few days I was
standing and already thinking about the next trip to participate in a course of the SAT Program.
―Too early,‖ the doctors told me; but my character overcame and after a month I found myself in
Seville, sheltered despite the heat so as not to run the risk of cooling due to drafts. As I write this
I smile. Do these kinds of risks, which I still run, have to do with unconsciousness? Madness?
Did I have to go to Seville? Of course I acted under the influence of my character, but this work
gives me a meaning, an enthusiasm, and I still don't want to give up. Even so, along with these
characteristic forms, there are new aspects in this situation, and I consider them as part of a
profound change. This experience was imbued with a subtle acceptance and serenity hitherto
unknown to me in the face of such an important event. Returning to work so quickly — there in
Seville — I took with me the physical and psychological limits of convalescence in an
environment in which I had a relevant role and took care of the discomfort of others. I did not
hide, I was fragile, for what I was at that time, and I carried out particularly deep therapeutic
work. During the following months I kept this relaxed attitude and my desire to laugh and the
desire for lightness that I also brought to my family developed even more. The dominant
character traits have not disappeared. I am always an angry-misfit, but today I can move very
quickly from a state of demand and reforming impulse to a condition of acceptance and
tranquility. And this makes a big difference to me.
 E1 Sexual – Vehemence/Zeal

Oscar Ichazo used the Spanish noun cello (zeal) in reference to the characteristic passion of the
sexual, and this is a word that has a double meaning. When speaking of an animal in heat (that is,
in the estrus phase), the word denotes great sexual excitement; In reference to personality, when
we talk about doing things with zeal, we mean something similar to care, care, dedication or
fervor. Thus, it is understood that heat, in its broadest sense, is something analogous to the
intensity with which the animal in heat seeks the object of its instinct.

We would say that a sexual E1 is characterized by a special intensity of their desires that
makes them urgent, vehement. If we want to understand why anger in the sexual sphere results in
this jealousy, we can say that anger potentiates desire by lending it its aggressiveness. In other
words, anger gives any desire a special strength and intensity, so that the person feels not only
strongly drawn toward its satisfaction, but feels entitled to it.

The result is a type that is characterized by a strong spirit of domination and conquest. I
will explain it with a collective behavior: when the emerald or diamond mines in South Africa
were only exploited by Europeans, many objected that this was not fair, since such wealth
belonged to Africans. However, many people—completely convinced—replied: ―what good is it
going to do for them? They have no culture!‖ And it seemed obvious to them that it was the
Europeans to whom the diamonds belonged in view of their civilized character—which
contrasted with the supposedly barbaric character of the primitives.

The same thing happened with the Spanish conquerors, who in the name of their very
Christian emperor felt authorized to take the gold from the Aztecs or the Incas.

Similarly, some people feel more entitled than their neighbors to the good things in life,
to the satisfaction of their desires or even to exploitative behavior. And in this there is not only
vehemence of desires, but an illusory and exculpatory conviction that this satisfaction justifies
aggressive acts.

A young man in one of my groups explained that when he was about six years old, he
liked to put his penis between his sister's buttocks. His mother told him: ―No! Don't do that!‖
And he answered: ―Why not?‖

Never before have I heard such an anecdote from a little boy: ―Why not?‖

Because we live in a sufficiently repressive culture so that it is usual that, when children
are reprimanded by their parents for sexual activities, they experience it as a shame, and
sometimes even with a guilt that leaves traumatic traces. For a sexual one, however, the strength
of the drive is sufficient for the person—as in the case of the lustful enneatype—to be more
willing to question the censure of authority than the strength of her desire.

The transformation in the sexual E1 by Isabel Herrara

I will start by saying that I am the first one surprised by everything that my process of self-
knowledge is bringing me. I start from a total ignorance or lack of expectation of where I am
going in this transformation... In short, I would say that looking at my character mask everything
else is coming. Today I can say that I feel serene with myself and with the world.

Although I am and are considered generous, I have always been selective when it comes
to being generous with others, both materially and emotionally, although this generosity was
rather driven or directed from the body; I mean by this that I did not have and do not have a
pattern on which to stand, but rather generosity was given whether my body-intuitive impulse led
me to it or not. With children, adults, people with some type of disability, animals and plants, I
have always felt available and generous; it's like protecting the lives of the most vulnerable. Now
my emotional life is more attentive and less demanding, more tender and warm explicitly, since
before it only occurred in the intimacy of my home and in friendship. There is still the
recognition of the freedom of the other, as well as the valuation of my own freedom, which is not
detachment but respect for one's own space and time, as well as for the needs of the other,
without making them my own.

Materially, the most significant change is giving myself more time for myself and my
needs, being less aware of the needs of others, since I had a tendency to take care of others
forgetting sometimes about my needs. On the other hand, my desires have been reduced to
almost nothing: it is like discovering that I need less and less to live and, from that simplicity, to
live with more serenity and harmony with myself and with the environment. With less need there
is also less self-demand and demand towards others. I even have enough to share and give away,
almost as if I could live off the air...

Before, my generosity consisted of giving to who I thought I needed and what I believed
I could give him; I was empathetic, although my empathy was filtered by the ideological. Now I
am more spontaneous and I feel more compassionate, more lived with what is given in the
moment.

I remember when I was about eighteen years old, I said to a friend from the neighborhood
group, ―I like the way I am, but I lack serenity.‖ She also sensed quite clearly that some of her
would find with age.

A very clear sensation that I usually feel in the body — and more specifically in the belly
— is that of a fiery impulse that seeks a way out, that wants to expand outwards and does so also
through the feet and hands. I feel a great vitality that has two faces depending on the
circumstances: one, playful, which is expressed through sport, dance, erotic or sexual sensuality,
play, enthusiasm, humor and laughter or what I call ―the representations of the pleasure of
movement‖. The other, aggressive anger, appears especially when I feel that something or
someone is crossing my limits or may in some way attack my integrity. It is short-lived and of
great intensity: it is like showing the teeth by marking the distance. An image that is familiar to
me in felines, my favorite animals.

This anger was rarely given, but it is devastating. Hurtful words could come out of my
mouth that could make others feel like shit. Then it would pass me, I apologized and the
discussion could continue normally, and I could even make peace even if there was
disagreement.

The lack of serenity has to do with that fiery impulse, with feeling that I was angry, that I
did not control it, and with realizing how I could move from one extreme to the other in a short
time. That, in addition, baffled and disoriented the people around me, and I felt how it hurt them,
which made me suffer too. The only luck is that it did not last too long in time.

In SAT 2 I was able to discover that at birth I fell in love with the world, with light, with
life, but my father's rejection for not being a child and the mistreatment and anger with him made
me distrust people, although not life. Finding the key to this understanding led me to the
harmony that trust in life and people gives.

Serenity now happens by having conquered my guts and by letting myself be carried
away by confidence, by not feeling so polarized my two extremes, although I know where and
how to go to visit them, since they are very familiar to me and continue to live in my body. They
exist in me as a bodily memory that allows me to put them at my service instead of putting
myself at their service. I feel that with that serenity I have found what I needed most, and from
there I have reached other places previously unimaginable to me.

I no longer strive to push the river, I just recognize that I wouldn't have wanted to live
another life than my own. Attention to that second before automatism gives me the freedom to
choose: I feel free.

Before, my way of thinking was to want to do my best, demanding myself and

demanding. When this was not the case, the ease of criticism or angry outburst was the order of
the day. I thought that the injustices in the world could be solved if we all did a little bit of our
part. Therefore, when I encountered a flagrant injustice, I automatically jumped out
aggressiveness and faced this situation without contemplation. I had a fantasy that I could
improve the world, and maybe something I could do, but not in that aggressive way.
Approaching it from a more loving and compassionate attitude, at the same time as firm, is
giving me better results without people feeling attacked. Although that does not mean that on
some occasion he has not consciously put that aggressiveness at stake.
 As I said, I think I have conquered my guts, which is where I feel the aggressiveness, the
anger that no longer directs me. It has been quite some time (since the SAT i, in 2003) that
volcano does not erupt (for everyone's peace of mind). I also leave more space for my emotions,
those that in childhood I was taught not to show because they were considered a sign of
weakness, sadness, vulnerability, pain ... This feeling, the pain, is the one that I still have the
hardest time showing publicly, but now, when it appears, there I let it be, before whoever. The
paradox is that my impulsive reactions have been greatly reduced, so that my moods and
emotional moods are more even-handed, have few oscillations and are less intense than in the
past. I would say that by lowering the intensity of the sexual instinctive sphere, the other two
instincts would have been balanced, especially the conservational one (the most deficient in me),
and in the process I have been linked more with the emotional. I could describe my feeling as if
the strong energetic potential of the will has risen to the heart, permeating all other spheres from
that tenderness of heart that I know I have.

The relationship with my father, an E8, was a real battle. I felt a need to confront him
over anything. Instead, with my mother and siblings I developed rather a protective bond to
defend them from an abusive father and husband. My mother, an E3, was not very taken into
account, because she negatively judged her passivity and her living through others.

With my brothers, the relationship became distant, although I still feel a great affection
for them. We each live by and for their own families, and it doesn't look like there will be any
changes between us. Instead, with my parents the relationship has become closer, warmer and
less confrontational. I take care of them more than my brothers, because although we have talked
about it, they are not willing to give up the resentment they feel towards our father. I don't judge
them for it, but rather I understand them. If I take care of my parents it is because I want to do it,
and I do it from a compassionate feeling of accompaniment, without wanting to change anything.
They enjoy and enjoy taking them to places they've never been, and I'll visit them frequently,
devoting time to them whenever I can. I like to take care of them. They are already very old and
on occasion, even my father has let me see that spark of tenderness that we all carry inside.

For twenty years I lived a relationship with the father of my daughter. Then I became a
widow and then I had several relationships of three, two and one year. Now I haven't had any
sexual intimacy with a man for five years now.

In meditation, I felt the need for solitude and silence, and that's what I'm still in. In that
solitude I have never felt alone or depressed, on the contrary, I feel more part of the world and of
humanity than ever; It has been and is being of great richness to discover myself in the deep
intimacy of meditation, experiencing the subtle energy of my body, the silence of the mind and
the noise of the world. It is curious to discover how difficult it is to enter into that inner silence
when living in such an overstimulating and noisy world.
 From that stillness, my being in the world is more solid and firm, at the same time as
warm and tender, and also more serene and cheerful. I have lost desire, both sexual and for other
things, and it has surprised me as a woman even not to want to feel desired. I remember Claudio
once saying that to leave something you had to have experienced it or lived it first. I think that's
what I've done: live my sexuality intensely and playfully. And now I have come to a great peace,
after all that I have learned through that path and others.

All my time is for me and I can devote it to being useful to others, which is my genuine
impulse. My surrender is not to man, but to life.

The most demanding and judgmental paternal energy no longer pushes; admiring and
devotional love has appeared, which was initially represented in Claudio and then expanded into
that mystery that sustains us all and everything, towards the divine and sacred that is in each one
of us and in nature as an expression of sublime beauty. That makes the respect I have for life and
for all things have a deeper and more subtle connotation. I went from fighting and rejecting a god
who looked like my father to feeling like I was part of that divinity.

The filial energy is expressed in a less erotic-sexual and more sensual way, and is more
linked to all the senses, and also with intuition and with a laughing joy that has to do with the
rediscovery of my capacity for wonder with the simplest and most everyday things, like a girl
who discovers something for the first time, with the difference that it is not the first time,
although it is always different. I am sorry to have discovered the surprise that keeps every
moment, the richness of impermanence. I also discovered that I can take the game even to the
way I relate to others, and surprise in the spontaneity of the moment.

Maternal love is related to the bond with the earth and the body. From there, it is easier
for me to feel the strength to sustain whatever comes, no matter how it is, with tenderness,
confidence and even humor, trusting and feeling joy in life, that which is so familiar to me. It is a
caring and nurturing energy from the accompaniment.

Before I lived my social and personal relationships with more need to be seen. The truth
is that those of my trait do not go unnoticed, but now that no longer matters: detachment can
have a healthy and positive aspect, and it is the ease of letting go that hinders us. I think that's
been my case, going on to experience non-attachment. I don't have an agenda full of pending
things to do as before; for a long time, I let the day flow and so I have the time necessary for
what appears. It is a very rewarding experience because there is room for spontaneity and every
day seems different without doing anything special for it. My friends have surprised me by
defining me as a cheerful, generous, warm, tender person, nothing spiteful and with a lot of
humor.

Before, in my personal relationships men predominated and for about ten years women
predominate. In general, I feel very close to them and there is a bond of cooperation, complicity
and brotherhood. Lately, I relate a lot to E4 women, whom I have been able to support without
judging or demanding and have been able to lean on me. There are also some E9s and even some
sexual E1 who feel good and comfortable with me, and me with them and them. I have to say
that the reflection on violence has made me think about some misunderstandings that exist in
society regarding it. I also feel empathetic and supportive of women.

Previously, distrust had been more linked to people. I guess Dad's command: ―You have
to be careful, that people are very bad‖, was very present, starting with himself, who was a
violent person and no one was safe near him. I always trusted in life, because from a very young
age I related to nature and animals. I have felt little guilt, because leading a double life was a
way of transgressing the rules and I did it without fear, as a way to get away with it, to break the
imperative of the father by taking my little devil for a walk.

I learned early to lose my fear of my father, I knew myself strong from the age of six. But
that also made me put myself in danger on several occasions, although not from recklessness. I
would say that the aspect that has changed the most has been that of distrust, since now I do not
defend myself or intend to change anyone or anything, but I have understood that everyone leads
their way and does what they can, how they can and when they can. I have seen what is in me in
others, and others in me. I would say that the trait and subtype have softened in general: my
character is less consistent, as if the contours have been blurred. Now I say that my trait is
decaffeinated sexual E1.

The trait of concern is unfamiliar to me: I've heard it applied to E1, but I don't feel it is
mine. Let me explain: from the age of eight to sixteen I did competitive gymnastics, then risk
sports such as high mountain, climbing, caving, diving, etc. The focus was on the here and now
and the breath, which for me was very natural. That is why perhaps I have trusted in the bodily
impulse, I have let myself be carried away by what the body advised at the time. Taking a step,
not standing there ruminating where, was always my way of doing things. I would say that the
step itself marks the direction towards a goal, even if you don't know what it is.

Sometimes my experience has been to find a solution to a problem as follows: I want to

get my husband out of jail (where he is for political reasons), I know what the goal is, and the
path I do as I walk. I involve everyone and all the people, organizations and institutions that can
do something, I don't care if they are not of the same ideology, if I have to visit the Attorney
General of the National Court in Madrid or the Minister of Justice of the country: I do it. And if
in the same effort others can benefit, then a list is made with all of them. And it went well. Of the
six involved, all obtained some kind of pardon; my husband the most.

Along the way I took steps that did not prosper and there were others who wanted to take
the credit, but that did not discourage me or make me give many turns to the head again and
again about the same thing.

In that respect, the before and after has not changed much. Although that impulsivity has
been softened, the demand for things to go out, and fast, and the push as a result of the demand.
 Life before was to live it, explore it and want us all to live better, with fewer injustices
and inequalities, so I joined from a very young age to clandestine political activities against
Francoism. Before, the mystery was in death, what is beyond life? Today, life is for me that great
mystery that penetrates us and we do not know, regardless of what science says, and to him I
surrender, trying to explore some of his inscrutable paths that have brought me closer to the
divine.

Another important element of transformation has been the use of aggressiveness and
confrontational capacity in the task of helping the other. The fact is that both one thing and the
other in general are very repressed and confused. There is also in this character a great ability to
move from one extreme to the other of polarities and that we can put into play in therapeutic
work. Our strength and determination can be at the service of accompanying and containing,
especially in therapeutic works with strong enneatypes such as E8 or sexual E6.

In the process of transformation, the angry aggressiveness of sexual E1 is transformed

into determination with warmth, and also into acceptance; judgment and criticism, in acceptance;
control, in the awareness that controlling is an illusion (and this ends up generating a
transformation of control into spontaneity); vehemence, in substitution; zeal, in love of heart;
idealism, in loving compassion. I have discovered a genuine indomitable spirit that I believe is
linked to what in a dream appeared to me as the spirit of the girl who to survive made a pact with
the warrior potential that was in her to take her place in the world.

Another contribution that we can make the E1 that we dedicate ourselves to therapeutic
help is to work from the corporeal and the sensual, the senses and eroticism: from our own
knowledge we can accompany the other in his self-exploration. I call it the eagle's gaze, or how
the ability to see flaws becomes the ability to hunt for meaningful moments in or for bonds,
interrelationships, and interdependencies. It would be comparable to being able to see the forest
and the trees at the same time.

Today I feel that benevolence is genuine when it appears; actually, if they don't make me
notice it, I don't even know when it comes out. I do know that both poles have been integrated
into me: confrontation and benevolence, which coexist side by side. Perfectionism has become a
―everything is fine with me as it is,‖ and that's a break. Playing with my polo shirts and taking
them for a walk like someone who takes the little devil for a walk makes me laugh and sparks
appear in my eyes. That girl has not lost the desire to play or see the wonder of the world.

"To a big heart no ingratitude closes it, no indifference tires it."

Leo Tolstoy

I started therapeutic work on the roof, that is, on the analysis of deep dreams, about six
years ago. On the first occasion I saw my resentment, his connection with a violent father and
with the abuse I received in my childhood. The resentment towards my dead partner, the
unfinished mourning, I forgave myself and was able to forgive him, in a process I called ―The
Squaring of the Circle‖.

When reading ―Character and Neurosis‖ I identified myself immediately, although there
was a part of E1 that I did not see in me: it was, clearly, because of the peculiarities of my
subtype, the sexual one. Discovering the enneagram as a tool of self-knowledge was for me the
spark that ignited everything else. I have always been a seeker of knowledge, and now I had
found it. Then the desire arose to expand my training as a therapist and I began to train in
Corporal and Gestalt in 2001.

In SAT 1 (2003), even having a broken leg, I gave myself to work. Discovering my
mother's manipulation was very painful and made me see her more clearly, especially when she
tries to force my will. In relation to my father, I also discovered the strength that is in my hands
and arms, of so much aggressiveness accumulated over years, of wanting to return every blow he
gave me. The containment of that murderous rage came out to its full potential; it was for a short
time, albeit very intense, and then I sang in satisfaction.

The good came later, as progressively my aggressiveness has been diminishing

considerately: first I feel my guts, and then I can see that turning point in which I say to myself:
"either more of the same or not". I didn't realize how much I had changed until the day when,
during a weekend workshop, my ex-partner (E4 sexual), who seemed very angry because I
couldn't bond with him again, threw the water from a pitcher on me. I saw everything in slow
motion: I was sitting and looked at the empty bottle of wine on the table in front of me. But my
guts didn't even budge. And I understood very clearly that to answer her was to get caught up in
her game. I did not do it. This vivid anecdote continues to impress me even now, since in another
time she would have jumped for his jugular, or would have broken the bottle on his head... I am
impressed by the ability of the SAT to transform people. Especially, when generating contact
with love.

Shortly before SAT 1 I entered a process of deep sadness, which did not respond to
anything in particular, although it did not prevent me from living other things. It lasted a year
and a half and has been the best learning to be able to be with the patient while still being in me.
Throughout the process I have been able to publicly expose my tenderness, my playful and
playful spirit, which sometimes baffles patients and amuses me as well. In SAT 2 I discovered
the great love I feel for life. My commitment is to life: without this commitment, there is no love.
That is why I know that I am nobody's: I am from the world, from life. In SAT 3 I discovered
that my father's rejection was the result of a clumsiness: believing that masculine privilege that
confuses authority with power, respect with dominion and love with obedience, and instead I saw
the love that is in every human being, in him too.
The place of meditation in my life
It is the place from where I cease to be ego, from where I am without being what I know myself.
It is from meditation that I see clearly; I stop thinking/interpreting to simply observe with the
eyes of the curious girl I still have; from there, the rest is zest for life. Everything has always
been there and at the same time it is always new. Everything is impermanent, fortunately me too.
Thus, I am only a look that recognizes myself alive in what surrounds me and in the vibration of
the body and with the universe. I also owe to meditation the development of the intellectual
aspect; through insights, it has brought me clarity and neutrality. From the first day I discovered
the serenity of the position and stillness of meditation and the pleasure of attention in the breath:
it is the smallest movement of my body! The serenity of stillness has led me effortlessly to
integrate small changes that come alone. And I just recognize that I wouldn't have wanted to live
another life than my own. The attention to that second before the automatism gives me the
freedom to choose, I feel free.

Two years ago, I also got a spiritual understanding: the truth is that I don't know how to
explain it... Since then, I have discovered the spirit in other things. For a year and a half I have
also been in need of seeking solitude and silence, the need for introspection and to be with
myself; I feel a subtle and deep pain, a pain related to the pain and suffering of the world, and
mine within it. Pain is the emotion that I have the hardest time showing; now I do, albeit with
difficulty. My being is from presence and silence, and also my difficulty or limitation with
language to express certain experiences leads me to silence.

Right now I'm savoring:

 That the origin was not aggressiveness, but a determination to live and take my
place in the world.
 The knowledge of the body at birth from its path to extinction.
 That when they arrived in the world, the curious girl, the angry warrior and the
old woman with a sense of humor were already together. The girl, in order to
survive, made a pact with the warrior, who is the one who protects her, although
sometimes she exceeds her functions.
 That my childhood was not sexualized, but sensualized; I still have that sensitivity
of the senses, especially in touch and skin. Sexuality was a sensualized way (with
all the senses) to release energy or vitality — which is a lot — in a playful way.
 And, of course, to be grateful endlessly for what life brings me, which gives me a
lot and, on the other hand, I need less and less to live.
 E1 Conservation (Self-Preservation) – Worry

Ichazo called anguish to the passion characteristic of the one conservation. However, he
preferred to use the word worry. It could be said, in fact, that in this type of person concern is a
real passion. And it's not just behavior that can be described as worrying too much — or even
feeling a need to worry — but they worry about things that are okay, and sometimes spoil what
they touch by trying to fix what doesn't need fixing. This need to worry can be understood as an
exaggerated need for foresight and to have everything under control, in turn motivated by a fear
that its survival or conservation will be threatened.

In reality, the image he has of himself is that of being too imperfect and that is why his
activity becomes a constant and obsessive improvement of himself. His anger, on the other hand,
hides behind a friendly benevolence and an attitude of service that does not allow his anger and
resentment to show through. That is, it transforms his anger into goodwill.

The transformation in the conservation E1 by Lluís Serra

“It is not difficult to conceive that questioning can be more creative than sticking to answers
made in advance. The iconoclastic posture rejects symbols and seeks the source of meaning
beyond form. If a moderate iconoclastic posture can be healthy even in the face of valid solutions,
how much more so in the face of pseudo-solutions to which we cling in order to continue sleeping
peacefully? After all, all the values we originally loved emerge from doubt, searching, and even
despair. The water that quenched the thirst of our ancestors may not be the water we need today,
it must be found again every time and it cannot be stored.”

Claudio Naranjo, “La única búsqueda”, page 13

Perfection, constituting a mechanical search, is a trap that prevents achieving just what is sought.
The anger of E1 conservation, being so controlled and repressed, often goes unnoticed. Reaction
control favors this lack of self-awareness. The fundamental question points to how to stop being
trapped in the circle and in the egoic script, in other words, how to wake up and how not to
―continue to sleep peacefully‖.

The E1 conservation believes it is in the right process of transformation. Their eagerness

to improve and their effort to improve themselves seem to contain strong doses of awareness.
More so. His choice for the fulfillment of duty to the detriment of pleasure makes him believe
that he is on the right path. His awareness of the ideal, the sacrifice to achieve it, the internal
judge who continually dictates the good and the bad, the sense of guilt that accompanies him,
make us think that he has everything in his favor. This is the trap that obnubilates consciousness
and prevents it from realizing things. Perfectionism and anger linked to it are mechanical
responses, pre-established scripts. There is no freedom but inflexibility. There is no love but
correction. There is no consciousness but control. There is no essence but ego. How can he have
spent all his energies in favor of the wrong cause? If perfection is not worthy of seeking itself,
there is no salvation possible. If worry and anguish, which have been the thermometers that have
marked the temperature of commitment to personal improvement, do not work, what other
alternative fits. Oviparous animals need to break the eggshell to live their life and fully develop.
The shell of the ego, the egoic circle, like the circle of the Yezids of Gurdjief, has to be broken.
Therefore, the first step of transformation involves awakening, becoming aware of egoic
mechanisms, unleashing the tows that keep the person trapped in his existential script. But how
does this change, this awareness, this awakening occur?

Awakening is traumatic. The habit of always wanting to be right and the systematic
rejection of reality, which does not conform to the ideal pattern of perfection, hinder the
recognition of their own mechanism. When it occurs, the earth under one's feet opens up and one
is swallowed up by the abyss of annihilation. On the other hand, if the awakening causes trauma,
the trauma causes the awakening. An existential crisis, a love breakup, an economic crash, a job
failure, the sinking into despair, an experience of the limit serve to shake the ego. Control of the
situation is lost, personal demand does not yield returns, effort is inoperative. Faced with the
impossibility of managing one's own conflict, we must open the doors of trust in others, knowing
that a teacher and a therapist will be able to help, without being perfect, an approach that implies
a more difficult renunciation than it seems. Let yourself be driven: ―When you were young you
yourself would stick and go where you wanted, but in your old age you will open your arms and
another will gird you to lead you where you do not want.‖ Renunciation as a path of freedom.
Give up perfection as a way to reach it.

Thus the paradox of transformation is elaborated. ―If the grain of wheat does not die, it
cannot bear fruit.‖ To achieve the security of conservation, all security must be lost. When there
is nothing else to lose, the worry is diluted and the anguish disappears. Going down to hell is the
first step. For the elevator of the essence to rise, the counterweight of the ego has to descend to
the bottom. Everything falls apart. The greatest achievements are valued as insignificant. Thus he
will begin to regain his sight, because the anger blinds. The purgatory of anger that Dante
describes is being blinded by smoke. In this way, ―I couldn't even open my eyes.‖ The path of
consciousness begins.

The difficulties for the awakening to be prolonged in a continuous work are found in the
perfectionism and concern that keep the mind engaged in the effort for virtue. There can be no
metanoia (conversion) without descending into the world of feelings and instincts.

I retrieve a fragment of my personal notes:

“The image I have used to describe this situation focuses on my inner castle. During my
life I have toured the different dependencies from the ground floor to the attic. I have moved
comfortably through them, which represent the realm of control and dominance. But, one way or
another, I shied away from going down to the basements where I know the dogs and dragons
are. It is time to face them, to look them in the face and to dialogue with them. Having them
hidden, repressed, can only cause me trouble. Talking to them has its risks: they can scratch me,
bite me, throw themselves at me. The fear of losing something or even discovering them has
prevented me from going down to the basements. With therapy, I have tried to visit these
forbidden rooms or of which I had not crossed the threshold. There have been very hard times, in
which I have experienced fear and anguish. I have spoken to the rabid dogs in the underground
of the castle. I've been bitten at some point, but now we know where we all are.”

A few words of Friedrich Nietzsche come to mind: ―Everyone who has built a new
heaven has obtained the strength for it in his own hell.‖

The Transformation
“When the spiritual being is born, the carnal being knows that he is doomed to die sooner or
later, and that does not make him very happy; but at the level of the individual's consciousness
there can be no greater happiness than that of the immediate moment following metanoia (change
of mind or „conversion‟, in the deepest sense of the word). The individual condition of that time
can be characterized by spiritual drunkenness and great happiness, which is certainly congruent
with the moment of a rebirth. Not many go that far, as the aforementioned implies: many people
seek rebirth to the spirit, but „few are the chosen ones‟.”

Claudio Naranjo, “Cantos del despertar”, page 59

The set: a fundamental change

We live in a society where there are many changes, some expected, others feared. Stable
situations have little place. It seeks to change floors, employment... even, sometimes, as a couple
after a crisis of coexistence. Not every change is better, as one can get worse, but you often have
to take risks if there is an inner and deep need to respond to the concerns that spring up in each
person's heart.

Is a fundamental change in the relationship between essence and personality possible?

Should our job be to eliminate the personality so that the essence flourishes? How do we become
aware of our personality? Nicoll states, ―Essence can only grow through the ever-increasing
awareness of personality and the slow and gradual discovery of what personality is in a person.‖
(“Psychological Commentaries on the Teachings of Gurdjieff and Ouspensky”, volume 4, page
235).

To answer these questions, I turn to a text from the Gospel of St. Luke (5:17-26):

“One day I was teaching, there were some Pharisees and doctors of the law who had come from
all the peoples of Galilee and Judea, and from Jerusalem. The power of the Lord caused him to
work healings. 18 In this, some men brought a paralytic on a stretcher and tried to introduce him,
to put him in front of him. 19 But finding nowhere to put him, because of the crowd, they went up
to the roof, lowered him with the stretcher through the tiles, and put him in the middle, before
 Jesus. 20 Seeing their faith, Jesus said, „Man, your sins are forgiven.‟ 21 The scribes and
Pharisees began to think, „Who is this, who says blasphemies? Who can forgive sins but Only
God?‟ 22 Knowing their thoughts, Jesus said to them, „What are you thinking in your hearts? 23
Which is easier, to say, „Your sins are forgiven,‟ or to say, „Get up and walk‟? 24 For that you
may know that the Son of man has in his closeness the power to forgive sins," he said to the
paralytic, „To you I say, get up, take up your stretcher and go home.‟ 25 And instantly, rising
before them, he took the stretcher on which he lay and went home, glorifying God. 26
Astonishment took hold of all, and they glorified God. And full of fear, they said, „Today we've
seen incredible things.‟”

Our protagonist is a paralytic who is lying on a stretcher and who needs others to go from
one place to another. It is not autonomous. It does not stand on its own. It always depends on
others. But he has four very positive things: a) he is aware of his illness, of his paralysis; b)
wishes to overcome it; c) he has a group of friends who are committed to helping him in the
improvement he is looking for and who will do everything possible to get it; and d) seek in the
source of life, in Jesus, the solution to his problems.

Every fundamental change usually involves a price and a job, in the Gurdjieffian sense of
the term. He wants to get to Jesus but the crowd prevents him. There is not enough space to
circulate. Change requires personal commitment and not getting lost in the crowd. He does not
shy away from the difficulty or abandon his efforts. With imagination and audacity, he does the
unthinkable: they climb the roof and from there they hang him before Jesus through the tiles.
Inner work is woven of creativity and dedication.

Spiritual adventure requires getting in touch with the divine. Jesus offers her the key to
initiating fundamental change: the forgiveness of sins. Sin is to stop acting on the impulses of
love and therefore generates paralysis. Forgiveness implies the humble acceptance of one's own
mistakes, one's weaknesses, and one's own fragility. Inner change has as its starting point
humility and the renunciation of apparent greatness. Jesus offers her forgiveness because she
discovers in the paralytic and in his friends a great faith. They have done a great job and have
overcome difficulties because they believe that paralysis is not the best state for man. They want
to evolve.

The word of Jesus announces the fundamental change: ―I say to you, get up, pick up your
stretcher and go home‖. In this text, there is a surprising fact: why does he tell her to take his
stretcher? Even now that he's healthy he can't do without her? The stretcher is the personality and
the paralytic is the essence. The stretcher carried the paralytic because the personality governed
the essence, an essence that was not very vital and paralyzed. With healing, man carries the
stretcher, because the essence governs the personality. You should not do without it but carry it
on it. The paralytic recovers his autonomy, his freedom of movement and can go home, that is,
he no longer depends on the expectations of others but begins to live from the memory of
himself. Being at home means connecting with self-awareness.
 The Gospel narrative continues: ―And instantly, rising before them, he took the stretcher
on which he lay and went home, glorifying God.‖ There is no delay, no doubt, no postponement:
It gets going instantly and in front of people. He does just as Jesus tells him, but he goes beyond
taking the stretcher and going home: he glorifies God. The relationship with God allows the
essence to unfold its enormous possibilities. We are not going to eliminate our ego. We are only
going to take away the scepter and the power over our essence, which the personality will serve
from now on.

The script
An E1 conservation woman comments on a statement by Claudio that says, ―E1 pushes the river
and does not rely on the natural rhythms of life.‖

―This phrase of Claudio‖, says the woman, ―hit me a lot in SAT 1, it hit me like a slap in
the face, with all the force of truth, I perceived the entity, the monstrosity, the madness of my
continuous effort, of forcing myself, situations, others. Effort, control and inability to trust
myself to organismic self-regulation, to the natural rhythms of the body: inspiration-expiration,
hunger-satiety, tiredness-rest, commitment-fun, expansion-contraction, lightness-heaviness.‖

Cariy Simón sings in “Working girl” the song “Let the river run”. Let the river flow.
That's what it's all about. The transformation, once the rupture of the circle has been effected,
which implies the awakening and sinking of the egoic constructions, acquires some profiles of
liberation.

The image of pushing the river reflects the ego of E1 very well:

―I am convinced that it is necessary to intervene on the river, request it, push it, criticize it
because it is delayed, because it does not follow the channel that I indicate, it does not obey me,
it could do more and better, not waste time, not be distracted, but focus on its task which is to
reach the sea, soon and well, in the best way, without errors. If it continues like this it will not
arrive, any other river will arrive first than him, and he will play a bad role, in any case he cannot
afford to reach the sea according to his rhythms, it is not fair, it constitutes a lack of respect for
those who work hard, and he does not grant little or nothing to himself. If I do not push it, who
knows where the river will end up, it will be lost in a thousand twists and turns, it will lose its
strength and its importance, the sea will not want it anymore if it arrives late...‖

Let the river run... Let the river flow. There is no need to do anything. The river will
reach the sea. Before melting into the maritime waters, it will trace more or less meanders, jump
perhaps spectacular heights becoming splendid waterfalls, describe a short or endless trajectory,
join the origin of the source with the end of the sea. No rush but no pauses. Sure of his arrival,
convinced that nothing needs to be forced.
 The river does not need any push. It is enough that it is respected to fulfill its mission.
Seeing things from this perspective deactivates in E1 his perfectionism, his desire for control, his
level of demand and opens horizons of freedom and confidence in life. Worrying about the river
reaching the sea no longer makes sense. Hence the virtuous effects of personal transformation:
acceptance and serenity, which are the essential qualities of the higher emotional center of the
angry.

Acceptance points to virtue as opposed to anger. It is about opening oneself to reality, to

the dynamics of things, to not wanting to force events, to accept oneself and the rhythm of life. It
involves the loss of exaggerated control and worry. The infantile desire for omnipotence gives
way to the acceptance of reality, without the need to manipulate it or simply subject it to one's
own canons. Thus the implacable judge, the chronic controller, the unredeemed perfectionist is
deactivated. Things are like that. It takes much more energy and virtue to accept reality than to
change it, without forgetting that acceptance is the first step of profound transformation, because
there is no deep metamorphosis that does not arise from love. What a break for the obsessive E1
to know that the river will reach the sea without pushing it! ―To get carried away is to
temporarily lose one's roots. Not to do so is to lose them forever‖ (Kierkegaard), what is the
point of worrying about something that is not up to me? If it is a problem, it is solved. If it is
impossible, it is accepted.

Serenity also points to virtue as opposed to anger. Understood as overcoming the (self-)
critical attitude and how to let events flow without intervening in them. It implies the attitude of
relativizing things, events, results. Perfection can have many faces and many levels. It can be
like that in another way. Worry then loses consistency as well as the fixations that fuel
perfectionism. Emotions, little by little, are transformed. From anger and anger one passes to
acceptance and serenity.

Awareness and the expression of anger acquire new profiles. He does not refuse but
becomes aware of it: he expresses himself without the need to maintain a patina of kindness and
correction: ―I express more clearly my anger, what makes me angry, annoying, my helplessness.
Therefore, I also express more my pain, my insecurity, my shame, my fragility, my fear, gaining
in humanity.‖

Educational or moralizing techniques are not used as subterfuges to give a successful way
out of an unspeakable anger. No just causes are sought to justify an anger that erupts within.
When anger appears, the mechanical response is to take action. On the other hand, the conscious
— and therefore transformative — response is to face the feeling, to see where it comes from, to
express it if possible, to tame it perhaps. This avoids the trap of wanting to transform the world
and others without facing oneself. The result is a serene and confident attitude. Connecting with
one's own anger leads to connecting also with one's own needs, which the E1 conservation tends
to postpone its satisfaction. Unattended needs generate anger and resentment. They translate the
groan of the neglected and abandoned inner child. It is enough to be loved. Perfectionism, the
mask of goodness, correction, are false currency to get a love that, if bought, is prostitution.

An indicator of transformation is the fluidity and spontaneity of feelings, which thus

cease to interfere with personal development. It involves being more confident in yourself,
letting go, and decreasing control behaviors. The conquest of perfection is not the goal, so by
deactivating the control mechanisms feelings can arise more naturally: ―I express more my love,
my affection and my sweetness: I am more playful and cuddly, I use contact more to
communicate, laughter and joy, I am fresher and less serious‖.

Perfection no longer polarizes vital energies and this change translates into greater
sensitivity and attention to others. It no longer matters so much that the other person conforms to
the pattern of good person that the E i has worked out but that serene acceptance of his reality
and confidence in his possibilities prevails. There is no judgment but appreciation.

The action ceases to be an escape so as not to have to face uncomfortable feelings or

instincts, as well as the price to pay, through a hard and sustained effort, to achieve perfection.
Emptiness, loneliness, silence, generate worry and anguish. Acting is the way to disconnect from
these realities. E1, as it undergoes transformation, modulates its action: ―I worry less, I worry
more and I get more and more restless every day: leaving myself in peace and leaving the other
and the world in peace.‖

Little by little, it finds meaning in previously ignored realities: ―I can spend more time in
silence without doing anything or doing anything: in contact with myself.‖ Meditation, retreat,
silence... they begin to be possible.

The transformation is also shown in the decriminalization of instinctive life and in the
opening to pleasure. The worried and anxious optics of E1 conservation makes him think that
this decriminalization throws him into the hands of taboo and the forbidden, as if the enjoyment
of life did not have many gradations. It is handled in an insane polarity: between repression and
taboo. Perhaps the taboo is, in some cases, the door to destroy repression, but little by little he
learns to enjoy a walk, to listen to music, to contemplate nature, to chat with a friend, to share
feelings: ―I feel freer to live in the present, to enjoy the little things of each instinct, to feel
myself and to be in relationship with others. This helps me calm my mind, helps me feel alive
and in a good mood." It leaves behind the fact of being very oneself, of depriving oneself of
many pleasures that are healthy (holidays, rest, a good massage, body care ...). Duty is present,
but it is not always imposed at the expense of pleasure, which ceases to be a threat, a risk of lack
of control, an expression of chaos and immorality. The performance, the self-demand, the desire
to excel... they are placed in place, but they stop polarizing all energies, not even the main ones.
However, the neurotic tic of E1 conservation struggles to maintain its dominance, to put things in
their place, to recover the order of things. Two steps forward and one step back remains a path of
transformation and progress.
 These changes have an impact on social relations and on the valuation of reality: ―I am
more respectful, tolerant and flexible: my angle of vision is wider and I have more perspective
than before (before everything seemed to be on one plane, as if reality were flat), now I fit much,
much, much, although not always everything seems good to me, either I take it well, or I
understand it, but I welcome it and it fits me: they are possibilities of the whole‖. People matter
more than the rules of the game. Do not push the river but enjoy its waters. Not to orient it but to
contemplate its layout. So also with others. Stop being a potter. In any case, be mud, moldable,
flexible, fluid. Rigidity is then meaningless. The means (perfection) to achieve love has become
an end. Thus it moves to the most important goal of life, love, for the sake of recognition. This
existential mutilation cannot be lived without anger, without resentment, without worry, without
anguish. Transformation is about putting love at the center.

Here are some means that the E1 conservation considers useful to become more aware of
the dominant passion:

―Personal therapy, SAT, silence, meditation, keeping a journal, the study of character
through the enneagram, regressions, working with crazy ideas, therapeutic theater, gestalt
training...‖ To heal the dominant passion, it is highlighted: ―to have learned to recognize my
needs, which are hidden behind anger, and to have progressively learned to express it; take the
risk of expressing anger without fearing that the relationship with the other will suffer a fatal
disturbance that causes me to be rejected; have an appreciative and serene attitude of myself, of
my failures and my successes, and of the other; finding perfection in the unsuspected; let go and
let myself go, accept things even if I don't always understand them.‖

More indicators of transformation:

―Facing my reality in a complete way (entering the basements), greater awareness of

myself, deactivating some need (affective, sexual) and increasing detachment, a greater sense of
my fragility (if I play, admitting defeat or victory), dialoguing with inner fears (relationship,
losing security ...), letting the dominant passion emerge (anger: in aversion or anger there is an
unsatisfied need of mine. I can think that the need of the other is more important than mine),
greater capacity for enjoyment and pleasure, more spontaneous spiritual sense, flowing from
within.‖

The E1 values as traits of its optimal state:

―Not striving to be loved, listening to and respecting my needs and those of the other,
feeling tolerance towards what is, not so much demand for perfection, not seeing rejection
(aggressive intention) in the other, trust towards life (in the good of life), losing fear, letting
myself be spontaneous, abandoning emotional control, flowing, being creative, abandon the
norm, accept reality, things are as they are, value things themselves without comparing them,
connect with my own needs and with what I want, give myself the permission to enjoy, to ask, to
show myself, trust and dialogue with the forces of instinct, read anger as one more need without
expressing, without covering, relativize the solutions, there is not only one.‖

The transformation is carried out in phases. Follow a process. There may be times when
qualitative leaps occur, but the itinerary has a line of continuity. St. John of the Cross establishes
the purgative way, the illuminative way and the unitive way. Purging the ego, trying to tear off
the characteristic inlays that occur in the true self, involves hard and ascetic work. The changes
seem imperceptible. The angry, in Dante's words, "could not continue to open his eyes." The
smoke symbolizes that anger obfuscates the understanding that prevents discernment between
good and evil. Being blind with anger, the role of the guide is essential: "Like the blind man who
goes after his guide so that he does not get lost or stumble on any obstacle, or maybe die." This
phase requires letting yourself arrive, letting yourself be driven, leaving control. Ei's response
may be, "By my faith, I promise you that I will do what you ask of me." However, doubts erupt
inside.

The illuminative phase is also described by Dante: ―How, when the wet and thick values
are already dispersed, the sphere of the sun enters through them faintly.‖ When the anger is
diluted, the vision recovers until it reaches great intensity: ―A light hurt my eyes, much greater
than what is customary.‖ In the fog, there is a worry about a bad step, about inadvertently falling
into the abyss, about harming yourself by not recognizing the obstacles. In the light, serenity
arises, but in every new stage new risks occur. The dominant passion is like a virus in mutation.
It metamorphoses and takes on other subtle forms that again escape from the person's
consciousness. The satisfaction of reaching this new promontory, after the purgative process,
increases the vision of one's own mistakes, of one's own imperfections, which are now known
and conscious. The effect is worked, but the causal root is deep. Still, the angry tic, like an
autopilot, is the first reaction. One wishes that progress had been made to stop feeling the anger,
but the transformation does not annul it but shows constructive ways of living it. You learn to
live with anger.

The unitive phase opens new horizons: ―The last rays of which the night goes after were
already so high that the stars appeared around‖ (Dante). The thousand fragments of the person
are called to integrate. The beatitude of the peaceful is heard, who are without bad anger. The
starlight is magnificent but can only be seen if there is a lot of darkness. Darkness returns, but it's
not like at the beginning. Therefore, you can go ―in the dark and safe‖. The next circle will be the
acedia, because the night can be a return to unconsciousness, believing that everything is already
achieved, or the challenge to a greater consciousness and a state of greater vigilance. The essence
takes over the person and the ego, without disappearing, is subordinated, not without struggles or
new attempts to take control of the situation. The E1 conservation has been wounded by
perfection. Wanting to obtain it egoically constitutes its ruin. His problem is that he does not
focus it well, because he has dispossessed her of his soul. It is not so much a conquest as a gift.
St. John of the Cross expresses this ailment: ―Who will be able to heal me?‖ The light of the
essence in God: "Extinguish my anger, for none is enough to undo it, and see my eyes, for you
are the light of them, and only for you I want to have them.‖ The key is that: ―I no longer keep
cattle, nor do I already have another trade, which is only in loving my exercise.‖ The priority of
conservation, of concern, of anguish is abandoned: ―I no longer keep livestock‖. Perfection is
discovered in love: ―only in loving is my exercise‖.
 Enneatype 2 – Pride

In all spiritual traditions, Pride is considered the main sin, since the prideful resolve the loss of
the sense of existence and connection by filling the void with a grandiose image of oneself.

The construction of a bright and exalted self-image must be fueled by the need to be
loved and adored by the other. His pride requires that the other considers him indispensable and
irreplaceable, without being aware of the extent to which, in reality, it is he himself who depends
on the other.

The E2 confuses its own pleasure with giving pleasure to the other; he has no direct
contact with his essential needs.

In his family, the E2 child has been a source of joy and fulfillment. He often had the role
of alleviating pain or shortcomings, and lighting up the shadows of the family.

This very difficult role did not represent for him an authentic recognition or value, but it
was the only way he found to be seen, but it became a massive defense against the pain of
humiliation of having been used.

The great narcissistic satisfaction of being "the light in mom's eyes" for boys, or dad for
girls, is paid for by the impossibility of fulfilling one's own role.

The E2 establishes love bonds mainly through the compulsion to be seductive. E2 could
be defined as a "falling in love specialist", a situation that makes you feel alive. He can't help but
conquer people and territories and doesn't even question whether the person or territory is really
interesting to him.

Being in the center of attention, or occupying a privileged position (for the two
conservation), gives him the security that he will not be abandoned, since he is the irreplaceable
companion or friend.

In relationships, you can't withdraw from your task, consisting of fulfilling the other or
satisfying their demands. He must present himself as the one who has everything and can give;
he must be seen as a person who does not need and has no needs; the false abundance is his
interpersonal style, his fixation.

The ease with which she establishes affectionate and erotic relationships is perceived in
her body; tender and flexible, with a look that does not fear direct contact, sometimes bordering
on invasion. The expression of eroticism is free.
 E2 Social – Ambition

In the social two, the passion of pride manifests itself as a satisfaction in the conquest of the
public.

To awaken a great passion you may not need to develop much intelligence, or pretend it,
but a social two could never be enough to be considered a dumb blonde. A social two needs to be
someone, and in order to be someone you need to use your mind more. Being a person who
wants to be important to be able to feed his pride, he must be able to seduce the social
environment, becoming a seducer of groups, a distinguished being and, perhaps, not only
someone superior, but with a gift of leadership.

Ichazo spoke of ambition, but we could say that it is a passion to be in a certain sense
above; and through such being above, having influence and having advantages. This is the type
of person who presents himself to the world as great or important, unlike the sexual E2, who is
mainly interested in being important to his partner, or the conservation type, which, as we will
see, is a counter-two.

Transformation into the E2 social by Paolo Baiocchi

The therapeutic change of the social two goes through a path of humanization that, in essence,
could be baptized as the step from leadership to parity. The journey takes place in very slow
stages, small conquests, crises, discoveries, food for the spirit, healings and openings of new
existential and relational panoramas. In the following pages we will describe the main areas of
therapeutic change, looking at dysfunctional structures and ways to avoid them.

Position of superiority and disorder of roles

The first consideration of the therapeutic change of social E2 concerns the relationship of
superiority that it establishes towards the parents themselves and that will later be projected
towards other figures of authority, be they professional, affective, etc.

The social two stands above their parents in a way that is not authoritarian, but
ambivalent. On the one hand it adopts the role of authority, on the other it wants to acquire from
authority all the power to shine. As they say, the social two wants to "sit to the right of the
father". At the psychiatric level, when a social two enters a psychotic crisis it usually happens
that he deludes in a manic sense frequently believing — at least in our culture — that he is the
reincarnation of Jesus Christ. The mythological image of Christ accompanies well the manic
structure of the social two, characterized by pseudo-generosity, by the inner idealization of
affection and by a feeling of superiority. The first movement towards transformation then
consists in putting oneself in the right place in relation to the parents: the place of the child. In
other words, the social two has to be contained by the authority of the parents.

In a very special way, it is necessary that the social E2 renounces the idea of having to
take care of the difficulties of the parents themselves. How is it possible that he comes to stick to
that idea? Normally, incestuous collusion with the father occurs. In many cases, the mother is
usually depressed or abandoning or childish, and requires the child to exercise a genitory role,
while the father puts the child in a role of parity or superiority. This initial disorder, which also
persists in adult life, creates a problem of boundaries and lack of clarity in roles.

Thus, the social two relates in an unclear way with people, behaving amicably and then
putting himself on top as a figure of contention, or sometimes also asking to be contained. In this
case it is necessary to develop with the social two a lot of clarity in relation to the definition of
the roles, paying special attention to the respect of the limits.

Narcissism
Becoming aware of narcissistic personality traits is important work. The social two shows a
narcissism based on territorial and sexual competition. The need to distinguish and conquer in
these areas is the consequence of a shift from affective self-esteem to territorial self-esteem. The
fundamental traumatic experience has to do with a maternal affective deprivation that leads to a
state of deep despair, a feeling of not being loved. The sense of loneliness and deep lack — an
essentially depressive experience — is transformed into a sense of incapacity and inferiority in
competition for territory or for the conquest of the couple. Thus, we move from the system of
affection, warmth and affectivity to the reptilian system, relationally cold but capable of
generating the enthusiastic impulse of the conquest of the territory and the domain of the couple.

The positive emotions that emerge from the reptilian area of the brain have to do with an
authentic manic force characterized by enthusiasm, by a firm confidence in one's own abilities
and in one's own perceptions, by a tendency to rapture and by a certain sense of the brightness of
objectives that the manic state makes perceive as within reach. The warmth of positive
sensations, enlarged by the preeminence of visceral behavior, takes its place in the absence of
true intimacy in relationships, where there is a deep affective devaluation. Devaluation and the
consequent depression translates into estrangement through feelings of indifference and hatred,
so that a certain autistic estrangement in affective relationships is common, accompanied by a
disdainful and contemptuous attitude. Just as a child usually demonstrates an attitude of rabid
indifference in relation to the mother who moved away for a long period, likewise, the
mammalian heart of the social two distances itself from the affective relationship. In fact, at the
bottom of the deep wound of affection of the social two there is a lack of despair that, when
reactivated, produces a cooling of relational potentiality, a coldness that is transformed into
indifference and emotional disinterest. Likewise, erotic mania leads to a constant attitude of
sexual seduction, another source of warming in the face of the maternal heat vacuum.
 A major therapeutic change in the social two occurs when he stops treating himself as a
neurotic and begins to notice the harm he is able to do to others: this means discovering one's
own criminal nature as Fritz Perls called it. In my own experience, I spent many years of therapy
looking for the causes of suffering and always trying to increase my well-being and strength.
When I discovered my ability to hurt others I changed direction and began to worry more than I
did to others with the aim of increasing my well-being and strength. The study of myself ceased
to consist of the search for my weaknesses and became the analysis of how I behaved in an
unclean way with others and how I acted unconsciously as an exploiter.

Fritz Perls separated people into two simple categories: neurotics and "criminals." The
former are those who tend to put their own needs in the background to satisfy those of others, the
latter present an imposture of opposite base: they are directed directly towards their own
objectives, leaving those of others in the background. Although in each person there are areas of
life where one or the other of these two underlying attitudes prevail, it is crucial to understand
what is the prevalent structure that dominates our behavior.

A neurotic can learn a whole host of skills that help them assert themselves, integrate
guilt, bear the weight of loneliness, and develop differentiation and leadership skills. Neurotics
tend to submit, so from therapy it is necessary to help them develop the ability to affirm their
own territoriality and dominance in order to restore their inner balance and make their
relationship with others ethical. Often, in order to fulfill these therapeutic steps, it is necessary
for people to study the wounds of their childhood and heal them to recover lost strength, so that
they can experience the path of becoming independent and assertive.

On the contrary, those who present a structure of a criminal nature tend to impose their
own rules on others implicitly or explicitly. A criminal structure with an aggressive character is
imposed through force; who, on the contrary, has a manipulative character, achieves the same
objective thanks to less visible control instruments. In the relationship with others, the criminal
structure tends to unbalance in its own favor the compensation between giving and receiving.
Therapeutic change for these people is to realize how they tend to occupy a position of power
and control over others and how they try to take advantage of others.

A first change concerns the development of empathic understanding of others. It helps a

social two to develop a sense of guilt, as well as to become aware that his actions threaten his
belonging and that he runs the risk of being excluded. It also helps him to stop finding good
justifications for every unethical act committed. A change in this regard is to develop the ability
to receive criticism and expose their deep motivations.

Each criminal, Perls tells us, has a secret life and a life of cover, showing others and
representing an approving social face to avoid the penalties of the law. In criminal structures
there is a whole series of hidden intentions, lived in secret and invisible to others.
 The secret intention of the social two is to be worshipped, to achieve individual power
and success. The social façade, on the other hand, consists of being warm and relational, willing
to help in a magnanimous and faithful way.

An important change is therefore to speak honestly, revealing one's own selfish

intentions, confessing one's own unethical actions, and showing one's own parts of deep
vulnerability.

Just as speaking openly to others is an effective way to show the secret pieces of the ego,
asking for and accepting deep feedback and making the effort to understand them translates into
an openness to see the effects that one's actions cause to others.

The contrast between the reality of the feedbacks and the ideas themselves in relation to
their own characteristic actions evidences by differentiation the justifications and the madness
that sustains the passion. The collapse of justifiable thoughts opens up the possibility of seeing
with greater lucidity the reality of one's own actions and shows the conscience the passionate
motivation to which it is subjected. Only then does the social two allow himself to discover his
true intentions, hidden from consciousness thanks to justifications. From this perception can
finally be born an initial sense of guilt and the possibility of developing the ability to
empathically perceive the other. These transits, over time, tend to favor an ethical development
where the tendency to put oneself above is appeased and opens up sensitively to the true needs of
the other.

In my experience, I came to realize that many of the emotions I felt were actually
narcissistic emotions. Among them, I will highlight the territorial mania and the mania of the
protector, the exhibitionist desire and the erotic-sexual desire for conquest. These narcissistic
emotions are exalting, strong, pleasant, and above all they are capable of engendering a positive
emotional barrier to the emotions of difficulty experienced by the organism. Under a narcissistic
structure such as that of the social E2 there is an organism that suffers, either because of the
wounds and altered emotions of childhood, or because of the current lack of knowledge and
satisfaction of one's own needs, due to the investment of almost all the energy in maintaining
narcissistic processes. In other words, the organism that endures the wounds and faults of
childhood ends up living chronic emotional situations in the present of adult life. As for
consciousness, he does not consider it and does not see it to the extent that he does not consider
or see the needs and emotions of other people: the proud one has as little regard for the heart of
others as his own.

In the case of territorial mania and genitorial mania — that is, placing myself in the role
of the father — the overstimulation of these visceral components leads me to experience a sense
of omnipotence and superiority, accompanied by a sense of inviolability and the complete
absence of relationship needs.
 Territorial mania comes from a sense of the struggle for power and the sense of
domination. This perceptual deception serves to fight against the common fear of pain, and is
reinforced by the territorial success that, in effect, the social dos usually achieves. My great
source of food for such mania was my great commitment to work, where on the one hand I had
reaped successes and on the other I had developed a dependence that Americans usually call
workaholism.

The mechanism of activation of territorial mania has something to do with competitive

challenge: there is another man, real or symbolic, who accepts the challenge and who is actually
or symbolically defeated, which translates into a reinforcement of the excited and omnipotent
state of mania. Another powerful feeder of territorial mania was the tendency to defy death and
feel omnipotent practicing risky sports: motocross, skydiving, hang gliding, martial arts...

Another great source of food was relational: I surrounded myself with less capable, less
developed people, dependent on me, so that I could continually win in a secret competition
disguised as a pseudo-compassionate goodness that I will talk about right away. This secret and
internal competition had the objective of stimulating territorial mania to infinity. The effect this
attitude evokes on others is devastating and translates into a slow and chronic sense of
devaluation that poisons relationships with people around the social two, who become dependent
and adoring. All this had the secret purpose of enslaving the other, subjecting him to my will.

An ingredient of this structure consists in the tendency to blindly believe in one's own
ideas and cognitive maps, and enunciate them with such a sense of certainty and truth that a
powerful seductive effect is obtained with weak and insecure people. Another way of seducing
is, as I have already pointed out, to disguise this secret competition as pseudo-compassion. The
structure that is activated in the brain in this case is genitorial mania. Every mammal near a child
or puppy experiences an omnipotent sense of love and generosity that serves to overcome the
hardships and fatigue of a difficult biological duty. In the case of exhibitionist desire and erotic-
sexual drive, the narcissistic emotion engendered by the social two promotes the construction of
an idealized image of oneself as victorious, beautiful and desirable. In their relationships, the
search for confirmation predominates, which also serves to feed a permanent state of excitement.
Exhibitionist desire could be metaphorically explained as the perception of being the protagonist
of a film that others watch with pleasure and that generates envy and a sense of imitation.

Erotic-sexual desire, on the other hand, activates sexuality and infatuation in the search
for an intense emotional heat that, incidentally, is capable of offering a strong sense of
invulnerability, self-importance and courage. Exhibitionism is fueled by public exhibitions where
it is possible to capture attention and applause. On the other hand, the experiences that feed the
erotic-sexual desire are, on the one hand, the real contacts with the other sex, and on the other a
particular form of imagination where the search for stimulation is continuous: sometimes, half
jokingly, I have heard it said that the social two possesses a pornographic mind. This exacerbated
imagination is a form of drug, similar to compulsive work or the search for competitive territorial
challenges, which allows to feed to infinity the stimulation of erotic desire in order to engender
pleasant emotions.

What's left behind

My own story is that of a long work of awareness and attentive listening to the feedback that
others gave me to realize my dependence on work and my feeling of superiority in my personal
relationships. After having reached this understanding, I began a process of detoxification that
undoubtedly involves coming into contact with an organismic pain that I did not know clearly,
but that I had already experienced in moments of crisis. Only after a few years did I manage to
concretely modify my professional customs, also thanks to a great injection of relational and
loving strength received during a month-long community experience with Erving Polster.

As I left behind the dependence on work I entered a mild depressive state but sustained
over time, and only after months I realized that my deepest wound was related to the feeling of
belonging, to the relationship with my mother and with the group of friends, with panic and with
emotional despair. It also took me a few years to elaborate the traumatic losses suffered
throughout my life, in which I had not previously stopped. The objective of this work was to
restore the function of the affective bond.

The dynamics of superiority, the need for competition, the indifference due to a hidden
despair, the individual need for glory and worship, are opposed, in the social two, to the
possibility of relating as an equal with one's neighbor. The entire narcissistic structure of the trait
is based on the denial of the emotions of the other, whether due to the particular relationship with
the proud or due to independent events; likewise, the other is also denied his needs, which do not
appear as important in the theater of consciousness of the proud individual. Personal narcissistic
desires, in fact, always conquer the spotlight and leave the needs and emotions of others in the
shadows.

Buber's practice of the yo-tú relationship represented for me a real treatment for
narcissistic cheating. The key to access this level was given to me by Paolo Quattrini. It
consisted of asking people what they thought they felt for them, as well as revealing to others the
feelings that my heart harbored for them, and finally asking and listening with real interest what
they felt for me. This task, which may seem banal, is actually very difficult for those who are
affected by such a great narcissism.

Training oneself in listening to what one feels about people, listening to those feelings,
whether they are vulnerable or strong, worrying about perceiving the same in others, are tasks
that help to shift the point of view of consciousness from the narcissistic life to the organismic
life.

The metaphor that could be used is that of the king who lives in a castle isolated from the
village. The king is the conscience, the castle is the narcissistic structure, the people are the
organismic needs. The narcissistic life develops between comforts and power games in the castle
where the king is dedicated to his vices surrounded by a court that worships him, while the
people are treated unfairly and exploited to allow the court to live surrounded by comforts.
Practicing a dialogical relationship would consist of talking to the people in order to understand
their needs and dedicate the work of the court to the ethical satisfaction of them. For years, I
have experienced with great difficulty the implementation of a dialogical relationship with my
patients, in order to integrate it and, later, little by little, to be able to export it into my own life.
The effect I got was to finally feel connected to people on a plane of parity where I could afford
to demand and offer, reject and accept, be accepted or rejected. In fact, I have experienced the
healing power that peer-to-peer exchange offers.

Getting out of anesthesia

Once that first illusion of the ego that engendered narcissistic emotions was put into question, a
path of contact with organismic emotions began for me. The process consisted of learning to
recognize emotions that for many years had been covered up and anesthetized by the narcissistic
feeling.

All the emotions denied belonged to the category that we could call vulnerability: shame,
panic, despair, resignation, guilt, self-devaluation, distrust, jealousy, envy... I realized that I still
didn't know how to name the difficult emotions I felt. In this, the confrontation with friends who
were emotionally more intelligent and expert than me was very helpful. Instead of hiding my
emotions under the usual façade of an omnipotent leader, I began to show them to people I felt
confident in and whose ability to name emotions allowed me to put a face and eyes to my
difficulties. By the way, I began to understand and recover the lost language of my organism. As
Gedling says, it was like starting to relate and dialogue with a part of me that I did not know and
that I began to relate with an attitude of affection, restraint and firmness. The next step was to
understand the needs of these emotions. I also began to use my commonly wasted skills to
increase my professional and personal power to take care of those needs. Over time I discovered
that they weaved the fabric of my affective, personal and family history, and that several of the
most painful moments of my life were nothing more than an echo, a repetition of those primitive
wounds.

Thus, I began to work on myself in two main directions: the first was to develop
existential antidotes to calm these emotions, just as a mother calms the anguish of a child with an
act of contention and love; the second was to heal one by one the wounds that made my emotions
so strong and recidivist. In this long, still unfinished process, I realized experientially the extent
to which I myself was responsible for my emotional states, and how ingrained they were in my
emotional story.

The emotions I learned to recognize, modulate, and heal do not belong to a single level,
but are spread throughout all strata of the psyche and body. As in Dante's various infernos, some
emotions are more superficial and easier to contact and modulate; others belong to the deeper
strata of being, and then they are more difficult to recognize and manage.

In my experience, the deepest stratum is affective despair, then panic and, on top of this,
resignation. In an even more superficial state are jealousy and envy, then shame and distrust, and
finally in the most superficial stratum of all: self-evaluation and guilt.

Each of these emotions seemed to me linked to particular personal or family experiences

that were recorded in my inner world and that had to be taken care of or put in order to be able to
relegate the emotions to their natural functioning and deflate them from their excessive
activation, so disorganizing for consciousness.
 E2 Sexual – Conquest

The sexual two is the E2 par excellence, because if we say that this character is a seducer, we can
also add that the sexual two is the most visibly seductive of all.

In American enneagram culture it is more common to say that the two is a ―helper‖, in
view of my characterization of the E2 in the 1970s as a ―Jewish mother‖, but this has the
drawback of a lack of discrimination regarding the difference between a truly helpful character
and one that rather seeks affection and recognition through kindness.

These are people who can say, ―I'll do anything for you,‖ but when the opportunity comes
to charge them for such an offer, it becomes clear that they are inconsistent with their offers of
help. That is why it seems more accurate to me to say that the central theme is seduction (that is,
an expression of affection through which interest, loyalty, affection, protection, etc., of others is
intended), and only apparently help.

The term vampiress proves a lot, and so does the expression femme fatale. Both refer to a
beautiful person, but dangerously beautiful, who needs to hold you and could end up devouring
you.

The sexual E2's need to seduce implies a need for the other's desire; But to say that desire
is only sexual would be to see only what is most apparent; researching the matter by asking such
people what they want may yield more original responses, such as ―I want everything.‖ Just as
we think of Helen of Troy as an archetype of the woman for whom a war is waged and for whom
men are willing to lose their lives, we can say that sexual E2s aspire to an irresistibility that can
inspire greatest passions. It's just that most of these people can't be honest enough to say, ―What I
really want in a man is for him to be a pocket Samson,‖ or ―I want a giant who will give me
everything I want and when I want it.‖

It is understandable that some people think that inspiring a great passion can be a way to
solve everything in life, and that sexuality can involve money, castles and essentially blank
checks: that is how the sexual two thinks.

Transformation into the E2 sexual by Consuelo Trujillo

This work is inspired by the written testimonies and the transcripts of the meetings that for three
years, in a continuous but irregular way, we maintained a group of people of sexual enneatype 2,
summoned by a proposal by Claudio Naranjo to delve into the subtype. I have also had in Cuenca
the contribution of Alba Arenas, Italian psychiatrist and companion of trait. The group of doses
was made up of: Pablo Caño, Rosa López, Enrique Pérez, Leda Luttman, Toni Aguilar, Angel
Saavedra, Pasqualle Centro, Magda Martín and myself. All of them have contributed with their
 testimonies (which are reproduced on the following pages), with their questions and with their
presence in the meetings.

I heard Claudio say more than once that ―many twos will never reach a spiritual path or therapy
but through a relationship crisis. Why would such a great person question himself if it isn't that
external support or confirmation fails him?‖ This reflection has been a guide and inspiration for
this work, my process and the process of many.

The healing path of a sexual two is one of descent, but this descent has many layers
because pride and seduction can easily be camouflaged, disguised, played as good intentions.

The justification of love is dangerous

A sexual two can justify to himself many acts, words, madness, destruction and self-centeredness
in pursuit of love. As if love were the only emotion, the center of life, that experience that
justifies everything...

This person has formed an image of himself as someone desirable, lovable, affectionate,
warm, a good company, a person who occupies the hearts of others. Thus, he justifies all his acts
in pursuit of amorousness. But this love is confused with liking, enchanting, seducing, attracting,
always occupying that special place in its own right.

A testimony tells us:

―I think that at first we twos didn't love: we love each other, and we love love, that
strong, intense, deep feeling, in which one is very protagonist and very desired. We love the
magic of falling in love. We don't see the other. It's not love, it's deification.‖

This being cannot be questioned. This being cannot be touched, because it is in a very
high place, on the side of love. Therefore, it is unquestionable. Then, he will only come out of
his enchantment, his deification, his idealized image, when his loved one abandons him, when he
lives the love failure, the breakup of the couple, the abandonment of the children ... the Fall.

Losing love: the Fall helps me

But this being often avoids such an experience of abandonment, of love failure, abandoning
before they abandon him. So the first step to healing is not to give up, to be vulnerable to
abandonment, to stay. The next is to feel the abandonment, to listen to the causes of that
abandonment, to be able to hear that he is not the wonderful lover he thought he was, that he is
not the only one. Fall off the cherry. Let it hurt. Feeling on the side of those who suffer, of those
who are not chosen:

―The abandonment, how is it possible that I, who am the ideal lover, is the one they left?
Thus a great tower of my pride collapsed. My neurotic passion kept me from love.‖
 Another testimony states:

―I made myself proud so as not to lose love. Life was stripping me with its blows of that
feeling of superiority that pride had helped me create. Falling was important and falls were
always about experiences of abandonment.‖

For someone who appreciates himself as a lover, it is convenient to lose love — that
precious gift, for which he has fought so hard and in which he has put so much energy — in
order to perceive the gaps, the falsehood, the shadow, the fall of the idealized image and, finally,
see yourself. Sustaining that the other destroys your idealized image of a partner, a lover and a
companion. And fall into that void, into that unknown space of responsibility, of loss, of ―I am
that too.‖ And fall until the image crumbles. Live in loneliness, fear, failure.

This experience of loss of love can also be a liberation: stop playing the role of ideal
lover, leave that image of superabundance, that representation in which one is always attentive to
perceive the needs of the other, stop making oneself worthy of love. Let go of the belief that to
be loved you have to do, you have to be special, unique.

