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A República de Angola é um Estado da África agora com 48 anos de independência, que se viu
refém durante anos pelo regime colonial português que perdurou até meados da década de
1970. Três foram os movimentos que lutaram para a conquista da independência de Angola:
MPLA (Movimento Popular de Libertação de Angola, liderado por Agostinho Neto
1922/1979), FNLA (Frente Nacional de Libertação de Angola, liderado por Holden Roberto
1923/2007) e a UNITA (União Nacional para Independência Total de Angola, liderado por
Jonas Savimbi 1934/2002). Nos primeiros anos após a independência, a economia angolana
estava à beira da bancarrota, isto porque ainda não se havia arrumado a casa para a
implementação do novo sistema e também devido à guerra civil entre (MPLA e a UNITA) que
teve a duração de mais de duas décadas. Mas, podemos notar que a partir dos anos 1980 a
economia angolana passou a ter um ligeiro crescimento graças às grandes empresas estatais com
destaque para as petrolíferas, que contribuíram para o crescimento econômico do país. Em
1991 tivemos o acordo de Bicesse que juntou os líderes do MPLA que representava o governo
e a UNITA como representante da maior força de oposição. O acordo serviu para a abertura
legislativa democrática e o calar das armas que muito contribui para a deterioração da
economia nacional. No ano de 1992 tivemos as primeiras eleições legislativas presidenciais,
isso depois dos partidos (MPLA e UNITA) terem cessado as guerras. As eleições terminaram
com a vitória do MPLA, quando os líderes da UNITA alegaram uma suposta fraude eleitoral e
consequentemente o reatar da guerra civil, só que desta vez com maior intensidade e que, se
estendeu até o ano de 2002.
A economia angolana entrava então assim para aquilo que seria o “virar da página”. Falamos do
período de 2002, que representa um marco histórico para a economia e política de Angola,
representada pelo final da guerra civil e a política interventiva do Estado angolano, “visto que
o país que acabara de sair da “década perdida” iniciou os anos 2000 com uma nova dinâmica
na economia [...] abriam-se perspectivas para melhorias e avanços substanciais na economia
angolana” (ABRANTES, 2005, p. 7).
Foi neste período (4 de abril 2002) que as tropas do MPLA e da UNITA cessaram as suas
diferenças com o acordo de paz que possibilitaria melhorar o ambiente econômico do país “o
governo local poderia dar início a uma série de medidas destinadas a recuperar a
economia” (ABRANTES, 2005, GOULART FILHO; CHIMBULO, 2014, p. 7). O país tinha
muito trabalho pela frente, sabendo das mazelas deixadas pela guerra “cabia ao Estado por
intermédio de intervenção na economia com política econômica intervencionista revitalizar a
economia”. Com a conquista da paz em Angola, em 2002, o Governo Angolano definiu uma
estratégia de desenvolvimento a curto, médio e longo prazo com objetivo de normalizar a vida
social, consolidar a Paz, a reconciliação nacional e lançar as bases do desenvolvimento
económico e social sustentado (BESSA, 2013), o que desafiaria as empresas em território
nacional neste que era o objectivo traçado pelo país, uma vez que o mesmo começara a abraçar
o que ficou conhecido pelo mundo como globalização.
A análise financeira permite que as empresas avaliem sua saúde financeira, identifiquem
pontos críticos e tomem decisões estratégicas para melhorar sua situação. É por meio da
análise financeira que é possível entender a capacidade de pagamento da empresa, verificar sua
rentabilidade, identificar despesas excessivas e oportunidades de investimento, entre outras
informações valiosas.
Além disso, a análise financeira é importante também para acompanhar a evolução da empresa
ao longo do tempo e fazer projeções para o futuro. Com base em indicadores financeiros como
fluxo de caixa, lucro líquido e retorno sobre investimento, é possível traçar planos de ação para
garantir o equilíbrio financeiro em longo prazo.
Toda a empresa tem como um dos principais Objectivos o alcance do equilíbrio financeiro,
independentemente do seu porte ou segmento de actuação. Conseguir manter as finanças em
ordem, honrar compromissos e investir em novos projetos é fundamental para o sucesso a
longo prazo. E para alcançar esse equilíbrio financeiro, a análise financeira se mostra como
uma ferramenta indispensável.
Problemática
Para a elaboração do presente trabalho, formulou-se a seguinte questão: Será que a empresa
XYZ apresenta uma estrutura financeira equilibrada?
Hipótese
Segundo Carvalho (2009, p. 122) a hipótese propõe uma resposta suposta, provável e
provisória para o problema formulado. Com base nesta teoria formulamos algumas hipóteses
que servirão de fundamento á investigação:
H: A empresa XYZ, apresenta uma estrutura financeira equilibrada.
H2: A empresa XYZ, não apresenta uma estrutura financeira equilibrada.
Objectivo Geral
Objectivo Especifico
Instrumento de investigação
Para a realização da pesquisa de investigação utilizamos os seguintes instrumentos:
Balanço patrimonial;
Demonstração de resultado;
Demonstração de fluxo de caixa.
