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Resumo: Este artigo visa avaliar um modelo de proposta de implantação do sistema 5S que esta sendo aplicado
na empresa Morpheu de Artes Gráficas, com enfoque na promoção da cultura do trabalho em equipe, para
melhoria das condições de trabalho, auxiliar na melhoria continua e qualidade na prestação de serviços. Ao
longo do artigo são relatados os métodos da implantação do 5S. Com o objetivo maior de melhorar a parte
organizacional, mantendo um ambiente que estimule a geração de novas ideias, para que haja a manutenção de
um ambiente saudável, contribuindo como fator de desenvolvimento da organização e crescimento do ser
humano. Estende-se a necessidade das empresas possuírem um sistema 5S, e tendo como ponto de partida a
liderança da alta direção.
INTRODUÇÃO
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
A metodologia foi criada, no início da década de 50, pelo Dr. Kaoru Ishikawa.
Período em que o Japão tentava se reerguer da derrota sofrida na Segunda Grande Guerra e as
indústrias japonesas necessitavam colocar no mercado produtos com preço e qualidade
capazes de competir na Europa e Estados Unidos (Ribeiro, 2006). A partir de então, várias
organizações, desde pequenas empresas até as grandes corporações, utilizam esta como um
pré-requisito para possibilitar um ambiente de trabalho adequado para uma maior
produtividade.
De acordo com Silva, 1994, o programa 5S foi introduzido no Brasil a partir de maio
de 1991. A sua introdução foi fundamental para a criação de um ambiente de trabalho de
qualidade, tendo sido reconhecido pelas maiores empresas do país.
Em junho de 2009, Ribeiro publicou que o 5S tem sido a maneira mais prática para a
disseminação da consciência sobre o Meio Ambiente dentro das empresas, pois ensina bons
hábitos e a eliminação de desperdícios e perdas. Seu objetivo é manter a organização limpa e
zelar pelo local de trabalho para alcançar motivação, segurança, qualidade e produtividade,
com base no pensamento enxuto: fazer cada vez mais com cada vez menos.
Suas ações iniciais são de natureza mecânica: classificar, ordenar e limpar. Estas
práticas promovem uma diferença grande no ambiente de trabalho da pessoa e traz ótimas
consequências.
SEIRI
Como Carvalho, 2011, encontra-se dificuldade no fato de algumas pessoas terem por
hábito o ato de guardar coisas que um dia possam vir a utilizar.
Este senso tem por intuito eliminar o que não é necessário. Tratar das causas da
sujeira e dos vazamentos, limpeza geral, correção de defeitos e danos, inspeções para evitar
vazamentos e dispersões, limpeza dos locais externos e depósitos e eliminação de materiais
desnecessários que não tem mais utilização (Osada, 1992).
Entre os valores que são resgatados estão o carinho com os recursos úteis, a perda de
apego às coisas materiais e o melhor conhecimento do próximo pelo ato de compartilhar
(Ribeiro, 2006).
SEITON
Osada, 1992, define Seiton como um arranjo simples que permite obter apenas o que
você precisa, quando precisa. Conhecido por senso de arrumação é o senso onde se define o
layout ideal para a empresa. Já que os materiais desnecessários foram descartados, resta
reordenar os materiais considerados necessários, o que exige uma preocupação com a
facilidade de acesso, em virtude do tempo e do desgaste físico (Carvalho, 2011).
A maior dificuldade encontrada é definir o melhor layout. Para tal é necessário fixar
padrões e utilizar algumas ferramentas simples como painéis, etiquetas e estantes. Tudo deve
estar bem próximo do local de uso e cada objeto deve ter seu local específico. Requer trabalho
em equipe e participação direta dos supervisores, visando implantar o melhor layout
(Carvalho, 2011).
SEISON
Ribeiro, 2009, afirma que há a necessidade de eliminação das fontes de alguns tipos
de sujeiras, tais como lubrificante, matéria-prima e produtos, reduzindo desta forma a
quantidade de resíduo a ser tratado e descartado.
Por mais simples que pareça ser realizar uma limpeza, a interação homem-máquina
proporciona uma maior intimidade. Tudo que agride o ambiente, desde objetos mal
posicionados, pouca iluminação, ruídos, odores desagradáveis, são exemplos de sujeitas que
interferem, inclusive, no bem estar do funcionário (Carvalho, 2011).
SEIKETSU
Ribeiro, 2009, expõe que o quarto senso tem uma ligação direta com o meio
ambiente, proporcionando a humanização do ambiente de trabalho. Há a redução de ruídos e
contaminações, a utilização de plantas ornamentais e a prática correta da Coleta Seletiva.
