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• Divisão de Ensino
Direção do CFAP
Diretor - Cel PM Alfredo José Souza Nascimento
Diretor Adjunto -Ten Cel PM Lucas Miguez Palma
Equipe Pedagógica
Chefe da Divisão de Ensino: Maj PM Helena Carolina Jones da Cunha
Coordenadora dos Batalhões-Escola: Maj PM Karina Silva Seixas
Instrutor–Chefe: Cap PM Guttemberg Loiola de Carvalho dos Santos
Seção Técnica Pedagógica e Design: Sub Ten PM Karina da Hora Farias
Seção Técnica Pedagógica: Sub Ten PM Lindinalva Brito da Silva
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................................. 04
2. CONCEITO DE SOCIOLOGIA .................................................................................................. 04
2.1 OUTROS CONCEITOS DE SOCIOLOGIA .............................................................................. 04
2.2 OBJETIVO DA SOCIOLOGIA ................................................................................................... 05
2.3 PAPEL DO SOCIÓLOGO ............................................................................................................ 05
3. HISTÓRICO DA SOCIOLOGIA ................................................................................................ 05
3.1 RENASCIMENTO ..............................................................................................................................06
3.2 ILUMINISMO OU ÉPOCA DAS LUZES ......................................................................................10
4. OS AUTORES CLÁSSICOS DA SOCIOLOGIA ...................................................................... 11
5. CONCEITOS UTILIZADOS PELA SOCIOLOGIA. ................................................................ 14
6. OS AGRUPAMENTOS SOCIAIS. .............................................................................................. 15
6.1. GRUPO SOCIAL E NATUREZA HUMANA ............................................................................ 15
6.2. TIPOS DE AGRUPAMENTOS. .................................................................................................. 15
6.3. MULTIDÃO.................................................................................................................................. 15
6.4. PÚBLICO ...................................................................................................................................... 16
7. INSTITUIÇÕES SOCIAIS. .......................................................................................................... 17
7.1 INSTITUIÇÃO FAMILIAR .......................................................................................................... 18
7.2 INSTITUIÇÃO RELIGIOSA. ....................................................................................................... 19
8. ESTRATIFICACÃO SOCIAL ...................................................................................................... 20
9. CLASSE SOCIAL .......................................................................................................................... 22
10. MOBILIDADE SOCIAL............................................................................................................... 22
11. MUDANÇA SOCIAL ................................................................................................................... 22
12. ELITES............................................................................................................................................ 22
12.1. TIPOS DE ELITES ....................................................................................................................... 23
13. PROCESSOS SOCIAIS. ............................................................................................................... 24
14. COMPORTAMENTO SOCIAL................................................................................................... 24
15. ISOLAMENTO SOCIAL .............................................................................................................. 25
15.1 ISOLAMENTO ESPACIAL ......................................................................................................... 26
15.2 ISOLAMENTO ESTRUTURAL .................................................................................................. 26
15.3 ISOLAMENTO HABITUDINAL ................................................................................................ 26
15.4 ISOLAMENTO PSÍQUICO ........................................................................................................ 27
15.5 MECANISMOS QUE REFORÇAM O ISOLAMENTO SOCIAL ............................................ 27
16. INTEGRAÇÃO SOCIAL .............................................................................................................. 28
17. CONTROLE SOCIAL ................................................................................................................... 28
17.1 A IMPORTÂNCIA DOS CONTROLES INFORMAIS................................................................30
17.2 CONTROLE DE POLÍCIA NO BRASIL.......................................................................................31
18. CAPITALISMO ............................................................................................................................. 37
19. GLOBALIZAÇÃO E MISÉRIA SOCIAL ................................................................................... 37
20. O NEOLIBERALISMO ................................................................................................................. 38
20.1 O DESEMPREGO ......................................................................................................................... 39
21. PROBLEMAS SOCIAIS ............................................................................................................... 40
21.1 A FOME......................................................................................................................................... 40
21.2 O DESEMPREGO. ........................................................................................................................ 41
21.3 DISCRIMINAÇÃO.............................................................................................................................42
21.4 DELINQÜÊNCIA JUVENIL..............................................................................................................44
21.5 CRIMINALIDADE E VIOLÊNCIA.................................................................................................45
21.6 ASSOCIAÇÃO CRIMINOSA ..................................................................................................... 47
21.7 ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA ................................................................................................. 48
21.8 O PROBLEMA E A ILEGALIDADE DAS MÍLICIAS .............................................................. 49
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................................... 52
CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADOS - PMBA - JUNHO/ 2021 4
1. INTRODUÇÃO
2. CONCEITO DE SOCIOLOGIA
Apresentar a vida social dos homens em sua totalidade e as interações que realiza,
revelando no plano real, como as situações sociais ocorrem de fato e não como
deveria ser, visando contribuir com a sociedade na tomada de decisões que
melhorem a vida dos que fazem parte dela, a partir deste conhecimento.