Here is a clear testimony about it:

―Feeling loved for who I am, has been one of the most healing experiences. Two
examples of this:

With my parents, when I told them that I was marrying X (a person of my same sex): it
was the first time that I could be before them with all my truth, without having to do anything to
make them love me. That night my mother came to wish me good dreams, she hugged me and
gave me her blessing, and I felt that something that had been separated was united forever, a very
strong warmth filled my heart and I slept as soundly as when I was a child. Feeling the love and
acceptance of my parents for everything that I was launched me into life with a new force full of
love for myself.

After a regression work in a SAT 3 I was lying on the floor like a rag, I was devoid of
life, I couldn't move, I had the feeling of being a fallen angel, of dying. At that moment I saw
Claudio as a great patriarch who approached and, from the heights, descended to me, who was
dying in hell. He incorporated me and told me: ‗I love you as you are, for yourself‘. He opened
my heart. If the teacher loved me like this, stripped of all seduction, without any attribute of
beauty, power and intelligence; If the teacher loved me when I was a creature dispossessed of
everything, even the primary impulse of life, what could I do, what other test from God did I
expect to feel worthy of his love, to bow down before him and recognize me as his daughter?‖

Limitation, weakness, contact with death helps me

For someone who feels the chosen one, who lives feeling that the difficulties of life do not touch
him, that he can handle everything, for someone who does not accept limits, contact with pain,
illness and death are necessary antidotes for his healing. We've spent a lot of time talking about
this in our sexual doses meeting, and we've all had transformative experiences with illness and
death:

―It helped me connect with that dark part of my son's death, connect with that pain. This
death was a tear that I did not allow myself to live. Going over this pain has been very sick. My
escape from pain and my flight forward has led me to do much damage in my life.

What has helped me the most is becoming aware of my miseries, beating myself up,
staying unemployed, feeling abandoned, seeing myself almost destitute, powerless. It has had to
be like this, unfortunately, to begin to listen and see the other, to begin to be human, of the
bunch. Accept my mediocrity.‖

Another testimony adds:

―It has helped me a lot at this time to take charge of my limitation. I've never been able to
hear about my leg, I've always put myself above it: ‗I'm not lame, I'm great‘. Internally, I don't
handle my limp well because it puts me in contact with pain.

Now age makes me listen to the limit of my body; not before: my energy was
overflowing. Now I connect more with fear, with pain, with the need for support.‖

And, one more, provides:

―The day I left the operating room, a thought came to me: ‗I am not immune‘. Internally,
there was in me the belief that the diseases were not going to touch me. In my fantasy, I believed
that I was not on this side, on the side of the vulnerable, the weak, the needy.

I also realized ‗I can't control my life‘. The disease takes away my control, it is helping
me to go down, to feel more defenseless, more human.

The days that I couldn't do anything, they had to help me with everything, and I began to
understand something more about surrender, abandonment, the experience of being in the hands
of others. I have felt an emptiness of a mother, of unconditional love, I have allowed myself to
do nothing, abandon myself to be cared for, without pleasing or behaving well, simply existing.
Suzy Stroke told me: ‗Let yourself be taken care of just for the sake of it and receive the gift of
God just for the sake of it‘.‖

If something very strong doesn't happen that makes us contact with pain, there is no
healing for twos: as I heard Claudio say many times, pain is what really heals.

Seeing my limitations helps me

I start by citing some testimonials:
 ―I once took ayahuasca and had a vision with the archangel St. Michael, and I said,
‗Archangel, I'm a normal person, with my children and my little job, I'm fine.‘ At another time I
would have reacted with something like: ‗I'm going to save the world, I'm enlightened.‘

During the session I was taken to a bed and I was aware that I am 56 years old, that I
cannot be here as if I were 20, which is what I normally do. Accept that I no longer have the
strength of before and that my body can no longer stand, and say, ‗Well, the archangel St.
Michael is here, but I can't.‘ And feel tranquility.‖

―Contact with the disease helped me a lot to understand that I am nothing special and to
get rid of that side in which I felt above good and evil. At the age of 17 I started studying
nursing. I was a good student, but it was very difficult for me to go to the hospital to be with the
sick, to see that they died. I began to realize that I could be there too, to see myself on the other
side of the bed. It was that contact with the disease, with the loneliness of the sick, with those
who die alone, what has helped me the most to come down, to consider myself one more and to
understand that I can also see myself there.‖

―With the disease a very old thought appeared to me: ‗I have to pay for life‘. ‗God has
given me life and I have to pay for it by doing, giving"‘.. Until I could see that life is a gift. What
omnipotence, who am I to be able to pay God for my life! It's a gift, and all I can do is honor it.‖

In contact with illness, with pain, with death, we realize that we are not special, that we
share mortality with the rest of human beings. When a sexual E2 indulges in this experience,
there is a sense of having come home, of finding her true existence.

Finally, the possibility of feeling compassion arrives, of embracing my fragility, my pain,

my lack, my weakness... Only in compassion is true strength found.

The contact with the true need and the acceptance of the lack helps me
There is a long way to go for this trait and subtype until we can take into consideration that it is
not a bad thing to need, that it is human to lack. This implies recognizing the value of the other
without that implying underestimating myself, being able to recognize that the other is better
than me in so many things...

It's healing to go down to E4, finally stop pretending that we don't lack anything,
recognize that we have shortcomings. Admit that feeling so feared, so qualified as negative, so
avoided. And accept me with my shadow. Get down from the altar to be one more among the
sinners, recognize that I am not free from sin. See me in sin and in virtue.

But be careful, the big problem with sexual E2 may be believing that you are cured,
overcome, healed. And then again you have to start unmasking another new image...
 Because transformation begins by knowing that absolute transformation never comes,
that one is never free from sin, that we are not only angels but also demons, that we never stop
learning, making mistakes, suffering, losing, that all this is part of life, that there is no such thing
as being immune to lack.

And it's good to feel the need:

―The belief that I cannot need, the taboo towards that word, the fear of depending, comes
to me from beyond my childhood... And now I need to undo that mandate, rediscover that
experience: the primal need that is lawful, that is human, that brings me closer to others.‖

This character has falsified such primal need all his life, transforming it into false needs,
whims, giving himself the right to do what he wants, not asking and taking for his own right,
demanding, taking for granted... Again, the path consists of the frustration of these false needs to
go to meet the true need.

Wanting to see myself, raise awareness, helps me

The most costly thing is to recognize how we seduce in a thousand different ways, how we
justify seduction, how we throw the thread and don't let go, because of that desire to have them
all, to please, to be desired, to maintain that excitement in relationships, to feel the
attractiveness... How to untangle that seductive game that is so attached to our skin, that we
exercise in such an unconscious way? It helps when the person you love tells you that she can't
trust you, that she is finished. But it has to be someone you really love, someone who can disarm
you from love and sincerity. There the mask begins to crumble and little by little that mechanism
that was so strongly hidden even from oneself begins to come to light. It's like removing layers
and layers. It takes a long time, to suffer a lot, to love a lot, to want to keep someone a lot, it is
necessary to really open your eyes to that seductive, lying, manipulative internal motivation,
wanting to see the lack of respect towards the other, selfishness and self-centeredness, wanting to
see the shadow, recognizing that not everything in me are good intentions, that behind
unconsciousness there is an intention not to let escape, to hunt, to conquer...

―Suzy Stroke told me one day: ‗if you really want to know yourself, if you put all your
will and your senses, you will see the mechanism of your seduction and your pride‘. And it's
true: I can see it when I want to see it, and I can see its consequences on my life... But of course,
that's painful.‖

Detaching myself from emotion helps me

The destructive is a neurotic reaction to frustration. I don't get what I want, it hurts, but it is an
egoic pain, linked to pride, by not accepting the ―no‖. So, here we can have a very destructive
behavior towards ourselves in relation to food, the body, sexuality. We perceive the ―no‖ as
withdrawal from love, and if the other does not love me, life is not worth living. Inside, there is a
feeling of fury, of rage, which we immediately emotionalize towards crying. It may even be
believable to us, it may seem like real pain, but it's a scene, it's an ego. Pain has another flavor,
another depth.

What is the healthy way out? Sometimes one begins to realize that this behavior is not so
true and does not yield the expected results in the other. Then I try to suppress it...

In my experience, I can say that repression is not the way either. The way — at least one
possible way — is to breathe what I feel, in the manner of meditation, to observe it as if it were
not mine, to go through it, to be a little disbelieving with myself, not to take my emotions so
seriously. It is something like letting go of emotional intensity, detaching myself.

For the following testimony, what works is:

―Train myself to be more disbelieving with my emotions, dissolve the emotional

whirlwind and be more austere. It helps me to be silent, not to speak, and to put my attention on
my actions. Facts are love and not good reasons.‖

How to cure yourself of false generosity?

The crazy idea is that I have to give in order to receive, that I have to satisfy all the other's needs,
that I can't say no for fear of disappointing. Deep down there is the belief that by myself, without
doing anything, I am not worthy of love, but I think that the strongest thing is the need for pride
in being exceptional for the other.

And in this giving we do not see the real needs of the other: he has run over, an excess of
senseless generosity because it does not start from what the other needs or asks of me, but of
what I want to give him or what I believe is good for him, which often coincides with what is
good for me.

The path opens if, feeling frustrated by the other, I can resist the first proud reaction of
leaving, offended, and manage to stay and listen that perhaps the other does not want or does not
need what I want to give him. And it also helps to recognize that I have not perceived or listened
to the true need of the other because I am blinded by my excessive giving.

How to be able to feel that the excess of availability — that superabundance, that being
very present in the life of the other — is nothing more than a sin of omnipotence?

―In a deep meditation experience I was able to see to what extent I am determined to
support the world, to help everyone... When I suddenly realize it, I think: who am I to support the
world? The world is already sustained by God.‖

Humility, liking being small, helps me

In sexual E2, seduction is sexual because it has a strong component of wanting to catch the other,
possessing him... But this craving is not limited to sex, which is only the first layer. If we
continue to deepen, we can see and feel the seductive mechanism that is present in the eagerness
to help, in goodness, in good intentions, in holiness... Seduction and pride create an image of an
unquestionable person; someone who does not let his darkness, his bad intentions be seen,
someone who has great difficulty in showing his lack... So? It is necessary to go very deep to be
able to see that what is behind this image that we present is a fierce criticism, a condemnatory
judge of what we can call negative feelings. The way is not to reject them, but to see them, to
understand them, to take them: "I am that too", until they fall into smallness, into humility.

―It is good for me to bow down, kneel down, feel my smallness, the greatness of God, of
Life, of those around me, recognize their virtues....‖

Personal relationships must be approached with humility. Get used to going behind my
giving impulse. Learn not to offer more than you can give. Modesty: This is an inspiring word
for the sexual two.

I take a quote from Alba Arenas, taken from her autobiographical work on
transformation:

―In order for a change to take place, I believe that those wounds of the ego that the sexual
two fears the most are precisely those that can become potential transformative resources, since
they help to break down pride. In this sense, if pride gives way, humiliation gives way to
humility. For this to happen, the subject needs to accept the opportunities that daily life offers to
take responsibility, those simple tasks that existence proposes, with an attitude of learning and
with the ability to postpone gratification. I believe that, in this enneatype, humility can be
manifested by developing a tendency to put oneself a tone below how it has always been,
although on the other hand it maintains that bit of pride without arrogance that sustains personal
dignity, the ability to criticize and that sense of self-righteousness totally different from self-
indulgence.

Being able to accept that what life brings me and be deeply grateful for it is enough.‖

True freedom
How can someone who appears so much freedom be truly free, someone who shows himself to
the world dressed in a false spontaneity, someone who justifies his actions in pursuit of his right
to be free? There can be no true freedom in dependence, there can be no freedom when the
intention of my actions is to get the love of the other or to enchant him.

There is only one way: let go of the other to take myself, recognize my true need, my
desire, risk being even if it means losing the loved one. Be and assume the consequences, start
listening to me, enter inside me, perceive the subtle movement of my soul.
 To do this, it is necessary to seek that freedom that does not consist of the obsessive
search for freedom understood as intolerance of all limitations — so characteristic of people of
this enneatype. It is necessary to discover the intrinsic freedom, which consists in the awareness
of the will of my true existence. In it my will is harmonized with a greater will. And in that
freedom there is healing, there is virtue, there is a guide. All this is a search: you never arrive,
but it is a path of realization.

Sexuality as a path to the sacred

Sexuality is the center of the relationship for a sexual two: the passion of intimacy that is always
understood as sexual intimacy. The need to be loved that is confused with being desired. The
search for power through sex. The search for intensity to feel alive. The belief that I have to give
pleasure to the other. I am in control, I seek and I give the orgasm and I clung to my way of
doing it.

Deep down there is a lack of creativity concealed by an apparent disinhibition and self-
confidence. A clinging to a way of doing it, a rigidity.

Sexuality is experienced as a weapon of conquest, and therefore it is more genital, more

masculine. The sexual two wants to achieve orgasm, provoke it... And there is a lack of faith in
the energy that moves, in the experience of receiving the other, of letting go.

As always, one begins to question when experiencing frustration and dissatisfaction. It

will be miraculous that the lover shows his sexual dissatisfaction, that he takes us out of fiction,
that he confronts us or that he shows us his need for another rhythm, to do it in another way, with
more sensitivity, delicacy, tenderness... This crack gives us the opportunity to start one of the
most difficult and expensive paths for this trait.

We must retrace what we have learned, let go of control and have the courage to remain
without weapons, defenseless.

The path passes through not looking for orgasm, not looking for known results, letting the
other do it, trying passivity, femininity...

In a course of the SAT Program, I heard Claudio say to a group of sexual twos:

―Could it be that it could be useful for you to practice the experience of sex without
orgasm a little, to see if it transforms into a delicious tenderness? It could be that the doses would
benefit from the discipline that is so highly recommended... There are schools that take care of
that, of reducing orgasms to transform that energy into greater emotion, to feed the emotional
bond. For a sexual two, it must be very difficult.‖

And that's what it's all about: desexualizing the love experience to give way to the heart,
the senses, tenderness, sensuality...
 As always, it is a matter of recovering the small, the most subtle, the fine line...

Alba Arenas says in her work on transformation that a sexual two in the process of
healing transforms the romantic idealization of love into true intimacy, which is something
simpler and more humble. Sensuality is no longer relegated to sexual conquest, but rather
extends to a sensitivity open to the pleasure of looking at a leaf, a stone, a ray of light, or
listening to the sound of running water or the roar of a storm. No longer a slave to the search for
intensity and pleasure, he discovers small and simple joys. The protagonism of wanting to feel
the center of the desires and admiration of others is giving way to a new perception of himself:
that of being simply ―nothing special‖.

I will also quote the testimony of a colleague about her path in the practice of Tantra. She
titles it: ―Don't look for the orgasm that comes by itself.‖

―On the sexual issue, I thought that nothing would happen to me if I fucked whoever I
wanted and had good and several orgasms and, by the way, was more powerful than any man.
What problem was there?

I met a man and we started a relationship. He had erection difficulties and above all it
was difficult for him to penetrate. I, a crack, had no problem: I was an experienced fucker.

Then he started talking to me about Tantra, about experimenting, about going another
way. The path of bringing awareness to the moment, of coming into contact without purpose,
letting the energy move with minimal effort, relaxing, letting go and opening spaces throughout
the body...

Ahaha, friends! Being in that place where things happen or don't happen, where the
energy moves or doesn't, but the paper comes loose, I was left speechless. I discovered that I
didn't feel as much as I thought. I did a lot to feel, I wasn't that much of a fucker, I felt insecure. I
saw my difficulty of surrender, of surrendering to the masculine, of being actively passive, of
letting go and flowing. To live my femininity as something beautiful.

Ah, of course, the pleasure is much greater now, it is joy.

And I can open my heart.‖

Truly, the review of the experience of sexuality is a path of transformation for this trait.
And not only that, but it can become one of the gaps that allows us to open the door to a deeper
realization, an encounter with a more authentic and profound sense of love towards others and
towards ourselves, an opportunity for surrender , the wave that drives us to communion with
divine energy, a door to transcendence.
In summary: things that help us
 Live experiences that help me demolish the ego, to unravel that essential need.
 Meditation.
 Silence.
 The revision of the intention of my actions, of my words.
 Question myself and be questioned.
 Remain aware of the discomfort, of the pain. Breathe.
 Listen to my limitation and follow it, let it be my teacher.
 Constancy, permanence, commitment.
 The encounter with the enjoyment of the everyday, with the small, going unnoticed.
 The faith that in this life I can free myself from the yoke of suffering.
 Ask for help.
 Loneliness, reflection.
 Write about yourself (or own a diary).
 E2 Conservation (Self-Preservation) – Privilege

In the conservative E2, seduction can be compared to that of a child towards parents. Just as the
social type appears large, this is someone who is seen as small, childish, in their attitudes and
even in their physical features. Just as the social two seems hyper-adult, over-mature, and the
sexual E2 —like Bizet's Carmen— appears as a wild, force of nature, the conservation E2 seems
tender and childish.

Precisely, psychoanalysts called this infantile character. Ichazo used for his characteristic
neurotic need the expression: ―I, the most important thing‖, which in his day I misunderstood
when I thought that it designated the Napoleonic attitude of one who shows off his chest. Finally,
I came to understand that, unlike an ambitious person's desire for importance, this ―me, the most
important thing‖ of the conservational type refers to infantile egocentrism, which is a desire to be
in the center of attention without having to be important through qualifications, performances or
feats. For the child wants to be loved not for this or that, but simply because; that is, for being
what he or she is.

What is most prominent in this human type, then, is the need for love, the naked need for
love, obtained neither by sexual seduction nor by social self-importance.

But why would a person have the need to remain childish or to act like a child? Naturally,
there is some advantage in this. They like children more than adults, and babies are very
attractive to people of a motherly disposition. We can say that the infantile traits themselves are
seductive, and that the neurotic need of that human type is one to seduce through infantility —
which implies a need for tenderness, delicacy and fragility, although it also implies self-
centeredness and evasion of responsibilities.

The transformation in the E2 conservation by Cati Preciado

I don't want to be an adult!

I consider that the most difficult thing in the transformation process is to grow, to mature,
to assume that I am no longer a girl to whom everything is apologized, for her ignorance, for her
innocence, on a whim, living on pampering, privileges and comforts, in her own right and
because. Leaving childhood-adolescence has been a difficult job, I have been in love with my
image as a pubescent girl for a lifetime; an image that has seduced me, that I have loved and that
I have let direct my life for the most part. The attachment to the childishness of my character is
more than a preference or a fixation: it is a way of life, a style of living where responsibilities
never rested on me and my decisions, but on circumstances, on others or on the randomness of
life.
 Growing up is a process that, when viewed from the past, I might describe as
complicated, difficult, uncomfortable, but mainly unpleasant. Falling in love with myself has
been the most important and decisive task to grow. That is why couples only grow when they
transcend the state of falling in love and walk towards the process of building love. Thus, this is
precisely what I have been encountering: realizing that to grow I have to build myself, not based
on the superficiality of my bad habits of character, but based on the bittersweet reality that
surrounds me constantly, taking into account that sometimes I only need to stay still or silent to
listen to the inner voice of my needs, of my soul.

The work to grow has been worthwhile: it has meant entering a reality shared by others
and by me, where I have been able to experience company, support, fear and being able to face
my own ghosts, as well as learning to ask for help.

The transformation process continues, it does not end, it is happening right now, and in
part it has consisted of an effort to tolerate frustration, accept the weight of things, the
consequences of my actions. I have only achieved such a condition through recognizing a deep
sense of incapacity, ignorance and laziness of being.

Becoming a woman and growing up means registering the need to contact and relate to
other women as equals, as sisters, friends, teachers and guides; it means joining the feminine
world not only to cultivate seduction and persuasion; it means contacting receptivity in the face
of demand; contact with sensitivity versus insensitivity, with love versus dependency, with
reality versus fantasy.

Making me a woman makes me flesh and blood: I feel. Not only do I want to feel with
the other: I also feel mortal, with age, with borders that I did not see before in the face of my
arrogant heroism as a super-powerful girl. Why super powerful? For believing that I can sit on
the legs of Lucifer himself or an almighty God and believe that I can kiss him, caress him, play
the charmer and achieve everything I want; I always felt that I could handle anything, of course it
was anything that was of interest to me. My unconscious surely protected me by approaching
situations where it did not require great intellectual efforts or special skills; My childish charm
and the promise of offering unconditional love, like that of children, without limits or barriers,
were enough. Who can resist such an offer?

I remember the feeling of feeling like a kind of beast tamer: when the other is angry or
needs something, when the conflict appears, there I am, almost ready for anything, like an oasis
in the desert for the thirsty, like a song of sirens in the middle of nowhere Ultimately, this is
needing the beast and its grotesque ways to minimize my own shortcomings, my deepest desires
and needs. Clearly, my own beast ends up dominating me.

My search began when I got fed up with living at home with my parents, and at the age of
21, recently graduated from psychology school, I managed to get a job that allowed me to pay
for an apartment for myself. I didn't think much about it and went looking for a place to live
alone. My fantasy was that my problems would end when I achieved the economic and physical
autonomy of living on my own: I would be free at last! Free from the demands of my parents,
free to do with my time what I wanted, free to make use of my space, and so on. A few months
later I began to feel depressed, gaining almost 20 kilos of weight... The feeling of loneliness and
taking charge of myself filled me with anguish and fear, but I did not dare to confess all these
feelings to anyone. and I lived them in silence. However, I went ahead with my plan to live
alone. He barely spent time with me, he always had visitors or some activity. I asked the
boyfriend on duty to move in with me and he refused my offer: there I felt more depressed and
then I had allergic skin reactions. Sick, when visiting the dermatologist he told me:

— You are under a lot of stress, what is going on in your life?

Hearing this question made me feel like dying. An uncontrollable rage invaded me and I
wanted to take it out on everyone, on my parents, on my boyfriend, on the world... I felt like
complaining to everyone that they weren't taking care of me. Life seemed tremendously
complicated to me, I felt powerless, I was in total crisis...

Now I know that underneath the anger I kept a pain of feeling unprotected, useless,
insignificant and undervalued that was evident when I became independent.

At that time I was so disconnected from myself that I lived in a run-down apartment. The
old wooden ceiling had termites. When it rained the water seeped into the kitchen and into the
room. I remember that he put buckets and boats so that the water would fall and he did not
complain to the landlord. I was so numb that I didn't even question if I should change my
apartment. It was as if she did not see the negative in the house or in me: I lived in that den
fleeing from family life, of which I was fed up, and where there was no longer a place for me as I
wanted.

After ten months of independence I moved to a new flat where everything was comfort,
closeness and beauty. It took me almost a year to realize where I wanted to live, since the first
attempt was just a space to get out of the family home quickly due to the desperation I felt there.

My job was to manage a hospice clinic. I did what I wanted, I was constantly late, my
start time could be eight in the morning and it was usual for me to arrive at ten. Sometimes she
said she was sick and went for a walk. I also used money from the office expense box to spend
on my own personal expenses. I pretended to work and told many lies to constantly apologize.

The search for myself began in this crisis in which I had no one to talk to about the truth
of what was happening to me: I had no one to lean on, I felt tremendously alone and unprotected,
I ate poorly, slept poorly, had nightmares and fears. at night. My boyfriend was a depressed boy
who I had to take care of instead. I felt more and more tired, and to cope with all that I took
refuge in parties every day I could, or I went shopping borrowing from credit cards, or I ate
everything I wanted: breads, desserts, chocolates... It was a totally messy lifestyle that was
looking for a way not to contact me and wanted to avoid feeling bad at all costs. In exchange,
there was never rest: euphoria was my companion and distracted me from my inner life with a
constant search for sensations and experiences that would distract me from my sense of
abandonment of myself. I constantly applied an attitude of not getting frustrated at anything, of
not feeling the emptiness that I carried deep inside, of avoiding the constant anxiety of not
knowing what to do with myself, which led me to being hyperactive and full of people who
helped me to distract myself.

Thus, one good day when I felt very depressed and alone, a former teacher from the
faculty of psychology called me and invited me to a training and personal work group. So I saw a
little light at the end of the tunnel. I started in the group and entered a psychotherapy process
with him that lasted five years. The process was a kind of detoxification: I started eating better, I
started doing some exercise and changing habits. He attended psychotherapy once a week and
was also part of a training group that met once a week. These five years were like coming out of
the hole to see that there was another kind of life. They served to recognize my depression, my
pain, my lack of affection, of support.

Today I realize that I can protect myself: being self-sufficient and cooperating within my
relationship gives me the confidence that I can do things for myself and for the other. I feel less
and less anxious, less worried about what to do with myself.

I feel committed to what I do, to my work, to the simple things of daily life, like cooking
or going for a walk. Life is becoming simpler, less complex.

The euphoria is also gone: I feel calm and can enjoy myself without having high
expectations of myself and/or others. I often see myself telling the truth about what happens to
me, what I think, what I feel.

I never gained the weight back like when I was 21 years old. For me it is a very concrete
indicator to learn to control my impulses to compulsively eat or to eat disorderly, which since
adolescence was a very difficult subject for me. Now, in general, I maintain a weight and I can
regulate myself.

I also feel less and less heavy: I have always felt like an overwhelming, sticky person,
like honey that you cannot easily get rid of, like a spoiled girl who demands affection, looks and
attention all the time. Now I see myself lighter: I no longer feel like a girl all the time, but I see
myself wanting adult things, such as commitment, responsibility or being present with another
person without the usual selfishness of taking advantage.

I see myself understanding the lives of my parents, I see that my demand towards them
has decreased as well.
 I see myself taking myself seriously: my voice counts for being a person, not for being
wonderful or for getting away with it.

I see myself choosing situations in which I want to get involved, instead of falling into
the compulsion to offer myself at every moment in order to continue being the favorite.

I think of myself as a woman, not as an eternal adolescent, and in this way I manage to
take care of my health.

I feel mortal: before I didn't see death or the finitude of my life. Now I see myself taking
into account that life can end at any moment. Sometimes I forget, but every time the idea that life
is finite is more present in me.

The biggest difference I perceive is that now I think and decide for myself. I realize that I
am not in complete control of my relationships, but rather that relationships are alive, they have
their own dynamics and their evolution depends on the two involved or on all the people who
form it.

I have entered the world of adult women, I see them as equals, and I see my
competitiveness, my complicity, my envy and my admiration towards them.

What is new is also that today I feel tired, I perceive the absence of euphoria and
tantrums and I pay attention to my need to live in an orderly manner.

I have stopped treating my family of origin as if it were my property, as if they had to pay
homage to me.

I have learned to commit myself in a relationship, to listen to the criticisms and flaws that
I have within it.

I admit my intellectual laziness, my ignorance. And I feel the emotional pain that it
causes me.

I have learned to be with myself and also to know satisfaction.

I have learned to trust in help, in support. It helped me identify that the feeling of being
wonderful is a screen for all the insecurity that we keep inside, related to not even knowing what
we want for ourselves.

Today, it is easier for me to feel brotherly with people, to live the experience that I am
one of the crowd, that we are all in the same boat.

And, above all, what has helped me the most to grow is to accept the error, the defect, to
see how inattentive I can be, to identify that I was self-absorbed, that I always acted like a
parasite, feeding on others to feel protected, preferred and consented by them.
 It has served me to de-idealize the world in which I have lived, to de-idealize myself
before people, to feel the pain, the disappointment, to face the fall of fantasies...

It has helped me to work as a psychotherapist, to make myself useful, to serve a purpose

where I have had to make an effort, to have discipline. As a psychotherapist, it has served me to
live the experience of patients leaving: when they leave the process, when they no longer need it,
when they no longer need me...

It has been essential to impose disciplines on myself, routines where there are limits,
where I cannot do what I want. Some examples are: attending psychotherapy for the last ten
years uninterruptedly, maintaining order at home, organizing food; always eat at the same time,
eat breakfast without exception, always take my medications; meet my credit card payments on
time, without going into debt; take care of my car (take it for maintenance, put gas in it, clean it),
take care of my health by eating healthy, not staying awake, taking a nap, resting, not attending
to all the demands of those around me, running a psychotherapy group uninterruptedly during the
last eight years, in which I have had to commit to offering a space for listening and support, in
addition to preparing week by week what is going to be worked on, etc.

All of the above I was not able to do ten years ago: I lived in constant chaos.

I leave behind an idealized childhood, I leave behind being condescending to myself at

every moment, I leave behind the fear of not being liked, the fear of not being charming, I leave
behind being inefficient.

And I leave behind my expectation that they satisfy all my desires, of wanting to be
unique and special; I leave behind the expectation that my family be as I want it to be, the desire
that they love me as I want them to love me.

If I look at the past I see myself as a prisoner of my need to look pretty and nice most of
the time: I lived trapped in my compulsion to be liked by everyone, my compulsion to give gifts
without seeing others. I have also left behind the feeling of being born into the wrong family and
a feeling of being a slave.

Now a life of simplicity emerges, a 40-year-old person emerges who has the presence of
a woman, the recognition that death exists emerges, fatigue emerges, the interest in learning
aspects of life that seemed very complicated to me, such as philosophy, history, life itself: today
I realize that they did not interest me because I did not want to make the effort to learn. A better
organization with my work also emerges: I have learned to manage my economy, to save, to
optimize my work, etc. A greater acceptance of my parents also emerges: I have managed to
accept my origins. And I feel desire for a satisfying life, not a wonderful one. With all this, the
taste of freedom emerges.

Psychotherapy has been decisive in elaborating the contents of my life, starting reason.
 Dr. Claudio Naranjo helped me a lot by suggesting readings, and I myself found some
that marked my self-knowledge and helped me identify or differentiate myself in the process.
Exercising reading, analysis and reflection has been a way of activating my intellectual part that I
had so despised.

In my psychotherapy process, it has been very useful for me to work with a woman:
enneatype two usually has a twisted relationship with the mother, and reparenting myself through
female psychotherapists became a very important step.

Knowing admiration and the divine through music has been a fundamental exercise.
Dance has become a way to access flexibility, spontaneity and creativity.

If I look ahead, at my future process, I want not to anticipate, not get ahead of myself, not
have illusions, continue with the work of building myself, feel more and more real, more solid,
more present, simple, seeing things for myself, trusting in life and in what I can do.

What I have learned from my growth process is that the important thing is not to despair
when feeling alone, to have patience and to know that it is enough to begin to know each other to
feel accompanied.

For a conservation E2 it is important to realize to what extent their relationships are

utilitarian: to see that there is always an advantage and an exchange of conveniences. Enneatype
two uses and ends up being used by others, so in the end they are left with a feeling of being an
object and/or seeing the other as an object.

From my experience, I would recommend an E2 conservationist to resist his tantrums

when we are confronted by those who love us, learning to stay and show his face, to give
feedback to the relationship with the other. It is good to assume that he wants to be in control of
their relationships, and to assume how his manipulation and his lies want to take the other where
the E2 wants them to go.

I suggest that the E2 conservation see the price of his childish behavior, what he loses
every time he behaves like a child: how that little power becomes a way to denigrate himself and
to be left alone.

In the therapeutic relationship, the conservation E2 is initially a complacent and very

affectionate patient who will try to seduce the therapist with his childish affections and great
idealization. This seduction will serve as a lure so that the psychotherapist does not confront or
mistreat him; he will look for the therapist to become attached and feel difficult for treating him
as an adult. Through false tenderness, he will try to soften the relationship so that they treat each
other as two friends, as accomplices: in this way, his conservation ego will remain intact.

In my practice I have had contact with E2 conservation patients. In all cases, they were
women. The reasons why they say they seek psychological help always strike me: in some cases,
when they have problems with their partner, the conflict lies in the fact that the manipulation
they have been exercising no longer works for them, or they have received some ultimatum in
this sense. Thus, there is usually a problem of limits with the couple. This means that they spend
family money haphazardly or in secret, they cannot fulfill agreements, they feel victimized by
their partner without seeing their part in the conflict, etc. They also tend to harbor the feeling that
they always offer more than their partner: more sex, more joy, more time, more dedication... I
have often seen great difficulty in differentiating themselves from the family of origin: they are
patients who expend energy, money and efforts in making the family move and behave as the
patient wishes, with the addition that E2 conservation also often has difficulty setting limits, so
that, in many aspects, the family of origin ends up being more important than the family of
origin. his own family. Added to this is the fact that they cannot let go of control: they need to be
protagonists within the family of origin. As mothers, they have difficulty being adults and
behave like children with their children. There is great difficulty in exercising maternal authority.
I have seen a great identification with children's childhood and wishes that they live a life totally
free of pain and suffering.

While sitting on the honeymoon with his psychotherapist, the conservation E2 will seem
like an excellent student, the most diligent, the most affectionate, but the moment that illusion
wears off, he tends to leave and find someone new to pamper him, that makes him affectionate
and treats him as he wishes. It is convenient for the two conservation to be persuaded to know
what it feels like to stop being a child: the psychotherapist must be an agent that inspires you to
try the freedom of being an adult, of being able to decide freely about your life and not being a
slave to your desires and their relationships.

Another important aspect for the E2 conservation is to realize that his childhood
narcissism is relentless. To self-regulate, it is very useful for him to understand that everything
he does is destined to be left without the ability to fend for himself: even if he gets protectors, he
generally becomes a slave to them, in a utilitarian relationship where E2 conservation feels
privileged while represses your personal frustrations and desires, in a position too suspect for
growth.

For all these reasons, it is very important that they tell him the truth, that they confront
him despite his sweetness, that false sweetness that is only the façade of a titanium frame against
the uncomfortable and hostile world that he does not want to see or recognize.

To transform, the E2 must accept constructive challenges that teach him to expose
himself to the adult world, so that he can face the world with the resources he really has, not with
what he promises but never delivers. You need to know how his whims not only don't satisfy
you, but fuel his frustration. He needs to see that being childish guarantees loneliness in his life.
And that, by not making an effort, he becomes paralyzed in his immaturity and, therefore, feels
useless.
 In short, your path is to know your limits: that exploration will offer you an invaluable
experience of security and containment.
 Enneatype 3 – Vanity

The Passion of Vanity is the need to falsify one's own self, building a presentable personal image
for the world, with the expectation that it will be accepted, loved and confirmed.

We could say that the Vanity character represents the neurotic construction of that part of
humanity that is forced to manipulate itself to maintain the affective relationship (Winnicott's
false self).

This passion leads E3 to transfer its energy load to a functional action, to the expectations
of the external world; develops a considerable capacity to perceive what the context demands,
and adapts to it. The manipulation of oneself as a ―product for sale‖ manifests itself in the
aesthetic plane as well as in that of operational efficiency; thus the illusion is forged that this
transformation can be identified with itself. This strategy involves a disconnection from one's
own emotions and needs; he is immersed in this exhausting activity to such an extent that he
comes to adapt his thoughts and actions to those of the other; he identifies with that which he has
falsified, believing in his false image (fixation) and losing all connection with his inner truth.

In order to capture the gaze of the other, it unites the ability to transform itself to be
attractive on the sexual plane, but its seduction is directed more to respond to the pleasure of the
other than to the satisfaction of one's own pleasure.

The passion for building an acceptable image of oneself underlies the escape of
everything that is not defined or concrete. Therefore, uncertainty, unfinished situations, mystery,
waiting and indefinition become a cause for anguish; every shadow is perceived as destructive of
the constructed image.

During childhood he learned to be a pleasant, smiling and accommodating child to

respond to the expectations of a mother who in most cases is demanding and cold, and who tends
to project on the child the expectations of his own narcissistic satisfaction. Whether it is
concerned with the father or the mother, people with character three say that they have felt like a
beautiful object to present to the world, as an extension of the parents.

In relationships they show hyper-adaptation and fear of conflict; in their eagerness to do

they separate themselves from their inner world and also from the inner world of the other.
 E3 Social – Prestige

For the distinctive passion of E3 social, Ichazo proposed the term prestige: we can say that the
three social is someone who has the passion to shine — not only through work, but also in the
way they present themselves to others. It is as if he had an intrapsychic propaganda department.
By bringing the desire for prestige, understood as a passion for social recognition, to a need for
applause from everyone and not just from a few, it consumes excessive energy that naturally
interferes with spontaneous action.

None of the E3 subtypes are described in the DSM-IV, which surely reflects the fact that
the corresponding traits, oriented towards good performance, practicality, and success, are
idealized by modern culture, in which it can be say that the social three, in particular, has become
the modal personality of the secular and technocratic world.

Social E3 is the most chameleonic of the subtypes of the three. He is also the most vain
of the vain. Regarding the other E3, he is a strong and reactive character, lover of power, even if
he manages it not directly, but through the people he supports.

The transformation in the social E3 by García Vallés

If, as Claudio says, the journey that is transforming us is not so much up but forward and down,
the process in the social three goes through going beyond the external form, beyond the valuation
of the other, to be able to look at what we have not shown, what we have denied and valued
negatively of us, and that which we have identified as alien to our ideal self.

The process of transformation usually begins with the feeling of dissatisfaction of what
has been obtained and that keeps us lost, with a great internal disconnection and with a crisis of
objectives in life.

Through personal work, we enter the search and recovery of the rejected. We learn that
what we have discovered is ours and for us, rather than to achieve a new triumph to show the
world. We have to walk on uncertainty, which implies losing ourselves, getting lost to assume
change, inhabiting a disorder – the result of a dose of madness – in order to recognize the most
authentic of us.

It also involves manifesting what we are not and do not know, thus opening an
increasingly wider and freer interior space. Finally, that rediscovered and valued as ours also
begins to lose weight, which implies a softer and less demanding treatment for us, thus being
able to connect with trust and awareness towards the new, letting us be, letting us perceive what
is coming, what God brings us.
 We will describe how the beginnings of the trip have been, and then point out what is left
behind and what appears as new, and get to imagine what we would be in fullness. Finally, we
will add some advice to colleagues and friends that will help us understand how we are.

Our personality before the trip

The original scene, at least the one in which one remembers how the trait was fixed, that moment
in which the anguish of the abandoned child finds a way out, in the social enneatype three is
marked by the experience of the gaze: a look that returns us to a lost paradise, to a well-being,
but that, from that moment on, it falsifies us forever. I had to find something to show, something
that would give me a place, something that would satisfy my parents, so that I would receive a
kind of support in the form of a look, not because of who I was, but because of what I showed.

Some testimonies express it very clearly:

―Look how smart my girl is, but she already reads and she's only three years old!‘ they
told me. And I, clutching Mom's skirt, without an arm to take me, turned into her cloth of tears,
and I said, ‗Come on, Mom, don't cry.‘‖

―‘But you can't imagine how well my little girl folds her clothes,‘ my mother told me.‖

―When I was five or six years old they asked me: ‗And you, my girl, what are you going
to be when you grow up?‘ We lived in a humble house, and I went around in my little red dress
on the Ferris wheel in the park, and everything turned and turned in a litany around the iron. And
I came to answer: ‗I'm going to have money to fix this house and make it beautiful, and have a
refrigerator! When I grow up I'm going to be successful!‘ And there, when I felt that it would be
so, I stayed calm‖.

―I was taught as a child as I was a trophy: ‗But how beautiful my child is, he is blond,
handsome as a little angel‘‖

Before starting the conscious process of transformation, the three social ones have our
eyes set on obtaining social success; this is our engine, the search for a prestigious social
position in the environment where we move, where we can shine and be admired and where we
almost always get it. We easily create a network of people whose basic function is to be admired
by friends, teachers, bosses, students, patients...

We want to be the center of attention and the gaze of those we admire, and we deploy all
our capacities of seduction to achieve it, which vary depending on the different assessments that
biographically have been reinforced. For some it is about showing intelligence, culture, class; we
show how much we know and what university careers we have. Others show the material
symbols of social status: having a nice house, a car that snatches the look, clothes, watches, etc.
Others, the body and the face, being cute, knowing how to dance...
 With all this deployment we get a look of recognition, but not to us, but to that figure that
we have sustained for so many years with effort and with great feeling of emptiness. We know
how to sell and attract attention with a clear adaptation to the environment in which we are. But
inside we do not find ourselves: in the midst of so many roles that we represent, we do not know
what we feel or who we are.

―I was not authentic: what I thought were my feelings, my emotions, were not real, and I
wanted to be authentic but I could not. I wanted to tell the truth and I didn't know what my truth
was. This is very exasperating, asking myself what I feel, and not knowing, or what I think, what
I want, and seeing that I don't know either. This, in contrast to a personality in which I appear
very structured, apparently very clear, in which I do know what I want, I do it and I impose it.
For many years I have believed that I always knew what I wanted: this was my delusion.‖

The adaptation to each medium cartons us, cools us and freezes us. However, we believe
we are always fine. Simply, we function in the world and we function well, effectively,
impatiently, responsibly, competitively, without knowing what is happening inside.

To fill the void we reinforce our blindness in doing: we always try to be busy, refusing to
stop so as not to become aware of how lost we are. We can become machines of work and
production, with a demanding and sometimes authoritarian mood, but dressed in sympathy and
good humor, where the other is not a person but an instrument of our goal. As Montaigne points
out, we don't usually do anything for someone, whom we only do something to while we're
doing something else.

When we gain admiration at work, we expand:

―As more people approve of me and applaud me, the more I expand, the more I dominate
and the more I control. Here our madness is manifested: we seek to feel supported by people
through admiration and applause. Admiration is the base that sustains us and distances us from
the experience of that little boy or girl who feels sad, alone, and abandoned. The feared scene is
to be worthless, to have no money, to be poor or not to be successful in our profession. That
scene puts us in contact with abandonment and pain.‖

―Therefore, we can sink before the possibility of feeling questioned. The reaction is to
freeze and wait. What hurts is not shown: it is charged coldly with distance and disinterest,
through a sibylline revenge, without any awareness of pain.‖

Process awareness: what emerges as new

Where are you going to get lost? We are lost without acknowledging what we really feel. We
cling to superficiality, to what is seen and valued socially, looking at the other, their approval
and custom, constantly adapting to the circumstances of others. We perform and express only
what we consider right and proper and we take it as certainty, thus fleeing from our wound.
 In the process of falling what opens up is a feeling of great pain, a very great pain when
seeing the lack of connection, occupied by the desire to please others. It is a feeling of emptiness
unmasked by seeing only vanity. A nausea that springs from seeing how vain our actions are,
how useless they are, how superficial we are. We look for impressive things or situations until
we begin to realize that what is impressive is what is not, what calms us. Thus, the desires that
previously filled the entire spectrum begin to break.

When we discover ourselves, we feel ashamed for being like this and fear that they will
find out, of breaking our good image before those who matter to us. What a horror if they find
out! ―I'll never be able to get out of here.‖

In the process, the mechanism of modifying ourselves is immediately activated, of

adapting now to the healthy, to the right, and suddenly they tell us: how changed you are! But of
course, we are still trapped in the same circuit, trying to perfect it and put it at our service.

The healthy thing always happens to assume what I am, what is, what arises from my
own; look at the fault and inhabit it instead of covering it up with doing or demonstrating.

In us, the healthy thing is to know our failure, our lie, to know what we show and are not,
and to verify that we do not die for it, that we can sustain ourselves. It also involves looking at
our ambition, doing only what we can really do. Contact with the body is our barometer: we
must be attentive to discomfort and the ability to express it above the fear of rejection and
inadequacy. Show the wrong, the unpleasant, confident in the spontaneous and without being
taken by emotion to seek the profitability of the act. When we manage to appropriate this,
laughter, calm, peace appear.

We heal ourselves by setting and accepting limits, saying ―no‖ when it is what we feel
and recognizing what expands us, such as staying with the everyday, enjoying what there is: a
walk, a simple enjoyment, what develops us, which encourages us to put our cooperation and
contagion capacity at stake.

Faced with the need for applause, the need for pause appears, which allows us to contact
us. Although it does not disappear, the need for success loses weight, and a certain renunciation
is born, a restraint that is no longer adequacy. How healthy it is to be able to say and recognize:
this is for me and I keep it without external witnesses. The engine of success loses strength but it
does not die out: we can recognize it more and more and we also punish ourselves less and less
for being like this.

Transformation goes through self-denunciation, attentive not to be used, but shared as a

painful and healing experience simultaneously to the extent that this experience connects me
with the authenticity of me. Observing how I despise, how I flatter, how I draw attention, how I
manipulate without directly asking for what I need, in short, how I cover my bad image, now
allows me to denounce myself.
 The experiences of authenticity reinforce us and move us away from a feeling of
falsehood, of feeling unworthy, which is based on a ―I have worth because I do‖, and in its place
appears a ―I have worth because I exist‖, which makes us feel worthy of us and connects us with
tenderness and forgiveness, which help melt the iceberg that formed in the heart. For us, a good
healing affirmation is: ―I respect what I feel.‖

Loneliness after the fall appears not as the feared but as the necessary space to be present,
to know each other: we no longer flee from the void, the void becomes the space to be present
and look.

At this stage we recognize the importance of the intimate relationship, we learn to be

someone who needs the other and is necessary for the other. We learn to share our time: now we
can let go more and do less: ―seeing that the other needs affection like me makes me softer, less
demanding with the other and also with myself‖.

But, without a doubt, what emerges as new, what opens up to us in the process, is the
encounter with life, with the great, with the spiritual, with God. As in any process of
transformation, approaching our parents, looking at who they have been, what we have needed
and what we take from them, what they have been able to give us and what they have not, makes
them and makes us great, and this allows us to access experiences not previously imagined.

From there, I live spiritual openness as an experience that leads me to the human, to the
real encounter with the other, recognizing that anyone in the world can teach me. The spiritual is
revealed as the encounter with the inner space that takes us out of the certainties linked to control
and takes us beyond pain and loss, to a space of encounter and recognition. Which allows us to
leave behind the pride of living as unique, separated from the rest.

The spiritual is also revealed as a strength to go through suffering when the only thing
that appears in our life is a hopeless one: ―this is ego, this is ego, this is ego‖, until at a given
moment calmness occurs. That alien that we carry inside comes out again and again, and the only
possibility of reconciliation with him is to give him a place, since only from that place do we
find calm when we recognize him and we know we are unable to annihilate him. Also, we feel
less and less scared with that alien, like in the movie, we already know when he's going to come
out, either in the second or the eighth passenger.

Being lost, doubting, ceases to be something to hide, but becomes a fundamental part of
the process that allows us to find ourselves. It is no longer something to avoid, but it will be part
of our journey. As in the Tarot card, the Hermit does not see beyond that place that illuminates
its light.

What would it be like to reach the fullness of development?

What would it be like to totally repair that lack, that original wound of love, and overcome
strategies like false modesty and rediscover spontaneous enthusiasm and enjoy laughing at
things, and participate without fear of cutting myself off so as not to show who I am? I wanted to
recall the command of Delphi:

“Look at yourselves, know yourselves, become attached to yourselves; you listen to each other,
you answer each other; concentrate, resist; they betray you, they disperse you, they hide
yourselves. Don't you see that this world keeps all its vision shrunk inward and its eyes open to
contemplate itself? For you it is always about vanity, inside or outside, but it is less vanity the
less widespread it is. Each creature is studied first of all and has, according to its needs, limits
appropriate to its efforts and desires. There is none as empty and as needy as you, who
encompass the universe; you are the one who scrutinizes without knowledge, the magistrate
without jurisdiction and, after all, the buffoon of the farce.”

Developing involves a level of acceptance, of non-judgment, of non-manipulation, of

non-denial, without having lost the mood and enjoying a certain joy of living.

In fullness, we would find a very free being, we would be facing a person attentive to her
and not to what they expect from her, who assumes her impulse of falsehood and who, with her
ability to bring out the jester she carries inside, can go beyond her image and show her heart, his
difficulty, his bad mood, his need, his pain.

To the extent that the narcissistic impulse decreases and loses weight, in the face of
characteristic competitiveness there is a need for collaboration; self-esteem ceases to be
supported by maternal praise and begins to recognize and open up to the present and to feel joy
for being here, for living, doing the simple things in life more calmly.

A realized social ego three would be in contact with a love that would no longer be just
an admiring love, permanent reference in its own search for admiration and recognition, but
would surely reach a balance between the three loves.

We would be facing a person who would expand the instinctive and maternal love that
binds him not to others, but to the other; a love that would allow him to give himself beyond
seduction and that, overcoming his feeling of having been instrumentalized or not respected,
would go from an experience of utilitarianism to an experience of real surrender in the encounter
with the beloved, without trying to dominate him, looking straight at his shortcomings without
looking for in the other the way to cover them, and that also allowed him to find his sensitivity
and emotionality.

Being able to be with other human beings in a more equal way, listening, transmitting,
creating beautiful things, would also be a consequence of development, so that the social three
would go from looking to control to looking to discover, like a child who when looking
discovers sounds, space, perfumes, who leaves behind the functional and who lives by himself,
without obsessing over being useful.
How to help and understand
Helping an ego three, like any other, does not mean pointing the way but accompanying it, and in
this it helps to feel if love is present: with the tranquility of your company, one can go to the
bottom. Love is the panacea, the universal medicine. If there is love, there is no fear and you can
work thoroughly, because it is the field where you can be without judgment, without going
through the machine of annulling people.

Of course, the process is continuous and permanent. The ego always appears and, in this
sense, unites us all. It is difficult to accompany without leaving the ego aside without getting
stuck, but we can still accompany, with fear, with insecurity, with mistakes that can also help us,
because the most important thing is to accompany from the true.

The social three needs to recognize its truth and for this it helps us the real contact,
beyond the automatisms, where the important thing is not to achieve results but to learn to feel
good being what you are and becoming aware of the orientation to the external world as a
compulsion disguised as pleasure. It is necessary to become aware of the fragility but it is not
necessary to identify with it so as not to put it in the circuit of use.

One can help understand the other through presence: being present with what is there,
paying attention to what is happening, with no more clues to which we can cling, taking only
ourselves, as in airplanes, when , before a depressurization, they tell you that you must first put
on the mask, breathe, and only then help the other with their difficulty. In this sense, a classmate
of trait had a revealing dream: ―She woke up from her because someone took her by the arm
saying: someone sent me to find you! And, looking at the face of that person, I discovered that
she was myself‖.

Helping to be present with what is there, going through emptiness and loneliness, doing
nothing, leads us directly to grow, to let go of ties and to experience who we are.

It also helps to become aware of the fear, the fear of being, of letting go, of being
inadequate, selfish, approaching the spontaneous, the uncontrolled.

It helps us to accompany us to discover our real need beyond the ideal, and this happens
by contacting the rejected emotions: anger, shame, envy, to reach the pain that sustains them and
live it head-on in front of a person and validate themselves.

Finally, we can unmask the ego with a real contact with the other that helps us to
experience silence and recognize what happens inside us without having to do anything. All this,
not from an annihilating will, but from a more patient, more serene and more loving encounter
with us.
 E3 Sexual – Attractiveness

For the passion of the sexual three, Ichazo used the words masculinity or femininity, depending
on the case. Rather, I used to explain it as an excessive attempt to conform to cultural (perhaps
Hollywood) images of masculine and feminine. Today it seems to me that the fundamental
pathology of these people lies in the fact that, instead of acting from an instinctive freedom, they
put all their passion in the thirst for love and in the corresponding seduction through
complacency or the image that is supposed attractive and exciting. The result of this is that the
woman, being too aware of pleasing the man, loses the ability to enjoy her. Also added to this
character is a certain passion for the family that, despite not appearing as a defect, embodies an
exaggerated need to please that perpetuates self-alienation.

Of the three subtypes, sexual is the most dependent. He does not usually show
aggressiveness and does not tolerate being rejected. His seduction is intended to be welcomed
and confirmed, confusing the value of himself with the attractiveness of his body.

The transformation in the sexual E3 by Lorena García of the Bayonne

This work has been possible thanks to a team that spent three years collaborating with me in an
investigation on the sexual subtype three proposed by Claudio Naranjo. The team consists of the
following people: Anik Billard, Mario Jiménez, Rosa Morales, Yolanda Catalán, Bettina Deuster,
María Guerrero Escusa and Axier Ariznabarreta. There are other people whom I have
interviewed specifically for this presentation and who have provided their testimonies. They are:
Lolique Lorente, Isabel Serrano, Debora Gane and Kornelia Dietrich.

The intertitles correspond to questions asked by Claudio Naranjo, which serve as a guide
for the writing of this text.

When approaching the healing of character, a sexual three is free to be, to feel and to express
himself authentically, without being imprisoned by the beautiful physical image, being able to
even be ugly and show the ugly of his life, such as painful io, anger, sadness, jealousy, envy,
resentment and everything that he considers to be shameful or that makes him lose control. In
this way, he is free to be able to make mistakes without that fear of being left wanting him. Also
left behind is the dependence on the look of approval and love of others, especially the couple,
resulting from the lack of love for oneself. What remains is a more real sense of love for himself,
with which he can feel a greater warmth inside after going through the hell of going through the
inner freeze and the inability to love.

―I understand how my ego self-destructed me and did not let me find love. Now, at this
stage of life, love is above all the love that I can feel for myself, really knowing myself and
taking myself into account. There everything begins to be more true. Love is not a mecca or a
task, or an achievement, or a conquest.‖
 As he heals, a sexually changed E3 looks more relaxed and carefree: he lets go of the
compulsion to get everything under control and to be loved. Looking inward rather than outward,
he can see the difference between what he truly feels and needs and self-delusion. In this way, he
becomes stronger and more adult and this feeling of fragility of the type: ―better not to touch
him, to see if he is going to break‖ disappears. He also becomes more independent, knowing that
he can survive—sometimes even better—without a partner, and feeling loved and valued for who
he is, not what he does.

Healing also involves finding the freedom to enjoy sex without being a mere object for
the other to enjoy, being able to let go of control and be less aware of their image, which does
not allow them to feel pleasure and in many cases reach orgasm.

―After working with me I have opened up a lot in sexuality and I am also more aware of
what I want and do not want and I allow myself more pleasure. In my life I have used sexuality
many times for other purposes: to achieve affection, admiration, recognition, feel close, to thank
or as a way to manipulate, as a reward or punishment. Also to keep my relationship stable. Many
times without contact with me or with the other, just to please, to fix or to avoid problems. As I
have had more contact with myself and with my body there have been stages of not wanting any
sex or vice versa, of great excitement. I like to have control in sexuality. I realize that something
has been unblocked on a sexual level, now I feel a lot of energy, I am very open, enjoying and
feeling a lot of pleasure and in greater connection with myself and with the other. Movement and
bodywork played a big part in this.‖

The sexual E3 woman in the process of healing is seen learning to live without the need
for the gaze and recognition of the man, related to the fact that she lived some kind of absence of
father; for men, it would also be a question of the need for a woman's gaze; a childish and
narcissistic need that seeks constant applause and that leaves him increasingly empty, because
his love relationships are based on making the other applaud him. Many times, conquering that
applause becomes very difficult and comes a great frustration that leaves you with a permanent
unhappiness in your life as a couple.

A healed sexual tres becomes aware of self-deception and falsehood in love relationships.
Unmasking that image of being beautiful and perfect to be loved, and realizing his difficulty in
loving, is one of the biggest shadows for the sexual 3, since he has always believed that he had a
great capacity to love. However, the underlying narcissism supposes a frivolity and a falsehood
with love, as can be seen in the following text, from the novel “Bella del Señor”, by Albert
Cohén, whose protagonist has just had an encounter with her lover and is left alone:

“Returning to the living room, she went to the mirror so she wouldn't be alone. She bowed before
the mirror to the Beauty of the Lord, rehearsed faces to see what appearance she had offered
before him at the end of that night, imagined once again that it was him looking at her, she
pretended to be a supplicant, stretched out her lips, congratulated herself. Not bad, not bad. But
she would understand herself better with words. Your wife, I'm your wife, she told the little
 mirror, ecstatic, sincerely moved. Yes, her expression was really good, she must have seemed
great to him. And during the kisses of great passion, the underwater kisses, what did she look
like, with her eyes closed? She opened her mouth, closed her left eye, looked at herself with her
right eye. Hard to notice. The impression of astonishment disappeared, it remained as if one eye.
Too bad, I'll never know what face I make during the operation. What horror, I say operation,
and a moment ago with him the thing was so serious. In short, to see how I am during the first
kisses, all I have to do is close my eyes almost completely and look out of the corner of my eye
through my lashes. Although no, the truth is that it's not worth it, because during those moments
his head is so close to mine that he can't see me, so he doesn't have the slightest interest.”

What would be the motivation for a sexual three to enter a therapeutic process?
If you look internally a little, the sexual three will realize that you feel a sadness that has always
been there. What happens is that, by not expressing it and being constantly worried about not
showing it, he does not even show it to himself.

The motivation that a sexual tres finds to start therapy has to do, at first, with the fact that
someone he admires has told him about the virtues of the process and told him that he may need
it.

The sexual three may also realize that he has had a hard life. I say think because maybe
you have been disconnected from your personal tragedy until you tell something about your life
or your childhood and someone gives you back the tragedy of the experience. Another reason to
enter the process is, simply, that the therapeutic world is fashionable and perhaps everyone
around you is doing therapy, so you will start a process to look good with someone or not to stay
out and feel like a weirdo.

Rarely, the motivation may be in feeling the need for transformation, something that can
take time in the process due to the disconnection can great that the sexual three usually suffer,
and also because to show the need is to drop a part of the mask and teach something that is
considered very ugly and that has been very forbidden. Perhaps a very fragile and sad person
may feel, but he does not show it, or beautify it to use it as a weapon of seduction.

Where you may clearly feel the need for introspection is usually after a separation. In that
case, it will surely connect with a primitive pain that has to do with reliving an abandonment of
the father or mother.

For the sexual three, a separation is his worst nightmare: it is better to die than to
separate, he seems to think, or imagines that it is the closest thing to death. In the face of a
separation, you may even experience thoughts of suicide and start using drugs to drown out the
suffering. He is very afraid of pain and, when he enters it, the feeling is that he will never leave,
no matter how many times he has entered and left before. You can also leave therapy quickly
when another love appears, as you often chain one with another so as not to live the pain of
separation and it is amazing how you can quickly disconnect from the previous love.
 “My life revolved around the couples I've had. Since I was a child I had the idea of finding
happiness through a loving partner. One day I was going to find a prince who would wake me up
with his love to be happy until the end of my life. That already speaks of the deep disconnection
and numbness of being, which I tried to find through the other... Since I was 16 years old I have
never been without a love relationship. In order to get out of one, I looked for another.”

There are questions that bring people closer to connecting with themselves. What do you
feel? What do you need? What do you want or what do you look for in therapy? Faced with such
questions, the sexual three will come into contact with his emptiness and with the lack of
identity, with not knowing who he is and with the realization that, if it is not through the other,
he does not have a look of himself. It is also possible that he comes into contact with a great
fragility through emptiness, or that he begins to cry the unmourned in years without knowing
how to name what happens to him, realizing that he did not have a space nor was he seen or
loved in essence, but that he was a child who did things to be loved.

The sexual E3 feels and lives a permanent prison. He lives drowned by vanity, and this
drowning leads him to want to go unnoticed and to be hyperthymized for fear of saying or doing
the wrong thing. The need to free yourself from this is what can also motivate you to do therapy
when you are more aware of yourself.

What is left behind?

In the process of transformation, the emotional, sexual and physical disconnection is left behind.
The fear of real intimacy. Dependence on love and self-deception with love. Gone is the thirst to
love and be loved, and the frivolity associated with seeking and conquering this type of
relationship. Putting all the energy into seduction or conquest and pleasing the other. The
dependence on recognition and applause in the couple.

―I have left behind the belief that happiness is achieved through effort and meeting goals,
the belief that I have to earn this life. I have left behind expectations towards life, ideals,
childhood fantasies. I have left behind my too good part: I prefer to disappoint someone than to
betray myself.‖

The fear of confrontation is also left behind, as well as the self-deception that goes hand
in hand with what you tell yourself not to confront. Finally, he dares to live the conflict and
sustain it, something so feared and difficult for sexual E3.

Therapeutic recommendations
The first thing that a sexual three needs to enter a deep therapeutic process is to be able to fully
trust the therapist to be able to get out of the seduction and the image. You need to feel the
unconditionality of the therapist, if not, the fear of not liking, not being suitable, not doing it
well, will inevitably lead you to seduction and self-deception.
 The process is favored by the fact that the therapist is not ambiguous about seduction.
There is a risk of staying too long in seduction if the therapist is susceptible to seduced or does
not know the enneagram of personality. Self-deception can become contagious. With self-
deception and seduction, there is also the danger that the patient ends up handling the therapy
and that he does not get to give himself up when he sees that the usual thing is repeated in his
life, in relation to the relational: to feel an object person, only seen by his charms and beauty, and
not by his essence, which is what you really need.

Once he manages to get through the first layer of seduction and deployment of his charms
in therapy, the sexual patient three will connect with the emptiness of not knowing who he is if
not through the other. At that point you will begin to live a conflict for feeling very lost that can
sometimes be unbearable. If you feel the affection and unconditional support of your therapist
you will be able to go through it, if not, you may not resist the process. Once you've broken
through that void, you can begin to see the self-deception you've lived in all your life. You may
realize that your life is a big lie that you have built by hunger for love and to be admired, not out
of an authentic need or true love.

―I came to therapy with great internal confusion and physically exhausted, entangled in
an abusive relationship without being able to get out or recognize it. After 15 years I woke up
and the idyllic dream had turned into a nightmare and a prison. I saw that I really did not like my
life and that I was enormously tired of sacrificing myself and feeling dead in life.‖

In order for him to begin to value his essence, the person first needs to know it, and here
the therapist must have a lot of patience. You should also be careful about falling into the trap,
for feeling seduced, to start by making a diagnosis to the patient. It is very important that the
patient reaches only his own conclusions and can see himself, of course with the help of the
therapist. With an external diagnosis he will never be able to really see himself and will become
that diagnosis by his chameleon capacity, with which he will enter the game of self-deception
again.

The sexual three feels internally that he has nothing to say: if he looks inside he usually
sees nothing, only empty. That's where their healing begins. Being able to have someone in front
of you who values their gaze and who can hold and remain in that void to accompany the patient
is very important to then be able to help name what the patient does not yet know how to name.

For a woman who is beginning to come into contact with therapy, it may be best to seek
out a female therapist, as she may still be too blind to realize her power of seduction, and if she is
given the opportunity to seduce the therapist, she may not resist it.

It is important that, at the beginning of therapy, the therapist does not give in to the need
to put herself above and is simply there to accompany, and that she does it at the beginning
without confronting and without making judgments or criticisms, being permissive and simply
favoring a climate of trust so that the patient can begin to open up.
 ―In my experience, the therapy work has been directed at first to discover my self-
deception, then to connect with me beyond my lie, thirdly, to accept my dark side and dismantle
my fantasies, and finally, to achieve the courage to show myself uncovered, naked, without the
image that sustained me‖.

Group therapy can also be of great help. Feedback from others helps, and seeing and
understanding that neurosis is universal, that it is nothing serious or ugly, can help the patient not
to feel like a weirdo and to open up more.

Recommended tasks
Recover the body

To help experience emotion, working with the body is essential, whether through massage,
dance, theater or any type of expressive movement.

On the one hand, being able to connect with the body and with the physical sensations
will help the sexual three to feel alive in the physical and not from the image, in addition to being
able to identify and name what he feels. On the other hand, expressive work helps to release the
beautiful image and investigate other issues that can be liberating.

―With the theater I have been able to live and experience my hidden, repressed, ignored
characters. It has given me a lot of light on who I am, on my polarities, and it has helped me to
accept myself, to live more openly my aggression, my vulnerability, my fragility, my desire, my
envy. I have also been able to take a lot of strength and be able to set limits, say no to what I do
not want, recognize my intolerance, my hardness and also my tenderness.‖

―I have never forgotten what was the first demand I made to my first therapist. ‗I do not
know what I feel‘. I had no idea what I was feeling and I couldn't identify the emotions in me.
She was a therapist who worked with the body and through simple postures she made it easier
for me to identify what was happening to me in the body‖.

Meditate

Meditation allows intimate connection, breaks automatisms and curbs compulsion. It makes it
easier to slow down and connect with the authentic. Being able to be silent leaving
identifications aside helps to elucidate self-deception. For example, it can be learned that
thoughts, whether ugly or pretty, are just thoughts and do not represent who one is. This
experience stops the compulsion to want to be a good person. Experiencing a space of silence in
which to be, is highly transformative and creates an invisible and strong internal structure that
allows to sustain the emptiness so feared for the three, staying in it and resting without fear.

Try to be authentic
Show authenticity without seduction or masking. Daring to express what you consider ugly also
helps, as well as crying to let go.

Limits

First it is necessary to contact one's own needs to identify what you want and what you do not
want from the other, putting the limits that are needed to not feel used, a sensation that sexual E3
usually feels very often.

Humility

It consists of going through the vain need to be more, to be someone different and for the couple
to recognize each of their actions. It is about being able to release that control that leads him to
manipulate to achieve something from the other, making believe that it is the other who needs it,
and not one, for not having the courage to ask directly. Asking for forgiveness and taking the
blame is also an important thing for the sexual three. Living criticism as something very
threatening, since it destroys the mask of a good and perfect person, leads him to mount a whole
manipulation so as not to assume that, for example, he has been able to harm the other.
Manipulation involves presenting himself as a victim, deceiving himself and turning everything
around as if it were the other who hurts him for criticizing him.

A good task is to let yourself be taken care of by the couple to get out of the automatism
of being the one who takes care of everything: you can start with simple things, such as asking to
prepare a dinner.

Sense of humor

Being able to laugh at oneself is a very good thing for the sexual three. Getting a little clownish
does well and loosens your need for perfection and control. Working with the clown, for
example, is a good way to laugh and see their failures, as well as going through the dreaded
feeling of failure.

What does a sexual three have to understand?

It is important that a sexual E3 comes to understand that it is okay for him to give himself
emotionally to the other or to lose control, release the mask and be authentic; quite the opposite:
it can be a great break and you can get to have relationships that fill you really and deeply,
reaching to establish a true bond with the couple.

It is about letting go of the need to have power in affective relationships. That need for
power and control comes from fear: there is a fear of ceasing to be helpful or of seducing or
conquering, or of trying to be the best lover or the best wife—which is tantamount to selling
oneself to the gaze of others. When you let go of perfection, something more human and sincere
appears, but that something is terrifying, because it means dropping the mask. And behind that
fall there is the feeling that there is nothing, just a huge fragility of someone who deep down
needs a lot of love.

In the couple, the sexual three has to come to understand that not giving himself to a
single person and living seducing everyone in case something better appears leaves him more
and more alone and with more feeling of emptiness.

The more he uses life for applause and recognition, the more unhappy he just stays. You
have to come to understand that happiness goes through being able to feel your shortcomings and
your miseries. If you do not put consciousness in those inner shadows, you will not be able to put
consciousness in the light either.

Testimonies
The Hunger for Love

―I have confused love with the demand to put up with everything. If I love my partner, I endure
her, and through endurance I receive her love.

I felt so desperate for my husband's sexual and emotional rejection that my conclusion
was: that he doesn't like my body anymore is equal to that he doesn't like me. She was willing to
do anything to get his love (I would have thrown myself on the tracks if he had asked me) and, in
the most complete disconnection, from impulsiveness, I went to a plastic surgeon to have a
reconstruction of my chest. He was at the peak of my neurosis, of the madness of vanity, where
being is confused with the body and receiving and giving love, with the image. I was convinced
that I was going to get her love through being sexy again! When I started my internal path, I
realized that it was a self-injurious act and an attack on my femininity.

The disconnection of pain and fear led me to do something else: on my birthday, a few
years ago, my husband and I fought so much that the argument ended with physical violence. He
wanted to strangle me, he wanted to kill me... I froze, panicked, went to bed and a few hours
later I let myself be fucked. I no longer felt anything, I was like a piece of meat, like a zombie,
but I opened my legs screaming silently from the emotional pain. However, even having gone
through all that violence a few hours before, she told me that there was love... I no longer felt
anything, I was anesthetized, but feeling loved through sexuality made me stay in that
relationship and keep telling myself that I loved him and that he loved me.