Delimitação do tema
O presente trabalho delimita-se na análise do equilíbrio financeiro de uma empresa. O estudo
será feito analisando as demonstrações financeiras da empresa XYZ. Para o período de 2019 à
2020.
Importância do tema
O tema em questão é bastante importante na medida em que permite aos gestores assim como
aos outros utilizadores da informação financeira conhecerem a viabilidade, a estabilidade bem
como a lucratividade de um negócio através da utilização de um conjunto de instrumentos e
métodos que permitem realizar diagnósticos sobre a situação financeira de uma empresa, e
assim averiguar se a estratégia adotada pela empresa lhe permite alcançar o equilíbrio
financeiro caso contrário, partir por uma que lhe permita alcançar tal equilíbrio.
Metodologia
Segundo a descrição de Gil (2010, p16), a metodologia é o estudo dos métodos, isto é, o
estudo dos caminhos para se chegar a um determinado fim com o Objectivo de analisar as
características dos vários métodos indispensáveis, tais como: avaliar capacidade, limitações e
críticas aos pressupostos quanto a sua utilização.
Método: Segundo Ortega (p11), é o conjunto de diversas etapas ou passos que devem ser
dados para a realização da pesquisa.
Para o sucesso dos objectivos do presente trabalho, utilizou-se os seguintes métodos: Método
comparativo, advém da investigação de indivíduos, classes, fenómenos ou factos, com vista
ressaltar as diferenças e as similaridades entre eles. Este método vai ajudar-nos a analisar e
comparar as demonstrações de resultados bem como os balanços da empresa XYZ nos anos em
análise a fim de se determinar a estrutura da empresa. Gil (2010, p16).
Método de Exploração, tem como objectivo identificar o problema, suas características e
comparar os quocientes obtidos por um período determinado de tempo. Por meio da mesma
busca-se conhecer com maior profundidade o assunto de modo a torná-lo mais claro ou
construir questões importantes para a conclusão da pesquisa. (LAKATOS E MARCONI,2003,
P.80).
Tipos de pesquisa
Estrutura do trabalho
Este capítulo trata de modo geral dos conceitos básicos e objectivos da análise financeira,
instrumentos de analise, bem como os métodos e técnicas utilizadas nos processos de análise
financeira.
Fizemos uma breve apresentação sobre a empresa, apresentamos também os resultados obtidos
pela mesma ao longo do período em análise e demonstramos a situação financeira desta,
determinando a sua condição de equilíbrio financeiro,
INDICE
CAPITULO I – CONCEITOS SOBRE ANÁLISE FINANCEIRA
A análise financeira a uma empresa, permite avaliar a situação e evolução da empresa assim
como antecipar o seu comportamento futuro. Então, a “(…) análise financeira relaciona-se com a
avaliação da viabilidade de um negócio ou projeto e a capacidade deste gerar lucro (…) “(Roda,
2011, pág.27).
Em suma, a análise financeira permite o controlo financeiro da empresa pela gestão através da:
Realização da política financeira;
Equilíbrio financeiro;
Rendibilidade;
Risco;
Valor criado pela gestão.
A FUNÇÃO FINANCEIRA E A ANÁLISE FINANCEIRA
A função ocupa um lugar importante entre a empresa no seu conjunto, através de várias
técnicas: Contabilidade, tesouraria, auditoria, fiscalidade, etc., que servem de base à
informática, a estatística, controlo de gestão, etc., e aos acionistas credores, fisco, etc.
Função financeira: Segundo Benzinho e Rodrigues (Pág. 12, 1995), é um conjunto de pessoas
e serviços que, numa organização assumem a sua gestão financeira, através de preparação e
execução das decisões financeiras.
Esta função prepara e executa as decisões financeiras e o seu poder de decisão depende da
dimensão e estrutura da empresa. O poder da função financeira está associado a orientação e
metas a atingir, não podendo pôr em causa a política financeira da empresa. O que nos permite
distinguir a preparação e decisão é o papel da função financeira na definição da política geral e
financeira.
A análise financeira tem como objectivo analisar o desempenho histórico da empresa e avaliar
a sua saúde financeira, para que esta alcança o desenvolvimento pretendido e a sua
sobrevivência no seu ambiente concorrencial. Como todas as empresas atuam num dado
contexto sectorial, também se pode verificar se está se encontra dentro dos parâmetros médios
do sector, e qual o grau de cumprimento dos objectivos traçados. As informações
contabilísticas e financeiras têm grande importância na medida em que permitem que as
empesas determinem o seu posicionamento face ao respectivo sector de actividade.
Assim, é de salientar que a análise financeira pode ser realizada tendo em vista a situação da
empresa num dado momento – análise estática – ou, avaliar a empresa do ponto de vista
evolutivo – análise dinâmica – sendo importante investigar o que aconteceu nos exercícios
económicos anteriores, para melhor se puder diagnosticar e compreender a situação da empresa
um dado momento e prever o que irá acontecer no futuro.