3. HISTÓRICO DA SOCIOLOGIA
busca uma explicação para os fatos, baseada na ciência. Em outras palavras, a razão é
o único caminho para se chegar ao conhecimento.
Obras: a) Curso de filosofia positiva – em seis volumes – publicada entre 1830 e 1842;
b) Discurso sobre o espírito positivo; e c) Discurso sobre o conjunto do positivismo.
6. AGRUPAMENTOS SOCIAIS.
6.3. MULTIDÃO
6.4. PÚBLICO
esse tipo de contrato. Enquanto a multidão tem por função primordial a ação
conjugada, o público está preso pela discussão, ou pelo interesse em algo, intelectual
ou emocional. A multidão se baseia em formas elementares de comportamento que
exprimem emoção e ação.
O público se baseia em emoção controlada bem como em reflexão e critica. A
multidão não tem história, costume nem tradições. O público tem mais duração. A
multidão é limitada em número, o público pode incluir um sem – número de
pessoas, até um país inteiro, ou o mundo todo. A área da multidão é delimitada pelo
alcance das notícias. Á constituição do público depende do grau de desenvolvimento
dos meios de comunicação e da liberdade de discussão.
7. INSTITUIÇÕES SOCIAIS
8. ESTRATIFICACÃO SOCIAL
sociedades, significa que nelas os indivíduos e grupos não possuem a mesma posição
e os mesmos privilégios, mas, sob esses aspectos, diferem entre si. Portanto,
inexistem sociedades igualitárias puras. A esta diferenciação de indivíduos e grupos
em camadas hierarquicamente sobrepostas é que denominamos de estratificação.
Karl Marx (1975) um dos primeiros autores a tratar do problema de
estratificação, considerava o fator econômico como determinante da estratificação.
Fazia uma estreita correlação com o conceito de classe social.
Já Max Weber (apud LAKATOS, 1999,p. 269-270) fez uma distinção entre as três
dimensões da sociedade: a ordem econômica, representada pela classe, a ordem
social, pelo status ou “estado”, e a ordem política, pelo partido. Possuindo cada uma
delas estratificação própria: o interesse econômico é fator que cria uma classe,
podendo-se até considerar que as classes estão estratificadas segundo suas relações
com a produção e a aquisição de bens e serviços que o indivíduo possui ou de que
dispõe.
Os grupos de status estratificam-se em função do princípio de consumo de
bens, representados por estilos de vida específicos; a estratificação social é, portanto,
evidenciada pelo prestígio e honra desfrutados. A dimensão política manifesta-se
através do poder; a estratificação política é, assim, observada através da distribuição
do poder entre grupos e partidos políticos, entre indivíduos no interior dos grupos e
partidos, assim como entre os indivíduos na esfera da ação política.
Outro sociólogo que abordou a questão foi Sorokin (1969), para ele as formas
concretas de estratificação apresentam-se interdependentes e, por este motivo,
podem ser reduzidas a três tipos fundamentais:
10 . MOBILIDADE SOCIAL
11 . MUDANÇA SOCIAL
12. ELITES
Pessoas ou grupos que graças ao poder que detêm ou à influencia que exercem,
contribuem para a ação histórica de uma coletividade, seja pelas decisões tomadas,
seja pelas idéias, sentimentos ou emoções que exprimem ou simbolizam.
São diversas maneiras pelas quais os indivíduos e os grupos atuam, uns sobre os
outros, estabelecendo relações sociais. Os Processos Sociais estão classificados em:
Associativos (cooperação, acomodação e assimilação) e Dissociativos (competição e
conflito).
13.1. ASSOCIATIVOS
13.2 .DISSSOCIATIVOS
Competição é uma força que leva os indivíduos a agirem uns contra os outros,
em busca de um melhor lugar na sociedade, enquanto que Conflito é um processo
social básico que provoca mudanças sociais.