Being able to separate myself from my husband and get out of such a destructive and
obsessive relationship seems like a miracle to me. I admit that I have separated from my husband
because in me there was not the slightest love for him. The truth is that I don't know what it is to
love a person, much less what it means to love God. I always thought that I had loved my
husband very much but that because of his alcoholism and his violence I couldn't live with him.
Today I know that heartbreak has nothing to do with the other, but with me. The truth is in me,
not in the other‖.

The real trust

―My confidence has always depended on men. I have not known true confidence in myself, just a
mirage in which at times I could feel like a super woman. If a man I was interested in or loved
loved or cared about me, then I was someone valuable, worthwhile. Thus, I could take care of
myself and believe that he felt a real interest in me. If that person lost interest in me, the
cataclysm occurred in which the farce of self-confidence surfaced and I could realize that he felt
towards me nothing but hatred and contempt for not being able to get or keep love.

What I am seeing now is the absolute need to strengthen what is mine: my house, my job,
my way of occupying time... that my desires are not entertainment while someone who truly
loves me shows up. I try to avoid falling in love or loving compulsively, as an alienation that
saves me from facing the day to day, the boredom, the emptiness, the nonsense in which I
sometimes feel trapped. I try to be silent often: silence the runaway fantasies, stop the urge and
the need to get going and run away at any slight stimulus, preferably male. At the very least, I try
to watch all the charm and seduction machinery kick into gear, and take as deep a breath as
possible before allowing all the planes to take off. I tell myself and repeat to myself that no one
is going to take care of me the way I take care of myself, that if I am going to sell myself for
pampering and affection, I am also qualified to give it to myself and to treat myself with love and
tenderness. Then, a little more calm, I look at who I have in front of me and try to see if I like it,
if it interests me and if I can look at it without projecting all my anxiety of centuries‖.

Exit the confluence

―In my life, the gaze that I have sought the most is that of man, and it has been at the cost of
losing myself: before man, I have not given myself space to know who I am, what I want and
what I need. I just got along with him. I have been looking for men who initially showed me
absence, and that required an added effort from me to be looked at, as if I were repeating and
repeating the continuous search for my absent father, stuck in a crazy fantasy that, if I do enough,
the other will be by my side. Thus, I took responsibility for the presence of the other depending
on how I was capable of being and doing things. I have looked for men whom I have idealized
from what they represented in the world, because from them I could build a more solid identity:
‗if I am with someone who is worth it, maybe it is that I am worth it too‘...

Every time I connect more with the need to feel men by my side who are capable of
listening to me and recognizing me. I have begun to have male friends, perhaps I no longer look
for them only as challenges of conquest to feel valid, but as companions where sometimes I can
lean on my shoulder and let them support me.
 In recent years, my learning through relationships with men has also been a path of
suffering. I needed to separate myself from the man I loved and love because my process of
autonomy, of knowing who I was without the other, could not be done as a couple. I had to get
out of the confluence and the confusion by physically moving away from the other to know
myself in my loneliness. Although it has been a painful separation, I have experienced that my
life not only revolves around men, that I can also be nurtured by friendship and women. Until
then, women had been the rivals with whom I had to compete in order to achieve the recognition
of men. I did not realize that, by denying them to them, I was denying myself in my feminine
identity. I have begun to feel them as equals: my reconciliation with women has allowed me to
look for them and find strength, complicity, affection, support and understanding in them.

On this trip I have been finding my part of emotional and sexual woman after living
many years splitting them. I couldn't show my sensual woman part — I controlled it, censored it
or pretended to — before the man to whom I gave myself fusionally from the affection of a
deprived girl. The process of recognizing myself, of feeling more autonomous and of allowing
myself to be more me, has been leading me to experience my sexuality in a fuller way. The
sexual relationship with the other is no longer a contact in which I simply seek approval as if I
were going to an exam, but rather it has become a surrender to my own senses, to my own
spontaneous pleasure. I have opened a door to enjoyment and the joy of feeling my body.

My process continues: it is the path of discovering myself that often helps me make sense
of each moment. The awareness and contact with myself that has brought me fragility so many
times has also been giving me solid support, an internal force that drives me to continue looking
at myself in my sweetest and most beautiful moments and in the craziest and most disconnected.
And I am deeply grateful to the people who, on this journey, are helping me to find a resting
place in contact with myself and with the other‖.

Regain authenticity

―I always thought I had a happy childhood, but then I realized that since I was little I was very
disconnected from myself. Although I perceived myself as sensitive, I quickly learned that if I
externalized what I felt, it could upset others, basically my parents, who were very busy: my
mother raising children and my father always tense, working. So I learned not to expose my
emotions and my needs and to control myself very well. I became self-sufficient and was a
prudent, good, accomplished girl, without major complications, but very lonely when it comes to
emotions. Sometimes I went unnoticed, other times I was successful, I was recognized at school
or chosen as coordinator of something, and I loved it, although I was a little shy.

Today I see that in my childhood there was a lot of difficulty in recognizing what I felt,
what I wanted or what my needs were. I had a lot of difficulty believing in my sensations, in my
intuition, because it was always denied. It's as if I had to feel what my parents wanted; hence I
felt a lot of confusion in knowing what my truth is. I was repressing the pleasure and the
spontaneous. I easily and adequately disconnected from feeling, since I thought that this would
give complications to others and I should not disturb them. I stopped validating what I felt and
started hiding what I thought was not good. I had difficulty seeing the shadow of things, people
and myself, or to see the abuse, the dark side of things. I didn't see my fears.

I felt insecure inside but on the outside I showed security. Now I can see how much
energy I spend maintaining an image, not showing my insecurity, covering what I don't want
them to see, being nice. I was and am very afraid of being ridiculous, afraid of disappointing.
Therefore, I feel a great need to control.

It's like putting on makeup or fixing what I don't like, what makes me ashamed of myself.
Later, I believe it and comes the self-deception. I no longer know what is real and what is not.
Now I can see this very clearly and be aware of the moment I put this mechanism into action. I
can show myself more vulnerable and afraid or insecure, and on the other hand I also have a
greater contact with my fear.

In adolescence the game of seduction begins very strongly. Being looked at is like
existing, like being confirmed. I remember Dad's look, a look like pride, confirmation, pleasure,
desire. Men become the main part of my life. The pleasure that lies more in pleasing is born, and
the desire arises when the desire of the other exists, when I feel his gaze. I was not responsible
for my desire. If I was with a man in a good relationship, I felt safe and at peace. I had a great
need for affection and at the same time I was very eroticized, so I assimilated affection with
erotic love without realizing it.

The game of seduction continued, but something has changed and now I allow myself to
feel more, to be in contact with love and pleasure, and I feel that I am in a moment of great
expansion in which I want and let myself be loved. I think for the first time I am being true to
what I want and need. I am currently happy with my husband and I am no longer struggling to
change the gaps I feel in the relationship. I no longer believe so much in the fantasy of the ideal
partner, especially after many years of being in a relationship: what I find with my husband is
fine.

Currently, my job is to be with me. I also go towards the other, but always returning to
myself, letting myself feel without nullifying myself, and also seeing the other, because I realize
that I have not seen anyone: I have only done things for myself, and although apparently I did
things for others I have only sought to see myself in the other's mirror. Now I feel more present
with myself and with the other, although at times I still lose myself.

With the partner, I have been able to stop waiting for the ideal man: there is greater
acceptance. I can recognize my shortcomings and those of the other, my desires and how to
satisfy myself without the other taking care of my needs. There is more dialogue, less fighting,
more limits, less aggression, better ability to listen, wait and accept the other as he is without
wanting to change him so that he is as I would like.
 Starting from the work in the SAT Program, I have been going through many fears that I
did not know existed, I have gone to deep, dark, painful places, and to others of great light and
love. I have found loving and honest ways to relate to my truth. I have dared to be vulnerable,
insecure, open. I have been able to see my hardness and falsehood, my jealousy and envy, my
attachment, my immense emptiness, my shyness. I can show myself vulnerable, weak, tender,
sweet, loving.

I think there is more honesty and less self-delusion in me, although many times I find
myself not knowing what is real and what is not.

Contact with pain has allowed me to have compassion for myself and for others, open my
heart and be able to accompany others to truer and deeper places, although often painful.

The transformation has also consisted in being able to see more clearly what was
happening and what is happening, what I needed and what I need. Now I am more aware of my
mechanisms and my self-deception. I can show myself, talk more about my interior, about my
shadow, be more transparent. Saying what I don't like at the risk of disappointing or alienating
who I love. Be more true. Being in the simple, the simple, without so much demand, with greater
confidence.

I got my body back. I am in connection with my breathing, with my sensations, with the
instinctive, I can play and connect with my girl, with my needs and my emotions, I can be
vulnerable, see my shadow, see my desire, recognize that I seduce and how I do it. Being me,
simply, without so much arrangement. I can stop giving the image that elbow is going well. Feel
God. Rely.‖

By way of conclusions
In many cases, the three sexual ones have been abandoned, crushed, used, abused, mistreated,
beaten and raped children. We were taught to be objects and our loved ones used us according to
their needs. They didn't know how to love us for who we were but for what we did. We become
our parents' caregivers. We were never taught the difference between good and evil and we
learned to disconnect from the painful, beautifying it so as not to betray our abusers. We
confused abuse with love and learned to take responsibility for their actions and transform them
into good beings idealizing them to keep their image intact, and thus ours.

This left us with a very low self-esteem and without any love for ourselves, since we
believed we were worthy of everything that happened to us and we assumed the blame by putting
on a good face, looking sweet, being complacent and hiding our strength. With perfection, we
obtained instances in which we felt loved and adored above all by ourselves.

In love with love and being adored, we have vampirized our lovers and partners,
drowning them with our narcissistic love and demanding attention impossible to fulfill, selling
perfection to be loved and demanding that same perfection in return. We have lived a good part
of our lives choosing partners who despised or mistreated us to confirm that lack of worth that
we felt deeply, enduring unsustainable situations that ended in sweet reconciliations. When we
endured the abuse again, we returned to buy at any price the stage of the conquest where we
were adored and protagonists of the gaze of the other. That's why it was worth it. We continued
to protect our original abusers and repeated putting up with it all out of love.

When we began to connect with our interiority we saw that we looked for in the couple
what they never gave us and that we felt more and more frustration and resentment when we did
not find it. Vanity consisted in thinking that our false love was going to be able to transform the
monster into a prince.

In our process we realized our vanity and arrogance in wanting to put ourselves above
those who mistreated us to keep intact our image of kindness, generosity and cleanliness,
depriving them of their responsibility. When we have finally been able to surrender their
responsibility to them, we have lived it as a liberation. At that moment we have managed to
begin to distinguish what is ours and what is not, and we have been able to begin to feel the pain
and anger, which in turn have been transformed into a force that has allowed us to know what we
want and what we do not want for our lives. Thus, as we begin to find power within us, we have
ceased to give it to others.
 E3 Conservation (Self-Preservation) – Security

When considering enneatype three in a panoramic way, we are struck by its social and sexual
manifestations. But when we meet people of the conservative E3 type, we cannot exactly say that
we are dealing with a third type of vanity, because just as the proud of the conservative subtype
do not seem proud, the vain of conservation do not seem visibly vain to us either -and I have
come to characterize them as countervailing, using a language analogous to that of
psychoanalysis when it introduced the notion of the ―counterphobic‖ character, which hides its
fear through visibly audacious attitudes.

Over the years I have found that the same is true in the case of conservation of each of
the passions. In E1, for example, the fact that he does not seem angry and that he masks his anger
while defending himself behind benevolent attitudes is striking.

The case of the conservative E3, which seems not very vain, resembles that of someone
who is so determined to be a good person (that is, to follow the perfect or ideal model of the
good mother, the good housewife, etc.) such a way translates into an implicit taboo on vanity.
Therefore, it can be difficult for an inexperienced person to recognize a conservation E3, who
could be confused with an E1 or other traits.

If we ask ourselves what is his neurotic need, what does a conservational three need
above all else, it might seem that he would try first and foremost to be good; but that is a
universal commandment, present in almost everyone's life (although some people rebel against
it). More specific to E3 conservation is the concept, underlined by Ichazo, of security, and it
seems to me that a threatened security makes these people also develop a special autonomy.
Since they were not taken care of enough, they learned to take care of themselves, and later they
also take care of others. There is an atmosphere of security around E3, and they are often people
you turn to for advice, as they seem to specialize in problem solving. This passion for security
can oversimplify their lives, however, by narrowing their interests to what is most practical and
useful. Furthermore, when you want to give efficiency too much priority, you end up making
efficiency itself efficient.

The transformation in the conservation E3 by Assumpta Mateu

In the following text they have also participated as editors: Amor Hernández (Spain), Elia
Gerardi (Italy), Ferran Pauné (Spain), Ilse Kretzschmar (Mexico), María Teresa Ceserani
(Italy), Maribel Fernández (Spain), Nilda Paes ( Brazil), Sandra Geralda Ferreira (Brazil),
Suzana Stroke (Brazil), Vera L. Petry Schoenardie (Brazil)

Claudio Naranjo speaks of a gesture when referring to the process of transformation of a person:
as if it were a sign, that something gives us an indication that we are already ―in another‖, in
another state of consciousness, in another attitude, in another perceptual dimension of the ego
and its functioning, in the certainty that each time the machine dominates us less.

If the inertia of E3 conservation is based on being seen, on the action directed from the
gaze of the other, the gesture towards the cure would be in the inward look, emphasizing that this
gesture must be put in the attitude, not in the effort to achieve it.

Of everything collected between us, the evolution towards an awareness, an

understanding of the compulsive process and a catch in the traps themselves stands out. There is
talk of a more awakened consciousness, which refers us to a decrease in self-deception.

From that place, the need to sell ourselves to an external image is questioned.

―I perceive myself retracing paths, less concerned with my image. I have less need to be
nice to everyone. I talk more openly with people, saying what I like and what I don't like. That
means not burying the person alive when I feel hurt, and I say frankly what hurt me. I feel that
today I have a truer self-esteem, less narcissistic, less dependent on the evaluation of the other‖,
writes Nilda.

The maturation and transformation process of E3 conservation allows the person of this
enneatype to become slower, less agitated, less active and exuberant; you know yourself better
able to be in touch with the feeling of emptiness without the frantic need to fill it in, and more
able to be in any situation without succumbing to the compulsive urge to do something to run
away or modify it.

―If before it was a foamy sea, then it is a calm sea,‖ says María Teresa.

When the E3 conservation begins to take life as it comes, without striving to take it where
it wants, as it did before, it begins to be able to rest, support and trust.

There is in the 3 conservation that imperative need to believe that it can with everything
even at the risk of one's own health and self-care. Little by little, that attitude is being left behind.
One factor that seems to be determining is age, as physical forces decrease; one would like to
think that wisdom and understanding are also increasing.

―I stopped being the superwoman of the family and work, something that I was proud of.
I ask for help and I recognize my tiredness and the limitations imposed by age. I'm not afraid of
getting old; I'm going through this phase well... but I'm still afraid of dependency, of losing my
intellectual capacity. Another point to be worked on, right? I think it is the most difficult‖, says
Nilda.

One of the loops that we observe in conserving vanity is that, when one finally realizes
that one is vain, then the censorship appears: ―how is it possible to be vain?‖ ―It's not okay to be
vain.‖ ―He is not virtuous.‖ But if we do not dare to clearly, authentically show vanity, then we
are accused—or, worse still, we are accused— of false modesty, and we start all over again: ―I
show vanity, I must not; I show modesty, I have discovered that it is false‖... It is the fish that
bites its tail.

―I recognize in myself a sensitivity that I did not know before, as well as a genuine
kindness that does not need recognition (am I being vain?),‖ writes Nilda.

She wonders if to feel what she feels is to be vain: the necessary gesture here would
consist of a: ―so what?‖, in assuming the part of doubt that generates the attitude here and now
as something natural and not wanting to constantly amend it, to leave oneself alone.

A person three conservation, as he advances along the way, dilutes the worries. The
obsession with security is relaxing, and one enters a faster path of relativization of that need,
even if one feels that one lacks the physical forces. It is about abandoning ourselves to what is,
so that we can discover the spiritual dimension, the sacred within ourselves, recognizing
ourselves as worthy of love.

―I feel more confident in myself, this being a security that comes from an internal place,
from feeling like being, and hardly comes from external achievements,‖ says Ferran.

―My daily practice continues to give me a continuum of contact that is maintained

throughout the day. I can say that I feel capable of dying and at the same time living with
enthusiasm and intensity,‖ says Suzana.

―The greatest change is linked to the abandonment of a purely mechanical vision of life,
of cause/effect and material, in favor of a new, more spiritual dimension, where I have been able
to recover or discover the sense of devotion towards God and the awareness that each thing that
happens, even the most dramatic, is part of a divine plan that is incomprehensible to a rational
and objective mind like mine‖, says Elia.

Meditation is a very fundamental path in this sense, and some of the participants in this
research speak of their experience in retreats, especially in the meditative retreat with Claudio
Naranjo, where they encountered the Holy Idea that corresponds to their enneatype.

―The perception that there is a Universal Order to which we are subjected was the starting
point for the transformation that is in process. God doesn't need my help,‖ Nilda believes.

―When I really settle into the practice of meditation, it represents a balm for me in
experiencing not having to run anywhere and realizing that everything is what it is, the way it is,
and that I do not I have to control it. I like to remember a phrase that I once heard almost as a
joke: ‗Do you want to make God laugh? Then tell him your plans.‘ This quickly helps me
understand that my need for so much control is ridiculous, a mental construct,‖ Assumpta argues.
 The avoidance of conflicts, for someone who is acting from the gaze of the other,
becomes something intrinsic to the being, to the mask. The process of facing, of facing conflict,
is marked by the need for everything to be right for everyone. This fact, so well accepted
socially, makes it difficult to move towards its transformation. Some begin to manage to let the
misunderstandings take their course, avoiding interfering in the process of things, trying to
ensure that the dark and chaotic areas of life are not avoided.

The transformed E3 conservation is less afraid of the anger of the other, is more
considerate and gives more respect to its own needs, leaving a little aside those of others without
feeling guilty. Learn to love yourself well. He allows himself to contact his own emotions,
mainly sadness. The expressive capacity is multiplied at the same time that it is dramatized less.
It is more direct and leaves behind the rodeos, the manipulation. He is better able to accept and
manifest his insecurity, vulnerability, fear, and his need to be helped. He is less arrogant, more
assertive and less violent. He discovers and accepts his envy, his competitiveness and his feeling
of inferiority, aspects that he first totally denied to himself and to others.

In compulsive action, from neurotic inertia, E3 conservation loses the referents of its
authenticity. In the process of transformation he realizes how important it is to learn not to do
and unlearn the way he does. This allows him to live the resurrection of his inner being, of his
essence. It is not so easy, of course: from the outset, it only happens sometimes, and it is about
cultivating the willingness and intention to discover ourselves.

―I notice, first of all, awareness of my body, of how I somatize (sinusitis), of which foods
suit me well and which do not, of sleep, of tensions... And, although still shy, I am placing my
needs in a preferential place‖, writes Maribel.

―Any situation that was out of my control left me confused, scared, lost. The situations
included events in which I lacked an adequate response. I then had an impression of injustice,
misunderstanding or even of being lost. This could grow to the point where I would freeze, doing
the opposite of the normal movement of acting, acting, acting. After freezing, she cried like a
girl: a hysterical reaction from which the ice melted. I needed tears to feel myself, to breathe and
get in touch with me. Today, with a more marked presence, the disorientation has become softer:
I can breathe and calm the anxiety by situating myself and becoming aware of what is
happening. Today I am less invasive and a little more intimate (this is the paradox of the three
conservation). I am able to see with another quality of looking: the gaze of recognition of the
other from its specific, differentiated point,‖ says Vera.

The three conservation is afraid to allow himself to feel emotions and feelings, lose
independence, need help ... Finally, when he recognizes fear, he also recognizes that he needs the
other, that he needs to surrender, to let go.

«I believed that love was pleasing the other's needs, meeting his expectations, doing what
he needed: I believed it was doing. I never believed that love was just feeling. Later I perceived
an enormous difficulty to give and to receive. I was afraid of being in the hands of the other‖,
affirms Sandra.

―I imagined that I could go and do whatever I wanted, with a sense of total independence,
traversing the world, working myself to exhaustion, getting recognition and applause. Of
course... without vanity, without boasting, with modesty. I didn't realize that I was a slave to
myself. Seeing this is still critical at times‖, says Assumpta.

In the conservation subtype, maternal love predominates as a way of channeling love

through being useful to others. For an individual of this subtype there is a compulsion to ensure
the maintenance of conditions of security and stability that provide the necessary feeling of
having their living environment under control.

The need for affection is therefore reflected in a constant care of the other and in avoiding
that conflictive or inappropriate situations arise. Adaptation, adaptation, reaches the point of
forgetting your own feeling in favor of a loving model. This attitude, although self-generated in
childhood with respect to their parental figures, reaches its maximum conflict with love
relationships.

Admiring love, on the other hand, never comes to encompass everything in the existential
sense, that is, it does not take so much space in the bosom of the individual. Thus, an E3
conservation feels admiring love only with respect to certain people; admiration is given only to
very obvious people. This is the case of some spiritual teachers, scientists or relevant people in
some field that is of importance to the individual.

Erotic love is usually the most underdeveloped or asleep at the conscious level. In a way,
it would be said that the compulsion to do, to always be in the doing, hinders the opening to
pleasure. Thus, it is not strange that this type, in the case of feeling admiring love towards any of
the figures mentioned above, turns to the work in favor of the world that the admired represents,
neglecting the sphere of pleasure and daily life.

How does love then live an E3 conservation? In general, he expects to receive admiring
love in all areas of his life, giving little, instead, his admiration to others. How is he going to give
admiring love if he is for that, to be admired?

From the couple he expects to receive all three types of love, since this represents one of
the areas of greatest importance to him. The couple is everything for many E3 conservation,
especially for sexual conservation, and important in the rest, essentially in social conservation; in
the latter, the professional sphere takes a greater role, and with it the need for valuation obtained
by their services or efforts.

In the case of relevant figures, such as teachers, the individual expects both
compassionate and appreciative love. In return, it gives valuing love and, in large part, it also
tends to give compassionate love, in the form of admiration, loyalty, commitment, affection and
service. The following testimonies are very illuminating in the sphere of the dominance of the
different loves:

―Erotic love is camouflaged in being useful to another. If I am useful to the other, the
other will give me what I need out of obligation. I do not understand a love of sharing in
equality, a love without price. For this reason, the love of satisfaction of instincts and pleasure
seems meaningless to me,‖ says Amor.

―The acceptance of my insecurity was one of my most important achievements. But the
definitive work was the meditation retreat. I gave my weapons of war to the teacher: lipstick and
watch (appearance and control). I entered the retreat with great fear, I believed that I would not
be able to be with anything that was not myself. What did I have to offer of myself? However,
they were days of joy, of a feeling of freedom, of peace, of love for me. For the first time since
childhood, I managed to get in touch with my true feelings, without blockages. Finally, he knew
what he felt. I cried all my mistakes truly. I felt a deep joy that gratitude was able to bring me. I
was fully aware of the love I dedicated to my teacher, my family, my friends. I discovered a
much better person than I imagined; I began to like myself more and to take care of myself
respecting the will of my body. The teacher awakened in me the faith and the delivery to the
universe of what is beyond my reach to solve. Today, almost four years after that experience,
when I feel like I am weakening or returning to old patterns, I pick myself up and go back to the
sensations of those moments‖, recalls Nilda.

The crisis is usually an important portal in the realization for the beginning of the process
of change, towards transformation. Without that virtually insurmountable obstacle, the three
conservation — and that is common to many enneatypes — would probably have a very difficult
chance of change. Especially, the difficulty becomes great in the three conservation attached to
the omnipotent idea of power with everything and the power of effort. The following testimony
deals with the typical self-deception of E3 conservation:

―In relation to my experience, I can say that, for a three, approaching a therapy process is
very difficult, they do not feel naturally led to get into discussions, since in short they live life
without the perception of having important problems that sort out.

In fact, until I have found myself with the real possibility of dying and with a completely
modified physical appearance, I have not really taken seriously the importance of the work on
me.

I think I had the need to concretely see the collapse of the idealized image of myself, of
the conservation three, as well as the defeated physical image (of an attractive and charismatic
woman), to convince myself of the need to look beyond the material side.
 When I found myself with a deformed face and could no longer count on the influence of
the physical, I necessarily had to ask myself who I really was, since the image now no longer
gave me more security. Thus, I have been ashamed and I have seen this even in the relationship
with other people, because I have found myself isolated,‖ says Elia.

For her part, Sandra adds:

―I think that, for a three conservation, to walk his path of true healing requires making
some sacrifices and a choice: let go of the attachment to work that generates economic security
as a vicious circle that feeds the ego, and allow himself a pure and true surrender to himself.
himself, to people, to the divine, without worrying about looks. Change the way of relating to the
ego, having the wisdom to see the hungry and unfed child inside, that is, manage not to give
importance to the internal hunger that feeds doing as a vindictive way of not needing anyone and
becoming self-sufficient before people and before the world, hiding from himself and from
others a great internal suffering for not allowing himself to feel and for becoming more and more
lonely. I think that when a three conservationist manages to make this choice, which of course is
not easy, he understands what Santa Esperanza means‖.

What has been left behind?

The security, that fixation...

―Security is now an internal security. I'm less affected by what I don't like. I watch it but I get
less angry. Now I am much more honest with myself and with others; I am more in touch with
my inner world and its needs. I feel more balanced between the external and internal world. I
take the outside world less seriously,‖ says Ilse.

The compulsion for the image, for looking good, for achieving achievements

―I feel that I am not pending the approval of others. I feel free to do, be and live according to my
heart, with the ability to recognize mistakes and correct them when they occur, without blame
and/or dissimulation. I listen, I evaluate and I can accept criticism, as well as advice or points of
view when they come from people I care about, who inspire me with respect and who, above all,
love me‖, says Suzana.

―The need to be like a good and pretty girl is diluted and unmasked and replaced by the
desire to have contact with the inner truth,‖ Assumpta believes.

―My energy is now focused more on delving deeper and reflecting, more on fine details
than on duty, on what I really like, I am passionate about and it opens windows for me inside and
outside‖, confesses Ilse.

―The unconscious effort is left behind, the struggle for achievement, the need to build a
safe environment (being on good terms with others, home, work), the fear of transgression (one
can afford to transgress any norm or social role) . In a sense, an E3, energetically, becomes a bit
of an E8. He becomes capable of shouting, of getting angry, of expressing rage, of relating
sexually with whoever he wants, of accepting and leaving jobs as he wants, of valuing himself
financially...‖, testifies Ferran.

Falsehood

―The transformation process has led me to understand how I adopted a false mode of contact
with the other, without real listening or empathy, only with my inauthentic physical presence,
just to save face. He also thought that the others behaved falsely; perhaps it was a way to justify
myself and not to evaluate an alternative‖, adds Elia.

―Another thing that was left behind is the indirect way of speaking, with an indefinite
subject, with metaphors and half words; I think that people feel more comfortable with me now,
since they also feel more freedom of expression, without diplomacy or pretense. It has been
important to learn to say yes and no directly. A real absence is better than a lying presence‖, says
Vera.

The False Maternal Love

―I feel like I cheated less. I am more truthful with my feelings, despite rarely making them
explicit. I am more tolerant, less demanding with others. I don't feel the best, but the other way
around, many times I feel the worst. I have much less energy for action, despite still being a very
active person. I feel like I'm much more emotional and much more sensitive, more
compassionate, more understanding of human pain in general,‖ writes Suzana.

―The realization that it does not matter so much that the other loves me, admires me,
recognizes me, but that the important thing is that I love him, is like a gentle wave that arrives
without making a noise, grows and dissolves; and again it arrives, grows and dissolves, in a
rhythmic movement that makes me feel very good. It connects me with gratitude, with peace and
serenity‖, says Vera.

―Maternal love seems the most developed in our subtype, empathy, pleasing and
understanding the other, to the insane extreme of erasing ourselves: that is giving to be loved. I
feel that, slowly, such a thing is dissolving. I have learned to receive and I want to receive from
the honor that I deserve, not from the emotional groping, which is what I used to do,‖ says
Assumpta.

Unconscious effort, self-demand

―I feel very meditative, with the observer quite activated. One wish is to sit in meditation more
regularly, which I still don't do. But I no longer demand it of myself, but rather I wait for it to
arrive when it arises. I like to have less discipline,‖ says Use.
Control

―I am less self-demanding and less controlling, so much effort tires me, I have relaxed more‖,
Ilse contributes.

―Self-control and control of others: the desire that everything prevents any possible alarm
signal, the conviction that emotions, feelings, and thoughts are the right ones and those that must
be felt to be a good person. The constant demand is: what should I do?, instead of a healthy:
what do I want to do?‖, explains María Teresa.

―The physical fatigue that comes with age helps me understand and accept the limits of
my need to control everything, and therefore helps me understand the falsity of that need,‖
Assumpta concludes.

The disconnection of instinct

―A fundamental conquest of my process has been to rediscover my instinct, despite being buried
after so many years of control. Seeing and accepting my instinctive part has also meant accepting
my most human part, linked to my most earthly being. It has meant regaining physical strength
and, in some respects, even health,‖ says Elia.

Compulsive action, haste

―I feel a great need to have more unscheduled time to see what I am busy or not busy with. I
thought about using the time to write a book, but I decided to take the time without planning,
without already dealing with something definite beforehand,‖ adds Ilse.

―The compulsion to action and speed is gradually left behind, the order of speed, the
‗there is no time‘, the idea that ‗I must do everything because I do it better‘, the difficulty of
being in contact with the feeling of insecurity, doubt and ambivalence‖, says Maria Teresa.

―One of the best things is that a great oppressor has been left behind: haste. The urgency
to do, do, do... I did them a lot of harm, especially my children, whenever, due to the rush, I
prevented them from taking responsibility for their learning, initiatives and tasks, doing it for
them,‖ adds Vera.

Omnipotence, self-sufficiency, commitment

―I like receiving much more than before,‖ says Ilse.

―An aspect of fear, dread, has also emerged, and it is much more evident and constant
than at any other time in my life. I connect with my basic anguish, with the anxiety that I have
always felt, and that I related to continuous doing, and now I see that it is based on that terrible
fear in relation to pain, torture, destruction (probably related to the experiences of the war) which
I have repressed and tried to keep buried all my life‖, confesses Suzana.
Narcissism

The omnipotent idea of being able to determine the course of one's life and action. The idea of
pretending to ―get it at the cost of everything‖. The difficulty of trusting and trusting. The idea of
knowing what is right and wanting to save the world. The need to feel better. The denial of one's
own competitiveness. The denial of one's own envy and one's own opportunism.

Coldness

―The pretense of controlling the world, the insensitivity, the lies, the arrogance, the fear of
feeling, the superheroine, the fantasies in relation to the world and the ideal self, the false power,
the idealization of happiness, a bit of rigidity and a bit of detachment,‖ says Sandra.

Therapeutic recommendations and useful tasks

The therapist must pay close attention to realizing the condescension of the patient three
conservation and his attitude of ―everything is going well‖, since this subtype is usually placed in
the role of good patient that extols the therapeutic alliance. He will try to understand everything
that the therapist wants from him, what he likes and does not like, what are the aspects that
interest him most, in order to adhere as effectively as possible to his expectations and thus feel
safe.

It is important to always lead him to himself, to work on his expectations, on the

imaginary of the ideal patient whom he tries to approach in order to be accepted. Very skilled at
manipulating, he will play with the therapist's narcissism: since he is the best patient, the
therapist must be the best therapist. As you idealize it, it can also destroy your self-image easily.

The greatest difficulty of the patient three conservation is to let go and show emotions,
especially sadness through tears, because he lives it as a dangerous weakness. Every aspect of
the shadow that emerges during therapy is experienced as a menacing narcissistic wound.

Its main form of avoidance is to stay on the surface and tell the facts in detail, thus losing
sight of the process, the dynamics and the symbolic level. It is important that you recognize your
inner time, that you experience being in pain and difficulty without being in a hurry to have to do
something to get out of there, so that you discover that you do not drown in pain, that the current
of life allows you to see more clearly the way.

When he is in difficulties, constraining himself to being undone allows him to become

aware of the control that acts on the flow of emotions, physically recognizing him in a
contraction at the level of the stomach, chest, back and throat; contractions that you will
immediately recognize as fear of losing control and feeling the pain.
 It is essential to work on envy, competitiveness, and the feeling of inferiority, denied and
central aspects that often supply the impulse of neurotic behavior when the patient is unaware of
them. These aspects can be a great resource for the process of evolution when they are conscious.

It is helpful to facilitate the expression of anger and dissent towards the therapist directly.

When the idealized image of himself begins to shatter like a mirror struck with a stone,
the three conservation comes into contact with a deep pain and, with the terror of being nothing,
an empty glass, becomes aware of having represented a character all his life, so that now he no
longer knows who he is.

In the therapist, the three conservation will look for a solid containment that gives him
security, someone in whom he can finally trust, through whom he can discover the state of need
and, slowly, according to his own time, rediscover his human identity. It is important to regain
permission to exist beyond everything. It works to provide a lot of physical restraint and contact
(experiences of: ―just as you are, it's okay, you don't have to do so many things to be accepted‖).

It is important to dismantle the mechanism of self-justification and attribution of

responsibility outside of oneself, so that it takes greater contact with its interiority.

It is convenient to inquire about the easy enthusiasm that conservation develops towards
activities (hobbies, work), and the ease with which it stagnates and loses interest. It is necessary
to delve into seeing what moves it and what slows it down.

First it is necessary to offer a psychically safe environment (that the patient feels seen,
welcomed, heard and respected). At first it is not advisable to confront strongly since the E3
could be withdrawn, away. However, at some point in evolution, it must be confronted and not
kindly reciprocated.

It is healing to rediscover the energy of man or woman, as the case may be: this means
giving space to the possibility of direct and clear confrontation, to go towards what one truly
wants or needs (to penetrate the world). For this it is necessary to live (check) that there is some
other man (or woman) there who supports you, who serves as a reference and with whom you
collaborate (do not compete), which is equivalent to recovering confidence in the other.

As therapists, by being aware of our neurotic defenses and understanding that the quality
as a Figure in the Background is a defect, and the defect as a Figure is in the Background quality,
we can use those characteristics as a therapeutic value in the process.

The three conservation therapist is able to give a lot of security and containment to the
patient. When it is in its authenticity and in contact with itself, it favors and stimulates the person
to dare to be more authentic. Self-knowledge of falsehood makes it possible to easily unmask the
imposture in the other.
 Wanting to do it well, when it ceases to be a neurotic need, allows the therapist to be
attentive to the impeccability of his presence, and therefore of his therapeutic doing. The three
conservation therapist will not settle for little.

The tendency to control can revert to a therapeutic presence that has a panoramic view of
the process and the field.

―I feel that I use the characteristics that I consider positive of my personality, despite
perceiving them less active, such as efficiency, speed in action and in thought. I also learned to
wait for signals that demonstrate the validity of my intuition to act,‖ Suzana writes.

What does an E3 conservation have to understand?

 That it should direct attention inward, not outward.
 That one is independent of others.
 That one is independent of any environment that gives something (security, acceptance,
valuation).
 That the important thing is the present and its cultivation; neither the future nor the past
matters.
 That it should not be projected, it should be felt and be attentive. Especially, it is
necessary not to project expectations on others and in situations.
 That the therapeutic process is not an external process, but an internal one: it is not about
solving things with a therapist, about telling things to receive confirmation, security, but
about making an internal journey, a reconnection with the deepest feeling and experience.
 Which is not very or more important than. You are one more in humanity.
 That the relevant thing is not the person, it is the presence.
 That you are a presence, you are not an ego.
 That you are happy giving, not from the compulsion, but from the feeling. And also that
you are happy receiving instead of following the compulsive impulse to give back.
 Enneatype 4 – Envy

Envy is the passion to control and calibrate one's own existence by comparing it to another's. The
meaning of existence depends largely on the level of what is lacking and frustration regarding
what is perceived as desirable in others.

The desire to have what the other has is not a desire whose goal is to obtain precisely
what the other has, but rather the only possibility of being in relationship with him: ―as long as I
am lacking, I have the possibility of being with you and in the world.‖ Being dependent on the
other or on his qualities gives E4 the illusion that through lack he will be able to escape from the
ineluctable separation. The false lack is its fixation.

He is very much in touch with his desire to be loved and recognized, and idealizes this
realization in such a totalizing way that nothing can satisfy him. This paradoxical search for
unhappiness is like a home always on, waiting for someone who has left to come back.

To be passionate envious means, in a way, to be eternal children with the demanding

gaze directed towards the other. But since envy is a neurotic need, the goal is to always maintain
the state of expectation and lack.

It is quite common that in the childhood life of an E4 there has been a real experience of
frustration and loss: typical events could be the loss of one of the parents, the presence of a
sibling perceived as privileged (or who occupied an important position due to the need for
special cures), or a family situation in which the E4 has felt that he had to step aside and give up
a paradise that he had already tasted.

In the relationship with others, he perceives himself as inadequate, guilty, and submits to
relationships of abuse and prevarication in order to reconfirm his position as a victim.

He is very emotional and empathic with the suffering of others, empathy whose function
is to underline his own suffering.

He is very dedicated to the relationship and is always ready to sacrifice. Dedication to the
other is not intended to adapt to it, but tends to reconquer an omnipotent position of sacrificial
victim.

Most of the time the seductive call (especially in the social subtype) is that of the
fascinating whiny mermaid that stimulates in the other the need for protection and to be
narcissistically powerful.
 Unexpressed aggressiveness (except for the sexual subtype) produces retroflection at the
body level, even reaching self-harm; the body itself is used as a channel to draw the attention of
the other, expressing deep needs through suffering or disease.

In the sexual subtype, the expression of envy assumes different characteristics: crying is
replaced by screaming and aggressive claiming. The demand to fill its deep lack is arrogant,
reaching the point of destroying or hating the one it loves when it shows itself with its human
limits and, therefore, not at the height of its great idealizations.
 E4 Social – Shame

The contrasts between the E4 character types are the most striking, since its different subtypes
seem more differentiated than in the other passions. When I explain this topic in Spanish, I
usually say that there are ―sufferers, long-suffering and insufferable‖. The sufferers are the social
fours.

The social E4 is a person who complains too much, is very tearful and often puts himself
in the role of a victim. In the DSM-IV, a category of person given to self-sabotage is suggested.
The characteristic pointed out by Ichazo for this character is shame, which descriptively seems to
me to be a success but it is not enough to describe a neurotic need. Certainly, these are people
who underestimate themselves, and therefore feel less than others. But how do you explain why
these people are so given to self-blame and to comparing themselves unfavorably with others?

The answer, it seems to me, is found in what Melanie Klein called the depressive
position, through which the boy or girl prefers to blame himself instead of unloading his rage
against the mother, whom he needs exaggeratedly. In a similar way, we can consider that the
social E4 is one who prefers to swallow his own poison instead of externalizing it towards the
loved ones; he has learned to introject his aggression in view of an exaggerated affective
dependence.

The transformation in the social E4 by Sonia Gajnaj

Long ago, I did not recognize the chained thoughts of envy or envious emotion. The world was
against me and no one gave me what I wanted or needed; I wouldn't let up: they left me. Thus, I
used to create situations in which I was a victim and others were my victimizers. I projected my
own hatred onto others and didn't take charge of my envy. I felt a fierce competitiveness that I
could not recognize: a competitiveness for recognition, for being unique and special, for the
place... A place to be, but a place sought from an eternally boycotted ego, by keeping it always
occupied with laments and complaints.

My immature personality
The anger I felt was very intense and had turned me into tears and victimization. It was also an
excuse to let others make decisions for me and return in that way, again and again, to a feeling of
dissatisfaction and hatred towards the world and myself for not being able to make my own
choices or hold my views. Confrontation naturally became impossible.

Love was only given through complaint and pain. I put myself in situations where the
other could leave me, so that I could only see the couple through my devaluation and my self-
hatred, despising them more the longer I stayed by my side. This manipulation occurred in all the
relationships he established. It served for others to give me, and it was also the way to reflect my
hatred and envy towards others. Another common aspect in the couple's relationships was my
dependence on the mother figure and the conscious falsehood put at the service of maintaining
the relationship at any price. I also used to be very bandit and, at the same time, I thought they
abandoned me: first I gave myself over to over-contact and then my withdrawal was total.

I used to live in a messy way as a way to generate situations of social rejection. It was
typical of me not to be able to sustain any work commitment if it was not in my manipulative
way, which consisted of displaying a very loving and pseudo-restraining style at times and then
abandoning the task with the feeling that the energy was draining me and that I could not sustain
it in time because of any minor event that occurred, thanks to which I manufactured the feeling
of being rejected, of not being recognized, that others were given more than me...

At that time I did not realize all this; I simply felt that I could not sustain the
responsibilities, nor be in relationships because, definitely, I had touched myself less than others
in the distribution of life.

I remember a remarkable feeling every time I saw myself in situations of exposure: my

stomach churned from the embarrassment I felt. The tremendous anxiety generated by the
moments when I was exposed to the world used to compensate for it with temporary
disappearances: I locked myself up and isolated myself, I dedicated myself to eating and then I
began to have great problems of excess weight.

My self-denigration was obsessive and it was impossible for me to be alone since torturer
thoughts came to my mind that I produced without rest. Now I relate the sweet taste of self-
denigration to the introjection of poor maternal image. It is the infantile way, perpetuated in
adulthood, of having a mother.

Remembering those times, I am left with a feeling of great superficiality, although I also
thought I was very deep for having tangled thoughts and living strong emotions under a disguise
of softness and sweetness.

I could be very sweet, friendly and extremely good in public, and become aggressive and
angry in intimacy, also putting a great energy into it because of the emotions that I had kept in
social situations and that I unloaded by being alone with those I devalued.

The repression of socially ill-seen emotions, such as anger or hatred, were transformed
into sadness and victimization in the impossibility of confronting them.

The love of a couple was the central theme of my life: having or not having a relationship
was the purpose of existence. Life was melancholic and full of impoverishing experiences in this
regard.
The fruits of labor
Through my work with enneagram, individual and group therapy, and also thanks to my training
as an actress and then theater teacher, I have been able to develop a greater awareness, translated
into the taking of responsibilities in the workplace and being able to sustain long-term
commitments. All this is accompanied by a more positive attitude towards difficulties, which
consists of looking for exit strategies for complicated situations. I can also be more practical and
somewhat more efficient in concrete tasks; In my work and study goals, I have a greater ability
to go and look for what interests me, I am more active, I can attend to several issues at the same
time without falling into despair or anxiety, and I usually achieve almost always the objectives I
propose.

From the difficulty I felt to find my place in a group and in society, today I can live more
deeply the sense of belonging. At the same time, finding my place has given me back the feeling
of being more independent in affective relationships, where I can now place myself and place
clearer boundaries.

I am also less extreme and I give it a value more relative to the situations in life and the
emotions that invade me. Shame — my selfish passion — is greatly diminished in social and
work situations: I am more talkative and clear in what I want to convey.

In relationships, I was able to stay alone for several years, having casual relationships,
enjoying the moment, and not tying myself to any stable relationship. I prioritized life and all its
aspects, and not the love of a couple, and I managed to be consistent with it in my thoughts,
emotions and actions until today.

I learned to have amazing, unknown, positive, comforting thoughts about myself. I

learned to give myself encouragement. To this day, self-denigration has disappeared and I feel
able to fulfill my responsibilities, whether I have energy or not. I also feel more pious with some
of my egoic impossibilities: I don't punish myself so much for what I can't let go or transform
and I have less ambition with my personal transformation.

At the same time, I feel more faith in something higher and have more faith that I can
help myself in my inner processes without seeking help outside. I feel an urgent need for greater
autonomy and at the moment I am looking for it.

I feel more satisfied with my present and do not miss the past, I am happier and feel more
fulfilled in the present moment.

For this, it has been very important to relativize and idealize less what others say or do,
and to allow myself to live sometimes a joy for the achievements of others. It has also helped me
to give a little more credit to what I think or believe instead of listening to so many comments of
help, even if they come with good intentions and can even be successful and help me, since I
want to live my own life experience and make mistakes if necessary, thus taking responsibility
for my mistakes.

In my future process towards a greater evolution of consciousness and greater health, I

realize that it would be good to develop more my autonomy through work and study; to situate
myself before my relationships with others with a more generous attitude, so that I can give
without speculation and get out of the old neurotic need to establish symbiotic relationships.

In personal relationships, a social four acts from competition and comparison, through
which it tries to find a value in itself. Therefore, for me, health is about finding my own
recognition and satisfaction.

In the relationship, the healthy thing is to place myself in a place of equality with the
other without letting myself be carried away by the emotional tremor.

To develop harmony and stability, both internally and in the couple, it is essential to
cultivate thinking and the ability to cognitively elaborate experiences.

What helps in working on the ego

Initially, the main help I received was to go through an individual therapeutic relationship, where
I transferred my dependence to my therapist. However, it was a positive relationship that allowed
me to go through the experience of introjecting a good mother that gave me back a favorable
look at myself.

Group therapy and sharing put my work at stake with envy, jealousy, hatred and
competition; when I arrived at the SAT Program and sharing these traits with other people of my
own enneatype, along with my group therapy, was a great help: suddenly, I felt that I had
siblings to search for, and this feeling opened up for me – sometimes piecemeal – the possibility
of working more deeply on the ego.

Useful tasks for work on the ego

In the work on my shame, the theater has been the irreducible way of opening and the channel of
expression of my emotions and my creativity. Along with theater, dance, singing and artistic
expressions that progressively involve personal exposure through a creative language are very
useful.

For a social four, enjoying a leading role for a certain time and with external support is
usually, at first, very important: it helps to develop a positive self-image and to dedramatize life;
it also lowers the terror of shame in exposure situations.

In the theater, placing emotions in a situation or in a character represents a first way to

not be so seen and at the same time to be able to express oneself. Thus, shame, which retains the
always intense emotions and makes emotional thoughts entangle, can give way in the way of
expressing oneself and integrating different aspects of oneself.

As for any other enneatype, the work of meditation is a great help. Along my way, some
mantras such as: "You have to do what you have to do" have been of great help to me, especially
at times when I am invaded by emotions that stop me from taking action.

In my process, it was also very helpful to carry out concrete actions, even when I did not
feel them, such as presenting a better personal image, fixing myself even if I did not see myself
with encouragement for it, and so on. It's like a theater: I look for the character outside so that
later he becomes flesh inside. Starting to give was very useful to me in relation to my
impoverished self-image and the attitude of asking for attention.

It also helps to perform small tasks in relation to the organization of my activities, as well
as keep a simple agenda. In these activities, it helps to put yourself in situations where it is
necessary to play to develop the muscle of thought: studying something theoretical is proving
very good for me.

In the interpersonal relationship, it is healthy to find the middle ground between contact
and withdrawal, which helps to enjoy greater independence: that one becomes essential or that
someone becomes essential for you, undoubtedly increases the ego.

Some behavioral changes

One of the most obvious changes I have experienced is my self-sustaining: before I felt in the
shadow of others, I did for others for whatever selfish reasons, but I did not take charge of my
life. Later in my process, I began to teach alone, first with twenty-five students, who today are
already one hundred; I have four pedagogical assistants and a secretary. Children, teenagers and
adults say they come to my workshops because of the kind of guidance I give them: something
of my identity is present in my work. They say I have a stamp of my own on what I do. In my
life I would have dreamed of something like that. From the outside I look very confident, firm,
committed and solid... And the truth is that I wake up every day wanting to work my insecurities;
it's part of my task right now and it seems to be working well.

Today I am able to support my home and my children alone. There is no longer so much
distance between my reactions in the public and in the private; my emotions flow more balanced
and I have a very loving relationship and a lot of communication with my children: let's agree
that I became an adult and, today, being at home is a joy and being alone is a pleasure: reading,
listening to music, praying, doing nothing ... I am also living a relationship in which we both
enjoy great independence and there is a lot of love.

Sexuality is the best journey: there is no more repression or inhibition, I validate

everything that comes from me, without chaining it to tortuous, superegoic or guilty situations.
 I love my parents as they came from the factory and I look at them as beings who are in
this world not only as parents: they have their life, their mission or whatever; they do what they
can, as we all do what we can.

I remember a time when I lived a kind of pseudo-spirituality. Later I went through a few
years in which I felt very disbelieved: it had to do with the fact of letting go of all my
dependence. And then came faith, absolute trust in something higher. I experience it through
dreams and sensations that have nothing to do with the psychological and that produce enormous
peace and joy. This is my search today: happier and more enthusiastic. I feel God in my own
way, not following anything or anyone. And I think that will be the case, at least, for a few more
years.
 E4 Sexual – Hate

If the social E4 suffers more than the other subtypes from feeling guilty about any desire, the
sexual E4 turns against shame by becoming shameless in order to satisfy its intense desires.
Therefore, even if it is embarrassing, it will knock on every possible door. He becomes insistent,
even against frustrations, as if he thought according to the saying that the baby who cries the
most is the one who suckles the best. "The more I complain, the more I'm going to get," he seems
to think. It's just that this strategy, which works well in childhood, doesn't work as well in adult
life. People who are too insistent, demanding, demanding, tend to be bothered and rejected, and
thus their vicious circle arises, in which rejection leads to protest and protest to rejection.

Ichazo's name for the characteristic passion of sexual E4 was hate, which is descriptively
appropriate for these people who are so expressive about their anger. But this may not
sufficiently explain his motivation, which is why it seems better to me to speak of competition,
or competitiveness.

We could characterize envy of the sexual subtype as aggressive oral envy, which bites.
Psychoanalysis speaks of "cannibalistic" impulses. It is not only wanted, but it is wanted with
anger. This is the sin of Cain, our ancestor: ―I envy you and therefore I kill you‖. I envy the rich,
and I start a revolution. I envy your intellectual superiority, and for that I will cut off your head
(then... I will seem taller!) And when we talk about cutting heads, we are talking about the
invalidation, the contempt, the aggression that is expressed in the devaluation of what enviable,
as in the case of the fox and the supposedly green grapes.

The transformation in the sexual E4 by Annie Chevreux

The great obstacle that the sexual E4 runs into in order to get to work in depth with his character
is to recognize that he is ill, to surrender to the evidence, to get rid of the stubbornness that
supposes that, most of the time, what he considers to be sincere and authentic in his way of
expressing himself is actually pure hatred and competitiveness.

It is essential for sexual E4 to come to understand that hate is a hard drug, an addiction
from which one cannot be cured forever. I insist on this point because it has to do with the
extremist positions that those of this subtype usually adopt and that are real obstacles to growth.
The euphoria produced by seeing progress in the healing process, like the despair when one
stagnates, are dangerous emotions that justify getting discouraged, throwing in the towel,
surrendering to chaos. They are emotions that feedback self-hatred and expand it outwards with
all that it brings about unhappiness of oneself and others. I experienced all this through my
therapeutic process. The texts that I quote below correspond to fragments of my autobiography:
 ―In the first individual sessions with the teacher, I fully realized the childhood lack, the
terror and fascination with my father, the sexual fears. At the same time that I was getting rid of
the guilt for feeling like the bad guy in the story, the one responsible for things not having gone
better for us at home, I felt heard and valued by Claudio. To date, no one had given me this
opportunity, to be able to talk about what was happening to me without being branded a liar like
my father did. That marks for me the beginning of the work and, within the work, the first
healing memory. Then came less idyllic sessions, those in which it seemed that nothing was
happening beyond realizing my own limits. As much as he apparently handled those situations
well, I don't think he knew how to fully endure the tedium of the interior desert. It was as if
nothing served me if the emotional intensity was missing. I was trying to calm down but I know
it was making me agitated, distracting me from the void. It was so unbearable for me to put up
with it that it distracted me from the outside... In group work, when my colleagues felt something
different from mine, if I was in pain and they were in joy, I called them frivolous and superficial.
If it happened the other way around, they were boring. With so much looking outside and
comparing experiences, I lost my center, I lost attention to what I had to work on. Over time I
realized that I grew up believing myself to be the most transparent, the most mature of all but
that deep down all this served to not take responsibility for my spiritual laziness. If things went
well, I was excited. If I played empty, I would get in a bad mood. Reflecting on the process in
the present, although I know I've worked hard, I understand that what got me going back then
was believing that I was part of a very special group, something out of the ordinary. The SAT
school was for me Arcadia, Camelot and my particular Bloomsbury. We were a family back then
too and I wanted to make up for my real one. I was still naive that this would be perfect, idyllic.
Getting down from that childish belief was what made me mature the most.‖

Recognizing oneself addicted to hate is already healing per se, since it implies accepting
relapses, not to be discouraged but to learn from them and how one has allowed oneself to be
carried away. In this task of self-observation, the sexual E4 comes up against an internal barrier
that he has to name without fooling himself, even if it stings; or precisely because of that,
because it bothers, from there begins the real commitment to inner work. This barrier is called
intellectual laziness and it manifests itself in attitudes to which those of this subtype are prone:
impatience, resistance to continuous effort, too much faith in improvisation, in impulse, with all
the difficulties that come with facing the void without filling it, disparate words and emotions
that distract and overwhelm. When you become aware of this limitation, you begin to develop
the right attitude for in-depth work and set yourself the necessary tasks to grow. It is not about
distrusting the impulse, because it is the engine to get going, but learning that it is not enough,
that it is necessary to practice perseverance. I became aware of this difficulty in the professional
field:

―At the same time that I started training in Gestalt Therapy, I was interested in the Tarot
and Claudio told me how I could work with the cards. My first workshop was a resounding
success that went to my head. He thought he had his future figured out and people would flock to
it. I really liked my way of working with the Tarot, but of course, it was not that easy to have a
clientele and I got impatient. Now, since my experience as a psychotherapist, the same thing
happens again. I know that the new proposals for experimental work that I make are of interest
and are useful to people, but I have to be alert not to get discouraged or not throw everything
away when there is no quick and unanimous response, but rather it helps me to take up the idea,
see what is missing or what is left over, in a word: work, not give up. I think it's crucial for
sexual E4 not to confuse a lack of perseverance with a lack of talent because it leads to
detachment from reality, hating it, hating yourself and hating others along the way.‖

Self-fulfillment and transformation then happens by becoming frustrated, de-dramatizing

and developing compassion.

Frustration
The sexual E4 has to come to understand that he is bound to be frustrated because he takes his
desires for realities.

He has to accept that neither he nor the world is as he had imagined. That not everything
is going to be unbearably dull and boring if he puts aside his romantic vision of life. That this
unrealistic way of apprehending the world is not harmless and that hatred and contempt for the
basic aspects of survival nest in the excesses of aesthetic value. Healing involves mothering,
realizing that one is flesh and blood like the others and that in order not to die one needs to eat,
shelter, organize, develop practical sense, that is, learn to put oneself on one's side as a way of
letting go, to hate himself. You have to tie yourself short with the tendency to self-destruction.
Impose tasks and schedules, be productive so as not to sink into chaos. You have to discipline
yourself in anything that makes you feel good about yourself. The discomfort caused by the lack
of self-esteem increases hatred and is a vicious circle from which one has to force oneself to
leave. It is a matter of will.

I think what is transformative in all of this is realizing that it is not just about carrying out
a discipline that the sexual E4 has to impose on itself in order to get out of the chaos and
unhealthy disorder in which it is prone to sinking, but also discovering what to attend to
everyday life is rewarding. That it is not a parenthesis within life waiting for something more
exciting. It is life itself that goes by while doing it. My first awareness of how it distorted the
perception of reality by adorning it was through a work with the teacher in which I discovered:

―The obvious way to look. Using the eyes to see, not for the benefit of the imagination.
The staircase was the staircase that I saw at the present moment, not the one I had seen in I don't
know what place, or in what movie, or in what museum I don't know how many years before.
Nor did he need to be nostalgic about the mountains in the distance, or to try to remember what
mood or special circumstance he was in the last time he had seen them. The mountains were
there and I looked at them. Now that time has passed and after delving into the inner process, I
realize how this cognitive and emotional distortion led me to separate myself from reality, to not
belong to the environment in which life unfolds at every moment‖.

What was transformative was realizing later how often the mere fact of putting adjectives
to reality was a subtle way of discriminating against it, of separating myself from it, of not living
it, and I discovered that car or bus trips were not transitory episodes and that everyday tasks
made sense if I didn't want to finish them as soon as possible to dedicate myself to what I
considered my true life. To learn to savor what is happening at every moment, it helps me a lot
to treat myself as if I were a capricious child and repeat to myself: ―You have to feed on what is
there now because there is nothing else to put in your mouth. Okay, meeting this person or what
you have to do today does not excite you. But you can do it without enthusiasm.‖

I think that for sexual E4 it is essential to systematically prohibit discrimination regarding

what life brings you on a daily basis because it is the antidote to inhibit the almost automatic
tendency to always go against it and to enjoy being alive.

As a child I was told that I was very imaginative and now, having a more panoramic
vision with the time that has passed since then, I know that throughout my life I have invented
many stories, I have cultivated legends, I have invented roles and I have embellished reality to
survive the hatred I had for myself for being physically clumsy, for having been poor,
inadequate, and fearful:

―Overprotected by my grandmother and excessively watched by my father, I have grown

up away from the other girls. I am forbidden to go to the park in case bad manners and diseases
catch me. Clumsy both in games and in social relations, I try to be the center of attraction at
breaks, performing the operettas of my father's theatre. I am half successful, because what I sing
to you sounds strange, ridiculous. I cover up the pain of seeing myself inadequate by allying
myself with migrant girls. I try to understand them better than anyone. With them I build a
separate world against the locals, whom I relegate to the side of the insensitive and mediocre. I
kill them internally with hatred and disqualification‖.

―Actually we lived in straits because my father was a stagehand and not a theater
decorator, as he used to say. He also embarrassed me in my neighborhood. He said we were from
Montmartre and it wasn't entirely true because our house was much further down the street, on a
street that was filling up with whores. It was true that the place had come to less, but the use I
made of the data was exaggerated‖.

―Later, in Madrid, I did not stop lying about my origins and my ―great performance‖ in
May 1968. First, that revolution ended before I entered the University. At most, I had lived it
from the distance of the institute, where I attended school meetings, and above all it was not the
political commitment that interested me because it seemed boring to me. What he had enjoyed
was the fashionable sexual freedom and originality of dress. She cultivated the image of a free
and daring girl outwards, knowing inside (and hating me for it) that she was so fearful, she was
so terrified of being beaten by the police, that she did not participate in the demonstrations‖.

The sexual E4 finds it difficult to recognize that he is inventing characters, although it

apparently gives him security and makes him interesting, he hates and kills himself. Furthermore,
as one works with oneself, one realizes that this unrealistic way of being in the world, with an
emphasis on aesthetics, is not harmless but also turns into hatred towards the other, competing
with others. him in the name of exquisite sensibility. That this elegant way of attacking is
supported by another warrior, forceful, sectarian and Manichaean way of judging others. That in
friendship the elitist affinity prevails (tastes, hobbies, opinions and shared moods) over being
with the other without having to prove anything.

It is difficult to recognize without deceit or justifications that one is not as empathetic as

one thought, that one is clumsy in relating to the other because they lack naturalness in dealings,
as if affection were not enough. Observing himself in this, the sexual E4 runs into the narcissism
of the subtype: he does not see the other, he is not taken into account, but he sees himself trying
to shock him, provoke him, wasting brilliance, humor, etc., to be the protagonist of the
encounter.

It is necessary to learn to calm down. The sexual E4 has to come to understand that most
of the time he believes what he says, that he explains himself, and he just gets agitated. He has to
admit that it is difficult to follow him when he is passionate, that it is difficult to understand him,
and not break contact with the interlocutor when that happens. It is necessary to observe how one
sends crossed messages when communicating with the other: excess of gestures, sighs, laughter,
jumping from one topic to another, seeking complicity, seducing with winks, with
understatements... All of these are smoke screens, performances that they are not relevant and
mislead the real content of the conversation and the meeting. As one heals, one realizes that this
is another way of attacking, of fighting.

This posture of power in front of the world deflates when the sexual E4 is alone. What
heals is discovering how orality towards the outside becomes cannibalism towards the inside: not
stopping to go around your navel reviewing states of mind, remembering who offended you,
ignored you or congratulated you, who agreed and was against, etc. It is necessary, in order to
heal, to inhibit the inner chattering and to realize that it leads to freezing one's own existence, it
fossilizes it in the past.

On the other hand, the extreme demand for transparent friendships, the impossible search
for the ideal friend who understands everything, who shares everything, is to enter a labyrinth
with no way out in which one finds oneself face to face with reduced hatred. to the absurd: ―My
unconditional and perfect friend should be just like me, but it turns out that I hate myself, so
there is no solution...‖. I think that is where the root of hatred is hidden, in touching the true
feeling of lack, the real lack. It is better to realize, although it is overwhelming to admit it, that
alone with oneself one tends to want to die because one does not really know who one is, nor
what one wants, nor what one desires. It is crucial in the process to recognize the tendency to
self-destruction and to want to destroy the other because it highlights lacks that arrogance covers.
It helps to better understand some of the subtype to see yourself as a pampered and pampered
child when the common thing in the sexual E4 biography is to attribute that to another brother. It
is not so easy to accept that one has not been the favorite. It is known but it is necessary to
surrender to the evidence without inventing stories, or putting yourself above it, surrendering to
the pain that it has been so, that one has not had enough care or attention. The sexual E4
complains, laments, is dissatisfied, suffers a lot but does not let himself be touched completely
by what hurts. It is necessary to let him feel deeply, without escaping from the harshness of the
discovery with excesses of crying, kicking, hateful exits that distract from the real lack. It is
healing to change the complaint and the regret for the conviction that, if you have enough
strength to oppose, you also have to face reality, however painful it may be. The latter brings me
back to childhood memories of how I defended myself from not being her favorite by competing
with my sister with qualities that I had and that she lacked.

With maturity and deepening in the work with the character, the sexual 4 realizes that he
continues to be especially vigilant when it comes to affection, that it is difficult for him not to
become envious measuring whether he is loved more or less than others. It is healing to cool
down the emotion, to stop feeling so much and to settle down realizing how absurd it is to want
to control something as uncontrollable as affections and also to deny others what one allows
oneself with total freedom: to express love and hate as you like, it comes in handy. So, the path
of healing passes through ceasing to feel exceptional (in the sense that everyone is in their own
way) and leads to the genuine desire to be equal and to belong. Anger and moodiness often serve
to avoid feeling clumsy, tired, depressed... It is healing to soften, not fight, not go against what
one considers weakness and recognize oneself in feelings shared by all, including dependence ,
who is the workhorse of sexual E4 because he flatly refuses to acknowledge her. It is as if his life
depended on it because the internal image of being free and independent is so ingrained and
distorted. It is true that in most cases he has lacked support in life and has had to manage on his
own, but it is necessary to add that the complaints and manipulations of helplessness are so
convincing that he easily finds someone to help or rescue him:

―Personally, I know that I have had to walk alone, but I have grabbed onto good trees
along the way: my partner, my teacher, people who have stood up for me, teachers who have
supported me in difficult times... It was hard to admit that I have been more supported than I
thought, and it has been a way of perpetuating dissatisfaction and justifying mistreatment inside
and out. It has been difficult for me to dissolve the arrogant attitude of not feeling indebted to
anyone, that the good achieved was only due to my personal charm or my own worth instead of
the generosity of other people‖.

The sexual E4 is passionate about the belief that if the merit is not all his, he is left with
nothing... Everything and nothing are especially dangerous words for this character because they
open the doors to unreason, to the excess of hateful hell. It is necessary to prohibit oneself from
entering there and accept oneself lacking and vulnerable because it humanizes and, while the
belief that one has made oneself dissolves, one begins to be able to thank oneself with one's
heart. When you get to do it, you realize that you can go your own way, lightened from the
burden of counter-dependence.

Stopping putting yourself above or below, in personal relationships it helps integrate

aspects of your character that happily project outward. The sexual E4 resists being seen as
authoritarian, intolerant and/or rigid. The profound change comes when he becomes aware of
how he covers his mouth or intimidates with bad humor, anger, rudeness:

―I find changes in plans especially unbearable: outings, trips, meetings, and I put a bad
face on those responsible for these changes as if I would never forgive them for spoiling the
party: that is, frustrating the wonderful representation that I made of myself. I can't stand
someone showing up at home unexpectedly and making them pay with my bad mood for the
unforgivable sin of hindering my plans for the day. The real reason for my anger is that I have
not had time to prepare something so that the meeting is not trivial and the rational explanation I
give myself to justify my anger is that there will be no food, when it is obvious that the fridge is
full...‖

In these cases, it helps to put yourself in the other person's shoes to face the effects
caused by the hateful behavior. For that it is healing to develop the receptive attitude towards the
outside, which the subtype lacks. It helps to capture how often others tend to be diplomatic with
you. It is good to take seriously the suspicion of feeling feared. It is transformative to investigate,
ask and above all listen to the answer. Listen to feedback regarding harshness, aggressiveness,
and outbursts without defending yourself with the hackneyed tagline: "Yes, it's true, I'm that
nasty, and you more so!" Recognizing yourself as harmful helps to take away the right to attack
when something bothers and hurts. It is a good shock for the subtype to realize that they do not
have the exclusivity to be offended by the lack of consideration of others. In any case, it is
healing to delve into this, to ask why the other is denied being offended when one is so sensitive
to the offense.

Focus on the difficulty of listening and developing receptivity: ―Teamwork has served me
a lot, to reeducate the little savage that I have inside and give full strength to competitiveness: the
resistance to share, to produce, to carry out tasks, hinder the common project. It is healing to
observe how one becomes hypersensitive and systematically refers to things that others say
(especially the bad ones)‖.

It is healing to inhibit the manipulation of feeling bad, of not putting up with it, because it
is the egoic and indirect way of obtaining more power:

―Teamwork has helped me to socialize and discipline myself so as not to make tragedies
of the misunderstandings inherent to the friction of coexistence. It has helped me to realize that I
have a good head, that I am capable of thinking, making decisions and developing common
sense: I am on this team because I need to work and I need others because I cannot handle
everything alone‖.

In the work as a therapist, it is crucial for the sexual 4 to give credence to his ability to
permeate the emotional atmosphere of the group, especially with regard to veiled aggressiveness.
Transforming this ability into a therapeutic tool means being careful not to get intoxicated by
swallowing or acting out the conflict and pointing out to the group how they become intoxicated
and attack without conscience.

In individual work, one learns to inhibit the tendency to solve the other's life. Often one
rushes to make a quick composition of place regarding how the other is and what happens to
him. The craft helps the sexual therapist to realize how rushed he is to give back, and that the
quick conclusions he makes serve to gloss over feeling insecure, awkward, uninspired. It is
healing to endure emptiness or to say to the patient: ―I don't know how to help you‖, or ―I don't
understand you‖, or ―How does what I give you resonate with you?‖

Everything said above regarding inhibiting hateful behaviors, developing empathy and
recognizing aspects that you tend not to want to see, means taking charge, self-observing,
correcting yourself, trying to improve and above all play it down.

De-dramatization
The dramatization boycotts the task. For example:

―In the current situation of political and economic uncertainty and the loss of civil rights,
I find myself believing myself condemned to unemployment and liable to be expelled from the
country like a poor emigrant, until I realize the drama that I am inventing and that obviously I am
not. It has nothing to do with reality‖.