Todas as empresas necessitam de meios financeiros. Alguns desses meios são próprios, os
restantes são provenientes do exterior e constituem os chamados capitais alheios quer exigíveis
a curto prazo, quer a médio e longo prazo. Portanto, a análise financeira, é um dos objectivos da
função financeira, a qual, por sua vez, se insere na gestão financeira (que tem por objetivo a
gestão das tarefas/objectivos que integram a função financeira) e global da empresa ao lado da
gestão da produção, comercial de recursos humanos, gestão de stock etc.
No âmbito de atuação a análise financeira tem como objectivos mais restritos, podendo ser
desenvolvida em duas perspetivas diferente interna e externa. Análise financeira interna pode
ser inserida no próprio departamento financeiro ou numa área de controlo de gestão e visa
acompanhar a evolução da empresa (equilíbrio financeiro, rendibilidade e respectivos
condicionantes). Análise financeira externa visa, no essencial, fornecer informações a
investidores e credores atuais.
DOCUMENTOS DE BASE PARA A ANÁLISE FINANCEIRA
O balanço;
A demonstração de resultados;
A demonstração dos fluxos de caixa;
Demonstrações das alterações do capital próprio;
Notas anexas.
Fornecedores e outros credores - Determinar se as quantias que lhes são devidas serão pagas
dentro do prazo. Avaliar a capacidade da entidade em operar de forma continuada, caso
estejam dependentes da entidade.
Clientes - Avaliar a capacidade da entidade em operar de forma continuada, caso haja
assumido compromissos de longo prazo com a entidade ou dela estejam dependentes.
Público - Ajudar a avaliar a utilidade da entidade em diversos níveis como por exemplo a
capacidade de emprego e de desenvolvimento de negócios como cliente.
O BALANÇO
Para Aires Lousã, balanço é um mapa que representa a situação patrimonial da empresa num
determinado momento, em termos da sua composição e valor.
Capital Próprio
Activo
Passivo
Activo: Representa o total das aplicações de recursos realizados pela empresa. Aplicações essas
que dependem de origens de fundo. Por sua vez, as origens de fundo são os capitais alheios e
os capitais próprios ou situação liquida (que resultam da diferença entre o activo e capitais
alheios).
No balanço, o activo representa a soma entre capital de terceiro e o património líquido:
Activo = Capitais alheios + Situação líquida
O activo divide-se em duas categorias principais: Activos não correntes, compreende todas as
contas necessárias ao correcto funcionamento da empresa e se espera que permaneçam na posse
da entidade por um período superior a um ano.
O activo não corrente é constituído pelos seguintes elementos:
Imobilizações corpóreas: Fazem parte deste grupo, todos os bens materiais (móveis ou
imóveis) utilizados na actividade operacional da empresa e que não se destinam a
transformação ou comercialização e apresentam um caracter de permanência na
empresa por um prazo superior a um ano. Ex: Terrenos, edifícios, máquinas etc.
Existência: Tidas como mercadorias pelas empresas comerciais, são todos os bens
adquiridos pela empresa no intuito de revendê-los, e que não se destinam a
transformação. Nas empresas industriais, são consideradas existências, as matérias-
primas, subsidiárias e de consumo destinadas a transformação durante o processo
produtivo para aquisição de produtos finais.
Contas a receber: são os direitos que a empresa possui para receber em um futuro
próximo. Expressam as contas a receber de clientes, a provisão para devedores
duvidosos e os descontos de duplicatas.
Capital próprio: É composto pelo capital inicial e pelo capital adquirido ou ainda, é o interesse
residual nos activos da entidade depois de deduzir todos os seus passivos. É o valor
patrimonial da organização. O capital próprio é composto pelas seguintes contas:
Reservas de lucro: São contas formadas com a apropriação dos lucros das empresas.
Reservas de capital: São constituídas por todos os valores que ingressaram na empresa
sem transitar pelas contas de resultados. São registados como reservas de capital, por
exemplo: as doações e subvenções para investimento, o ágio na emissão de acções e o
prémio na emissão de debêntures.
Passivos não correntes, que se espera que venham a ser pagos pela entidade num
período superior a um ano.
Passivos correntes, que se espera que venham a ser liquidados pela entidade num
período até um ano.
Demonstração de Resultados
Resultado líquido corresponde ao lucro ou prejuízo que a empresa obteve com o seu
desempenho durante um determinado exercício económico e define-se como a
diferença entre proveitos e custos.
Dito em outras palavras, a demonstração de fluxo de caixa tem como objectivo apresentar as
alterações verificadas de caixa e de seus equivalentes, atendendo aos fluxos monetários,
agrupados pelas actividades operacionais, de investimento e de financiamento. Fluxos de caixa
são constituídos pelos influxos (recebimentos, entradas) e exfluxos (pagamentos, saídas) de
caixa e seus equivalentes.