Nota-se que a competição pode se transformar em um conflito, ou seja, a
competição toma forma de luta pela existência e o conflito toma formas de
rivalidade, discussão e até mesmo a guerra.
CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADOS - PMBA - JUNHO/ 2021 25
▪ FATORES GEOGRÁFICOS
Barreiras naturais (montanhas, florestas, oceano, distância e ausência de meios
de transportes etc.)
▪ FATORES BIOLÓGICOS
Sexo, idade, cor da pele (em sociedades onde existe preconceito, a exemplo da
nossa), incapacidades fisiológicas.
▪ FATORES HABITUDINAIS
Hábitos diversos, costumes, crenças, língua, educação diferentes.
▪ FATORES PSICOLÓGICOS
Interesses, sentimentos, atitudes e gostos diversos. Tomando por base esses
fatores, foi possível estudar quatro tipos fundamentais de isolamento social. Embora
se tratem de tipos exclusivos, um pode determinar os outros.
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16 . INTEGRAÇÃO SOCIAL
Esta classificação permite verificar o significado das ações que vivem à solução
de um problema enfrentado pelo grupo ou que se realizam para aumentar a
solidariedade do mesmo. Deste ponto de vista, as três primeiras ações de apoio,
positivas e, em conseqüência, integradoras, ao passo, que as três ultimas são ações
negativas.
A interação pode ser simbólica, quando ocorre intencionalmente entre pessoas,
através de estímulos significativos, isto é, símbolos. Exemplos: acenos de mão,
sorrisos, trocas de palavras, e não simbólica que se dá sem o uso de estímulos
significativos, não sendo intencional. Por exemplo: a presença de outra pessoa altera
o nosso comportamento, modificando a postura e atitudes.
Os conflitos violentos entre grupos sociais tem tido grande influência sobre a
forma das sociedades humanas, estendendo-as, destruindo-as, ou modificando-
lhes modos de vidas particulares.
Muito se discute hoje sobre o que pode ser feito em face da onda de
criminalidade que vem assolando o Brasil. O crime é um fenômeno complexo e
plurifatorial. A Criminologia moderna estendeu o foco inicial do estudo do
fenômeno criminal (centrado inicialmente no crime e no delinqüente) e hoje trabalha
com quatro pilares básicos: crime, delinqüente, vítima e o controle social.
Chegou-se a conclusão que para conhecer melhor o fenômeno criminal seria
necessário, além de estudar o crime e a figura do delinqüente, trazer para as
investigações científicas a pessoa da vítima e os mecanismos que a sociedade utiliza
para controlar a criminalidade.
Para García-Pablos de Molina o controle social é entendido como o conjunto de
instituições, estratégias e sanções sociais, que pretendem promover e garantir
referido submetimento do indivíduo aos modelos e normas comunitários (RT, 2002,
p.133). Segundo a Criminologia, o controle dos crimes ocorre também pela integração
da atuação social de dois tipos de controles: o informal e o formal.
O controle informal é o do dia-a-dia das pessoas dentro de suas famílias,
escola, profissão, opinião pública etc. A imensa maioria da população não delinqüe,
pois sucumbe ás barreiras desse primeiro controle. O sistema informal vai
socializando a pessoa desde a sua infância (ex: âmbito familiar), e ele é, em geral,
sutil e não possui uma pena, além de ser mais ágil na resolução dos conflitos que os
mecanismos públicos.
O desprezo social (ex: a punição informal com o afastamento das amizades ou
de alguns membros da própria família) são sanções que para a grande maioria são
mais que suficientes para inibir a prática de um crime.
Como segundo obstáculo para a prática do delito temos os controles formais;
são assim designados em virtude de serem elaborados com a “intenção expressa de
produzir a conformidade social”; exercidos pelos diversos órgãos públicos que
atuam na esfera criminal, como as polícias, Ministério Público, sistema
penitenciário etc.
Aquelas pessoas que não respeitam as regras sociais e cometem uma infração
criminal passam a serem controladas pôr essas instâncias, bem mais agressivas e
repressoras que as instâncias informais. Notem que atualmente com o advento da
tecnologia, os recursos de informática, inteligência artificial e recursos de
identificação digital começam a realizar esse controle social por parte do Estado que
trabalha para prevenir o aumento da criminalidade.
