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INSTITUTO MÉDIO MARIA MÃE DE ÁFRICA

DEPARTAMENTO DOS MÓDULOS VOCACIONAIS


Nível de Qualificação: Certificado Vocacional 4
Módulo: Aplicar Procedimentos para Introdução da Contabilidade Analítica e Uma
Política de Preços de Transferência Interna numa Empresa: APICA : UC
ADG024002191
RA- 3: Aplicar os Procedimentos na Implementação de Preços de Transferência Interna.

CD:

a) Define e Reconhece a Importância do Sistema de Preços de Transferência Interna como


Mecanismo de Controlo e de Avaliação de Desempenho.
b) Identifica os Factores mais Adequados para a Criação de um Preço de Transferência Interna,
Identificando as Vantagens e Desvantagens e os Valores Mínimos e Máximos a Aplicar.
c) Aplica os Diversos Critérios para a Definição Preços de Transferência Interna.

Evidências de Produto e/ou Desempenho:

 Estipula um Preço de Transferência Interna.

Evidências Conhecimento:
 Definição de PTI;
 Importância e Contexto de Aplicação dos PTIs Identificados;
 Factores para a definição dos Preços de Transferência Internaidentificados.

TEMPO DISPONÍVEL: UMA SEMANA = 9 AULAS.

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1 PREÇOS DE TRANSFERÊNCIA INTERNOS

1.1 ObJectivo dos Preços de Transferência


O processo de avaliação do desempenho de cada secção/departamento depende dos valores das
receitas de cada divisão. A questão que se coloca é “como medir a receita de um departamento?”.
A resposta é simples, quando esse departamento vende para o exterior. Neste caso é o valor da
própria venda. Quando o departamento fornece para outro departamento dentro da mesma
organização a resposta é mais complexa.

Como vimos no módulo anterior, existem os chamados produtos intermediários que são
produtos transferidos de uma divisão para outra, dentro da mesma organização. Este produto
pode ser posteriormente processado no departamento subsequente ou vendido a um cliente
externo, como mostra a figura.

MERCADO

EMPRESA

DEPARTAM DEPARTAM
ENTO ENTO B
A

FIGURA 1– EXEMPLO PROCESSO DE VENDA DOS PRODUTOS

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Como o processo de medição do desempenho de cada divisão depende dos valores das suas
receitas e custos, o sistema de controlo utiliza muitas vezes o Sistema de Preços de
Transferência.

O Preço de Transferência Interno (PTI) é o preço que um sector/departamento cobra por um


produto ou serviço fornecido a outra unidade. O Preço de Transferência gera uma receita para a
divisão que transfere o produto (o Departamento A, da figura 6) e um custo de aquisição para a
divisão que o recebe (departamento B, figura 6), afectando os resultados operacionais e avaliação
de desempenho de ambas.

Vejamos um exemplo do impacto do Preços de Transferência nos Resultados.

EXEMPLO 1 – IMPACTO DOS PREÇOS DE TRANSFERÊNCIA NOS RESULTADOS

Considere uma Empresa ABC possui duas divisões A e B. A divisão A produz uma determinada
componente e a vende à divisão B pelo preço de 50 meticais.

EMPRESA ABC
Divisão A Divisão B
Produz a componente C e transfere para a Compra a componente C à divisão A pelo
divisão B pelo preço de 50 Mtn preço de 50 Mtn

Preço de transferência = 50 Mtn Preço de transferência = 50 Mtn

Receita para A Custo para B


Aumento dos resultados de A Diminuição dos resultados de B

Receita de Transferência = Custo da transferência→Impacto na Empresa é zero

TABELA 1– EFEITO DOS PREÇOS DE TRANSFERÊNCIA NOS RESULTADOS

O exemplo da Empresa mostra que apesar do preço real de transferência ser nulo para a Empresa
como um todo (receita 50 – custo 50 = 0), o preço de transferência pode afectar o resultado
obtido pela Empresa como um todo se afectar o comportamento de cada uma das divisões.

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Vejamos o seguinte caso: A divisão A coloca um preço de transferência de 50 meticais quando
os custos de produção, da componente, são de 40 meticais. Se o responsável pela divisão B
pudesse adquirir a componente a um fornecedor externo por 45meticais recusar-se-ia a comprar à
divisão A pois pouparia 5 meticais (50, preço de transferência interno – 45 meticais preço
externo) por cada unidade. Se por outro lado, a Divisão A também poderia ser afectada caso não
pudesse trocar as suas vendas internas (à divisão B) pelas vendas externas e ser obrigada a
vender por 45 meticais a B quando tinha a possibilidade de vender por 50 meticais ao mercado.
Esta situação iria afectar negativamente os resultados da Empresa como um todo.