Análise rubrica a rubrica ou por leitura direta - o recurso aos métodos atrás enunciados
não exclui a análise rubrica a rubrica das demonstrações financeiras. Esta permite a deteção de
saldos de natureza anómala ou que não seriam plausíveis de encontrar.
A classificação mais comum divide os variados indicadores existentes de acordo com a sua
natureza, podendo esta ser, por exemplo, financeira, económica, econômico-financeira ou
técnica. Assim, uma forma de agrupar os indicadores poderá ser a seguinte:
Indicadores de mercado: este tipo de rácios não é aplicável a todo o tipo de empresas,
restringindo-se àquelas que se encontram cotadas em bolsa. Estes relacionam grandezas do
balanço ou da demonstração de resultados com as cotações das ações das empresas, que se
traduzem em informações essenciais para todos os interessados em investir no mercado de
capitais.
Uma vez que não seria viável enumerar todos os indicadores, no presente trabalho serão
apenas enunciados os mais utilizados na análise do equilíbrio financeiro de uma organização.
CAPÍTULO II: ANÁLISE DO EQUILIBRIO FINANCEIRO
Neste capítulo será tratada a importância do equilíbrio financeiro para uma empresa, tendo por
base tanto a abordagem patrimonial, como também uma abordagem mais informativa para a
empresa, a funcional. Será analisada a forma de gestão, as razões e as vantagens em obter este
equilíbrio através das duas vertentes referidas, e, por outro lado, os efeitos negativos que um
desequilíbrio financeiro pode trazer a uma empresa,
O equilíbrio financeiro apresenta-se como uma das ações base da gestão de uma empresa.
Toda a administração de uma empresa em conjunto com o seu departamento financeiro
pretende alcançar a estabilidade financeira. Para isso é necessário existir uma preocupação
constante em manter um equilíbrio funcional entre os recursos que a empresa detém e as
aplicações que realizou ao longo dos seus ciclos financeiros. O equilíbrio financeiro é um
conceito que acompanhou a evolução de uma abordagem patrimonial para uma abordagem
funcional, desde as noções de fundo de maneio à introdução da importância da tesouraria nesse
mesmo equilíbrio.
A primeira é a Abordagem Tradicional, em que Moreira (1997) define como sendo a “mais
recente e em ascendente importância no seio da análise financeira, propõe o estudo do
equilíbrio financeiro a partir da confrontação da temporalidade dos recursos e aplicações da
empresa ou, o que é o mesmo, a partir da confrontação temporal da exigibilidade das
responsabilidades da empresa com a liquidez dos respectivos activos” (p.135).
A segunda é a designada Abordagem Funcional, que Moreira (1997) descreve como sendo a
“mais recente e em ascendente de importância no seio da análise financeira, propõe o estudo a
partir da consideração, adicional à temporalidade dos recursos e aplicações, dos diversos ciclos
de negócios da empresa: ciclo de operações de capital, ciclo de exploração e ciclo de
operações de tesouraria” (p.135 e 136). Esta abordagem tem como principal indicador a
Tesouraria Líquida (TL), determinada a partir das Necessidades de Fundo de Maneio (NFM) e
do Fundo de Maneio Funcional (FMF). As Abordagens Tradicional e Funcional têm como
base as massas de capitais e de activos do balanço.
A escolha de um tipo de técnica: dinâmica ou estática, dentro desta última, a escolha por um
lado da Abordagem Tradicional utilizando o Fundo de Maneio (FM) e por outro lado a
abordagem funcional via Tesouraria Líquida (TL). O ideal será a análise conter ambas as
abordagens. Iniciaremos com a Abordagem Tradicional e depois passaremos à Abordagem
Funcional.
Entende-se por liquidez a capacidade que a empresa tem para solver os seus compromissos de
curto prazo. Sempre que existe liquidez considera-se que a empresa está em equilíbrio de curto
prazo, já que o equilíbrio financeiro de médio e longo prazo (solvabilidade) aparece como
resultante da sequência de equilíbrios de curto prazo. Associado ao equilíbrio financeiro de
curto prazo, existe a possibilidade de ser analisado de acordo com duas perspectivas: a
Abordagem Tradicional e a Abordagem Funcional. Começaremos por abordar, como referido
primeiramente, a Abordagem Tradicional.
O estudo do equilíbrio financeiro de curto prazo pode ser feito recorrendo aos conceitos de
Tesouraria (numa perspectiva de números absolutos) ou de Liquidez (numa vertente de
números relativos ou rácios).