In order to heal, the sexual E4 has to develop, regarding his process and his life, a vision
of continuity. It is healing to learn from one's own experience so as not to systematically fall
back into the hells that the subtype is prone to getting into. You have to connect the dots between
what is now and what was, so as not to be dramatically attached to the past and to be in the
present. It is healing to get rid of the crazy idea that everything has to be changed, as if one could
start living from scratch, that what is there is worthless, that everything has to be done, and to
stop complaining about not having realized it before ego blindness:

―Often, any reproach made against me, no matter how small, I see as a disqualification of
my entire person. Although it is disheartening to discover it, it is important to highlight how
much fragility is hidden under the apparent ease and security of the character that one has built‖.

The sexual E4 has to understand that the dramatic excesses are shocks so as not to focus
on what really matters: specific performances of the day in which it has been exceeded, has been
clumsy or has screwed up, and that this does not mean eternal damnation, but rather leaving
behind the undervalued or overvalued self-image (believing oneself the worst of the bastards and
having no remedy or the most authentic and with the right to attack).

To heal, it is necessary to inhibit the temptation to internally caricature yourself as a

dangerous monster or a moron.

It is transformative to discover how dramatic exaggeration often engulfs issues of guilt.

From the outside, it is not difficult to recognize the sexual E4 as deeply guilty. However, the
experience of having denied guilt due to overconfidence in the veracity of the impulse is
common to the subtype. One does not admit guilt because guilt is a natural state in which one
systematically and robotically apologizes without knowing why. Healing involves taking charge,
being aware of when it really hurts the other. Asking for forgiveness also involves forgiving
oneself naturally, without dramatizing, without hitting oneself in the chest, without giving
oneself too much importance, because hatred is rekindled again.

Transformation happens by disciplining yourself, by not forgetting how easily you enter
into the aggression/blame/aggression dynamic and try to nip it in the bud. For that it is necessary
to develop the intellect, to stop blindly trusting emotion as absolute truth. It is necessary to
develop a vision of the future, to project oneself there and draw on the experience: one knows
that the pleasure of exploiting does not last long compared to the remorse and guilt that torment
later.

Being attentive to this aspect of character helps to leave behind the attachment to
masochism and to develop social skills at the same time.

For the sexual E4 it is transformative to accept that he is not impervious to criticism or

bad opinions that may be held of him. That it is good to think before acting, and say to yourself:
―The little act that I am going to put on now, how many enemies is it going to make me? Is it
worth getting into there if I am going to regret it later?‖ Because you are not as strong as you
appear. Regarding discord, the sexual E4 makes water, gets confused, shields itself or confronts
the beast. When he realizes that he no longer cultivates curses. It changes the perspective of
oneself and of life: he wants to be accepted, recognized and loved and it is bad business for one
to go against it.

When you accept that you are afraid, you recognize that others can also attack you, get
fed up with you, leave you standing. It is not a lack of courage or laziness, as is often
recriminated. One is not going to disappear from the face of the earth if he agrees to be fearful. It
is healing to develop prudence. For the sexual E4, it is wise to agree socially, take care of one's
own interests, of the environment, get out of dissatisfaction and begin to be well in the world.
Development of compassion
For the sexual E4 subtype it is a matter of will to pacify. A kind of mental and spiritual
gymnastics to feel good and cultivate well-being.

Compassion is recognizing that one is made of the same stuff as others. That each one is
as it is, has its own biography and trajectory in life and that we all do what we can. That we are
all equal parts sons of bitches and sons of God, as Perls said, although sexual E4 tends to be
valued high or low.

If one recognizes himself dependent on the other, he becomes more autonomous, does his
own thing, stops interfering with the other, there is no need to hate him if he does not think, feel
or think the same.

Developing compassion means not defending oneself from what worries one by
anticipating misfortunes: stop being a doomsayer, become stoic with pain, feeling it alone when
it comes is giving one a truce and not encouraging good coexistence to become a battlefield,
because for the sexual E4 it is a learning experience to discover that being calm and in harmony
with the environment is not living at half speed, but rather a state to which we all naturally
aspire. It is essential to come to understand that one does not deserve the mistreatment that is
given or the one that is given to others. That living is complex and simple at the same time that
you don't have to take anything from life, don't stop to think if you like it or not, if you love it or
not, just breathe.

Breathing is listening to the body, becoming aware of how one accelerates robotically.
Compassion is realizing how one exhausts oneself and how it overwhelms and tenses the
environment. It is necessary to stop the blender that is carried within and spend the excess energy
in another direction, towards work, enjoyment and creativity. It is not a frivolous and superficial
attitude, it is pure gratitude for being alive. There is nothing better to do in life. Being like this is
living. Stop, try what life brings, get to know and then give your opinion. Know and then judge.

For me, developing compassion is letting go of the frown, not twitching, loosening up the
muscles, standing back, laughing at myself. Realizing that it is not a crime to be wrong, that I am
not going to sink if I admit it, nor is the world going to stop, although egoically I would like it to.

To become compassionate is also to recover one's self-esteem, to feel worthy. It is not

about a solemn or arrogant attitude but an open, benevolent, natural way of putting oneself in
life. Personally, he related it to giving up the excesses of histrionics:

―I know that I have to be careful, because the tendency to trivialize or frivolize what I
want to say is pure automatism, and I often realize it later because of the bad taste in my mouth.
It is like degrading myself, selling myself cheap, not standing firm in what I stand for, losing my
footing and thus attacking myself and deceiving the other‖.
 Compassion is to continue working with oneself knowing that the runaway horse of hate
cannot always be stopped: watch oneself and not persecute oneself. Compassion is looking inside
and surrendering to the evidence that if you have so much capacity to hate, you have the same
capacity to love.

The difficulty that the subtype finds to maintain the loving attitude is to confuse
sweetness and benevolence with cloying. One fears dissolving into the world, turning gray,
losing one's place, disappearing. The sexual E4 has to come to understand that this is a crazy
idea, a cognitive distortion; what sounds like inauthenticity and pastry is actually letting yourself
be guided by the true loving feeling that flows naturally when you stop beating yourself up.

I have been learning all this in meetings with friends, when I realized the pleasure it gave
me to listen to them, recognize their gestures, their way of laughing and speaking so well-known
and comforting for being so, and also enjoying not understanding them at all. times, but being
there and laughing and shutting up a bit and taking a break from always wanting to be the center
of attention.

Compassion is giving the arm to twist, losing in emotional intensity and gaining in
lucidity: realizing that everything is simpler than you imagined, that one has a very bad temper
and a very good heart.
 E4 Conservation (Self-Preservation) – Tenacity

Different from the "sufferer" (social E4) and the "insufferable" (sexual E4) is what is called the
"suffered" (or ―long-suffering‖) in Spanish, an expression that speaks to us of a capacity for self-
frustration and endurance.

Instead of being a very tearful person, the sufferer is one who does not complain and
avoids crying in front of others, and who has learned to swallow a lot and endure pain without
blinking.

How could we explain this in terms of motivation? What need can push a person to
become a masochist? It is something like saying to a parent or loved one: ―Do you see that I am
not complaining? Do you want me now? Do you see what a good boy, what a good girl I am?‖

The E4 conservation aims to make virtue of resistance to frustration. Many times I have
explained it with an anecdote from Lawrence of Arabia, according to the famous film, which
shows him in an office in Cairo lighting someone's cigarette and then putting out the match with
his fingers. Someone asks him surprised: ―What are you doing?‖ And he explains that, in this
way, he trains himself to endure pain. He had developed from childhood this supposed virtue of
stoically enduring pain, and it surely served him during his exploits, which earned him the fame
of a great hero, for not even among the Arabs had anyone known how to withstand the harshness
of the desert in such a way.

In the E4 conservation, supporting is a passion, but how to explain it? I think the key is in
the introjection of greed. The visible envy that presents the sexual E4 as a demanding and
insistent oral aggressive, becomes here a counter-envy directed against the person himself, now
in the form of a self-demand that is also self-devouring.

The transformation in the conservation E4 by Cristina Nadal

The envious character is based on undervaluation. To do this, he looks at what does not work and
what is missing. It is installed in its lack and develops a very intense yearning for completeness
that it handles differently according to each subtype. Who envies loses out in the comparison he
establishes with others, with what they are, with what they do or with what others have.

In the conservation subtype, called tenacious, passion is that of effort. As in the other
envious subtypes, this subject has introduced the abandoning mother as a way to maintain
contact with her. By introjecting that mother who has not emotionally welcomed the baby
(whom for various circumstances she has rejected or separated from him), the bad look at
himself is also incorporated into his character. In this way, constant raving is served. The
superego resulting from this incorporation is, at the same time devaluing, very demanding,
especially in this subtype. That is why it is essential to see the face of this demanding character
and dismantle him and take away the enormous power that the tenacious person continues to
give him.

In my therapeutic process, it was very important to identify the enormous voracity of my

demanding part. It was also important to identify her, disidentifying myself from her, every time
she went out and keeps dating. It is an excellent long-term task, whose result is to reduce its
virulence by being able to use its intelligence.

In this subtype, the longing and effort to achieve what is distant brings the feeling of
being able to obtain that wonderful thing that was lost. The tenacious pretends to stop being
lacking and free themselves from the bad image through a constant effort, like an ant, based on
an important self-devaluation. An effort that reads: ―I'm going for it at all costs‖, and that
perpetuates the crazy idea that "we have come to this world to suffer and to endure". Thus, it
pretends to be lovable.

He has to overcome the stain, the deficiency — by which he interprets that the mother did
not provide him with what he needed — through an intense strenuous and tense activity. On
many occasions, in childhood, the situation was precarious or difficult due to deficiencies or
illnesses of parents and / or siblings. And there he says: ―Whatever the cost, I'm going to get
ahead.‖ Another common motto in this subtype is ―life is work‖, until this becomes ―work is
life‖.

I recognize that I am addicted to work; although over the years I have learned to enjoy
the holidays, even now I continue to fill the scarce free time that I provide.

Tension has several food sources:

On the one hand, the four conservation is an impulsive person who, in addition to
exploding from time to time in intimate relationships, is inhibited to achieve external
recognition. In general, he lives with anguish and guilt when he gets out of control, invades,
imposes himself or shows signs of passionate admiration or love. The possibility of getting out of
hand, as we will see, will be necessary for its healthy transformation, since its character structure
is supported by a high control of its impulses. These people agree that as children they were
repressed in their intensity, spontaneity, joy, naivety and/or verbiage.

On the other hand, much of the tension is fueled by the fact that the effort you make is
meant to overcome a deficiency that is at the base of the trait and is really just invented.
Therefore, this deficiency cannot be solved by concrete achievements. That is why, while this
subject is willing to do whatever it takes to get whatever it takes to give him legitimacy (titles,
work ...), as his devaluation system continues to operate, what he gets will not be enough, he will
not deny his deficiency, he will not save him from his lack, he will not save him from his lack,
nor will it move you from your attachment to it.
 So, to a greater or lesser extent, so much effort can be little operational. This person
spends a lot of energy fearing that what is being done will not be achieved and raising the bar of
the demand to counteract it. He spends a lot of energy postponing actions necessary for the
development of what he wants to achieve and blaming himself for it. It also wears out looking
for and striving where it already knows it will not turn out, and this ensures the perpetuation of
effort and devaluation.

Starting from the conviction that I will not be effective, I entertain myself in the details of
an action, be it ordering a drawer or writing an article, or in ensuring that I contemplate all points
of view, instead of getting to the point in a more operational way.

In this tenacious character system, living well, without so much tension and pressure,
does not fit, it is not possible. From the outset, curbing the permanent and tense activity increases
the level of anguish, since it opens space to feel everything that was hidden behind the tenacity.

Since keeping track of anguish is a good way to access transformative self-knowledge,

stopping tenacious activity will be a good start to the transformation process, although from the
outset it may imply an increase in anxiety and anger, and also a deep contact with sadness.

When my husband and I went to live in a house that we didn't have to start paying for
until after a year, far from Barcelona, and I decided to reduce the work a lot to be more with him
and me, I lived hellish periods. The self-persecuting internal dialogues were at ease and so was
the demand on him.

Assuming the contained emotions, giving them space and expression, is necessary to
heal. The healing thing is to feel the anger and sadness without exaggerating or justifying them
with thoughts that feed them back and that deprive them of the transformation that simply
involves living and expressing them.

My first healing movement was the intense catharsis I experienced in the first two
therapeutic trainings in which I participated. It came to me from pearls that in the late 70s and
early 80s emotional explosions were fashionable as a therapeutic method. Although I needed
individual therapy to elaborate the material that was appearing in them, they were a liberation not
only for the contents that emerged but also for being able to assume myself as intense and vital.
At the same time, I had to assume the sadness in the background, that there was no catharsis that
I could evacuate. I was feeding her back by not wanting to know anything about her (beyond
feeling like a victim), by trying to solve her, for example, through the couple, without taking care
of her.

Recognizing one's own intensity is, paradoxically, calming. It is more disturbing not to
know her and to fear her.
 Wanting to live better is not easy and is even punishable, it is not allowed. It can be
confused with an ambitious, reviled and feared claim. In fact, often, as in the other envious
subtypes, when conservation feels good, it "gets on the vine"; it inflates narcissistically rather
than satisfies and self-supports; with which, in the face of any setback, the balloon is deflated
again. Let us not forget that he strives to be saved from the lack in which he feels flawed. Let us
add here that this bad image that he intends to solve through effort hides and preserves a
grandiose fantasy of himself. A down narcissism fed by the ability to tolerate pressure and
egodystonic sensations, and also by the depth of his sensitivity and by what could emerge from
himself (fantasized) if he got an ideal love, an ideal job ... or being discovered by someone
important.

I substituted my emotional autobiography as “Autobiography of a Girl Who— without

confessing it—took on for herself the task of regaining the prestige supposedly lost by her father,
emulating her mother's toughness and trying to be an erect penis herself”. This woman is
already weighed down by the attempt, she already knows that this is not the only position she can
take before life. However, he still continues with the task of trying to let go of this pretension,
transformed into an obligation, without denying his desire for power, which was finally revealed.

Many times, especially when the relationship with the mother is more traumatic due to
the rejection, abuse and / or some mental illness of the same, we see in this enneatype an
impossibility of being happy. A prohibition, in principle mysterious, that is diluted to the extent
that it is confronted and to the extent that pain, anger and love are worked in relation to this
mother. As with any enneatype, we know that it is necessary not only to work with the Mother
Figure but also with the father.

In general, and more in these situations, it will be necessary to authorize yourself to be

happier than the mother or to achieve more than the parents, differentiating this from the game of
rivalry that keeps the person tied to an entrenched bond. I also needed to authorize myself to be
more socially successful than my parents.

On an emotional level, it is healing to recognize fear and fright, as such, at its most
natural level. Although the tenacious E4 can name its fear a lot, it is actually quite daring. In
general, the experience of fragility is not allowed. He covers it with tension and action.
Vulnerability brings him too close to the feeling of abandonment in front of which he has
become strong, feeling like a victim and resisting what is thrown at him. Feeling vulnerable
triggers intense emotional expressions that will need to be able to navigate

At other times, touching vulnerability raises the fear of depression. Feeling the decline of
tonicity, without justifying it with the fears with which the dog above continues to press to
continue with the tenacious activity, opens space to accommodate, for example, the need,
differentiating it from the lack.
 Recognizing the feeling of tiredness will be another good support to be able to assume
your limits and also those of others. To be able to let go of the effort, let go of the control and let
go of the neurotic pretension.

I learned to recognize fatigue thanks to pneumonia. What was terrible at the time—not
being able to do—helped sensitize me to tiredness, which was not part of what I could feel
before. It also helped me to be able to recognize and admit the limit of the other.

Given the narcissistic support that E4 conservation has placed on the effort, putting limits
on the demands of others, without taking refuge in guilt, is going to be a big step. It means that
you have value beyond what you do.

Being able to say ―no‖ is a great liberation. Sometimes it is not easy for me, I require a
lot of attention to myself. Currently, when by internal and external work, and by age, I have been
acquiring and recognizing my own skills, to say that it is not to give up receiving a recognition to
which I remain attached.

In the process of transforming this subtype, your body changes from tense to soft, at least
inside. It also goes from being more shrunken to being more expansive. Body work, both
muscular and expressive as well as sensory and attention, contributes to this change.

The quality of soft, vulnerable, fluffy... it has been appearing in a significant way—
blessed be it!—in my feeling, in my bodily perception. First I was afraid of losing my identity, I
was afraid of becoming dumb. Little by little, that fluffiness is what allows me to accompany
myself and feel within my space with the possibility of establishing the relationships that occur
and those that I seek.

This change in tone and body posture will serve as the basis for greater intimate contact
with oneself, the ability to enjoy and the ability to love and be loved.

The transformation of the E4 involves being able, little by little, to identify what does
work, what is good in itself and around, that is, in others and in the situations in which it is
immersed. Specifically, in the tenacious, it happens to approach to enjoy what is well resting in
it, without pretending to improve it, just savor it and let yourself be satisfied with it.

I remember the vertigo that gave me the first times I set out to look at what worked well
in my life. When I entertained myself in what I liked about my partner I noticed the dependence
to which I had always been phobic. In relation to my children, relaxing enjoying them without so
much educational pretension is proving very rewarding, and so are they.

It has taken me a long time to rely on my good quality of work, to know how to taste the
successes, even without completely disappearing the critical voice that points out everything that
could be improved.
 Recognize the good, the cute, the satisfying... it means renouncing to achieve what will
save us from lack, from stain, from deficiency. It means renouncing to be as special as the four
conservations feel to be, and it means renouncing their bastion: compulsive effort.

In the final stretch of my psychoanalysis I found that I was going to go more directly to
nuclear aspects and contents if I gave value to the positive of what I lived than if I entertained
myself in the negative.

Paradoxically, accepting and accommodating dissatisfaction and lack makes it possible to

enjoy specific, concrete satisfactions that allow you to feel comfortable with yourself.
Ultimately, this path will allow you to enjoy beyond the results and the concrete achievements,
since you can give more space to the void and no longer need to be saved from your bad image.
That will be one of the biggest transformations.

As the E4 conservation is no longer fixed on its lack, it is better able to assume its needs
and seek its satisfaction without avoiding frustration, it is finding its capacity to love. Affection
and love can spring from within without greater pretension than to enjoy it. He finds greater joy
in his love for the other than in being loved. This loving quality serves as a lubricant to also
enjoy the capacity for work that he has developed throughout his life.

I am finding it very satisfying to be able to offer others some of what I have learned.
Although with a lot of anguish, because of the pretension and the denied ambition behind being
the head of a team, I finally learned some coordination skills, which at this moment I enjoy being
able to offer in peer work groups.

Creativity and art, typical of all E4s, will be able to be at the service of satisfaction, more
stripped of the demand and the need to attract attention.

All E4s have a high capacity for enjoyment, joy, play and madness. The tenacious will be
able to open up to it without so much pretension to get away from their lack, to get recognition or
to seek security. You will be able to enjoy it, feed on your creative capacity and enjoy that of
others.

In its healthy maturation, this subtype finds a deep tranquility based on the development
of the emotional temper that provides the rest of so much endurance. In this way, equanimity
emerges along with the ability to give expression to his vibrant emotional pulsations with many
subtle tones.
 Enneatype 5 – Avarice

The Passion of Greed is the neurotic need to conserve the little that one feels to have conquered,
or the little that one carries within oneself.

With the existential experience of having lost the original union, the E5 renounces what
he does not have, while seeking not to lose what little he has left.

As regards the need to feel that he exists and is loved, the E5 distances himself from the
need itself and from the other, who represents someone who could awaken that need.

In order to obtain this renunciation, he is forced to separate himself from his feelings and
put his energy into an intellectual passion that he imagines could fill the sense of feeling poor
and disinherited.

Like the other mental characters, the Avaricious Enneatype seeks — through the
acquisition of intellectual knowledge — to fill the distance he feels in relationships — distance
that he himself creates so as not to feel dominated by the emotional chaos that affective
relationships imply.

Greed must be understood as a difficulty in giving the other parts of oneself — be they
emotions or intimate bonds. Even under the concrete aspect, the E5 does not manage to let go:
the neurotic attachment to concrete or symbolic objects is functional to not making contact with
a sensation of fragmentation that in its origin goes back to the lack of affective containment.

The E5 describes his childhood as a place and time of solitude that goes beyond the
events; relationships always have a formal and affectively aseptic style.

The mother, while intrusive and controlling, maintains an emotional distance. She does
not facilitate the expression of feelings, she is not empathetic and does not participate in the
child's world.

Care may not be lacking, but it is not transmitted through intimate contact, including
physical contact.

For the E5, the body —primary space for the definition of oneself— with its perceptions,
impulses and instincts ceases very early to be the basis of access to itself, the other and the
world, and cognitive information becomes the channel preferred for relational exchange and for
the construction of one's own identity.

Claudius often says that the character five: ―replace breast milk with books‖.
 Relationships are costly to maintain, and therefore not only are they limited to a
sustainable number, but they are pigeonholed into precise and unmistakable categories: a friend
is a friend; if he becomes a colleague, an uncontrollable inner turmoil is created on an emotional
level. Isolation, fixation of the five, must be understood not only as isolation from others, but
also as isolation of experiences from one another and isolation between the intellectual and
emotional worlds.

For the E5, the greatest task regarding interpersonal relationships is to sustain the
expectation and demand of the other because these represent a bond and a commitment from
which either he will not know how to free himself, or he will not feel in a position to satisfy; In
addition, they bring with them the danger of abandonment. There is a basic mistrust of
relationships and love.

He constantly has the fear of being invaded by the other, fear due to hypersensitivity and
a feeling of vulnerability.

Of all the mental enneatypes, the E5 is, without a doubt, the one that shows a massive
splitting mechanism that tends to isolate the pleasure area from the instinctive area: pleasure in
all its forms cannot be cultivated because it would be a source of emotional disturbance and a
hazard that would lead to loss of control.

The E5 appears cold, expressionless, thoughtful, inhibited, suspicious, and physically

withdrawn.

Within himself he is not aware of also being a body, just as he is also foreign to the
other's body, as if he were walking in a world that does not belong to him.
 E5 Social – Totem

If the E4 are so intense, that this makes them very differentiated or contrasting characters, the
E5, on the other hand, in their usual lack of intensity, appear to us as more difficult to
differentiate between them.

In reference to the passion of social E5, Ichazo used the word totem, which I find very
evocative, a good image. But the passion of the social E5 is something similar to the need for the
essential, the sublime, we could say, instead of the need for what there is. Totem indicates both
height and the character of being a constructed object rather than a human being. The height of a
totem evokes a tendency of these people to look up, towards the ideal, and to relate to the most
outstanding and prominent among people, something like Midas wanted everything he touched
to turn to gold.

The tragedy is that, by seeking the social E5 a super value, it implicitly despises ordinary
life and ordinary people. He is only interested in the quintessence of life, the elixir of existence,
the ultimate meaning. But in this orientation towards the stars he becomes someone who is little
interested in life here below... He becomes, therefore, too spiritual, since affective
impoverishment, which moves away from compassion, is precisely contrary to spiritual
achievement. Thus, in this character, a polarity is established between the extraordinary and what
does not make sense, so that nothing makes sense until the extraordinary or magical is reached.

The transformation in the social E5 by Angelo Contarino

The lines that follow condense experiences, intuitions, reflections and commitment on the part of
many people: those who participated directly in the writing with their biographical account and
their writings, and those who participated in the debate meetings to share, reflect or differentiate
themselves with others. social fives. The following have collaborated in the preparation of this
chapter: Luis Fernando Cámara, Eduardo Guedes, Paco Aguayo, Miguel, Marian Quintillá and
Pablo.

What has been left behind

One of the first things to come to light is the abandonment of a dull, depressed mode of being in
the world. A kind of sadness, of opacity, is lost, which makes things the same and repetitive,
without a future, without a project. You lose that kind of laziness that has little to do with a
natural rhythm that allows you to enjoy life and that is related, instead, to the difficulty of feeling
and perceiving stimuli, and responding to them.

The muffler effect disappears, which serves to muffle perceptions, and through which, for
example, we realize only a posteriori the emotions we feel. What's more: in some cases there is
an excess of sensitivity and susceptibility. You react with more force and spontaneity; with less
ambiguity; with less need for rebellion; with less resentment; and aggressiveness is experienced.

Before, the emotional charge ended up in the inconspicuous but active box of resentment,
which was often expressed in an indirect and veiled way, and almost never at the right time. The
habit of swallowing everything is lost and it is easier to deal with rough situations or those that
cause discomfort. There is no longer an effort to avoid or to hide.

The ―no‖ is natural, passing first through the period of ―I can't‖ and then ―I don't want
to‖. Ambiguity is lost in favor of clarity and transparency.

Before, it was as if the perceptions arrived muffled. Awareness of the stimulus came
much later. As if in a remote time of life the need had been felt to muffle the emotion for fear of
its excessive load. There followed an indecision in behavior that manifested itself through hidden
doubt and pretending that nothing is happening.

The crazy idea consists in preferring not to feel: ―Nothing happens here, and if it
happens, I put up with it and hide it, even from myself. It is then that the five puts on a poker
face, as if everything were slipping away from him and he was above good and evil, in such a
way that he neither feels nor suffers. What happens is that the five decided at a very early age to
lock his heart in a trunk so as not to suffer and throw the key to the bottom of the sea‖, says
Miguel.

So that as the healing process advances, the feeling of being in limbo ends, of navigating
in an area of poorly defined relationships, in which things could be done but are not done, an
answer could be given that is not da, and you're not sure you feel what you feel. A feeling of
suspension in which, to pass the time, we give ourselves over to activities such as being in front
of the television or the computer, unwillingly, without realizing that we are killing the energy
that we carry inside.

―I realize that there is less reaction time between what I think and what I express. The
five is known to be deeply insecure about what he perceives and realizes it very slowly, so he
puts everything off. That time has decreased for thoughts, emotions and actions. Now I feel more
talkative, more communicative. There is less customs, less censorship because the fear of being
wrong has decreased. There is a more fluid expression of thoughts and feelings, and I rest in not
having the position of the expert,‖ says Luisfer. ―We learn to say what we feel, what bothers us
and what we need even if we do not have "solid arguments" to support it. To say enough and
manage to keep it. To clearly ask for what we need,‖ says Marian.

Expressive freedom is one side of the medal; the other is to give less importance to the
approval of others
 ―I give less importance to what others think of me. I liked knowing that I am great and
important and I realize that there is still an approval and prestige craving part. But I don't give it
so much importance; I realize more how I want that and at the same time I can put it aside, I
don't believe it too much anymore,‖ confesses Luisfer.

Decrease the time spent on internal dialogue. Fewer explanations and rationalizations are
sought that imply a delay in action. We are more aware that so many laps are the result of an
attempt at self-manipulation that leads nowhere. ―The limits of the mind and will are experienced
as real, losing faith in the omnipotence of the intellect,‖ says Marian.

Lucubrations are abandoned to seek the cause of events in reasons external to the lived
experience. We settle for what happens. The answer is found where the question arises:
Confidence in theories, in the accumulation of knowledge, in extraordinary visions, is
withdrawn. ―I'm quite tired of learning theories, reading books... Right now I'm more interested
in what has to do with the body,‖ says Miguel.

We are less planning and strategic: we realized that any type of plan, the result of fear or
feeling inadequate and uncomfortable in certain situations, does not give the expected results
and, often, is not even viable. ―I do not seek the extraordinary to extricate myself from everyday
and real life. I don't substitute human emotions and experiences for ‗mega-intellectual handjobs‘
or for ‗supernatural shots‘, and above all I don't believe them... I don't believe my fantasies
either,‖ says Marian.

While the feeling of imagined superiority in relation to others is diluted until it disappears
and we surrender more to friendship than to a relationship of expert and teacher, we also
abandon the feeling of inferiority and guilt; the identification with the bad breast or with the one
that did not exist is abandoned.

As far as things of love are concerned, the pleasant experience of contact is welcomed
and little by little the idea that it is better to be alone is abandoned: we no longer imagine
ourselves alone in life and we give space to encounters, coexistence and family. The couple and
sexual relations are more complete and fulfilling, and they do not want to give up. The idea of
sentimental solitude and the fantasy of the single are abandoned to open up to the unknown
world of relationships and/or the creation of a family. ―We leave behind the crazy idea that
someone could love us with how strange we are,‖ Miguel thinks, and we leave behind the fantasy
that our mysterious and inaccessible image can really serve to establish relationships.

Of course, the achievement of new balances is the result of a process that can go through
several phases. As far as significant sentimental experiences are concerned, having abandoned
the shell, emotional openness brings with it the pleasure of being with the other and, at the same
time, the fear of losing one's own independence.
 Sometimes, the initial rejection of the relationship turns into his own: a desire for
exclusivity and great demand in relation to the couple.

Recognizing the difficulty of integrating erotic love with affective love and being aware
that sexuality defends us from feeling love, the distance between eros and feeling is shortened,
and we embark on a path of progressive integration of the two spheres of feeling love. Sexuality
previously repressed or lived in a distorted way and with daring fantasies resumes its pleasurable
nature. At the same time, ―the dependent bond is no longer confused with friendship, and falling
in love with true love, and the mechanism of fusion, confluence or dependence out of gratitude
towards the other is avoided,‖ says Miguel.

We do not sacrifice ourselves, or other people or relationships, on the totem pole altar.
This is very important and supposes a root change.

Main changes
―Hey, I'm going to be a normal guy!‖ warned another of our tribe... The film by the brilliant
Aragonese film director Luis Buñuel “Simón del Desierto”, in which he presents a hermit who
goes to live in the desert on a the top of a column, ends in a nightclub in a Mexican city in which
the old hermit, shaved, detached from his sackcloth and dressed as one more, does everything
possible to flirt with some girls.

Among the main changes stands out a new sense of life that flows inside. A feeling of
being and being in situations vibrating by what happens, although sometimes we are assailed by
emotions due to lack of emotional training. It is as if the path towards one's own humanity was
resumed, abruptly interrupted during the first phase of life, an interruption successively renewed
without any real motivation.

―We take care of our basic needs, physical and emotional, with quality. Loved people,
nurturing relationships, rest, health care. Awareness and respect for one's own limits. We commit
ourselves to life and to people, unlike that eternal being on the sidelines, in purity, in
irreproachability and in nothingness‖, says Marian.

―I am more aware of what I do. Being more present in daily life, this is my reference.
Now, if I don't find meaning in ordinary life, something must be wrong‖, says Luisfer.

Of course, this landing in the world is the consequence of a process, sometimes painful,
of loss of confidence in the old ideals that can cause fear and uneasiness and that makes the five
find themselves facing the void. You feel that the ground is missing under your feet, that
everything that used to serve is now useless, and that even the highest values no longer support
you; and there is also a moment in which it is perceived in an earthly and disintegrating way.
That will be the moment when the mask will come off, the naive will fall from his column and
the bump can be very painful. That which he had loved as most precious, that for which he had
sacrificed himself, will seem to have no value anymore. ―That is the emptiness, a moment of
total panic that can make one think of madness. Life loses all its meaning. Depression, panic,
despair, being alone in a dark well and not being able to get out.‖

Panic, empty. The vacuum. And now that? ―Then strange moments can arrive, brown and
without flavor; of being fragile and not being able to trust in having a north, a retreat into one's
own life. And doubts. Doubts about whether to continue collecting, out of habit, transcendent
wisdom that can lead to some kind of profound health or, on the contrary, intuitively more than
rationally, give up finding that ancient non-existent treasure,‖ says Marian.

When everything seems to make no sense and the mind accustomed to understanding is
not able to dissolve the knots, emotions take over with turbulence and one feels dragged to
unknown and unwanted places. Literally, a way of being breaks down. The old balance is broken
and the ingredients of the personality are released to re-crystallize around an essential center.

―You cannot suddenly get out of the void, that desert of ashes from burned books, which
leads us to an inner feeling of uselessness, of being incapable of achieving anything. The
substitute for life showed his lie and the search for love is made difficult by the lack of faith and
self-confidence,‖ says Miguel.

But the process continues. The approach to life, which was previously manifested
through thought, takes more and more form through feeling, both physical and emotional. You
rediscover the feeling of being, of being present. Simple things like the pleasure of breathing, of
feeling that we breathe while we are in the company of others, are recognized.

From the practical point of view, everything assumes a greater intensity. Unlike before, it
is no longer possible not to be present. A charge manifests itself, a force that leads to contact and
sometimes harsh confrontation. Everything takes on an unknown intensity and drama. Grab the
bull by the horns: deal with solving the problem without putting it off. The awareness of the
needs, the connection with the emotions, the experience of the satisfaction of desires, of their
wide range, the taste of life, no longer make us withdraw, grumpy, for something that can be
solved by asking for a hand to the person who can help us.

―Before I was in tasks that were above; before, lofty tasks demanded my full attention.
Freed from this, I now have more love for myself, I am more aware of what I want and I am
more free-brave to say it. I dare‖, says Luisfer.

The feeling of friendship, which the five has always cultivated through affection related
to esteem and admiration, becomes significant, a fundamental support base to sustain oneself and
understand what is happening. The saying ―Better alone than in bad company‖ has been followed
more than necessary.
 ―Opening our hearts to a friend, discovering that they may love us and listening even in
situations that seem strange to us and yet to be understood is one of the things that most heals the
E5‖, believes Miguel.

Upon discovering the value of the friendship relationship, it also becomes unacceptable
to give up old friendships with which misunderstandings and annoyances may have arisen, and it
becomes equally important to repair conflicts, enduring anguish and having an open heart to
show one's own vulnerability.

―Consolidating the territory of friendships, as we progress along our path of growth we

will discover that we can also learn from ordinary people, and also from those who did not fit
into our horizon,‖ continues Miguel.

The idea of being in the truth is abandoned and the experience of understanding other
ways of seeing life is welcomed. Each one has their way of being and it is difficult to say what is
the best way to approach each other.

―I have also learned a lot from the people with whom I got along badly (enemies and
hated): it has been surprising to see how you can go from intolerance to friendship, to see to what
extent I have the same thing that I cannot stand, understand those relationships and make them
friendship‖, adds Luisfer.

New attitudes that are born

While some previously impossible changes are now viable, we are witnessing the crystallization
of a new way of being, of living, as a result of the work done. An interior modality that finds a
correspondence in a way of feeling in the physical. It is, from a certain point of view, a
psychophysical posture towards life, a way of being in it. We feel with our feet more firmly on
the ground and our spine straight: both gestures contribute to creating the feeling of ―I am here‖
with dignity and strength. The verticality is not that of the monolith but rather that of a rounder
and smoother shape; fewer angles and more curves; less gray seriousness and more
entertainment.

The care of the body, the attention to the aesthetic aspect, an availability towards contact
and exchange, an ethic of participation, greater security, are frequent and reduce an old way of
appearing careless and indolent.

―The novelty is being more in the body and taking care of myself, taking charge of my
life. Now, at this moment, I eat, I take care of myself, I take care of myself in the body guiding
food, health,‖ says Luisfer.

There are no longer reasons to identify with the child part that is attacked and guilty, and
the perception of being little and of being seen as little as possible fades away.
 ―I don't feel like doing anything else but what I do... My current job is to stay there,
feeling, until I find out, and as far as possible (this includes my own neurotic limits), put the
means to satisfy my need‖, explains Marian.

It is like accepting your assigned place in the universe and honoring the flowing life.
Between the opposite poles of fear and submission there is an intermediate point that leads to an
assertive, calm and self-confident attitude, which faces whatever comes without losing its calm.
The sensation of verticality is accompanied and complemented by a less serious and reflective
attitude.

―I discover within myself a more playful attitude, more childish, more in contact with the
inner child. I have more ability to joke leaving behind solemnity/grandiosity. Being lighter, not
taking myself seriously,‖ confesses Luisfer.

A sense of confidence develops in the fact that what can be done is done, and that there is
nothing to fear if we go with the flow of life:

―It is also inevitable that a clumsy five decides to take action accepting the possibility of
being wrong," says Miguel. The feeling of acceptance extends to everything, also to the most
sacrificed parts and the parts carried automatically. ―It seems to me that one of the most
transformative things that I have been learning is to validate myself in all my facets, including
the most characteristic. The assumption is that I stopped fighting,‖ says Marian.

The pleasure of some abilities, of some interests and competences that were impregnated
with egoic motivations and that are, in any case, a source of personal pleasure and connection
with the world (reading, writing, valuing art, aesthetic dimension).

―Overcome the feeling of incapacity caused by a very severe judge, one goes through
states of euphoria (like a child with new shoes), disappointment in the face of the first obstacles
and need for help. But this does not affect the need to go out into the world and learn from one's
own mistakes. The attitude of going with an open heart and looking the other in the eye remains,
the willingness to receive naturally remains and you learn to ask for forgiveness when you make
a mistake‖, says Miguel.

The feeling of affection and of the same compassion that one feels growing up, do not
belong to the individual but rather include them. It is natural. You feel less afraid to show and
share the affection you feel. By being in contact and being faithful to the current of vibrations,
the commitment to the other and to the world appears.

Sometimes we do not feel prepared to welcome such intensity, and in this case another
horizon also opens up:

―I have the feeling of a deep love towards the world... Something moves me, and I feel
this love. I don't know what to do with something so big... It's a compassionate love that lives
more easily in solitude. At some point I have been able to share it with the people I love. I'm still
ashamed to express it. I value people, I see the best in people. Sometimes it is more difficult for
me to see it in myself than in people‖, confesses Eduardo.

This is a moment in the process that leads to surrendering to the evidence that there are
no merits in feeling emotions such as love and compassion, that there is nothing high and special.
It is something natural that arises from the relationship; something human, deeply human, for
which unfortunately we are not prepared in principle, but that can be transformed into a simple
willingness to be with an open heart towards ourselves and towards others.

What has helped us? Therapeutic practices and tools

The social E5 has more difficulties than the E1 to identify with his totemic ideal. This difficulty
leads him, on the one hand, to search for something increasingly extraordinary that will save him
once and for all, and on the other, to perceive the distance that separates his daily life from the
ideal. Not being able to be comfortable in the place where we are used to, disposes us to travel,
to meet new people with whom to establish different relationship modalities, and to be in places
where something significant can happen. That is enough to crystallize a state of balance and deep
well-being. It is, however, useful to ―savor the emptiness of having achieved what we wanted,
knowledge, recognition, etc., and see that it does not satisfy the inner hunger for love and
contact,‖ says Marian.

However, ―I did not get much from my searches or from the many books I read. My
relationships had been few, and they were usually with women who were far away or women
who were unbalanced and very emotionally charged. At work, and despite knowing I was a very
talented musician, it was difficult for me to value myself and I accepted economic arrangements
below what I deserved‖, adds Pablo.

―The dissatisfaction is perceived and we realize that, locked up in the ivory tower of the
totem, even excited, hypnotized and devoted to it, there is something wrong,‖ observes Miguel.

To the perception of dissatisfaction is added, sometimes, the deep experience of despair:

when it is seen that everything that has been built — and often on ground that at some point had
been solid — begins to crumble as after an earthquake, you can live a moment of cosmic despair.
You don't know what to do, you don't know where to go, any movement seems to aggravate the
situation and there is no way out.

Pain that has been contained for a long time emerges and expresses itself in
unpredictable, sometimes violent and vindictive ways.

At the moment in which this experience of emotional and rational dismemberment is

going through, we cannot even imagine that it could be useful and that it represents the rupture of
an egoic scheme that leaves open the way to new possibilities of interior reconstruction and new
states of consciousness. When we are in the dark, other unforeseen existential modalities of
being in the world are activated, new possibilities are discovered and, above all, we become
aware of what deeply constitutes us.

At that time, the small flame of meditation, friendship with friends and teacher, and trust
in the process help to overcome many difficulties.

In these cases, the presence of a guide and a group of friends is important to facilitate and
speed up the return home that has already begun. It can be the moment in which simple and
essential things are discovered or rediscovered: ―…one fine day I noticed that while my head
was busy with these catastrophic thoughts, my lungs were barely breathing. Then I began to pay
attention to my breathing and I noticed that the obsessive ideas that invaded my mind, if they
didn't die down completely, lost strength. Almost by chance I discovered a magic recipe: against
obsession, breathing‖, narrates Miguel.

The many tools that promote awareness of the body and of the self as a body are
discovered and valued. The different body therapies, dance, physical contact, conscious
breathing, massages, tai chi, chi kung, gestalt therapy, etc. It is also useful to dedicate time and
attention to activities such as walking, feeling the sun and the air on your skin, listening to the
sounds that surround us, excursions, contact with nature.

On the path of transformation, the experience of gestalt therapy is one of the most useful
because it helps to become aware of the body and allows an integration of body and emotions.
For a schizoid character like number five because, during childhood, in order to survive, he had
to disconnect from the intensity of his emotions and then continue down this path due to
automatic laziness or mental fear of exposing himself to other foreseeable catastrophic events,
the path of integration is the master road to psycho-emotional health.

―Gestalt therapy represents a quick way of contact with emotions, with their existence,
their importance and their usefulness when facing daily life. It is a simple and quick way to get
off the donkey and step into the mud of emotions‖, says Marian.

The authentic meeting with other people who are put into discussion – characteristic of
group therapy – offers a great opportunity to the social E5, without confidence and withdrawn in
himself:

―For me, there has been nothing as surprising, or as unexpected, or as transformative as

being seen and taken into account as a person. Genuinely. With interest. Without abandoning me
and without overwhelming me. For this reason, there are few things that have been more healing
for me — more revolutionary healing — than finding that other people treat with respect and
care not what I think, but what I am,‖ says Marian.
 As we descend from the totemic limbo, we discover how we have collaborated in
entangling ourselves in conflictive situations. We discover ourselves wounded and sore, and with
an explosive charge of aggressive feelings. It has been a relief for everyone to be able to scream,
attack, rebel and unleash a ruthless and wild inner animal that enjoys the fight.

After having discharged everything that boiled inside, we realize that it was an important
vital energy, that it is part of our animal heritage and that it is not synonymous with violence as
we previously believed. When anger is disengaged from long-held resentment and you are open
not only to feeling emotions but also to confrontation in conflict, you learn to say ―no‖ without
too much trouble.

The old behavior of swallowing and refusing to answer and clarify things doesn't make
sense anymore because we feel ready to put our limits with words and posture.

Knowledge of the personality map expressed through Protoanalysis and the Enneagram
of Personality has been, for everyone, one of the most significant things on the path of personal
formation. And this for many important reasons; some of them are: the thickness of the
information received about oneself; simplicity the vision that sustains it and the possible
dynamics to move away from the periphery of oneself to go towards the center itself.

For many it has been of great importance ―to know that there were five others who had
had a childhood similar to mine, their hobbies, experiences and way of seeing were equivalent to
mine. This relieved me greatly. I was no longer the rarest creature in the world, there were other
similar ones,‖ says Miguel.

Another significant point has been, for those who have had the opportunity to do it in the
countries where it is allowed, the experience with sacred or psychoactive plants; it can be very
important to temporarily place yourself in a dimension you haven't been in before, a place where
more things exist than you are aware of. The shamanic journey is a great opportunity to get to
know each other better, to see where we are in life, what the fundamental dynamics are, as well
as being a great help to get out of a situation of stagnation and overcome psychic bottlenecks.

What helped us the most on the journey to consciousness?

For a person who grew up with the fear of being invaded, the encounter with his peers becomes a
litmus test: it is what he most seeks and of which he has an extreme need, and what he fears the
most due to the disorders that it can cause.

The closest relationships and, therefore, the family ones, are the most transformative. It is
important to understand the relationship with the parents and fundamentally the love
relationship: a true school of growth that tests and pushes towards more ambitious goals.
 Being able to give oneself, reuniting ways of loving that are usually separated,
exchanging appreciation and pleasure of being with the other, can create a fluid so sweet and
nourishing that it repairs and regenerates damaged existential tissues.

―The couple's relationship has been an important factor of change, a capital influence.
Now I have more capacity to be present, to open up, to enjoy myself that was not possible
before. This experience of love is deeper than in the past, because of an inner change. I don't
think I've found a better partner,‖ says Luisfer.

Through the couple's relationship we realize how our three centers (instinctive, emotional
and mental) are separated and how, out of love for oneself and for the other, a process of
harmonization can be established. Loving the other without forgetting oneself, balancing the
modality of loving expression and, therefore, harmonizing the three types of love that as human
beings we can feel and express (maternal, erotic and devotional love), means cultivating a plant
whose fruits can be tasty and nutritious, and venture on a path of transformation that is surely
among the most laborious for a five.

―I have been able to see how much of the need for love, sexuality, eroticism and affection
that was missing was put elsewhere, it was displaced in a search for spirituality. It was as if there
were an eroticization of the spiritual, of the extraordinary. Now I feel more in reality,‖ says
Luisfer.

The arrival of children is experienced as a grace and with a feeling of deep gratitude. It is
an experience of joy and emotion, difficult to describe, that opens the heart and connects with
humanity. Children have allowed us to open ourselves to a tenderness and feelings that can only
be experienced with them. It is an experience that can break the rooted egocentrism of the social
five, directed to take care of their own things. While learning the pleasure of putting oneself at
the service of the child, the need to take care of the world in order to make it livable for the
young generations becomes apparent.

One of the most important things is the presence of a special friend, recognized as a guide
and teacher, with whom a process rich in experiences begins. It is fortunate to have found dear
friends —some more significant than others—, but for many of us there was a particularly
significant encounter with Claudio Naranjo.

―The relationship with Claudio as a teacher has been the most extensive in time and the
most important. First, because of what he taught, then through informal contact: eating,
walking... learning about his freedom, about his ability to be present, to say what was important.
I have learned from his devotion and also from the conflicts I have had with him,‖ says Luisfer.

As for me, I don't think I could have gone through what was the most difficult crisis of
my life — in which I felt I could lose her, either physically or spiritually — without the
acknowledgment of her presence and the feeling of devotion that accompanied it. accompanies.
When I felt myself explode and saw the fragments of my personality moving away from each
other, the level of loneliness and despair was so high that I would not have been able to go
through that difficult time - which lasted a long time, several years - if I had not felt the spacious
quality of his presence, if I hadn't had confidence that somehow I could find protection in him,
and if I hadn't sensed that he could help me because he understood without prejudice what I was
going through. His presence gave me security even regarding the fact that certain processes must
be allowed to flow and that, even when there is no light to be seen, the exit from the tunnel, is a
matter of letting the process flow, trying to keep the flame of the awareness.

In this sense, some common meditation experiences have been fundamental in which I
felt a connection so deep that it relieved the state I was in to take me directly to another state of
presence.

Another important element related to Claudio's presence has been the existence of a
group of friends gathered around him; especially some of them, with whom we have met for
several years to confront and share individual and collective experiences. In those critical
moments it was clear to me that it was a community of psycho-spiritual work that positively
influenced and influences this part of my existential path.

A different relationship with the ego

Now, after many years of personal work, we see the limits and we are careful when we are drawn
to paths little frequented by ordinary people. On the path of transformation, one learns to
recognize the underlying mechanism that feeds the ego and also learns to accept it when it could
be functional for the situation, but it is not given space when it is clear that it leads to the
reinforcement of non-functional character tendencies.

That is why a kind of increasingly refined inner compass develops that allows us to
perceive the elements that are part of the ―return home‖ or when these elements, instead, move
us away. We learn to say yes or no to ourselves. It is as if we prepare ourselves not to let
ourselves be seduced by the song of our own sirens, while, on the other hand, we learn to feel the
winds that unfurl the sails towards home.

Progressively, just as the useless isolation of people and situations is renounced, the
effort directed at maintaining a parallel world of ideals and illusions is also renounced. What
before seemed like a duty of logical and moral coherence now appears in its false and
inconsistent function as a mask.

―Returning to the earthly and real world entails giving up our expectations and our
fantasies about the same personal transformation (our own and others). Entering into the ‗I don‘t
know‘ and holding on there, renouncing the extraordinary life, being in return more and more
present in daily life, taking care of ourselves, attending to us, establishing more satisfactory
contacts‖, says Marian.
 ―In everyday life, with its practical aspects, the need to pay attention to things and people
does not manifest itself once and for all; there remains a territory to explore and discover, in
which to advance with the ability to surprise oneself and a great willingness to experiment‖, says
Miguel.

Upon falling into the land of men — after having navigated for a long time in parallel
universes — you can feel a great disorientation because you still don't know what you want and
how to do it. We feel uncomfortable in many situations and ―it scares us simply to realize that a
good part of our well-being depends on such simple and concrete issues, and their management.
It discourages us from admitting to ourselves how little confidence we have in being able to
achieve what we need in this regard to be satisfied,‖ says Marian.

In fact, we carry within us a little-grown child who needs to learn many things that
previously seemed to us to be of little importance and that now have great meaning in life. It is
necessary to have an educational attitude towards ourselves and take our hand. It is about making
room for that child and starting an understanding dialogue with him to help him walk through
life on his own two feet.

We realize that, although on the one hand we feel closer to ourselves and more naked,
without the need for disguises and identifying perfumes, on the other there are still areas of
existence that are not functional, do not respond to authentic needs and that they would tend to
prolong their authoritarian permanence.

As far as the parts of the self related to the old automatic mechanisms are concerned—
life substitutes, illusions, subtotems can be formed—a need for acceptance and benevolence
matures. It also matures a feeling of love that the social miser had not even granted himself.

―At a certain point I decided to stop beating myself up, mistreating myself, censoring
myself and calling myself useless. I decided that the ‗dog from above‘ had its uses to warn of
errors and deficiencies, but that I should not become a slave to its torturing hobby. From that
moment on, the moments of depression and discomfort or discontent with myself have not
disappeared , I still censor myself from time to time, but that internal disagreement lasts much
less than before. I no longer spend entire weeks or entire months mistreating myself. I try to
detect as soon as possible those moments in which catastrophic thoughts come to my mind but I
do not fight against them but rather I have the confidence that they will go away, for example
tomorrow, especially if I do something different from what I did today,‖ says Miguel.

On the one hand, it is necessary to let the flow flow, to accept that there is a part that is
not yet clean, and on the other, not to make concessions to the postponement of the awareness of
events and to wish that certain situations and behaviors do not repeat themselves. With
determination, if necessary, freeing our house from useless obstacles, from behavioral residues
that lead to nothing, reducing the field of laziness and renewing the intention to work on oneself.
It is the moment of the impeccability of the warrior, of determination, like that of Ulysses with
the suitors, but also of infinite love for oneself.

It is necessary to give rise to both one attitude and the other. Accept yourself, both in the
light parts and in the shadow parts. Carry out the work in a context of trust in the organismic
process. Things are as they are; they have their own dynamic; change does not depend on an act
of will but on the faith with which they are clothed. We realize that the ego no longer covers us,
does not dominate us; its dangerousness is reduced and it begins to be seen that there is a place
for everything, that reality does not have two faces, but is unique.

From another, it is seen how long the road is, how insistent is the force of karma.
However, we are witnessing a beneficial process: while new horizons are opened, some typical
traits of character remain to be diluted and, finally, dissolved. The important thing is to do it with
confidence and with a spirit of surrender.

When we give ourselves with confidence to life, the distance of our own personality is
perceived. We feel good about the perception of needs that are given voice and expression;
Desires are activated that, when previously perceived, were experienced as something unclean, a
useless interruption of normal activity. Play, walk in the countryside, seek satisfaction, enjoy,
work, etc. they become the most natural things in life, and not a contradiction with one's own
search for fulfillment. It looks profoundly good and natural, and we wonder how we could have
done without it for so long.

―After a process of transformation that has led me to tear down all my celestial idols,
including a thousand and one conceptions of God, and to distrust everything that smacks of
escapist transcendentalism, I continue to feel deep inside that I am not from here; However, this
feeling is no longer presented as a comfortable excuse to not get involved in the world, to
sublimate the pain or escape from the inevitable conflicts of everyday life, and even less do I use
it as a maneuver to feel special, better or different to others... So, I am more present in daily life,
and this is the only reference‖, explains Pablo.

It is also known that the road is long and that it must be traveled with confidence.
Sufficient experiences have already been had to consolidate our faith in the profound nature of
things.

The inner work and realization

The social E5 is very invested in self-improvement and is therefore naturally inclined toward
inner work. However, it is surprising to see how the fruit of a work that is often disciplined and
ethically motivated can be contaminated by the vanity of a self that is dissatisfied with its own
image in so many other spheres of life. ―Look how good I am... what experiences I am capable of
achieving‖, is something we have all said to ourselves more than once. However, the psycho-
spiritual path already traveled is and continues to be a plowed field in which to sow.
 It is of course possible to resume and essentialize that path, and luckily spiritual practices
have their antidotes, which generally have to do with the body. And, from the body, the social E5
has a lot of need.

Dynamic spiritual practices like the Latihan, dynamic Sufi practices, Zen meditation,
meditative listening to music, all practices that involve movement and reducing mind control
have been very important to us: you experience a constant change of experiences, the body's
ability to self-recover and self-balance through the suspension of mental control interference is
discovered. For the social E5 that burns with the desire to seek, it is essential to discover the
possibility of relaxing, without making the efforts that often served to align with an ideal of
behavior and image.

The social E5 has a marked tendency to indulge in experiences such as meditation, but
has great difficulty integrating them into everyday reality.

Moreover, there is a moment that all of us who contribute to these lines have experienced
in which everything learned seems useless or insufficient to be in everyday life and a phase of
―disappointment of achievements through the extraordinary is experienced. References to the
spiritual path have vanished. There has been a fall of the general lines about how things have to
be and a stay in not knowing. No references. Abandoning concepts, ideas borrowed from
masters, adopted by harmony but without a very deep or very embodied approach,‖ says Luisfer.
It is as if life, great teacher, asked us what is truly ours, not borrowed, not stolen.

There are episodes in life that really test us and the experience of being in the dark,
disoriented, and sometimes desperate, can be an opportunity for change and transformation. We
realize that the amount of accumulated experiences, the curriculum of degrees and the supposed
level of spiritual maturity are not helpful. The pretense of knowing where one is going and what
one is going to look for is renounced, and this represents a remarkable novelty. We marvel at
how the body has the ability to self-regulate and solve what can be solved.

―There is no need to know what is not yet known. Nor do you need to know to be or to
find the place‖, says Marian.

―I don't know where I have to go, this compulsive need to know where to go has
decreased a lot. The need to confront an ideal image has been strong,‖ says Luisfer.

This change of perspective, of direction, product of the previous work, contains and
expresses more deeply rooted values. It is the importance of being versus having, of feeling
versus the accumulation of high-sounding data and experiences. ―It is very important to know, to
feel, if it is a lived idea or if it is in the head‖, says Luisfer.
 The feeling of being leads to the perception of life as real. Everything becomes
something simple. ―You go to a state of simplicity. A progressive trust in our human nature that I
realize I didn't have before,‖ says Marian.

―Now that the smoke is clearing, you can see the most real images. In this period that I
live like new I don't have a precise direction, I don't compare it with ideal images. Today I know
that I don't know and I feel much more earthly‖, adds Luisfer.

The feeling of being alive is established and it is discovered that as a result there is no
need to do much, to make much effort. It is enough to let yourself be. We join the wisdom of the
organism, leaving behind any — useless — intention of control. The experience is lived that the
direction of life does not depend on a reflection or an act of will. The transformation is the
product of a new crystallization of physical, emotional and mental elements based on a balance
that leaves more space for the physical and for something that comes unexpectedly and
mysteriously from within.

One has the experience of a wide space in consciousness, in which there is room for
oneself and for the world. Sometimes everything seems to spring from consciousness. It is at the
same time actor and scenery, increasing the microcosm-macrocosm relationships. Sometimes
there seems to be a single energy web. Somehow, it is discovered to belong to the world, to be
part of an evolutionary process expanded in space and time without taking anything away from
one's own individuality.

Without dispensing with the intensity of emotions, the larger space in which they are
contained cushions the alienating impact of identifying with them, and also allows them to be
welcomed with a wider range.

―We accept life as it comes, what it brings and what it takes, opening ourselves to the
different experiences and feelings, and without clinging to them... or avoiding them,‖ says
Marian.

Deep down, we discover that we participate in a greater destiny and accept the part that
we have to live. More than anything, be what we are naturally.

Also the awareness of the end of life, which for a long time was what prompted us to take
advantage of it, the motivation for a more authentic search, now loses the dramatic tonality that
accompanied it to be seen as a real possibility that can come in any moment and that vanishes in
a process where full and empty, existence and being, life and death, are related and converge one
into the other.
 E5 Sexual – Trust

The word trust would be the basic issue for the sexual five. Among them there are many poets or
artists. Nijinsky was such a five. He had an extreme expressiveness, but cut in many ways.

If you try to find the difference between the sexual E5 and the other subtypes of the five,
it will not be easy. But if you go into conversation with them, you'll hear them say that they feel
very passionate about a person; usually about a person they can't find in their lives. Here occurs a
case similar to the extraordinary in the search for the social five — the extraordinary would be
what is at the top of the totem pole: the sexual E5 seeks a very tall exemplar. The same goes for
love: this subtype is on a quest for absolute love, and their quest is so strong that if you are the
one being sought, it is very difficult to pass the test. If someone is looking for the absolute, it is
very easy for him to be disappointed.

We have to understand this passionate search in the sense of trust, of being able to trust
the other: the sexual E5 is looking for that person who will be for him and with him, regardless
of how or what, far beyond normal vows of an engagement or marriage. The thought of the
sexual five is that he has to be able to present himself to you with the worst of his inner world,
and that you, as his partner, should maintain complete equanimity in the face of his inner
monsters, since he loves you so much…

So he lives the love of a couple as a kind of ideal, but it is an ideal that does not exist in
the world of humans. The sexual E5 is quite romantic — this is the minus five of the E5s. They
can be very similar to the other five until you hit the romantic point: then a vibrant inner life will
be awakened. Chopin can be a good example of it. Who if not the most romantic among
composers? Chopin was more of an aristocrat. He was a bit stiff. Someone who knew him quite
well—Liszt's mistress—said of him that she was like an oyster with icing: he wasn't very open,
he wasn't open to deep intimacy, except with one or two people in his life. Chopin came from
Poland and came to France as a teenager, but he did not make any new friends in France. He was
in the center of high society, and his whole sentimental life was replaced by music.

The transformation in sexual E5 by Mireia Darder

Claudia López (Argentina), María Luiza Duarte Frade (Brazil), Javier Egurzegui (Bilbao), Nick
Gardner (United Kingdom), Mireia Darder (Barcelona), Andrés Waksman (Uruguay) and Víctor
Arans (Barcelona) have collaborated in contributing their experiences for the description of the
process of transformation of sexual ennea-type five.

Ennea-type five characters live in an internal world in which reason and objectivity are king. At
the same time, we believe in unconditional love as a fantastic aspiration, and we think of
ourselves as having the capacity to give it, just as we hope to find a person who will take us out
of our isolation and dryness. And so we can live indefinitely, while we observe what happens
around us in a detached way.

We isolate ourselves, we do not expect anything from others and we do not trust life;
both people and life itself constitute a cosmos located behind a glass that separates us from
everything. From there we observe what happens outside as something foreign to us out of fear
and guilt of existing. On the one hand, we experience any relationship with the outside as
threatening, which in the best of cases will cause us pain. At the same time, deep down, we feel
guilty when interacting with others because we feel that we can get in their way. We believe that
if we don't need and we are self-sufficient we can subsist, and that way they won't hurt us and we
won't. We experience the emotional world as threatening and complicated, as something we can
do without, since it causes displeasure. Therefore, we prefer not to get emotionally involved and
remain in the role of observers of life. This same non-involvement gives us a certain emotional
infantilism and at the same time an inhibited hypersensitivity, since we do not put our own
emotions into practice.

―When I was young, I remember walking down the street watching everything that was
going on outside like a movie that I was just an observer of and couldn't get into. I felt very
distressed and disconnected from everything.‖

In family relationships, there is usually a disconnection with the parents: the sexual five
does not feel connected to them, and this disconnection coexists with a dependency out of
necessity. In many cases the bond with the mother has not existed or has been broken, in others it
has been a cold bond or has been experienced as aggressive. The wound in the bond usually
occurs in the first months of life, when the baby has not yet established the differentiation
between the world and himself through the maternal bond.

―In the first months of my life I had two episodes of separation from my mother, which I
do not remember, but which left me with the feeling that the world was not a safe or pleasant
place to live. The first episode was when I almost drowned in childbirth, with the consequent
disconnection. The second was at nine months: I became dehydrated and my vital signs dropped
for a few days. I was between life and death and they operated on me to save me. For all this I
was hospitalized, without the presence of my mother, who was in another hospital because she
was pregnant with my sister and was at risk of losing her‖.

The sexual five has closed in on himself, creating a safe internal world, full of ideas,
theories, romantic fantasies and utopias about the search for unconditional love. In this way, it is
separated from the outside world, which lives as dangerous and full of obstacles before which it
is better not to show oneself, to inhibit oneself emotionally and wait for the right person to
appear with whom we can exist and show ourselves as we are, since she, in our fantasy will
accept us unconditionally and we will then be able to live, with the security obtained, everything
that we do not dare to live in the world. Waiting for that encounter, the only time we allow
ourselves to be ourselves is when we are alone, feeling isolated in everyday life.

―I grew up in a relationship. From the age of ten we played at being boyfriends, at

fourteen we really became boyfriends, and until we were twenty-one we were together. I always
believed that the relationship would last a lifetime, and when he broke it off, I felt like the world
was falling apart. It was the biggest break of my life, as a result of which I realized what the
world was really like. It took me a long time to recover. It was the longest relationship of my
life.‖

Our fantasy is that we hope to be able to be and dare to love when the partner who
understands us finally appears. In this way, we believe that we can be ourselves totally, and we
can become very demanding with the other, given the extreme expectations placed on him. That
person is an idealization and, as such, it is impossible for him to exist. At the beginning of a
relationship, it can be felt that the other is everything, but as it progresses, it is seen that the
person is human, with the consequent frustration, before which we inhibit ourselves emotionally
with the consequent isolation. Until basic relationship and affection needs accumulate that
demand to be satisfied and must be channeled again. Then someone chosen is sought to tell
confidences to or a new partner is sought to start over.

We E5s feel neurotically different and we want to be different: a difference that happens
because we don't feel the same emotions as others and we don't move in life due to thirst for
power and consumerist desires. We have given up being and existing as a way of surviving, we
have given up showing our feelings. We try to give up our needs as well, prioritizing knowledge
as a way to control life. Thus, emotional non-dependence is guaranteed, except for that of the
partner, in this case being an exaggerated dependency.

―I studied psychology because I didn't understand myself at all. I did not understand what
was happening with my body and my sexuality, I experienced everything as someone else's. I
didn't understand anything about the others either: they were moved by things that didn't affect
me. I hoped to find in the faculty the tools that would help me. In the race I found a lot of
scientific knowledge, basically behaviorism, that did not connect with me. A few months before
finishing I had some panic attacks, I didn't know what I had to do with my life. It was only when
I discovered humanistic psychology and started receiving therapy that I was able to validate my
feelings and sensations and understand myself more.‖

The path of transformation

The first step for transformation is to be able to realize the existence of an internal world in
which one lives detached from reality, both in romantic fantasies of finding unconditional love
and in catastrophic fantasies about what can happen if one falls apart. shows and opens. Being
able to realize that you live in an extreme world of fantasy, that you are not in contact with
reality, is the first step towards change.
 The transformation begins when you leave the world of reason and you can give way to
sensation, to the recognition of needs, to be able to feel as an integral part of the world, without
having so much need for isolation. It is important to realize that the body is the place where one
can feel likes and dislikes, and from there we can know what one needs and wants.

―I did bodywork and the first time I moved my hip in five years, I felt like I was breaking
in half; I thought it had to be stiff.‖

When one gives oneself permission to exist and leaves renunciation as a way of life, a
psychological change can take place that influences the way of thinking. This new way of
thinking influences the senses; see, hear, hear, feel, taste, touch, do and not do. In addition, the
lost senses are recovered, which is equivalent to recovering life itself, so little felt, so dry for a
sexual five.

For all of the above to be possible, it is necessary to go through the process of

psychologically killing the parents: with it all the introjects that we have swallowed about how
we have to be and act will die, and that have led us to paralysis and isolation, to the
compartmentalization.

―For me it was very important to be able to see my parents as people who had flaws and
who were normal. When I first took an Enneagram course and was able to put a trait on them, I
felt like I was freed from their yoke. Later, when I did the Hoffman Process, I was able to
experience letting go of them and felt very free and individualized.‖

When we finally begin to loosen the chains that bind us to our parents and we can feel
more rooted in life, the heart also opens and, in turn, a feeling of being the authors of our own
destiny emerges, recovering the father figure or inner authority, castrated by an overly
authoritarian family member.

It is necessary to get out of the demands to which we were subjected, from the invasion
suffered, to detach ourselves from the internal parents and kill them psychologically, so that we
can assert ourselves in our own way of doing things and of being, as a first step to being able to
feel and live from ourselves. Thus, we can leave behind the fear and guilt of existing, externalize
what is happening to us and feeling, finding the right to be as we are. We will be able to leave
ourselves more in peace and not be so judgmental with ourselves, at the same time that we will
realize that we can get out of isolation to be able to satisfy our needs pleasantly. We will be able
to understand that the risk of feeling can be acceptable and that living with more emotion can
lead to pleasant results. We will be able to let the trains pass in front of us without catching them,
but we can also get on one and enjoy it, and suffer and verify that we have not yet disappeared,
nor have they annihilated us. We will be able to accept the fullest reality, without partializing it,
without previous schemes, we will be able to sustain the emptiness of not knowing and daring to
feel, taking charge of our own lives along the path that we want, without prior determination.
 In this way, sometimes we will come into contact with the sensation of happiness and
achievement, at other times we will feel pain and sadness, and we will accept anger giving
ourselves the right to express it, going from dryness and inhibition to being able to feel alive and
vital.

Without the influences of fear, guilt and ghosts that limited our existence, we will be able
to live the deep meaning of life and we will recover the open and clear ability to communicate
with others: set and remove limits, transforming fear towards others into love. that arises
spontaneously in contact with the other, etc.

If before we gave materially, as a way to compensate for our de-emotionalization towards

the other, now we give and take. As Fritz Perls might say, we now bite and chew well in every
way, as a result of the loss of fear, mistrust and the feeling of poverty of spirit.

In the transformation process, undergoing therapy can help us establish a bond with the
therapist and see that nothing is happening, that we remain there and are changing and being
accepted as we are. Such a process helps us to be able to accept ourselves without judgment and
to incarnate ourselves in the corporeal.

―One of the things that excited me the most in therapy was that my therapist validated
what was happening to me and helped me express it without restrictions, telling me that "what
happens to you is okay, you have the right to feel that", without questioning me.‖

What is useful for the beginning of the path of a sexual five, can also be used for other
beginnings of the path: trust and risk letting yourself be touched by others and by life.

In the process we went from being good boys to rebels, and from rebels to good women
and men. We stop being passive subjects, observers of our life and the world, to become the
protagonists of our own existential path. At last we dare to love without more anyone we can
find, giving what we are without the need to retain or accumulate for when there is none. We can
establish unions, we are capable of having feelings and expressing them in the here and now. We
can be part of life at all times, taking it all in its entirety. We can feel that we are part of a group
with others, that we belong. We dare to express what we think and are even in adverse
circumstances, and we can be with someone because we love them and not just for practicality.

―One of the first times I dared to show my emotionality was teaching. I felt that I had
been mediocre, I felt that I had not done well, and I expressed it. What was my surprise to see
that the others valued me very positively and that they had liked my way of teaching.‖

What serves in the transformation process

Emotional expression is basic to be able to enter the transformation process. Gestalt therapy can
be an important tool as it promotes expression. Expressing and asking for a little more than what
you think you need from people in general — and not just your partner — is an effective way of
not isolating yourself.

It is necessary to commit to life, to psychotherapy, to have a partner, children, to risk

living. And, of course, it helps to go through the ego crusher, that is, the SAT Program.