Apesar de não haver um critério definido para a determinação dos Preços de Transferência, os
mesmos devem ser identificados de forma a satisfazer 3 objectivos:

 Permitir uma correcta Avaliação de Desempenho;


Que nenhum gestor do departamento/divisão deveria beneficiar à custa do outro.
 Existir coerência de objectivos;
Os gestores devem tomar acções que beneficiem a Empresa como um todo, ou seja que
maximizem os resultados da Empresa.
 Preservação da autonomia divisional;
A gestão de todo não deve interferir na tomada de decisão dos seus gestores dos
departamentos.

Como podemos avaliar até que ponto um Preço de Transferência satisfaz os objectivos de um
sistema de Preços de Transferência?

Uma das formas é a abordagem do custo de oportunidade, que identifica o preço de


transferência mínimo que a divisão que vende está disposta a aceitar e o preço de transferência
máximo que a divisão compradora está disposta a pagar:

 Preço de transferência mínimo, ou a base, é o preço de transferência que não deixaria a


Divisão vendedora prejudicada pelo facto de vender a uma divisão interna em vez de
vender para o exterior.
 Preço de transferência máximo, ou o tecto, é o preço de transferência que não deixaria
a Divisão compradora prejudicada pelo facto de comprar os produtos a uma divisão
interna em vez de utilizar um fornecedor externo.

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Logo, esta abordagem garante que os lucros divisionais totais não serão diminuídos pela
transferência interna, e consequentemente, nenhum dos gestores sairá a perder com esta
transferência interna.
Envolvendo trocas entre os departamentos este sistema deverá ser implementado de acordo com
a organização da empresa. Assim, a sua introdução na empresa exigirá a criação ao nível da
contabilidade analítica de centros de lucros para que se possam debitar as receitas e custos
registados em cada um dos departamentos.
De seguida vamos abordar os métodos que nos permitem estabelecer os Preços de Transferência.

1.2 Métodos para determinar o Preço de Transferência

Agora que entendemos a razão pela qual se utilizam os Preços de Transferência vamos
apresentar as políticas mais utilizadas para a sua definição.

A Figura 7 apresenta as formas mais comuns de atribuir os Preços de Transferência.

Preços de
Baseado Mercado
Custo variável nos custos

Preço Negociado

FIGURA 2– PREÇOS DE TRANSFERÊNCIA GERALMENTE UTILIZADOS

Os Preços de Transferência podem ser definidos num intervalo, desde o nível tão baixo como os
custos variáveis até ao nível mais elevado como o preço de mercado. Na maioria dos casos os
Preços de Transferência são negociados entre estes dois, entre o custo variável Unitário e o preço
de mercado.

Vejamos o efeito de cada um dos métodos:


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1.3 Preço de Mercado
Se houver um mercado externo para o produto intermediário (o produto a ser transferido),
mercado este perfeitamente competitivo, o preço de transferência mais correcto é próprio preço
de mercado.

Vejamos, a divisão vendedora não terá que aplicar um preço de transferência abaixo do que
venderia ao mercado externo nem a divisão compradora terá que pagar acima do que conseguiria
num fornecedor externo.

Neste caso ambos gestores irão optimizar os resultados da sua divisão e o lucro da Empresa
como um todo.

Nenhuma das divisões se beneficia à custa da outra nem a gestão de topo será tentada a intervir.
Logo este preço de transferência satisfaz os 3 objectivos.

EXEMPLO 2 – IMPACTO DOS PREÇOS DE PRANSFERÊNCIA NOS RESULTADOS

A ELECTRO SOFALA é uma Empresa que fabrica pequenos electrodomésticos. A Empresa


adoptou uma estrutura descentralizada:

Direcção Geral

Administrativa e Investigação &


Produção Comercial
Financeira Desenvolvimento

Divisão de Peças Divisão Motores

FIGURA 3– ESTRUTURA ORGANIZACIONAL DA ELECTRO SOFALA

A Divisão de peças, está a trabalhar no limite da sua capacidade, produz peças que são utilizadas
na Divisão de Motores, mas também podem ser vendidas para outros fabricantes ou
Revendedores ao preço de 320,00 meticais a peça (preço competitivo).

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Suponha que a Divisão de motores está a trabalhar apenas a 70% da sua capacidade e recebeu
um pedido especial para a fabricação de 1.000 motores a 1.200,00 meticais cada. O custo total de
fabricação dos motores é de 1.240,00 meticais/cada, divididos da seguinte forma:

Materiais directos 400,00


Peça Transferida 320,00
Mão-de-Obra Directa 80,00
Custos Indirectos Fabricação variáveis 40,00
Custos Indirectos Fabricação fixos 400,00
Custo Total unitário 1 240,00

Neste momento o custo de cada peça excede o preço exigido nesta encomenda especial. Se
reparamos faz parte do custo do produto o preço da peça transferida (320,00 meticais). Será que
a Divisão de Peças não poderia baixar o preço de transferência para permitir à Divisão de
Motores aceitar este pedido especial? Perante este caso poderíamos utilizar a abordagem do
custo de oportunidade.