Mediante esta análise patrimonial, o equilíbrio financeiro poderá alcançar-se através das
seguintes situações:
Uma empresa deve ter como exigibilidade própria o equilíbrio financeiro mínimo. Para o
conseguir, necessita que o seu grau de liquidez das aplicações seja pelo menos igual ao grau de
exigibilidade das origens, procurando garantir uma primeira condição de rutura de tesouraria,
ao não consentir que se vençam mais depressa os capitais postos à disposição da empresa do
que fiquem disponíveis os ativos que aqueles financiam (Mota e Custódio, 2008). Assim, a
empresa deve garantir que os capitais utilizados para financiar os seus ativos permaneçam à
sua disposição durante o período de duração desses mesmos ativos. Contudo, a regra do
equilíbrio financeiro mínimo não assegura o equilíbrio da estrutura financeira da empresa. Para
tal acontecer, é necessário que se verifique a situação referida acima, o ativo circulante tem de
exceder o valor do passivo circulante, pois é possível que alguns destes não possuam um grau
de liquidez suficiente para permitir fazer face às obrigações de curto prazo. A não verificação
desta regra pode resultar na asfixia da empresa, uma vez que o conjunto de ativos com maior
liquidez será insuficiente para liquidar as obrigações com prazo inferior a um ano (Esperança e
Matias, 2009).
Porém, numa análise conclusiva, retira-se que o fundo de maneio apresenta-se como um
indicador estático na abordagem patrimonial, visto que é calculado com base nos valores do
balanço para determinada data. Desta forma, afasta da sua determinação fatores importantes
dentro de uma empresa, como o tipo de atividade da empresa e o seu dinamismo, ignorando
também a especificidade da atividade e dos ativos e passivos de curto prazo.
Martins (2002) diz-nos que na regra de ouro da gestão financeira “os capitais utilizados pela
empresa no financiamento dos seus activos devem ter uma maturidade (período durante o qual
estão ao seu dispor) igual, ou superior, à vida económica destes (período de permanência na
empresa) ” (p.89). Se assim não for, o desequilíbrio nas opções de financiamento conduzirá,
mais tarde ou mais cedo, a dificuldades de tesouraria, dada a diferença entre os ciclos de
recursos e aplicações.
Fundo de Maneio
O fundo de maneio pode ser calculado de duas formas distintas, partindo da equação
fundamental do balanço:
AC + AF = ECP + CP’
FM = CP’ – AF
FM = AC – ECP
EQUILIBRIO FINANCEIRO
Com efeito, é necessário que os capitais utilizados por uma empresa para financiar um
elemento do activo, devem poder ficar à sua disposição durante o período que corresponda,
pelo menos, ao da duração do elemento activo adquirido com esses mesmos capitais. Estamos,
assim, a respeitar um importante princípio de equilíbrio: regra do equilíbrio financeiro
mínimo.
A aquisição de um equipamento cujo grau de liquidez é lento não se deverá efectuar com base
num crédito exigível a curto prazo, mas sim através de capitais permanentes. Na verdade, é
essencial que os recursos financeiros utilizados na compra de uma máquina permaneçam na
empresa o tempo necessário para que sejam criados, através de mecanismos das amortizações
e dos lucros gerados e retidos no seu interior, os meios líquidos para fazer face ao respectivo
reembolso, no caso obviamente, do financiamento ser garantido através de recursos alheios.
A compra de matérias primas ou materiais diversos é viável, pelo menos parcialmente, através
do recurso ao crédito a curto prazo, pois, geralmente e neste período, as matérias primas são
transformadas, os produtos acabados vendidos e as respectivas receitas cobradas, de modo a
fazer face em tempo oportuno ao pagamento das dívidas contraídas.
Indicadores de liquidez
A analise do equilíbrio financeiro da empresa também pode ser feito, recorrendo aos números
relativos ou rácios. Para o efeito, procede-se, geralmente, o exame de liquidez (ou
solvabilidade a curto prazo).
A liquidez representa a capacidade que a empresa dispõe para fazer face aos seus
compromissos de curto prazo. Ou seja, para além de atender à sua capacidade de
endividamento temos também de analisar o grau de liquidez do negócio. A liquidez dos
activos da empresa deve ser suficiente para fazer face às obrigações de curto prazo.
Entretanto, o mais comum é o estudo da liquidez através de três rácios: liquidez geral, reduzida
e imediata.
LIQUIDEZ GERAL
É frequente afirmar-se que este rácio não deve ser inferior a 2, contudo convém salientar que a
liquidez da empresa depende:
LIQUIDEZ REDUZIDA
A Liquidez Reduzida é muito semelhante à Liquidez Geral, porque esta também permite medir
a capacidade da empresa para solver os seus compromissos de curto prazo. Contudo, a liquidez
reduzida excluí as existências, ou seja, exclui a parte do Activo Circulante que tem um menor
grau de liquidez, admitindo assim que as existências não poderão ser transformadas de
imediato em dinheiro.
É usual considerar-se que o valor deste rácio não deve ser inferior a 1,5. Contudo, devido a
vários factores, poderá dizer-se que, em empresas bem geridas, são suficientes os valores entre
0,9 e 1,1.
LIQUIDEZ IMEDIATA
Poder-se-á considerar este indicador como um dos mais importantes no grupo dos indicadores de
atividade. O principal objetivo deste indicador é o de medir o tempo médio que os clientes demoram
a pagar à empresa.