The type of therapy that can help the sexual five is one that values the spontaneous, that
excuses and promotes letting oneself be what one is, without too much theory. Not demanding
oneself and leaving oneself alone sometimes implies, paradoxically, recognizing the need for
isolation that one may have and not demanding oneself to be what one is not.

The connection with the body as a path towards the recovery of the senses is
fundamental! This is especially useful for body work as a way to recover lost energy and vitality.
To the extent that one feels vital, he can go out into the world, to meet the other. The body is also
the place where you can feel your needs and, from there, be able to satisfy them. In body work,
the important thing may be to recover the feeling of rootedness in the earth and, in this way, the
energy.

Working with sexuality, as a place of pleasure and enjoyment, can help to find unknown
parts of oneself, or with places that did not seem to exist before. In another sense, learning to
relax and stretch your muscles can help you feel more fluid.

Meditation weakens the negative impulses of our ego and frees us from other aspects that
imprison the healthy mind. In it you can experience experiences of feeling united to the world
and of belonging to it, even of recovering the will to live, which means a fundamental step to
open up.

Voluntary work, such as involvement in some type of social work, where one can
interact, discuss with others and carry out tasks without expecting anything in return or any
remuneration, are especially indicated. Ideally, it would be interesting if it were work to help
marginalized groups, or if there was an involvement with children or animals, as a way of having
contact with the real world without it being experienced as threatening from the beginning.

Being able to recover the link with the nurturing mother, once the introjected, demanding,
absent and at the same time invasive mother has died, serves to feel that there is no separation,
that we are part of the same thing. Through this bond, the key to loving and being loved is
opened in a fluid way, wanting to stop filling it only through the couple. That is when, finally,
the sexual five can be filled with love to give it without exclusive or very selective relationships,
and can love life and people in general for the simple fact of existing. The work will go through
opening the circle of relationships in which we are able to express our emotions and allow that
flow to nourish us spontaneously, so that we can verify that the exchange is necessary so as not
to stay dry.
 Experimenting with forms of expression such as art, dance, poetry, creating stories or
tales, in a way that can give an outlet to what is happening internally, will put our healing
process on the path of maturity.
 E5 Conservation (Self-Preservation) – Refuge

The need to retreat is a clear characteristic for the conservation five. But keep in mind that every
E5 subtype has some of that: some need to retreat. In the case of conservation, the passion has a
lot to do with finding refuge, erecting high walls that separate you from a world that can invade
you, that can take you out of a precious little world that hides inside you. The idea of self-
preservation becomes clearer if we imagine them as strong supporters of cave retreat. The E5
conservation extremely limits his needs and desires, since each desire could mean a dependency
status for him.

Like each conservation subtype, this one is also linked to survival and to the concrete,
attached to objects and personal space; but like E5, which is the most mental of the mental
characters, it is in thought, in incessant reflection on how to survive and live by limiting external
disturbances, that it finds the greatest refuge.

The transformation in the E5 conservation by José Ignacio Fernández

“I discovered the enneagram in 1998 and it was a great impact for me to identify myself in
character five, seeing for the first time that there were other people like me. Knowing that the
creator of the adaptation of enneagram to modern psychology was Claudio Naranjo, I always
wanted to go deeper by approaching him, his school and his books. This led me to carry out the
SAT process and to offer my collaboration after the II International Symposium on the
Psychology of Enneatypes, held in Pilas, Seville, in 2008. I am deeply grateful to Claudio for
having created this system that has helped me so much and continues to help me. others to go
beyond themselves.”

How the process begins: see the cave I'm in

In the beginning, the main work for the healing of the ego consists of an awareness of one's
vindictive attitude towards the world, which manifests itself with separateness. It is an undoing
of the victimized self-image that judges the world as hostile, inadequate, hypocritical, ignorant,
brutal, etc. When this matter is clear, one becomes aware that withdrawal and hiding are ways of
attacking others.

The process is also about becoming aware of your own vulnerability, hypersensitivity,
and fear of being crushed, and realizing that these difficulties are so great that they lead to
avoidance and disengagement.

It is about seeing how little life one has, that the choice to get by with little implies living
little. That giving up needs implies having a rather unsatisfactory life. In the end, it is to see that
there is a great passion for not wearing yourself out, for conserving your own energies, since you
do not have faith in being able to obtain more.
 It is necessary to identify the ideal of the self so unattainable that you have. An ideal built
of visions of wisdom and deep and elevated knowledge, of greatness, of overwhelming force, of
power, even omnipotence. Becoming aware of this already helps to begin to approximate this
ideal a little closer to reality, thus raising the level of self-esteem, which is especially low.

Conflict avoidance
The conflict is experienced internally and it is necessary to see the tributes that this entails. On
the one hand, the price is self-injury by internalizing rage, internal anger. Also, killing the other
internally: the interior head cutter. It is helpful to recognize the mechanism by which, in the face
of what is perceived as a particularly painful aggression, a great deal of resentment develops
internally, which, however, the Conservation Five is hardly allowed to express outwardly. The
most common consequence of this resentment is a withdrawal reaction that can be linked to
certain actions if the safe space itself is threatened. Resentment is a constant and at some point
you need to see to what extent an attachment to it occurs. So much so, that this attachment leads
to an internalized vengeful attitude. A testimony can clarify such a process:

―Actually, I have been leaving many relationships after feeling hurt by something. The
process is always very similar: first something happens that hurts me, I don't express it, I keep it
inside and later I begin to have feelings of rejection or devaluation towards that person and I
move away, I stop having contact with them. Normally, the person in question never gets to
know the reason for my departure,‖ says Ignacio Fernández.

A typical way of experiencing the conflict is to inhibit the response, sometimes changing
it for the opposite behavior to what is felt. Thus, for example, when someone unexpectedly
shows an aggressive and demanding attitude with a five conservation, he may accept what is
required of him to escape the pressure, but at the same time he will begin to feel a sense of rage
against himself, inside himself, for not having reacted in a way more in accordance with his
wishes, displacing the action.

―When I started that job there were already three people there, and one of them had the
only copy of the key to enter. During the day, the building was closed, so we had to open and
close at the entrance and exit. I had a tendency to be late and from the beginning I found it very
humiliating to have to be at the expense of someone else opening up for me, making me see my
delays. Perhaps at first I questioned the system, but soon I accepted it, at least apparently.
However, after a year of this situation, when the circumstances were favorable, I managed to get
another copy of the keys from the person in charge, which greatly infuriated the person who until
then had enjoyed that power. This gave rise to a conflict that was kept hidden for a long time
until it broke out years later‖, says Ignacio.

The clandestine action

Acting in secret so that your actions do not compromise you becomes a way of avoiding
confrontation and avoiding generating expectations or dependency relationships.

Hyper-adaptability manifests itself, for example, in a compulsive way of saying yes to an

external demand, if the refusal may be uncomfortable or lead to conflict, and in saying what one
thinks the other person wants to hear. The change consists in seeing to what extent this implies a
betrayal of oneself and leads to giving up the satisfaction of one's own needs.

The tendency to anesthetize, forgetfulness and mental confusion is another notable trait
of this character. Working on attention and intention at the moment things happen is a good way
to counteract this tendency. There is an internal idea of not wearing yourself out by paying
attention to things that are trivial for you and a resistance to remembering these kinds of things.
In addition, the very habit of being disconnected makes it difficult to be fully aware of what is
happening around you. Information is lost and then the action becomes clumsy.

―Appearing invisible, playing deaf, that was a way of hiding from my own feeling of
discomfort, of perceiving myself as a coward, a fearful person who, at any sign of threat, ran to
hide inside the house. [...] I never knew if my perceptions were correct, if my reactions were
appropriate, if my feelings were acceptable‖, tells Luciano to describe his childhood.

Seeing your withdrawal as an aggression also helps, allows you to take responsibility for
it, and therefore opens the door to see the tribute that is being paid for this withdrawal in your
own life. It also allows us to understand conflicts in our personal history, stop seeing ourselves in
them as victims and pave the way to understand others, especially those who hurt us. It is the
beginning to deactivate the resentment to which he is so attached.

The greed of time

Not wasting time is an obsession. There is in E5 conservation a passion for taking advantage of
time but without a clearly defined purpose, it is rather a diffuse thing with which he connects
when he is ―wasting time‖.

This character needs to see to what extent he feels attached to safe objects and places,
until he manages to transfer his affective ties to them. Something similar also happens with the
few relationships that he establishes: although he has little awareness of his attachment to them,
in reality he feels a great attachment and possessiveness.

―Recently I understood what attachment was. That getting lost in the other without any
limits. That giving everything to the other and being left with nothing, from a little deserving, [I
understood] that I have defended myself from hitting myself from an extreme distance, but that
when I opened up and related not only did I open up but I went to the other extreme of hitting
myself to the other and lose my dreams, my apartment, my limits‖, says Beatriz Helena Vega.
 The E5 conservation also needs to realize the great attachment they have to their own
intuitions, ideas or deductions, and the impoverishment of clinging to them, closing off to other
points of view. Realize that criticism or disagreement with these ideas is often experienced as
personal devaluation and aggression. And also how this leads to a reaction that can be offensive
or arrogant, but also self-deprecating.

Given the passion for the elevated, for fantasy worlds, it is necessary to see that it
constitutes a sterile search if it is done from disconnection in a vain attempt to give life meaning.

Start to connect
The first point of reconnecting with oneself is to recognize one's own needs:

―During my first year of therapy I experienced a situation that was decisive for me. I
remember one night with my partner when suddenly I see him start to cry. I do not understand
anything. Then after a few moments she tells me that she has decided to leave me. I remain in
suspense, I begin to think: well, it's fine, I'll meet other more interesting ones, I'll stay free,
better, and things like that. However, after a few moments, I begin to feel a very great pain, an
infinite pain. Something inside me said: see?, she has happened to you again, you have lost it
again. So I felt that I was risking everything at that moment and I cried like never before in my
life, I literally felt that I was breaking inside. That also touched her to her heart and the
relationship continued. It was the first time in my life that I realized that I needed another
person,‖ says Ignacio.

Take care of the body, appearance and personal image: realize that it is not something for
others. Allow yourself to want to please others and yourself... All of this is fundamental.

―For me, taking care of myself is treating my body with love and delight. For example, I
used to see physical activity as something useful to achieve an ideal, to have a strong body by
subjecting it to discipline, bending it, and it was like fighting against myself. Now I have learned
that physical activity can be a pleasure. Without pursuing an ideal goal, the enjoyment is in the
activity itself, which also gives me a feeling of more presence, of more connection with my
existence‖, says Ignacio.

Food is another factor to change. There may be a lack of interest, an oversight, eating just
to eat. Other times, compulsive eating may occur to fill the void. There may also be automatisms
that should be banished: eating while reading, watching television, etc. It is about transforming
all this into conscious eating and also into eating with enjoyment, with delight.

At first there is a great lack of interest towards people in general, for example, to waste
time meeting someone who is not interesting for something. The change comes when you pay
attention to the names, to the trivia that they tell you, but it is a loving attention, which should be
given when a true interest arises, without implying forcing yourself to do it with everyone.
Respecting yourself in this is important. You have to learn to say no when you really don't want
to pay attention.

Experiencing situations of happiness, jubilation, uncontrolled laughter, spontaneous play,

is another element of transformation. It is necessary to recognize and identify two mechanisms:
freezing and rationalization or intellectualization. Only by experiencing these situations can we
become aware of the paralyzing effect of these mechanisms and allow them to become more
common and long-lasting. Not taking things so seriously and not taking yourself so seriously is
an attitude that also helps.

And, of course, it serves to experience pleasure. Realize that you can only enjoy trust in
the other.

Another area to explore is to experiment with one's own assertiveness. This character is
so unassertive that sometimes it is difficult for him to even understand what he is. Starting to
respond differently is part of the transformation: being more congruent with oneself, trying to
say what one wants to say, even if it is not what the other expects to hear...

When the anger so characteristic of the conservation five enters the scene, consisting of
punishing in silence, not speaking, pouting, etc., it is about becoming aware of the inner
discomfort that it causes and experiencing other ways of reacting. For example, sharing what you
have been feeling can be very liberating.

Showing yourself more is a very important part of the process. Coming out of the cave is
also letting others get to know you better. Sometimes, the fear of generating expectations in
others is so great that there is an intentional concealment of oneself. That's where the weird look
comes from. The job is to realize that you can share information about yourself, opinions,
emotions, tastes, and at the same time reserve a space of intimacy. Sometimes there is a desire to
share everything that is most intimate, and it is to be able to share this space with whoever you
want and when you want.

Letting go of loved objects and safe places is a big step forward. There is a lot of
attachment and emotional transference to certain personal objects; The first step to do this is to
become aware of such attachment and move further trying to let go of ballast.

How does this whole process turn out? The transformation consists in feeling more life,
in acquiring a new vision of oneself and of the world. It is also discovering that life hurts and
above all it is discovering what love is. And this is a great discovery. It opens the door to live
relationships more intensely, to develop trust. Also from there can be a new intuition of what the
spiritual really means.

Occupy your own space

Taking one's own place is activating an antidote against resignation. It is typical of E5
conservation to resign oneself before taking risks: ―taking risks, for what?‖, ―it is not worth it‖,
are the usual thoughts. It is a way of renunciation from the fear that you will not be able to
achieve what you want. There are desires, but they are sublimated, diverted, replaced by little
things or simply annulled. Well, it's about trying to take risks, starting to identify your own
desires and needs and giving way to action to achieve at least some of them and feel what
happens with it.

The next step is to further develop your presence, to participate where you are. This
opens the E5 conservation to be more connected and generates more intense relationships with
the people in the environment. It implies being more available to the demands of others and also
allowing oneself to need others. It is a job of developing confidence in oneself and in others.

You need to learn to express yourself more directly. Ask more clearly, speak louder.
Accept that sometimes they will listen to you and pay attention to you and sometimes not. The
same thing happens with opinions and ideas: it's about expressing them whenever you want,
accepting that sometimes you'll like them and sometimes you won't. It is important to detach
yourself from your own ideas and conclusions.

Developing empathy means putting yourself in someone else's shoes. See from the other's
perspective. Develop understanding and compassion.

Taking up your own space is another attribute that helps. In social settings, at work, etc. It
is transformative to occupy one's place. The opposite of hiding and disconnecting is moserating
and being connected, being respectful of what comes out of oneself. It is not an abrupt and
clumsy exit but conscious and connected, consistent with one's own feelings, with the awareness
of one's own needs and one's own fears.

Often, it will be necessary to do what is most difficult for a conservation five: teach
groups, lead therapy groups, do individual therapy, give lectures, lead a team, to give a few
examples. And also allow yourself to live your emotions and your instincts. Try to let go.

―My sexuality awoke from a very early age and was always linked to my fantasy, I could
say that the creations of my imagination always mediated my experience and sexual desire. A
strong contradiction between a great need and desire and a great fear took me to the end of
adolescence without having a real experience with a woman. And then, too, I always needed to
resort to the creations of my imagination. The first big step was the experience of feeling my
partner as someone real, feeling her desire for me, for my body, and recognizing the fear I felt of
abandoning myself to pleasure, of surrendering myself to pleasure with her. I experienced a
breakthrough. Years later, another experience connected me with a great desire for another
woman, reciprocated, which led me to feel for the first time in my life that I was totally
delivered, in a passionate and instinctive way, living something like the fulfilled dream of being
through to give myself over to pleasure‖, narrates Ignacio.
 Another step is to reconcile with your masculinity or femininity, as appropriate, which
are so suppressed by such little experience of your instinctive part. This means recovering one's
own aggressiveness, understood as adgredere, going towards, putting energy into achieving an
objective, satisfying a need.

Having a birthday party and, in general, organizing parties for fun goes a long way. This
can be very good because of how strange it is for this character to host one of these events. And
besides, you're likely to find that you actually like it.

Allowing your friends to get to know each other, getting them out of the watertight
compartments where you often keep them, and doing it with awareness, will be a step forward.

It can be good to learn jokes and tell them. To make laugh. Laugh at yourself and
generally bring your inner child to life.

―For me it is allowing myself to do crazy things, giving myself the luxury of saying what
I think, allowing myself a bit of narcissism, self-aggrandizement, self-indulgence, giving myself
a break, a satisfaction‖, says Maurizio Cei.

Flourish
It is to come to pass. Give life through others. Give your time and your attention. It is to find
what one is for in the world. Find out what life and the world expect of us. This is not a goal, it is
a process. It requires developing an intention to go to and act on what is in the present. An
example may be illustrative:

―During my therapeutic process and my training as a therapist I went through several

phases. At first it was something I did for my own growth, I didn't even imagine myself as a
therapist. Later, the desire to be a therapist one day appeared in me, since I realized how much
that helped me to be connected, but I saw it as something distant, someday when I had
sufficiently prepared myself and obtained the necessary degrees. I have finally started practicing
as a therapist with my current resources. First it was organizing and running a Zen meditation
group. Then the idea arose of holding a gestalt workshop, then a cycle of bioenergetics
workshops. Then a person appeared who asked me for individual therapy, then a colleague sent
me another patient... Throughout this process I was able to live my fears, my insecurities, my
ignorance, but I also discovered that I had many more resources than I thought. and each time I
trusted more in myself‖, says Ignacio.

Developing a commitment to service is essential, in the area that has a personal meaning
for each one. For example: working with groups, acting as a therapist or similar.

Meditation, naturally, will be more useful once a process of self-knowledge has begun,
because without such a process there would be a risk of using it as an element of refuge. It can be
helpful to connect with the ―purposeless‖, ―seeking nothing‖ of Zen.
 Leading, leading, motivating, taking the reins, in any case from a purpose with personal
meaning, are transformative elements, always from a purpose consistent with going towards self-
realization. No matter where you are on the path.

―Embarking on a project that involves opening my own practice, having a psychotherapy

center with other people, has meant daring to let myself be seen, going out into the public sphere,
aware of my fears and difficulties and also of the satisfactions and opportunities that I offers‖,
says Ignacio.

Helping others to heal is another step. From wherever you are and with your own
resources, be it as a therapist or as a teacher, father, brother, friend or whatever. This can lead to
connecting more and more frequently and counteracts the tendency to become self-absorbed.

Finally, it especially helps to work and balance the three loves through relationships,
giving more space to compassionate-maternal love and recovering and giving life to erotic love
or love-joy.
 Enneatype 6 – Fear

If the E9 seeks to overcome the anguish of separation with oblivion or the illusion that it has
never existed, the E6 has a surprising awareness of the loss and, in the face of it, reacts
compulsively to defend itself from the danger irretrievably spread in the external world.

Fear passion implies a compulsive need—not determined by internal or external events—

to move in the relationship and in the world always in a state of alertness. The anguish of the loss
of meaning becomes a constant underlying anxiety that manages to attenuate with a net
separation between good and evil. It is as if, faced with the anguish of feeling lost and
fragmented, the E6 only finds relief in defending itself incessantly from danger, with the illusion
that Fear will guarantee control in order to foresee where or from whom that danger will arrive.
The anguish is channeled through the search for the enemy – the cause of the damage suffered –
even preferring to feel guilty himself to avoid sailing in an uncontrollable ocean.

This tension implies a disconnection from one's own emotions and a paralysis of action,
because since every action would be a possibility of error (guilt that deserves punishment) and
every mistake would be irreversible, it is paralyzed by experimentation.

Try to foresee difficulties by using thought as a possibility to control and studying the
consequentiality of causes and effects (as in a chess match). Deep down, anxiety is intimately
connected with the fear of being himself the cause (guilt) of separation, of rejection, and
therefore his interpersonal style and the philosophy that moves him in life are always based on an
accusation and devaluation of himself, a deep rejection of himself (fixation).

During childhood, it is often observed the lack of a paternal guidance or authority

(understood here as a function not necessarily identifiable with the physical father) connected
with reality, irrationally punitive or emotionally dangerous, and a relationship with the father or
mother lived, on the one hand, as castrating and harmful, and on the other, as a source of
protection.

Like all schizoids, the E6 splits good and evil, good and bad, alternately identifying with
one or the other, in a constant attempt to feel good to be safe from the danger of being punished
and, therefore, be worthy of rejection; find refuge in the search for meanings and interpretations
of reality, with a ruminant and labyrinthine mode of thought, thus completely losing contact with
reality itself.

As far as interpersonal relationships are concerned, this attitude often focuses on the
perception of the other as an eventual enemy; cultivate distrust rather than maintain contact with
the difficulties or pain that the intimate relationship may entail. The accusation is his style of
contact with himself and with the world, and has the purpose of controlling where the evil is,
where the enemy is, ending up later reconfirming himself as an enemy of himself.

Instinctivity must be controlled and kept at bay because surrendering would mean
opening the doors to a devastating external invasion, thinks the E6: the head must always be in
command of experiences.
 E6 Social – Duty

This is what I call a ―Prussian character.‖ The social E6 is cold, very formal. Kant, for example,
was a great philosopher. He was a Prussian, and the Prussians had that form of character which
has a great love of precision and an intolerance of ambiguity. This is precisely the complete
opposite of the Conservation Six, which is warm and too permissive of ambiguity.

Among the Nazis there were many social sixes. His behavior is very visible: ―this is the
line, the party line, the line that defines who are the good guys and who are the bad guys... and
what we need to do and we do it very efficiently.‖ In efficiency, the social E6 is similar to an E3.

Ichazo used the word duty, it is more than just being concerned with duty, for the six
socials are primarily concerned with the reference point. They have the mind of a legislator, clear
categories. His intellectual orientation is to know very well where the north is, where the south
is, and the west, and the east, and...

And if they ever wanted to become human, they would first need to go crazy and forget
all the landmarks. They need to forget duty — no duty at all — and connect with instinct and
intuition, with life.

The transformation in the social E6 by Gerardo Ortiz

After years of personal work, what is left behind?

It seems to me a very difficult task to make a self-assessment of my process over time and not
fall into the conscious or unconscious temptation to favor me in the evaluation, pretending to sell
the idea that I am better at present. However, being able to recognize the great subjectivity in
which I can fall when doing this self-evaluation, forces me to be stricter and more demanding
when applying this exam, doing an exercise in honesty.

With this explicit preamble, I can refer to my conclusion, sharing that a significant
element in this diagnosis is the feeling of well-being with myself, achieved in recent times. This
is a real novelty, since for many years of my life I felt a deep rejection of being as I was and
maintained a fierce fight against myself.

This heartfelt feeling — as Eugene Gendlin calls it in his book on Focusing — of deep
well-being, taste and joy in being who I am, is the hallmark of guarantee that I am not deceiving
myself and that this appreciation I now feel for myself is the fruit gained over years of work and
commitment to my personal transformation.
 I recognize that several characteristic and defining features of my personality have not
ceased to manifest. However, I can assure you convinced that they have attenuated their
intensity.

I haven't stopped feeling anxious, but it's no longer an experience that grabs me and takes
possession of me. Now it is lighter and sporadic in its presentation and, most of the time,
controllable.

I'm learning to be patient and not get angry when things don't go the way I intend or I
don't have control over them.

In the same way, I have incorporated flexibility into my behavioral repertoire and my
body through dance and body expression, which helps me not to obsess over pretending that
everything has to be done under my codes or points of view.

I have also managed to significantly reduce the prosecution — that favorite sport or
pastime that traps us people in the social six — also recognizing that this aspect is intimately
intertwined with self-esteem, because every time I made a judgment, I was indirectly expressing
with pride that the people I sat in the dock were inferior to me.

At present I don't need to diminish or take away anyone's authority to feel valuable. Now
I recognize myself as important and courageous, without having to leave because of vanity or
arrogance. I'm no longer afraid to show myself or experience guilt for not being the way others
want me to be. The episodes of inadequacy appear with less and less intensity, they are more
sporadic and I feel more qualified to socialize, leaving behind the shyness that accompanied me
for long years of my life.

Among the pending issues, I recognize that decision-making is still an issue to continue
working, because although it is true that I stop much less before the challenge of changes, I still
do not do it at the speed I would like.

Traits and attitudes acquired during the process

By contacting my deepest emotions and expressing them properly, I have found inner tranquility
and calm, developing the ability to be patient, to be moved and excited.

By making decisions from strength and courage I have felt my self-esteem increase, and I
have been able to let go of the belief that ―everything is going to go wrong‖. The same thing
happens to me when dissenting from authorities and expressing it, and also in better handling
frustration, accepting that I cannot please everyone and ceasing to imagine what others may
think of me, while avoiding self-judgment and judging others.

An authentic joie de vivre has been born in me, which has led me to meet new people and
to establish a greater number of affective bonds; now I surrender confidently to the flow of life,
accepting what is, what is coming, flowing with intuition, stopping only what is necessary in
thought to, immediately, act with freedom and courage.

I recognize myself with a better sense of humor, I laugh with ease, even at myself. I find
myself flexible and open to listening to opinions other than my own. I find benevolence with
those who confront me, without automatically discrediting them in my mind. I am more self-
indulgent, I see myself with less critical eyes and I am able to welcome myself, wrap myself, and
accept myself in my weakness and with my mistakes.

I trust myself. I am more confident in my physique, in the energy that my presence

radiates, in my knowledge and wisdom, in my sexual power. To touch and be touched. I live
pleasure with pleasure, I enjoy it.

What helps along the way?

I confess that, in my case, the path is still being made and, nevertheless, I have walked with
decisive steps, given thanks to unlocking or completing, through therapeutic exercises, intimate
situations that have been barriers in my life.

Like, for example, facing fear. Frequently do something that scares me or that can cause
me, without putting any life at risk, knowing that fear is an ally, not an obstacle. Acknowledging
it, acknowledging my doubt, my ambiguity, has been painful and at the same time liberating. I
have let go of the need to be perfect. Other times I have intentionally failed in some
responsibility that has been entrusted to me, such as being late to one of my therapeutic groups,
for example

By expressing my disagreement with authority and defending my position, I manage to

act with determination and strength, with courage, feeling the impulse no matter what they say.
On the other hand, practicing compassionate love with myself has helped me heal from self-
demand and self-criticism.

Therapeutic theatre has helped me. Exaggerating my own character, my gestures or

acting my opposite has liberated me, because it has allowed me to bring into my daily life an
antidote tool against my character. Every day I leave the house as if I were brave.

As a psychotherapist that I am, the gestalt and corporal approach, the SAT process, the
contact with Claudio Naranjo, with his being and his work, meditation, body work, expression,
biodance and authentic movement have helped me in my process of discovering myself: taking
away what covers me and does not allow me to shine with my own light.

In a more particular way, the work with my parental figures has served me well: it has
earned me to dissociate myself from the toxicity of my mother, a very fearful woman who
breastfed me with her insecurity, as well as shaking off the gray shadow of a father without guts.
A different relationship in front of the ego
First of all, I want to mention ego awareness and acceptance as the psychic structure that has
helped me get to where I am. Knowing, recognizing and accepting myself as a coward has been a
painful and sad mission, and it has also been the catapult that has launched me to get out of me
and begin to dare. I have learned to live without a previous script, with the certainty of having
the courage to wait for what comes, knowing that at every moment I will have the right response.
I am learning to tolerate uncertainty.

Here, I want to refer to changes achieved in my professional work as a therapist. Before,

when giving therapy, I was very worried about determining what my next intervention would be
and I was filled with anticipatory anxiety seeking to fulfill my mental scheme of how I should
follow the process in each session. Now I never know what my next intervention will be, I
remain silent, without resorting to any established pattern in my mind, of how to be a good
therapist and how a good session unfolds. Instead, I hope, I am fully present, in contact with
myself and my consultant, and something always comes up, and it is just that which appears,
which tells me my next step. This makes me enjoy my work much more and each session is a
unique and wonderful experience. No two are alike.

I am in deep contact with my desire versus what I should feel, I judge less severely,
critically. I recognize my fears, doubts, craving and ambiguity, although, paradoxically, I find
serenity and joy, with less mental dispersion. I'm more attentive.

What has helped us to open our hearts

Obviously, the SAT process, whose modules I have taken twice, has been fundamental. And also
the meditation retreat with Claudio Naranjo for ten days, where his presence and his indication,
at a decisive moment when he suggested me to practice authentic movement, led me to contact a
transpersonal experience that began with panic and terror on my part, where at times I thought I
was going crazy, but that I could sustain, and that feeling transmuted into a very deep experience
of contact with an infinitely loving presence within me.

I have been helped by meditation, gestalt and body therapeutic work, energy work,
breathing, body expression, unlocking body segments; the awareness and contact workshops in
which I am a facilitator; holotropic breathing exercises with classical music, especially sacred
music.

In my work as a therapist I am constantly faced with the dramatic realities of my patients,

who generously share their hurt intimacy, generating in me the effect of the drop of water that
falls constantly and that, by force of hitting the stone, gradually pierces it. The same effect is
produced in my heart by the daily sharing from the pain of my patients, giving itself subtly and
slowly an opening, from compassionate understanding and solidarity.
 It has helped me to participate in indigenous rituals and celebrations with sacred plants,
such as the yopo, whose influence made me connect inside with what I call the album of my life.
I saw a lot of people that I no longer remembered, like the driver of the school transport of the
kindergarten that I attended when I was four years old, and many other people who throughout
my life I judged insignificant, com or the old Doña Cande, who attended the little shop to which
my brothers and I used to go to eat sweets when we were children.

I also saw my mother and my father with my grandparents and with my great-
grandparents and many other men and women who paraded with them in front of me, and of
whom I was certain were my ancestors. There was no lack in that vision of a group of people
who have been, throughout my life, my benefactors or teachers. At one point I burst into a still
cry, feeling a deep gratitude for each of the people who appeared on my journey, recognizing
that they had all contributed something to my life and had enriched me.

On another occasion, the indigenous ceremony was animated by the sacred plant of the
yagé, and at the risk of seeming irreverent to a religious public, I dare to compare this ritual to
receiving the sacrament of the Eucharist. A mystical presence manifested itself in me and a deep
voice that emerged from within me appealed to surrender to the divine, recognizing in all that
exists and in all people, the manifestation of God.

Experiences with these have allowed me to practice passive am or com and to open my
heart more widely, as well as to go to others, beyond appearance, looking for their essence,
accepting them as they are and recognizing their inner richness as human beings.

Recommendations for therapeutic work with a six social ego

The premise is that people of this character do a lot of body work, rooting exercises, dance,
spontaneous movement, sensitization and contact exercises, promote the exploration of pleasure
(Dionysian experiences); work with creativity and artistic expression (clay, painting, sculpture,
etc.), favoring the expression of feelings and focusing contact with emotions.

It also helps to meditate and even practice the Gurdjieff stop technique, in which several
times a day, we stop to answer what I'm doing, what I'm thinking, and what I'm feeling. It is also
necessary to work with compassionate love to balance it with admiring or devotional love, which
is almost always the most developed.

You have to put a lot of emphasis on building self-confidence. You have to help him
discover the courage to act and make decisions following the impulse to question norms,
structures, submission, obedience and the need to look good. It is important that the patient
learns to act immediately, because this does not give time for doubt to appear and, therefore,
anxiety does not appear either.
The optimal state of a social six
The optimal state of an enneatype six, social subtype, will be, in my opinion, full acceptance of
myself and my fears. This acceptance will allow me to relax and conceive a deep state of
gratitude, joy and self-confidence. Freed from the sense of duty, I will be able to choose day by
day the life I want to live, trusting with my heart and intuition, feeling loved for what I am and
not for what I do.

In this way, the next step will be to live my emotions freely, containing myself with
kindness, being sober but with a sense of humor, optimistic, cheerful, experiencing life with
serenity, calm and peaceful, open to fun, joy and pleasure.

I will express my unconditional love and absent of judgment, balanced in the three loves;
I will show myself and be assertive and reliable without explaining or justifying the actions,
accepting the error and the ability to correct, on my part and on the part of others. I will live
creating a world of possibilities, with more tranquility, facing what comes in the moment without
thinking about hypotheses, risks or dangers.
 E6 Sexual – Strength

And here is the so-called counterphobic character: sexual E6 goes against fear. So we could call
this neurotic need force. On a descriptive level, we can say strong in the same way that a
conservation six can be branded as a weak person. One is a rabbit and the other is a bulldog: a
counterphobic is much like a barking dog. It doesn't always bite, it barks more than it bites, but it
has a fierce appearance. The need is not only to feel strength, but also to be able to intimidate.
The internal program says that the best defense is a good attack.

A very illustrative joke about it: a woman went to visit several psychiatrists because she
heard wing noises in her bedroom that prevented her from sleeping. A novel psychiatrist gives
him a gun telling him that he is going to end his phobia by shooting, ―because you know you are
stronger.‖ The next thing was a big scandal: the man killed his guardian angel.

So these are the madmen who go against danger, who can kill anyone because anyone
can become something dangerous.

The transformation in the sexual E6 by Grazia Cecchini

With contributions from Mireya Aregui and Barbara Grassi

The awareness of passion

The first step towards the transformation of the contraphobic six is not easy: recognizing oneself
in the E6 means getting in touch with the passionate/emotional part that is fear. To recognize fear
as the underlying motivation for behavior and cognitive structure, the counterphobic has to take a
paradoxical step: feeling the emotion of fear.

On an emotional level, the contraphobic feels fear, but there is a redefinition of it in terms
of obstacle, limit and shameful defect from which it must be freed. For this, he develops a series
of behaviors whose objective is to convince himself and others that he is not a victim of fear.
Being discovered as fearful means reviving the sense of unworthiness and insecurity that he tries
to hide through his specific passion: strength.

It could be said, therefore, that the first step is to feel the insecurity and the feeling of
indignity, blocking any attempt to attribute it to events or people guilty of being bad or
unsympathetic.

Luckily, life offers us many opportunities for this: in my case, the first contact at the
conscious level with fear and insecurity took place at the age of 17, when I was hit by a car:
 "The impact was gentle and undamaged, but this was followed by two months of panic
attacks. The fear came improvisedly, it was vast, and the basic consciousness: you can die. The
emotion was fixed to the obsessive idea of death and prevented the further step: the awareness of
the need for safety and security... But I realized the existence of fear."

For Barbara, the first significant contact came when she was sent to a school: ―…in that
place, alone and with the obligation to stay (because my mother wanted it to) and to control my
twin brother, I felt an enormous terror that paralyzed my ability to express what I felt even with a
normal cry, but at the same time it was this inability to cry that increased in me the awareness of
strength and endurance‖ The paradoxical situation here is very clear.

For Mireya, the intense contact with fear occurred on the occasion of her mother's
admission to a hospital: ―They took her up, she was still anesthetized and she did not answer my
call. A chill ran through my body; I thought my mother had died. There I was, petrified, and
when the nurses saw me, they started asking who I was, who had let me in and they took me out
of the room.‖

From the point of view of consciousness, the SAT process and the recognition of
character six according to the enneagram are fundamental, because the awareness that fear is the
fundamental neurotic need and forces its direct manifestation, helps the counterphobic to give an
existential meaning to his way of being, overcoming the obstacle of fear as a symptomatic
emotion that must be eliminated. The horizon of consciousness is broadened beyond the strictly
psychological aspect. It is difficult for a classical psychotherapeutic path to focus on this
significant point.

Once fear is recognized as passion, contact with true self-deception is eaten: strength.

In counterphobes, strength is often cultivated on a physical level (almost everyone has

spent time in sports or physical experiences that served to feel strong muscularly). Another trait
is that of strength as resistance to fatigue, repression, humiliation and pain itself. This aspect
makes it resemble an E4 conservation. The difference is that sexual E6 cultivates strength as an
illusion to sustain each other's attack and fear.

However, for a transformation to take place, it is necessary to reach deeper levels: to

recognize force as a substitute identity that fills the deep feeling of not being worthy and that is
put at the service of not feeling need of the other. ―If I'm strong I won't fall into the relationship
and they won't hurt me.‖ ―If I am strong, I can exist, whether you/the other is in relation to me
(because I will know how to defend myself), or whether you/the other abandons me.‖ The
neurotic illusion of force is directly connected with the illusion of independence and incolumity,
and also with the narcissistic trait of megalomania.

To penetrate deeply into the meaning of strength, it is important to understand what it

means to be a sexual subtype; in the counterphobic it is not easy to perceive the energy he puts
into the relationship because he hides it from himself and others. In reality, their passionate
search for strength is intimately linked to the love relationship (attack and escape from intimacy).

In the process of transformation, the experience of weakness and that of needing the love
of the other are fundamental. Sometimes physical weakness is also important. For me, the
experiences of fasting through the practice of yoga have been very important: ―Fasting leads to
an inner emotional contact to which you cannot react in an adrenalin way, we can only give
ourselves. This helped me to feel a soft and slow way of being, without any relation to states of
affective weakness or that could be related to external events.‖

It is difficult for a counterphobic to indulge in a crazy and passionate infatuation. But it's
actually an experience he needs. Some counterphobic women say that it has been very helpful
not to run away from a loving and difficult relationship. After having had a marriage relationship
in which I felt protected and dominant at the same time, the change in my experience as a
woman occurred due to an extremely conflictive and insecure relationship:

―As usual, I would have kept my distance by controlling my feelings. Thanks to the
analytical work I was doing at the time, I didn't automatically get into the avoidance defense
mechanism and stayed in relationship. This brought with it intense emotional states and a sense
of madness. But when I came out of the tunnel I found myself stronger inwardly and with a new
state of fullness, produced by the fact that I had lived intensely the emotions. It was an
experience of integration, because this being did not allow me to split sex/love and
thought/emotion. And above all, he disarmed my basic conviction: that he was the culprit and I
was the victim.‖

The accusation. The rejection of self

It is not easy to recognize the accusation as a philosophy of life. Cognitive distortion is surely
understandable on the rational plane, but it is the part that most resists change.

The sexual fear starts from a basic distrust in relation to the other, of which he thinks that
he will surely hurt or deceive him; therefore, he must prepare, with his strength, not to succumb.
But the profound conception that a six has of himself is that he has caused the anger of another
(because he has been bad, or because he is not adequate, or he is not beautiful, or annoying), and
this constantly leads him to reject himself.

Another fundamental (probably the easiest) step related to the destructuring of nuclear
cognitive error is to recognize the defense mechanism of projection. The difficult thing is to
recognize how the accusation of the other allows to preserve the good part of oneself. The
counterphobic, accusing the other of being guilty, makes sure not to be singled out as evil and
therefore guilty; if this is achieved, he will not be punished and, as a consequence, expelled.
 Behind the fixation of the accusation there is a constant and strenuous search not to be
punished, but the accusatory behavior allows to cover up the deep belief of being the real inmate,
the real bad guy.

For the counterphobic, the monster is the punishment of God and the consequent
expulsion from Paradise: this rejection by God has been the original indelible punishment and he
has no other possibility than to project it out of himself, on another culprit.

The change is in abandoning the anxious and illusory quest to be good, accepting and
acknowledging the aggressive part. The counterphobic is not aware of living with a gesture and
an aggressive attitude towards the other.

―Today I can place the recognition of my counterphobic character in adolescence (12-13

years), when after strenuous attempts to "be good", constantly making vows and promises –
which I never managed to respect – to the Virgin, on the occasion of the preparation of First
Communion, I abandoned all kinds of control and had a behavior of uncontrolled aggressiveness.
Today I think that the teachings on goodness and holiness have acted as a mirror of my feeling of
exclusion, and I decided to move on to the opposite side: to side with the excluded.‖

For a sexual E6, the crazy deas, split from reality, must change their valence: ―Even if I
am bad, I do not lose love‖, ―even if you are bad, you can love me‖, ―even if you are bad, I need
you‖. To reach this cognitive change, the contraphobic has to recognize the child's own part that
needs affection and tenderness. He has to recognize that the elimination of the good mother (as
Melanie Klein would say) does not solve the pain of renouncing love. And you must realize that
you put all your energy into control so as not to feel cheated or manipulated, thus denying the
need for tenderness.

The most substantial change is the integration of good and bad into oneself and the other.
It is to abandon the illusion of finding in life another totally good (and, therefore, reliable and not
dangerous) person.

To obtain this integration, a miraculous technique is the gestalt hot chair; I believe that
there is no other therapeutic method that can be as successful as this one to reveal the cognitive
deception of sexual E6. The hot chair reveals the defense mechanism of projection and cognitive
generalizations, dismantling the logical accusation-danger-distrust scheme and disarming the
counterphobic in the face of contact with reality.

Thinking and fixation

The quality of counterphobic thinking reflects ambivalence in the relational context. Like all
E6s, the counterphobic has, on an affective level, the feeling of being trapped in a relationship or
situation from which he cannot escape. The love relationship is the place that is most sought, but
it is this same place that can hurt you and where you can totally lose your freedom and, above
all, your mental capacity.

The counterphobic's style of thinking is doubt. Taking a direction means acting, and
acting means taking the risk of making an irreparable mistake. Every mistake is, for character
six, a fatal and definitive mistake.

Deep down, the contraphobic has a strong sense of being precarious, either in the
relationship or in life itself. He never has the security of belonging. He wants to belong and, at
the same time, is afraid of losing his freedom and psychic independence (integrity). To resolve
the anguish of non-belonging or belonging by staying on both sides, always doubts about the
path he has to take. This is functional for him to maintain the desire to belong and, at the same
time, to be free, without realizing either.

Consequently, he fails to feel loved and part of the other, and fails to feel completely free.
The truth is that he is afraid of freedom. It is better to be heroes in a delimited enclosure.

To remain in doubt means to save the skin.

Change in the realm of thought is a very hard part of transformation. Not using hesitant
thinking means exposing oneself completely; it is like throwing oneself into the void, because it
necessarily involves an action. And if you are not sure that it is the right action (that is, not
wrong) it is better not to move and use doubt.

The fixation of accusation and doubt keep the fear of acting standing because acting
means heading towards the risk of irreparable error. Not acting reinforces the feeling of
emptiness, the height of the passion of strength and fear.

To transform the doubtful style into a thought connected with emotion and action, it is
necessary to experience that there is no single truth. For the counterphobic it is like moving from
Newton's causal law to chaos theory. Nothing is measurable, nothing is predictable, the only
truth is a fluctuating nothingness. For the counterphobic, this is the real madness, it is the loss of
self, the dissolution, which he tries to avoid by maintaining the hesitant style of thinking and
behavior.

―Retirement marks in me a new way to face my paranoid thoughts, full of doubts and
judgments. The game was born, I put my contrasting and ambivalent thoughts to fight with
swords and I laughed. I once surprised myself because I laughed alone on a bus and people
looked at me like I was crazy, which made me laugh more. Every time I managed to play with
myself, my thoughts dissolved, they lost their value and my obsessive struggle with my dreaded
god was relieved,‖ says Barbara.

Getting lost in madness, that is, in the void without space or time, is the cure. In this
sense, I venture the hypothesis that zazen could be an important type of meditation practice in
this phase of transformation, because it creates an inner containment with respect to the fear of
going crazy. At the same time, the sexual six has a need to experience crazy, extravagant, out of
the ordinary things.

Virtue: courage
Courage is a word that a counterphobic does not feel deeply until he experiences that the only
way to get rid of the anguish of life is action. It is not important to act justly, but to act. For the
counterphobic, courage means deciding an action, making mistakes, not defending oneself from
error, not accusing oneself or the other, accepting the consequences. It is important that someone
accompanies you in making decisions so that you can verify that the error is not fatal, that it can
be recomposed, that you can apologize. You can fall without dying and without hurting yourself
(it was my most important discovery in martial arts practice). You have to experience that the
distress goes away when you act and not when you have acted well.

Disarming is courage also in the face of the pain of the love relationship: disarming to
open up to tenderness.

―With meditation I have been able to experience tenderness towards me, I have learned a
new inner dialogue in which there is a place for everything. In a season of deep sadness I
visualized myself as a mother comforting her sad, desperate child in her arms, and for the first
time I felt loving to myself, a mother who transmitted courage,‖ adds Barbara.

Almost all counterphobes have difficulty feeling supported and in tune with the mudra of
courage that corresponds to virtue. The clenched fists on the chest would seem to reflect the
rigidity of the one who is closed and the force he uses to defend himself. When I learned the
mudra of my virtue in the SAT, I could not feel its help, it was more useful to leave my arms and
my hands open as to discover my heart. Only with a lot of practice and deepening in my personal
work did I contact the deep sense of courage: entering the unknown and spontaneous and crazy
action. Thus, the mudra revealed to me its deep meaning, that is, the courage to abandon myself,
to surrender either on the cognitive plane (accepting that I am not right), or on the emotional
plane (surrendering to the unknown).

Spontaneity, rage and sexuality

Sexual E6 has the neurotic illusion of being spontaneous. Only the profound experience of
spontaneity, as carried out in gestalt therapy or in the spontaneous movement of the SAT
process, puts the contraphobic in a position to recognize its inhibition in the face of spontaneous
action.

The contraphobic six manifests a marked control over the body with the aim of
cultivating strength and not feeling the chaotic emotions linked to the liberation of anger or free
sexuality.
 It is important to emphasize that, while aggressiveness is the predominant gesture in the
counterphobic, anger is not easily expressed in the context of intimate relationship — an area
that would be useful for expressing feelings or rights; it is easier for the sexual six, surely, to
express it in social relationships than in intimate ones. Expressing anger in the context of the
romantic relationship means reliving the fear of receiving aggression, the fear of being punished
and the fear of the old expulsion. But this means putting true heroism into practice.

Likewise, the free expression of eroticism and sexuality is inhibited because it would
mean putting the area of pleasure into play.

The sexual six also experiences pleasure with ambivalence: while on the one hand he
seeks it (sexual instinct), on the other he cannot demonstrate it because pleasure is closely related
to surrender to the other. And for people with this character, the other is always a potential
enemy.

In addition, releasing sensuality and eroticism would mean leaving room for tenderness,
that is, showing the weak side. Being tender brings with it the fear that the other can take
advantage of the weak side and also reveals the shame of feeling fear.

The counterphobic resolves this conflict by separating emotions: behavioral

aggressiveness is disconnected from the deep experience of rage, and sex, completely separate
from the feeling of love and intimacy.

Under this aspect, the transformation has shown significant progress in the practice of
spontaneous movement. All sexual E6 people declare themselves dumbfounded by the potency
of this instrument and all recognize that spontaneous movement should be practiced for a
lifetime, not only to connect and integrate the split parts, but also to cultivate surrender and trust.

Trust and faith

Talking about trust to a contraphobic is like talking about cats to a mouse! Not only is the other,
as a potential enemy, not trustworthy, but the counterphobic does not trust himself. The cognitive
conviction that every mistake can be fatal entrenches the idea that every decision can be fatal
and, therefore, no argument that the counterphobic has painstakingly constructed in his logic
split from reality will be enough to reach confidence. The separation between good and evil, and
the projection of evil outside, allow him to cultivate the illusion—on the edge of psychotic
defense—of always presenting himself as good and just. But if the split is not totally psychotic, it
keeps and hides inside a brutal monster.

The counterphobic constructs an intellectual explanation on the basis of which the

monster has every reason to exist: it has been unjustly mistreated, it is unjustly misunderstood, it
is unjustly abused, it has to protect itself from humanity, which is evil... On the basis of this
approach, it unleashes incessant battles that advocate against social injustice, for the equality of
peoples, for the right of everyone to existence...

But if the monster has to deal with love, that's when he doesn't know why it exists: in the
face of love, the monster is just a frightened child who has no confidence, who learned to give
up, who feels like one of the demons expelled by God because they were not worthy, who thinks
that he will never be able to fill the distance that separates him from beautiful and worthy beings.

Recomposing the dialogue with the inner child is the only way to transform the monster:
from a bad boy (who wants to see mom and dad dead) to a frightened child.

Sexual E6 often perceives beauty as a characteristic not only aesthetic, but as

representative of a category of people from which it is irretrievably excluded. The ugly and the
bad are equivalent. Although he dedicates his life to demonstrating that aesthetic beauty is not
important — cultivating it is an index of stupidity — in the hiding places of his psyche it is an
unattainable quality. The only thing he can do is conquer the beautiful object by cultivating
(sometimes in secret) poetic or visual art, or by trying to conquer the other/beautiful, thus
projecting onto the other all the qualities of perfection and dignity. Once conquered, he can tell
himself that if the other/beautiful one is accompanied by him, this means that he is not so ugly.

The reconquest of the artistic is one of the essential stages of transformation. Overcome
the shame of being an art creator. Returning to writing poetry, prose, drawing or composing
music means showing and exposing oneself, recognizing one's right to be a vehicle of creativity.

The reconquest of the seductive and erotic capacity is a stage of the fundamental
transformation: to be seductive and sensual means to approach the other and be in contact with
the desire, instead of opposing it (going from six to three). For this, gestalt therapy, together with
spontaneous movement, are surely important instruments. A kind of discipline of physical
contact is very effective. Practice touching the other. At the experiential level, it can be useful to
practice some body techniques and all kinds of dance as a couple that involves physical contact
and dancing together. Dance as a couple is based on the movement of the other, on feeling it and
moving by giving oneself.

In addition to the therapeutic work focused on projection and whose objective is to

dismantle generalizations, body work is much more effective because it is beyond the
conceptualization of which the contraphobic has always been an expert, since he always has at
hand one more argument to prove the opposite.

The knot of distrust at the relational level is very important in the transformation process
not only to rebuild a basic trust that opens the way to sentimental experimentation (the social and
concrete is quite affordable). If the theories of the link are taken as a point of reference, the
counterphobic could fit into the insecure/avoidant style, like all E6, but the sexual subtype has a
history of insecure/ambivalent bonding. This combination makes it difficult to rebuild a secure
link base. At the relational level, therapeutic work must involve the sexual six in the approach to
the other through contact, clearly establishing the boundaries between contact and withdrawal,
while leaving free access to withdrawal, that is, the possibility of differentiating/separating from
the other without feeling guilty. The counterphobic must learn to leave, to separate, to build his
process of differentiation, with the courage to lose the relationship. The next phase involves
practicing the courage to enter into relationship. This clarity of boundaries is helpful in building
a foundation of support for faith.

Faith is an experience that dispenses with mental construction and above all with
intellectual understanding. For sexual E6, as for all mental characters, the concrete and the
pragmatic are sure ideologies that allow control of the world. Faith in organismic self-regulation
implies surrender and trust that the world has natural justice and beauty, and that it is part of this
world. There is nothing else to do, you can leave yourself alone, lay down your arms and
appreciate the tranquility (passage to point nine of the enneagram).

In reality, access to faith for the counterphobic goes through living the experience of
being a creature of god, a son like the others, belonging to the supreme family of the whole. If he
manages to perceive that his origin is not cursed and that his existence does not depend on who
has given birth to him or who surrounds him in the here and now, he can then perceive himself as
a spiritual being.

For me, the timeline technique as reformulated by the SAT process was a great help. If
this technique is experienced in a painting that does not have a strictly psychological sense but
rather existential and spiritual, it can lead the sexual six to an experience of belonging to the
fundamental whole. For me the door of belonging that transcends the concrete interpersonal
relationship was opened, and I was able to begin to feel worthy and beautiful, to open myself to
the other without wondering if it is reliable, enjoying, instead, the opportunity of pleasure, love
and also affection.

If a counterphobic manages to reconstruct this experience of himself, he can rely on a

faith that goes beyond the visible, enjoy the unknown and recover his ability to build love.

The Three Loves

In the theory of Claudio Naranjo, E6 is a character predisposed to admiring love, that is, to the
search for someone superior and reliable in whom to believe. After undergoing various tests, the
other can be recognized as a carrier of qualities that the sexual six would like to have, or as a
good authority (opposed to the bad authority he lived during his childhood) and with which he
can resolve his conflict between surrender/trust.

Unlike the E6 conservation, which seeks protection in the other idealized, the sexual E6,
in contact with the feeling of not being worthy, seeks in the other a recognition that will allow
him to be and not be expelled.
 In this sense, the sexual six is an idealist, a dreamer, a hero of great battles and great
ideas.

This love leads him to develop empathy and to approach the other with compassion. But,
since it lacks maternal love (caritas), the contraphobic can become very protective but not hot.
To develop truly compassionate love, the counterphobic must go through understanding the evil
other who has driven him out, and understanding his inner monster. If he manages to see the
enemy as a suffering creature, he can recognize the inner child as a tender creature and, in
addition to undertaking great battles for him, he will begin, perhaps, to embrace him. Children
are happy if someone defends them from abuse, but if no one hugs them they can die.

To develop this level of compassionate understanding, work on the inner family, as

reworked in the SAT Program, is very valid. In this program, the work on the family has a
personalized approach to the process and the phase of compassion and forgiveness is sustained
by an authentic attitude, indispensable for the counterphobic.

The development of maternal love leads to giving permission to exist to the instinctive
child and above all helps him to have confidence in his instinct. Their instincts are wisdom,
beauty, kindness. Erotic love is surely the least developed in E6 — even sexual E6, even seems
otherwise. We could say with Freud that the sexuality of the contraphobic is more phallic than
genital. There is a huge taboo of erotic pleasure. For counterphobes, it is easier to have impulsive
sexual activity than to indulge in the sweet pleasures of preliminaries. It is as if erection is more
important than orgasm with ejaculation (and in metaphorical terms this experience is also valid
for women). The counterphobic is sexually pushed to demonstrate his power and dominance over
the other (also for women), rather than motivated to enjoy the other.

The transformation is in getting lost in pleasure, in giving oneself to the orgasmic and
ecstatic pleasure of union with the other: recovering erotic love as a passionate and tender
experience of union with the whole, with the supreme.
 E6 Conservation (Self-Preservation) – Warmth

The E6 conservation is the opposite of the E6 social. This one is warm and ambiguous, insipid,
sappy. It does not come to him to say that this or that is white or black. It takes a lot of courage
to say something is black or white. For him it is better to say: ―oh, there are several types of
shades of gray in between. And I don't really know what kind of gray we're talking about,
because life is very complex.‖ And so he can go on endlessly, always beating around the bush.

We have a person here who needs a lot of protection. He is afraid of not being protected,
a fear that manifests as insecurity. And his characteristic passion is the need to have something
similar to friendship: a little warmth. What characterizes the E6 conservation among the three
types of the six, is precisely this search for heat. They are teddy bears. They want to feel the
embrace of a family, to be in a warm place, in a familiar environment where there are no
enemies.

In social contact there is a kind of alliance formation of ―I am not going to hurt you and
you are not going to hurt me‖, ―I am your friend, be my friend‖. Freud said that such alliances
were the essence of friendship, but of course they are only the essence of a neurotic friendship:
coming together in the presence of a common enemy, huddled together in the face of danger. The
"I support you and you support me" phenomenon is humanly general, but the conservation six
does this constantly, in its yearning for a small, warm world.

The transformation in the conservation E6 by Betina Waissman

My first contact with the enneagram occurred in Rio de Janeiro in 1985. At that time he
participated in a growth group with Guillermo Borja, Memo, who every year came from Mexico
to Rio de Janeiro. It was he who took me to meet Claudio Naranjo, his teacher, with whom I took
the Protoanalysis course. That meeting marked a before and after in my life.

In that first course I did not identify with the dynamics of Fear, but with that of Gluttony,
which resonated more with me because of what I was living then. I was 28 years old, I did group
theater as a first professional and vital activity, I was very involved with my process of therapy
and Reichian body training and with the expressive body work of the Rio Abierto system. I also
studied and worked with the Tarot and was interested in astrology and kabbalah. My theater
group specialized in street theater and, although we also did theater, the main focus was language
research and our social engagement.

I graduated in Sociology, since the social had always mattered a lot to me, but I had
found in the theater my path of expression and social work more rewarding. I lived alone in a
small studio in a bohemian neighborhood and away from my family. I earned money to support
myself, even though I had the help of my parents when I needed it. I was single after ending my
first major love affair, which had lasted six years living in separate houses.

From the age of 20 to 28 I broke with the patterns and expectations of my family. I felt
idealistic, I felt like I was liberating myself and discovering life, I liked to travel alone, dress
unconventionally, I was a vegetarian and I took care of myself with alternative medicine. It was
an expansive stage of my life, which resonated quite a bit with characteristics of enneatype
seven.

For all this I placed myself in the trait of gluttony and during a good season working from
that perspective was very enriching. I learned to enjoy a more open lifestyle and approached
something I was looking for: to be freer. I understood the value of looking at oneself from other
points of view, and also the importance of deepening without clinging, allowing the central to
finally appear. Over time, I realized that it wasn't gluttony that kept me from growing, that wasn't
my main defense and mechanism. I had a hard time seeing fear as the central neurotic issue.

Fear and search for warmth

Living in fear came naturally to me: I didn't see it as an impediment or as something
problematic. Since I was a child I felt shy, insecure, but I was not aware of fear as a problem and
normalized it. Although my shyness and insecurity threw me back a little, I always had a friend
who was braver and more outgoing than me, and that complicity propelled me forward. Maybe
that's why I didn't register that fear could prevent me from living what I wanted to live. My
mother, her family and friends were from Argentina, and there we spent our holidays annually. I
studied in an American school where children from many countries attended. I learned
languages, traveled and met people from other places. All this gave me a certain ease of social
relationship, although in a group I was always withdrawn and quiet. I used to access social
through someone close to me that I felt safe with, like my close friends or cousins.

This way of relating, so common in the sixth conservation, I recognize since I was a
child: I have always had some close bond, of intimacy and trust, with which I felt safe, and from
there I could relate more broadly with the group. The search for warmth as a strategy continues
to act even today, when I arrive alone in a new group: I tend to stay a little on the periphery and
naturally locate someone to approach. I do not usually stay long in environments or situations
where I cannot generate some sense of complicity and support, some homely, warm protection.
When I do, I relax, the internal tension loosens and I can get to enjoy the group.

In childhood I was seen as a good girl, kind, loving, calm, obedient. I never gave war.
―Sweet,‖ that's what my father called me. I think he had a contented, docile and adaptable
appearance. My mother says that since she was a baby she didn't give her any work: she slept
well, she ate without problems, she smiled. It was so easy and so good... I do not remember
myself especially cheerful but soft and collaborative, with good disposition and good humor,
typical characteristics of the six conservation.
 My parents were young — my mother had me with my years — and they had a very
active social life, so they entrusted me to caregivers throughout my childhood. I remember
loving my first nanny very much. She told me stories about monsters and fantastic beings that
fascinated me but also impressed me. I dreamed of these creatures, and I used to have nightmares
and delusions when I got a fever.

The next caregiver marked me deeply. It happened between the ages of three and six. I
was a very cruel German woman who beat me a lot, threatened me and tortured me physically
and with the word. He was always behind me, watching me coldly and extremely harshly, telling
me that he was doing everything for my good, as he was educating me. I was totally terrified,
and I, the eldest of two sisters — the third was born in this period and the fourth had not yet been
born — lived in an environment of fear, alertness and silence. My parents couldn't know
anything because, otherwise, she would get even with me. Nor did I want them to know what
was going on, as they might be frightened, suffer or become disillusioned, and I preferred not to
bring them trouble. I came to think that the caregiver could hit my mother, like she hit me.

I was a child who never talked about the negative, didn't tell what hurt me, didn't
complain and didn't ask for what I needed. I did or responded to what they asked of me, what I
owed, or what was expected of me. Looking at my photos from that time I find my look sad,
different from the one I had before I was three years old. At that stage I went on to have a
continuous allergy in my legs that lasted until I was 20 years old.

Little by little, I stopped identifying what was happening to me and I didn't know what to
say when they asked me about me. It was not that I knew and hid or concealed, but that I diluted
the conflictive, suppressed it internally, leaving me blank, disconnected. It conveyed naivety and
a semblance that everything was fine, and I believed it myself. All the painful and hard of my
childhood was hidden, minimized, I did not share it with anyone, I did not consider the
possibility of naming it until later I went to therapy. From the perspective of the enneagram, I
understood that this was how my conservation character six crystallized.

I endured the caregiver's mistreatment without saying anything until the eve of a trip by
my parents, after which the three sisters would be left alone with her for a month. Although I had
already seen myself in that circumstance, I was now six years old, I felt stronger or more
desperate and I had a burst of tears, prey to dread, and I revealed the abuse to my parents. I did
not tell the details of the barbarities to which the caregiver subjected me, but they were very
frightened, canceled the trip and threw her out. Some time later, she came to visit us and wanted
to greet me, asked me for a kiss and I gave it to her, shyly and fearfully. The same thing
happened a couple of times in the park I was going to play. I don't remember feeling anger, just
fear.

I also don't remember expressing anger in childhood, and the only fights I keep in my
memory were quite innocent, a little later, with my cousin from Argentina. Also, I felt very bad
when I had bad thoughts towards people or when monsters appeared in my mind and in my
nightmares: I took the blame and the fear of punishment.

I became very skittish. Any noise, a change of light, a shadow could trigger my fear. He
lived as if reality was always populated with invisible and threatening beings. These beings and
God watched over me, and even scrutinized what I thought and felt; they would always be
attentive to punish me, because it would be educational, for my sake.

I grew up being a good student, a good daughter, a good friend, and at school I managed
to make friends also with the loudest and most rebellious. Maybe because I was collaborative
and loyal and because I liked the artistic and teamwork. I was never a leader but I helped in the
groups and they counted on me, I offered support.

In the transition from puberty to adolescence I began to perceive my anguish. And to

discover that I had a hard time with the relationship with the boys. They scared me, I felt clumsy,
shy, I blushed, I didn't know how to chat or be entertained, and then I preferred not to go out
with them. I took refuge in my group of friends and as they began to date boys, I realized my
shyness and fear of intimacy. I remember wanting to be more open and outspoken than I was, but
when they got closer, I would withdraw.

Ambiguity, contradictions and guilt

The adults around me said of me that I conveyed balance, serenity, peace, tranquility. This
bothered me, because inside I felt the opposite: I looked tight, tense, repressed, a little tormented,
distressed. What they told me was so different from what I felt or lived! I lived with different
realities and these only unified in my silence and endurance. All this helped to confirm a
characteristic of the six conservation: the feeling that head and heart were separated, and that the
unknown and threatening instinct is associated with monsters, with evil.

I started to get fat and that made me suffer more. I was very scared of anger, aggression,
provocation, confrontation, as is typical in this subtype. I would withdraw, withdraw, shrink, but
I also didn't want to be seen as a coward. She showed me as peaceful and conciliatory.

I had fantasies of having a monster that could break in and that one day I would be
discovered, that the ugly and bad would appear inside me and then disappoint, disappoint people.
To be seen so different from what I felt internally made me feel false, a liar, and guilty. It was
like a ghost that could appear at any moment and reveal the evil that I had inside.

This was one of the topics that led me to initially place myself in enneatype seven when I
did the Enneagram I course (as it was then called) with Claudius. When I heard the word fraud in
relation to E7, I associated it with this familiar feeling of feeling inside something different from
what they saw from the outside: I was afraid of being a fraud. I never thought I was prepared or
capable, but I seemed to generate that expectation in others.
 I felt a lot of ambiguity: a part of me sought to go forward, I was attracted to expression,
freedom, courage. Another part was pure insecurity, impotence: not knowing how to position
myself, what to say or do in the face of problematic or conflictive situations or people. I had a
hard time accepting my duality, my contradictions, as if this in itself was something bad and
lying, fraudulent.

Doubt being such an important issue in enneatype six, I did not recognize it as such but
my experience was the contradiction. Integrity, being true and consistent, was fundamental to
me, as was the fear of hurting loved ones, of disappointing them, of not living up to it. From the
mind I have always been clear that contradictions are inherent in life and in our humanity.
Intellectually, it is very easy for me to relativize, to justify, to include different aspects of the
other and of reality. But, emotionally, I have had a hard time getting out of the dichotomy of
Good and Evil.

Guilt was another of the clues that led me to place myself in the E6: it was shot very
easily, with the consequent discomfort and fear of punishment. As a child, at school, when they
threatened the whole group because they wanted to discover the person responsible for
something that should not be done, I, who never got into trouble, began to burn inside as if I
were guilty and they were going to discover me. As a young man, the same thing happened to me
when I went through some police checkpoint, which at that time were very common in my city. I
knew I had nothing to hide, that my papers and my life were in order, but I lived it as if I were
guilty of something.

From disconnection to greater freedom

Theatre, expression, movement and bodywork were my salvation. I started dancing since I was a
child and at school I participated in everything-theatrical and artistic that was organized, but it
did not occur to me to star. I enjoyed the expressive and playful, and when at the age of 18 I
became fully involved in this world, I began to transform.

That same year the sister who followed me died of leukemia. It was a turnaround in my
life. Contact with death propelled me into life. I committed to everything I was doing and began
to have a searching awareness, and to see life as a path of growth. I think my reaction to my
sister's death was my first big victory over fear. I remember the strength, the certainty and the
courage I felt one day in the cemetery visiting his grave, crying and telling him that I was
committed to my life, to giving meaning to life, to not letting it pass blank, not to settle in. It was
when I took the theater as a profession and path of life. The theater made me feel alive.

A few months later I entered the University of Theater, participated in other free courses
and made my first great trip abroad alone. This trip to the United States was an adventure for me.
Staying at friends' houses I managed to feel protected enough to move alone and look for what
interested me. I felt brave and adventurous, I had my first meditation experience: an intensive
Transcendental Meditation, something totally new for me. I visited drama schools, saw shows,
walked the streets alone, had my first sexual relationship and even an experience of altered
consciousness. In short, I felt courage and the effervescence of freedom.

On the way back from this trip I joined the theater group that would be the center of my
life for the next 20 years and I looked for a less analytical and intellectual therapy: I did three
years of bioenergetics and later I continued with Reichian therapy.

Both the artistic expression and the clinical framing have been the most healing and
transformative for me. In both contexts I went beyond the taboo of taking out what happened
inside, which implied connecting with my emotional world, so blocked by unconscious fear.

I didn't know that the blockage I perceived in the relationship with my emotions and
inner life, typical of E6 conservation, was a consequence of fear. Fear of feeling, fear of pain,
fear of intensity. I had a fantasy that I could not stand the intensity and that it would disintegrate
me. And, on the other hand, I longed to go beyond the barrier that prevented me from feeling.

What I perceived most was my disconnection: I didn't know what was happening to me, I
didn't identify what I felt or if I felt something, I was blank, paralyzed, a little dead. This
mechanism of character six conservation of disconnecting from reality that frightens or
uncomfortable, occurs especially in conflictive or painful situations. I didn't know what affected
me until some time later. When I finally woke up, I felt worse about myself because only then
did I realize things, their effect on me and what I could have done and didn't do.

Something like this happened in relation to my sister's illness, which lasted two years
until her death. I sensed that something important was happening. I was almost 1 6 years old and
I realized it was serious. But since it wasn't talked about at home, I didn't name it either, nor did I
ask. My parents wanted her to continue with a normal life, and they chose to hide the situation by
saying that she had a strong anemia, thinking that this would avoid suffering. I lived as if nothing
serious was happening even though I was very attentive to my sister. I felt distress, I felt a little
frozen, and I started to get fat. When she went into a coma and finally everything was revealed,
my heart opened. The emotion gushed out, I felt alive and present and without fear of pain. A
pain that opened me to feel like never before the love for my sister, for my family and for life. At
that moment I understood the internal tension I had experienced beneath my disconnection
during the previous two years. Understanding this, as well as experiencing the consequences of
everything that happened then, uncovered in me the possibility of deeper changes.

Body, expression and transformation

A fundamental change was to begin to perceive and say what is happening to me without much
time passing. When I'm in fear, I have a hard time even realizing what I see, feel, and think. In
fear everything fades, as if I were in a cloud that confuses me, blocks me and there I stay. If I let
myself be taken by this feeling, the fear grows and each time I block and shrink more, and the
distance between my head and heart increases.
 In my process I learned that, if I can sustain fear and go through it with awareness, I
begin to see, to realize what is happening to me, beyond fear. The most transformative thing
happens when I manage to say what I feel/think/see. I have learned a lot about this subject in my
marriage, since in previous couples I almost did not say what I felt, especially what I did not like.
I kept it, adapted, molded and told myself that time would solve it. He justified everything
because if he named the conflictive he could make things worse, lose the other, be rejected. I was
so afraid to manifest myself that I thought it was better not to say anything: it will happen, it will
change.