Primeiro vamos identificar o preço mínimo que a Divisão de Peças está disposta a praticar pela
venda da peça: Como esta está a trabalhar no limite da sua capacidade, ou seja consegue vender
tudo o que produz para o mercado, marcar um preço de transferência abaixo de 320,00 estaria a
prejudicá-la, logo o preço mínimo é de 320,00.

Vamos agora identificar o preço máximo que a Divisão de Motores poderia aceitar para fazer
face a esta encomenda especial. Como a Divisão está a laborar abaixo da sua capacidade os
custos fixos não são relevantes, só seriam custos relevantes os custos adicionais com esta
encomenda, ou seja os custos variáveis. Vamos inicialmente tirar o preço da peça transferida
para verificar a margem.

Materiais directos 400,00


Peça Transferida
Mão-de-Obra Directa 80,00
Custos Indirectos Fabricação variáveis 40,00
Custos Indirectos Fabricação fixos
Total unitário 520,00

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Ainda ficamos com uma diferença de 680,00 (1.200,00 -520,00) meticais, para adquirir a peça.
Se a empresa fosse ao mercado comprar a peça iria pagar igualmente os 320,00 meticais por
peça, logo o preço máximo de transferência que a Divisão de Motores está disposta a pagar é de
320,00 meticais.

Concluindo, o preço de mercado, neste caso, é o melhor preço de transferência.

1.4 Preço de transferência Negociado


Raramente os preços de mercado são competitivos, ou não existe a possibilidade de encontrar no
mercado um produto com as características equivalentes ao produto intermédio, por isso os
Preços de Transferência Negociados são uma alternativa prática. Vamos ver como funciona,
utilizando a abordagem do custo de oportunidade para definir os limites da negociação, através
de um exemplo.

EXEMPLO 3 – PREÇOS DE TRANSFERÊNCIA NEGOCIADOS – CUSTOS DE


DISTRIBUIÇÃO.

Uma determinada Empresa produz placas de circuito adquiriu recentemente uma unidade de que
fabrica jogos electrónicos, de acordo com a sua estratégia de crescimento.

A Divisão de Placas, que produz placas de circuito que pode ser vendida no mercado por 880,00
meticais. Esta Divisão pode vender tudo o que produz ao mercado por este preço, mas tem custo
de distribuição de 80,00 meticais. Actualmente esta Divisão está a vender cerca de 1.000
unidades por dia, com um custo de fabrico de 480,00 meticais/unidade.

A Divisão de Jogos Electrónicos está igualmente a operar no limite da sua capacidade,


produzindo e vendendo aproximadamente 350 jogos por dia a um preço unitário de 1.800,00
meticais. Estes jogos têm um custo variável de fabricação de 1.280,00 meticais por unidade. Esta
Divisão incorre ainda em custos variáveis de venda na ordem dos 120,00 meticais.

A estrutura de receitas e custos de cada divisão pode ser ilustrada através da figura:

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Unidades Vendidas Divisão de Placas Divisão de Jogos
Por dia 1 000 350
Por ano (260 dias) 260 000 91 000

Dados por unidade


Preço Venda 880,00 1 800,00
Custos Variáveis
Fabrico 480,00 1 280,00
Venda 80,00 120,00

Custos Fixos Anuais 59 200 000,00 24 400 000,00

Com a aquisição da Unidade de fabrico de Jogos Electrónicos, a gestora da Divisão, a Sra.


Ludovina, solicitou uma reunião com o gestor da Divisão de Jogos Electrónicos, Sr. Issufo para
estudar a possibilidade de efectuar uma transferência interna das placas de circuito, em
alternativa ao mercado actual, pois neste caso não iria suportar os custos de distribuição. A
conversa entre os 2 gestores foi a seguinte:

Sra. Ludovina Sr. Issufo, Boa tarde! Estou muito feliz com a possibilidade de fornecer
(Divisão Placas) as nossas placas para a sua divisão. Qual é a quantidade consumida
actualmente do tipo de placas que produzimos? Quanto estão a pagar por
elas?

Sr. Issufo Boa Tarde Sra. Ludovina. Nós pensamos consumir 1 placa por cada 1 dos
(Divisão de nossos vídeos game. A nossa produção é de aproximadamente 350 vídeo
Jogos) game por dia. Neste momento estamos a pagar por cada placa de circuito
880,00 meticais.