A principal vantagem apontada à utilização deste indicador refere-se ao facto de permitir identificar
possíveis necessidades de alterações associadas ao comportamento do departamento de cobranças
da empresa, nomeadamente se se estiver perante um valor elevado, como refere Neves (2012).
Através deste também é possível retirar algumas conclusões acerca do poder negocial da empresa
perante os seus clientes. No entanto, na construção deste indicador vários aspetos fulcrais deverão
ser tidos em consideração. Por exemplo, o construtor do indicador deverá ter presente que a base do
numerador e denominador deve ser a mesma. Uma vez que o saldo contabilístico da conta clientes
inclui IVA, também no denominador deverá ter incorporado este imposto. Um outro aspeto a ter em
atenção quando se procede à comparação deste indicador com o de outra empresa, é o ramo de
atividade em que a empresa se insere, uma vez que este está largamente dependente do sector. Uma
limitação apontada a este indicador deve-se ao facto de, maioritariamente, ser considerado o saldo
de clientes do final do exercício. Na opinião de Neves (2012), este indicador traduzir-se-á num valor
mais próximo da realidade se se optar por considerar um saldo médio de clientes.
Os indicadores de atividade mais utilizados que permitem retirar ilações relativamente à permanência
de inventários em armazém são: a duração média de inventários, que se traduz no tempo médio que
os inventários ficam em armazém, e a rotação dos inventários, que transmite informação
relativamente ao número de vezes que o inventário é renovado num determinado período de tempo,
normalmente o ano contabilístico.
No que diz respeito às vantagens na utilização destes indicadores, poderemos considerar como um
aspeto positivo do primeiro indicador (DMI) o facto de a análise do tempo de permanência média em
armazém permitir identificar se a empresa apresenta “monos” em stock, o que alerta para a
necessidade de se desfazerem deles, assim como inferir acerca da eficiência da gestão de inventários.
A eliminação dos “monos” poderá ser apenas uma solução de curto prazo, havendo a necessidade de
identificar e corrigir uma ineficiente gestão de stocks para obter melhorias de médio/longo prazo,
evitando-se assim a criação de novos “monos”. Conforme as características da empresa, a análise da
duração média de inventários poderá ser decomposta, avaliando-se apenas a permanência de
matérias-primas ou de mercadorias, por exemplo. Relativamente ao indicador de rotação de
inventários, uma das vantagens que apresenta é o facto de permitir fazer uma avaliação da gestão de
stocks da empresa, identificando-se através deste possibilidades de redução de custos de
armazenagem e de ações que permitam um aumento na eficiência, por exemplo, evitar ruturas de
stock. Os principais aspetos a ter em atenção na utilização destes indicadores relacionam-se com a
atividade desenvolvida pela empresa, a duração do processo produtivo e as políticas de gestão de
stocks adotadas. Alguns autores consideram como limitativo o uso do saldo de inventários de final de
exercício no cálculo destes indicadores, devendo optar-se pela utilização do saldo médio de
inventários. Em empresas que operam com algum grau de sazonalidade poderá acontecer, por
exemplo, que para fazer face a grandes encomendas no período de final de ano (época festiva), sejam
obrigados a aumentar os stocks, o que poderá não se verificar na época de verão, e vice-versa, não
correspondendo, por isso, o valor de inventários de final de ano à realidade da empresa.
O FMF representa a parte dos capitais permanentes de uma empresa que não é absorvida no
financiamento dos ativos não correntes, e como tal poderá ser canalizado para o financiamento (parcial
ou total) das necessidades do ciclo de exploração. Neste âmbito destaca-se que o capital permanente
deve financiar o ativo não corrente e servir de margem de segurança necessária para fazer face a
imprevistos ou diferenças relevantes entre os prazos de exigibilidade do passivo e de realização do
ativo. Segundo Breia et al. (2014, p.74) «(…) deverá ainda cobrir as rubricas de curto prazo afetas ao
ciclo de exploração e não cobertas pela própria exploração (fornecedores) dado que tem caraterísticas
de «imobilização» (renovação de forma mais ou menos continuada)». Constata-se no FM uma natureza
essencialmente estática, dado que a sua evolução temporal depende de variáveis empresariais de
natureza essencialmente estrutural: as políticas de investimento em ativos não correntes, as políticas de
amortização do imobilizado, a rendibilidade global, a política de distribuição de dividendos e também
as políticas de financiamento (Silva, 2010). Desta forma e de modo a ser coerente com o princípio de
continuidade em que assenta a realização das demonstrações financeiras, a sua análise não deve ser
dissociada da natureza e nível de atividade, da rendibilidade e da tesouraria de exploração empresarial,
conferindo assim um maior valor à sua avaliação.
Nesse caso o FM poderá ser negativo desde que as NFM sejam ainda mais negativas (é o caso
frequente, por exemplo, das empresas da grande distribuição).