Seeing fear as a central element in my neurotic dynamic, and not as something natural,
has been decisive and very healing. Before it was so close to me that I could not focus on it and,
therefore, I could not delimit it either. As I also tend to be confident and optimistic about others,
I did not identify with the descriptions of paranoia and distrust associated with this character.
Now, whenever I can name the fear, it becomes more concrete and localized, and then it
decreases.

What has helped me most in my transformation has been to pay attention to the body: to
identify the physical sensations of fear — how I feel when I'm afraid — and to allow myself,
especially when it comes to that diffuse, ambiguous, disguised fear that misleads and decenters
me. This fear does not seem fear, and it fills my mind with reasons that devalue, entangle,
confuse and paralyze me more and more.

One of the especially healing experiences I had happened during a job in the context of
the SAT Program. I was able to indulge in feeling fear all over my body, without containing or
controlling it, without judging and without fantasizing or bringing it to mind. For the first time I
let my body tremble freely and consciously: tremble with fear.

I had experienced tremor and vibration in bioenergetics and Reichian therapy exercises,
but this was completely new. Surrendering to fear was an intense bodily experience that brought
me enormous liberation and consequently, a great sense of vitality. Before, my unconscious
strategy was containment, and from there I cooled, disconnected, dried and blocked. Then he
judged me and blamed me for it.

Now, when I feel the fear in my body without avoiding it, I can make decisions. If I allow
myself to tremble, even subtly, and I manage to endure it, breathe and be there, a change occurs.
I go on to feel my body, to be in the body, and that in itself already reassures me, I feel more
real. The focus changes: it is no longer just panic tremor, it is also vibration and connects me
with the flow of energy in my body. I feel alive and I can move forward, albeit with fear, I am
here and I do what I can.
Anger, aggressiveness, innocence and punishment
Getting in touch with anger, living it, expressing it and sustaining it has been the most healing.
When I started my process in body therapy I could not connect with anger. I knew it was
important, I understood it, but I couldn't live it. He did the classic exercises of rage: hitting the
cushions, using the racket to hit, pushing, screaming, all the things that had to be done, but he
didn't feel it. Guilt and fear were so unconscious and internalized that I could only cool down
and disconnect. Distrust and discredit in relation to oneself and one's own experience, seems to
me a very active defense in trait six conservation, which can lead us to desist or not to give value
to important issues.

Seeking contact with rage—at first mechanically—helped me to get closer and demystify
the taboo towards this emotion, and gradually, the inner permission to live it was opened.

As I began to experience anger, I saw more clearly how the fear of punishment was
constant and internal: life could punish me. I lived the fantasy that if someone got angry or
fought with me, they would never love me again. Therefore, I feared that if I got angry, I
wouldn't love the other one anymore either. I couldn't put love and anger together. For me, the
great learning of anger has been in the couple, in love and in trust. The effort has been to go
through the fear that it would end or that love would be withdrawn. Now when there is trust I can
get angry, diverge or have a different opinion and the world does not end. But if there is no trust,
I can still tend to shut up, to retreat.

With aggressiveness, the taboo was also immense. I felt unable to defend myself, without
resources, and therefore afraid of the world and life. I knew my endurance strength but not the
strength to face. It wasn't just the idea that the world is dangerous but that I wouldn't know or
couldn't defend myself. Claudio asked me about the tendency of the E6 conservation to do like
some small dogs, which are thrown on the ground on their backs offering the chest, belly and
soft parts to the aggressor. I think many times I have done this: to be fragile, weak, open and
submissive to defend myself from aggression.

There is also an unconscious use of naivety as a defense in the form of ―I didn't realize it‖
or ―I didn't know,‖ a childish attitude. A position of innocent weakness. I think this also has to do
with guilt and fear of punishment. It is a mechanism that blinds me and that really prevents me
from realizing it in the present, therefore I cannot take responsibility and defend myself in the
moment. Today, when I look like this, I stop and wonder what is happening to me, that I am
afraid. When I perceive it, something changes, I can take responsibility, and even if it hurts, I
reconnect with strength and confidence.

In the process I understood that behind so much fear of the harm they could do to me is
the fear of doing harm. When I began to feel the rage, the fear of exploding, of losing control and
doing a lot of damage appeared: the monster.
Safety and security
I have heard many six conservations name the pursuit and importance of external security. I
think that this matter becomes compulsive because we do not believe that this security can be
achieved: a flat can be burned, money can be stolen, fate is not safe, nothing is certain, nobody
knows the future... Even so, there is a constant attempt to make sure, to foresee just in case; so
many times investing energy in creating a security in which we do not finish trusting. This
tendency often appears in the material, even in the most everyday and banal. More than once I
have contained the temptation to buy two of something I need or like in case it runs out, wears or
breaks. In my bags and suitcases I always carry everything in case I may need it, I do not like to
ask or depend on the other. There is a satisfaction in being able to attend to one's own need and
also that of others without having to ask. Although there is consciously a rejection of
dependence, protection is sought in the links. Friends have been my main support since
childhood, and I have always lived them as my family, as the most valuable thing I have.

A crazy idea that fuels neurotic behavior is, ―If I have friends, people who love me, and
who I love, I'm protected.‖ If something happens to me, someone will give me a hand, I will
have somewhere to grab me. On the other hand, there is a lack of trust in love. I didn't think they
could really love me, much less that they could protect me. The little girl in me didn't understand
why my parents, who loved me so much, hadn't defended me from the caregiver's mistreatment.
My fantasy was that friends would forget about me, that they wouldn't see me. Therefore, it was
important to have many friends and take care of the bonds. Most of the time I was the one who
offered the hand, the one who protected. As if this were to guarantee future compensation, in
case of need. A kind of life insurance, which as with all insurance, I preferred not to have to use
it, but it relaxed me to know that I had it.

I have observed the difficulty of cutting relationships even when they have left wounds.
There is a tendency to maintain a kind relationship with everyone, as if this could ward off
danger or a next attack. Nowadays I can cut a relationship with someone who has hurt me, and
this makes me feel stronger.

Confidence
Another big change is to perceive certainty and trust internally and not just to deposit it outside.
When I manage to recognize my intuition, realize what is real to me without the external
confusing me, I feel connected and safe. When I can hear an inner voice that I experience as true,
even if it is not perfect, and life confirms it to me, I feel stronger and more consistent. This voice
corresponds to sensations in my body: I locate it between the solar plexus and the lower belly, in
a central place within me.

It's not about the voices in my mind, which are many and can confuse me. When I am
insecure and from the outside I am questioned, my mind becomes entangled and I lose my
center. I begin to doubt even more, to think that maybe there is something that I am not seeing,
that I have to consider it and that the other may be right. That brings back to me the feeling of
fraud, of helplessness, of not knowing, of not being worthy or of being inconsistent.

If I stay connected to my body, giving credit to my perception, I feel more whole and can
defend my point of view. This experience is something else: it connects me with trust. It's an
experience and not an idea. The work with Authentic Movement, practicing and imparting it, has
been key in this conquest.

Writing about myself, showing myself and allowing this text to be published, is an
achievement in the face of another fantasy: that exposing myself is dangerous and that it is better
not to appear. Exposing yourself means being too much in focus and that is very dangerous, an
idea confirmed by my childhood experience of severe punishment. This is another crazy idea: if I
show up, they're going to cut off my head. It is not a conscious thought, it is something that when
it happens, it is so fast and automatic that it invades me completely: it burns me, I blush, I want
to run away and get out of focus; it's too much of a threat. I remember hearing from my paternal
grandmother, whom I loved very much and who was a model for me, a Jewish saying that said:
better not to stand out too much, neither up nor down. Otherwise envy or contempt is aroused,
and the consequence would be persecution.

There is a kind of taboo to highlight, to become very visible that seems common to the
six conservations. As well as the childish image of a severe, controlling and punishing God, like
that of the Old Testament, with whom we must be constantly negotiating, praying for
forgiveness.

The playful, expressive and creative path, both artistically and therapeutically and
especially the theater, allowed me to expose myself with meaning and pleasure, with less guilt
and more freedom.

Getting to know the work of Claudio Naranjo, who integrates the wisdom of compassion
— so central to Buddhism — with his own Jewish cultural heritage, was deeply healing for me. I
didn't conceptually understand the meaning of compassion: for me it was a very new vision, but
in its presence I felt it like a balm running through me internally. Like a nectar that healed inside
my body, my cells, my heart and my mind. And it remains that way.

My husband's love is for me another miracle of healing. At the age of 42 I moved to

Spain to get married. With my previous partners I had not lived together and we kept houses and
economies separate. I didn't give myself up completely, I feared intimacy even though I wanted
it. I didn't trust that they could really love me and therefore I didn't compromise. He protected me
in my independence while longing in fantasy for a wonderful love. Until the relationship with my
husband, Juan Carlos, with whom I am much happier than I could have imagined.
 Today I feel more resourced, more autonomous and more able to defend myself, although
from time to time fantasies and fears return, especially in relation to the future. It helps me to
remind myself that this is all part of the neurotic dynamic. I also keep blushing, but less, and I
don't care so much anymore...
 Enneatype 7 – Gluttony

Gluttony is the irrepressible need to savor all that the world has to offer. Tasting without
digesting means taking from the world only the most exciting and tasty aspects, and above all
easily rejecting everything that hurts or does wrong.

The E7 avoids contact with the feeling of emptiness by ―filling the mouth‖ with pleasant
experiences and stimuli, thus cultivating a great ability to always stay on the surface. The E7
believes to fill the void with an illusory layer made up of multiple behaviors tending to
displacement and distraction.

The pleasure of the search for stimuli requires a constant movement that prevents the E7
from feeling the lack or frustration that the world obviously faces.

If something or someone disappears, it is enough to head towards another pleasurable

stimulus.

Since its childhood, the E7 develops an intellectual background that allows it to

understand how to move nimbly in the face of obstacles. This function has been experienced in
family relationships, in which E7, in the physical or emotional absence of the father, often took
charge of relieving the mother's pain or depression.

For males, this has meant a distant relationship—or rejection—from the father; for
women, on the other hand, it has been to fulfill a masculine role, leaving aside the feminine
dimension (either in terms of the erotic or emotional aspect).

This support function did not translate, as for E1, into a rigid assumption of
responsibilities, but led to a compulsive need to please and be recognized as a skilled harlequin
who puts himself at the service of the other without renouncing his own advantages.

Although touched by the feeling of guilt, he tries to escape by distracting the attention of
the other (and his own) from his misdeeds.

The weapons he uses to enchant and obtain the forgiveness and approval of the other are
cunning and seduction (self-indulgence is his fixation). He takes pleasure in his achievements,
confusing cunning with intelligence. Making the other fall into their nets gives him back a
narcissistic assessment of himself; he is not interested in knowing the real feeling of the other;
their constant search is the feeling of satisfaction product of their own abilities.

Leading a relationship — whether sentimental or social — means, for E7, adopting

strategies. In love, friendship or profession, you always have at hand a plan B that can solve both
emotional suffering and the weight of a commitment.
 To assume a commitment, for an E7, is to find yourself immersed again in that subtle
obligation to satisfy the impossible expectations of the family environment (and also to stop).
The biggest ghost of an E7 is not being able to escape or not having an exit.
 E7 Social – Sacrifice

The social E7 is the counter-type seven, in the sense that it is difficult to recognize in him the
passion of gluttony, because he strives to hide it with an altruistic behavior that, in some way,
should purify him from the guilt of feeling an attraction to pleasure or to one's own advantage.
This is an attraction that he tries not to feel by pursuing an ideal of himself and the world: he
sacrifices his gluttony to be better and for a better world where there is no pain or conflict.

The social seven are people who, on the surface, do not want to exploit others, do not
want to be tied to their desires. They are very pure people, too pure. There are some sevens who
are very concerned about their diet, about world hunger, and so on. New Age fashion was a
hotbed of this seven social culture.

It would seem that the individual had the intuition that he hides a pig inside himself and
said, ―No! I'm going to define myself as a detached pig.‖ This is the social seven.

The word Ichazo used was sacrifice. But it is a sacrifice of gluttony. It is a postponement
of desires before an ideal. The deception is that these people really have a great gluttony in
recognition of their sacrifice. They want others to see them as very good.

Now I am going to give a bad example about the social seven, since I will refer to the life
of a true saint, highly revered in the Christian world. It is obvious that I am talking about San
Francisco, who was this type of person.

Saint Francis followed the kind of advice that William Blake gave: if we lived madness
and followed it, then it would become wisdom. If the mad and neurotic man fully lives his
madness, he would become a sage. It is a path.

So San Francisco wanted to be good. Therefore, he did all the things that a seven needs
for transformation: he lived miserably, he raised stones to repair the shrine, he kissed lepers...
Nothing could be more horrible. So he did all the right things to detach himself from the seven of
him. But if we examine the early life of Saint Francis, we will find a very revealing anecdote.
Together with his monks, the saint built a kind of tent to take shelter. Suddenly it started to rain
and Saint Francis and his monks went to the shelter to rest. But when they arrived they found a
farmer with his cow inside the store. And Franciscan generosity was to give priority to the
farmer and his cow.

It seems to me that health, both mental and spiritual, has to do with loving what your
neighbor asks of you. But when you love your neighbor more than yourself, then you are trying
to be too good. This is very typical of nuns, and some social sevens can also get into that kind of
stereotype of goodness, which consists of trying to be good according to a code or a social
consensus.

Perhaps humans today would be tempted to think that they have more rights than a cow,
but perhaps we are wrong about this too: deep ecology has something to tell us about it. But
where is the limit of goodness? There is a kind of kindness by applause, very typical of the social
seven.

The transformation in the social E7 by Francisco Peñarrubia

The word sacrifice with which Claudio Naranjo has traditionally labeled the social subtype of
enneatype seven portrays well a complacent and generous personality, capable of managing
projects and mobilizing energies for a certain purpose, to which he can give himself with great
dedication. This requires enthusiasm, idealism and social skill, and of all this he usually has in
abundance a sacrificed seven. Such a position before the world has many selfish compensations:
appreciation, recognition, good image, reduction of conflicts and create debts in the other (so that
in turn it treats you this well), finally generating interested relationships that end up devoid of
real meaning (yo-yú), and with a tendency to superficiality.

The path to self-realization involves dissolving this compulsion of a good child, going
through two complex and complicated internal pitfalls: guilt and selfishness. The guilt is hidden,
rather projected, blaming others for their lack of commitment and dedication (the latent
complaint is: ―with what I have done... and how unjustly I am answered‖), or reproaching
himself for being naïve and delusional, for expecting so much from the human race.

But behind all this there is guilt for feeling so interested under the mask of good, for
manipulating through enthusiasm, for delegating excessively in the name of tolerance, etc. So he
begins to distrust his good intentions, to feel quite miserable and to make a mess between what is
altruism and/or selfishness.

Changing the ―being for the other‖ to ―being for himself‖ is a complicated process:
attending to the deepest self-motivations is extremely difficult because, either you do not see
them, or they seem ―bad‖ (interested). So you have to clothe them with altruism, idealism,
dedication and sacrifice to make them acceptable. The reverse path is to recognize comfort,
laziness, narcissism... and then the hunger for recognition and love, so insatiable.

The healthy way for a social E7 is to decriminalize selfishness, turn this taboo around,
and start really loving yourself, legitimizing your real needs instead of fraudulently disguising
them. Contributions in this regard abound, received from other social E7:

―To be more for me and less for the other. Being more selfish in depth, knowing what I
want and need.‖ (Irene Díaz)
 ―Legitimize one's own and others' ‗no‘, without conditioning or commodifying it...
Generally, we use sacrifice to cover our deficits and shortcomings, to claim recognition and
admiration, to be loved (as we do not know how to love ourselves), to legitimize our desires and
whims.‖ (Enrique de Diego)

―Sacrifice and service is the price to pay for my neurotic need for the admiration of
others.‖ (Josep Micó)

―Acceptance that ‗nothing happens‘, but not in a superficial sense of false joy, or rather,
of superficial joy, but in the line of trust in others and, above all, real confidence in myself.‖
(Jaime Locutura)

―...when the complicated mind quiets down, one can be at peace, open, to the rhythm of
the present day, with nothing to prove or anything to hide.‖ (Katriona Munthe)

―Sometimes I feel guilty that I am not giving what is expected of me, but it is like a
burden of guilt that I have left over, better to be attentive to my responsibility, not to become a
small child to avoid the things I do. Take over. It is not guilt, but responsibility.‖ (Manuel
González)

What was left behind, what has changed

The most notorious thing that has been falling is idealism, that mixture of illusion, good
intentions, idealization and naivety that works as an intellectual drug (a cognitive stimulant) for
action. With a shot of idealism you can maintain the energy and effort that all sacrifice entails,
otherwise, strength and dedication would decay, time would go on dreaming and not on doing.
And the social E7 is active, it is moved by ideals that it tries to capture in life, and that, generally,
refer to improving the world, whether from religious, socio-political, therapeutic budgets ... with
a certain sense of mission, not in the most tremendous version of messianism, but in that of the
visionary, the one who is able to imagine a freer world, or peaceful, or healthy or whatever
moves him. In this idealism there is a considerable component of rationalization and ideology,
almost always in favor of the change from the obsolete to the modern. If any of these creeds
proves wrong, it is changed to another, explaining this change as evolution.

The dissolution of this idealistic structure is therefore very difficult and at the same time
inevitable if one is serious about maturation. The fear of stopping moving for ideals is to fall into
apathy, to lose the fuel that allows you to intervene in the world, to exist socially, to be
recognized.

Deep down there is a deep pessimism towards oneself, towards people and towards the
world: with a little more confidence in life it would not take so much indoctrination in one's own
ideals or so much effort to please and mobilize others with these ideals. Some of this is being
abandoned in exchange for greater and more authentic confidence.
 The mind of a social E7 has something of a permanent teenager: provocative,
enlightened, simplistic and comfortable when the task becomes too demanding. Growing up
literally means getting older, more realistic, less subjective and willful. More sympathetic to the
models previously reviled ideologically.

―Change is seeing more accurately even what I find ugly or painful... Discover the
simplicity... To put under suspicion the excessive enthusiasm...‖ (Katriona M.)

―I look and feel more normal. I am aware that sacrifice is to achieve my ideal... for the
search for recognition (narcissism), to not set limits... and it is also a compensation of the most
manipulative part, which leaves the other in debt.‖ (Irene D.)

―I have stopped having perfect future fantasies, where everything was just as I wanted.
Now I only have catastrophic fantasies, and the other day I understood that they are a way to
give way to my fears.‖ (Xavier Florensa)

―Breaking the mask of the good, taking my strength and my power... Do not avoid
dissonance, conflict... Stop wanting to be the savior or permanent helper of the other, who has
his own responsibilities and does not ask me or need me to be the savior.‖ (M. Gonzalez)

―I understand better my need to be loved, the fear of not doing what is expected of me. I
can look compassionately at the need I have for what I do to be valued, as if I constantly ask,
‗Look, Mom, what I know how to do.‘ I can tell and smile when it happens.‖ (Pep Duran)

What a social E7 would have to understand to transform itself

That the world is hopeless. That the human race is quite abominable.

That beliefs are self-hypnotic.

That there are some (few) solid and respectable values: the pursuit of truth and
knowledge, right action, compassion… Everything else is questionable (or outright false)

And, with all this, do not fall into cynicism, accept the pain of lucidity and honor life as a
sacred joke, which is not the same as surviving or adapting.

I have come up with a kind of manifesto, an anti-idealist statement of a somewhat

skeptical renunciation of altruistic ideas in order to be able to heal from the illusory nature of this
subtype. So, let's look at other contributions less iconoclastic than mine:

―How to be fully awake and doing nothing. Awake and sensitively empty. Hungry
without being sad. But avoiding the trap of putting oneself in parentheses ("I will attend to your
needs now and think about mine later"). Part-time sacrifice (a form of deferral or self-denial)
idealizes intermittent effort. And it postpones being. For transformation we need to understand
the continuum... the present, in the here and now... May each of our actions tend to open and
reveal the simple and dynamic development of life.‖ (K. Munthe).

―In the rebirth (SAT 3) I had a kind of vision of Jesus Christ with these words: ‗You have
already sacrificed enough, now it is time to live.‘‖ (J. Mico)

―The fantasy that everything has to be perfectly fun and that any pain, no matter how
small, is not worth living, makes you lose the meaning of life. You have to understand the
meaning of life. You have to understand that happiness is not an idea, it is something real, on
many occasions (when there is harmony at home, etc.), and that the price I pay is to be sad, sore
or angry when, on those same occasions, things do not flow.‖ (X. Florensa)

―Understand that things are simple. That no matter how brilliant one believes, one cannot
deceive everyone all the time, particularly oneself. And it's okay to be weak or clumsy: it's worse
to be an emotional idiot.‖ (J. Locutura)

―That the world can function without your presence. That what the body feels is real and
adequate... That what you should do is what life puts in front of you. And it must be done in the
moment. That doing needs time, awareness and presence.‖ (P. Duran)

Difficulties in love
The most difficult thing is to recognize one's own and others' limitations in love. Neither
everything is pure and perfect nor does the opposite justify disbelief.

What is difficult is to humanize oneself, to see the other as such and not as an expression
of your unattainable models; all these are dreams, fantasies ideologized to avoid loving
surrender, without guarantees or reservations. Feel (emotionally and sensorially) instead of
thinking and imagining transcendent love, the one that makes you touch the heavens. That love,
as a transforming force, exists, it is a real and known experience. The mistake is not to accept its
gratuitousness and impermanence. To want to hold it back is to condemn oneself to limbo and
then sink into hell. The love aspiration is that of a perpetual infatuation, even denying that it is
impossible and exhausting to maintain such a level of exaltation.

The experience of maturity puts things in a less absolute place: the heart is generous and
also petty, love is sometimes unconditional and sometimes calculating, etc. And that
psychospiritual development will not end all imperfections, since, in addition, one puts oneself in
the arrogant place of feeling better than their partners and of waiting resignedly for them to
evolve towards perfection. This position conceals a poor internal opinion: the incompetence to
love, the limitations to trust and surrender. Without crossing these wastelands it is difficult to
rebuild self-esteem and become more permeable to love.
 In my work a certain emotional indifference has appeared, at first forbidden and
recriminable, but later recognized: in reality it is not to feel less but to feel better. Quality rather
than quantity. They move fewer things, but those that are genuine touch your heart more deeply.

Regarding admiration, the same venerative love is maintained for everything that was
once really meaningful. Most of the true appreciations have survived the process of
desidealization. But I find it more expensive to recognize new ideas, people, teachings. In part
there is less willingness and openness, in part the experience is disappointing: almost everything
sounds like déjá vu and usually loses when compared to what has already been received and
learned. It happens with teachers, books, music, artists, etc. The loss of the old enthusiasm leaves
a certain tone of indifference towards novelties, with joyful exceptions.

In this same line of the three loves (father-mother-child), we present some more
contributions, followed by other more generic reflections on love and affections:

―In my feeling of the three loves I see fraudulence. In the love of the father (admiration)
there is competition: it is an example to follow to immediately overcome it... with the illusory
dream of becoming another that exceeds the old limits of its own... Mother's love (compassion)
seems like an overwhelming stream of empathy, but it is a deception: I step over my loneliness,
hide it in the illusion of ‗being in this together‘, seeking companionship and comfort in this
valley of tears, but without revealing my feelings, without letting myself be touched. Childlike
love (pleasure) is sometimes confused with indiscipline or distraction. I recognize feelings of
guilt or introjections that contaminate my naturalness and control fluidity, abandonment and trust
in life. Fear paralyzes the child's creativity.‖ (K. Munthe)

―The most expensive thing is to be with an open heart... If I get paranoid, my internal
dialogue shoots up, I get angry and thus avoid feeling bad. That closes my heart and takes me
away from the world.‖ (X. Florensa)

―In the couple I have always had a high concept of commitment, I have done the
impossible to fulfill what I promised. This awareness of responsibility I think is what makes it
difficult for me to commit, and especially with a woman, since it will be for life. Which, together
with the idealization of women (the certainty that there is a better one) has been a cocktail of
difficult solution.‖ (J. Micó)

―My biggest difficulty is to surrender, to give myself. Sometimes I feel like the situation
of not having love is a punishment for not having taken it when I had it.‖ (M. Gonzalez)

―Do not encapsulate or hide anger, anger, or narcissistic wounds, which only seek false
isolation and resentful loneliness.‖ (E. de Diego)
Recommendations
In the general wave of practicing the virtue of sobriety, the social E7 does well to stop, slow
down its actions, stop anxious action and prioritize what has intrinsic importance.

The development of non-doing as a psychospiritual attitude is the most powerful field of

experimentation for its transformation, since it does not correspond to the passivity or comfort
that drags all E7, but to a detachment from interested, egoic, narcissistic action and an approach
to action per se, to the work well done (not in the sense of perfectionism but of impeccability):
do what you touch in each moment without going overboard and without falling short. Then
much of the compulsive activity ceases to make sense, things are simplified and the inner
chemistry is transmuting the doing for being, helping the experience of being.

Meditation is the practice par excellence to cultivate this attitude. In my case, which is
not static meditation, I am more helped by meditation in movement, attention paid to
physical/manual activities (gardening ...) or artistic activities that require concentration and at the
same time inner freedom.

Listening to one's own body is a regal way, as well as the practice of the present,
especially separating oneself from goals and focusing on the process.

This attitude is highly recommended when imparting therapy, as well as the above:
develop a therapist with more patience, less savior and more companion, precise instead of
overwhelming, more tolerant of dry phases; and without absolute maps of health, awakening,
maturation and much less therapeutic success.

Here are some contributions in this regard:

―To carry out the projects, to transform them into realized works, to consciously suffer
the pain of disappointment when the final result does not resemble the original idea... Practice
the Gestalt precepts: get ready, live in the present and take responsibility!... As a therapist, the
work on one's own character has helped me to develop an attitude of help and service to the
other, not to be the protagonist but a discreet witness... with more patience with me and with the
world... incorporating the relationship as an essential factor of the therapeutic process... that
helps to feel the pain in company, without feeling judged or consented ... with the help of silence,
body awareness and especially with work done with the hands.‖ (E. de Diego)

―Meditation, being in the obvious, the here and now, as a mantra to be in touch with
reality, helped me a lot. And work with the body.‖ (I. Díaz)

―Connect with the pain of seeing yourself with judgment and contempt for others.‖ (J.
Mico)
 ―Helping the social E7 focus its ape mind and challenge it... to reach a place of rest and
stillness. He has to find an inner sanctuary... frustrating his escapism: no one can do the work for
him, it's the only chance he has to really live.‖ (K. Munthe)

―To say to the other: ‗So far I am with you, now I am leaving, or I need time for myself‘.
Lately I have managed to be more at home, reading, quiet, and I have stopped walking so much
on the street without concrete direction.‖ (M. Gonzalez)

―The practice of meditation so as not to get lost in fantasies... knowing how to really
listen to others and myself. Be. Laugh, do not ironize... Pay attention to the body... Go to the
essence of the problem and not stay on the surface... Acknowledging that I don't know
something.‖ (J. Locutura)

―In my case I have found pleasure in the physical, in the body, through simple activities:
walking, cooking, digging the earth, resting... Claudio's formula has been magical: ―do what is
right in the moment.‘‖ (Fr. Duran)
 E7 Sexual – Suggestibility

The sexual seven is not earthly, but heavenly. He is not interested in the things of this world. It is
the gluttony of the things of a higher and more advanced world. The sexual E7 is what we could
call a dreamer. To define it, Ichazo used the word suggestibility, which I understand as the
passion to imagine something better than the desolate reality. It is the passion to enthrall reality,
to fantasize, to paint things pink. In other words, it is a form of idealization. If the word for the
social E5 is totem — totemize is a type of super-idealization — here it is rather an idealization of
the common: the sexual seven looks at things with the optimism of those who are in love. They
say that love is blind. It could be that the sexual seven is blind in the same sense. He is too
enthusiastic.

His passion is to dream, to go towards the sweetness of the imagined instead of

contacting the ordinary and not so interesting reality. Carl Abraham, a collaborator of Freud who
had a better eye than Freud for character description, spoke of a completely optimistic character
in every way: ―I‘m fine, you're fine, everything is fine.‖ And of course this can be very
therapeutic... for anyone who isn't a seven. Or, put another way: the virtuous life is good for
anyone who is not a nun.

The transformation in the sexual E7 by Enrique Villatoro

Aspects that are left behind in the therapeutic process

Think.

Today I feel more distrust of rational thinking and more credibility in sensation and instinct. I
don't listen so much to the intellectual flow, which makes it easier for me to silence that internal
mental noise of multi-possibilities, plans, opportunities, exciting ideas, and so on. This internal
silence also manifests itself in greater external silence, in less talking. It has been left behind to
go around the bush talking, exciting oneself with his own speech. Now there is more precision
and ability to use language better, both in the exact words and in the structuring of the speech,
and I can specify more accurately what I want to express. I do not have so much need to
externalize those wonderful ideas and possibilities that arise in the mind because you do not
believe them yourself: they are less important, they catch less and they do not self-suggest so
much.

It happens in a similar way with constant planning. There is less anticipation of the
future, fewer tales of the milkmaid and more contact with reality, both internal, with what is felt,
and external, with what is happening: it is a being more in the here now. I feel more distrust in
improvisation or in a divine force that solves everything, which I see as an avoidance and flight,
which implies more and better preparation of things, and a fulfillment by oneself, with
acceptance of what happens. There is less need for anticipatory strategies.

In this same line of distrust of one's own reasoning, the attachment to idealizations,
fantasies, and suggestions has decreased. It is easier to recognize and dismantle fantasies,
differentiating them from reality. There is more realism, a being more earthly, more rooted and
even more primal and instinctive. I take life more seriously, with more responsibility,
commitment and less avoidantly, and I face it more adultly and maturely.

I have been losing that humorous point to everything, that making irony of anything and
on any occasion. It does not manifest exclusively the clownish aspect, carefree, as if it does not
affect anything, but can appear serious to others. Internally, it's like it's more boring, less funny,
and interesting because there's less jokes. But, as in the intellectual, it is no longer funny to me.

Feel.

There is a more generalized sensitivity, emotions are more on the surface from sadness, anger,
pain, anger, to joy, satisfaction, contentment... It's a seemingly less intense feeling but more
truly, more authentic.

You could compare it to taking off your rose-colored glasses so you can see the dark
colors, that is, notice and sustain more pain, frustration, discouragement and all those unpleasant
sensations without having to manipulate your own perception of reality. Dissatisfaction and what
does not please is felt and manifested more and more clearly and directly. There is less self-
deception, falsehood and manipulation. On the other hand, more transparency appears with
oneself and with others in the expression of feelings (pleasant or unpleasant), saying what you
want or do not want, so that image of nothing happens, of being well chronic with a happy clown
face and wrapped in irony and apparent joy, decreases. In this sense, a facet of more complaint
appears that even comes to be able to show itself as curmudgeon and protest. It is left behind to
seek acceptance, appreciation, recognition at the cost of falsifying and manipulating with
seduction, the good face and the non-expression of what hurts or does not like. With this greater
integrity and transparency in disagreements, rebellion is lessened in the form of passive
aggression, boycott and hidden resistance, hurtful irony, and so on. There is more honesty in this
regard.

So much restlessness and anxiety is left behind. There was a permanent state of alertness
and activation, not knowing how much a defensive form was or how much an opportunistic and
self-serving form, possibly both. In general, there is no longer so much sense of being threatened
or that life is like a jungle in which surviving is an overexertion, only possible for the most
savvy. This decrease in inner distress has to do with a greater awareness and connection with
fear, with difficulties and limitations. Before, I lived an oversizing of the belief of power with
everything that, in reality, hid the feeling so little and the discomfort that this caused.
Conduct.

First of all, there is a considerable decrease in physical movement. This implies greater stability
by being able to stay longer still, without moving, in the same place and with the same activity.
On the one hand, there are no longer so many fronts or simultaneous activities and, on the other,
there is no such sense of provisionality in life, in the sense that one day that idyllic and
promising future will arrive in which everything will be tranquility, peace and happiness.
Become aware that this moment is already, here and now.

There is a more restful, more balanced being, as if before, both internally and externally,
there was constantly a vibration and jumping from one place to another due to a lack of
consistency, solidity and firmness. Transformation has to do with discovering an internal place
where you can stop, where there is peace and tranquility and, simply, nothing has to be done. In
addition, this decrease in agitation, chronic oscillation, allows to channel the activity and
facilitates greater concentration and centering. There is a greater ability to focus on what is done
at each moment. In the concrete, this is manifested in that, apparently, fewer things are done but,
instead, there is more discipline and those that are done are finished. There are fewer open fronts
and more self-mastery in being able to do one thing at a time, not as before, when there was a
belief that we could do several simultaneously.

The world has ceased to be a great market of extraordinary occasions that must be taken
advantage of, where, the more you take, the more you have and enjoy. Although this caused a lot
of excitement and enthusiasm due to the large number of scenarios that opened, the emotional
cost was high due to the dispersion and anxiety it causes due to the difficulty of not being able to
be in all the scenarios at once and having to give up something. Faced with this dispersion by the
multi-possibilities and by the quantity of experiences, the concrete appears, the routine, the
discipline, the austerity, valuing the situations of greater quality and depth.

Now, the great and tempting external world has been reduced to a smaller realm: home,
work, family, some relationships, spirituality, and little else. The focus of attention is directed
more inward than outward. From looking at and prioritizing the external, the public, the outside,
has gone on to value the internal, the personal, less spectacular and luminous on the outside but
more own, more intimate, simple and deep. There is a change in the rule of measuring, by
appreciating more what you have instead of what is missing or going to be missed. It causes
more discomfort the loss of what already has to give up the possible, however interesting it may
seem. It's a more conservative one. As the saying goes, ―better bird in hand than a hundred
flying.‖

In a way, it is not only about being able to sustain one's own desire, the impulse, the
trigger that triggered voracity, but also that same desire has been focused on other interests. The
excitement produced by consuming many experiences has been transformed into the tranquility
of savoring fewer experiences but with more depth. Opportunism has been reduced by
discovering that what really attracted me was the excitement of everything new. It is not that
more was needed before, but that it was digested worse, simply because there was no time to do
the digestion. Now, although it is less quantity, it gets more to the bottom, deepens and takes
advantage of more.

The change also has to do with acting without so many expectations and without putting
so much excitement in the action or self-suggestion that what will be done will be so exciting
and spectacular; a self-confidence is required in the face of that search for intensity and the extra
in everything, in addition to maintaining a lower level of activation, of excitement. Actually, it's
about sustaining monotony, routine, custom. That promising future that one sells oneself is no
longer credible. Automatically, more attention is paid to the real, to the present. The sexual seven
acts like the one who arrives at a pastry shop and asks for a little of everything to try everything,
and even eats mixing the different flavors. Thus, the nuances are not distinguished, and
satisfaction consists only in having tried everything, in not having missed anything. Now I enjoy
eating a single whole cake and savoring it. In short, I feel more satisfied.

New traits and characteristics that appear in the character

Below I will present in more detail a series of new features and aspects that have appeared in this
process of psychospiritual maturation. The order of presentation does not mean that they follow a
certain hierarchy, but that they constitute different fronts and paths of simultaneous and parallel
development and evolution of such a maturation process.

One of the most outstanding aspects has been to discover silence, understood as a
decrease in internal noise, a decrease in interaction with the outside world and a work of
attention and filtration of perceptions.

On the one hand, this decrease in noise allows me to soothe the constant and permanent
mental effervescence and effervescence, until I reach a point of centering in which the mind is
more collected on itself. In this way, it is possible to be less trapped by external stimuli, less
tempted to peck at what the world offers. Today I am more in control of my own perceptions and
the direction that the focus of attention takes. Although the senses are open, seeing, hearing,
feeling, and the mind perceives it, it does not go after such perceptions.

In this internal place of silence, in addition to being able to become independent and
detach from external noises (not only auditory but from any type of stimulus), new internal
noises are not generated (thoughts, fantasies, strategies). Of course, all this has to do with less
talking, both of words outward and also in terms of one's own inner discourse: literally, thinking
less.

It also opens a space of greater listening to what is there. Instead of being so active in the
uptake of sensory stimuli or in the apprehension of concepts and ideas, there is a greater
receptivity; searching gives way to simply finding. In the mere fact of stopping trying to achieve
something, much of the effort disappears and, consequently, the excitement and anxiety that
clouds one's own perception of reality. The less you do and the less you react, the more things
flow. It is a bit paradoxical in the sense that one leaves the ―I‖, but, instead, one finds oneself
more. A self less protagonist, less summit, but more open, quiet, wide and free. It is as if one had
withdrawn from the foreground of the stage of the experience, where he tried to control and
direct everything, to now take a kind of step back and place himself on a second level, more as a
spectator, letting life flow without so much manipulative and interested intervention. From this
withdrawal from the protagonism arises a kind of sixth sense, of intuition that guides and directs
to where the energy is and moves in each moment. It also favors contemplation and facilitates
greater freedom of movement. From there, almost any activity or sensation becomes a form of
connection and contact with oneself.

Another noteworthy aspect is the stillness. In a very simple way, stillness resembles
having discovered an intimate place where you can stop, be doing nothing and rest. There arises
a sense of generalized tranquility, as if the engine revolutions had slowed down. There is less
activity, both of thoughts and sensations and at the body level. It is an awareness of the extra
excitement, of effort that was being put into life without a specific objective and the wear and
tear that it entailed: the more you ran, the longer it took to get to you do not know where.

Stillness is having discovered that place where you can rest your head, rest and relax
almost indefinitely, because everything has a relative importance and transcendence. This
stillness springs from the decrease of so much analytical process, judgment and mental
contaminations of good/evil, adequate or not adequate, and so on. There are no longer so many
extremes, everything has a place and you do not have to worry so much. It reduces the duality
and division between the doer and the action. The one who constantly observes, asks and
questions is more blurred; thus, the activity changes and the action itself occupies the whole
consciousness. Ultimately, there is a greater acceptance of what is happening in each moment. It
is a certain pasotism that, unlike indulgence, is not avoidant but connects with something similar
to a whole is fine, nothing is missing, nothing has to be done, and to a feeling complete, full and
satisfied in the here and now.

With this relativization of reality, in which it does not matter so much what the
perception itself is, but how and from where it is perceived, attachment and the need to reach, to
reach, solve or clarify anything is reduced. Likewise, voracity changes and is no longer so
aggressive or wild. Of course, the impulse and the desire to swallow continues, but they can be
sustained more easily, placing themselves in the center of oneself, where everything becomes
more relative, relaxed and with less pretensions. The road has become more spacious and with
fewer references.

This process and experience of letting oneself be carried away by this new sense of smell
has to do, precisely, with being purely in the present, open and fused with what happens. And so
this present becomes bigger, opens up enormously, as if entering another very subtle dimension.
Although it can be perceived, it is impossible to describe it because in the act of trying that
opening is interrupted and the self returns to the foreground. In the instant, no assessment of the
experience can be made, the present cannot be apprehended.

This stillness is not forced, rigid or frozen, but is fluid: movement is recognized from
rest. When riding a bicycle, stability and balance are achieved with the movement itself, and
trying to stay totally still is when you fall. The flow of ideas and perceptions does not distract
from stillness but increases with the recognition of one's thoughts. If you try to freeze
consciousness and attention, they are blocked, if you let them oscillate freely with an observant
consciousness, they stabilize on their own.

A third aspect in this process of maturation is simplicity, simplicity, austerity, in the

sense of not complicating things so much, of making life easier, more concrete, less complex and
with fewer unnecessary ramifications. It is about positioning yourself in a more focused and
collected place in which the focus of attention is neither so open nor as active. As if the
permanent search radar was disconnected and was no longer persistently scanning the horizon of
experiences. Physically, it would be to close the eyes, ears and the rest of the senses a little, even
close the internal muscle of reasoning, of thinking. The senses, the world, life becomes more
sober, not so much because there is less quantity but because there is less voracity and hook to
that apparent abundance. This perceptual distancing is not a retreat from isolation, but a greater
capacity for renunciation and detachment in the sense of a greater ability to say no to those
temptations that attract and incite to fall, in short, into what is not so priority.

This simplicity also involves taking excitement, embellishments, and fireworks away
from things. The experience in particular and life in general are less transcendental and
spectacular than one thinks. It reduces that constant attempt to inject an extra excitement and
suggestion to make the experience more interesting or valuable than it actually is. The volume of
life is lowered. It becomes more natural, more spontaneous, less far-sighted and anticipatory with
what could happen. It stops planning or mounting successful strategies permanently before any
event.

Finally, simplicity is also about being a little beyond divided consciousness. Each time,
the different aspects of life are less fragmented and separated: family, work, people, spirituality.
There is a more holistic and global functioning between the different areas.

The next aspect to highlight in the transformation is that of an orientation towards

spirituality and, especially, an awakening to devotion, understanding it as giving oneself to
something and aL guide greater than one, which is in charge of higher levels, with the protection,
security, order and rest that this entails. The feeling is similar to the surrender of a child, but
unlike the capricious child who expects to be given, one surrenders from tranquility and filial
confidence that there is someone who knows what to do in each moment; this allows the child to
let go and be purely child, without having to burden himself with roles or responsibilities that do
not correspond to him. It is a feeling of being full, protected and, again, in an internal and
external place where you can rest. Likewise, this place facilitates being more honest, more
responsible and, paradoxically, more adult. With that dedication, acceptance and openness to
something higher, the positioning in life becomes clearer and allows to do what corresponds with
more commitment, involvement and presence.

Parallel to devotion, humility and compassion arise. On the one hand, it implies looking
more at the other, seeing it, taking it into account, perceiving that others also have their needs,
sufferings, interests. Realize that they are another me. On the other hand, it has to do with being
less self-focused, less interested in oneself, less capricious, less child, and with being able to
value and feel more satisfied with what there is: being less profitable and opportunistic when
taking into account the interests of others and not thinking unilaterally about one's own. Put
another way, humility and compassion have to do with being more aware of narcissism and its
ally, picaresque. We must realize how difficult it is for us to put the other first, give in, or simply
see and take into account others, because immediately the strategy always appears to get ahead
and not run out.

Change comes from recognizing and deepening what is behind that search for greatness,
for interest, to profit for oneself. On the one hand, there is the feeling of feeling small, insecure
and, to some extent, in inferior conditions. On the other hand, there is a great distrust that the
authority will be fair and provide security and protection. With such a way of thinking, it seemed
more reliable to become one's own reference, one's own authority, with an interested sense of
justice, security and self-protection. An E7 has its mind programmed towards survival and
cunning. Almost at any opportunity the thought and plan of how to get something of benefit
appears.

The antidote is commitment to oneself and to what one wants and desires, is to give
oneself permission to be transparent and honest, expressing more clearly what one wants or what
bothers oneself. You can express the clearest demands and also sustain more the frustration of
one's own desire and lack. This honesty and transparency with oneself and with the world is the
antidote to rebellion and hidden conspiracy.

Paradoxically, there is not so much interest in social relationships, in people, in contacts.

With the psychospiritual process, a greater awareness of the antisocial aspect of E7 arises. Now I
have more desire to be with myself or with my own, and not so much to discover those who are
more alien. What used to be a painful loneliness that translated into abandonment,
marginalization, rejection and fear, is now security, comfort, rest. The fact of enjoying greater
honesty, transparency and frankness in the expression of desires and needs frees from having to
appear, from looking good, which facilitates being able to enter and leave contact with others.

The general feeling is of maturity, of becoming more adult, serious, sensible and
judicious. Stop feeling like a child dependent on the world to assume the obligations and tasks,
become more present and competent in the world, and understand responsibility not as a burden
or a weight, but as a freedom to be able to choose and decide for oneself.

In my process, I have gone from feeling blocked for fear of rejection, to not being
adequate, to not knowing exactly how to behave (as if there were a right way, a being up to the
task, at a certain level that you are not sure to achieve) to trusting me more and giving me more
credibility, without so much invalidating and neutralizing judgment, without so much doubt or
fear.

This represents a liberation at a very essential level that has to do with giving oneself
permission to be as one is, without criticism, without judgment, with effortless acceptance. It is a
genuine permission that is born from no doubt: you do not have to choose anything. There is no
choice between better or worse, right or wrong, the permission starts from before the dilemma
itself. The action emerges as a spring that simply springs up without wondering if it is better to
flow to the left or to the right.

Maturity implies greater resistance to pain and frustration. Instead of stopping to feel the
lack, the typical trap of sexual E7 is that the frustration of not having something is replaced by a
rosy fantasy that satisfies in a substitute way. Such is the mental insistence with logical
arguments that support the fantasy that, in advance, you begin to enjoy it. This means a
disconnection from the feeling of discomfort caused by lack: the illusion is built not to assume it,
and also progressively loses consciousness of reality, to the point that, crawling more and more
between the lies themselves, the sexual seven becomes unable to distinguish fantasy from reality.

The interruption of this avoidant cycle is achieved when the impulse of one's own desire
is sustained without necessarily acting it, both in its aspect of attraction to the new and
stimulating and in the avoidance of the unpleasant, of frustration, of the painful. Patience,
serenity, temper have grown. Being able to sustain the craving and desire with greater tolerance,
calmness and fortitude, and not allowing oneself to be altered so easily by external
circumstances, is one of the great fruits. Solidity manifests itself in internal stability and external
perseverance. It is as if willpower has been invigorated and strengthened. There is more
diligence, discipline, determination, to the point of being able to stay in the routine, the
repetitive, the boring and reluctant.

The way of entering this internal stop, that rest and tranquility, consists in the connection
and discovery of the body as another place of the self in which to be. This starts by getting out of
your head, stopping being cognitive all the time. To do this, you have to become the owner of
your own desire, to be able to hold the craving, the appetite, the craving. At first, it was
especially difficult to sustain the impulse of always having to genitalize and sexualize
relationships, especially with women, whom I always looked for as an element of excitement,
novelty, activation, and also of recognition, validation, and so on. After this better management
of sexual desire, comes the domestication of temptation before other different stimuli, for
example with drugs and altered states of consciousness, or with the consumerist and sweet desire
of any type of experiences that could produce excitement, enthusiasm and novelty, and that are
also usually used by the sevens as an avoidance of unpleasant sensations. Finally, it serves to be
able to sustain the neurotic attraction of always going after one's own thoughts, sensations and
perceptions. And that's a very subtle aspect of the process.

Intuitions about the state of self-realization

One of the main themes of psychospiritual transformation is to stop looking at the sky as a
escape from the earth, that is, to become more realistic, more earthly and even visceral. This
greater objectivity implies less cognitive defense in the form of suggestion, fantasy, illusion and,
consequently, less manipulation and self-deception, both for oneself and for others. There is not
so much head, so much rationality, and there is more heart, more emotionality.

Thought and planning are concretized and systematized, they are more real and less
cosmic. Effort and energies are focused more methodically, with greater diligence, perseverance
and determination. This greater presence and involvement in what is done allows us to use
strategy and programming as a search for greater commitment and not as avoidance, flight or
opportunism. For this, it is useful to trust that happiness is in working in the present moment and
is obtained step by step and little by little, not suddenly or avidly.

In this sense, honesty and transparency are fundamental. On the one hand, with greater
contact and awareness of what you feel, want and need at all times and, on the other, with greater
self-confidence and integrity in showing it and governing yourself from it, expressing both what
you do not like and gratitude and recognition to Others. This implies being more confrontational,
direct and clear, instead of moving from the rear, from the occult, the manipulative, the boycott
or the rebellion typical of E7. It would have to do with assuming oneself as the authority and
becoming responsible for one's own life. That is, to develop more seriousness, commitment and
presence not only before others but, mainly, before oneself, before one's own sensations, desires,
objectives.

It helps on this path to be able to hold and look at pain, frustration and unpleasant
sensations. Be more in touch with your own dissatisfactions while valuing what you have. Seek
more satisfaction in the real, in the quality and depth of life than in quantity and variety. Trust
more in what life brings instead of moving from fear and dread to lack, to dissatisfaction and,
from that trust, give up the preventive strategy. It also helps to generate a solid internal self-
confidence, relying on one's own resources and recognizing limitations, instead of appealing to
the false tranquility and disinvolvement of relying on improvisation and that things will resolve
themselves, which is still an avoidant behavior.

It serves to be in life with greater tranquility, simplicity, simplicity and even naivety, as
opposed to the messy, murky, branched and rolled up that there is in a sexual seven. It is
convenient to look for more spaces without filling anything, more downtime without external or
internal activity. Of course, this means more silence, fewer words and more listening. The goal is
to live without avoiding anything that arises or appears, without fleeing to an idyllic future so
typical of this planning character.

The spirituality of a transformed sexual seven is not so fantastic or ideal but more
practical and materialized in concrete facts and actions. For example, it is possible to develop
generosity, collaborations and more altruistic and selfless tasks, as well as greater devotional
dedication and compassion based on really seeing the other for himself, not as a means of
fattening one's ego for ―how good I am‖.

In the process, a more open and clean sense of humor and optimism, less ironic, escapist
and hurtful, understood not as another mechanism of defense and aggression but as a form of
detachment and lightness before life, has been awakened in me. It is an ability to enjoy and to
make others enjoy with a contagious optimism from transparency and honesty.

It is not that the ego and neurosis have stopped doing theirs, but their antics and
escapades are less and less annoying, because the character is less indomitable. Like those dogs
that have a very long leash, with a mechanism that allows the owner to give a pull at any time to
pick up the rope and get the dog to come. Depending on the situation, the leash is longer or
shorter, but the dog is always governed. I observe a distancing and distancing from neurotic
impulses and habits, but not from repression but from the awareness of their existence.
Sometimes, I also have the ability to harness them as seeds in order to develop more awareness
and attention. It is not, therefore, a question of avoiding anything, but of integrating and better
managing what is there.

Suggestions for therapeutic work with a sexual seven

From the therapeutic point of view, E7 in general – and sexual ones in particular – usually come
to therapy either because of an acute crisis from which they cannot escape, or out of curiosity, to
experience a new toy for illusion and fantasy. In case of attending for a crisis, once the first most
painful symptoms have been overcome, it is easy for the seven to leave the process deceiving
himself with the conviction of believing himself better than he really is and settling for a band-
aid instead of an in-depth cure. In case of attending therapy out of curiosity, once the initial
excitement and illusion has passed, together with the fact of starting to touch on more painful
issues, they will facilitate the flight to other more motivating and less distressing matters. Hence,
there is some difficulty in which people with this type of character can have enough constancy in
the process to, in this way, enter into a greater depth.

Therefore, one of the first tips to therapists who attend to sexual sevens is none other than
to make them note the importance of creating a favorable climate for the development of
perseverance, patience and commitment to therapy so that the process can develop. From there, it
can be helpful to periodically re-contract sessions in packages of a certain number. This will
allow, on the one hand, to carry out mini-processes with their proper integration and closure. On
the other hand, we will ensure that the process is not interrupted suddenly with a getaway from
flight or rebellion, and we will leave the door open so that, if you wish, you can resume the
process at another time. With this, we will give you enough space and flexibility so that you can
enter and leave with certain margins of freedom.

It is also very useful to generate some of your own curiosity. Leave you a little hungry
from one session to the next. In this way, we will take advantage of their own gluttony,
insinuating or showing them that there is a better place than the one they inhabit psychologically
and that they can achieve something more essential than what they live.

Before a sexual E7 it is necessary, in fact, to find the middle ground between a clear,
concise and firm therapeutic frame, and a certain softness, delicacy and spaciousness to favor its
confidence. If very strong and rigid limits are imposed on him, he will stop therapy; if the
boundaries are very soft, it will tend to invade the therapist's space and escape the process. It is
important to find the balance so that you do not invade, so that you respect the therapy and do
not confuse the therapist with a friend; at the same time, it is also necessary that you feel an
atmosphere of tranquility, encouragement and confidence, so that you enter little by little and get
to open up and let yourself fall into pain. All this will mean a constant tug-of-war in which you
will have to be reminded of the limits during almost the entire treatment. It will be a process of
continuous but very delicate confrontation, a soft fight with a lot of welcome and protection for
when it begins to fall. It will be necessary to give it space so that it can be shown without
dragging the therapist, seducing him and deceiving him with his confusions. It will be something
like letting them believe they have the power. This give and take, certainly, wears down the
therapist a lot, because the sexual E7 will put the limits that we mark to test constantly.

The challenge is the intellectual side, rationalization as a defense mechanism. You have
to take enough distance not to get hooked on their games, traps and mental filigrees. You have to
put everything in the sieve to try to differentiate the roll of experience, the manipulation of
authenticity, fantasy from reality. It is about the sexual seven learning little by little to be silent
and to listen to each other from other levels. In this sense, body work usually goes very well to
silence the continuous mental noise.

It is necessary to capture their confidence from the ability to welcome their pain, their
sensitivity and fragility. It will take us to transmit security, tranquility and encouragement so that
they go as far as they can, communicate to them that it is better a little, as long as it is genuine,
rather than wanting to advance a lot with falsehood. We must support genuine authenticity,
honesty and transparency. We will help them to get in touch with the feeling of what they have
not had, of what they have lacked, lowering them from the fantasy of having everything and
facilitating their contact with pain.

This entry into the pain — the descent into the pit — is usually a very delicate moment in
the process. It has to do with remembering and crying for the past, for childhood. It is an
awareness of the self-deception in which they have been immersed and the time they have lost. It
is an awareness of vulnerability, insecurity, fear, the feeling of abandonment and loneliness. At
this point, you will need a lot of welcome, understanding, encouragement and hope that the path
is to continue there. At that point resistance may appear in the form of delays and faults until,
directly, he escapes so as not to return. Therefore, it is important to have previously developed a
solid and genuine bond based on trust. At this time it is important to root it, in the sense that it
finds internal supports different from reason: therapy will be an internal (and external) place
where it can stop, deposit. In any case, depressive states are a sign that the process is moving
forward.

Finally, it should be noted that it is necessary not to miss one of the manipulations of a
seven. As they become involved and gain trust with the therapist, it is necessary to denounce
them more and more rigorously. It doesn't matter that he believes he is in control of therapy, as
long as he doesn't use it to assault or to run away with an expression of rebellion. In such a case,
it will be necessary to uncover this game progressively, to thwart it, so that each time a greater
honesty can be expressed in the therapeutic field.

Suffice it to add that, as an effective resource, it may be useful to use its same
mechanism: a sense of humor and irony, taking into account that it is an area that the seven
generally handle very well.
 E7 Conservation (Self-Preservation) – Family

It is usually easier to recognize a sexual or social seven than a conservation seven. To refer to
him, Ichazo used the phrase „the guardian of the castle‖. He also uses the word „castle‖ for the
five conservation — I preferred to use the word refuge, lair. But what is the meaning of the
phrase „the guardian of the castle‖?

The E7 conservation is the person who makes alliances. Family could be an alternative
word. But not in the true sense of the term, which is full of positive connotations. The word
family describes an aspect of life. But, in the specialized vocabulary about the ego, there is a
kind of family game that can be played. In it, the seven conservation build relationships with
people based on ideas such as: „I will be family to you and I demand that you be family to me‖,
„let's get together, I will serve you and you will serve me‖, „together, we can create a good mafia
together‖...

I drop the word smuggling because this type of behavior can lead to cunning. It is a clear
partisanship. There is an element of corruption very present in it. Self-interest, selfishness, is
behind this alliance, even if it appears to be denied. Naturally, every ego form relies on a lie that
makes it appear that it is not there. That is why confession is so good, so interesting for the work
of the conscience — especially when the confession is public, because that is how one realizes
that one can go on with everything, remain the same.

So the conservation E7 is the opportunist, the person who has to find advantages, to
profit. It is as if a threat to conservation hangs over him that has to be compensated. Therefore,
gluttony, in this case, is expressed as an excessive concern to get out of this threat to
conservation by making good deals and deals with every opportunity.

A friend of mine was a dentist for part of his life. He seemed like a kind, friendly,
talkative person. Some are very fond of the dental profession because they have each other's
mouths shut all the time, so they can talk and talk as much as they want. Surely you have met
very talkative dentists. They may not realize it - unconsciousness plays tricks. And it is typical of
the seven conservation groups that they like to do something with their hands, something useful
for others. They are practical.

Talking and talking, the seven conservation soon discovers the other person's
weaknesses. „I have seen that you have bought a new car, how are you doing?‖, Says the dentist,
„Well, it is an excellent car, I am very happy with it‖ – answers the patient – „but unfortunately I
have to sell it‖. „Ah, well‖ – the dentist takes advantage of it – „then I'll buy it for you!‖

It seems that with the seven conservation there is no conversation that does not lead to
business. You do instant business because your mind is so alert to opportunity that you never
miss it. His position is that of one who thinks that if you are not alert, if you do not keep your
nose in contact with the wind to capture opportunities, you will be a loser.

The transformation in the E7 conservation by Albert Rams

The following pages contain several quotation marks from the author that come from his text
„Biography of character‖ (1996). The rest of the quotes in quotation marks correspond to the
people identified with enneatype seven conservation who have been kind enough to collaborate
on this report, who have preferred to remain anonymous and to whom Albert Rams is deeply
grateful for his contributions.

What is left behind

It seems that what is left behind in the process is essentially a kind of anxiety, a state of
nervousness, of indefinite agitation that sometimes manifests itself as ―greed, impatience,
wanting to eat everything‖, as an E7 conservation says; others, like „a thought that maintains that
I can always focus everything from the positive; the desire to be surrounded by people that
anesthetizes me and allows me not to be aware of myself, to live asleep, in a dream‖, affirms a
woman with the same trait. It is also, according to another, „the sensation of a fictitious life, as if
lived outside of me. As a young girl I used to define it as if it were a movie; It was fast, funny, it
was the protagonist but I didn't recognize myself inside: I recognized myself as dissociated‖.
Sometimes it is „[fantasy,] understanding as such the fact of exchanging reality for what is
invented (of course, unconsciously), even going so far as to defend what is invented as reality,‖
according to another conservation E7. Others times, it translates into „always getting away with
it; to spend so much energy controlling everything, managing everything and not being noticed.‖

In my personal case, I summarize it like this:

„Until recently I thought I was born weighing six kilos and in a normal time. Later I
found out that in reality the kilos were not exactly six, but 5,800, and that the reason was that I
had been born after ten months of pregnancy. I believe that three of the main elements of my
character constitution are contained in this anecdote: the sense of deception (and the diffuse
awareness of self-deception), the retroactive compulsion to the womb (where it seems that I
spent a month too long) and the fantasy of grandeur.‖

This state is often accompanied by ―addictions to alcohol, drugs and other excesses that also
invite me to anesthetize.‖

The seven conservations seem to have, then, a self constituted as a kind of I-you
interestedly eroticized by the mother, in the case of men, and by the father in the case of women.
In the first case, the father does not occupy the paternal role because he is subject to the mother,
due to excessive authoritarianism or because he is perceived as weak; so there is no good law.
The norm, the limits, are not reliable. In the case of women, there seems to be a father-not-father,
a father who does not make it sufficiently clear that his wife is the mother and not the daughter
(who is usually daddy's girl).

Paradise, the false paradise, seems to be truncated, broken (separation, abandonment,

trauma...), and we are left with the idea that it was a lie... Then everything is a lie... I can do
whatever I want because there is no law: anything goes. In my case:

―At the age of thirteen I made a trip to France that marked me deeply. I spent a month in
the house of an old neighbor on the street, whose parents, Spanish immigrants, hated the Spanish
and loaded on me, I suppose, all the resentment accumulated by years of hardship and effort. For
me it was the first strong blow I remember. The image I had of myself and of the world
collapsed.

First of all, I was smaller than my friend at an age where the differences are quite
significant. Also, I was fat, so the girls didn't like me, I had to speak in a language I didn't know
and practice activities such as sailing or horse riding, which were totally new to me. I felt a lot of
ridicule, a lot of shame, a lot of loneliness and, today I know, I accumulated a lot of resentment
against the world and against my family for having sent me there. It's also true that I got a lot
smarter, and much of what I learned there has been very useful to me in life... But I think I
swallowed too much without chewing, and I was left artificially alone without realizing it.

It turns out that this brilliant and apparently well-liked boy was a clumsy ball of tallow.
That the world I knew was only one of the possible worlds, and everything that had been easy for
me became terribly difficult or almost impossible. It turned out that that child so praised because
he was very well behaved, always said yes, got good grades, did not get into too many pranks...
and very particularly he ate everything and a lot (which was the summum in the scale of family
values at that time ); it turned out that that wasn't the only me that inhabited me. And at that time,
that meant that it was not me, since I could only be one. So it was logical to conclude that
someone had deceived me, that things did not add up. I remember that he wrote to my parents
daily and in none of the postcards was I able to tell them how bad it was going or, of course, ask
them to come pick me up. He was in shock and was not able to realize it. Nor was I able to
dismantle the fantasy that before going to France we had made in the family: that everything
would be wonderful and very exciting, of course: once again, rosy.‖

So life is going to be dedicated to the search and restoration of that primordial

paradisiacal state, that family-mafia in which the seven conservation occupies a place of tacit
privilege.

One of the evidences of the process is that „the way of building families to feel alive
disappears; I continue with them, but now I allow myself to have my own real family.‖

Likewise, the flight—often unconscious—from the dysphoric, from loneliness, from the
unpleasant, from emptiness, from boredom, from what little is left behind: „the desire to
constantly experience new things to avoid boredom and fill my time‖, affirms a seven
conservation; not touching unpleasant emotions, the feeling of already because life is over,
impatience, the need for everything to be okay permanently; „The excessive noise in my life,‖
adds another conservationist; „Believing that I am so good and generous, that I help so much,
believing that everyone depends on me, instead of me depending on them,‖ concludes another.

What emerges in the transformation process

When the lie of much is discovered, the little appears, the silence, the goodness of scarcity; the
freedom of not needing as much as one had told oneself. The calm, the serenity (relative, of
course), not having to run to any place because you have already reached that particular nowhere
that you are learning to appreciate as good enough.

Another important change consists of the distinction between desire and need —
fundamental—, which had been confused from the beginning. We had counted ourselves and
others our own desires as needs. And, in reality, we really need little, although much can be
desired.

It helps to let go of the dictatorship of „this yes, this no, imperatively‖, and also to
develop greater flexibility: to stay in the „...or not‖. It helps not to have to discriminate a priori
between the allegedly euphoric and the allegedly dysphoric; stop clinging to the first and
terrifyingly fleeing (and covertly) from the second. Access to sadness, emptiness, rage without
justification, when feeling one's own evil.

Here are some concrete ways to say it:

―Questioning myself, being critical, leaves me alone, connects me with reality; Being
concrete, serenity, walking slowly and enjoying it relaxes me. The more insignificant things are,
the better. For example, I feel great pleasure sorting waste for recycling, placing it in the right
places and feeling responsible and supportive. The routine gives me peace, knowing that, if I
want, I can escape from it.‖

―When I give myself permission to feel the experiences in depth, I feel ecstatic and
happy, positive with the benefits that the cosmos offers me.‖

―It is emerging, serenity. The awareness of ‘this is what it is‘. And I enjoy it. Before, it
was more difficult for me to remain in things as they are.‖

―[It appears] the need to be with me more, the need to be truly present and connected
with what I feel, and the feeling that enough is enough, that it is okay with what there is. I also
try to stick to the Buddhist principle that ‘if you are not happy now, right now, you will never
be‘. And I lean on it as the only truth that exists, because I have spent my life chasing a
fantasized happiness that was always to come: I thought that the next thing would always be
better than what I have now.‖
What is the use of transforming
My general impression is that what is most helpful is being able to meet someone (a therapist, a
teacher, sometimes a friend) who combines knowing how to say ―no‖ clearly, and who can
provide support in falling. ―No‖, then, to games, traps, manipulations... That person will be a
wall to crash against as well as a loving company, sometimes silent, always close in the collapse,
that allows the discovery of what has been avoided, making it possible for me without
experiencing it as a catastrophe: silence, loneliness , nothingness, sadness, rage, evil...

Here is one more passage from my biography:

―In the summer of 1988 I took my first SAT Program course, and it turned out to be the
beginning of a long crisis that would last until the summer of 1993: the crisis that I have seen
repeated after in different ways in many people when they focus on work. with character. They
were five very hard, very intense years, during which I felt at least twice in a very clear way the
border between being alive and being dead. That is to say, I felt very clearly the desire to be
dead. They were years in which I discovered aspects of myself that I did not even suspect, such
as feeling absolutely foolish for things in which I had always felt capable, or how to see the
many bad host that was inside me and the aggressive acting that accidental mistakes can mean,
jokes, forgetfulness or self-forgetfulness.‖

In those years, the process became extreme, especially on the SAT:

―There I felt that someone broke me and that someone contained me at the same time;
that someone hit me and someone healed me; that someone moved me and that someone quieted
me in the most intimate. That everything was breaking, breaking... And there he was, Memo, and
them (Paco, Antonio, Cheriff, Juanjo...), and them (Annie, Graciela, Use, Silvia...). And
Claudius. During the fall and winter of '88-'89 I thought I was going crazy. Seen from now
(January 1993), I think magical thinking shot through my head, anguish shot through my heart,
and paralysis shot through my body. I became paranoid and I entered into the most terrible panic
that I have felt since I was fourteen [...]. I, Alberto Rams, ‘famous therapist known throughout
the South of Europe‘, was scared shitless. I remember that he was not even able to call the travel
agency to book tickets. Everything was a huge effort, even the most absolute trifle. I felt unable
to write the smallest note or letter, and any phone call scared me. Actually, I was totally guilty,
but I didn't know it then...‖

What helps in the process? Here are more testimonials:

―Decrease activity, contact the body as an end and as a means to reach emotion. Specify,
dimension. Making the resolution to be punctual, in my case, has led me to respect the other, to
take him into account, to see him and take care of myself. It helps to understand before finding
something inside myself, confrontation, taking the risk of being direct, of being mean. Open your
eyes, see reality, see the present without making it up, acceptance, silence, loneliness. Believing
that there is something bigger than me, spirituality.‖

―For me, above all, [it helps] to hold my emotions, not to run away from what happens to
me, from what I feel (shame, anger, discomfort, frustration); Dare to say what is happening to
me, how I feel, what I think, what I want to do, even if this leads to conflict. Behind that fear of
conflict there is always pain and fear of rejection.‖

―[It serves me] to let myself rock and fall into pain. Loneliness helps me to be able to be
with myself and then lose myself less in others. The more I stop running from myself, the less I
trade with others. Don't stay superficial, go deeper. Realize that I use people.‖

―The observation. Something of self-absorption (which Ortega said). The therapy. The
meditation. The lonely spaces. Contemplation without judgment. The silence of the field.‖

What is not useful for the transformation process

―Action and more action, thinking, designing strategies, escaping, sex and eating to escape,
letting myself be fed by the aroma of my own seduction. Wearing out, overexerting, trying to
make my fantasy come true. Save the world permanently.‖

―Letting myself be carried away by anxiety, doing and doing without conscience, starting
many things and not finishing anything, letting myself be overcome by boredom, not accepting
the reality of life as it is and letting myself be carried away by the idea that life can be rosy.‖

―Always blame the other and not take responsibility for mine. Turn to my capricious
inner child. Avoiding conflicts — how difficult it is for me to face them, especially when there is
no intimacy and my image as a good person is in danger.‖

―I have lived something that has given me too much dispersion, that fed me the most
unconscious and the least authentic. It is a kind of permission for everything goes, for everything
is allowed. I have needed to set my own limits, but without a doubt it has also helped me to see
limits from others, from the everyday world.‖

―That space, so nutritious for others, which favors the expression of the internal,
creativity, spontaneity and other facets of the individual, led me a bit to lose myself. I'm not
saying it's not useful, but it's of little use to me. However, I can work with it easily. I can use the
most instinctive, basic and spontaneous in favor of the internal work of others. But, to me, what
is most concise, clear and simple favors me, against other explosions of being.‖

What tasks are favorable for transformation?