Sra. Ludovina A nossa divisão tinha a possibilidade de os fornecer. Era apenas uma
(Divisão Placas) questão de transferir as nossas vendas externas para as internas. Podíamos
vende-las ao preço que vocês estão actualmente a comprar, pois é esse o
preço que estamos actualmente a praticar aos nossos clientes e assim

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nenhum de nós alteraria a situação actual, isto é, manteríamos os nossos
resultados.

Sr. Issufo Na realidade eu estava à espera de um preço melhor que 880,00. A Placa
(Divisão de de circuito é a componente mais cara dos jogos de vídeo games. Ao
Jogos) transferir internamente, vocês irão eliminar alguns custos de venda,
transporte e de cobrança. Eu liguei para o Departamento financeiro e eles
informaram-me que estes custos são de aproximadamente 80,00 meticais
por unidade. Penso que 800 meticais por cada placa, é um preço justo. A
vossa unidade não ficaria numa situação pior e a nossa divisão iria ter um
lucro diário de 28.000 meticais (350 *80,00). Com este acordo a empresa
iria ganhar 7.280 mil meticais por ano.

Sra. Ludovina Concordo com os custos que eliminaria, os 80,00 meticais por placa e
(Divisão Placas) entendo que a aquisição das placas a um preço mais barato iria aumentar
os lucros da sua divisão. No entanto se eu vendesse mantivesse o preço a
88,00, como não iria ter as despesas de venda, os resultados da minha
divisão também iriam aumentar em 28.000 meticais e a empresa também
lucraria 7.280 mil meticais por ano. Acho que a maioria dos benefícios
para esta transferência interna seria a eliminação dos custos de
distribuição incorridos quando vendemos para o mercado. Penso que se
ambos somos membros da mesma família, podemos acordar um preço
860,00 para 350 placas por dia. Esse preço permite que você aumente os
lucros em 70.000meticais por dia (880-860=20, 20x350=70.000) e
reflecte o facto desta economia ter sido gerada pelo meu departamento.

Sr. Issufo Sra. Ludovina eu não concordo que a maior economia seja feita na sua
(Divisão de divisão. Se a eliminação dos 80,00 ocorre na sua unidade é porque eu
Jogos) estou a comprar. Estou disposto a comprar internamente se os benefícios
forem repartidos entre ambos. Poderia fazer apenas uma pequena
concessão. Posso comprar as 350 placas por dia por 844,00 cada. Isto
aumentaria os seus resultados em 15.400 meticais por dia ((880-
836)*350) e da minha em 12.600 meticais ((880-844)*350). Concorda?

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Sra. Ludovina Parece-me razoável. Vamos redigir o contrato.
(Divisão Placas)

Ao longo deste dialogo percebemos como a abordagem do custo de oportunidade se pode aplicar
para o sucesso da marcação do preço de transferência por negociação. Havia um preço mínimo
de transferência de 800,00 meticais e um preço máximo de 880,00 para estabelecer os limites da
negociação. A Empresa irá sempre lucrar com os 7.280 mil meticais por ano, qualquer que fosse
o preço negociado, mas o que estava em causa era quem ficaria com este benefício. O desenlace
desta negociação foi de repartir os benefícios e, ambas as divisões saíram a ganhar pois
aumentou os seus resultados.

As principais vantagens da utilização dos Preços de Transferência negociados são:

 Existe maior possibilidade de se atingir os três objectivos: a congruência de objectivos,


permitir uma correcta avaliação de desempenho e garante a autonomia das divisões.
Vimos tudo isto ao longo do diálogo entre a Sra. Ludovina e o Sr. Issufo.
 Os Preços de Transferência Negociados, são em muitos casos um elemento integrador
quando as unidades se encontram descentralizadas

As principais desvantagens da utilização dos Preços de Transferência negociados são:

 Um gestor na posse de informações confidenciais pode tirar vantagem sobre o outro


gestor;
 A capacidade de negociação dos gestores afecta a avaliação de desempenho;
 A negociação pode consumir tempo e recursos consideráveis.

Vejamos agora a última base para a definição dos Preços de Transferência Internos.

1.5 Preço de Custo


Se considerarmos a abordagem do preço de custo, o custo é usado para definir os Preços de
Transferência. A sua aplicação já nos é familiar, pois foi abordado no módulo de Contabilidade
Analítica II. Vamos por isso apenas relembrar a sua aplicação. A única vantagem é a sua
simplicidade de cálculo

As duas formas mais comuns de definição dos Preços de Transferência com base nos Custos:
Custo Total, e o Custo Total mais uma margem. Em todos os casos recomenda-se a utilização
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dos custos padrão para eliminar a possibilidade de transferência de ineficiências de uma divisão
para outra.