Assim sendo, a adequação do FM pressupõe uma análise prévia à estrutura do ativo circulante,
quer sob a perspetiva do equilíbrio financeiro, quer sob a perspetiva económica ou da
maximização da sua rendibilidade.
A inexistência de uma correta adequação do FM pela sua insuficiência, poderá levar a um peso
exagerado dos créditos de funcionamento (fornecedores, outros credores e créditos de curto
prazo), fazendo com que a estrutura financeira das empresas esteja permanentemente sob
pressão, dando lugar ao incumprimento das responsabilidades assumidas e à diminuição dos
proveitos operacionais porquanto do consumo exagerado de recursos pela função financeira.
Referem Pires (2006) e Ferreira e Macedo (2011), que embora uma situação de desequilíbrio
financeiro de curto prazo não traduza, necessariamente, uma situação de fracasso empresarial
na medida que este desequilíbrio poderá ser resultante de uma estrutura de financiamento
desadequada, é importante ter a noção que não raras vezes, processos de insolvência iniciam-se
com desequilíbrios financeiros de curto prazo que vão deteriorando a exploração e, numa
espiral de dependência de recursos de curto prazo insuficientes, entram em processo de
insolvência.
Por outro lado, o excesso de FM dado pelo FM superior ao que é exigido pelas condições
normais de funcionalidade, leva a uma quebra nas rendibilidades quer seja porque representa
capitais subaproveitados, quer porque se incorreu em financiamentos desnecessários e,
consequentemente se está a suportar incorretamente o custo desse financiamento. Por tudo
isso, conclui-se que o FM só assume a sua eficácia na avaliação do equilíbrio financeiro de
curto prazo, quando a sua análise estiver associada aos níveis de capitais exigidos pelo ciclo de
exploração, assegurando a manutenção da atividade normal da empresa. Salienta-se ainda que
é fundamental a correta adequação dos níveis de FM, dado 19 que um FM desajustado
influencia negativamente a tesouraria, os resultados e consequentemente o valor da empresa
(Baños-Caballero et al. 2013b).
As necessidades cíclicas de uma empresa são compostas por todas as contas relacionadas com
operações do ciclo de exploração e que necessitam de financiamento, como clientes,
inventários, adiantamentos a fornecedores e pagamentos ao Estado. Estas necessidades
representam investimentos com carácter de permanência dependentes da gestão operacional
realizada e são financiadas pelos recursos financeiros de exploração da empresa, os recursos
cíclicos. Estes recursos têm por base as dívidas a terceiros que a empresa contraiu a curto
prazo, abrangendo aos adiantamentos a clientes, os créditos obtidos tanto de fornecedores
como do Estado, e também diferimentos e possíveis descontos de letras. Posto isto, a análise
de uma empresa às suas necessidades de fundo de maneio proporciona uma avaliação
financeira a nível operacional, sendo que o valor ideal deste indicador dependerá da
capacidade negocial da empresa, das práticas de gestão e do tipo de negócio.
Consoante o tipo de negócio que uma empresa exerça, o seu ciclo de exploração terá variações
na sua duração. Quanto mais longo for este ciclo, maior tendência haverá para o valor das
necessidades ser mais elevado. Quando se verifica um valor positivo, a empresa encontra-se
num momento em que necessita de aumentar os seus recursos cíclicos para fazer face às
necessidades cíclicas que já possui. Pelo contrário, em empresas como um ciclo de exploração
curto, nomeadamente quanto executam vendas a pronto e apenas realizam pagamentos num
prazo mais alargado, as necessidades de fundo de maneio tornam-se negativas, o que significa
que existem excedentes no ciclo de exploração e este terá capacidade para libertar fundos.
Tesouraria líquida
Como o resultado final da tesouraria líquida dependente de toda a atividade da empresa, seja a
curto ou a médio e longo prazo, existem vários cenários com que a empresa se pode deparar.
Como já foi referido anteriormente, existem casos em que estes indicadores são negativos,
fruto de um ciclo de exploração da empresa de duração reduzida. Este panorama possui um
risco financeiro associado dado que o valor do fundo de maneio é negativo e poderá levar à
incapacidade de gerar meios para liquidar as exigibilidades de curto prazo.
A tesouraria líquida apresenta um valor negativo
Por fim, quando ambos apresentam indicadores negativos, a empresa encontra-se numa
situação financeira com risco elevado, dado que existe a possibilidade de o ativo fixo ser
financiado pela tesouraria da empresa, significando um desequilíbrio financeiro na sua
estrutura. Sempre que a tesouraria se encontra negativa, recomenda-se que a empresa tome
medidas que garantam o equilíbrio financeiro no futuro (Carrilho et al, 2005).
O FM representa um indicador essencialmente estático, pelo que a sua análise não deve ser
dissociada da natureza e nível de atividade empresarial, devendo-se promover uma análise
comparativa com o nível das NFM. Da diferença entre estes dois conceitos (FM e NFM)
resulta a TL.