Again, some testimonials:
 ―The most favorable tasks are the tasks themselves. A process that consists of a proposal
with a beginning and an end, and the responsibility to achieve it, already makes sense in itself.
The work through the enneagram has made great sense because it needs continuity, follow-up,
updating, revision, consistency and, above all, authenticity. I am so conflicted with deception,
cheating, and the complex journey of fraud, that I make a lot of sense in understanding and
practicing something sincere and authentic, while also giving it serious effort.‖

―Meditation as contact with myself and reality attack is essential. The practice of a space
for the spiritual, for the divine path, to believe and surrender to something more than myself or
my supposed desires, makes me feel like a better person‖.

―The silence.‖

―Nature.‖

―Say no. Do things slowly. Take care of plants. Do things where later there are no
rewards of any kind. To meditate.‖

―It is favorable to me to make decisions and carry them out. Creating self-programs and
fulfilling them (to avoid the tendency to dispersion). Commit and fulfill the commitment. Reflect
before acting. Try to act with the maximum emotional sincerity possible. See others.‖

What needs to be understood

It seems to me that what we conservational sevens need to understand is, fundamentally, respect,
which I think is what we lost in the elaboration of that monster that devours everything because
everything is a lie...

And no, of course: not everything is a lie. There is honor, there is what it is in itself, and
not because it is used for anything in particular...

We also need to understand that the limit, the no, that we can be healthy, because it not
only limits gluttony, but also because it protects. Like the border, which marks a „no there―, but
also a „here yes... it's my home... my country‖.

Some testimonials say:

„The world was not made in two days nor will it end in three. That without me it doesn't
end either. Everything doesn't have to be so intense to be alive and happy. It helps to discover
that there is the small, the insignificant, from within.‖

―That pain, sadness, loneliness and boredom do not kill: they are part of life and enrich.
That you can be comfortable with reality. That not everything is worth just to be well. That I am
a slave to my ideas and to an enneagram to psychology that I am making bigger and bigger in
order not to contact what I don't like. That pain and love go together. That the shield against pain
is only removed with pain. That pain and suffering, in the long run, bring me closer to people
and to myself.‖

―The beautiful gift that is life. Nothingness as the beginning and end of all things.‖

To finish, I rescue another fragment of my biography:

―[...] I feel more concise and with less need for external recognition. The professional
style that began appearing as something very disproportionate, very strident and very garish [...]
has been gaining refinement and calm. I still have the sense of smell to detect the false that then
sprouted so brutally, but I no longer have as much need to use it to show off. Or, simply, I give
myself the opportunity to shut it up to the extent that I can distinguish what it is that I really want
at that moment and, above all, what I am willing to accept. I can be confrontational without
being violent. And, above all, I have been developing the experience of being in a heart that did
not live before, or that did not live in that way; that shows itself professionally, sometimes, as the
grace to touch people's souls in ever simpler ways. However, I feel the weight of the years of
work, I feel less passionately interested in it, and I tire more easily...‖
 Enneatype 8 – Lust

The passion of Lust denotes a passion for excess, ―a passion that seeks intensity, not only
through sex, but in all kinds of stimuli: activity, anxiety, spices, high speed, loud music, etc.‖ (C.
Naranjo, “Character and Neurosis”).

He has transformed the intensity of suffering into the intensity of satisfaction, feelings,
pleasure and the war against the abuses he suffered.

The E8 is an excessive character, the most impulsive of the action characters. Energy
consumption, the search for intense stimuli, the attraction to violence and risk, and the effusive
manifestation of enthusiasm are typical expressions of Lust.

Lust manifests itself through an uncontrollable tendency towards the satisfaction of

impulses and needs; an incessant search for pleasure understood not as surrender to the senses or
as well-being, but rather as an intense experience that returns to the individual the feeling of
being alive and that can go beyond the barrier of hardness and insensitivity.

In short, we could say that his passion is to obtain here and now satisfaction and
gratification, like a teenager. The future does not exist, and the past is not necessary.

It is pragmatic and concrete; you have to solve the problem immediately (and the
problem is your need to possess and get satisfaction).

The wound is an offense received, an abuse: the E8 feels and lives with the conviction
that it must be immediately compensated. His interpersonal style is revenge (fixation); accounts
cannot be left unclosed; when he carries out revenge he finds fulfillment again.

The origin of this character structure lies in a childhood in which he has been denied to
be a child; it has not received adequate care both on the concrete level and on the affective-
psychological level. In extreme cases we can find abuse and mistreatment that have humiliated
and subdued him.

This situation of oppression and prevarication leads him to cultivate within an aspiration
to respond to violence with the same vehemence and force, while waiting for the day of final
revenge.

He is a child who has had to grow up quickly, who cannot give himself over to weakness,
tenderness or fragility.

Learn to fight and defend yourself and others from injustice. The strongest experience is
the attribution of being a bad child.
 The sense of justice derives, sometimes, from a family context in which the paternal
father figure concretely exercised violence, physical or psychological, or abused his power,
while the mother — or siblings — is perceived as a victim of this violence and as an object of
rescue.

The compulsion to restore one's power at all costs is clearly manifested in the relationship
with others. The feeling of justice may also be an ideal, but it is above all a way of settling
outstanding accounts.

From this point of view, the friendship relationship is one in which the E8 is committed
to defending close people on condition that they do not interfere with its power. Power is to
maintain dominance and control of its territory and the people who belong to it.

The E8 has no empathic capability. Considering that he has no contact with his emotions,
the bond with others can be very strong and intense not because he is sensitive to the needs of the
other, but rather because he is moved by the compulsion to defend who belongs to him. Because
of this lack of empathy regarding the affective relationship (sentimental or friendship), he is not
aware of the way in which he comes to subdue his relatives, and does not worry about the
judgment of others; he comes into contact with guilt with great difficulty.

He is autonomous and often despotic and arrogant. Their motivation is not to show
themselves superior but to obtain the satisfaction of their needs.

He learned to be strong; his body proves it: thick skin, solid musculature, well planted,
safe behavior without revealing a state of alarm, great resistance to physical and psychological
pain.

Just as he does not give himself permission to feel his emotions, he also does not leave
room for physical pain, even neglecting the body; even when he suffers, he finds satisfaction in
intensity.
 E8 Social – Complicity

The social E8 is a kind of social antisocial. If we want to use the categories of modern
psychology, the eight responds to the so-called antisocial personality: more or less, a person who
is against social norms. Or rather a rebellious person.

But a social eight is a type that is only explained in contradictory terms. It's like a child
who became violent defending his mother against his father. His violence arose from solidarity.
He has resonated a lot with the phrase of ―thundering in the face of injustice‖.

The central theme of the social E8 was named by Ichazo as friendship. I do not like to use
words that have a universal meaning or that we can associate with great meanings to describe
specific games of the ego, since many times we end up using those words to justify these same
games. So I feel more comfortable with the word complicity. It has to do with the word loyalty,
like that of a child who allies himself with the mother to confront the father and who develops a
strong detachment from the paternal bond, for which he surely becomes a difficult child at
school. He rejects school because the entire institution is associated with a father-like authority,
and he comes to experience intellectual detachment because the intellect is equally part of the
father complex. Not surprisingly, patriarchal culture is made up of intellect, authority, and
impulse control.

Looking at the social eight with the mind of a Freudian, the concept of complicity will be
better understood. We could speak of an Oedipus complex. We could say that the boy needs the
love of his mother and that he has no hope of finding love in his father. Therefore, he concludes,
―I am going to join with my mother against my father, I am going to protect mom, and I am
going to get mom's love.‖ If we go into Freudian psychodynamics, we might also add that this
mechanism is not, after all, composed of pure loyalty, but rather a matter of self-interest.

But, for any person of this character, it is very difficult to go beyond the felt experience
of simple loyalty. If we were to ask Karl Marx about the nature of his solidarity with the
exploited, I don't think he would be receptive to the Freudian reproach, that he would say that he
simply ganged up with his mother against his exploitative father. Or that his affinity with his
mother was Oedipal and he had something to do with his own need for love.

It is difficult to make an eight aware of his need for love. We are all moved by love. Each
form of disturbed personality is an alteration in the way we act to find love. One acts too cute or
too good at school, another is too perfect in his morality, and so on. In an eight, it seems that the
main issue is renunciation, the abandonment of love. He thinks it's better to go for power, for
pleasure, for what he wants, instead of waiting for love, instead of getting sentimental. For an
eight, people who are looking for love are sentimental. So an eight is a character that veers
towards the cynical, towards the rough, towards the harsh.
 Incidentally, eights are not usually interested in activities related to self-knowledge, since
it is a little harder for them to develop this type of insight in their own emotional life: they have a
lot of repression from the soft side, as if they had had to bury their inner child to be able to go
out to life in an armed way, towards a struggle for existence, red in teeth and nails, as the
Darwinists say. An eight is someone armed to the teeth.

The transformation in the social E8 by María Elena Tinoco

I was maybe four or six months old. I'm looking at mom, she's very beautiful, full of light; he
looks like a heavenly being. I feel so full in his arms; the nectar in her breasts is so full of love
that it shakes me; I look at her and feel ecstatic with love for her. When she leaves me in my crib
and I see her walk away, I feel almost dying of pain. I think from here emerges that dreadful
feeling of being dead, of an enormous feeling of emptiness and abandonment, extremely deep.

I decide to hate her, but I would actually give my life to be in her lap; I wonder: is this
where I first felt this existential emptiness that leads me to fill it from lust, without ever
achieving it?

Between the ages of two and three I want to go out and, near the door, mom has a stove
full of burning coal; he's about to cook something and I pass... I can barely sneak between his
legs. I lose my balance and just put my open hand on the burning embers. I feel a huge pain that
runs all over my body, and they take me out of there. In my hand a kind of balloon appears, it
hurts so much that I explode against dad and mom, and somehow I decide that they are assholes
because they do not know how to take care of me.

Revenge appears as a companion of my life. It is not a premeditated or prepared revenge,

it is rather a hidden revenge, crouching, as an act of its own for those who do not know how to
fulfill their obligations (how fucked!).

A teenage girl also emerges, murderer? I don't know where she was crouching, hidden.
She wore her hair Yoko Ono style, her body shapeless, she felt a huge hatred of women and a
total contempt for men. It measured one meter and 54 centimeters, and weighed 38 kilos, pure
bones: it was ―La Flaca‖.

It was almost flat, because my breasts and buttocks didn't grow, so I wasn't very
attractive. I felt more male than female, although sexually I was not aroused by girls. She was
very daring with jokes and very broncuda.

I had a sick hatred against my stepfather. At the slightest provocation, we gave him some
very strong madrizas. My brothers were younger than me, so I told them: ―If you don't fuck them
up, I'll fuck you up.‖

My friends were mostly male. Friends, I only had one from school; the others were
known, from the blowout.
 My longing to continue with high school was impeded by the misery in which we lived;
so I had to go to work. I did the cleaning in a spa. He left home at five in the morning and
returned at five in the afternoon.

I didn't know what I wanted, I didn't know who I was, I felt lost in the middle of a very
difficult situation at home. I only lived to give my salary to mom and be defensive with my
stepfather. My existence didn't seem to make any sense. I think that's where I developed the most
a very great contempt for life itself; and at the same time I recognize that a desire for suicide also
appeared in me, but more as revenge, so that others may feel guilty. The desire to kill or for
someone to die was also constant.

I felt a huge crush, it hurt me a lot not to be able to quit the job, since we needed to eat;
the boss was the most fucked up and there was no way to send her to shit. It is also at this stage
that I feel most in the midst of ambiguity.

The religious family gave meaning to my life. Still, I felt hungry full-time.

I became a missionary and, in those years, it was like living fully for that goal. But as
much as I worked and the mission was successful, there was a very large void that was never
filled. It manifested itself in the disproportionate lust of projects. Now I am looking more to
delve into the work I started 14 years ago.

Today I see that I was a very dark and undervalued teenager, with a very great instinct to
end everything and at the same time living as the cleaning girl, who speaks little and receives too
many humiliations from gringo bosses who are never pleased.

The beginning of the search

When I met Claudio in my life, apparently everything was going well. At that time I saw the
SAT Program as a very liberating path for the indigenous people with whom I worked in the
mission. I saw it as a synthesis of peace education.

As I walked the path of the SAT I realized how it was wrapped in a shell larger than that
of a turtle. To encounter my truth consisted in recognizing lust as a disease that automatically
dragged me to be intensely attached to the life of the groups all the time, without recognizing
myself in my deepest needs. It was to be chained to the power that a group gives, but at what
price.

Recognizing my enneatype, what first emerged were the madrizas: the pain, the
helplessness in the face of such heartbreaking situations that I lived, and hence the decision that
it was better to defend and take revenge than to lie on one's chest.

The process went through assuming a life where the constant had been; ―I hit you where
it hurts the most, so that you are careful not to get into my territory.‖
 A very small little girl also emerges, who has the crazy idea to save the father and mother
because they are so stupid. They are so unwise that they use the force of violence for everything.
So this little girl is going to show them a finer, wiser violence, made of fewer blows to the body
and more blows to the other's ego. And it goes around the world like a dead mosquito, playing
the good game and screwing over those who are taken advantage of with the weak.

It's something like: ―I can't hit you or kill you... but I kill you from my inner contempt
and I move everything around you so you realize what a shit you are, and I'll always be there to
remind you.‖ This would be the five-year-old ―Shit Elena‖ in me.

In reality, that girl is worth mother to adults, she is not afraid of them, her strength is
those around her, her group, whom she protects with her very life and who also manipulates
against all those considered enemies.

"Shit Elena" is unable to commit to a single person, since she can't stand submission, nor
does she want people hanging on her. So the saying goes: ―The ox licks just fine‖. Directing
everything from the hidden, that's what he likes best. If she goes well, she thinks; ―Wow, what a
chingona I am!‖ If she goes wrong: ―these assholes don't do anything right.‖

Jealous, gossipy, rude, lying, bossy... I have the intensity of a volcano!

―Recognize me!‖, is my childhood cry. Recognize me! I am just a very small girl, full of
needs, full of hunger for tenderness. Hidden tenderness, hidden under the shell of a turtle.
Tenderness that many times I hated to admit.

I have hidden my primary need: to recognize that I need to be loved in order to love
myself. Recognize myself, my shame of being a little dog. My fear of rejection and
abandonment.

Deep down, my lack of commitment to a partner has more to do with the fear of
abandonment. My peculiar way of committing to the mission of the congregation to which I
belonged is, in reality, a path of search where, through service to others, I have found myself,
with my own reality as angel and devil.

My greatest suffering was the decision to leave the congregation to stand on my own two
feet and not knowing what I needed or what I really wanted. It was like being in adolescence
again: I lived with a lot of shame recognizing how twisted and tricky my life was, and it was
very difficult for me to see myself as I am.

Today I begin to walk from a greater awareness, realizing when I want to subdue
someone or when I am manipulating. And I recoil. This leaves me freer and less attached to
relationships and teamwork, to material or spiritual things.
What has been changing in the process?
One of the biggest differences from the past is that now I can give myself a lot of time to reflect.
It is an ability to enter thought in a new way, it is to look at the ego as a prison, a rhinoceros with
small eyes and a horn ready to charge when they don't give it what it wants.

I also discover myself being able to choose better in each situation, realizing that I can
respond from the rhinoceros or from the Breeze (the new name I assumed in my religious life,
which means mercy), feeling from the heart and thinking what is most beneficial.

This is finally not automatic: I walk at times on one side or the other. I'm still on this
path...

I see myself walking here and now with what each day gives me.

I find myself engaged to a partner.

With 80% less anxiety, I continue in the civil association that I founded, Edupaz, working
as a team and assuming what I have to do: I stopped being the protective mother. And I feel free.

My life, I now live it with me, according to my needs. I started by renting a house and
stocking up on the basics. Before, even the food was depending on the group.

I continue to work in groups; what has changed is my detachment.

I am recovering my sexuality, which I had lost for some years.

I feel honest with myself for deceiving myself rather less.

What works on the path to growth

In my path it has been especially useful the self-knowledge that makes possible the SAT and to
recognize the ego, its magnitude, its sick force.

Now I feel an ability to enter thought in a new way, and I can look at the ego like a
prison, like that little-eyed rhinoceros, with a horn ready to ram when they don't give it what it
wants.

I also find myself choosing better in each situation, making aware that I can respond from
the rhinoceros or from mercy, feeling from the heart and thinking about what would be most
beneficial.

Above all, I have taken responsibility for my actions in my hands, which is equivalent to
entering a space where every event I live is a teaching to me. The feeling is of a pleasant internal
unity.
What is left behind and what is emerging now?
Blindness is left behind. From lust, a great anxiety was always present that is now left behind.
Neither do I invite her or avoid her, she arrives and, from her, I recognize myself as needy.

Left behind is the patotera or gang member, as we would say in Mexico. That little girl
so instinctive is left behind.

The disproportionate lust for projects is left behind: I seek to deepen the work that I
began ten years ago. I start to walk from a greater awareness, realizing when I want to subdue
someone or when I am manipulating.

All this leaves me freer and less attached to relationships, teamwork, material or spiritual
things.

Now the intensity also emerges, the difference is the way I use it.

Now it's like sharing that strength from the needs I have as a person. The concrete
commitment to the SAT for the Mayan indigenous people has been very important, trying to
have a healthy balance between work and my personal life.

I am also more tolerant of frustration, and I recognize the rights of others.

I understood that if my torment came from when I was a two-year-old baby, it is totally
absurd to be in a place as if it were the ultra plus of the universe.

Right now, my job is to occupy my real space, a more humble space, from the authentic. I
work to be more receptive, more vulnerable, less arrogant, assuming that I can't do everything,
admitting my needs and giving space for them. I understand that the others are doing their best
and I am not the one to disqualify them. I understand my difficulty in acknowledging my own
tenderness and love for others. I open myself to making a path with others, accepting the
necessary confrontation as part of the process of maturation and growth, playing fair, without
cheating.

I have also placed myself in a different place in my work team. I try to encourage
everyone to take their space, without being ―doña protection‖. At the same time, I feel free from
expectations, happy with a more concrete, democratic and achievable project.

How I work the specifics of my character

I work with my character and I practice working with others. It has helped me a lot to be in the
SAT for educators and in the SAT for Indigenous Mayans. It's a constant ruminating and
realizing. I think I have a character that is constant action and, from it, I learn. It has not been
easy. I have found no other way to grow than in action, recognizing my ego, which not
infrequently hurts myself and others.
 I review my actions every day, just to realize where I was responding from, what I said,
how I interacted, which parts were egoic, and where those actions are leading me: toward
transformation or into the ego trap.

If I want to walk, I need to look at myself. If not, I am not even aware of the actions that
boycott my growth process. I am making my way from observation, looking curiously at my way
of proceeding, listening to my speeches, studying my reactions, telling me everything as it is,
without making up.

I helped by friends who approach without judgment, books, theater... And, above all,
love.

Meditation has done me a lot of good in my life: it was also a long process at the
beginning. Some years ago I got hooked and, instead of doing an hour of meditation, as the
teacher indicated, I threw myself up to five hours in a row. This blew my fuses, since at a certain
point I abandoned everything, not understanding what was going on. Now I can realize that it
was the taste for intensity, trapped in the hardness, which in the first moments cracked. But he
was not aware of it.

The path to self-perfection

The taste I feel for intensity is very strong, and the way for me is to learn to live with limits.
Edupaz colleagues and colleagues in everyday life help me a lot in this. It is by feeling affection
that I put the brakes on my actions, especially when they have a disproportionate and lustful
character. Meditation is another space that allows me to focus and take a break before rushing
into sterile actions.

In the future, I would like my process to lead me towards the unity and integration of my
mind, emotion and instinct. I want to be more human every day. It is time to trust more in the
smallest part; Fritz Perls would call him ―the dog below.‖

In my experience, orgasmic regulation has taken on great relevance; It's been many years
of living without knowing what was happening: instinct didn't ask for permission and wanted to
do everything its own way.

In my future I see a greater harmonization, unity, authenticity, wisdom, freedom, mercy...

There are many extremely beautiful words. This is what generates looking at what we really are.

It's not done yet: I have to do all these things moment by moment, as if it were a constant
challenge.

For me, the path to perfection is through being what I am. The ego has its place, but I
cannot allow it to drag me down all the time. He is a bit like a demon in the service of truth
seekers. By giving the ego a space, it also helps in the process. I find it present every time I think
I'm enlightened or that I want to put myself above others by crushing them.

Recommendations for the internal work of a social eight

Although it costs a lot of work, it would be nice if the social E8 wrote down their actions every
day and saw where they take them. I was very helped by the biography that Claudio asked me
for, as well as group therapy.

Body work is also very helpful. In Buenos Aires, my first therapist hugged me like a baby
and spent the hour crying, until little by little he led me to work with the body, to regain
confidence in my value for what I am and not for what I am what do I do. Losing ourselves in
group actions and the fact that they have to be great actions in order to value ourselves and feel
powerful, is a very big deception. As a social eight, I was lost in megalomania. If I didn't focus
on the concreteness of the actions, I was going to a wild fantasy. I dedicated myself to spending a
lot of energy so that they would recognize me as the standard-bearer of the poor; how absurd or
... In this way, I also fed my narcissism.

Definitely, the SAT and the meditation retreat with Claudio have been a help. And also
writing my emotional autobiography, revising my speech: who do I say I am? Who am I truly?
What do I say about myself in the speech and what do I hide or do not recognize?

Meditation has been fundamental, especially vipassana meditation.

Body therapy has helped me to let go and recover my sexuality.

For the process of an eight, it is useful to leave the entrails a little and go to the heart,
from the real and selfless service towards others.

It serves to spend more hours in reflection, meditation, observation.

Group therapy and silent retreats are the techniques that have helped me the most

How to help a social eight from therapy

I have a hard time admitting that I need help. It is difficult to find a therapist to trust, since my
internal sensation is that of having a radar that leads me to immediately perceive the traits and
weaknesses or shadows of others, and this is very fucked up for therapy. When I was blind, I
thought that what bothered me was my frankness. And it hurt me when they told me that they
had not told me the truth, because they were afraid of me. Worse instead of letting me hurt, she
reacted by making me furious. Of course, I was one to put my finger up my ass, and I wouldn't
let go of my prey until I cracked it. On top of that, my conscience didn't even bother me.

With therapists, I felt a lot of distrust: sometimes, feeling rejected or judged, I just closed
the door.
 Therefore, it is necessary for the therapist to be true to himself, to be sincere. What has
helped me most about the SAT teachers is that they accept me as I am. In group therapy they
contain me, not from the discourse, but from the body, from feeling accepted as I am. I feel that
the therapists who have helped me the most are those who are closer to me than those who are
worried about my neurosis

Group therapy allowed me, from within the group, to observe myself until little by little I
let out my lone wolf disguised as a sheep. The therapist accompanied me and invited me to take
my place without having to attack or defend myself. The acknowledgment of him was enough.

It also helps that the therapist makes constant reference to the actions that the social eight
is performing, because it is in the action that it is lost. It is good to focus on your world of
personal relationships, especially those outside the group, as the social eight has great difficulty
committing to individualized relationships.
 E8 Sexual – Possessiveness

A sexual eight has a tendency toward social detachment. He is a rebellious person, much more
than the other E8. He is also a more provocative person, who flaunts, who proclaims that his
values are different from the norm. This occurs with all eight, but in the sexual subtype, this
tendency becomes a clear detachment from the intellect.

The word to define it is possession. And I used to think that this also had to do with
physical possessions, but later I realized that this passion is limited to grabbing the other: the
sexual eight is very possessive in his relationships. This word also has to do with taking
ownership of the entire scene: the sexual eight always wants to be the center. It is always
fascinating. Their power comes from a greater seduction, from a greater power of fascination,
which differentiates them stylistically from others. The other subtypes do not have as many
colors in the feathers. In relation to the other subtypes, the sexual one is more emotional, while
the conservation one is pure action and the social one is the only intellectual eight.

The transformation in the sexual E8 by Alice Maria Ribeiro

The following text is based on interviews with five students of the SAT Program (three women
and two men), all of them located in the sexual enneatype eight, from different professions
(butcher, therapist, doctor, police and retiree), and aged between 40 and 50 years. Each of them
is at a different stage of their search path (one has been going on for 20 years, another has been
only five), within the SAT school.

The general impression is that none of them could express themselves as they were in
childhood. There was no affection, affection, attention, appreciation, recognition and much less
respect.

Only one of the interviewees preferred not to say anything about his childhood, but from
his life story it can be assumed that he suffered a lot of disrespect and lack of affection and
attention, like the others.

They all had difficulty writing about themselves. It seems indiscipline, but it may be an
excuse not to put yourself in the other's hands and not to reveal your weak points or show your
vulnerability.

Four of them cited the fact that they did not recognize paternal or maternal authority.
They lost confidence, they felt betrayed and they refused to be guided by someone who did not
give them the necessary security. Hence the rebellion.

They all broke the rules of society, did not respect the laws of the world and disregarded
the divine laws as if they were immune to them.
 They are all antisocial, feel excluded and are attracted to illegality, coating it with
legality.

Shyness is also present, but appears combined with seduction, strategy and fear of being
swallowed by the social. It is also a way of hiding marginality. One of the explanations that
emerge consists of the need for dominance and power: since they do not like or want to expose
themselves, they need to know where they are stepping, which is a form of control. Thus, they
manage to hide their insecurity, their loss of value and their fear of appearing weak.

None of the women completed college or was interested in developing their true talents.
They all looked for adventures, challenges, risks and a lot of adrenaline; one of them was
involved in drugs. They are all masculinized women; they never paid attention to appearance,
vanity or image.

One of the men, despite considering himself vain, says that this vanity was functional for
the conquest of the opposite sex as a form of dominance or pleasure. And the other man
interviewed made no reference to image or vanity, showing that he does not give it the slightest
importance.

Two of the interviewees (a woman and a man) looked for professions of power: one in
the police and the other was a police officer and today he is a surgeon.

They are very generous when they consider that the other deserves help. Otherwise, they
disregard it as a form of punishment.

They all said —unanimously— that, through intentional personal work, they had
discovered new ways of relating to their partner, family, work, and other people in general.

The personality before starting the path of growth

Possession/dedication and sexuality, anger/intolerance, intensity/excess, histrionics/rebellion.

All sexual eights voraciously sought out love, sex, and excessive pleasure in life. It was a form of
rebellion, as if everyone had been deprived of their dreams, their desires and their sensitivity.
Without a doubt, they could develop an armor to hide the devaluation

During childhood they were forced to do what they didn't want to do, they were
disrespected and they had an authoritarian father or mother. They behaved differently inside and
outside the house, because they did not have the right to be as they were.

―When I was eight years old, my sister got married. I stayed at home with three brothers
and my father. The three women in my life disappeared at the same time and I was left alone
with men and with the feeling of fear of being abused and not respected; I felt profoundly alone‖,
tells us C.

As creatures, since they were not recognized for their sensitivity and matured very early,
they began to rely on the value that things have in the world and not differentiate between people
and material things. As adults, today, they buy what childhood dreamed of.

The value given to material things and people was not intended to supply any type of
material security, but rather to gain power over them. They do not mention that possessing serves
for sustenance or for security in life; Quite the contrary, the five come from rich and/or powerful
families, linked to politics, ranching, civil construction, etc.

―Since I was little I turned to the material. People were worth what they possessed and
not what they were. I was educated that way: totally focused on having and not being. There was
this crazy idea that everyone and everything has a price, no matter how much,‖ says A.

All, without exception, were possessive people in love relationships or with friends,
things and situations.

―When I was little I had the clear feeling (I think it's a crazy idea) that the world started to
work when I arrived. Everything belonged to me,‖ says G.

―My relationship with possession was with all the people around me. I wanted to know
what was happening to each one, I did not want to lose control of anything, apart from
influencing with my words the things that the other was going to do,‖ adds P.

―The world was mine. What was missing, I took, bought, appropriated. He gave nothing,
he gave nothing. Because no one was worthy to receive even what was left over. Not a leaky
boot or a torn sock,‖ confesses E.

Taking/giving is related to sexuality. It is perceived that there is moralism in this, that it is

only a game to protect himself and the other he appropriates. All out of fear of betrayal and loss,
as if the other were an object. Hence the difficulty in accepting any Dionysian behavior when
dealing with someone.

Sexual E8s control the partner by completely dominating them, distancing them from
friends and acquaintances, making them dependent. They demand fidelity and a lot of coherence
and get very angry when this is not the case. This shows a capacity for control and power over
the other, as if they were their owners, their masters and responsible. Thus they satisfy even
more their possession, which feeds revenge, which strengthens lust, creating a vicious circle.

―I felt very powerful and very owner of everything. This is where possession comes in.
By wanting, I felt the owner of the loved object, mainly the couple, who had no right to have a
life before me. I had to be the center, the focus. I wanted everything from the other, but didn't
deliver anything. In the sexual relationship it was very clear: I made the other surrender to my
joy but I didn't want to surrender. It seemed that my soul would escape and I was afraid of losing
it,‖ says C.

Regarding sexuality, three people reported that they had contact with sex early. They
discovered sexual behaviors of adults very early and the disturbed awakening of sexuality
became a preponderant piece for the development of possessing and, consequently, the difficulty
of giving oneself. They had no guidance in this regard, they gave way to their instincts and
narrate that they liked that sensation.

―My interest in women appeared very early, around the age of six or seven. Door cracks
or keyholes were a feast for me. Sex is my neurotic base. But, along with that, comes possession
above all things‖, narrates G.

―I began to be interested in boys when I was ten years old. They sent me to a boarding
school in Rio de Janeiro and I only saw my parents again six months later,‖ adds A.

As for the other areas, there is no moralism. On the contrary, the norms were violated and
the laws, ethics, morality or good customs were not respected, which were run over when they
wanted to obtain what they wanted: sexual eights are amoral.

―I have lived with weapons since I was little and being a police officer was for me as if I
could be the one who would fix things. The police could use the revolver,‖ explains G.

They were deeply angry, intolerant of weakness, dependency, and slow, dumb people. It
made them impatient to the point of histrionics and explosion, sometimes causing situations of
physical aggression. Everything happened very quickly because of the speed with which they
reached their own conclusions, without even listening or allowing the other to defend himself.

None of the interviewees was aware of the guilt.

―I've been through a lot of fights. Before, I attacked physically,‖ says E.

―Before I didn't consider myself a quarrel, I swore I wasn't. What he was saying was that
I was fair. I had a very personal justice, very peculiar, very mine,‖ adds G.

Self-exclusion is very strong in three of the five. It is a state that consists of feeling that
you do not belong to anyone or anything. They were all sent to schools far from family, causing
a feeling of abandonment, rejection and loneliness. That further strengthened marginality, which
in the end is a way to feel included.

―I knew when I was very young that my father had been excommunicated from the
Catholic Church. I knew he paid bribes for me to study at the best schools (which were
Catholic). Again, money spoke louder, and so I grew up, thinking that I could buy even from
God,‖ says A.
 ―I had and have that feeling of feeling excluded. After SAT 2 I began to perceive that.
First I enter the places, study the entire environment and see where there is a gap to enter; a very
strategic thing. Today I know it's strategy. It was so common that I didn't perceive it. It was a
game, an unconscious seduction. ‗Where is the weak point? Ah! Then I'm going to go in here‘,‖
says G.

―When I go into places I don't know very well, I'm always left alone, on the sides,‖ says
C.

More relevant changes in the process of self-knowledge.

None of the interviewees were aware of possessiveness, intolerance, aggressiveness, and they did
not know how to answer precisely when they hardened and began to develop that armor and
insensitivity. The coldness with which they dealt with their problems was not recognized by any
of them. There is an ambiguity in the way they looked and how they were shown to the world. It
was an immense surprise — after entering the path of growth — to come into contact with that
state of war, because they considered that the truth had to be said ―whoever hurts2 and at no time
did they consider themselves cold and insensitive. On the contrary, they looked fiery, fiery, very
sincere and authentic.

―Cold? I? How can fire be cold? I was unaware of my toughness. I'm cold, I'm
insensitive. That's why I'm a surgeon. It was hard to admit,‖ says G.

During the process, they became aware of revenge as a response to anything that did not
agree with their will. Three of them were shocked when they realized this feeling and are
watching how they react to being upset.

―I didn't know he was avenging me. He didn't know that what he gave back to others was
a form of revenge. Knowing that was a huge surprise, I always considered myself very good and
I still can't perceive all the moments when I come,‖ says A.

―I didn't know what revenge was, I considered that word not part of my life,‖ C adds.

―The impotence was total. I was losing the loved one and couldn't do anything (that hit
me directly against possessiveness). I remember that day I thought I would die. I only managed
to sleep at five in the morning and prayed all the time. When I woke up the next day, I was
grateful to be alive,‖ says C.

One of them said that he found himself in an arid void and in a very deep well when he
perceived that he did not own anything or anyone, and that he needed to experience other losses
to feel that he had no other way out than to open his heart and give everything into the hands of
God.
 Another interviewee said he perceived the ability to love and be loved after feeling divine
love in himself, during a job at the SAT.

According to their answers, only four feel closer to spirituality. Only one claims to have
no religion or a spiritual sense of life; but only the verification of the fact is already a step to
achieve it, a means to obtain peace.

In the process, everyone began to control the anger and fury when they were upset and
sought, by observing those feelings, where the true motives are hidden. One of them stated:

―It was difficult to become aware of the egoic characteristics. Perceiving lust and
aggressiveness caused me pain, but it is undeniable that it also made me feel that there is a way.‖
These are G's words.

Four of them said they had changed, went through moments of reflection and saw that
intensity and exaggeration could not continue to be the fuel of their lives. One of them said he
still needs it and that it is still vital.

The most relevant change is that everyone is more tolerant and, observing possessiveness,
they are aware that the process of self-knowledge can lead them to a less arduous and more
loving path. It was perceived that things cannot be achieved ―by iron and fire‖.

There is also consensus of a greater perception of the tricks of the ego. Everyone
understands that they have to step back and start over or otherwise. Everyone is looking to
decrease the intensity with which they do things, paying close attention to excesses and
explosions.

―In life, in relation to the ego and the way forward on the way, I have tried to better
observe people and their mysteries. I feel more humanized, less invulnerable and less vulgar,‖ G
explains.

―When my ego begins to manifest, mainly in relation to people, I perceive and feel that
there is an alarm within me,‖ adds P.

―Becoming aware of egoic characteristics was not easy. Perceiving lust and
aggressiveness caused me pain, but it is undeniable that it also made me feel that there is a way. I
feel calmer, calmer and less demanding of myself and others. I feel like a better person,‖ says G.

―I'm less possessive with my stuff. I even lend my car to others. I'm doing things more
slowly, I'm not in such a hurry anymore, I know that others have their times and I can't change
that,‖ says A.

―I sold my car which gave me a lot of power (a jeep); I ended a seven-year

relationship...‖, explains C.
 ―I'm starting to think before I answer, I feel even very slow. I decreased aggressiveness,
intensity, excesses, possessiveness and acquisitions,‖ concludes E.

There is also a unanimous disposition for discipline, such as the effort to organize myself
in relation to the work of the university, or the dedication to the professional and to the family.

As for the women, all the interviewees are rescuing their femininity, seeking their role as
a woman, mother or daughter. One entered that process after becoming aware of motherhood,
after the birth of her grandchildren.

―My true fulfillment was directly linked to my talent as a therapist. Then I understood
that in the same way that I castrated myself in motherhood, I was castrating that talent,‖ says C.

―I am cultivating my femininity more, but it has been very difficult, because in certain
situations I do not achieve it. I can look at myself and say, 'You're a woman!‘‖ says P.

―Today I have an excellent relationship with my children, even though I still have a lot of
control over them. I have to be attentive to that 24 hours a day,‖ adds A.

The imaginable future: what would full development look like?

The group emphasized the need for responsibility to oneself and to others. It was highlighted as
important to have discipline with daily and professional chores, taking advantage of and
recognizing true talents.

It is necessary to develop awareness of the responsibility of using sexual energy

(formerly used for pleasure, exclusively). Get rid of the religious/sinful concept linked to sex and
go in search of self-love and dignity.

There is an effort by everyone to get out of the state of egoic anesthesia and a deep
interest in improving, in an attempt to recover some stages of life that were neglected, mainly in
the family environment. Only one of the interviewees does not talk about what he wants for the
future, but it is noticeable that he has a willingness to remain in the process of growth through
attention, intention and decreased pace of life.

―I need peace. I have to learn to be still,‖ says E.

Meditation was the main point pointed out by four interviewees to slow down and
approach spirituality, as a support to live well. Also visible is the understanding of
impermanence and acceptance of the nature of things.

―I think one of my ways out is to slow down, through the practice of meditation, to slow
down my pace and be more focused. The awareness of impermanence has reduced the voracity
that is and has always been the food of my ego,‖ says A.
 It was also proposed that it will be necessary to find the inner void so that it is occupied
by something greater. Look for the reference in oneself, having a teacher as a bridge; a guide
who helps replace the food of the ego with compassion and love of God, healing the original
wound. Because only in this way will they feel included as human beings and beloved children
of the Father's heart, so that they can rescue the missing link in childhood, which is sweetness
and spontaneity where innocence dwells.
 E8 Conservation (Self-Preservation) – Satisfaction

The most armed of all the E8 is the conservational. The word that corresponds to it is
satisfaction: ―I have to have it. This is mine. I have to have it." It is more an intolerance of the
frustration of what he wants to have than the actual having of it. In this sense, it is somewhat like
a characteristic of the sexual E1, who is also obsessed in the desire for him. But an E1 is very
different from an E8. One is hypersocial, while eight is completely antisocial. One is too
concerned with the rules and the other too little.

The E8 conservation pursues the satisfaction of your needs. He doesn't usually talk much.
It is like the lion. A lion only moves when it is hungry. It seeks to satisfy its unsatisfied hunger
and then sleeps for the rest of the day. Very majestically. It's like no nonsense, no words, no puns
in a conservation eight.

We could say that his need is that of an exaggerated selfishness. They are the people who
know how to do business and know how to haggle to get ahead of everyone. There is the
expression: a used car salesman. That is the art or the talent of the eight conservation. But it is
also his need: he is a survivor, a term that has been used for eights in general, but is more
indicative of the conservation eight. He knows how to survive in the most difficult situations. He
knows how to get things, how to get away with it.

The transformation in the conservation E8 by Juanjo Albert

Claudio: I don't know if everyone here knows Juanjo Albert, part of the national psychiatric
mythology. We haven't seen him around here in a long time. They are scarce, the eight
conservation. So I'm very happy to have one who is not only eight conservation, but also an
experienced psychiatrist who has not only seen himself through a long journey, but has seen
many patients through his life, and surely he has taken a great account of people similar to him.

Juanjo: Well, I had seriously prepared a paper, with etiology, etc., but I am going to limit myself
to Claudio's indication of talking about what the path of self-knowledge is like for a conservation
figure. So I go to read my text and thus save time.

In the first place, what the eight of conservation need to understand is that, basing ourselves on
our idea that kindness and good intentions do not exist, what we do is disqualify and discredit
before ourselves and before others any feeling or person, idea or institution that opposes our
wishes. Also, we disqualify for the mere fact of having something to go against.

When an E8 approaches therapy, this is something he already senses. Although they do

not believe too much in the therapeutic process, it is from this intuition that they approach it.
 From here, it is necessary to start assuming the anguish caused by the emptiness of not
having reasons to go against anything. We must also assume that this compulsive movement
only responds to intolerance, frustration and anguish, and that, deep down, it is nothing more
than a desire for revenge for which we do not even know why. It is healthy, therefore, to open up
to the understanding that something must be covering up this compulsion to attack, since there
are no objective reasons to attack.

The eight conservation also need to open ourselves to the understanding that, in reality,
there is something more than the purely material and physical, and that we are something more
than a body. It is necessary to understand that life goes beyond what is perceived sensorially.
That love exists and that, in principle, for us it is a completely unknown experience. From this
ignorance of love we can assume that it is precisely love, because it is unknown, that scares us. It
helps to recognize the impotence to love and the disqualification with which we look at the world
of feelings, precisely to hide this impotence towards love.

We conservation E8s also need to recognize that generous group protection—going to the
point of allowing others to lean on us—is more than a way for us to secure our status and hide
insecurity. We must realize that this generous offer imposes the condition that things always be
done our way, and requires that others give up a part of their lives and their ways of doing things.
All this implies an obedience that we falsely call loyalty.

We conservation eights apply a drop count, under strict control, in what is nothing more
than a way of generating dependency. Dependence of which later we are equally slaves.

Under the cover of ensuring the fidelity of others, what we seek is to feel security.
Furthermore, we then blame the protégés for being dependent on us, for not doing things well
and independently, for themselves, since we want everything our way.

A very important step in evolving is to let go of the need for possession. Both on the
material and on the emotions of others. It would be about reaching the conviction that the world
and people do not belong to us and are not at our disposal.

Recognizing the right to one's own life of others, letting go of the desire to own people
and goods, and trusting in the generosity of others and of one's life itself are also steps toward
healing.

It is possible that this renunciation of possessiveness is one of the hardest steps and that it
needs more time to establish a healthy nucleus in the personality, since possession is one of the
ways with which we feel that we secure our lives, and renouncing it means confronting ourselves
with the anguish of insecurity. The feeling is akin to being left without any possible protection.

It helps to take responsibility for our actions and, above all, for our own failures, excesses
and exploitation, both of ourselves and others, and not to blame anyone for their weakness. This
inevitably happens by acknowledging the pain that we have caused ourselves and that we have
caused to others.

It is necessary to assume the use that is made, with total contempt, of people and their
lives, both emotionally and physically, for their own benefit – even those who were believed or
claimed to love – either out of evil or ignorance.

It is convenient to see the insensitivity to pain, contempt, disregard, not taking into
account the lives of others except as mere throwing objects... This is the crucial bridge for the
enneatype eight conservation, and crossing it supposes such a laceration of emotional and
physical pain that you never want to cause this damage again, neither for the other nor for
yourself.

I think this is the point of no return. Once we become aware of the consequences of the
pain we cause ourselves and others, we don't want to go through it again.

In my experience, this has been the crucial point. The experience of the pain caused
leaves no other way than to move forward to try not to fall into it again. And to restore, as far as
possible, the damage caused.

From this recognition, we are intensely sensitized to the emotional pain that we can
unnecessarily cause. Seeing the pain, one strives to be impeccable in the action and care of the
other.

On this path, one comes to the understanding and knowledge that the pain of the other is
also mine. Not in theory, but in the flesh itself. And we can choose to be harmed rather than
harm others.

Thus, consideration for others, their recognition as free and sensitive people — not as
objects of exploitation — is the achievement from which this enneatype begins to grow and
mature.

But this awareness is not easy to maintain, both because of the tendency to unconscious
action, based on the pure habit of not giving consideration to anything beyond one's own noses,
and because of the difficulty of controlling one's own impulse.

Control over impulsivity, both for those actions that from a moral point of view we could
consider bad and for those that we would consider good, is a tool without which it becomes very
difficult to move forward. Impulse control involves not only stopping action, but most
importantly: being aware in the present of the consequences that actions can have on others. That
is, to have others present, so that we avoid acting without paying attention to the consequences.
It is difficult, but this awareness helps in the attempt to get closer to impeccability in action. It's
worth a try.
 Stopping the momentum and staying idle gives you the opportunity to see what's behind
the compulsion to action. In addition, you have the opportunity to get to know what we really
need and want, and it opens the possibility of realizing that the compulsion to action responds
only to intolerance to frustration and anguish so typical of E8 conservation, embarked on a
permanent flight from it, in a behavior of avoidance. In short, a cowardice.

Stopping the momentum also means giving others the opportunity to see us devoid of the
power with which we invest ourselves. It is the opportunity to present ourselves as limited and
normal people, something that is avoided because it can suffocate the source of security.

Neurotic thinking assures that, ―as long as you are loyal to me, I will meet your needs.‖
This is an important point, since it is one of the most unconscious movements of the
conservation subtypes, one of the pillars of their neurosis, since the eight conservation is
supposed to be omnipotent, capable of satisfying itself and satisfying any need.

All this assumes that the path goes through understanding and assuming that the limits
are not established to limit myself precisely to me, to limit my freedom, but on the contrary: the
limits are established in order to be free. Normally, we tend to consider that boundaries mark the
place where something ends, when rather they could be seen as a support from which something
new can be started. Accepting boundaries means being able to contain anguish and not run away
from it. It means to stop cycling downhill and without brakes, shouting without anyone hearing
us: ―Oh my God, someone or something stop me!‖ To accept limits is to leave behind rebellion:
rebellion against the external and the need to dominate reality. It's a break.

But it is much more important to be able to leave behind the rebellion against oneself:
that means constant and sound health in the present. You have to accept that things are as they
are, that you are the way you are, with your own physical, emotional and intellectual limits;
something as simple as realizing that being tired is not being sick, and that being sick is not an
unimportant. It means accepting oneself and being able to see that it can be changed from within.
That I need to change from within and that you can influence the path more effectively by going
for than by going against.

To leave the inner rebellion, against oneself, is to reach the backwater that this guy needs,
the peace he longs for, the love he does not know. It offers the possibility of taking care of
yourself, of loving yourself and of being loved.

From my experience, this means being able to come to love and be worthy of being
loved, as well as leaving the need to make demonstrations of power: to surrender power. So,
plain and simple. To concede that the other also has reasons and feelings that, probably, I do not
yet know in myself and with which perhaps I can develop and grow.

It helps, by song, to concede that the other may be right instead of going with a previous
attitude of rejection. It helps to stop presupposing the other malignancy: this opens the door to
being able to establish a real emotional contact, and leads to being able to be really generous,
tender and kind.

I believe that it is from the surrender of power that another stage of the road begins where
there is more truth. And then the path becomes faster: one perceives deeper and more permanent
changes and, although it is also more painful, at the same time one is much more loving, above
all loving with oneself.

One perceives that people are good and deserving. And, from there, whatever comes is
accepted. It is, in the end, to develop an attitude of trust and dedication to life as it is presented.

Claudio: The good thing [about Juanjo] is that he is believed. His words sound like he went
through that.

Juanjo: Yes... to blood and fire.

 Enneatype 9 – Sloth

By Laziness is meant the laziness of the conscience. Having a passion for Sloth means having
the motivation to maintain a low level of consciousness so that no stimulus, emotional or
environmental, can conflict with a status quo or pre-constituted balance. Faced with the loss of
the meaning of life, the E9 reacts with spiritual and psychic indolence, a ―deafness towards the
spirit and loss of the sense of being to the point of not even knowing the difference: a spiritual
exhaustion‖ (C. Naranjo, “Character and neurosis”).

Energies are invested in external action that tends to compulsively resolve any type of
conflict or confusion, without said action being developed at a cognitive level or related to
internal needs and their emotional valence; all conflict is annulled through the loss of interiority.

The E9 is, in general, a person who, from childhood, was forced to put into practice a
kind of numbness so as not to come into contact with the child's wound, which has not been
considered or seen as such. It is about a child who has had to deeply renounce his nature and
contact with himself, seeking to fill his existential emptiness through confluence with the other
and putting himself at the service of the needs of others. The incessant doing of him hides a deep
sense of not being suitable or important to anyone. He reacted to the lack of care and recognition
by identifying himself with the maternal role, with the aim of taking care of the mother herself
(and often of the whole family) and only then could he take care of himself and have a place in
the world.

Faced with the pain of separation, the E9 denies the separation itself, since it has no
conscience and, above all, does not differentiate the feeling of an I from the conscience of a you.
If there is no separation between you and me, illusorily there will be no possibility of being
abandoned either.

In order to maintain this lack of differentiation, the E9 demonstrates a considerable

rejection of introspection and change; develops a lifestyle aimed at self-forgetfulness (fixation).
At the behavioral level, it carries out distracting actions such as abuse at food or at work, or
filling and accumulation activities even at an intellectual or work level, such as reading or
spending hours in front of the television.

It performs its activities like a robot and without complaining of fatigue, showing a high
degree of anesthesia, even on a physical level. He does not listen to the needs or the pains of the
body and neglects the aesthetic aspect.
 E9 Social – Participation / Belonging

The social nine is a good-natured person. And what moves a good-natured person? What is
behind these cheerful and light-hearted people? According to this map, the passion of E9 social
is participation. What you need is to feel part of it. But anyone who has an intense need to do, to
become part of something, is a person who does not feel part of anything.

For the social E9, the experience of not fitting in, of feeling different, of believing that
they do not have what it takes to be part of a group or a community, leads them to
overcompensate, to express a kind of generosity, being very attentive to the others and the group.
It is a character very gifted in satisfying the needs of others. And he becomes a good leader. The
best type of leader, in the sense of being a good person, generous and sacrificed in the face of
any type of responsibility that others want to give him.

His passion is to do what is necessary to pay the toll that allows him to be admitted to the
group. But, for this, a lot of effort is needed: the social E9 are the workaholics of the enneagram.
They feel that they have to give a lot, but at the same time they have to be nice and pleasant. His
internal motto is: ―do not show the pain, do not put weight on the mind of another‖. His
expression is more happy than sad, but that does not mean participation, but a kind of partial
participation: a substitute.

The transformation in the social E9 by Miriam Ortiz de Zárte

How did the search start?

What was the moment of greatest suffering?

I don't think there have been periods of great suffering in my life, just as there have never been
periods of great joy. A striking feature of my life is that it passed for years without great ups and
downs or alterations. Zero degrees: neither hot nor cold. Flat encephalogram. Sometimes I
looked at the others enjoying and celebrating moments of happiness, but I didn't feel like them,
they seemed excessive. So I didn't think I had a problem. Everything in my life was fine, under
control. I was blind and insensitive, the best formula for not seeing, not feeling, not noticing.

My search started quite accidentally (I'm putting it in italics because I don't believe in
accidents). At the end of 2003, at the age of 44, I left my job as a manager in a multinational
company. It was not a thoughtful change but rather a decision I made on impulse, as I have made
some of the most important decisions of my life. It was stopping work that allowed me to slow
down, to think more carefully about how I wanted to approach my life, to decide that I wanted
more balance between professional and personal. In the following months I decided to take a
year off to train as a coach, so I approached the year 2004 with this idea.
 For a semester, I took the coaching course, and thus began a process of self-knowledge
and transformational learning. During Easter of that same year I took a course on Introduction to
the Psychology of Enneatypes (again, following an impulsive decision and the advice of my
sister, who had been talking to me about the SAT for years). That same spring I participated in
some family constellation seminars, I started doing yoga and meditation and, after the summer,
just turned 45, I started therapy. All at once!

When I think about that stage and what got me started, I think it was a mixture of luck
and intuition, as if a part of myself, of which I was very little aware, had made the decision to
that the time had come to make changes. When I started my therapy, I declared that I wanted to
live with more awareness, not so much for myself (I was fine), but for my daughters. I also
remember the fear of losing what I had (my partner, my daughters) and how blind I had been for
years, too focused on the world of work, with positions of great responsibility, believing that I
had everything under control when, in reality, it was quite the opposite: my daughters had
problems, my relationship with my partner was completely deteriorated... This is the situation I
found around me when I opened my eyes and began to look.

In other social E9 partners, the active beginning of the search is marked by a painful
event. And this pain, in many cases, is caused by a separation: estrangement from parents and
children, estrangement from partners... The separation may be due to death or the breakdown of
a relationship. But, in all cases, the most significant person for a social nine ceases to be present
in her life, and this triggers a conscious cataclysm, like the one described by a young woman of
the social nine enneatype referring to her partner:

―When he died, I fell into a deep emptiness; I realized that I had lived his life and that I
had died with him‖.

Or it manifests itself with an appearance of symptoms, such as that of a woman who

describes how, following the death of her father, she begins to suffer from panic attacks that lead
to a paralyzing agoraphobia.

In most cases, the person causing the pain complied with giving a sense of identity and
reality to the social nine, who frequently doubt their own existence. In the descriptions of the
before and after starting the process that the nines make of themselves, phrases often appear (I
quote verbatim) such as: ―I did not feel that I existed‖, ―I did not exist‖, ―I had a life full of
things... but without me‖.

How do I see myself now?

What are the biggest differences that I perceive?

One of the main differences has to do with my ability to see, to feel, to realize things. Before, I
lived much more automatically, less consciously, more disconnected from emotions and
sensations. For example, she was very clueless. For me, being distracted was a defense
mechanism. It's not that now I've stopped being so, but I see myself as much more aware and I'm
less distracted.

As for my ability to feel, I have clearly experienced what Claudio calls ―elephant skin,‖
so typical of nines. I have learned to tune it and, with this work, my sensitive capacity has been
developing. I remember a time in my process when I used touch to enter. I touched things,
textures, I touched myself, and this helped me to connect, to focus attention, to locate myself. I
remember dreams at that time related to the idea of inhabiting the house.

Working with sensitivity, the ability to perceive sensations, was the entry point to address
emotions. At first, every time I stopped to look and wonder about my emotion, sadness
invariably appeared. When I did, it seemed to me that I was meeting an old acquaintance who
had been with me all my life. However, behind the pain and sadness was rage. And fear, which
appeared much later. Before, I barely had the experience of intense emotion. Being able to feel
and evoke emotions of love, gratitude, joy, fullness... and also feel sadness, fear or anger, are
very new things for me.

I had a hard time dealing with conflict situations. In fact, I had a hard time seeing them. I
could have people around me who hurt me, who attacked me, and I had an enormous capacity for
endurance, I didn't realize it, I acted like a punching ball, and I let myself receive the blows
without acknowledging receipt. Now I clearly perceive the attacks; I know when something hurts
or hurts me. This has especially happened to me with my partner: it has been hard to accept his
revenge mechanisms (and mine). Setting my limits, defending myself, approaching difficult
conversations, are things that I did not know how to do before and that I now do much better.

Before I controlled much more than now. Things had to be a certain way. At work, with
collaborators. At home, with my daughters and with my husband... I organized, I ordered...
Everything had to be done as I said. He did not trust, he had to intervene, supervise everything. I
still have a lot to learn here, but I am slowly letting go, controlling less and trusting more.
Accepting that there are other ways of doing things, that my way is not the way. That my oldest
daughter's lifestyle, for example, is neither better nor worse than mine. Before, she intervened all
the time in her life, in her things, in the way she acted. Then I stopped intervening, thinking,
however, that she was wrong, that she was not doing things correctly. Now I accept that she has
her own judgment and I respect her decisions... almost always.

A characteristic in my life was always that of not feeling belonging. I was a sandwich girl
(the median of five), I didn't belong to the older group nor to the little ones. I have always had to
do something extra to feel entitled to be in groups and I have never seen myself totally
integrated: it was a longing that was not satisfied, a fantasy that had no correlation with reality.
For example, I have been a founding member of a choir for ten years and one of the oldest
singers, I am the president and I have a special relationship with the director, with whom we
have been good friends for twenty years. However, I am constantly attacked by the idea that I
don't belong, that I haven't sufficiently earned the right to be there, that I don't sing as well as...
It's totally unreal, a fantasy. I can see it and I can laugh, but it's kind of a reoccurring thought,
especially if I'm touchy or any difficulty comes up.

I had my entire instinctive world denied: desire, sexuality, my inner child. This work has
been the most difficult part for me, because it meant breaking a family mandate, dealing with
something that I experienced as very threatening and dangerous. I am in it right now, realizing it,
making small changes, allowing myself to feel and desire, playing a little more, trivializing,
taking myself less seriously. Little by little the fear and the threat dissolve and I am learning to
feel better about myself, freer.

What has helped me grow?

From the very tension of these impossible lives, dominated by self-forgetfulness, arises the
necessary energy for the social E9 to undertake the search. Sometimes almost magically, by
chance, as an emergency measure, or as a matter of survival.

All the jobs I've tackled have given me something. Of course, the SAT process, therapy,
the Fisher-Hofifmann Process, my own work as a coach and trainer, family constellations...

I think that group work does me a lot of good, it helps me to connect, to refocus, to not
forget myself. They are like a battery recharge for me, like a catalyst that has accelerated
processes of learning and change.

Meditation and yoga have helped me to focus my attention, to be present. And also to
connect with my breath and with my body.

Bodywork and authentic movement work have been especially important.

The search for teachers and fellow travelers, knowing that they were there to help me,
allowing me to move forward and letting me take care of myself, often without knowing what
lay ahead, forcing me to trust.

Some readings that helped me understand and intellectually process what was happening
to me.

Write an emotional journal and review it frequently, so as not to forget, to bring back to
the present what I had a tendency to let go.

And, of course, writing and working with dreams.

Through pain, doubts arise, questions... A social E9 asks himself: ―What if all my
acceptance was the result of my indolence?‖ Taboo or simply ignored topics also appear. ―What
if it was all a mask, what if my love wasn't so unconditional? What if the true origin of
unconditionality was the fear of abandonment, the fear of conflict, the fear of separation, of
losing the apparent and feigned peace and harmony?‖

Claudio has said that the essence of the spiritual path is the transformation of our attitude
towards suffering. And this can be observed in all cases. They feel and accept unwanted
emotions such as fear, anger, sadness... Below, we can read some testimonies about it:

―Before, I barely had the experience of intense emotion. Being able to feel and evoke
emotions of love, gratitude, joy, fullness... and also feel sadness, fear or anger, are very new
things for me‖.

―I learned to feel and sustain the pain‖.

―I feel much more the pain and also the pleasure. Both physically and mentally. I live
more‖.

―The awareness of what I do occupies an important part of my thoughts‖.

―I let the things that hurt me hurt, I get angry less and enjoy it more‖.

What did you leave behind and what is sharpening now?

I'm not sure I've left anything behind, definitely. For me the image of the onion and the layers is
very clear. I find that I can tackle a lot of difficult conversations now, but there are others that
keep throwing me off. I see myself as more focused and less forgetful, but I still have
forgetfulness and forgetfulness. I feel more connected, with more capacity to feel, but I still
disconnect at times. I control less, but I still control. I feel more belonging, but I still long for I
don't know what kind of impossible. And so on.

In any case, by removing layers from the onion, new things do appear. Something new
for me, for example, is experiencing fear. Before, when I was afraid, I disguised it, I got angry,
controlled, blamed others... Now I realize that it is fear and I feel it in the pit of my stomach and
it is a totally new emotion for me.

Another new thing that is appearing is a need to transcend, a spiritual dimension, which I
still don't know how to handle or where to channel.

How to work on the specifics of the new social character?

For me there are two phases: the first is realizing. The second, action, change. And for both
things I have to pay attention, awareness, because the automatism is to forget and disconnect. I
have my tricks to not forget, to stay connected. For example, I wear a medal with the enneagram
symbol, which I use as an anchor. I touch it and it reminds me, it helps me wake up. Meditation,
or simply breathing, also help me.
 I try to go further, to do something with what I realize, to take action. Most of the time,
the action translates into a conversation, a request, a claim, a statement...

It also helps me to ask myself what I need, what I want, how I feel... Dedicate time to
myself, to take care of myself, to be alone.

What do I propose for the future?

Continue with this work, which is a job for life. I look back and I can see a lot of growth, but I
look forward and it still seems like I have a long way to go. This year I finish therapy, but I have
decided to start gestalt training. I want to continue having group support, but I also plan to do
something with all this that I am learning. I want to continue to be linked to the SAT in some
way, I would like to be an observer or monitor in the future. I can't think of anything better to
continue with my personal process than being linked to other people's process. That is why I am
passionate about my work as a coach and as a trainer and supervisor of coaches, and that is why I
want to work at the SAT and, in the future, perhaps, also as a therapist.

What do I imagine my own path to perfection would look like?

I believe that my path of perfection is oriented towards this spiritual dimension that I was talking
about before. A path barely glimpsed, but a path that I know I am going to travel.

One answer to the question of a social E9 deserves to be highlighted:

―Curiously, towards unconditional and compassionate love, what I thought I had at the
beginning, but with the authenticity that comes from the awareness that there are no shortcuts,
that it is not possible to love others without loving oneself‖.

What would you recommend to social E9s for their own inner work?
In the work of becoming aware, we nines have to pay a lot of attention and a lot of awareness,
not to get confused, not to forget. Establish mechanisms to not be dumb and stay awake and
aware. It has helped me to approach my work in a massive way and from many fronts:
meditation, yoga, therapy, body work, group work, reading, writing, keeping in touch with other
people who are doing the same work, etc. There was no escape! And, despite having all these
supports and reminders, one forgets again and again...

I also find it important to refine the elephant skin by working with the sensory. Connect
with the body, with sensations, inhabit the house.

This is a journey that lasts. The social E9 that have undertaken the search carry out
various practices that allow them to continue growing and avoid others that have been harmful in
the past. They are now more selective about their circumstances, seeking quality rather than
quantity in their relationships, burdening themselves with fewer things, and managing time to
their advantage. Of all the things discovered in the testimonies, the need to have time for
themselves stands out. Most of them are engaged in practices such as meditation or yoga. Body
work is very important and frequent for social E9s because it allows them to reaffirm their sense
of being. It is also important to participate in groups to work on that feeling of inadequacy and to
be able to feel accepted without having to make special merits to earn the right to be there.
Writing an emotional autobiography has been a great tool, according to a social E9, who has
been able to connect with his life in this way.

The person who emerges from this process of change defines himself as happier, happier,
more truthful, more attentive to himself, more centered, with a greater capacity to feel,
responsible for his own life, less accelerated. In short, as one of them says, she feels her own
inner power.

Advice to future therapists to accompany a social nine in their process

My therapist has helped me a lot by asking me over and over again the most difficult question for
me: ―how are you?‖ My tendency was to answer with my head. ―How am I supposed to be?
Things are going well for me, so I'm supposed to be fine‖. Being able to lower the attention to
the body, listen to what comes from the gut, dare to open Pandora's box where the instinctive and
the emotional are locked up and look inside: that is the answer.

The work with the dreams has been very revealing: the metaphors appeared very clearly
and gave us many clues. I dreamed very little, but whenever I needed to, I had the dream I
needed to therapeutically work on an issue at that time.

A social nine is greatly helped by confrontation, by lovingly but firmly shaking us,
because we run away a lot. One of the ways I did it in therapy was with a lot of chatter, which
was like a smokescreen that I distracted my therapist with.

And finally, how important it is to know how to give good feedback, or anything else that
helps to realize...
 E9 Sexual – Symbiosis

I would prefer to use the word union — the word Ichazo used — in a higher sense. Union means
the response that we find in love, the desire for communion with the loved one. So such a word
should not be used to describe a neurotic game. Therefore, I prefer to use words like fusion,
confluence, symbiosis...

The sexual E9 experiences the need to be through the other, the need to be through union
with another, through fusion with another person. He uses the relationship to feed his being
because he can't stand on his own two feet. A true union would require the two people to walk on
their own two feet before they actually meet.

But in this case a kind of substitution takes place. Because these people do not have their
own place, their own being, and therefore they want to be in the world through the other. This
makes them very affectionate people, but it is a suspicious affection, like one of the many forms
of surrogate love that occur in the ego's repertoire.

What stands out in the sexual nine is that they belong to no one: they are people who do
not fully live their passion — in the best sense of that word. They are precisely too dispassionate.
When the Beatles wrote the song “Nowhere Man”, perhaps they were referring to someone of
this character.

In Spain there is the ―dead mosquito‖: no one would notice that person, it is confused
with the design of the wall paper. In English it is said that there are people who are like the
flowers on the wall: they get lost in their surroundings.

Elias Canetti wrote a book about characters called “The Listening Witness” and described
someone who is obviously a sexual nine:

―The Legacy never asks for a certificate and wouldn't get one either, since he's not going
anywhere on his own business, he doesn't need them. It is true that he eats, but he does it in
moderation and without causing discomfort. Nobody has seen him with his mouth open, he has
the good sense to do it in a corner, without noise. He surreptitiously feels his teeth, he still has a
few left‖.

It is a very cruel characterization: this person betrays his needs so much, is so focused on
satisfying the needs of the other, that he has few teeth left.

―People take a lot of photos on trips, and sometimes, when they don't have time to step
aside, he's in the picture too, uninvited. The owner's family looks at her and makes a face. But
also in those cases you can trust him. He himself takes the reels to develop and, when he returns
with the photos, he has disappeared from them. How he does it is a mystery, they don't ask him
and he doesn't explain anything, the important thing is that the owner's family stays like that in
the family and the Legacy doesn't appear anywhere‖.

All this is a result of the need for fusion. You can merge with another person, with a
group, or even with your own body. But at the cost of life, of the subtle level of life...

The transformation in the sexual E9 by Juanita Richter

Acknowledgments: to Wilma Hannig, for receiving me at her home in La Serena, Chile, and
opening her life to me without reservation. To Mónica Ventura, for lovingly sending me the
biographical interview of her done by Dr. Claudio Naranjo, thus helping me to write mine.

My life before starting the process of self-knowledge

When I was born, my mother spent the first three weeks with me, and then she and my father
went to the coast to pick up my aunt Helga, who was coming by boat from Hamburg to take care
of me. My aunt had just studied neonatal care and I was her first case. She, 20 years old, arrived
in Bogotá from her native Germany, became my second mother, while my mother returned to her
job as secretary to the ambassador at the German Embassy in Colombia. I was made independent
three weeks after I was born, which left a deep imprint of emotional need on me.

Inside of me there is a space that is sorely needed. And what this place does is take all the
energy inside, until it disappears. The feeling of belonging to the world disappears and the
feeling is that I live on Mars, not on Earth. And the sounds of the Earth reach me from afar.

―You were a wanted and loved girl,‖ my mother tells me. For me, it has been very
difficult to understand this deep emotional gap.

When I was two years old, they took me to live in the countryside, two hours from
Bogotá. The house was huge and I had two large rooms across from my parents' room. oops!
how lonely I felt. I was not able to sleep there. They finally had to move closer to me. I used to
get into his bed at night.

In that great house, I lived until I was five years old, the age at which I entered school. At
that time my brother Christof was born and my mother left her job at the embassy and went to
raise him at home. My father left his job at the university and moved into the house to paint full
time. And I went to live in Bogotá, at my aunt's house. My cousin Stefan had been born there,
and I thought he was much nicer than my brother. He lived there during the week, while he went
to school, and on Saturday at noon he came home to return, early on Monday, to Bogotá with my
suitcase.

With the birth of my brother envy was born in me.

 I lived with my aunt for about two years, then they took me to live with Frau Jung, with
whom I was very unhappy and marginalized. About seven or eight months. How painful it would
be that, despite my difficulty in defending myself, I managed to get myself out of that house.

When it was barely Monday, the prospect of returning home was tremendously distant.
There I became rebellious. At night I had to take a bath, and I would put the shower cap on the
floor of the bathtub so that it would sound, I would turn on the shower, wait a while and leave
without taking a bath. The other rebellion that I used to do, for which they punished me by
leaving me without lunch and in bed in the middle of the day, was that I never ate the muffin
with butter that the lady sent me to school, but I kept collecting them in my desk, in my tenant
room. She found about a hundred old stale rolls lying around and she got very angry.

Finally, that torment ended and I went to live with the Francks: Karl and Gisela Franck,
with their three children, Silvia, Gine and Lolly, the youngest son.

It was a little better there for me. I remember seeing myself standing under Gisela
Franck's huge boobs and saying to her, ―hey, when I grow up I want some like that too.‖ And
there was something in her, with her huge tits, something that was good for me, something
nurturing, and Gine had something of that too, something good. They were not as hardened as
Frau Jung.