Esta abordagem é apropriada quando estamos perante Centros de Custo, mas inapropriada para
Centros de Lucro ou de Investimento.

Vejamos cada um dos casos:

1.5.1. Preço de Transferência com base no Custo Total

Em primeiro lugar mencionar que esta é a forma menos desejável de marcar o preço de
transferência, pois não considera o custo de oportunidade. Tomando como base o exemplo
anterior a Sra Ludovina nunca iria aceitar fazer a transferência interna ao preço do custo total
(707,69 meticais = 480+707,69) quando tinha a possibilidade de vender toda a sua produção para
o mercado por um preço 880,00 e obter melhores resultados na sua Divisão.

1.5.2. Preço de Transferência com base no Custo Total mais Margem

Apesar de apresentar as mesma lacunas que tomando com base o Custo Total, já permite que se
coloque uma margem acima deste custo para garantir algum resultado para a divisão. Esta opção
é muito comum nas Empresas, evitando os inúmeros processos de negociação associados a cada
produto ou a mudanças no mercado. Por outro lado, não havendo por vezes parâmetros de
comparação com o mercado esta é uma solução mais simples para a Empresa. Quando esta
margem é passível de negociação então é um caso típico de Preços de Transferência negociados.
Por exemplo aplicar uma taxa de 5% acima do custo total.

1.5.3. Preço de Transferência com base no Custo Variável

Em situações em que a capacidade da unidade fornecedora está subutilizada justifica-se a


marcação de um preço de transferência que pelo menos cubra os custos incrementais desta
transferência, ou seja os custos variáveis, pois este é de facto o custo de oportunidade em causa.
A exclusão dos custos fixos deve-se ao facto dos mesmos ocorrerem independentemente da
divisão realizar ou não esta transferência. No entanto é aconselhável a marcação de um valor
acima destes custos, nomeadamente consideração apenas dos custos adicionais. Também neste
caso, poderá ser equivalente ao preço de transferência negociado se esta margem poder ser
negociada.

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EXEMPLO 4 – PREÇOS DE TRANSFERÊNCIA – APLICAÇÃO DOS 3 CRITÉRIOS

A BOM PETROLEO é uma Empresa que se dedica à exploração e refinaria de petróleo. A


Empresa está dividida em três divisões, como mostra a figura 6.

BOM
PETROLEO

Produção Transporte Refinaria

FIGURA 4– ESTRUTURA ORGANIZACIONAL DA BOM PETROLEO

O seu processo de fabricação dos seus produtos pode ser descrito através da seguinte figura:

Produção Transporte Refinaria

•Extrai o oleo cru •Transporta em •Transforma o


barris o oleo cru oleo cru em
da produção gasolina
para a refinaria
em barris

FIGURA 5- PROCESSO DA BOM PETROLEO

Vejamos os pressupostos de deste negócio:

 A Divisão Produção pode vender o óleo cru para o mercado externo a sua produção a um
preço de 520,00 meticais o barril do óleo cru;
 A Divisão Transporte “compra” o óleo cru à Divisão Produção e transporta-o para a
Refinaria.
 A Divisão Refinaria pode adquirir o óleo cru no mercado externo a 720,00 meticais o barril e
vende a gasolina no mercado externo por 2.080,00 meticais o barril de gasolina.

Os Dados dos Custos e Receitas operacionais são descritos na seguinte figura:

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FIGURA 6- DADOS OPERACIONAIS DA BOM PETROLEO

Tomando como base a produção média por dia de 100 barris de óleo cru e a venda de 50 barris
de gasolina, vamos aplicar os 3 métodos de determinação do Preço de Transferência e ver o
impacto nos resultados da Empresa e por Divisão:

Preços de Transferência com base no Mercado:

 A Divisão Transportes adquire à Divisão Produção o barril de óleo cru a 520,00 meticais
cada;
 A Divisão Refinaria adquire à Divisão Transporte o barril de óleo cru a 720,00 meticais cada;

Preços de Transferência Negociados:

 A Divisão Transportes adquire à Divisão Produção o barril de óleo cru a 400,00 meticais
cada;
 A Divisão Refinaria adquire à Divisão Transporte o barril de óleo cru a 670,00 meticais cada;

Preços de Transferência Custo Total mais Margem de 10%:

 A Divisão Transportes adquire à Divisão Produção o barril de óleo cru a 352,00 meticais
cada (80,00+240,00=320,00; 320,00 x (1+10%)= 352,00.
 A Divisão Refinaria adquire à Divisão Transporte o barril de óleo cru a 563,20 meticais
cada; (352,00+40,00+120,00 = 512,00; 512,00 x (1+10%) = 563,20).