TL = FM - NFM
Essa relação sugere que para um maior equilíbrio estrutural da situação de tesouraria, o FM
deverá no mínimo igualar as NFM, ou seja, TL=0. É claro que o caso da rigorosa igualdade
entre o FM e as NFM, não é mais do que uma hipótese académica, sendo na realidade o seu
acontecimento, algo casual e necessariamente passageiro.
Porém, manter uma tesouraria próxima de zero, é a expressão de uma lógica de gestão
financeira coerente. A prática da tesouraria zero protege a empresa contra riscos simétricos que
constituem por um lado, a eliminação do excesso de liquidez duradoura e, por outro lado, a
dependência face às entidades que concedem empréstimos a curto prazo (Duarte, 2009).
Ciclo de investimento
Este ciclo engloba todas as decisões e atividades relacionadas com a gestão dos investimentos
da empresa. Compreende os pagamentos e recebimentos de atividades não correntes, como
também a aquisição e alienação de ativos fixos.
Ciclo operacional
Este ciclo corresponde às atividades normais da empresa. É subdividido no ciclo das operações
de capital, que se prende com a obtenção de fundos estáveis para o financiamento dos ativos
permanentes, e no ciclo das operações de tesouraria, que por sua vez relaciona-se com a gestão
das disponibilidades, assegurando a cobertura financeira a curto prazo.
Ciclo de exploração
Corresponde às atividades correntes que geram valor para a empresa, como o
aprovisionamento, a produção e a comercialização. Estas operações implicam o consumo e a
aquisição de recursos para financiar clientes e o inventário, reproduzindo custos e rendimentos
para a empresa. Para diminuir as necessidades de financiamento deste ciclo, a empresa deve
aumentar o tempo de retenção dos recursos cíclicos e diminuir esse tempo no que concerne às
necessidades cíclicas.
Através desta avaliação e do cálculo desta equação, a empresa perceberá se se encontra numa
situação de equilíbrio ou desequilíbrio financeiro, sendo que, para registar esse equilíbrio, terá
de forçosamente obter um nível de tesouraria líquida igual ou superior a zero.
FM>0, NFM>0, TL <0 – trata-se de uma situação em que o fundo de maneio sendo positivo,
não é suficiente para financiar as necessidades cíclicas de exploração, sendo parte destas
financiadas por recursos alheios de curto prazo.
FM<0, NFM<0, TL<0 – apesar deste cenário configurar uma situação gravosa tal como no
caso anterior, existem neste caso excedentes cíclicos de exploração que financiam parte da
insuficiência de capitais permanentes. Contudo, tal como no cenário anterior, o desequilíbrio
financeiro é inequívoco, e traduz-se na insuficiência de capitais permanentes.
FM<0, NFM<0, TL>0 – neste cenário, apesar da situação ser substancialmente idêntica ao
caso anterior, os excedentes cíclicos de exploração superam as insuficiências ao nível do fundo
de maneio. Sendo uma situação em que existem excedentes de tesouraria, trata-se de um
cenário de risco extremo.
Em face dos cenários que se colocam, é possível caracterizar as seguintes estratégias ao nível
do equilíbrio financeiro:
ESTABILIDADE FINANCEIRA
Embora não se possam estabelecer regras fixas que ditem genericamente a composição
correspondente a perfeita estabilidade, podem-se indicar algumas bases de orientação,
nomeadamente:
A empresa tem que se financiar maioritariamente com capitais próprios e dentro dos capitais
alheios tem de preferir os de maior permanência;
A empresa deve procurar financiar os activos de maior permanência com capitais próprios;
Seguidamente prosseguiremos com à análise do equilíbrio financeiro, mas agora a médio e longo
prazo. Neste equilíbrio, o que está em causa é a independência da empresa face aos credores, a sua
capacidade para negociar dívidas e ainda o próprio acesso aos empréstimos. Pretende-se com isto
analisar o grau de solidez patrimonial da empresa em períodos longos, que é a capacidade que a
empresa possui para solver os seus compromissos em prazos dilatados.
Uma empresa tem equilíbrio financeiro numa perspectiva de médio e longo prazo, quando
existem condições para a manutenção ano após ano, das condições genéricas de equilíbrio de
curto prazo, ou, por outras palavras, quando tem solvabilidade e se encontram cobertos os
riscos inerentes à actividade que a possam comprometer.
Ou, por outras palavras os capitais permanentes deverão garantir a cobertura financeira do
imobilizado líquido e do fundo de maneio necessário. Na verdade:
FM = C.Perm. – IL
Se: FM = FMN
O equilíbrio financeiro de uma empresa não pode ser estudado apenas numa perspectiva de
curto prazo.
Uma empresa pode ter um fundo de maneio suficiente, que lhe permita estar equilibrada
financeiramente a curto prazo, e não pode possuir perspectivas de manutenção desse equilíbrio
nos anos subsequentes.
• Cobertura, por capitais próprios, dos riscos inerentes à actividade, como garantia da
sobrevivência da empresa;
• Exploração rentável