After the Franck family I arrived at Frau Pieper's house with her daughter Susanne.
There, finally, I felt good. She was a teacher at the German School and had turned her house into
a boarding house for teachers. I arrived and felt in the same conditions as the others. She was
among equals, not close to a family. And that was very good.

At that moment in my life there was a change. I started to feel better inside my skin. I
began to feel more pleasure, more joy.

After the stay with Frau Pieper, my mother organized a transport system with some
neighbors and I was able to get home after school. And I really enjoyed this. My memories here
have another light, they have joy. I see myself riding in Mr. von Rotkirch's vintage VW Beetle.
They bought us ice cream and it was a delight that journey to the checkpoint, where my mother
was waiting for us.

At home, on weekends or in the afternoons, after school, I would go horseback riding to a

neighboring farm. Aladdin was the name of this being that was taking me on his back to the
mountain. This was my first contact with freedom. I loved him. And the forest. And I always had
the fantasy of being able to share these moments with a human man. That was my wish. And
mounted on this animal I had my first orgasms. This time is a light in my life.

Finally, I got my period. I was happy. I wanted to tell my mother but she didn't dare.
Finally, I told him, and the look on his face made me understand that I was not going to find any
support there. Alone with me again, I went into the kitchen and discussed it with the maid. And
then I self-disconnected from my menstruation.

Throughout my life as a woman I forgot my menstruation. Month after month it took me

by surprise. And it was also here that I lost contact with my place of origin. With the people from
the school, with the Germans in Bogotá. My relationship was with the simple people of the
countryside, with the employees of my house.

The boys at school that I liked didn't see me. And I imagined loves that were not realized.
Here began to appear my difficulty in relationships with men. I did not know how to relate to
men of my age or with those of my condition. My parents were not conducive to talking about
these issues. Never.

If I had experienced loneliness and abandonment since I was three weeks old, now I was
experiencing loneliness and the abandonment of my sexuality, my body and my emotions.

But I was driven by my boundless drive, and with a force that these parents could no
longer stop with their feeble attempts to do so. When marijuana came to school, it had a strong
appeal for me. I wanted to become a marijuana user, but smoking it caused me anguish and
paranoia.

At school I stopped understanding what they taught me. I found myself a totally
unsuitable boyfriend for me, an already old man, addicted, who took me to have sex in some
dark places in Chapinero. It was all very depressing, and he couldn't say he didn't want that.
Besides, I didn't enjoy any of this, but there was a force inside me that carried me ahead. I was
facing my mother, she was ready to leave home, she was crying out for a limit that no one had
the courage to put on me.

At that time I stayed at home studying with my father and getting really bored. But I also
forcefully refused to enter a school, which was what my mother asked me to do. After a while, I
looked for a painting school and ceramics classes. In ceramics I met Fernando Villar, my wheel
teacher, and I fell in love with him. I followed him, I looked for him, I managed to become part
of his workshop and finally he became my partner. I got pregnant and we had Esteban.

Esteban was born on April 1st, 1975, two days before I turned 18 years old. The day of
his birth they gave us a house in Cota called Rancho Alegre, for rent. We lived there for 15
years.

My search
For my parents it was very hard that I had become pregnant so young and for me it had two
aspects. I was pregnant and without studies, and the only thing I know how to do is very little.
What my father has taught me and also to make pottery with my partner.
 My mother, a few days before the birth of my son, told me that she dreamed that a little
Indian had come into the world. This dream of hers shows me her non-acceptance of her
grandson coming from her. She, with her introjects from Nazi Germany, had to produce such a
dream. And these things made our relationship less than close and loving.

When my son is born, I am alone, without a mother or a husband. It is midnight and I am

taken to the delivery room, tied hands and legs. They inject me with something that puts me to
sleep minutes before the birth of my son. I miss that moment and I receive it I don't know how
long later, already disconnected, coming out of anesthesia. And then the whole story repeats
itself. Neither my husband nor my mother nor I really know what to do. We all do things without
awareness, without connection, without love.

Since Esteban's birth, I have been faced with the tremendously painful fact of not
knowing what my son wants. I don't know how to be a mother. And there, in that situation of
deep reality, my disconnection is manifested, my living on Mars. Now it is Esteban's turn to feel
the loneliness and abandonment since his arrival in this world. I spent a lot of time with my son,
but he was a being without being, without a real presence.

Everything emotional was chaotic and always overwhelmed me. I was very jealous of
Fernando and tormented him, and he tormented me too. So our sexuality wasn't very satisfying
either. The anger and reproaches began to arise and also there was very little money and I began
to know how to earn it better than him. And the gap between us was widening. Almost from the
beginning of our relationship I supported him financially, and this is a very new trait. I am the
generous one, the one who can with everything, but inside I despised him for this weakness. And
he let him know.

I became an intense, abandoned, hysterical and crazy woman. But I couldn't separate
myself. She was glued to Fernando.

At this time of my life in Cota I remember that I stumble a lot, hit my head, bruise my
finger, etc. I am accompanied by a great clumsiness. And I tell myself I'd rather have it hurt
physically than hurt inside. I think the pain also connects me.

The situation is hard and my son is alone. I begin to feel that life is not worth living like
this. I start to search. I find readings. A longing is born. I'm starting to feel like I need help.

My father died two days after his 88th birthday. I was with him that day. I am sitting on
the edge of his bed, I tell the nurse that I feel that my father should die now, because he is very
ill, he has been in the state of a small child for a year, everything must be done for him.

After a while the nurse calls me to accompany my father to die.

I am with him in his last minutes of life. I know I am receiving a great gift but I don't
know what to do. I ask him to take me a little piece with him.
 And he dies. And a great silence enters the house. And my son that day has been counting
dead crosses along the way.

It hurt me a lot to bury my father. And a few months after his death I hit rock bottom.

At that time, a friend takes Esteban and me to see a Hindu sage, Sanjay, who has arrived
in Colombia. A week after that visit, the director of Esteban's school tells me: «Juanita, you have
a sad son, I recommend therapy for him. Go to where Felix Canton/». And Esteban began to
work with Berta Gamarra, Félix's wife. With the help of Sanjay, Esteban and I began the
recovery journey of a lifetime. He stayed five years with Berta and I ten with Félix Cantoni.

Two months after starting my therapy I separate from Fernando.

With Felix, I have an appointment twice a week. I work on my big identity problem. My
complete lack of structure. I see myself as jelly, without bones. He puts limits on me. I get out of
so much strange religion to me. I can separate because now I have emotional support. I work on
my masculine and feminine aspects, eros and thanatos. I feel a feeling of hope being born in me.
I cry a lot, it is very hard to see the state in which I live. See my son's pain.

I work with Félix mourning the death of my father. I learn to express my affection to my
son, my love for him, to receive him with my heart. I learn to express my needs, I learn to speak,
to call on the phone, to say yes or no, and I stop barking and biting. Slowly, I become human. It
is a very beautiful learning. And very hard. I can see the symbiotic relationship with my mother.
For me, what she says is the law. I learn to get away from her, to visit her for two hours, have
some tea and leave again. My internal mother usually appears as a punisher every time I make
love: immediately, my passion is cut off and from then on I have to pretend.

I dream that I am in the living room of my father's house, and inside the living room there
is a big, red truck, making a lot of noise and fuming from the exhaust. In the analysis we see that
it is my father who occupies all my erotic and sexual space in such a graphic way.

Many times I forget my appointment with therapy or I arrive an hour later: the resistances
do their own sabotage. It's hard work and it's brave work. Money is tight. The only thing that is
clear to me is that I need help and that, now that I have found it, I am not going to abandon it.

I meet a man at a party and we fall in love. I discover erotic pleasure with him and live it.
And again I make a dependency relationship. And it is because at the beginning of the
relationship he has another woman. When he leaves it's like a piece of meat is ripped out of me.
Only after a while does he part with her.

I feel like I can't live without Duny. It hurts me not to see it. Again I lose myself. And it
is from that feeling that I abandon my son. The other is stronger. I don't have the internals to
handle this situation. It is him or my son. My being a mother is just being trained in therapy and
my affective need is very great.
 He doesn't have the tools to accept me wholeheartedly with my son. Esteban feels
abandoned again, reacts very strongly against Duny and goes with his friends and gets into
alcohol.

In therapy. Cantoni tells me: ―the day your son accepts your man, it is because he is a
good man for you‖.

I do not forget this phrase.

My accident
On September 15, 1991, I had a car accident leaving Duny's house. He had 33 facial fractures.
My face, after the accident, is different and will never be the same again. Never. When I find
myself with that reality I feel tremendous vertigo. But the same accident gives me two important
gifts. It shows me my deep love for my mother, I feel it when I see her enter the clinic at two in
the morning. I feel a lot of love for her at that moment when I don't have any mask of her. And
the next day, when my friends come to see me and cry when they see my face all swollen and
decomposed, I perceive without a doubt that my face was not fractured but the shell. These two
experiences become fundamental: seeking to be able to relate to my mother in a good way and
seeking my true face, my being.

And I receive another gift these days, unexpected. Despite having lost my face, which
was not ugly, but which I could never accept as mine or as beautiful, now I accept myself better,
I no longer have this revulsion for my face, I accept it. She's crooked, she's irregular, she's much
less pretty than the first one and she's mine. I accept it, I love it. I had to die to my old face in
order to accept myself with the new one.

My relationship with Duny grows stronger in the first three months after my accident. For
him it is also a blow that opens it. And after three months it's over. He ends up because he goes
to his farm in Raquira with an old girlfriend for a few days and I, in my vulnerable place since
the accident, can't resist that and I separate.

Now begins a long stage of surgeries in which many things happen, but I am only going
to mention two important facts. After one of the many surgeries I suffer another accident, and
now my son takes care of me. And at another time of another surgery that causes me to die from
anesthesia and I come back, they show me my heart on a screen through a catheterization. And I
see him beating nonstop, doing his homework without fainting, movingly always present. I cry
when I see it and I feel very, very lucky to have such a wonderful gift. And there I decide to live,
enjoy, come to earth. Stop leaving me.

After this experience, Cantoni works with me taking my hand in his to transmit warmth
and bring me back to life. He teaches me to earn my money with my work, teaming up with
other people, he shows me my arrogance, my anger, my greed. Each time, I see and recognize
more the importance of my time with Felix.

After the accident, a time dedicated to living my life begins, to take care of what is mine
and to be the mother of my son. On a professional level, I have to learn to let go of my personal
work for a production job. I have to deal with my resistance to prosperity. My reluctance to
believe myself capable. My resistance to happiness. And it is in these years when I begin to have
a sense of belonging. At times a feeling arises of being part of this city, I go down the street and
suddenly I feel like I'm from here.

My work in Mister Gurdjieff's group

The same question always haunts me: what is faith? Then, at Felix's suggestion, he joined
Gurdjieff's group. For me it is wonderful to see how the paths of God are shown and how
everything is a process. Here I am going to quote a writing from my father that I always have
with me. He says thus: ―An idea, a work, is never born out of nothing. One leaf grows after
another, then comes the flower and the fruit. Successive development is the intimate character of
all creative work.‖

In the Gurdjieff group in Bogotá they teach me to feel my body with acceptance and
affection. They teach me to lower the image of my mother to my heart and begin to accept her
with sweetness, with affection. It is here where, for moments, in the work with the sacred dances,
the transpersonal opens. They call the difficulties that life puts in our way "the little land with
which we work".

For me, waking up in the morning was accompanied by a feeling of depression and that
the ceiling was going to fall on my head. One morning that feeling appeared again. I sat on my
bed and began to meditate as I was taught in the group. And I could hear the voices recorded on
my hard drive that had been saying to me since my childhood: ―Janni, you're useless‖, or ―Janni,
I'm taking you out of school‖, etc... I heard them all and told each one that I was not going to
hear those messages again. And my depression and my feeling that the roof was falling on my
head was gone never to return.

This was one of the most significant events of my life. There I saw that I was really being
helped both by myself and by others. And those others are here, and also on a more subtle,
spiritual level.

With the work in this group, my work with Félix is complemented: after ten years of
psychoanalytic therapy I ask him to discharge me. Here I see something very new in my
behavior: I went to my therapy judiciously for ten years for myself, but also for Felix. There was
a voice in me that didn't want to disappoint the analyst.
 At that time I was living a relationship with Alberto, a married man. For both, this
relationship is a respite and an illusion of life. And I also see how I relate to others, disappearing
myself. This happens to me with Alberto, with Azucena, a woman who worked with me for
seven years, with my mother, with my analyst... This is how I relate: my limits are erased and I
lose myself in pleasing others. That's why it was important for me that, after four years of being
lovers, one day I opened the door and kicked Alberto out. And this comes to me without him
being able to foresee it, as if out of nowhere, because I have been incubating it, inside, without
saying much. And suddenly a devastating ―you're leaving‖ breaks out.

And I see that I have no reason to be guilty, on the contrary, I am doing what I feel and I
am defending myself from being unhappy. This relationship was good for a while, not anymore.
He is not a man with whom I can have a real relationship. I fall asleep with a deep feeling of
well-being and joy. I am supporting myself.

My labor and economic process

It begins for me a stage of learning to live from my work. And, like a good nine, I'm not
organized, I get distracted very easily, I leave essential tasks for later and I also don't believe in
myself or my work. And when a client shows up, I almost end up giving him my only work
hanging alone on a wall, and he even makes me want to thank him for taking an interest in
something of mine. Mine is not worth it. The economic situation is difficult due to this attitude.

And when I earn some money, because whenever I have a job I sell it and earn it, I can
give it away without hesitation to others so that they love me, forgetting about my needs and
those of my son.

In my work with Félix we agreed that he should look for helpers. Tirso Junco arrives at
the workshop, a business advisor. He helps me a lot. Soon I have several people working with
me. This again is a learning of years. We make large murals. I have to learn to draw for others to
apply color. They demand that I draw better and clearer. I feel envy, I don't want others to paint
mine. Every issue that comes up I can work on, talk about and resolve with Tirso and Félix. It is
a time of great conflict, crying, not knowing how to stand up to others, not knowing how to
defend what is mine. I have to go out looking for clients with a suitcase with my catalogs and
photos. Now I must respond with the payments of my employees. And that is the time to
recognize that my work is worth it. And that is valuable to others. And what can I charge for it?

Today, I work with three of those people who came to my workshop at that time,
professional painters, draftsmen and potters, Pedro, Indira and Pilar. Last week, Indira invited us
to her house to celebrate her 15 years of work in the workshop. Nowadays, the workshop doesn't
need all my time, which frees me up and allows me to do other things or nothing, sometimes.
And today I have a good relationship with money and abundance. A relationship of trust and
deserving. And people like my work and they look for me to buy my paintings. And I like to sell
them and get paid in return. And I am capable of charging well for a good painting and I am also
capable of giving it away, from the heart. And I am also generous to others from my abundance.
Like my father, who was very generous. (Thank you father, you knew what you were doing
when you took me out of school and taught me the narrow path of independence. And thank you
mother for making me so lonely, because that loneliness forced me to seek help).

My path with Jorge Llano and his school

My friend Janine Spitz invited me one day to Jorge Llano's Wednesday group. And I remember
like it was yesterday what happened that night. Jorge put us in pairs to work on our breathing,
which was becoming more erotic. I worked with Germán, Julieta's boyfriend. And at the end of
the job, Jorge invited us to make a litter. I felt that I had finally arrived home when I felt the
warmth of so many bodies below, above, next to mine. I was able to laugh from my insides and
Jorge also laughed with me. He was very liberating and so happy that moment. This is how Jorge
received me to show me the way to life. I spent two years in Jorge's Wednesdays. I signed up for
his therapeutic training.

I started my training and realized that I couldn't go to GurdjiefF's group and also go to
Jorge's training because I was going to lose my mind. I left the group and went with Jorge until I
finished and graduated. It was a personal process as if I had never done one. Right from the start.
All new. Cleaning. Unlearning. Learning. I also did the Fisher-Hoffmann process at that time
with Jorge. How it helped me to see that my parents are who they are because of what happened
to them in their own path of life, and never because they were bad. Today I am here to care for
my mother in her old age, when before, that thought alone made me drunk.

Halfway through the training I was able to go to Mexico with Jorge and other people in
the group. And there I had the experience of being here and now, without ego dress, standing in
the middle of the desert, overwhelmed, in my true size, tiny before the planetary enormity,
breathing. And there I also had to see my arrogance again by not wanting to get into Aurelio's
car, who came for us, and get lost, and see that that is what I do with men: underestimate them,
not receive what they want to give me, leave with an attitude to spare and then get lost, arrive
home alone, late and cold and not find anyone.

There I could see my son in his greatness, after two eagles turned me around and put me
on the way back. Then I found Jorge and my companions Beatriz and Nerea, tucked into a
sleeping bag under some trees, in the desert, laughing. How nice it is to arrive and meet soul
friends. Thank you Jorge, what a trip. Later, in Tepoztlán, drinking tequila and coffee, in Jorge's
old house, integrating what we had experienced, we met Don Lucio and received his blessing.
And there I knew that I was not going to continue on my way without a partner. I learned that
there with Jorge, because Jorge is the master of life and its flavors, of the house, the land, the
couple, the children, the animals, the service and the abundance.
My partner
I always wondered why I am so invisible to men. And I realized that I don't see them. The one
who was not allowed to have one for me was myself. And I also saw that in reality I had not been
alone but had made a couple with my son. And when I saw that I put my batteries to free him and
to match myself. And I really started searching from my clumsiness to do it and from my
genuine desire for company. And first I met a strange character, half witch, black. The next day I
had an erotic one night stand with a young man. And a few days later, sitting in the living room
of my house, looking at the little patch of sky that can be seen from there, a cloud passed by and
an opening opened up inside me and I knew that love and a partner are also for me.

That night I went to take my dog out, around twelve o'clock at night, and María Helena
ran out of the bar on the corner, calling me: ―Juanita, Juanita, Hildebrando has invited you to his
son's grade on Saturday.‖ I loved that invitation, I had wanted to see Hildebrando for a long time.

And that Saturday that thing that is so new caught me: that laziness mixed with that
leaving for later, with that not deserving, and I was able to go to Mars again. I almost decided not
to go to that party, I got the sticky fear. Until I finally started: I arrived around five in the
afternoon for that lunch, I first met Pablo, Hiide's son, whose degree was being celebrated, then
Hilde, so different from when I met him 25 years ago, everything cloth dress. Hilde introduced
me to each of her daughters so that she could get to know them. Then the mother of her children
greeted me. There was a party and I ended up staying at her house, in a daughter's room. She
woke up and I left happy.

A week later, on a Friday, Hilde came to my house with a tape recorder as a gift. And
since that night she has stayed in my life. And a year later she had already built her own house
around the corner from mine. ―I made you a house, she said, so that we could both live there.‖
We've been together for four years now, accompanying each other. And of course, we have had
our share of difficulty. Our sexuality is not the best. That is where we both have to work and it is
from there, from where I love my Hilde the most. He has been opening up to the workshops, to
the readings, to all the transforming thought of Claudio, Jorge, Ramón, Félix. What a wonderful
man that he sent me life. Next to him, to! finally I can see my madness and my arrogance and my
classism and my ego. How the words that Félix said to me, one day at the beginning of my
therapy with him, have become true: ―Juanita, when your son accepts the man who comes for
you, it is because that is the man for you‖. And so it has been: Esteban and Hilde love each other.
Hilde has helped me release Esteban without abandoning him. And with my mother it has been
the same: she has taught me that one of her old people loves them, just the way they are, period.
There is no discussion about that, and I have learned to love his children.
The meeting with Claudio Naranjo
We got the SAT 2. We went. We work with Ramón Resino and Suzanna Stroke. Ramón gave me
the task of looking for my older brothers, my father's first children. And the enneagram work
with Suzy was eye-opening for me.

And finally came the meeting with Claudio on SAT 3. Jorge Llano brought him. And
finally I was able to find a western teacher, from my own culture. I feel at home there.

At that first moment I was with the fours, but Claudio told me no, that my face was too
sweet to be a four. And he told me to try nine. He hit me hard, because I didn't see myself there
out of vanity, but in the time I've been working I do see that Claudio was right.

The meditation work with music that Claudio practices is a beautiful experience for me. I
always have to deal with my resistance, rigidity, meddling mind, etc., but what Claudio brings
and the way he conveys it is very moving.

In this SAT I had a very important experience working with Ginetta. I threw myself on
top of Leda to tell her that he loved her, because I felt that in those days she was not loving her. I
sat on top of her and told her about her. At that moment I realized how she was invading her. I
expressed it and got off. I told Ginetta that I envied her for being so close to Claudio. I realized
that I have to exaggerate so much because in reality I feel that I don't feel. She invited me to go
around the group and see before each person what she felt. What a beautiful job for me, a
disconnected sexual nine...

What makes me become a sexual E9

Primarily abandonment. Leaving, disconnecting is my primary strategy for survival. My
voracity, confluence, deflection, insatiability, orality. My loss of contact with myself. Because
the contact is too painful, because what I find is too big a void, there is nothing there, there is no
containment, there is only a great space without limits. The place between Mars and Earth is too
uninhabited, lonely and cold.

I feel a lot of anger that I don't know how to express: then I bite, scratch, growl and
scream. I feel melancholy at five in the afternoon. I can't resist being scolded. I can't resist it. I
can't resist being denied something. I have no limits and I don't know how to receive or set them.
I don't know how to receive. I don't know how to give. I begin to give so that they love me, to be
generous with others without having for myself or mine. And I don't know how to receive or ask
for myself.

I do not exist. I have no right. I don't show up. I have no affection. I have no empathy. I
am very envious... I do not recognize my tenderness. I do not recognize my fragility or my
vulnerability. I can with everything. I take everything. I am the tough one.
 There is no time for me and if there is, I lose myself in it.

I seek pain to feel alive. I hurt myself. I'm a masochist. And if you hurt me, I hurt you
more with my indifference.

I get scared. There is something very hard in my lack of affection, in my indifference, in

my indolence, in my judgment, in my non-acceptance of my body, of my sexuality, of me, in my
feeling ugly, in my dressing ugly.

A homeopath in Strasbourg, Dr. Levy, prescribed the drug Hioscyamus for me. This drug
has the following description, among other features:

―She wants to bite, she swears, she blasphemes, she curses, she is cruel, inhuman,
arrogant, indolent, impatient, very irritable, impatient. Sometimes the aggressiveness turns
against itself, with a tendency to commit suicide. She reproaches and reproaches herself. rude
Feelings of guilt, remorse. Constant fear of everything. With shocks. She has an aversion to
answering questions. Gossipy, reserved. She laughs constantly or excessively. Premenstrual
hysteria. She talks about religious topics. Erotica. Exuberant joy or restlessness. Difficult to
focus. Confusion. Great veneration and respect for those around her.‖

The inner work in the sexual nine

Without inner work, there is no chance. Because only from inside work do I have a chance to see
my game. And if my game comes from far away, my work will be my whole life. From analysis,
to break my resistance, year after year, to be able to return to this world with its sorrows and its
joys, its difficulties and its benefits, slowly, step by step. And start talking, saying what I want
and what I don't want. To take from the world what I need. And to recognize what I don't need.
And to create my own living space. Not to abandon Learn to leave the other their space and time,
without the need to run away, abandoning.

Body work has been vital for me. I am here and now, feeling my waist, following my
breath. I accept myself with what is. What a relief, back to me. The disconnection has been a
rejection of my body and the connection occurs from my acceptance of my body, from my
deepest breath, recognizing my intuition, my deepest knowledge. From meditation.

Working in therapy groups is extremely valuable, because I see myself in others and
others see me. And group containment is vital. And the closeness of the others is viral. And
touching others is vital. And loving others is vital.

Homeopathy has also helped me.

The work is also given from my love for my mother, whom I see today and my heart
warms. I can hug her and I can also ask her not to interfere with my issues, without hurting her.
And when she opens up and tells me about her life, I can be moved, without judging her.
 Also from my love for my father, whose German children and grandchildren I met a year
ago, thanks to Ramón Resino. And, thanks to that, now I also have a family on my father's side,
since before I only had a family on my mother's side. Now I am more complete, more balanced.
And I have always loved him, now from a more just love for me.

Also from my love for my son, whom I love as he is, with whom I love to talk, travel,
share. If he has to wean himself, let him do it: I'm here for him.

From my love for me. Just as I am, and with the body I have, which since I entered
menopause is changing. I'm getting hipper. I have more arms and more breasts and I am wider.

The acceptance of all this has been possible thanks to my partner. Thank you I'm not
alone. Thank you I am supported. (Thank you, Hilde, that you love me just the way I am).
 E9 Conservation (Self-Preservation) – Appetite

We will end, then, with E9 conservation, for which Ichazo used the word appetite. It is obvious
that these people tend to have bigger bodies, so it is very likely that they have a bigger appetite
too. Sancho Panza is a literal example of E9 conservation and it is interesting that the belly was
chosen by Cervantes to baptize him, being something so central to this character.

Let's explore the idea that some person can be said; ―as, therefore I am‖. Each of the
characters is open to this Cartesian approximation: ―I think I am, therefore I am,‖ an E6 would
say. ―I suffer, therefore I am‖, an E4 would say. Actually, they are very descriptive expressions
about how each of the characters feels the emptiness of their being. Take the example of sexual
E4, whose central theme is competitive hatred and goes around cutting heads. I could say: ―I
hate, therefore I am.‖ This main feature of each subtype is the one that best responds to this
equation of solving the question of being through a substitution or a mirage of being.

Human beings have all kinds of substitutes for being: a veritable fury of lollipops. We
have all kinds of pacifiers that give us the impression that this or that is what we were looking
for. And we miss our way because we run after these illusions that promise us to be where he is
not.

In the case of the nine conservation, there is an excessive resemblance to a little animal. It
is not only about ―I eat, therefore I am‖, but also about ―I sleep, therefore I am‖, ―I have,
therefore I am‖, ―I am standing here, therefore I am‖... The facts of life, everything ordinary,
they have the ability to obstruct your consciousness. For him there is no metaphysical level.
Somehow, the question of being has been erased from the life of a nine conservation. You can't
talk about being with Sancho Panza. There is only his belly. The substitution of the mother's
breast for the bottle has been so complete that there is no memory of maternal love in the
vocabulary.

So these conservationists are very loving people but deep down they don't have a sense of
being loved. His resignation is the most prominent. And there is in them a kind of joy, a kind of
tenderness that, however, is far from the full experience of love.

Erich Fromm already says it: to have or to be. It is probably the same thing for them. In
the world of the great bankers, for example, you see many friendly faces, with double chins, very
practical people... This is Homo Economicus.

The transformation in the conservation E9 by Emilia Ligi

Today, March 4th, 2012, I am 55 years old and I still have an opportunity to tell things about
myself.
 I am a woman who lives in Florence; here are my roots and I never had the desire to get
away from the beauty of it.

I was born in the center of this city and, after having changed houses several times, I
bought mine, right next to the house where my life began, as if I had closed a circle, a gestalt that
I had not opened. With this house I had love at first sight; I have lived here for 25 years and
today I believe that it is truly my mirror. It is as if this were my real dimension, although the
choice to buy a house had been made with the man I thought I would love forever. Today, he is
one less lover but one more friend, and this seems more important to me!

The money to live is given to me by a job that, despite the years and healthy
disappointments, I still like: I am a home helper, a public service that the municipality offers to
citizens who encounter social difficulties of all kinds.

Every day I go to people's houses; They can be children whom I accompany to school or
to other places, people with psychiatric problems, elderly people who need to be cleaned or
lifted, or someone who requires me to do the shopping or eat for them. In short, everything that
can refer to daily needs, and even more.

It is not only a job, but also a life exercise. I like it because I feel free: there is an office
and there are also my colleagues, essential support, but when it comes to cases, I am autonomous
and I face very different situations during the day. I have autonomy both for decisions and for
methods, and I go from the houses to the streets whether it rains or shines. I couldn't work locked
up in an office, always with the same faces — perhaps unbearable — and with a job that doesn't
change.

How did I meet Claudio? Simple: he was doing individual therapy, gestalt. It was the
year 1992 and my therapist informed me that there was the possibility of having a new
experience through an American therapist who was coming to Tuscany for four days to talk
about Protoanalysis.

As a good enneatype nine—but I didn't know it at the time—I accepted the experience,
more to satisfy my therapist than out of any real interest or curiosity. But how well I obeyed!

From there, from Protoanalysis, I began my journey: I didn't know I was looking for
something, but without a doubt it was so, because every year, without specific expectations, I
never missed the opportunity to meet Claudio and his work made of experiences, which for me
are easier than theory. With the passing of time, the meeting became more and more the
happiness of being with Claudio, come what may...

Perhaps even today I could not say what the work consists of, but I never asked myself: I
only know that something moved, beyond my will, and that, for the first time, a part of me took
command when I heard Claudio speak about enneatypes. He offered me a thread, called
indolence, which I took in my hands to enter my labyrinth and not get lost, and to wind it until I
found the end, that is, the emptiness that is in the center of my labyrinth: a place to rest.

From when, for wishing, I paid too high a price... And then, in order not to make any more
mistakes, I gave up pursuing my desires: “better try not to truly exist, better sleep, perhaps
dream, and show me little”

A girl abandoned to herself in pain, frustration and rage, in order to survive and not go crazy,
changes her true self for the illusion of being. The soul, defeated and betrayed, falls asleep,
forgetting itself. From that moment on, enneatype nine will experience the illusion of being able
to live without existing, without desires to pursue.

That memory is that of a six or seven year old girl: my mother gives me a
disproportionate punishment for having bought some sweets on credit at the bar without her
knowing. Her reaction to the embarrassment my desire had caused her was to annihilate me—
mostly with words, rather than physical violence. Her desperate rage washed over me like a tidal
wave, leaving me defeated, hurt, and, above all, alone in no man's land.

Since then, I gave up fighting and got excited about the possibility that there was a
painless way to recover the gaze and love of my family; thus began my fortunate career of
hyperadaptation.

Specifically, I have made myself a machine that is always on standby. If I only know how
to make mistakes and create problems, I better stop: guide me!

Thus, the machine lives when it is turned on: images are seen, sounds are perceived; then,
it exists and expresses itself. It can be activated simply by pressing the buttons on the remote
control. You can always look for the same program without feeling the desire to change: she,
obediently, always gives us what we want. If the volume of your voice is too high, just press the
button to lower it gently; it can also remain mute although it continues transmitting. If it has
bored us, we can turn it off leaving it on stand-by again. When she is on stand-by, she remains on
hold without finding herself abandoned, rejected, or anything else, because she does not have the
appropriate emotions to interpret her not living. That's why she is also alone for a long time, but
when it turns on again she smiles again, cries, loves and hates.

The machine does not have a life of its own: it is whoever has the remote control in hand
who chooses the intensity of its colour, its luminosity and its volume.

That's how I was before work; I had given my remote to others (parents, sister, teachers,
friends, sweethearts). I let myself be carried away by others, I let them decide what was good and
what was bad for me; It was enough for them to tell me what to do to be good, helpful and useful
in their eyes. In short, an eternal, small and good Maya bee who was excited to love and be
loved.
 I also exercised remote control over myself: when I didn't like the reality I was living in, I
suffered from it, and in order not to risk wanting to change it, I put myself back on standby.
Laziness reassured itself and accepted boredom.

The positive note for me, E9 conservation, is that, in my almost complete cancellation, an
infinitesimal part of me has not given in and has continued to believe in the pleasure and
spontaneity of the girl I was. From that small flame of faith in me, everything could start over.

If I don't know black, I don't know what I'm calling white. I have to change position: this egg in
which I continue to adapt is strangely transparent and small. What's going on? I feel fresh air!
What a pleasure! So, there's something beyond the shell... Now I'm scared. What if I die? Lord, I
remain in your hands. (This is what the worm thought before transforming into a butterfly)

The magic of work has made me start a path back in time: a path towards myself. Each memory
has been a step towards something that I had forgotten: from pain to pain, like Tom Thumb, I
have traveled the story of my life. Remembering me, accepting to follow the path of pain, has
been the first act of love towards that disappeared girl who, unconsciously, I wanted to find
again.

It has been a journey of years; I have never had any doubts about its meaning or value.
For the first time I have met a man/father/teacher, and from the first day I met him, my hand has
spontaneously gone towards his.

Finding the girl again means rediscovering myself with aspects of myself that I thought
did not exist: the spontaneous openness towards life and experience. The girl has nothing to lose;
seeing her tortured, wounded, dirty, but alive and still innocent, pure, has made me feel her
sacredness, and I have discovered that there was spirituality in me too.

Thanks to the girl who had not lost confidence in the mystery, all those parts of me that I
imagined with open eyes and that believed in the extraordinary existence of the other, began to
feel that it was legitimate to live. I remember that in an SAT, during the experience of rebirth,
while she interpreted the role of mother, but without being one in reality, she did not know how
to recognize when it was necessary to help by stimulating the birth. I did not want to create
obstacles to the rebirth of the person and I called [the therapist] Ginetta Pacella. She busied
herself acting as the birth canal and I watched in fascination: what she was seeing was truly the
mystery of birth. By passing through the channel, that person was leaving behind who she was:
the one who was born was a blank page. And I thought: ―here is what happens when we come
into the world‖. A mystery had been revealed.

The opening process has made me know and integrate the opposites, the masculine and
the feminine, and has shaped my subject. I have also given my selfishness and my pleasure
permission to exist. Knowing the dark side, accepting it, has made me a three-dimensional being
and not an Egyptian painting. In a shamanic work on our animal-guide, a fly appeared and
insistently perched on my hand. I accepted her as a guide animal. But how to accept this being
tied, by culture, to evil, to the devil? Simply, accepting to have in me that little known and
unwanted human side: by listening to his reasons, I was able to give him the freedom to act and I
discovered that he did not want to kill anyone. On the contrary, it is a healthy selfishness that
makes my life better and that places the sense of altruism in a less absolute place: an important
step towards inner balance.

My belly has been the container for the expression of my spirituality; From the inner
child I have accessed a spirituality that has allowed me to see things from another plane. And
from there I have seen and understood what is my matter and my primordial chaos, and how I
had come to stay there or stop, using only the part of the reptilian brain. If we want to see the
imprint of our foot, we must get rid of it.

Knowing my spirituality has allowed me to recognize my materiality; only then has my

soul awakened and reincarnated back into me.

The automatisms have unstructured me, but the girl, with her intuition that seems like
alchemy, finds answers and solutions. Today, intuition and creativity are the instruments with
which I try to replace compulsive behavior and inertia.

Honestly, many times I find myself like a stranger looking up to the sky for a way out.

Yesterday I believed that my duty was only one: to obey by staying in jail to adapt to the world;
today I think that I will never be able to truly adapt to this world and to humanity: in truth,
maybe I don't want to and I prefer to be on my way, alone but free, like the madman in the tarot!

Perhaps that girl, at the moment in which she saved others by drugging herself, was feeling that
she did not love this world, that she did not love that family.

I can love very few people: I am not a good girl, I respect the rules but I am guided by my
ethics, which go beyond the rules. I haven't had a family because I don't believe in it.

A few years ago, one night, while listening to music, I had this vision of myself: I was a
small robot capable of repairing the damage of a large spaceship. My life was outside that great
machine, but I was connected to it through a very long tube and, from there, I looked at the lives
of the people who lived inside the spaceship. Being a robot, he felt no emotion from what he
saw, but he knew he wanted no part of it; it was better to stay outside, in the darkness of that
immense and silent space.

I feel the disharmony: I don't know how to find it within myself.

I am glad that I have not completely lost the Dionysian sense of life.

What is this discomfort? I can't be wrong; I have to help the world! And Superman can have no
doubts! Listen, I will tell you all my symptoms, I will give you all the information that is useful to
you; you investigate and analyze for me, because I don't know how to do it and I'm busy. But he
says “sit down and tell me about yourself”

For a conservation E9, the most difficult thing is to admit that the other is right. There is always
a ―but‖. Quickly, he flees from discomfort by distracting himself, covering himself with fog,
perhaps losing himself in a phrase or observation. He doesn't agree, he's uncomfortable, but
rather than get in touch with anger or admit his disagreement, he creates confusion and fog for
himself, trying to distract himself and others.

Understanding the ability to get lost as a form of defense is essential to raise awareness.

Often there is a real difficulty in understanding specifically what the therapist is asking of
us, as if the words were not known. Inner confusion and fog cloud the intuitive part of the brain.

Also, I was very good at adapting to the therapist: I tried to like her and not bore her.
However, I was the one who paid her, and I often met with her because I had the clear feeling
that I was helping her to get to know me, and I told her everything about herself so that she could
later summarize it for me.

I think that achieving a synthesis of oneself alone is a great achievement for a

conservation E9.

If the nine has come to therapy, perhaps he feels that there is a problem in his machine
that does not allow him to give his best, and that it has to be repaired so that everything goes
back to the way it was before.

But the discomfort exists and the client does not know that that ice cube that
unexpectedly slips down his back, causing him suffering, is not a cube, but the tip of an iceberg.
And that suffering is nothing more than the umpteenth illusion of being so good at not allowing
pain to be more than a passing discomfort, while the ice is dissolving and the water is about to
overflow the dam of lies.

What to do in therapy with a nine conservation?

Give the session a sense of sacredness: feel that the space between therapist and patient,
including the physical one, is a place where both will put something of themselves, and that this
place is sacred because it is the line that separates the I-you.

Establish a contact form, with which to close the session; the most effective gesture is the
hug. In a person who does not know introspection, experiencing it can be like entering another
world where there is no certainty, and the contact has the purpose of returning him to earthly
certainty after a trip to the center of that nothing that he finds inside.
 A nine lives on the surface, and diving deep is enormously tiring; but he will do it if he
knows that, when he emerges again, already at the edge of the air, someone will give him a hand
to help him return to earth.

Inviting a conservation E9 to launch into himself means concretely asking him to

remember: remember his life, his childhood, his adolescence...

For me, the work that Claudio proposed to me has been extremely important:
remembering through pain, thanks to the regressive method; remember, remember, and still
remember: everything is contained within this verb! Go back to recognize that you have an
experience made of this and that, of pain, of frustration, of love and carelessness.

Remembering has been going against the current of the river of my life, discovering the
rope that allows you to navigate always close to the shore and not in the middle of the river,
where the current is stronger; each memory has been a haven where, after pain and frustration, I
always found confirmation of the same crazy idea: ―I'm alone, anyway, I have to do it alone, I
can't ask for help, asking for time for myself is would create problems‖.

It has been through the memory and the story of myself that, slowly, I have begun to
shape the block of clay that I was.

I think it can be useful to often ask a conservation E9 to recount his childhood, his
adolescence, showing interest in his life.

To help the person go deeper, free association also helps, because it brings us closer to
sincerity, and it also helps to ask again every time the person distracts himself because he is
getting close to something interesting.

When Claudio told me for the first time ―tell me about yourself‖, I felt dizzy: I was in
chaos, my fog appeared in a second, I didn't understand anything, not only because of the
teacher's question, but because someone was interested in me for the first time in my life.

Now that I have walked the path of the hero, now that I have overcome trials and obstacles to
find myself again, now that I choose, now I feel loved by heaven and earth, now that desire
drives action, now I can let go of my luggage and follow the path alone with the cane and the
llama

I thought that if I found myself again, everything would be easier, that this was the cure, but no!
Meeting is not healing. It is simple to meet again!

Now that I have walked the path of the hero, that I have overcome the obstacles and have
rediscovered my soul and the girl in me, now that I am facing the origin of my neurosis, now that
I have traveled around the world and returned to to the starting point, now it's my turn; I'm back
on track for the return trip.
 I take the first steps without knowing what my goal will be. I find the world again with its
excesses; I live like I'm going to have an open heart operation every day without anaesthesia: it
hurts too much and I feel incredibly fragile.

In the temple of Apollo it was written: ―Know thyself‖. But also: ―Nothing in exces‖.

Excess. This is the cause of everything. My path has been paved with excesses so far,
also during the hero's journey. But now I'm back to being and I don't want to give it up. Finally, I
sense that I can be for myself, by myself.

I don't know a healing journey, but I know that remembering myself every day is the only
possible route, the great act of love towards myself.

When I understood that everything is an illusion, including myself, and that this presence
is the only necessary truth, I had a feeling of immense freedom: I surrendered and fell on myself,
as when a veil falls.

Now I can leave everything and I can stop and be. I no longer need to repeat to myself
that I exist because I act, feel, think, love, desire. Am! Everything else is just a manifestation of
my being.

But, since the manifestations of being, also illusory, can be Dionysian, it is better that you
live them each time they appear and make them a treasure while you are in this world.

So long live Dionisio as many times as he remembers me and I remember him!

I'm sure the healthy being of E9 conservation is very Dionysian!

If I leave myself, what happens? What happens if I start not believing in my crazy ideas
anymore? I don't know, but I feel a sense of freedom. The experience of retirement calls me.
There I expand, perhaps I will dissolve and once again feel part of that whole that ordinary
consciousness and mind cannot see

I think that an important step in my evolution has been the fall of the dogmatic sense of the crazy
idea: I had it as a commandment, as if the crazy idea, with its power, had replaced God. The
work has given me self-confidence, and I have begun to take the risk of being able to live, die,
cause suffering or remain alone, defying the same crazy idea; I have begun to face my walk
against life, giving myself more to what is here, now, in this moment and not in another, and the
result is to feel simple and spontaneous.

Appetite, in all its forms, no longer serves to exorcise the fear of emptiness tied to the
neurotic lack of love. By giving myself to love, I have discovered that the void scared me only
because I did not know it. I have discovered that it is a fertile void, a neutral place within me,
where nothing has form and there is a timeless silence. The experience of emptiness is relaxing,
there is no anxiety and the hunger for stimuli calms down because in emptiness there is no more
illusion and absence.

Now I think I am closer to the true meaning of my actions: reading is reading, eating is
eating, loving is loving, thinking is thinking and living is living!

I have felt the desire to live the experience of a meditation retreat accepting not to exist
for the world for eight days, whatever happened. This experience has transformed the almost
omnipotent feeling of excessive responsibility, and I have admitted to myself that the world can
go on without me.

Getting out of the ordinary condition of conscience, mind and heart has been a state of
grace that I have reached by giving myself to contemplation. Living contemplation is like a form
of mystical kidnapping of the senses, where everything appears in its simple truth; but I do not
know how to describe this experience, I only know that it is a deep happiness of existing, it is
discovering a natural state of happiness and love that belongs to another dimension.

In contemplation, everything dissolves, I dissolve until I become just a contact, a

vibration, perhaps erotic, with the divine; but at the same time the reality of the world is there,
present, as a manifestation of the here and now that does not need anything.

Loving the world through contemplation is like making love to God. And I have
understood that, for me, God manifests himself in an immanent way and also in a transcendent
way: they are two faces of the same manifestation.

To contemplate is to enter deeply into reality and then go further into the mystery of the
spiritual, passing through expansion and not through concentration.

One morning, waking up and observing nature, I understood that there are no separate
opposites, but that there is a duality that is at the same time unity, that everything begins and
ends in its opposite, in a continuum, without beginning and without end.

Observing a fruit, I have asked myself where is the form and where is the substance; all
aspects were present, but the fruit was an inseparable unity of both. Is this the Tao, yin and yang?
Maybe yes.

Defining with words is a human need, it is the first step towards understanding that does
not foresee words, because everything is in continuous manifestation, everything simply is.

I have understood that I am a neutral, infinite, indescribable and timeless mind, but at the
same time an ordinary mind that lives and feeds on what it projects through its gaze.

Now I don't know anything, but through the experience of the retreat I have found the
meaning of my meditation, which is not an exercise in style, but rather a state of presence and
awareness.
 I end my contribution with this song by Julio Numhauser, a Chilean poet, whose title is
an irrefutable truth.

EVERYTHING CHANGES

Change the superficial

it also changes the depth

change the mindset

change everything in this world

The weather changes over the years

the shepherd changes his flock

and just as everything changes

that I change is not strange

change the brightest finer

from hand to hand its shine

the bird changes the nest

changes the feeling of a lover

The walker changes course

even if this hurts

and just as everything changes

that I change is not strange

 Changes, everything changes

Changes, everything changes

change the sun in your career

when the night subsists

change the plant and dress

green in the spring

The beast changes its fur

change the old man's hair

and just as everything changes

that I change is not strange

But it doesn't change my love

no matter how far I am

neither the memory nor the pain

of my land and my people

And what changed yesterday

will have to change tomorrow

just as i change

in this distant land.

 Participant biographies

Antonio Ferrara
Psychologist and psychotherapist. Director of IGAT, Institute of Gestalt Psychotherapy and
Transactional Analysis, and of the Quadrennial School of Specialization in Psychotherapy,
recognized by the Ministry of University and Scientific Research (MIUR), in Italy. He lives and
works in Naples. Founding member and former president of FISIG, Federazione Italiana delle
Scuole and Istituti di Gestalt. Counselor of the College of Psychologists of the region of
Campania, Italy. Professor and supervisor in Gestalt Psychotherapy recognized by the FISIG.
Member of the EAGT, European Association for Gestalt Therapy. He is also trained in
Transactional Analysis and is a professor-supervisor recognized by the ITAA, International
Transactional Analysis Association and EATA, European Transactional Analysis Association.
An expert in transpersonal therapy, he is part of the supervision team of Claudio Naranjo's
international SAT programs. He has elaborated the ―Transformative Theater‖ model, a creative
path for the development of the individual and the group.

Isabel Herrera
Body therapist, lives and works in Barcelona. This name is a pseudonym, since the author
preferred to remain anonymous for reasons related to her personal process.

Lluís Serra
He is a Doctor in Psychology (URL, Barcelona), a graduate in Theology (PUG, Rome), and a
graduate in Philosophy (UB, Barcelona). Director of the Center for Religious Life and
Spirituality. He is a professor at the Faculty of Theology of Catalonia, at ISCREB and at
Espailúdic. He collaborates in the Psychology and Spirituality line of the Psychology, Person and
Context Research Group of the Ramón Llull University of Barcelona, where he has carried out
managerial and teaching tasks. Specialist in the study of Claudio Naranjo's Enneagram, his
doctoral thesis is entitled The Enneagram of Passions. He is the author of numerous articles and
books, among which Codes of Inner Awakening stands out. He teaches seminars and courses in
various countries in Europe and America. He is a columnist for Catalunya Cristiana and a talk
show host for Radio Estel.

Paolo Baiocchi
Doctor in psychiatry and gestalt psychotherapist. He is founder and director of the Trieste Istituto
Gestalt Trieste, Scuola Quadriennale di Specializzazione in Psicoterapia della Gestalt
(recognized by MIUR). He is co-founder of the Comunicazoine Sana method. He is the author of
numerous scientific publications and a book entitled Affective communication and human
contact, made with Dr. Danilo Toneguzzi. He trained in gestalt psychotherapy with Claudio
Naranjo, with Erving and Miriam Polster and, in Italy, with Paolo Quattrini. He is a collaborator
of Claudio Naranjo.

Consuelo Trujillo
Actress and theater director. Teacher of actors and researcher of artistic processes applied to
education and psychotherapy. She is a disciple and, since 1998, a collaborator of the SAT
Program. My bond with Claudio Naranjo as a teacher has led me to be a seeker of fulfillment in
art and in life. My path has to do with the search for a more authentic sense of love and freedom,
with opening myself to the conscience and with the acceptance of my true existence, the
unconditional surrender and surrender to a greater Will that leads me to accept that what that life
brings me is enough. I walk this path of transformation and seek through spirituality the artistic
expression, and the sense of transcendence in the great art that is the experience and commitment
to everyday life. I long to find peace within myself, that spring of love that heals everything
springs from my heart: compassion towards myself and towards others.

Cati Preciado
I am 40 years old, I am married, I did not have children, I am the middle daughter of a family of
three children, the only woman. I studied clinical psychology because I fantasized that I could
help my family and others if I understood how the human psyche worked. However, deep down
it was my way of asking for help and being around adults who could take care of me. I studied a
postgraduate degree in psychology and countless courses and diverse experiences in search of
finding inner peace, since when I finished my psychology degree I felt very depressed and
lonely. On this path, at the age of 24, I came across the Enneagram and my life changed
completely: I became passionate about it and I began to get out of my deep depression. I also
began to realize that he was very insensitive and ignorant of me. A year later I met Dr. Claudio
Naranjo. He was a great awakening to life and love in many ways, and since then I have not
separated from his work, his lucidity and his great love for humanity; Today I have been working
on my own for more than 15 years as a psychologist for children, adolescents, adults and groups;
everything is a resource for me: listening, art, therapy, games, movement, silence... I am very
happy to be able to feel like a woman who can live by herself and with others.

Eustaquio García Vallés

Gestalt psychotherapist, works at the Bitácora Gestalt Therapy center in Madrid. Her areas of
work are individual therapy with adults, group therapy, couples therapy and the business field.
She has been trained in the Claudio Naranjo SAT Program.
Lorena García de las Bayonas
Actress, theater director and teacher of actors. Trained as an actress mainly at the school of
dramatic art in Sydney, Australia, and in Spain with Juan Carlos Corazza, with whom I also
collaborated for 14 years at his school Estudio Corazza for the Actor, Trained in Gestalt Therapy
by the AETG and in Integrative Psychology and Transpersonal with Dr. Claudio Naranjo. She
has collaborated with Claudio Naranjo in the SAT program since 2002 in the theater part.
Currently she directs the Actor's Center in Madrid. I came to the SAT in 1998, before starting
training in gestalt therapy. It has been one of the most important places in my life, both
personally and professionally.

Assumpta Mateu
psychologist. Specialist in clinical psychology. Gestalt and integrative psychotherapist. Director
of GestalTransformació, Center for Psychology, in Mallorca. Disciple and collaborator of
Claudio Naranjo in the international team of the SAT program, Representative of the Claudio
Naranjo Foundation in Mallorca. Specialized in Palliative Care and trained in Creative
Accompaniment of terminal illness and bereavement. Titular Member and Supervisory Member
of the AETG. Member of the FEAP and Psychologist specialized in Psychotherapy by the EFPA
(European Federation of Psychologists Associations). Trained in Systemic Family Therapy in the
area of couple conflicts. Master in Brief Strategic Therapy. Master in Environmental Intervention
(UB). Trained in Relationship Restoration with Suzy Stroke.

Sonia Gajnaj
Graduated in 1990 as a Municipal Actress from the Metropolitan School of the Government of
the City of Buenos Aires. I have dedicated myself to exploring corporal and vocal artistic
disciplines, and I have trained with different teachers related to acting, including Bartiz, Gaspio
and others. I start giving classes in 1992 without interruption. Children of all ages, teenagers and
a few years later adults interested in vocational theater, are the constant experience in my
practice to this day. While developing my acting career, in theater and cinema, from a few
teaching days with Hilda Elola I became passionate about teaching in the framework of
vocational theater and took two levels of training for workshop leaders with Roberto Vega. I am
interested in Gestalt therapies and, for seven years, I take training in this regard, which strongly
contributes to my teaching experience. Many times, the benefits of ―being what we do‖ are
proclaimed. In this case, fortunately, ―I am what I do‖, because my soul and my heart express
themselves through my teaching profession.

Annie Chevreux
Gestalt psychotherapist trained by the Spanish Association of Gestalt Therapy, of which she is a
full member. She co-founder and professor of the Madrid School of Gestalt Therapy. She is a
disciple and collaborator of Claudio Naranjo. She is the author of The Berlin of Perls: The avant-
garde spirit in art and gestalt therapy (Mandala, Madrid, 2007).

Cristina Nadal
Psychotherapist since 1981. Trainer of Gestalt and humanistic therapists since 1983. Between
1983 and 1989 I was one of the promoters of humanistic and gestalt psychotherapy in the Canary
Islands. I am a graduate of the London Institute of Human Potential. I had the honor of co-
directing the Institute of Humanist Psychotherapy. I am a full member of the Spanish
Association of Gestalt Therapy. I have been developing a gestalt approach to body work. Since
1988, my personal and professional career has been impregnated by the work carried out first
with Guillermo Borja and later with Claudio Naranjo, director of the SAT program, to whom he
has invited me as a collaborator on some occasions. At the same time, I have become interested
in psychoanalytic knowledge, especially in some of its clinical developments. I co-founded and
co-direct the Barcelona Gestalt Workshop School, and I currently direct Aula Gestalt.

Angelo Contarino
Graduated in History and Philosophy from the University of Catania, he began as a teacher. He
was a lecturer at universities in Colombia and Mexico, and later became a Cultural Attaché at the
Italian Embassy in Tunisia. In such countries he opened himself to another vision of existential
angst and the path of growth. In Mexico, a place of particularly significant encounters and
experiences, he embarked on the teachings of Claudio Naranjo, from whom he continues to
learn. Back in Italy, he creates the Educarte center in Noceto, near Siena, in which the search for
new lifestyles is promoted and the training experience is shared (he is director of the School of
Counseling and artistic mediation), according to a vision integrated psychology, art and
spirituality.

Mireia Darder
Founding member of the Gestalt Institute of Barcelona. She has a doctorate in Psychology and a
psychologist specializing in Clinical Psychology. Gestalt therapist. Trainer in NLP. Technician
in Sociocultural Animation. Trained in Integrative Psychotherapy in the SAT program. Teaching
member of the AETG. Psychotherapist recognized by the FEAP. Professor at the Ramón Llull
University (1997-2003).

José Ignacio Fernández

Graduated in Documentation and librarian for many years, today I am an integrative therapist
from gestalt, bioenergetics, NLP and enneagram, among others. I combine my work with the
study and training in psychotherapy and the practice of Zen meditation. Co-director of the
Human Space Center for integrative therapy and personal development in the city of Malaga
(Spain). I discovered the enneagram in 1998 and it was a great impact for me to identify myself
in character five, seeing for the first time that there were other people like me. Knowing that the
creator of the adaptation of the enneagran to modern psychology was Claudio Naranjo, I always
wanted to go deeper by approaching him, his school and his books. This led me to carry out the
SAT process and to offer my collaboration after the II International Symposium on the
Psychology of Enneatypes (Pilas, Seville). I am deeply grateful to Claudio for having created this
system that has helped me and others to ―go beyond themselves‖.

Gerardo Ortiz
Graduated in Clinical Psychology, gestalt psychotherapist, body mind therapist, he is a professor
of Integrative Gestalt Therapy, collaborates with Sateducación in Chiapas, is part of the Viva
Claudio Naranjo Gestalt School in Mexico. Director of Yut O'ntal, Psychotherapeutic Center.
Disciple and collaborator of Claudio Naranjo in different SAT Schools in America.

Grazia Cecchini
Gestalt and systemic-relational psychotherapist, he met Claudio Naranjo in 1986 at a workshop
in Italy for gestalt therapists. After having been a student in the SAT program, she began to
collaborate as a therapist in the SAT in Spain and then in Italy. Over the years, she strengthens
her collaboration with Claudio and at the SAT in Europe and America. Her investigations in the
Psychology of Enneatypes have become her greatest personal and professional commitment. She
is patron of the Claudio Naranjo Foundation.

Betina Waissman
Trained in Authentic Movement since 1995 with Marcia Plevin, Neala Haze, Zoé Avstreih, Joan
Chodorow, Tina Stromstead and Janet Adler. Body psychotherapist trained at the CIO in Rio de
Janeiro and at the ESTER center in Valencia. She co-founder of Espacio Movimiento. Teacher of
the Open River System. Actress. Professor of Movement and Expression at the Corazza Studio
for the Actor (Madrid). Disciple and collaborator of Claudio Naranjo in the SAT Program since
1992. Member of FEAP and ADMTE.

Francisco Peñarrubia
A pioneer of the gestalt in Spain, he is a psychologist from the Complutense University of
Madrid, he has been director of the Ciparh team for 30 years (1976-2006), a pioneer center of
Humanist Psychology in Spain, created by Ignacio Martín Poyo (1973), at that he considers his
first teacher and initiator in the gestalt. Co-founder and first president of the Spanish Association
of Gestalt Therapy (1982) Disciple of Claudio Naranjo and collaborator in his SAT program
periodically. Honorary Member of the Spanish Society of Psychotherapy and Group Techniques
(S.E.P.T.G, 1993) and of the Spanish Association of Gestalt Therapy (A.E.T.G., 1999). He is the
author of the books ―Emotional Integration and Humanist Psychology‖ (Marova) and ―Gestalt
Therapy, the path of the fertile void‖ (Alianza, 1998).
Enrique Villatoro
Bachelor of Psychology. Diploma in Labor Relations. Master in Human Resources Management
and process consulting in Organizations. Professor at the Department of Economics and Business
Organization at the University of Barcelona. He has over ten years of experience in the field of
HR and training. Gestalt psychotherapist, he is a disciple and collaborator of Dr. Claudio
Naranjo in the SAT program. He is a full member of the AETG.

Albert Rams
Psychologist, psychotherapist since 1979. Honorary Member of the Spanish Association of
Gestalt Therapy. Co-director of the Barcelona Gestalt Workshop School. Author of ―Gestalt
Clinic‖, ―Metaphors of travel‖ and ―Twenty-five years of Gestalt‖, both in Ediciones la Llave.

Maria Elena Tinoco Zavala

They call me Brisa, which means mercy. I am a Gestalt therapist, I am the founder of a civil
association called Education for Peace (Edupaz), in Mexico, dedicated to the areas of
agroecology, solidarity economy (microcredits for indigenous communities) and holistic health.
This project connects with the Mayan SAT, with Roberto Gutiérrez and others. I am part of the
school of integrative body therapy, along with Toni Aguilar. After thirty years of being a
Catholic nun, now, two years ago, I came out with a dispensation from my perpetual vows. I
dedicate myself to the work of Edupaz and to giving group and individual therapy. I approached
the SAT in 2002. In 1989 I read Claudio Naranjo's book The only search, and since then I started
looking for him. After reading ―The Agony of Patriarchy‖, I was even more eager to get in touch
with him. Gerardo Ortiz told us one day that Claudio was going to give an SAT in Tonalli,
Mexico. I didn't even think about it: it was my big chance...

Alice Maria Ribeiro

I am 59 years old and I have studied History {lato sensu). I am a therapist, with training in
Relationship Restoration by Suzana Stroke by the Eneasat do Brasil Institute and the IGAT since
2008. I attend individual consultations for orientations after the SAT courses. I discovered the
enneagram in 1994 with Alaor Passos and then I went through the SAT School in 1996 with
Claudio Naranjo. Since then I have been doing all the degrees of the SAT Program, and two
meditation retreats. I recognized Claudio as my teacher at the 2003 retreat, where he began my
journey of transformation.

Juanjo Albert
Psychiatrist. Neurologist. Integrative clinical psychotherapist. Clinical coordinator of the IPETG,
Member of the Spanish Society of Psychotherapy and Group Techniques (SEPTG.) and
Teaching and Supervisory Member of the AETG. Member of the Spanish Federation of
Psychotherapy Associations (FEAP.) and the Spanish Association of Neuropsychiatry (AEN).

Miriam Ortiz de Zárate

Execurive Coach, by the European School of Coaching. Diploma in Coaching from the Centro
de Estudios Garrigues. PCC (Professional Certified Coach) by ICF. CP {Professional Coach) by
AECOP. Degree in Psychology (UAM). Diploma in Leadership and Team Management (IE).
Master in Human Resources (IDE CESEM). SAT Program for Development and Integrative
Psychotherapy. Trained in gestalt psychotherapy (two years in EMTG). Currently, she works as
an executive coach, trainer and supervisor of coaches. I am a trainer and supervisor at the
European School of Coaching. She also taught coaching training programs at the Official
College of Psychologists, among others. I have previously held positions of responsibility in the
Human Resources Department of national and multinational companies: HR Director at PC
CITY, Department Manager at AT&T, Area Manager at Madrid Metro, etc. I have written the
book It is not the same (Editorial Lid) together with Silvia Guarnieri. I am a member of the
International Coach Federation. Member of AECOP, Spanish Association of Coaching and
Processes. Member of the Official College of Psychologists.

Juanita Richter
A potter, she is heir to the school of her father Leopold Richter (1896-1984), a renowned
German entomologist, painter and potter. Through years of working with ceramics, color and
inspiration, she has achieved that the artistic takes over her work and that ceramics is the means
of pictorial expression. Her work revolves around two central themes. One is the wild nature,
Colombian fauna and flora, the other is the inner human nature, made up of beings that live
inside other beings, transcending and transmitting meaning. Her experience and her evolution in
mural work led Juanita to join a team of plastic artists in 1993, which allowed her to streamline
the processes of drawing, engraving, application of enamels and painting, thus developing a high
level technical and creative.

Emilia Ligi
She was born 55 years ago in Florence, the city where she always resides. Her profession is that
of a home assistant for the municipality of Florence, where she is in charge of providing social
services to the community. Since 1992 she has been training with Claudio Naranjo in the SAT
Program in Italy.
 About Claudio Naranjo

Dr. Claudio Naranjo, renowned Chilean psychiatrist, internationally renowned writer, teacher,
and lecturer, is considered a pioneer in his experimental and theoretical work as an integrator of
psychotherapy and spiritual traditions. One of the first researchers of psychoactive plants and
psychedelic therapy and one of the three successors of Fritz Perls (founder of gestalt therapy) at
the Esalen Institute, he later developed the Psychology of Enneatypes from the Protoanalysis of
woodcutting and founded the SAT Institute (Seekers After Truth), a psychospiritual integration
school. When not writing, he travels around the world, devoting his life to helping others in their
quest for transformation and trying to influence public opinion and authorities in the idea that
only a radical transformation of education can change the catastrophic course of history.

Trajectory
Claudio Naranjo was born on November 24, 1932, in Valparaíso, Chile. He grew up in a musical
environment and, after an early foray into the piano, he studied music composition. Shortly after
entering medical school, however, he stopped composing and pursued more of his own
philosophical interests. Important influences of that time were the visionary Chilean poet and
sculptor Tótila Albert, the poet David Rosenman Taub, and the Polish philosopher Bogumil
Jasinowski.

After graduating as a doctor of medicine, in 1959, he was hired by the School of

Medicine of the University of Chile to form part of a pioneering center for studies in Medical
Anthropology (CEAM), founded by Professor Franz Hoffman. At the same time, he carried out
his residency in psychiatry at the University Psychiatry Clinic under the direction of Ignacio
Matte-Blanco.

Interested in research on the dehumanizing effects of traditional medical education, he

traveled briefly to the United States, on a mission assigned by the University of Chile, to explore
the field of perceptual learning, and it is at this moment that he becomes aware of the work of
Dr. Samuel Renshaw and Hoyt Sherman at The Ohio State University.

In 1962, he was at Harvard as a Fulbright visiting professor at the Center for Personality
Studies and at Emerson Hall, where he participated in Gordon Allport's Seminar on Social
Psychology. Likewise, he also studied with Paul Tillich. Before his return to Chile, in 1963, he
associated with Dr. Raymond Cattell, at the 1PAT, Institute of Personality and Ability Test, in
Champaign (Illinois), and was invited to Berkeley (California), to participate in the activities of
the Personality Assessment and Research Center (IPAR). After a new period at the Medical
Anthropology Study Center of the Faculty of Medicine at the University of Chile, Dr. Naranjo
once again returned to Berkeley and IPAR, where he continued his activities as a research
associate until 1970. During that time he became a student of Fritz. Perls and part of the early
gestalt therapy community, and later began holding workshops at the Esalen Institute.

In the years leading up to being a key figure at Esalen, Dr. Naranjo also received
additional training and supervision from Jim Simkin in Los Angeles and attended sensory
awareness workshops with Charlotte Selver. He became a close friend of Carlos Castañeda and
was also part of Leo Zeff's groundbreaking psychedelic therapy group (1965-66). These
meetings bore fruit in the contributions of Dr. Naranjo in the use of harmaline, MDA, ibogaine
and other phenyl-isopropylamines in the field of psychotherapy, partially described in his book
The Healing journey.

In 1969, he was recruited as an educational policy consultant at the Research Center,

created by Willis Flarman at SRI. His account of what was applicable to education from the field
of psychological and spiritual techniques then in vogue later appeared in his first book, The Only
Quest. During that same period, he co-authored a book, with Dr. Robert Ornstein, on meditation
(Psychology of Meditation), and also received an invitation from Dr. Ravenna Helson to
examine the qualitative differences between books representative of ―matriarchy‖ and the
―patriarchy‖ from his factor analysis of children's fiction writers, which led him to write his book
―The Divine Child and the Hero‖, which was published much later.

The accidental death of his only son, which occurred in 1970, marked a turning point in
the life of Claudio Naranjo that led him to undertake a long pilgrimage, under the guidance of
Oscar Ichazo, which included a spiritual retreat in the desert near Arica, Chile. In his opinion,
this is the true beginning of his spiritual experience, his contemplative life and his inner
guidance.

After leaving Arica, he began teaching a group in Chile, which included his mother,
gestalt students, and friends. This group, which began rather offhandedly, shaped her activity at
Berkeley in the 1970s and made possible the creation of a non-profit entity called the SAT
Institute. The first SAT programs were visited by a number of guest teachers, including Zalman
Schachter, Dhiravamsa, Chu Chu Fang, Sri Johari Harish, and Bob Hoffman.

In 1976, Dr. Naranjo was a visiting professor at the Santa Cruz Campus of the University
of California for two semesters, and later, intermittently, at the California Institute of Asian
Studies. At the same time, he also began offering workshops intermittently in Europe. In this
way, he was able to further refine certain aspects of the mosaic of approaches contained in the
SAT program.

In 1987, he launched a reborn SAT Institute for personal and professional development in
Spain. Since then, the SAT program has been successfully extended to Italy, Brazil, Mexico, and
Argentina, and more recently to France and Germany.
 Since the late eighties, Dr. Naranjo has divided his annual schedule between his activities
abroad and his literary work at home in Berkeley. His numerous publications from that time
include a revised version of an old gestalt therapy book, as well as three new titles. He also wrote
three books on the applications of the Enneagram to the personality, a new book on meditation
(The Way of Silence and the Talking Cure), and Songs of Awakening, an interpretation of the
great books of the West as expressions of the inner journey and variations of the hero's tale. And,
in his book, The Death Throes of Patriarchy (the precedent for Healing Civilization), he first
offered his interpretation of the global crisis as an expression of a psychocultural phenomenon
intrinsic to civilization itself—namely, the devaluation of parenting. feminine and infantile
instinct on the part of our warrior culture—and offered a possible solution to this situation in the
harmonious development of our three brains.

Since the late 1990s, Dr. Naranjo has attended many conferences on education and has
tried to influence the transformation of the educational system in different countries. It is his
conviction that "nothing is more hopeful in terms of social evolution, than the collective
fostering of individual wisdom, compassion, and freedom." Through his book Changing
Education to Change the World, published in 2004, he has tried to stimulate the efforts of
teachers among SAT graduates who are beginning to get involved in the SAT Education project,
which offers teachers and students from schools of education a complementary curriculum in
self-knowledge, repair of parental relationships and spiritual culture. Due to these contributions,
the University of Udine conferred on him, in 2005, an Honorary Doctorate in Education.

In 2006, the Claudio Naranjo Foundation was created to apply Dr. Naranjo's proposals
concerning the transformation of traditional education into an education that does not neglect
human development on which, in his opinion, our social evolution depends.
Links
Página web personal: http://www.claudionaranjo.net

Claudio Naranjo Foundation:

http://www.fundacionclaudionaranjo.com/

The Key Editions: http://www.edicionestallave.com

Other books by Claudio Naranjo

 The old and brand new gestalt: Attitude and practice
 The agony of the patriarchy
 The only search
 Gestalt without borders
 Character and neurosis
 Between meditation and psychotherapy
 The enneagram of society. Evils of the world, evils of the soul
 Change the education to change the world
 Songs of awakening
 Vanguard Gestalt
 Things That I Come Saying
 The divine child and the hero
 For a living gestalt
 The patriarchal mind
 Healing civilization
 Transformation Through Insight