A figura ilustra o efeito do preço de transferência nos resultados de cada Divisão:

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FIGURA 7– IMPACTO DOS DIFERENTES PREÇOS DE TRANSFERÊNCIA

Como podemos ver o lucro da Empresa não se altera aplicando cada um dos critérios mas o
resultado de cada Divisão é afectado. Por exemplo se a Divisão Produção aplicar o critério do
preço de mercado o seu resultado operacional é maior, mas implica um menor resultado para as
Divisões subsequentes. O preço negociado é aquele que torna a distribuição dos resultados mais
equitativa.

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2. BIBLIOGRAFIA

 CAIADO, A. Pires (2003), Contabilidade de Gestão, Vislis Editores, Lisboa;

 HORNGREN, C., FOSTER, George e DAKAR, Srikant M., Contabilidade de Custos (2006),
10ª edição, LTC editora,

 CAIANO, Caiano. e FRANCO, Victor, (2001), Contabilidade Analítica, 7ª Edição, Editora


Rei dos Livros.

 VANDERBECK, Edward, NAVY, Charles, (2001), Contabilidade de Custos, 11ª Edição,


Pioneira Thomson Learning.

 BRUNI, Adriano (2006), A Administração de Custos, Preços e Lucros, Editora Atlas

 HASSEN, Don R. , Mowen, Maryanne M. (2001), Gestão de Custos, Pioneira Thomson


Learning

CASO PRÁTICO 1– PRINCÍPIOS DOS PREÇOS DE TRANSFERÊNCIA

1. O que é um Preço de Transferência Interno?


2. Identifique os objectivos que devem ser alcançados com a introdução de um Sistema de
Preços de Transferência numa empresa?
3. Qual a abordagem que garante o alcance dos objectivos de um Sistema de Preços de
Transferência e em que consiste?

R:

1. O Preço de Transferência Interno (PTI) é o preço que um sector/departamento cobra por


um produto ou serviço fornecido a outra unidade, constituindo uma receita para a divisão
que transfere o produto e um custo de aquisição para a divisão que o recebe.
2. Os objectivos a alcançar com a introdução de um sistema de Preços de Transferência são:
Permitir uma correcta avaliação de desempenho, ou seja que nenhum gestor do
departamento/divisão deveria beneficiar à custa do outro; Existir coerência de objectivos,
ou seja a tomada de decisão de cada gestor deve maximizar os resultados da empresa; e a

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Preservação da autonomia divisional, ou seja, a não interferência da administração na
tomada de decisão dos seus gestores das divisões.
3. A abordagem que garante o alcance dos objectivos de um Sistema de Preços de
Transferência é a abordagem do custo de oportunidade, isto é na identificação de um
preço de transferência mínimo que não prejudique a divisão quando opta por vender a
uma divisão interna e, num preço máximo que não prejudique a divisão de compra a
optar por comprar internamente.

CASO PRÁTICO 2– REVISÃO DOS MÉTODOS PREÇOS DE TRANSFERÊNCIA

1. Quais são os 3 métodos mais comuns para a determinação dos Preços de Transferência?
2. Quais as condições para que o método de Preços de Transferência baseado no mercado é o
mais adequado?
3. Qual a limitação dos Preços de Transferência baseados no custo total?
4. “A determinação dos Preços de Transferência mínimo depende da capacidade ociosa da
divisão fornecedora, ou seja de estar a utilizar o não a sua capacidade total de produção”.
Comente.

R:

1. Os três métodos mais comuns são: os preços de transferência baseados no Mercado, preços
com base nos custos (custo total, custo total mais margem e custo variável) e Preços de
Transferência negociados
2. As condições para que os Preços de Transferência com base no mercado sejam o critério
mais adequado são: haver a um produto equiparável no mercado e que o mercado seja
competitivo.
3. As principais limitações para a utilização do custo total como base na definição dos Preços
de Transferência são: as ineficiências da divisão fornecedora passarem para a divisão
“compradora” e como tal não permitir uma correcta avaliação de desempenho.
4. A afirmação é verdadeira. Para garantir o alcance dos objectivos de um Sistema de Preços de
Transferência o custo de oportunidade, é fundamental. Se uma empresa tem capacidade
ociosa, os únicos custos incrementais que tem são os custos variáveis, logo estes devem
constituir a base mínima de negociação. Se pelo contrario, está com capacidade plena, os

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custos incrementais serão todos os custos associados e como tal devem constituir a base de
negociação.

CASO PRÁTICO 3– APLICAÇÂO PREÇOS DE TRANSFERÊNCIA 1

Os materiais usados pela Divisão de Camiões da MOZMOTORES são actualmente comprados a


fornecedores externos ao preço de 10.400,00 meticais. Estes materiais estão disponíveis em outra
Divisão da empresa – Divisão de Componentes. A Divisão de Componentes está actualmente
com uma capacidade ociosa e pode produzir os materiais necessários para a Divisão de Camiões,
ao custo variável de 7.600,00 meticais.