O aumento da repressão do sistema formal não significa que automaticamente
irá ocorrer a redução dos índices de criminalidade. O sistema só funciona
corretamente com uma melhor distribuição de funções entre os mecanismos
informais e formais no controle da criminalidade, portanto, os controles informais a
CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADOS - PMBA - JUNHO/ 2021 31
a) CONTROLE INTERNO
a medida do limite precisa ser de cada agente policial sob uma consciência de
correção própria, em primeiro momento.
Em segundo lugar, instituições policiais de certos tamanhos, possuem órgãos
específicos para fiscalizar a atividade policial e para coibir os desvios de conduta. No
Brasil, esses órgãos recebem o nome de CORREGEDORIAS.
Elas possuem simultaneamente competências para corrigir e orientar as práticas
policiais, de forma a torná-las mais eficientes, e competências para investigar e punir
condutas irregulares. A investigação abrange tanto as esferas administrativa, quanto
judicial, enquanto a punição está restringida, naturalmente, à área administrativa,
sendo a legal exclusiva do judiciário.
Em conseqüência, a Corregedoria tem o duplo mandato de fiscalizar a
qualidade do trabalho e ao mesmo de encarnar o papel do que poderíamos chamar
de “polícia da polícia”.
Na prática, as Corregedorias brasileiras mal conseguem dar conta de missão tão
abrangente. A sua atuação tende a ser reativa, mais do que pró-ativa, e costuma estar
mais centrada na investigação e castigo dos abusos cometidos pelos policiais, do que
na implementação de um controle de qualidade, que seria a ação proativa ideal.
O controle interno informal, exercido pelos próprios colegas, é muito
importante para inibir desvios. Uma cultura profissional rigorosa com os abusos é
provavelmente o controle mais efetivo que possa existir sobre a atividade policial. No
entanto, ainda se verifica atitudes tolerantes ou, inclusive, incentivadoras dos desvios
de conduta.
Em geral, o tratamento outorgado pelos sistemas de controle interno no Brasil é
focalizado quase exclusivamente na punição dos policiais que cometem crimes, ao
invés de privilegiar a prevenção.
Inclusive, há setores sociais que demandam uma abordagem preventiva e
abrangente da criminalidade em geral, mas voltam para o paradigma meramente
punitivo quando se trata de abusos policiais. Na verdade, para diminuir o crime
cometido por policiais, como qualquer tipo de crime, é mais barato e eficiente pensar
em termos de prevenção.
Dada a frequência com que acontecem casos de desvio de conduta policial no
país, é preciso reagir com uma abordagem sistêmica, repensando os critérios de
formação, seleção e fiscalização, bem como a cultura profissional no qual o policial
precisar sair do espaço de formação conhecendo a lei e sabendo exatamente todas as
suas limitações legais na atividade policial, sob pena de pagar com a própria perda
da liberdade pessoal.
Não basta se limitar à punição ou expulsão daqueles indivíduos
comprovadamente desviados, considerado-os como ‘maças podres’ que poderiam
‘contaminar’ o conjunto, contudo, é exatamente isso que ocorre no âmbito
profissional e o agente policial precisa aprender suas limitações para não ser
alcançado pelas vias da ilegalidade da sua conduta profissional.
CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADOS - PMBA - JUNHO/ 2021 34
b) CONTROLE EXTERNO
[...]
X- que seja designado um órgão ou setor no âmbito do Ministério
Público capaz de concentrar os dados relativos a tais ocorrências,
visando alimentar o “Sistema de Registro de Mortes Decorrentes de
Intervenção Policial”, criado pelo Conselho Nacional do Ministério
Público; (BRASIL, 2015)
Art. 4º É recomendável que o órgão de execução do Ministério
Público:
I- atente-se para eventual ocorrência de Fraude Processual (CP, art.
347) decorrente da remoção indevida do cadáver e de outras formas
de inovação artificiosa do local do crime;
II- requisite a reprodução simulada dos fatos (CPP, art. 7º),
sobretudo na ausência de perícia do local;
III- observe a necessidade de se postular, administrativa e
judicialmente, a suspensão do exercício da função pública do
agente (CPP, art. 319, VI);
IV- diligencie no sentido de ouvir familiares da vítima e
testemunhas eventualmente não arroladas nos autos;
V- adote procedimentos investigativos próprios, caso necessário. grifo
nosso (BRASIL, 2015)
18. CAPITALISMO
20. O NEOLIBERALISMO
21.1. A FOME
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21.2. O DESEMPREGO
“Ninguém nasce odiando o outro pela cor de sua pele, ou por sua
origem, ou sua religião. Para odiar as pessoas precisam aprender, e se
elas aprendem a odiar, podem ser ensinadas a amar”.