SHITSUKE
Como Ribeiro, 2009, definiu o senso de autodisciplina, não se limita apenas a manter
os três primeiros S no dia-a-dia, mas que sejam cumpridas, voluntariamente, pelas pessoas,
sem monitoramento ou cobranças.
METODOLOGIA DE TRABALHO
Iniciou-se o projeto com uma reunião onde foi discutido com os diretores da empresa
a necessidade de implantação. Apresentou-se a realidade da empresa, os desperdícios, os
investimentos e a falta de preparo tanto dos funcionários, quanto da direção, ante a
administração.
Os sensos devem ser seguidos por todos os membros, independente de sua função na
empresa. Caso não haja o comprometimento dos colaboradores, o programa dificilmente
funcionará, sendo importante que se faça do programa uma filosofia de vida.
Exige-se o conhecimento do projeto, pois ele estará sendo implantado nas diversas
áreas que virão a ser auditadas. Tato e simpatia para lidar com as situações que possam vir a
acontecer e, claro, não podem ter relação direta com o setor que auditará.
Após definido o método de avaliação deverá ser realizada a primeira auditoria. Esta
deverá ser realizada mensalmente. Quando obtido o primeiro resultado, deve-se realizar uma
reunião com o comitê e direção da empresa para discutir o resultado. Ao final de cada ano, o
setor com melhor pontuação será premiado.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Abaixo será apresentada a sequência das ações que foram realizadas, fundamentadas
a partir de bibliografias e de experiências concretas de outras empresas que utilizam o
método.
Iniciou-se o projeto no dia 20.07.2013 em uma reunião onde foi discutida com os
diretores da empresa a necessidade de implantação do projeto. Foi apresentada a realidade da
empresa, os desperdícios, os investimentos e a falta de preparo tanto dos funcionários, quanto
da direção, ante a administração. Procurou-se mostrar também as melhorias que o projeto
geraria, isto é, melhoramento na questão produtiva, lucrativa, a agilidade na hora de localizar
materiais e um melhor visual. Colocou-se a necessidade de utilização de um meio de
competitividade saudável para que, mensalmente, cada setor se empenhe mais, contribuindo
para a melhoria contínua de toda a empresa, tornando, dessa forma, a empresa apta à
competitividade no mercado, onde a utilização de ferramentas da qualidade é um pré-requisito
para a escolha de produtos e materiais.
Conhecido como “o dia da grande limpeza”, é o dia em que os três primeiros sensos
foram colocados em prática. Realizado no dia 23.10.2013, contando com a participação de
todos os colaboradores e a direção da empresa, colocou-se em prática o senso de utilização,
onde foram descartados itens que não tinham mais utilidade e separados os que poderiam vir a
ser utilizados. Foram tratadas as causas de vazamentos de alguns maquinários, correção de
defeitos e danos, inspeção de teto, forro, tampas e cubas para evitar vazamentos. Realizou-se
a limpeza do pátio, almoxarifado e coletores de lixo.
No senso de arrumação, cada item tem seu devido local demarcado para facilitar a
localização. Foram organizados os itens que tem maior saída, ou seja, diariamente são
utilizados. Estes devem estar próximos e aqueles que têm pouca saída devem ficar em algum
lugar distante, porém demarcado. Colocou-se em prática a ordem do “primeiro a entrar é o
primeiro a sair”.
CONCLUSÃO
Por fim que para alcançar melhores resultados neste ramo deve-se ter um
planejamento, além de se preocupar em investir na qualidade do ambiente profissional com a
finalidade de otimização de recursos e consequentemente, ganhos financeiros efetivos.
REFERÊNCIAS
CARVALHO, Pedro Carlos de. O programa 5S e a qualidade total. Quinta edição – São
Paulo: Editora: Alínea, 2011.
OSADA, Takashi. Housekeeping 5S’s. Primeira edição – São Paulo: Instituto IMAM, 1992.
SILVA, João Martins da. 5S O ambiente da qualidade. Quarta edição – Belo Horizonte:
Fundação Christiano Ottoni, 1994.
RIBEIRO, Haroldo. A bíblia do 5S, da implantação à excelência. Primeira edição –
Salvador: Casa da qualidade, 2006.
RIBEIRO, Haroldo. 5S o amigo do meio ambiente. Dgdinforma, setembro de 2009
disponível em http://www.tjrj.jus.br/institucional/dir_gerais/dgdin/cinco_s.pdf, acessado em
20 de outubro de 2013, às 20h e 11 min.