1. Se o preço de transferência fosse fixado em 8.800,00 meticais por unidade e fossem


transferidos 50.000 materiais, sem redução de vendas da Divisão de Componentes, para a
Divisão de Camiões, em quanto aumentaria o luco operacional total da MOZMOTORES?
2. Quanto aumentaria o lucro operacional da Divisão de Componentes?
3. Quanto aumentaria o lucro operacional da Divisão de Camiões?
4. Se fosse aplicado como método o Preços de Transferência Negociado, qual o preço de
transferência mínimo para a Divisão de Componentes e o preço de transferência máximo que
a Divisão de Camiões estaria disposta a pagar?

Resposta:

1. O Lucro total operacional da MOZMOTORES aumentaria de 140.000, 00 meticais,


vejamos, o que equivale a um aumento do lucro operacional de 60.000,00 na divisão de
Componentes mais uma poupança 80.000,00 na divisão de Camiões , o que se reverte
num aumento do lucro operacional desta divisão. (ver a resposta 2 e 3)
2. O lucro operacional da Divisão de Componentes aumentaria em 60.000,00, pois a
empresa como não está a utilizar a sua capacidade total, os custos incrementais seriam
apenas os custos variáveis, logo teria uma margem de 1.200,00 (8.800,00 -7.600,00=
1.200,00) por material vendido, logo para 50.000 unidades vendidas teria um lucro
operacional de 60.000,00 (1.200,00 x 50.000 unidades).
3. O lucro operacional da Divisão de Camiões aumentaria de 80.000,00 meticais, pois ao
passar a comprar internamente iria reduzir os custos de aquisição de materiais em

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1.600,00 (10.400,00-8.800,00=1.600,00) a unidade, ou seja, para 50.000 unidades teria
um aumento do lucro operacional de 80.000,00 (1.600,00 x 50.000 unidades)
4. O preço de Transferência mínimo a ser exigido pela divisão de Componentes seria o
valor dos seus custos variáveis, os 7.600,00 meticais, pois estes seriam os únicos custos
incrementais que teriam com esta transferência já que está a trabalhar abaixo do seu
limite de capacidade instalada. Quanto à Divisão de Camiões o preço de transferência
máximo seria o preço de mercado, ou seja, os 10.400,00 meticais.

CASO PRÁTICO 4–APLICAÇÃO DOS PREÇOS DE TRANSFERÊNCIA 2

Considere uma empresa que produz uma peça que é usada pela Divisão de Produtos. O custo de
fabricação da peça é o seguinte:

(meticais)
Materiais Directos 400,00
Mão-de-Obra Directa 80,00
Custos Indirectos Variáveis 120,00
Custos Indirectos Fixos(*) 200,00
Custo total unitário 800,00
(*) para um volume de 20.000 peças

A Divisão de Componentes incorre ainda nos seguintes custos:

Custos Fixos de Venda e


Administrativos 20 000 000,00
Custos Varáveis de Venda 40,00 por unidade

A peça em causa é vendida geralmente a preço unitário entre 1.120,00 a 1.200,00 meticais, mas
actualmente está a vender a 1.160,00 meticais a peça. A Divisão de componentes tem uma
capacidade de produção de 200.000 peças por ano, mas devido à crise económica espera vender
este ano apenas 150.000. Quando existe transferência interna as despesas variáveis de venda não
ocorrem.

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A Divisão de produtos tem comprado esta peça no mercado a um preço de 1.120,00 meticais.
Esta divisão espera consumir 50.000 peças no decorrer deste ano. O gestor desta unidade propôs
a compra desta peça internamente a um preço de transferência de 720,00 meticais a unidade.

Questões:

1. Determine o preço de transferência mínimo que o Departamento de Divisão de


Componentes aceitaria
2. Determine o preço máximo que o Departamento de Produtos estaria disposto a pagar.
3. Deveria acontecer uma transferência interna? Por quê? Se você fosse o gestor da Divisão
de Componentes venderia os 50.000 peças a 720,00 Meticais cada uma? Justifique.