(Nelson Mandela, 1994).
Segundo a Constituição Federal, todos são iguais perante a lei, sem distinção de
qualquer natureza.
Dentre os crimes resultantes de preconceitos de raça ou de cor, punidos pela lei (Leis
n.º 7.716/89 e 9.459/97), estão os seguintes:
Não esqueça!
Nesse sentido, a importância da sociologia pode ser observada como no contexto que
envolveu uma decisão relativamente nova exarada pelo Supremo Tribunal Federal
(STF), julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão (ADO) nº
26, que privilegiou a análise e dimensão social dos fatos, estendendo o conceito de
racismo e o interpretando para a proteção e prevenção da vitimização do público
homossexual no Brasil, público LGBTI+, passando a considerar a homofobia e a
transfobia como crime de racismo, como se observa:
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http://portal.stf.jus.br/processos/downloadPeca.asp?id=15344606459&ext=.pdf
Não é reduzindo cada vez mais a idade em que um jovem pode ser responsável
criminalmente pelos seus atos que se vai solucionar este problema. Veja-se o exemplo
dos Estados Unidos da América em que, apesar de crianças com 14 anos serem
julgadas como adultos, assistimos a casos de assassínios perpetrados por jovens
adolescentes, muitas vezes nas escolas onde estudam.
È indiscutível que precisamos de leis mais eficazes e de tribunais mais duros, no
entanto a repressão não é o caminho ideal. O que precisamos é de políticas públicas
eficientes, que contemplem os jovens e lhes dê oportunidades para uma vida digna,
com um futuro em que se possa acreditar.
ainda deve ser objeto de atenção da corporação e dos policiais militares para que se
possa alcançar índices mais adequados e coerentes com as premissas constitucionais
dos direitos humanos e fundamentais estabelecidos no país.
Para o delegado Marcus Neves - da 35ª DP, milícias são grupos armados
compostos por agentes do Poder Público e pessoas cooptadas nas comunidades
carentes, inclusive ex-traficantes, que usam a força e o terror para dominar uma
determinada região e explorar de maneira ilegal as atividades de transporte
alternativo, gás e tevê acabo. Seu mote é a questão financeira, o lucro farto e fácil.
O estudioso Domício, por sua vez, informa que o conceito de milícia é o arranjo
de gente armada querendo prover segurança fora da lei todo e qualquer grupo que
age de forma ilegal; logo, não importando se é agente público ou não.
Enquadrando as milícias como organização criminosa, o delegado Cláudio
Ferraz - da Delegacia Regional de Ações Criminosas Organizadas (Draco), informa
que estas se enquadram no conceito internacional de crime organizado, sendo
caracterizada por: padrão organizativo; atuação empresarial; métodos violentos;
corrupção das forças de segurança e do poder judiciário; relação direta com o poder
público e intimidação, ameaças e homicídios para alcance de objetivos.
Não obstante, a participação de policiais atuando de modo corrupto nessas
organizações não é verdade que ela reflete a atuação maciça de policiais, sendo
composta em sua maioria por pessoas civis, normalmente traficantes e criminosos
que já atuavam no âmbito do crime, sendo necessário distinguir que essa não é uma
atividade que está diretamente relacionada à ação de policiais como se tenta travar
no âmbito midiático.
O que há de fato é a similitude do termo, em razão desses criminosos utilizarem
do uso ILEGÍTIMO da força sobre a população na qual atua, cuja autorização legal é
exclusiva das Polícias, fundamentadas na Constituição Federal (art144), devidamente
instituída pelos órgãos estatais.
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Sendo esta prática ilegal, os órgãos de controle interno e externo das Polícias
Militares e Civis, vêem utilizando instrumentos para responsabilizar servidores que
agem para extorquir, intimidar e subjugar milhares de cidadãos de comunidades
populares, com pena prevista de exclusão na Corporação e restrição da liberdade na
Justiça Penal, com todos os agravantes que a lei impõe, haja vista, que a função
primordial dos policiais é justamente repelir tais crimes, sob o critério da ética e da
postura de legalidade, que é o norte condutor de cada policial militar no Brasil.
REFERÊNCIAS
EDIÇÃO E ATUALIZAÇÃO
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