R:

1. Como a Divisão de Componentes não está a utilizar a sua capacidade de produção, o


preço mínimo de transferência seria apenas para cobrir os custos incrementais com este
fornecimento, ou seja, de 600,00 meticais (custos variáveis = 400,00 + 80,00 + 120,00).
Os custos fixos são excluídos pois a divisão terá que os suportar independentemente de
produzir ou não.
2. O preço máximo que a Divisão de Produtos está disposta a pagar é de 1.120,00 meticais,
ou seja, o que pagaria ao fornecedor externo.
3. Sim, deveria ocorrer a transferência pois o custo de oportunidade para a Divisão de
Componente (vendedora) é menor que o custo de oportunidade da Divisão de Produtos
(compradora). Vejamos, para a Divisão de Componentes, a diferença entre o valor
proposto e o seu custo de oportunidade é de 120,00 meticais (720,00 - 600,00), logo teria
um resultado com esta transferência de 6 milhões de meticais (120,00 x 50.000 peças). O
benefício total conjunto para a empresa seria um resultado de 26 milhões de meticais
+ 1.120,00 pago pela divisão de Produtos ao fornecedor externo
– 600,00 do custo adicional de fabricar a peça pela Divisão de Componentes
= 520,00 meticais por peça
logo para a encomenda de 50.000 peças lucraria 26.000.000,00 meticais
No entanto para satisfazer os objectivos inerentes ao Sistema de Preços de Transferência
o gestor da Divisão de componentes deveria negociar este preço de transferência repartir
este resultado por ambas as Divisões.

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CASO PRÁTICO 5- PREÇOS DE TRANSFERÊNCIA (3)

Uma determinada empresa tem 2 divisões operacionais: Divisão Electrónicos e Divisão


Instrumentos. A demonstração de Resultados por divisão e total da empresa é a seguinte, não
envolvendo transferências entre as mesmas:

Divisão
Descrição Divisão Instrumentos Total
Electrónicos
Vendas
1 200 2 500,00 /unidade 3 000 000,00 3 000 000,00
1 800 5 500,00 /unidade 9 900 000,00 9 900 000,00
Total das Receitas 3 000 000,00 9 900 000,00 12 900 000,00
Despesas
Variáveis
1 200 1 570,00 /unidade 1 884 000,00 1 884 000,00
1 800 4 200,00 /unidade 7 560 000,00 7 560 000,00
Fixas
Despesas Totais 255 000,00 660 000,00 915 000,00
Total das Despesas 2 139 000,00 8 220 000,00 10 359 000,00

Lucro Operacional 861 000,00 1 680 000,00 2 541 000,00

Nota: as despesas variáveis da Divisão Instrumentos incluem: 2.500,00 materiais e 1.700,00 de


outros custos de transformação.

A Divisão de Electrónicos está actualmente com capacidade ociosa, a produzir 1.200 unidades
para uma capacidade de 1.500 unidades). Os materiais utilizados na Divisão Instrumentos são
actualmente comprados a um fornecedor externo por 2.500,00 a unidade. A Divisão de
Electrónicos produz os materiais utilizados na Divisão de instrumentos. Excepto a possível
transferência entre estas divisões não se espera alteração do mercado, quer em termos de vendas
quer em termos de despesas.

Com base na informação responda às seguintes questões:

1. O preço de mercado de 2.500,00 seria um preço apropriado para a empresa? Explique.

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2. Se a Divisão de Instrumentos comprasse as 300 unidades de capacidade ociosa de
Divisão de Electrónica, qual seria o preço máximo e mínimo para a base de negociação,
tomando em consideração a abordagem do custo de oportunidade
3. Se fosse utilizado um preço de transferência interno negociado de 2.000,00 meticais a
unidade, quanto aumentariam os resultados de cada divisão e nos resultados operacionais
da empresa?

Resposta:

1. Não seria apropriado pois a Divisão de Electrónicos possui uma capacidade ociosa. Desta
forma os custos fixos já estão incorporados e por isso só teria um custo adicional das
despesas variáveis ou seja de 1.570,00.
2. O preço máximo seria o preço de mercado, ou seja 2.500,00, que corresponde ao preço
actualmente pago pela divisão de Instrumentos ao fornecedor externo e o preço mínimo
1.570,00 que corresponde ao custo adicional da Divisão de Electrónicos para fazer face a
esta transferência.
3. Os Resultados Operacionais por Divisão seriam:

Descrição Divisão de Papelão Divisão Caixas Total

Vendas
1 200 2 500,00 /unidade 3 000 000,00 3 000 000,00
300 1 800,00 540 000,00 540 000,00
1 800 5 500,00 /unidade 9 900 000,00 9 900 000,00
Total das Receitas 3 540 000,00 9 900 000,00 13 440 000,00
Despesas
Variáveis
1 500 1 570,00 /unidade 2 355 000,00 2 355 000,00
300 3 500,00 1 050 000,00 1 050 000,00
1 500 4 200,00 6 300 000,00 6 300 000,00

Fixas 255 000,00 660 000,00 915 000,00


Total das Despesas 2 610 000,00 8 010 000,00 10 620 000,00
Lucro Operacional 930 000,00 1 890 000,00 2 820 000,00
Variação RO 69 000,00 210 000,00 279 000,00

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